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1 Thaís Pires Revisão Prova de Habilidades Bloco lll • Discussão 1 – Exame Físico do Abdome Estruturas importantes – Pele, tecido celular subcutâneo, processo xifoide, umbigo, ligamento inguinal e sínfise pubiana Divisão Topográfica – Divisão do abdome em regiões a fim de facilitar a descrição de sintomas – facilita a descrição pelo examinador no exame físico / LIMITES DA CAVIDADE ABDOMINAL - Limite superior → linha circular que passa pela junção xifoesternal e pela apófise espinhosa da 7ª vértebra dorsal – na parede torácica / Limite inferior → linha circular que passa pela apófise da 4ª vértebra lombar, cristas ilíacas, espinhas ilíacas anteriores e sínfise púbica / Divisão em 4 quadrantes: uma linha vertical e horizontal que se cruzam perpendicularmente na cicatriz umbilical, delimitando os quadrantes SUP ESQ, SUP DIR, INF ESQ, INF DIR / essa divisão permite, ainda, denominações como: ANDAR SUPERIOR E INFERIOR DO ABDOME, HEMIABDOME ESQ E DIR Divisão em 9 quadrantes: 2 linhas horizontais, a linha BI-COSTAL que une os pontos dos rebordos costais representados pelo cruzamento das linhas hemiclaviculares, e a linha BI- ILÍACA que une as espinhas ilíacas anterossuperiores / 2 linhas curvas, as LINHAS COSTAIS, que acompanham as rebordas costais, partindo da base do apêndice xifoide até a linha axilar média / 2 linhas ligeiramente oblíquas que ligam o ponto de cruzamento das hemiclavicular com o rebordo e o tubérculo da púbis → as regiões delimitadas são: HIPOCÔNDRIO ESQ, EPIGÁSTRIO, HIPOCÔNDRIO DIR, FLANCO ESQ, MESOGÁSTRIO, FLANCO DIR, FOSSA ILÍACA ESQ, HIPOGÁSTRIO, FOSSA ILÍACA DIR QSE: estômago, baço, flexura esplênica, rim esquerdo QSD: fígado, flexura hepática, rim direito, vesícula biliar, duodeno QIE: colo sigmoide, intestino delgado, colo descendente QID: íleo, ceco, apêndice vermiforme, colo ascendente Anatomia da parede abdominal: pele → tecido celular subcutâneo → aponeurose → músculos → fáscia transversal → tecido extraperitoneal → peritônio EXAME FÍSICO DO ABDOME (EFA) – Inspeção → Ausculta → Percussão → Palpação ➔ Inspeção Abdominal – necessário uma boa iluminação + desnudamento da área corporal / deve-se investigar na inspeção formas e volume do abdome, cicatriz umbilical, veias superficiais, cicatrizes da parede abdominal e movimentações, além da inspeção da pele (manchas, coloração, estrias....) 2 Thaís Pires 1) Forma e volume do abdome Variam de acordo com a idade, sexo, estado de nutrição do pct – podem ser normal, globoso, ventre de batráquio, pendular ou ptótico, avental e escavado - Normal: compreende grandes variações de acordo com cada indivíduo - Globoso ou Protuberante: possui o diâmetro AP > LL / Observado na gravidez avançada, ascite - Ventre de Batráquio: possui diâmetro LL > AP / Ascite em fase de regressão - Pendular ou Ptótico: pct em pé, as vísceras causam uma pressão na parte inferior do abdome, produzindo uma protusão nesse local / Comum em períodos de flacidez puerperal - Avental: quando em pé, a parede abdominal pende como um avental sobre as coxas do pct / encontrado em pcts com obesidade elevada, com acúmulo de tecido adiposo - Escavado: parede abdominal retraída / comum em pessoas muito emagrecidas 2) Cicatriz Umbilical Geralmente apresenta forma plana ou levemente retraída / Caso haja uma protusão, pode ser indicativo ou de hérnia umbilical ou de acúmulo de líquido nessa região 3) Abaulamentos ou Retrações localizadas Em condições normais, é comum uma proeminência na região média e inferior / Abaulamentos ou retrações em regiões específicas do abdome o tornam assimétrico, indicando anormalidade / Principais causas de assimetria: hepatomegalia, esplenomegalia, útero