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RELACOES ETNICO-RACIAIS E AFRODESCENDENCIA (OPTATIVA) - Questionario III

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RELACOES ETNICO-RACIAIS E AFRODESCENDENCIA 
Questionário III 
PERGUNTA 1 
1. “Anjo Negro”, de Nelson Rodrigues, foi escrito em 1946. O dramaturgo, ao perceber o preconceito de que o 
negro é alvo na sociedade brasileira e também a existência de preconceito do negro em relação a outro da mesma 
cor, encontra motivação para escrever essa obra. Naquela época o Brasil encontrava-se em um período de 
grandes modificações na organização do estado brasileiro, saindo de uma restrição ideológica e entrando num 
período em que imperava a esperança em um país desenvolvido e livre. 
A questão racial é tratada pelo autor de forma radical. Numa sociedade dominada pelo branco, a única estratégia 
possível de inserção é a adoção da “ética branca”, dominadora e autoritária. Repudiando sua cor e origem, 
Ismael (o protagonista) desfruta dos privilégios do branco: dinheiro, status, prestígio e uma mulher também 
branca. 
A iniciativa do negro Ismael reflete um aspecto importante da questão étnica no Brasil, aspecto também estudado 
em nossa disciplina por meio do livro “A busca de um caminho para o Brasil: a trilha do círculo vicioso”, 
resultado de mais de dez anos de pesquisa do professor universitário Hélio Santos, e que mostra como o negro e 
o negro-mestiço no Brasil voltam sem cessar aos mesmos constrangimentos, prisioneiros de um círculo vicioso. 
Das afirmações a seguir, retiradas do livro de Hélio Santos, qual se refere à situação vivida pelo protagonista do 
dramaturgo Nelson Rodrigues em sua peça de teatro “Anjo Negro”? Indique a alternativa correta. 
 
a. “Em um sentido oposto da estrada, temos o próprio negro vindo com o racismo e o preconceito já 
introjetados.” 
 
b. “Impedimento do progresso do negro.” 
 
c. “Invisibilidade do negro”. 
 
d. “Uma espécie de filtro contra as mais variadas manifestações discriminatórias.” 
 
e. “No Brasil, os preconceitos são camuflados.” 
0,4 pontos 
PERGUNTA 2 
1. “Eu gostaria que a palavra ‘raça’ não fosse utilizada para dizer que há diversidade humana. 
Ela acaba servindo para exagerar os efeitos das diferenças aparentes, ou seja, físicas. Não 
temos o direito de nos basear nas diferenças físicas – a cor da pele, o tamanho, os traços 
do rosto – para dividir a humanidade hierarquicamente, ou seja, considerando que existem 
homens superiores em relação a outros que seriam postos em uma classe inferior. [...] 
Proponho não utilizar a palavra raça. Ela foi tão explorada por pessoas más que é melhor 
substituí-la pelas palavras espécie humana.” 
(JELLOUN, T. B. O racismo explicado à minha filha. São Paulo: Lettera, 2000) 
 
 
Inquiridos os brasileiros não brancos sobre sua cor, no censo de 1980 eles responderam 
que sua pele era: 
 
 
“Acastanhada, alva, bem morena, bronzeada, bugrezinha-escura, burro-quando-foge, 
cabocla, cor-de-canela, encerada, meio branca, morena-clara, morena-roxa, morena 
trigueira, mulata, pretinha, queimada, rosada, ruço, sarará, tostada [...] etc., num total de 136 
cores declaradas”. 
 
 
(Adaptado de MUNANGA, K. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1999) 
 
 
No primeiro texto, a questão do racismo é tratada de forma teórica, enquanto no segundo 
apresenta-se, sobre este assunto informações associadas à realidade brasileira. 
 
 
Com base na posição dos autores, é possível concluir que os conceitos sociais referentes a 
esta questão são passíveis de crítica pela seguinte razão: 
 
a. Têm origem em tensões psicológicas. 
 
b. Justificam-se por características biológicas. 
 
c. Provocam diferentes contextos históricos. 
 
d. Estão carregados de significados ideológicos. 
 
e. Não são preconceituosos. 
0,4 pontos 
PERGUNTA 3 
1. (Adaptado de UEM – Verão 2008). Leia o texto a seguir. 
 
 
“Desde o início a criança desenvolve uma interação não apenas com o próprio corpo e o 
ambiente físico, mas também com outros seres humanos. A biografia do indivíduo, desde o 
nascimento, é a história de suas relações com outras pessoas. Além disso, os componentes 
não sociais das experiências da criança estão entremeados e são modificados por outros 
componentes, ou seja, pela experiência social.” 
 
