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72 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) _________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909 Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): Uma Instituição de Referência no Atendimento à Saúde Mental Jhennipher Tortola Ferreira1 Nathalia Nayra Mota Mesquita1 Tatiani Aires da Silva1 Vanessa Freire da Silva1 Welliton José Lucas1 Eraldo Carlos Batista2 RESUMO: O objetivo desse artigo é discorrer sobre a criação e evolução do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) no Brasil. Como metodologia utilizou-se da pesquisa bibliográfica de natureza exploratória a partir de livros, artigos científicos e legislações vigentes que abordam a temática. Os resultados mostraram que desde a sua criação o CAPS revelou um novo paradigma para com os cuidados aos pacientes com transtornos mentais onde a vida dos mesmos foram sendo cada vez mais estudadas e melhor cuidadas através dessas descobertas. Também notou-se uma maior abrangência por uma grande parte da sociedade. Conclui-se que a atuação do CAPS no Brasil vai ao encontro da principal proposta da Reforma Psiquiátrica, que é a humanização do atendimento à pessoa em sofrimento psíquico. PALAVRAS-CHAVE: CAPS. Saúde mental. Reforma Psiquiátrica. The Care Centers Psychosocial (Caps): a Reference Institution on Call to Mental Health ABSTRACT: The aim of this paper is to discuss the creation and evolution of the Center for Psychosocial Care (CAPS) in Brazil. The methodology used is the literature of exploratory nature from books, scientific papers and existing laws that address the issue. The results showed that since its inception the CAPS revealed a new paradigm for with care to patients with mental disorders where the lives of these were being increasingly studied and best cared for by these findings. Also noticed a greater scope for a large part of society. It is concluded that the CAPS activities in Brazil meets the main proposal of the Psychiatric Reform, which is the humanization of care to the person in psychological distress. KEYWORDS: CAPS. Mental health. Psychiatric Reform. INTRODUÇÃO Para compreensão da atuação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) é de suma 1 Acadêmicas do segundo período de Enfermagem da Faculdade São Paulo – FSP 2 Professor Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR, Docente do Departamento de Enfermagem da Faculdade São Paulo – FSP, e-mail: eraldo.cb@hotmail.com 73 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) _________________________________________________________________________________________________________________ Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909 importância conhecer a trajetória histórica e a evolução do tratamento no campo da saúde mental. O conceito de loucura sofreu mudanças no decorrer dos tempos de acordo com as crenças, a política e costumes de cada época. Da mesma forma, essa trajetória foi marcada por muitas lutas contra os descasos do poder público à essas pessoas que teve como consequência grandes mudanças e descobertas que foram determinantes para o avanço no atendimento na saúde mental. Se na idade média a loucura era sinônimo de possessão demoníaca e os loucos eram queimados em fogueira, na idade moderna, dá-se o primeiro passo para o tratamento do sofrimento psíquico, a loucura ganha status de doença e o ocidente testemunha o nascimento do Hospital Psiquiátrico. Contudo, o tratamento desumano nessas instituições provocou a revolta da sociedade que exigia mudanças no paradigma de atendimentos à essa população. Tais anseios culminaram com o movimento da Reforma Psiquiátrica que propôs novas formas de tratamentos. No Brasil, a Reforma Psiquiátrica que iniciou na década de 70 teve como maior conquista a criação do CAPS. O CAPS refere-se a um serviço aberto e comunitário de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Esses serviços se dão em um ambiente referencial de tratamentos para pacientes que sofre com transtornos mentais, neuroses graves, psicoses demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. (L'ABBATE, 2003). Atualmente considera-se o CAPS um dispositivo como modelo e paradigma de atenção à saúde mental que tornou-se componente central para determinada política no campo da saúde mental. O CAPS conquistou um lugar de existência prevista em lei, sendo designado como serviço de “[...] atendimento de pacientes com