gravídico, tumores / Para a identificação dessas anormalidades, é fundamental o entendimento da PROJEÇÃO NORMAL DAS VÍSCERAS 4) Veias Superficiais Geralmente, o padrão venoso da parede abdominal é POUCO PERCEPTÍVEL – quando estão perceptíveis, podem indicar circulação colateral 5) Cicatrizes da parede abdominal Existem cicatrizes características de cirurgias no abdome Flanco Direito: Colecistectomia Flanco Esquerdo: Colectomia Fossa Ilíaca Direita: Apendicectomia, herniorrafia Fossa Ilíaca Esquerda: Herniorrafia Hipogástrio: Histerrectomia Linha Média: Laparotomia Região Lombar: Nefrectomia Linha Vertebral: Laminectomia 3 Thaís Pires 6) Movimentação Abdominal Os movimentos abdominais possíveis de serem encontrados são: MOV. RESPIRATÓRIOS, PULSAÇÕES e MOV PERISTÁLTICOS VISÍVEIS i) Movimentos Respiratórios: possuem diferenças quanto ao sexo, sendo a respiração masculina predominantemente TORACOABDOMINAL, enquanto que a feminina é TORÁCICA / Afecções abdominais podem abolir em processos de rigidez, justificando a importância da avaliação desse item no EFA ii) Pulsações: mais visíveis e palpáveis em abdomes de indivíduos magros, representando, geralmente, a pulsação da aorta abdominal / Afecções, como hipertrofia do VD, podem ocasionar pulsações na região epigástrica iii) Movimentos Peristálticos Visíveis/ Ondas Peristálticas: Importante diferenciar PERISTALTISMO NORMAL E ANORMAL, sendo o primeiro melhor visualizado em indivíduos magros, já o segundo é característico de obstruções intestinais. As ondas peristálticas podem ser AUMENTADAS com manobras provocativas! ➔ Ausculta Abdominal Fornece informações importantes quanto a movimentação de gases e líquidos no trato intestinal, fornecendo informações, por exemplo, quanto a uma oclusão intestinal → A ausculta abdominal deve ser feita ANTES DA PALPAÇÃO E PERCUSSÃO, uma vez que estas podem estimular o peristaltismo!!! Procura-se por ruídos hidroaéreos de localização VARIÁVEL e de aparecimento IMPREVISÍVEL decorrentes da movimentação dos líquidos e gases do TGI – em caso de obstrução intestinal, eles podem tornar-se mais INTENSOS em função do aumento do peristaltismo, sendo denominados BORBORIGMOS → geralmente, são ouvidos até 8 RUÍDOS a cada 15 SEGUNDOS Na ausculta abdominal, além dos ruídos hidroaéreos, podem ser ouvidos os sopros sistólicos ou sistodiastólicos indicativos de estreitamento da luz de um vaso! A ausculta deve ser feita nos 4 quadrantes, em sentido horário, ouvindo-os por 8 segundos ➔ Percussão Abdominal Inicialmente, a posição fundamental do pct é a de DECÚBITO DORSAL¸ podendo variar nos casos de busca por ascite – Tem como objetivo a DELIMITAÇÃO HEPÁTICA, PESQUISA DE ASCITE e a AVALIAÇÃO DA SONORIDADE DO ABDOME!!! Dentre os sons obtidos no abdome, tem-se: TIMPANISMO, HIPERTIMPANISMO, SUBMACICEZ, MACICEZ / O som TIMPÂNICO é resultado de ar dentro de um órgão oco, estando presente em quase todo o abdome, mas possuindo maior nitidez no ESPAÇO DE TRAUBE!! – as variações quanto ao timbre do som timpânico são decorrentes da quantidade de ar presente na víscera, sendo em casos patológicos, denominado HIPERTIMPANISMO / A menor quantidade de ar ou superposição de uma víscera maciça sobre uma alça intestinal origina o som SUBMACIÇO / A ausência de ar em uma víscera ou a presença de ascite origina um som MACIÇO 1) Delimitação do Fígado É obtida pela percussão do hemitórax direito ao nível da linha hemiclavicular desde a clavícula até o 4º-5º EI, desviando para a lateral (fugir das cartilagens costais) → os sons obtidos são: claro pulmonar, inicialmente, e, ao nível do 5º ou 6º EI percebe-se SUBMACICEZ, delimitando 4 Thaís Pires a BORDA SUPERIOR DO FÍGADO / A continuação da percussão para dentro, baixo ou fora