 
(BERGER, Peter L. e BERGER, Brigitte. “Socialização: como ser um membro da sociedade”. 
In FORACCHI, Marialice M. e MARTINS, José de Souza. Sociologia e Sociedade. Rio de 
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1977, p. 200) 
 
 
Podemos concluir do texto que: 
 
 
I. Os indivíduos, desde o nascimento, são influenciados pelos valores e pelos costumes que 
caracterizam sua sociedade. 
II. A relação que a criança estabelece com o seu corpo não deveria ser do interesse das 
ciências biológicas, mas apenas da sociologia. 
III. As experiências individuais, até mesmo aquelas que parecem mais relacionadas às 
nossas necessidades físicas, contêm dimensões sociais. 
IV. Aos poucos a criança vai percebendo o mundo que a rodeia; passa a compreender suas 
regras, linguagens, hábitos, proibições etc. e também é capaz de interiorizar alguns desses 
elementos culturais, momento em que inicia o processo de sua constituição como indivíduo, 
sujeito de sua própria identidade. 
 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
a. I, III e IV. 
 
b. II e IV. 
 
c. III e IV. 
 
d. I, II e III. 
 
e. I e II. 
0,4 pontos 
PERGUNTA 4 
1. (Adaptado de. Concurso Público, CETRO, 2008, SEE-SP). Ao tratarmos da presença de 
racismo, preconceito e discriminação nas escolas brasileiras, é correto afirmar que: 
 
a. as formas de discriminação de qualquer natureza têm o seu nascedouro na escola: o 
racismo e as 
desigualdades correntes na sociedade nascem ali. 
 
b. uma educação antirracista realiza-se com um discurso que respeite as diferenças 
raciais. 
 
c. toda e qualquer reclamação de ocorrência de discriminação e preconceito no espaço 
escolar 
deve ser evitada, pois os protagonistas dessas situações não são culpados por tais 
acontecimentos. 
 
d. o racismo cultural é considerado mais grave do que as formas de racismo individual. 
 
e. a percepção do comportamento discriminatório e do preconceito racial é central numa 
análise histórica e sociológica que tente compreender as relações sociais vivenciadas 
na escola. 
0,4 pontos 
PERGUNTA 5 
1. A violência simbólica é uma das formas de dominação mais profundas e cruéis que se pode 
conceber. Trata-se assim: 
 
a. de mecanismos sutis de dominação social, utilizados por indivíduos, grupos ou 
instituições e impostos sobre outros. 
 
b. da construção da identidade brasileira interiorizada, com normas enunciadas pelos 
discursos dos estrangeiros que nos colonizaram. 
 
c. de assumir o universo simbólico de um outro, sem perceber que essa “transferência” 
foi feita, na forma, portanto, de uma dominação no plano simbólico. 
 
d. somente a alternativa a está correta. 
 
e. as alternativas a, b e c estão corretas. 
0,4 pontos 
PERGUNTA 6 
1. De acordo com Hélio Santos, analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta. 
 
 
I. O negro, no Brasil, tem como inimigo a “centopeia de duas cabeças”: de um lado, a 
sociedade aferindo ao negro características negativas, impedindo seu progresso e 
discriminando-o; de outro, o negro sentindo-se inferior. 
II. O negro introjetou os estereótipos negativos vindos da sociedade e, assim, atua nela 
entendendo-se como subjetivamente rebaixado em seu potencial e responsável pela 
desigualdade social que a ele se apresenta. 
 
a. A primeira afirmação é correta e a segunda incorreta. 
 
b. A primeira afirmação é correta e a segunda completa a primeira. 
 
c. Ambas as afirmações são incorretas. 
 
d. A primeira afirmação é incorreta e a segunda é correta. 
 
e. Ambas as afirmações são corretas, mas uma não completa a outra. 
0,4 pontosPERGUNTA 7 
1. Em relação aos estereótipos raciais presentes na literatura brasileira, é incorreto afirmar 
que: 
 
a. Muitos livros da literatura clássica brasileira ajudaram a manter intactos os 
estereótipos de cunho racista. 
 
b. Os textos de Monteiro Lobato também reproduzem os estereótipos do negro como 
submisso e subserviente. 
 
c. Não há estudos conclusivos sobre a produção de discursos de cunho racista na 
literatura clássica brasileira. 
 