transtornos mentais severos e persistentes em sua área territorial, em regime de tratamento intensivo, semi-intensivo e não intensivo [...]” ou ainda, “[...] serviço ambulatorial de atenção diária que funciona segundo lógica do território.” (BRASIL, 2004, p. 31). Desse modo, o presente artigo tem por objetivo fazer uma breve apresentação da criação do CAPS bem como os serviços prestados à comunidade por essa instituição. Para tanto, buscou-se num primeiro momento abordar a história da saúde mental ao longo do tempo, discorrer, mesmo que suscintamente sobre a o nascimento da Psiquiatria e o movimento da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Em seguida, as discussões terá como foco os Centros de Atenção Psicossocial onde será apresentado sua evolução histórica bem como sua funcionalidade. 74 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) _________________________________________________________________________________________________________________ Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909 MÉTODO Trata-se de um estudo bibliográfico do tipo exploratório que, segundo Gil (2008), constitui-se da releitura de um determinado tema a partir de livros e artigos científicos. Foram utilizados textos publicados por vários profissionais especialistas em saúde mental e família. As publicações estudadas são oriundas de dissertações de mestrado, artigos de revistas científicas, livros, assim como da legislação norteadora da atual política de saúde mental. 1 SAÚDE MENTAL NA HISTÓRIA Na Grécia antiga, os loucos eram pessoas valorizadas pela sociedade, haja vista que os médicos e filósofos os consideravam de tal modo que os templos e hospitais eram construídos de maneira a permitir que, quando institucionalizados, desfrutassem de ar fresco, água pura, luz solar. A expressão da sua fala e comportamentos diferentes eram considerados um grande atributo de se comunicar com as divindades e isso conferiu ao louco uma valorização de ocupar o lugar no Olimpo, que era destinado aos deuses (MIRANDA, 1994; FOUCAULT, 2002). Na idade média, os loucos eram vistos como indivíduos, porém passaram a ser vistos como pessoas pobres de espírito e doentes da alma (FOUCAULT, 2002). No final da Idade Média se inicia uma nova visão de sujeito, a pessoa com transtorno mental começa, pouco a pouco, a perder sua autonomia e seus direitos, e a sociedade passa a incorporar a imagem que a igreja construiu, submetendo esse indivíduo a rituais religiosos de exorcismo ou adorcismo3. Nesse contexto religioso o médico Johan Weyer já tentava desmitificar a crença de possessão sobrenatural como causa dos problemas mentais, e arriscou demonstrar que o comportamento que caracterizava o louco era oriundo de uma doença (WAIDMAN, 1998). Já na Idade Moderna, ocorreu uma grande mudança no conceito deloucura, e os que não trabalhavam e não produziam riquezas, eram considerados marginais e improdutivos, não podendo compartilhar o espaço nessa nova sociedade. A Revolução Francesa, ao difundir novas ideias relativas à defesa do ser humano, permitiu a Philippe Pinel, médico pioneiro no tratamento das pessoas com transtornos mentais, lançar as bases da moderna assistência psiquiátrica (TUDIS; COSTA, 2000). 3 O adorcismo de possessão refere-se às manifestações diabólicas, as irrupções involuntárias do mal. 75 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) _________________________________________________________________________________________________________________ Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909 Contudo, é só na Idade Contemporânea, que a loucura passa a ser objeto de uma ciência médica, a psiquiatria, e é contemplada pelas instituições (FIGUEIREDO, 1988). A loucura passa então, para o âmbito da medicina e traz com isso um sujeito com novo status jurídico, social e civil, que passa a ser encarado como alienado, juridicamente incapaz e relegado à condição de minoridade (CASTEL, 1978). No início do século XX, Freud com o advento da psicanálise faz críticas ao sistema utilizado e traz uma nova concepção de sujeito. Ele subverte a noção de loucura da época, dizendo que o delírio é uma forma de dar sentido à uma experiência psíquica. Sendo assim: [...] não há o que ser corrigido. Há o que ser escutado. Não há o que ser abolido. Há o que ser recuperado. Há o que ser construído”. Freud estimula a pensar que: “não somos iguais, há muitos diferentes. Há muitas diferenças. É preciso