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Conferência das Nações Unidas sobre meio Ambiente e desenvolvimento Aula 05

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Conferência das Nações Unidas sobre meio Ambiente e desenvolvimento 
 
 
Conhecida como Rio 92, a CNUMAD reuniu em 1992 durante 10 dias, 
representantes de 170 nações e cerca de 14 mil organizações não-governamentais 
(ONGs), cuja participação foi maciça nos encontros oficiais, fóruns e eventos paralelos. 
 A Conferência foi considerada a maior assembleia internacional já realizada sobre 
o meio ambiente. Cabe destacar o momento histórico singular em que ela foi realizada. 
Vargas (2002, p.12) mostra que o desabamento das diferenças ideológicas e as 
transformações geopolíticas, ocorridas no final dos anos 1980, especialmente na Europa, 
concorreram para a convicção de que era imperativa a formação de um consenso capaz 
de reverter padrões insustentáveis de consumo e de produção, os quais agravavam as 
disparidades entre as nações e comprometiam a própria estabilidade política do sistema 
internacional. 
Nesse fórum mundial, diversos documentos foram assinados: a Convenção sobre 
Mudanças Climáticas, a Convenção da Diversidade Biológica, a Declaração do Rio para 
Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Declaração de Princípios para Florestas e a Agenda 
21. 
A Convenção sobre Mudanças Climáticas teve como compromisso estabilizar as 
concentrações de gases do chamado “efeito estufa” na atmosfera, provenientes, 
basicamente, da queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), 
energia que faz parte do processo produtivo, conforme os padrões do modelo de 
desenvolvimento que vem sendo adotado desde a Revolução Industrial. Esses gases 
podem incrementar o aquecimento da Terra e do ar, causando o aumento do nível do 
mar, turbulências na atmosfera e maior ocorrência de furacões e de chuvas intensas. Há 
muitos autores que explicam que esses fenômenos são tidos como eventos naturais, mas 
que foram apenas intensificados com a ação do homem, e essa explicação é a mais 
aceita. 
 
 Quanto à Convenção sobre a Diversidade Biológica, trata-se de um instrumento 
de alcance internacional que definiu como objetivo compatibilizar a proteção dos recursos 
biológicos ante o desenvolvimento social e econômico. Este documento também 
estabeleceu a relação entre a Conservação da Biodiversidade e o desenvolvimento da 
biotecnologia, além da obrigação de identificar e estimular ampliação de mecanismos 
para conservação, in situ e ex situ, do germoplasma e a sua utilização em base 
sustentáveis, incorporando-se os custos e os benefícios decorrentes. 
 A Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento é uma 
carta que contém 27 princípios e obrigações dos Estados em relação aos princípios 
 
 
2 
 
básicos do meio ambiente e do desenvolvimento. Tal documento estabelece que os 
Estados têm direitos soberanos de aproveitar seus próprios recursos, sem causar danos 
ao meio ambiente de outros Estados. Declara, ainda, que a plena participação das 
mulheres é essencial para atingir o desenvolvimento sustentável. Do mesmo modo, 
afirma que a paz, o desenvolvimento e a proteção ambiental se obtém por meio de um 
processo de independência recíproca. 
 No que diz respeito à Declaração de Princípios sobre Conservação e Uso 
Sustentáveis de Florestas, cabe destacar que, a exemplo dos demais documentos da Rio-
92 é um documento que não tem força jurídica. Todavia, é o primeiro consenso mundial 
sobre manejo, conservação e desenvolvimento sustentável das florestas. Da Declaração, 
consta que todos os países precisam preservar, conservar e recuperar florestas, e que os 
países ricos devem garantir aos países em desenvolvimento recursos destinados à 
conservação das florestas. 
 Finalmente, a Agenda 21, o principal registro da Rio-92, consigna o compromisso 
assumido pelos 179 países participantes da Conferência, contendo mais de 2,5 mil 
recomendações de ordem prática. Foi Um programa recomendado para governos, 
agências de desenvolvimento, Organização das Nações Unidas e grupos setoriais 
independentes, colocarem em prática – a partir da data de sua aprovação, em 14 de 
junho de 1992, e ao longo do século XXI -, em todas as áreas onde a atividade humana 
incida de forma prejudicial ao meio ambiente (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, 
1997, p.09). 
 Tal documento resultou da consolidação de diversos relatórios, tratados, 
protocolos e outros documentos elaborados durante décadas na esfera da ONU. A 
Agenda 21 ampliou o conceito de desenvolvimento sustentável, buscando conciliar justiça 
social, eficiência econômica e equilíbrio ambiental. Trata-se de um documento que 
procurou os caminhos para concretizar tais conceitos, indicando as ferramentas de 
gerenciamento necessárias. Ofereceu ainda políticas e programas para obter um 
equilíbrio sustentável entre consumo, população e capacidade de suporte do planeta 
(Sirkis, 1999). 
 
 
Kohler e Philippi Junior (2005).

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