percebe-se som MACIÇO 2) Pesquisa de Ascite A percussão é o melhormétodo para a pesquisa de ascite, variando, obviamente, de acordo com a quantidade de líquido (ascite de grande, médio e pequeno volume) Grande Volume – x > 1500 mL – aspecto globoso do abdome, aumento da resistência abdominal e cicatriz abdominal torna-se plana ou protusa – PERCUSSÃO POR PIPAROTE → o paciente em DECÚBITO DORSAL, ou ele ou um auxiliar coloca a borda cubital da mão sobre a LINHA MEDIANA do abdome, exercendo uma ligeira pressão – o examinador coloca-se do lado direito do pct e repousa a mão sobre o FLANCO OPOSTO, então golpeia-se com o indicador a FACE LATERAL DO HEMIABDOME DIREITO → caso haja líquido suficiente, a mão esquerda captará as ondas líquidas Médio Volume – com sinal de piparote negativo, utiliza-se a técnica de PESQUISA DE MACICEZ MÓVEL → inicialmente, percute-se o abdome em decúbito dorsal (macicez nos flancos e timpanismo na pare média) – já em decúbito lateral DIR, percute-se novamente e, em caso de ascite, encontra-se timpanismo no flanco esquerdo e macicez no direito, sendo o resultado oposto no decúbito lateral ESQ !!! Pequeno Volume – x < 500 mL – mais difícil a localização e utiliza-se o pct EM PÉ para fazer o piparote 3) Avaliação da Sonoridade do Abdome Em decúbito DORSAL, diferencia-se os sons timpânico e maciço pela COMPARAÇÃO DE ÁREAS HOMÓLOGAS ➔ Palpação Abdominal Em decúbito DORSAL, utiliza-se a técnica da palpação com a mão espalmada – Tem como objetivo: AVALIAR O ESTADO DA PAREDE ABDOMINAL, DA SENSIBILIDADE ABDOMINAL E RECONHECER CONDIÇÕES ANATÔMICAS DAS VISCERAS – a palpação deve ser sistemática, seguido a ordem: SUPERFICIAL, PROFUNDA, FÍGADO, BAÇO Atenção: caso haja uma região dolorosa, deixa-la por ÚLTIMO!!! 1) Palpação Superficial Avaliação da SESNIBILIDADE, RESISTÊNCIA DA PAREDE, CONTINUIDADE, PULSAÇÕES E REFLEXO CUTÃNEO-ABDOMINAL i) Sensibilidade – palpar de leve o abdome ou roçar algum objeto pontiagudo na procura por PONTOS DOLOROSOS: gástrico (xifoidiano e epigástrico), cístico (sinal de Murphy), apendicular (Ponto de McBurney e Sinal de Blumberg), esplênico e ureterais ii) Resistência – a resistência é, geralmente, de um músculo contraído, sendo importante, em casos de contração, diferenciar a voluntária da involuntária! iii) Continuidade – Ao encontrar áreas de menor resistência, palpar com as polpas e, posteriormente, pedir por contrações para avaliar DIÁSTASE ou HÉRNIAS iv) Pulsações – podem ser visíveis ou palpáveis 2) Palpação Profunda 5 Thaís Pires Investiga-se órgãos, massas palpáveis ou tumorações – em caso de identificação de massas, avalia-se localização, forma e volume, sensibilidade, consistência e mobilidade Palpação do Fígado – inicialmente, em decúbito DORSAL, observa-se a inspiração e a expiração do pct, coloca-se a mão esquerda na loja renal direita e, NA INSPIRAÇÃO, comprime-se a região do flanco direito e hipocôndrio direito Palpação do Baço – no QSE, o pct em DLE, manobra de Schuster, com a perna direita estendida e a esquerda fletida e o ombro esquerdo elevado • Discussão 2 – Radiologia Abdome RAIO X de Abdome – exame RÁPIDO, de BAIXO CUSTO, com BAIXA RADIAÇÃO Indicações – dor abdominal, vômitos, constipação, diarreia, massa abdominal palpável, visceromegalia, pesquisa de corpo estranho, localização de material cirúrgico O que procurar no RX de abdome – calcificações, analisar o arcabouço ósseo (costelas, coluna), distribuição e gases / A SUPERPOSIÇÃO de estuturas é um fator LIMITANTE DITRIBUIÇÃO GASOSA – Estômago: SEMPRE; Alças do Delgado: 2 ou 3 COM GÁS; Retossigmoide: SEMPRE / Obs: Buscar por gás EXTRALUMIAL Análise do IG no RX: formato de moldura – é mais PERIFÉRICO – suas haustrações não vão de parede a parede