tratar do sofrimento decorrente da diferença, quando é o caso, sem, no entanto, aboli-la” (CARREIRO et al., 2005). No pós-guerra quando os remanescentes da experiência anglo-saxônica da comunidade terapêutica surgiu, os seus heróis de guerra, voltavam chocados com os horrores dessa experiência. Estes não podiam, certamente, ir para os manicômios, heróis de guerra que eram. Portanto, surgiram dessa experiência de Comunidade terapêutica lugares não opressivos onde se desenvolvia uma horizontalidade das relações, uma democratização nas relações, que buscava transformar as relações de poder (MARINHO, 2009). Outra experiência importante foi a Francesa de setor. Ainda que mantendo o hospital psiquiátrico, se desenvolveu no território uma série de serviços que consideravam a importância do lugar, do bairro, dos lugares onde as pessoas viviam e onde a doença se desenvolveu, e de serviços ligados a estes (AMARANTE, 2008). O manicômio tinha a função de acolher e conter tudo o que era expulso ou que se auto excluía. Aqui se vê a necessidade de um ambiente mais estruturado e adequado para a recepção, por exemplo, desses heróis de guerra, onde esse lugar visa à integração, à inclusão no grupo, na cultura e na sociedade. 2 A REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL A reforma psiquiátrica no Brasil é um movimento histórico de caráter social econômico e político, influenciado pela ideologia de grupos dominantes. A prática ou ação da reforma psiquiátrica faz parte do cotidiano de um bom número de profissionais de saúde mental (GONÇALVES; SENA, 2001). Nesse sentido, Mello (2007) acrescenta que o início do processo da Reforma 76 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) _________________________________________________________________________________________________________________ Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909 Psiquiátrica nos anos 70, eclodiu em favor das mudanças de modelo de atenção e gestão de atuação em saúde, em busca de produção de tecnologias de cuidado. O autor supracitado ainda afirma, que tendo uma história própria, num contexto internacional de mudanças e resultado de esforços dos movimentos sociais pelos direitos dos pacientes psiquiátricos, compreendeu-se num conjunto de transformações de práticas, saberes e valores sociais e culturais num processo marcado por impasses conflitos e desafios. Como indicação de momentos práticos de reversão do modelo manicomial, podemos citar a intervenção na Casa de Saúde Anchieta, em Santos, o Centro de Atenção Psicossocial Dr. Luís da Rocha Cerqueira, ambos localizados em São Paulo, e o Centro Comunitário de Saúde Mental de São Lourenço do Sul, Rio Grande do Sul, conhecido como “Nossa Casa”. A Casa de Saúde Anchieta, é considerada um marco na história da psiquiatria brasileira, por se tratar de uma experiência inovadora, em que ocorreu uma intervenção médico legal num asilo. Esta pode ser considerada a primeira experiência concreta de desconstrução do aparato manicomial no Brasil, e de construção de estruturas substitutivas (HIRDES, 2007). Dessa forma, milhares de leitos foram, após muitas lutas fechados e está sendo implantado uma significativa rede de serviços e dispositivos de saúde mental em todo território nacional, com destaque especial para os CAPS que hoje são uma referência importante para o acolhimento das pessoas em sofrimento psíquico onde foi aprovada a Lei 10,216/01, a Lei da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Assim, as iniciativas de natureza cultural demarcam um novo contexto histórico da reforma psiquiátrica no qual a cultura se torna meio e fim da transformação do lugar social da loucura (BRASIL, 2001). De acordo com Amarante (2008), a história da saúde mental no Brasil, assim como a saúde em geral foi marcada por muitas lutas e desafios. Com o advento da Reforma Psiquiátrica Brasileira evidenciada nos anos 70, pelo Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental com o lema “Por uma sociedade sem Manicômios”, surgem avanços e processos de intervenção depois de uma era marcada por mitos, maus-tratos e muitas mortes. Diante dessa realidade cruel, era de extrema necessidade o surgimento de um novo modelo de contribuição, que viabilizasse uma rede que substituísse o modelo “hospitalocêntrico”, sendo que no ano de 1986 é criado o primeiro CAPS no Brasil, amparado pela lei 10.216/02, resultado de uma luta social que durou doze anos, atualmente, existem cerca de 1.981 Centros espalhados pelo país como mostra o gráfico a seguir. No próximo tópico será abordado de forma mais abrangente a criação e evolução do CAPS no que concerne o seu surgimento, sua forma de atendimento, suas funções, 77 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) _________________________________________________________________________________________________________________ Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909 populações atendidas, as atividades e oficinas que são oferecidas, tipos de CAPS e por fim os profissionais que podem atuar nesses Centros de Atendimento Psicossociais. 