d. Devido ao seu teor considerado racista, um dos livros de Monteiro Lobato foi vetado 
pelo MEC (Ministério da Educação) e proibida sua distribuição nas escolas públicas 
do país. 
 
e. A literatura colaborou também para reforçar piadas e ditos populares de cunho 
preconceituoso. 
0,4 pontos 
PERGUNTA 8 
1. Leia o seguinte trecho: 
“O boi da cara preta não pega nenhum menino, o boi da cara preta tem uma cara bonita, 
não é uma careta, o boi da cara preta é irmão do boi da cara branca, do boi da cara 
malhada, o boi da cara preta tem a cor do rosto da mamãe, o rosto que você, criança, se 
alegra quando olha, o boi da cara preta é bonito e risonho, parecido com você”. 
(ANDRADE, Inaldete Pinheiro, 1988, p. 8) 
Um professor que trabalhe esse texto com seus alunos durante suas aulas de língua 
portuguesa, está procurando desenvolver, principalmente: 
 
a. A noção de métrica e rima na produção poética. 
 
b. O resgate de uma importante figura folclórica brasileira. 
 
c. Uma compreensão sobre as figuras de linguagem, especialmente a ironia e a 
aliteração. 
 
d. A desconstrução de estereótipos raciais e de cor. 
 
e. O fim do mito da democracia racial no Brasil. 
0,4 pontos 
PERGUNTA 9 
1. Pense na seguinte situação: um professor do Ensino Fundamental I depara-se com estes 
versos no livro didático que está adotando no trabalho com a turma do 3º ano: 
 
 
A Borboleta 
 
 
De manhã bem cedo 
Uma borboleta 
Saiu do casulo 
Era parda e preta. 
 
 
Foi beber no açude 
Viu-se dentro da água 
E se achou tão feia 
Que morreu de mágoa. 
 
 
Ela não sabia 
– boba! – que Deus 
deu para cada bicho 
a cor que escolheu. 
 
 
Um anjo a levou, 
Deus ralhou com ela, 
Mas deu roupa nova 
Azul e amarela. 
 
 
(Odilo Costa Filho, In: CEGALLA, 1980, p. 12) 
 
 
 
 
O que esse professor deveria pensar e/ou fazer, segundo uma perspectiva que leve em 
conta as relações equitativas entre brancos e negros? 
 
 
I. Deveria concluir que este poema colabora para reforçar o preconceito gerado pelos 
estereótipos que consideram negros e pardos como feios. 
II. Poderia construir uma outra versão do poema, junto com as crianças, que desconstruísse 
tais estereótipos. 
III. Deveria ignorar o poema, passando a trabalhar o próximo tópico do livro para não 
reforçar os estereótipos raciais com as crianças. 
IV. Faria um debate sobre o teor preconceituoso do singelo poema, a fim de que as crianças 
pudessem perceber como são construídos os estereótipos e preconceitos raciais. 
V. Deveria abandonar o uso daquele livro didático no próximo ano letivo, buscando um 
material que não apresentasse nenhuma forma de preconceito ou visão simplificadora ou 
estereotipada da realidade. 
 
 
São corretas: 
 
a. III, IV e V. 
 
b. I, II e III. 
 
c. I, II e IV. 
 
d. I, II, IV e V. 
 
e. I, III, IV e V. 
0,4 pontos 
PERGUNTA 10 
1. Podemos considerar, segundo inúmeras pesquisas produzidas pelas universidades, que os 
livros didáticos apresentam os seguintes problemas quando os analisamos segundo uma 
perspectiva das relações étnico-raciais e da promoção da igualdade racial: 
 
 
I. A maioria dos livros didáticos traz uma representação muito simplificada dos fatos 
históricos, acabando por estigmatizar ou caricaturar segmentos sociais como mulheres, 
negros, idosos e trabalhadores, por exemplo, colaborando com o reforço de estereótipos. 
II. A invisibilidade desses segmentos sociais desfavorecidos, que aparecem representados 
no conjunto dos conteúdos didáticos numa relação desproporcional àquela existente na 
sociedade brasileira. 
III. A falta de representatividade negra ou de figuras de pessoas negras desempenhando os 
mais diversos papéis sociais, por exemplo, fazem com que a criança afrodescendente não 
tenha parâmetros de igualdade e diversidade para a construção de sua identidade étnico-
racial. 
 
 
Estão corretas as afirmativas: 
 
a. I e II. 
 
b. I e III. 
 
c. II e III. 
 
d. I, II e III. 
 
e. Somente a III.

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