Análise do ID no RX: é mais CENTRALIZADO – suas pregas vão de parede a parede 6 Thaís Pires DISTRIBUIÇÃO DE LÍQUIDOS - Estômago: SEMPRE; Alças do Delgado: 2 ou 3 COM LÍQUIDO; IG: NORMALMENTE SEM 7 Thaís Pires 1- Costelas; 2- Colo Transverso; 3-Psoas Maior; 4- Colo Ascendente; 5- Colo Descendente; 6- Bexiga 8 Thaís Pires • Discussão 3 – Técnicas de Administração de Medicamentos As vias de administração dividem-se em dois grandes grupos vias: ENTERAL e PARENTERAL 1) Enteral – oral e sonda nasogástrica – passam pelo TGI, sofrendo o metabolismo de primeira passagem antes de serem absorvidos, portanto sua biodisponibilidade não é de 100% a) Oral – via de primeira escolha, é mais econômica e mais fácil de ser administrada X pode possuir gosto ruim, algumas pessoas podem ter dificuldade na deglutição – A absorção é, em sua maioria, no intestino DELGADO, tendo fatores como a motilidade gastrintestinal, propriedades do fármaco, e irrigação – Alguns fármacos possuem revestimento específico para a sua função, permitindo a sua dissolução somente no pH básico b) Sublingual – possui rápida absorção a partir dos capilares sublinguais – é de reposta rápida – útil em situações onde é necessária uma rápida resposta ou quando o fármaco é instável em pH ácido c) Inalatória – utilizada para anestésicos voláteis ou para fármacos com ação direta no sistema respiratório – possui grande superfície de contato, possuindo grande rapidez de ação d) Retal – utilizada em pcts com vômito constante, ou que estão incapacitados de deglutir (estado de coma) – 50/50 sofre metabolismo de primeira passagem – absorção pelo plexo hemorroidário 2) Parenteral – os fármacos não passam pelo TGI e, portanto, não sofrem metabolismo de primeira passagem – possuem biodisponibilidade de 100% pois são injetados diretamente na corrente sanguínea – dividem-se em SUBCUTÂNEA, INTRAMUSCULAR, INTRAVENOSA, INTRATECAL, INTRAPERITONEAL E RAQUI a) Intradérmica – utilizada para testes alérgicos ou testes diagnósticos (tuberculínico) – utilizada para a vacina BCG - indicam quantidades pequenas, geralmente 0,5ml ou menos - Por haver baixa absorção sistêmica dos agentes injetada via intradérmica, este tipo de injeção é usado principalmente para produzir um efeito local - A face ventral do antebraço é o local mais comumente utilizado por ser facilmente acessível e ausente de pelos b) Transdérmica - via de utilização de adesivos com ação de liberação lenta c) Intravenosa – quando o fármaco é administrado dentro da veia – possui ação rápida e eficaz – necessita de pessoal especializado e possui perigo de infecção d) Subcutânea - injeção de medicação nos tecidos adiposos, abaixo da pele - Neste local o fármaco se move mais rapidamente para a corrente sanguínea do que por via oral - A injeção subcutânea permite uma administração medicamentosa mais lenta e gradual que a injeção intramuscular, ela também provoca um mínimo traumatismo tecidual e comporta um pequeno risco de atingir vasos sanguíneos de grande calibre e nervos - Absorvida principalmente através dos capilares, as medicações recomendadas para injeção subcutânea incluem soluções aquosas e suspensões não irritantes contidas em 0,5 a 2,0 ml de líquido e) Tópica – fármacos utilizados superficialmente em regiões de mucosa, pele ... – mucosas = olho, nariz, ouvido, vagina, uretra Materiais utilizados em intradérmica e subcutânea → Bandeja de inox, luvas de procedimento, medicação a ser administrada, seringa (é preferível que seja identificada com o nome do paciente, nome da medicação, leito e horário), agulha 9 Thaís Pires encapada e de tamanho e espessura previamente adequados, almotolia de álcool a 70%, bola de algodão, biombo e fita adesiva (ex: esparadrapos). 