3 A CRIAÇÃO DOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAIS (CAPS) O primeiro CAPS a surgir no Brasil, denominado Professor Luís da Rocha Cerqueira, surgiu em 1986, na cidade de São Paulo, a partir da utilização do espaço da então extinta Divisão de Ambulatório (instância técnica e administrativa da Coordenadoria de Saúde Mental, responsável pela assistência psiquiátrica extra-hospitalar) da Secretaria Estadual de Saúde. Este local foi transformado em um serviço que se propunha a evitar internações, acolher os egressos dos hospitais psiquiátricos e poder oferecer um atendimento intensivo para portadores de doença mental, dentro da nova filosofia do atendimento em saúde mental desse período (BRASIL, 2004). O CAPS é um serviço substitutivo de atenção de saúde mental que tem demonstrado efetividade na substituição da internação de longos períodos,por um tratamento que não isola os pacientes de suas famílias e da comunidade, mas que envolve os familiares no atendimento com a devida atenção necessária, ajudando na recuperação e na reintegração social do indivíduo com sofrimento psíquico (SCHRANK; OLSCHOWSKY, 2008). Uma das mudanças proporcionadas com a reestruturação da assistência psiquiátrica foi a de possibilitar que o doente mental permaneça com sua família, mas para que este convívio seja saudável e positivo, é preciso que o serviço esteja inserido numa rede articulada de apoio e de organizações que se propunham a oferecer um continuum de cuidados (AMARANTE, 2003). As inspirações para o CAPS Luis Cerqueira e demais partiram em geral, das experiências vivenciadas fora do país, basicamente de algumas comunidades terapêuticas italianas. O ponto mais forte inspirativo foi, segundo Pitta (1994) dos centros de atenções psicossociais que surgiram em Manágua (Nicarágua), por volta do ano de 1986, em plena revolução do país. Mesmo com todas as crises, econômicas, sociais e políticas, os centros dispunham de maneiras criativas para cuidar responsavelmente de pessoas com transtornos mentais (RIBEIRO, 2004). Essas pessoas eram excluídas da sociedade por serem “diferentes”, então foram formadas equipes para reabilita-los, eram interdisciplinares e tinham a proposta de ação interligada entre tratamento, prevenção e reabilitação; utilizava-se de líderes comunitários, profissionais, materiais improvisados e sucatas; seu marco foi o compromisso ético em que 78 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) _________________________________________________________________________________________________________________ Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909 todos tem o direito a uma vida digna a respeito de doença mental ou outras limitações, sejam sociais e econômicas (PITTA, 1994). A criação do Núcleo de Atenção Psicossocial (NAPS) em Santos, e do CAPS, em São Paulo, demonstrou a indiscutível influência direta dessas experiências na política nacional em saúde mental. A publicação da Portaria do MS nº 224/92, em vigor desde janeiro de 1992, que estabeleceu diretrizes e normas para a assistência em saúde mental, foi um exemplo. Ela reafirmou os princípios do SUS, instituiu e regulamentou a estrutura de novos serviços em saúde mental, orientados nas experiências do CAPS e do NAPS (L’ABBATE S.; LUZIO C. A.; 2006). Os novos serviços, denominados pela portaria como CAPS/NAPS, foram definidos como unidades de saúde locais e regionalizadas, a partir de uma população segundo a sua localização, e que deveriam oferecer cuidados intermediários entre o regime ambulatorial e a internação hospitalar (BRASIL, 1997). Os CAPS/NAPS podiam constituir-se, ainda, em porta de entrada da rede de serviços para as ações relativas à saúde mental, considerando sua característica de unidade de saúde local e regionalizada. Atendiam, também, a pacientes referenciados de