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IPC 4 Bimestre Transplantes Dividem-se em três grupos: Autotransplantes: parte do indivíduo para si mesmo; não é necessária imunossupressão. Ex: enxertos de pele, osso, cartilagem; bypass vascular etc. Alotransplantes: tranferência de um indivíduo para outro da mesma espécie; é necessário fazer imunossupressão para evitar rejeição. Xenotransplantes: restritos aos laboratórios, tranferência de tecidos interespécie. Classificam-se em: Ortotópicos ou Heterotópicos -> posição diferente da que estava no corpo do doador Transplantes pós-mortem ou intervivos -> rim (mais comum), medula óssea, fígado pulmão e pâncreas. Transplante Hepático Indicações Cirrose - etiologia viral (vírus B e C; principal indicação), alcóolica ou biliar primária Câncer primário de fígado Hepatites fulminantes Artresia de via biliares -> colestase do recém-nascido ou lactente causada por obstrução das vias biliares extra-hepáticas Doença de Caroli -> dilatação das vias biliares intra-hepática, geramente segmentar (acomete mais lobo esquerdo) Procedimento: alotransplante ortotópico Cirurgia no doador Incisão mediana ampla Inserção de cânula na aorta infrarenal para infusão de solução gelada de conservação (conservado sem revascularização até 24h) Dissecção e separação dos ligamentos e suas estruturas Implante Profilaxia: antibióticos e imunossupressores Incisão subcostal bilateral em direção ao apêndice xifóide Hepatectomia total Hemostasia da região Anastomoses término-terminal (veia cava supra e infra hepática, veia porta, artéria hepática) Drenagem biliar e colocação de drenos Fechamento da cavidade Outros procedimetos: Transplante parcial, inter-vivos: no doador, o órgão recupera seu tamanho original de 4 a 6 semanas Transplante de fígado bipartido (split transplant): o enxerto é dividido em dois, servindo a dois pacientes diferentes Complicações Cirúrgicas Hemorragia intra-abdominal Complicações vasculares (trombose, estenose e pseudo aneurisma) Complicações biliares -> principalmente no transplante parcial Disfunção primária Complicações Clínicas Infecciosas 1 mês: agentes nosocomias 2 mês: infecções oportunistas (principalmente CMV) Não Infecciosas Rejeição: hiperaguda, aguda e crônica Outras: cardio-vascular e/ou endócrino-metabólicas Cirurgia Robótica Definição: Área da cirurgia que consiste na realização de procedimentos cirúrgicos com auxílio de robôs (diferente de robótica cirúrgica) Aplicações Ortopedia (caspar) Neurocirurgia (neuromate) Radioterapia (cyberknife) Cirurgia Endoscópica (zeus) Vantagens Menos trauma cirúrgico (minimamente invasiva) Maior destreza e precisão Ergonomia Visão tridimensional Cooperação de cirurgiões “Braço extra” Desvantagens Autíssimo custo Difícil Acesso Ausência de retorno de força Aplicações Atuais Procedimentos cirúrgicos complexos (dissecção delicada, anastomoses de pequenos ductos, visualização difícil, longa duração) Exemplos: prostectomia, ponte de safena, cirurgia bariátrica, miotomia esofagiana, linfadenectomia, anastomoses bileo-digestivas etc. Videolaparoscopia Aplicações Cirurgia gastroenterológica Cir. Esplênica Cir. Endócrina Cir. Ginecológica Urgência Benefícios Menor intensidade da dor no pós-operatório Menos trauma cirúrgico Melhor preservação da resposta imunológica Menos complicações infecciosas pós-operatórias Retorno mais rápido às atividades Princípios Básicos Sistemas óticos -> lentes em bastão, anguladas ou não e microcâmeras Videoimagem e iluminação -> grande definição da imagem intracavitária Insuflação cavitária (pneumoperitônio) feita com CO2 (ausência de alterações ácido-básicas, efeitos hemodinâmicos dicretos, propriedades anestésicas, não inflamável) -> quando há contra indicação pode ser feita a suspensão mecânica da parede (ex. insuficiência cardíaca grave) Anestesia geral Trocartes – cânulas atrás das aquias são introduzidos o laparoscópio e os intrumentos cirúrgicos Acesso por punção X Acesso aberto -> o acesso por punção está contra