5 Regras da Administração: Paciente certo, medicamento certo, hora certa, dose certa, via de administração certa!! + Conferir DocumentosAngulação das Agulhas - Cada tipo de injeção tem uma angulação própria para facilitar o alcance da agulha a camada de tecido desejada e para reduzir a dor Locais de Aplicação de medicamentos injetáveis – Intradérmica, subcutânea, intramuscular e intravenosa 1) Intradérmica – entre derme e tecido adiposo – face interna do antebraço, região escapular, porção inferior do deltoide – Volume: 0,1 a 0,5 mL – Agulha com ângulo de 15° até que o bisel desapareça – Tipo de agulha: 10 x 5 ou 13 x 4,5 2) Subcutânea – no tecido adiposo – parede abdominal (HD ou HE), face anterior e externa da coxa, face anterior e externa do braço, região glútea e dorsal – Volume: 0,5 a 1 mL – angulação de 45° - Tipo de agulha: 13 x 4,5 ou 25 x 6 3) Intramuscular: os locais variam de acordo com a quantidade, características do medicamento... a. Ventroglútea – músculos glúteo médio e mínimo – livre de nervos e estruturas importantes – ângulo da agulha 90° - o calibre da agulha varia de acordo com a massa muscular 30 x 7 ou 25 x 6 b. Face antero-lateral da coxa – músculo vasto lateral no terço médio – c. Dorsoglútea – no glúteo máximo – ângulo de 90°- 30 x 7 ou 25 x 6 d. Deltóide – músculo deltoide – ângulo de 90° - 30 x 7 ou 25 x 6 Agulhas – Tamanhos e tipos – As agulhas são compostas de 3 partes: o canhão/base, região que se encaixa na ponta da seringa; a haste, região que se conecta ao canhão; e o bisel, ponta da agulha 10 Thaís Pires Quanto ao COMPRIMENTO da agulha, ele varia de acordo com o tamanho e peso do paciente, além do tipo de tecido no qual a medicação será aplicada – a medida que o CALIBRE da agulha diminui, o diâmetro aumenta Administração IM – Passo a Passo Descrição da Técnica: - Lavar as mãos. - Realizar o preparo da medicação no Posto de Enfermagem. - Reunir o material e levar ao leito do paciente. - Orientar o paciente e/ou o acompanhante sobre o procedimento a ser feito. 11 Thaís Pires - Preparar o ambiente solicitando a saída de acompanhantes e/ou posicionando o biombo de maneira que favoreça privacidade ao paciente, dependendo da área escolhida para a aplicação. - Selecionar a área para a aplicação, preferencialmente a região glútea por ser um músculo de maiores proporções. O Músculo deltóide deverá ser escolhido no caso de rodízio, ou de pequenos volumes. Evitar o Músculo vasto lateral (aplicações costumam são mais dolorosas) a não ser que seja necessário em caso de falta de opção em rodízio de locais. - Posicionar paciente de maneira confortável e de fácil visualização da área de injeção. - Limpar a área com algodão embebido em álcool a 70% com movimento único unidirecional de cima para baixo. - Retirar a tampa da agulha. - Colocar o dedo indicador da mão não-dominante de um lado do local escolhido e o dedo polegar do outro lado formando um V. - Afastar os dedos, tensionando a pele. - Rapidamente, inserir a agulha em ângulo de 90º com a mão dominante. - Com os dedos que tensionam a pele, soltar a pele e segurar o corpo da seringa. - Puxar o êmbolo para trás, com a mão dominante, e observar retorno sangüíneo (caso ocorra, retirar a agulha, pois um vaso foi atingido). Reiniciar o procedimento neste caso, orientando o cliente sobre o motivo da nova punção. - Se não for observado retorno sangüíneo, empurrar o êmbolo suavemente enquanto se comunica com o cliente, para diminuir sua ansiedade. - Remover a agulha em movimento rápido e seguro em ângulo de 90º. - Aplicar pressão firme no local com algodão embebido em álcool a 70%. - Colocar a seringa na bandeja, sem encapar a agulha. - Fazer o curativo no local de punção. - Recompor o paciente e