outros serviços de saúde, dos serviços de urgência psiquiátrica ou egressos de internação hospitalar. Deveriam estar integrados a uma rede descentralizada e hierarquizada de cuidados em saúde mental (CRIVES, 2003). Dessa maneira, observa-se que a Reforma Psiquiátrica não foi uma simples reforma de serviços prestados para indivíduos que têm problemas de saúde mental, mas sim, trata-se de uma desinstitucionalização, como proposto por Franco Basaglia. Para Amarante (2008), alguns setores, entendem a desinstitucionalização como desospitalização, ou, ainda, como desassistência – abandonar os doentes à própria sorte. O autor considera que neste rol estão incluídos determinados segmentos atavicamente conservadores, resistentes a qualquer ideia sobre direitos de grupos minoritários. Para Amarante (1996), há, ainda, um grupo que tem interesses econômicos em jogo e opõe se à desinstitucionalização em virtude dos interesses constituídos. Coloca que a tendência contra-desinstitucionalizante assume maior magnitude após o Projeto de Lei Paulo Delgado - 3.657/89, que propõe a substituição progressiva dos hospitais psiquiátricos por outras modalidades de assistência. Dadas essas grande mudanças periódicas, veio a se levantar grandes problemas no que diz respeito aos custos e a reaprendizagem dos psiquiátricas que cuidavam daqueles leitos hospitalares. Contudo, foi estabelecido caminhos para se construir percursos e trajetórias a 79 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) _________________________________________________________________________________________________________________ Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909 fim de formar profissionais de saúde mental embasado na formação teórica e prática (FOCAULT, 2002). Dessa forma, os CAPS se estruturam como serviços de atendimento diário. Os Centros se constituíram, então, numa ampliação tanto na intensidade dos cuidados aos portadores de transtornos mentais quanto de sua diversidade, incluindo as especificidades de sua clientela e da cidade ou local onde estão inseridos (RIBEIRO, 2004). Os CAPS são instituições: [...] a acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico. Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social e cultural concreto, designado como seu “território”, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida quotidiana de usuários e familiares. Os CAPS constituem a principal estratégia do processo de reforma psiquiátrica (BRASIL, 2004). Como instituição que objetiva o atendimento multidisciplinar o CAPS tem como modelo de atendimento o trabalho em rede, que é a comunicação ativa entre os outros componentes que compõe a rede de atendimento em saúde mental como: a atenção básica, Estratégias de saúde da Família (ESF), a própria família o sujeito. Desse modo, o objetivo dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos que visam no que diz respeito aos atendimentos primários e secundários: a) Prestar atendimento em regime de atenção diária; b) Gerenciar os projetos terapêuticos oferecendo cuidado clínico eficiente e personalizado; e c) Promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que envolvam educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando estratégias conjuntas de enfrentamento dos problemas (GOLDBERG, 1972). Os CAPS também têm a responsabilidade de organizar a rede de serviços de saúde mental de seu território: a) Dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica, PSF (Programa de Saúde da Família), PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde); b) Regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental de sua área; c) Coordenar junto com o gestor local as atividades de supervisão de unidades hospitalares psiquiátricas que atuem no seu território; d) Manter atualizada a listagem dos pacientes de sua região que utilizam medicamentos para a saúde mental (BRASIL, 2004). 