indicado em pacientes com incisões abdominais prévias e em quadro de distensão abdominal (maior risco de lesões viscerais) Hemostasia – eletrocauterização Contra indicações Absolutas Coagulopatia severa Distensão abdominal maciça Insuficiência cardiopulmonar grave Relativas Operação abdominal prévia Peritonite difusa Hérnia encarcerada Complicações Perfuração visceral ou de vasos Introdução inadequada de CO2 (ex. vísceras ocas, vasos) Efeitos adversos do pneumoperitônio – dificuldade ventilatória, arritmias, hipotensão, agravamento de hérnias etc Simulação Cirúrgica Características Ambiente seguro de treinamento Permite ensinar variações do “normal” Ganho de habilidades técnicas, psicomotoras e de julgamento Avaliação do aprendizado Baseados em realidade virtual Dispensam animais, renovação de material ou risco biológico Traqueostomia Indicações Lesões obstrutivas das vias aéreas superiores Necessidade de intubação orotraqueal prolongada Complicações Homorragia Enfisema subcutâneo Pneumotórax Lesão de esôfago Técnica Cirúrgica Intubação orotraqueal prévia (O2 100%) Assepsia e antissepsia Anestesia local Incisão arciforme 2cm abaixo da cartilagem cricóde Secção da traquéia em U invertido (hemostasia) Sutura de reparo Retirada do TOT Introdução e fixação com cadarço da cânula Dissecção Venosa Indicação: necessidade de acesso venoso sem acesso puncionável (superficial ou profundo) disponível e/ou contra indicação a punção venosa central (ex.coagulopatias) Complicações: Hemorragia Tromboflebite (superficial) Trombose Venosa Profunda Embolia gasosa Infecção local Endocardite Drenagem Torácica Indicações Traumatismo torácico Hemotórax/Pneumotórax espontâneo Derrame pleural sintomático ou recidivante Empiema pleural Quilotórax Após procedimento cirúrgico – toracotomia Tipos de drenagem Drenagem tubular com trocarte -> inserido na borda superior da costela Drenagem torácica cirúrgica Drenagem por punção Toracocentese Definição: procedimento realizado antes da drenagem torácica; punção exploradora; procedimento diagnóstico Objetivos Identificação imediata do tipo de derrame Obtenção de amostras do líquido para exames Esvaziamento parcial ou completo do derrame Realização de biópsias da pleura parietal Técnica Paciente inclinado a 45 graus -> acumular o derrame na metade inferior Agulha penetrando no sentido horizontal Borda superior da costela Complicações Lesões do pulmão, fígado e baço Hemorragia importante deviso a lesões dos vasos intercostais Pneumotórax ->entrada de ar na cavidade pela abertura na pele ou pela má fixação do dreno Enfisema subcutâneo -> orifício do dreno no subcutâneo Extubação Paciente deve estar com força motora e ventilação preservadas O avanço da monitorização contribuiu para a realização da extubação segura Evitando-se laringoespasmo e broncoespasmo Pode ser feita com o paciente ainda sob efeito da anestesia ou acordado Parâmetros clínicos: Estabilidade hemodinâmica e metabólica Não deve existir distensão abdominal importante SpO2 -> capacidade de captação de oxigênio pelos pulmões e seu transporte aos tecidos ETCO2 -> nível de produção, transporte e eliminação de Co2; informa se existe ou não efeito depressor da respiração causado pelos opióides e/ou relaxantes musculares SQE-> monitora o relaxamento muscular, pode mostrar com precisão o % de receptores neuromusculares bloqueado Drogas Anticolinesterásicos São usados para reverter o bloqueio neuromuscular adespolarizante Não devem ser usados no mínimo 20min após a administração do bloqueador Efeitos colaterais: bradicardia, nausea, broncoespasmo aumento de secreções(bronquicas, sudorese, salivação) -> para minimizar os efeitos adicionar um antimuscarínico – glicopirrolato (0,01 mg/kg) ou atropina (0,02mg/kg) Neostigmina (mais usado) -> administrada por via endovenosa 0,03 a 0,07 mg/kg (dose máxima de 5mg); início de ação 2min, pico 5 a 7 min, meia vida 45min; excretada pelos rins Sugamadex Antagonista seletivo dos bloqueadores neuromusculares (BNMs) esteroides (rocurônio > vecurônio > pancurônio). desloca o BNM dos receptores nicotínicos na junção neuromuscular, levando à reversão completa e duradoura do BNM. Ótimo perfil de tolerância Desvantagens: caro, impede o uso de bloqueadores neuromusculares esteróides e novo por 24h, uso recente (medicina baseada em envidências) A dose depende do nível do bloqueio neuromuscular Naloxone Previne ou inverte os efeitos dos opióides, incluindo depressão respiratória, hipotensão e sedação Não leva a tolerância Na presença de dependência física dos opióides, o naloxone produz os sintomas da abstinência Intravenosa – menor latência, Intramuscular – maior duração Doses pequenas (0,5 a 1ug /kg a cada 3 a 5 minutos) para evitar reversão abrupta e/ou volta dos efeitos opióides após extubação (opióides possuem maior duração) Reversão abrupta -> estimulação simpática (taquicardia, hipertensão e edema pulmonar) Flumazenil Antagonista benzodiazepínico Pecientes que fazem uso de benzodiazepínicos antes ou durante a cirurgia podem ter um despertar mais lento Reversão da sedação (amnesia pode permanecer), tratamento de overdose Administração intravenosa de 0,2mg por minuto até atingir a reversão desejada; após 2h repetir a dose para evitar re-sedação Recuperação Pós Anestésica Monitorização Oximetria Pressão arterial não invasiva Pressão arterial invasiva Diurese horária Eletrocardiografia contínua Complicações Hipotensão – hipovolemia, medicações, falsas medidas Hipertensão – doença, dor Hipóxia – medicamentos, atelectasias, dor Disritmias cardíacas Náuseas e vômitos Oligúria Distúrbios eletrolíticos Parada cardiorespiratória Alta SRPA Condições gerais (orientação, força muscular etc) PA e FC estáveis por 30 min Sistemas respiratório e renal funcionando normalmente Dor moderada Acesso Venoso Central Indicações Impossibilidade de punção de veia periférica Monitorização hemodinâmica Introdução de cateter ou marcapasso cardíaco Administração de soluções hipertônicas ou irritantes (nutrição parental total - NPT) Suporte para infusão rápida durante a ressuscitação Hemodiálise Contra-Indicações Coagulopatias Infecções ou lesões de pele Trombose conhecida no trajeto do vaso Politraumatizados Vantagens: maior vida útil, monitorização hemodinâmica invasiva, possibilidade de NPT, administração de drogas em lúmens distintos Desvantagens: maior risco devido à introdução às cegas e a permanência do catéter Complicações Punção arterial Pneumotórax Hemotórax Infecção Embolia gasosa Edema pulmonar de reexpansão Arritmias cardíacas Técnica de Seldinger Monitorização do paciente Trendlenburg Análise da anatomia da superfície Selecionar o locar aprorpiado para punção Assepsia e antissepsia Aposição do campo estéril Puncionar a veia mantendo pressão negativa sobre o êmbolo -> se atingir a luz, o sangue entra na seringa Desconecta-se a seringa (ocluindo o buraco com o dedo – embolia gasosa) Introduz-se o fio guia (distância até o manúbrio do esterno) com a agulha, retira-se a agulha Ampliar o orifício da punção Introduz-se o dilatador, dilatando-se do orifício a luz Retira-se o dilatador e insere o catéter (mesma ditância do fio guia) Retira-se o fio guia Principais Locais Veia subclávia Veia Jugular Interna Veia Femoral Aparelho de Anestesia Componentes Seção de fluxo contínuo Sistema respiratório Sistema Antipoluição Monitores -> avaliam funções fisiológicas (gases inpirados/expirados, pressões, volumes e capacidade respiratória; corrente, voltagem e amperagem da alimentação elétrica) Seção de Fluxo Contínuo Função: misturar gases ou vapores anestésicos Abastecimento de gases proveninente de uma central de gases com DISS (sistema de segunrança com diâmetro indexado) ou NIST (rosqueado não intercambiável) Cilindros acessórios -> segurança em caso de falha no abastecimento de gases da rede central Chicote de baixa pressão -> interligação entre as redes de gases e o aparelho Sistema de controle de fluxo Canalizações -> conjunto de tubos, conexões e vávulas reguladoras de pessão responsáveis pelo