a unidade. - Descartar o material em caixa de perfuro cortante. - Lavar as mãos. - Anotar o procedimento em impresso próprio, no prontuário do paciente. Obs: dependendo da região na qual será administrada a medicação, existe um volume máximo: Região deltóidea: 2 ml; Região dorsoglutea: 4 ml; Região ventroglutea: 4 ml;Região anterolateral da coxa: 3 ml. Vantagens e Desvantagens da IM Principais vantagens: possui efeito rápido e é relativamente segura, tem via de depósito ou efeitos sustentados, é de fácil aplicação por profissional capacitado, é uma via apropriada para quando há necessidade de administração de volumes médios de medicamentos. Principais desvantagens: é relativamente dolorosa, pode ocasionar irritação por diferença de pH, não suporta grandes volumes de medicamentos, e sua absorção está relacionada ao tipo 12 Thaís Pires de substancia administrada, ex: substâncias sólidas diluídas em solução aquosa possuem absorção rápida, enquanto que as diluídas em solução oleosa possuem absorção lenta. • Discussão 4 – Ciclo Vital Ciclo Vital – Conceito sobre o desenvolvimento humano como um processo que dura a vida toda e que pode ser estudado cientificamente, tendo como objetivo descrever (por ex., quando a criança dirá sua primeira palavra), explicar (por ex., como as crianças adquirem a linguagem e algumas começam antes que outras), prever (por ex., problemas futuros, como dificuldade na fala) e intervir (por ex., fornecendo fonoaudióloga para a criança) nas fases da vida Teorias sobre o desenvolvimento – inicialmente, levanta-se a questão se o indivíduo é ATIVO ou REATIVO no seu desenvolvimento → John Locke acreditava que os indivíduos eram TÁBULAS RASAS que a sociedade iria se inscrever, portanto um desenvolvimento REATIVO (MODELO MECANICISTAS); já Jean Jacques Rousseau acreditava que as crianças nasciam como BONS SELVAGENS, sendo ATIVAS no seu desenvolvimento (MODELO ORGANICISTA) 1) Teoria Psicanalítica – Sigmund Freud Concentra-se nas emoções e nos impulsos inconscientes (forças inconscientes MOLDAM o desenvolvimento humano) i) Desenvolvimento Psicossexual – Sigmund Freud – divide a personalidade em 3 componentes: o ID, que controla os RN (princípio do PRAZER – satisfação imediata); o EGO, é desenvolvido a partir do 1 ano de vida (princípio da REALIDADE – representa a razão); o SUPEREGO, é desenvolvido a partir do 5 ano de vida, inclui a consciência e inclui valores de DEVER e PROIBIÇÃO socialmente aprovados / o EGO intermedia os IMPULSOS DO ID e as DEMANDAS DO SUPEREGO / ID → EGO → SUPEREGO A personalidade forma-se através dos conflitos inconscientes da infância entre os IMPULSOS DO ID e as EXIGÊNCIAS DA SOCIEDADE – esses conflitos ocorrem nas 5 FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL, em que o prazer se desloca pelas zonas corporais - FASE ORAL – do nascimento aos 12-18 meses – prazer ligado à boca – a alimentação é a principal fonte de prazer - FASE ANAL – dos 12-18 meses aos 3 anos – prazer ligado ao ânus – a criança obtém prazer retendo e expelindo as fezes - FASE FÁLICA – dos 3 anos aos 6 anos – prazer ligado ao genital – criança se apega ao genitor do sexo oposto e, posteriormente, identifica-se com o do mesmo sexo – desenvolvimento do superego – complexo de ÉDIPO e ELECTRA - FASE LATÊNCIA – dos 6 anos à puberdade – tranquilidade emocional e exploração intelectual e social – - FASE GENITAL – da puberdade à idade adulta – ressurgimento dos impulsos sexuais da FASE FÁLICA Os 3 PRIMEIROS ESTÁGIOS são cruciais para o desenvolvimento da personalidade – crianças que recebem ou muita ou pouca gratificação podem correr o risco de 13 Thaís Pires desenvolver FIXAÇÃO → por exemplo, não satisfação na fase oral pode refletir em hábito de