80 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) _________________________________________________________________________________________________________________ Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909 Os CAPS têmseus próprios espaços adequados, que são: consultórios para atividades individuais (consultas, entrevistas, terapias), salas para atividades grupais, espaço de convivência, oficinas, refeitório, sanitários e área externa para oficinas, recreação e esportes. As pessoas atendidas nos CAPS são aquelas que apresentam intenso sofrimento psíquico, preferencialmente, pessoas com transtornos mentais severos e/ou persistentes (BRASIL, 2005). Cada usuário de CAPS tem seu projeto terapêutico individual, durante a permanência diária no serviço, segundo suas necessidades; conforme as determinações da Portaria GM 336/02: a) Atendimento Intensivo: trata-se de atendimento diário, oferecido quando a pessoa se encontra com grave sofrimento psíquico. Esse atendimento pode ser domiciliar, se necessário; b) Atendimento Semi-Intensivo: o usuário pode ser atendido até 12 dias no mês. Essa modalidade é oferecida quando o sofrimento e a desestruturação psíquica da pessoa diminuíram; pode ser domiciliar, se necessário; c) Atendimento Não intensivo: à pessoa que não precisa de suporte contínuo da equipe para viver em seu território; também pode ser domiciliar. Os CAPS oferecem diversos tipos de atividades terapêuticas como mostra o quadro 1. As atividades podem ser desenvolvidas fora do serviço, como parte de uma estratégia terapêutica de reabilitação psicossocial, que poderá iniciar-se ou ser articulada pelo CAPS, mas que se realizará na comunidade, no trabalho e na vida social. Quadro 1 – Atividades desenvolvidas no CAPS. Atividades desenvolvidas no CAPS Atendimento individual Prescrição de medicamentos, psicoterapia, orientação Atendimento em grupo Oficinas terapêuticas, oficinas expressivas, oficinas geradoras de renda, oficinas de alfabetização, oficinas culturais, grupos terapêuticos, atividades esportivas, atividades de suporte social, grupos de leitura e debate, grupos de confecção de jornal Atendimento para a família Atendimento nuclear e a grupo de familiares, atendimento individualizado a familiares, visitas domiciliares, atividades de ensino, atividades de lazer com familiares Atividades comunitárias Atividades desenvolvidas em conjunto com associações de bairro e outras instituições existentes na comunidade, que têm como objetivo as trocas sociais, a integração do serviço e do usuário com a família, a comunidade e a sociedade em geral. Essas atividades podem ser: festas comunitárias, caminhadas com grupos da comunidade, participação em eventos e grupos dos centros comunitários Assembleias ou Reuniões de Organização do A Assembleia é um instrumento importante para o efetivo funcionamento dos CAPS como um lugar de convivência. É uma atividade, preferencialmente semanal, que reúne técnicos, usuários, familiares e outros convidados, que juntos discutem, avaliam 81 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) _________________________________________________________________________________________________________________ Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909 Serviço e propõem encaminhamentos para o serviço. Discutem-se os problemas e sugestões sobre a convivência, as atividades e a organização do CAPS, ajudando a melhorar o atendimento oferecido Fonte: BRASIL, 2004. O CAPS oferece várias atividades a seus usuários, dentre esses encontram-se as oficinas terapêuticas. De um modo geral, as oficinas terapêuticas podem ser: • Oficinas expressivas: espaços de expressão plástica (pintura, argila, desenho etc.), expressão corporal (dança, ginástica e técnicas teatrais), expressão verbal (poesia, contos, leitura e redação de textos, de peças teatrais e de letras de música), expressão musical (atividades musicais), fotografia, teatro. • Oficinas geradoras de renda: servem como instrumento de geração de renda através do aprendizado de uma atividade específica, que pode ser igual ou diferente da profissão do usuário. As oficinas geradoras de renda podem ser de: culinária, marcenaria, costura, fotocópias, venda de livros, fabricação de velas, artesanato em geral, cerâmica, bijuterias, brechó, etc. • Oficinas de alfabetização: esse tipo de oficina contribui para que os usuários que não tiveram acesso ou que não puderam permanecer na escola possam exercitar a escrita e a leitura, como um recurso importante na (re)construção da cidadania. (BRASIL,2004). Os CAPS são diferentes quanto ao tamanho do equipamento, estrutura física, profissionais e diversidade nas atividades terapêuticas; e à especificidade da demanda, isto é, para crianças e adolescentes, usuários de álcool e outras drogas ou para transtornos psicóticos e neuróticos graves (BRASIL, 2005). Os diferentes tipos de CAPS são: Quadro 2 – Tipos de CAPS. TIPO DE CAPS FUNÇÃO DESEMPENHADA CAPS I e CAPS II São CAPS para atendimento diário de adultos, em sua população de abrangência, com transtornos mentais severos e persistentes CAPS III CAPS para atendimento diário e noturno de adultos, durante sete dias da semana, atendendo à população de referência com transtornos mentais severos e persistentes. CAPSi CAPS para infância e adolescência, para atendimento diário a crianças e adolescentes com transtornos mentais. CAPSad CAPS para usuários de álcool e drogas, para atendimento diário à população com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas, como álcool e outras drogas. Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com a finalidade exclusiva de tratamento de desintoxicação. Fonte: BRASIL, 2004. 3.1 Profissionais Atuantes nos CAPS Os profissionais que trabalham nos CAPS possuem diversas formações e integram uma equipe multiprofissional. É um grupo de diferentes técnicos de nível superior e de nível 82 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) _________________________________________________________________________________________________________________ Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909 médio. Os profissionais de nível superior são: enfermeiros, médicos, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, pedagogos, professores de educação física ou outros necessários para as atividades oferecidas nos CAPS. Os profissionais de nível médio podem ser: técnicos e/ou auxiliares de enfermagem, técnicos administrativos, educadores e artesãos. Os CAPS contam ainda com equipes de limpeza e de cozinha. Todos os CAPS devem obedecer à exigência da diversidade profissional e cada tipo de CAPS (CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi e CAPSad) tem suas próprias características quanto aos tipos e à quantidade de profissionais. Quadro 3 – Tipos de profissionais que trabalham nos CAPS. CAPS PROFISSIONAL CAPS I 1 médico psiquiatra ou médico com formação em saúde mental; 1 enfermeiro; 3 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico; 4 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão. CAPS II 1 médico psiquiatra; 1 enfermeiro com formação em saúde mental; 4 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo, professor de educação física ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico; 6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão. CAPS III 2 médicos psiquiatras; 1 enfermeiro com formaçãoem saúde mental; 5 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário de nível superior; 8 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e Artesão. CAPSi 1 médico psiquiatra, ou neurologista ou pediatra com formação em saúde mental; 1 enfermeiro; 4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico; 5 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão. CAPSad 1 médico psiquiatra; 1 enfermeiro com formação em saúde mental; 1 médico clínico, responsável pela triagem, avaliação e acompanhamento das intercorrências clínicas; 4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicólogo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico; 6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e Artesão. Fonte: BRASIL, 2004. 83 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) _________________________________________________________________________________________________________________ Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909 Considerando os critérios para implantação do CAPS, entre esses está o número de habitantes no município, observa-se que regiões com baixa densidade demográfica encontrarão dificuldade para implantar alguns tipos de CAPS, como por exemplo o CAPSad e CAPSi que é muito importante para a sociedade na atualidade. Gráfico 1 – Distribuição de CAPS por região. 6% 36% 18% 34% 6% Centro-Oeste Nordeste Sul Sudeste Norte Fonte: <http://www.ebc.com.br/noticias/saude/2013/05/saude-mental-em-numeros-cerca-de-23-milhoes-de- brasileiros-passam-por>. Atualmente, existem cerca de 1.670 Centros de Atenção Psicossociais no país, distribuídos em 788 unidades de CAPS I, que é o Serviço de atenção a saúde mental em municípios em população entre 20 e 70 mil habitantes; 424 unidades de CAPS II, para atendimento a população entre 70 e 200 mil habitantes; 56 unidades de CAPS III, para atendimento de população com 200 mil habitantes; 268 unidades de CAPS ad, que dispõe de serviço especializado para usuários de álcool e drogas, para população entre 70 e 200 mil habitantes; e 135 unidades de CAPS i, que fornece