controle de fluxo um controle de fluxo específico para cada gás Fluxomêtro -> consiste de um vávula em agulha, outra de selamento e um tubo sinalizado e calibrado com um indicador (rotâmero), graduação em litros/minuto; presente em cada sistema de gás individual Oxigênio Direto -> fornece oxigênio puro com alto fluxo capaz de preencher rapidamente o sistema repiratório, o uso inapropriado deste despositivo pode causar barotrauma, já o uso excessivo pode levar a um comprometimento anestésico Sistema de segurança -> alarmes dividios em: alta, média e remota prioridade; o fluxo de gases deve ser interrompido ou cair proporcionalmente em caso de quedo do fluxo de oxigênio; deve produzir também um alarme sonoro que caso de queda igual ou menor a 50% do fluxo de oxigênio Vaporizadores-> destinados a promover a mudança de um estado líquido para vapor de um agente anestésico; fatores que afetam o desempenho: temperatura, níveis líquidos, composição do gás etc. Sistema Respiratório Função: direcionar gases anestésicos da máquina anestésica a via aérea do paciente a ser anestesiado Sistema cirular Mais comumente utilizado Simples e eficiente Vantagens: economia de anestésico, baixa poluição do ambiente, umidificação dos gases, concentração estável de anestésicos etc Componentes: Sistema Anti Poluição Antigamente principal risco: fogo e explosões -> abolido com anestésicos halogenados Possíveis efeitos de exposição constante a gases anestésicos: incidencia de abortos expontânes, redução da fertilidade, alterações cognitivas, aumento de doenças renais, hepática e hematopoiéticas etc Prioridades do sistema: coleta e remoção dos gases não utilizados pelo paciente através de ductos coletores ou por aspiração contínua eliminar vazamentos pelas máquinas anestésicas empregar ténicas anestésicas não poluentes e assegurar um sistema de ventilação nas salas de operação História da Anestesia 16 de outubro de 1846 – primeira intervenção cirúrgica com anestesia geral, paciente anestesiado com éter pelo dentista William Thomas Green Morton através de um aparelho inalador que ele mesmo idealizou Recursos usados para amenizar a dor durante o ato cirúrgico (antes da invenção da anestesia) – China usava acupuntura; extratos de plantas, hipnose e bebidas alcóolicas Gas hilariante - decoberto em 1773 por Joseph Priestley usado depois por Horace Wells para extração dentária (revelação do efeito anestésico) Éter- seu efeito inebriante ao ser inalado foi descoberto por Michael Faraday, físico inglês que trabalhava com a liquefação de gases; William Thomas Green Morton, considerado o inventor da anestesia após sua morte, comprovou a superioridade do éter em relação ao NO2 em extrações dentárias, Crawford Williamson Long passou a utilizá-lo em pequenos procedimentos após ser apresentado ao éter em festas, na primeira cirurgia estraiu dois tumores sem que o paciente sentisse nada, e demontrou o efeito em uma amputação dupla (uma feita sob o efeito do éter e outra sem), primeiro médico a utilizar da anestesia geral pelo éter Clorofórmio – utilizado pela primeira vez em 1847, no trabalho de parto,m pelo médico James simpsonCiclopropano – introduzido em 1930 Halotano – introduzido em 1956 Paralelamente à anestesia geral por inalação desenvolveram-se outros métodos como anestesia local, venosa, raquianestesia etc Oliver Wendel sugeriu o termo anestesia; Seifert criou o termo anestesiologia (1902) Anestesia geral no Brasil – a primeira anestesia geral pelo éter foi praticada no Hospital Militar do Rio de Janeiro pelo médico Roberto Jorge Haddock Lobo, em 25 de maio de 1847; A primeira anestesia geral com o clorofórmio foi empregada pelo Prof. Manuel Feliciano Pereira de Carvalho, na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, em 18 de fevereiro de 1848, a partir de então o uso do clorofórmio se generalizou, suplantando o éter, até que novos agentes anestésicos foram descobertos e introduzidos na prática médica.
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