roer as unhas, fumar; já na fase anal, caso haja um treinamento higiênico muito rígido, pode refletirpor obsessão por limpeza, rigidez quanto a horários e rotinas... ii) Desenvolvimento Psicossocial – Erik Erikson – modificou a teoria freudiana, enfatizando a influência da sociedade no desenvolvimento da personalidade – foi um dos primeiros a assumir a perspectiva de CICLO DE VIDA, defendendo que o desenvolvimento do ego SE ESTENDE POR TODA A VIDA!! – divide o desenvolvimento em 8 ESTÁGIOS, sendo cada um deles representado por uma CRISE NA PERSONALIDADE – esses estágios possuem, cada um, uma característica POSITIVA e uma TENDÊNCIA NEGATIVA correspondente, sendo a positiva DOMINANTE!!! - CONFIANÇA BÁSICA VS DESCONFIANÇA – do nascimento até os 12-18 meses – o bebê desenvolve o senso de perceber se o mundo é um lugar bom e seguro → Virtude: Esperança - AUTONOMIA VS VERGONHA – 12-18 meses até 3 anos – desenvolve um equilíbrio de independência em relação à vergonha e a dúvida → Virtude: Vontade - INICIATIVA VS CULPA – dos 3 anos até 6 anos – desenvolve a iniciativa quando experimenta novas atividades e não é dominada pela culpa → Virtude: Propósito - PRODUTIVIDADE VS INFERIORIDADE – dos 6 anos à puberdade – deve aprender as habilidades de sua cultura ou enfrentar sentimentos de incompetência → Virtude: Habilidade - IDENTIDADE VS CONFUSÃO DE IDENTIDADE – da puberdade ao adulto jovem – busca pela determinação do seu “senso de eu” ou experimentar uma confusão de papeis → Virtude: Fidelidade - INTIMIDADE VS ISOLAMENTO – adulto jovem – pessoa procura estabelecer compromissos com os outros → Virtude: Amor - GENERATIVIDADE VS ESTAGNAÇÃO – vida adulta intermediária – preocupação em estabelecer a próxima geração → Virtude: Cuidado - INTEGRIDADE VS DESESPERO – vida adulta tardia – aceitação da própria vida, favorecendo a aceitação da morte OU se desespera com ela → Virtude: Sabedoria 2) Perspectiva da Aprendizagem Sustenta que o desenvolvimento resulta da aprendizagem, uma mudança duradoura no comportamento baseada na EXPERIÊNCIA ou ADAPTAÇÃO AO MEIO i) Behaviorismo – os behavioristas consideram a influência do meio como um grande fator (teoria mecanicista – ser reativo) CONDICIONAMENTO CLÁSSICO – Ivan Pavlov – uma resposta a um estímulo é evocada após repetidas associações a um estímulo que normalmente induz a resposta – experimento com os cães CONDICIONAMENTO OPERANTE – B. F. Skinner – um organismo tenderá a repetir uma resposta que foi reforçada por consequências desejáveis e a suprimir uma resposta que foi punida 3) Perspectiva Cognitiva 14 Thaís Pires Concentra-se nos processos de pensamento e no comportamento que reflete esses processos (tanto mecanicista quando organicista) i) Desenvolvimento Cognitivo – Piaget – propôs que o desenvolvimento cognitivo começa com uma capacidade inata de se adaptar ao meio ambiente – para aprender, é necessário: ORGANIZAÇÃO, a tendência a criar categorias; ADAPTAÇÃO, forma de lidar com informações novas (assimilação + acomodação); EQUILIBRAÇÃO, equilíbrio entre acomodação e assimilação Principais desenvolvimentos típicos em oito períodos: 1 – Pré-Natal – da concepção ao nascimento – influência GENÉTICA E AMBIENTAL – feto responde à voz da mãe 2 – Primeira Infância – do nascimento aos 3 anos – aumenta a complexidade do cérebro – crescimento físico + desenvolvimento de habilidades motoras – compreensão da linguagem – formação de vínculos com os pais e outras pessoas – transição dependência→ autonomia 3 – Segunda Infância – dos 3 aos 6 anos – preferência na utilização de uma das mãos – inteligência visível – desenvolve a identidade de gênero 4 – Terceira Infância – dos 6 aos 11 anos – crescimento mais lento – ganhos cognitivos – colegas