serviço especializado para crianças, adolescentes e jovens (até 25 anos), numa população acima de 200 mil habitantes (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). É possível observar o aumento da cobertura CAPS para as regiões Sudeste e Nordeste. A região Norte, mesmo com os grandes serviços em 2011 e 2012 ainda se nota como a menor cobertura no que diz respeito ao CAPS. Entende-se que o problema é a tentativa de ajustar o indicador CAPS/100.000 habitantes, que não é fácil, devido a região, envolver grandes distâncias, barreiras geográficas e tecnológica e uma considerável diversidade étnica. Desse modo, podemos notar que as regiões centro oeste e norte estão com menor número de distribuição dos Centros de Atenção Psicossociais, onde acredita-se que seja pelo baixo número de pessoas com transtornos mentais. 84 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) _________________________________________________________________________________________________________________ Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Grande proposta que toda essa revolução/evolução - no que diz respeito à história da saúde mental - se deu através de muitas lutas e desafios com vários nomes de relevância social envolvidos e fazendo a diferença para conseguir a adaptação dos pacientes em lugares que realmente sejam propícios para lhes promover um melhor tratamento e mantê-los em constante vínculo familiar. Dessa forma nasceu o CAPS. Com a criação dos CAPS no Brasil, e com suas sucessivas adaptações, foi desenvolvido um ambiente onde um os portadores de doenças mentais pudessem ser ajudados corretamente, sem serem desassociados da sociedade, possibilitando que o mesmo permaneça ao lado de sua família durante o tratamento. Desse modo, podemos dizer que a reforma psiquiátrica construiu ao longo de um período, onde não se imaginava que era possível, um novo paradigma de instituição para pessoas com transtornos mentais graves ou não, e, dessa forma, também veio proporcionando grande avanço à população em geral com a forma de olhar para tais indivíduos, onde durante séculos foram jogados à margem da sociedade. Entende-se que o objetivo maior se encontra onde os Centros de Atenção Psicossociais são imprescindíveis à vida de sofredores de problemas mentais, de forma que visam interagir com o paciente reabilitando-o para a vida social, reintegrando-o ao meio, proporcionando tratamento adequado - uma vez que os dispositivos fornecem atividades diversas como estratégia aleatória para a reabilitação psicossocial do individuo, articulada nos Centros, mas desenvolvidas na comunidade e em sua vida, sendo que existe cinco tipos diferentes de Centros para melhor cuidar do necessitado. No CAPS são vistos diversos tipos de tratamentos, de acordo com a necessidade de cada paciente, como o atendimento intensivo, semi-intensivo e não intensivo, e também o atendimento individual, familiar, comunitário e etc., onde proporcionam maior controle e cuidado com os mesmos. Assim retomamos que a participação dos profissionais em conjunto com as práticas de reinserção social do CAPS pode tornar-se uma ferramenta adicional à vida adequada e digna merecida por tais indivíduos, e que também existe a necessidade de maiores investimentos aos Centros de Atenção Psicossociais, de modo estrutural, medicamentos e materiais. Todavia, nota-se ainda a necessidade de novos estudos onde possa estar concedendo melhorias e maior difusão em sentido especial à quem ainda não sabe do que se trata o CAPS 85 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) _________________________________________________________________________________________________________________ Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 4, n. 1, jan./jun., p. 72-86, 2016. ISSN: 2358-0909 e necessita de seus tratamentos aplicados com urgência. REFERÊNCIAS AMARANTE, P. Saúde mental, formação e crítica. Rio de Janeiro: 2008 ______. Saúde mental, políticas e instituições: programa de educação à distância. Rio de Janeiro: FIOCRUZ; 2003. BRASIL, Ministério da Saúde. Saúde Mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. ______. Ministério da Saúde. Portaria nº. 224 de 29 de janeiro de 1992 que estabelece diretrizes e normas para o atendimento ambulatorial e hospitalar em saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde, 1992. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. 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