assumem importância fundamental – PODA NEURONAL 5 – Adolescência – dos 11 aos 20 anos – crescimento físico rápido – maturidade reprodutiva – pensamento abstrato – busca pela identidade sexual – influência dos amigos 6 – Início da Vida Adulta – dos 20 aos 40 anos – auge da condição física – pensamentos mais complexos – feitas as escolhas educacionais – traços de personalidade estáveis 7 – Vida Adulta Intermediária – 65 em diante – declínio da saúde – deterioramento da inteligência e memória – busca do significado da vida 8 – Velhice - Fatores de Influência no Desenvolvimento : - Hereditariedade: características inatas do indivíduo - Ambientais: a aprendizagem relacionada à experiencia → família, contexto socioeconômico, raça/etnia 1) Família - grupo de indivíduos ligados por laços emotivos profundos, por sentimentos de pertencer a esse grupo, os quais se identificam como sendo “membros da família”. A família é formada por pessoas que interagem por variados motivos, tais como afetividade e reprodução, dentro de um processo histórico de vida, mesmo não habitando o mesmo espaço físico. – Pode ser dividida em NUCLEAR e EXTENSA → a primeira compreende pai e mãe ou apenas um deles, já a segunda inclui avós, tios, primos... Normalidade X Saúde Mental - Na perspectiva da psicanálise, a normalidade e a saúde estão ligadas à possibilidade de realizar atividades da vida cotidiana, com certo grau de autonomia e de eficiência Adolescência – uma transição no desenvolvimento que envolve mudanças físicas, cognitivas, emocionais e sociais, variando de acordo com o contexto o qual está inserida → uma mudanças FÍSICA importante é a PUBERDADE, processo o qual leva a maturidade sexual, seus primeiros sinais são tecido mamário e pelos púbicos nas meninas, e o aumento dos testículos 15 Thaís Pires nos meninos– a puberdade geralmente inicia aos - após a puberdade, há a espermarca (13 anos) e a menarca (10-16 anos), eventos que marcam a MATURIDADE SEXUAL - nesse período, há o ESTIRÃO DO CRESCIMENTO, um aumento rápido na altura, peso, musculatura e ossatura → ocorre, nas meninas, entre 9 e 14 anos, e nos meninos entre 10 e 16 anos Vida Adulta - Utilizando definições sociológicas, as pessoas podem ser consideradas adultas quando são responsáveis por si mesmas ou escolheram uma carreira, casaram-se ou estabelecem um relacionamento afetivo significativo ou iniciaram uma família – alguns psicólogos definem que a entrada na vida adulta não é marcada por critérios externo, mas por indicadores INTERNOS como o sentimento de autonomia, autocontrole e responsabilidade pessoal – esse período é influenciado pelo estilo de vida – Morte – é precedida pelo DECLÍNIO TERMINAL, que representa um declínio nas capacidades cognitivas pouco antes da morte / estágios em relação à morte: NEGAÇÃO, RAIVA, BARGANHA, DEPRESSÃO e ACEITAÇÃO A perda de um ente querido afeta praticamente todos os aspectos da vida de quem permanece vivo e era ligado a ele – há uma mudança de status e de papel – a perda é iniciada com o estágio do LUTO → composto por estágios que levam a aceitação da realidade da perda - (1) Choque e descrença, Imediatamente após a morte, aqueles que estavam mais ligados ao falecido sentem-se perdidos e confusos; (2) Preocupação com a memória da pessoa falecida, tentativa de resolver a morte, mas sem aceita-la; (3) Resolução, estágio final com a renovação do interesse pelas atividades cotidianas – a lembrança do falecido traz sentimentos de afeto misturados com tristeza / Nem sempre o luto segue essa sequência / Há a persistência do luto por MAIS DE 12 MESES (adultos) ou MAIS DE 6 MESES (crianças), caracterizando o estágio de LUTO PATOLÓGICO!!!
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