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ART. 7 CF88

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Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
“Ao trabalhador rural não se aplicam, por analogia, os benefícios previstos na Lei 6.367, de 19101976.” (Súmula 612.)
“Músico integrante de orquestra da empresa, com atuação permanente e vínculo de subordinação, está sujeito a legislação geral do trabalho, e não à especial dos artistas.” (Súmula 312.)
“Ainda que exerça atividade rural, o empregado de empresa industrial ou comercial é classificado de acordo com a categoria do empregador.” (Súmula 196.)
“(...) devese mencionar que o rol de garantias do art. 7º da Constituição não exaure a proteção aos direitos sociais.” (ADI 639, voto do Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 262005, Plenário, DJ de 21102005.)
“A propósito das questões mais genéricas, suscitadas na inicial, penso que não devem merecer acolhida pelo menos nesta sede de juízo provisório, a saber: (...) quanto à proibição do chamado retrocesso social, dada a delicadeza da tese, que implicaria, na prática, a constitucionalização, e até a petrificação, das condições de expectativa de aquisição dos benefícios previdenciários, impedindo a sua revisão por lei ordinária, elaborada nos limites da Constituição.” (ADI 1.664MC, voto do Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 13111997, Plenário, DJ de 19121997.)
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
“No cálculo da indenização por despedida injusta, incluise, quando devido, o repouso semanal remunerado.” (Súmula 462.)
“No cálculo da indenização por despedida injusta, incluemse os adicionais, ou gratificações, que, pela habitualidade, se tenham incorporado ao salário.” (Súmula 459.)
“Não é absoluto o valor probatório das anotações da carteira profissional.” (Súmula 225.)
“Ao determinar o pagamento de indenização adicional equivalente a cinquenta por cento da última remuneração recebida pelo trabalhador, na ocorrência de dispensa sem justa causa durante o período de vigência da Unidade Real de Valor (URV), o art. 31 da Lei 8.880/1994 veicula preocupação legítima e necessária do Estado com a preservação do nível de emprego, existente apenas durante o período de transição monetária (implantação do denominado Plano Real). O diploma normativo, no qual consta o dispositivo questionado, configurou medida legislativa emergencial do Estado em busca do atendimento de interesse social maior, geral e abstrato, para evitar resultados mais desastrosos ou mesmo o completo descontrole da ordem econômica pela administração pública. Norma de ajustamento do sistema monetário, inserida num contexto macroeconômico de combate à inflação, sem conotação com a proteção da relação de emprego exigida pelo inciso I do art. 7º da CR, a qual configura situação de permanência. Matéria de competência legislativa privativa da União que não está reservada à lei complementar (art. 22, VI, da CR).” (RE 264.434, Rel. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 17112010, Plenário, DJE de 1252011.)
“Com efeito, nos termos do art. 22, I, da CF, compete privativamente à União legislar sobre direito do trabalho, não estando ela obrigada a utilizarse de lei complementar para disciplinar a matéria, que somente é exigida, nos termos do art. 7º, I, da mesma Carta, para regrar a dispensa imotivada. Esse tema, porém, definitivamente, não constitui objeto da Lei 11.101/2005. Não é difícil constatar, a meu ver, que o escopo do referido diploma normativo restringese a estabelecer normas para a recuperação judicial e a falência das empresas, além de proteger os direitos de seus credores. Mesmo que se considere que a eventual recuperação ou falência da certa empresa ou, ainda, a venda de seus ativos acarrete, como resultado indireto, a extinção de contratos de trabalho, tal efeito subsidiário nada tem a ver com a ‘despedida arbitrária ou sem justa causa’, que decorre sempre de ato volitivo e unilateral do empregador. É bem de ver que os contratos de trabalho não se rompem necessariamente nessas hipóteses, nem mesmo na circunstância extrema da falência, verificandose, inclusive, que o art. 117 da lei em comento prevê que os contratos bilaterais, dos quais a relação de emprego constitui exemplo, não se resolvem de forma automática, visto que podem ser cumpridos pelo administrador judicial em proveito da massa falida. O rompimento do vínculo empregatício, naquelas hipóteses, resulta da situação excepcional pela qual passa a empresa, ou seja, por razões de força maior, cujas consequências jurídicas são, de há muito, reguladas por norma ordinária, a exemplo do art. 1.058 do antigo CC, e do art. 393 do novo Codex, bem assim dos arts. 501 a 504 da CLT. Convém registrar que, a rigor, um dos principais objetivos da Lei 11.101/2005 consiste justamente em preservar o maior número possível de empregos nas adversidades enfrentadas pelas empresas, evitando ao máximo as dispensas imotivadas, de cujos efeitos os trabalhadores estarão protegidos, nos termos do art. 10, II, do ADCT, de aplicabilidade imediata, segundo entende esta corte, enquanto não sobrevier lei complementar disciplinadora. Não prospera, assim, o argumento de que os dispositivos impugnados regulam ‘ato jurídico que gera a extinção automática do contrato de trabalho’ (...), mesmo porque, como nota Jorge Luiz Souto Maior, a dispensa coletiva de empregados não figura, no art. 50 da Lei 11.101/2005, como um dos meios de recuperação judicial da empresa.” (ADI 3.934, voto do Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2752009, Plenário, DJE de 6112009.)
••“Orientação Jurisprudencial 177 do TST. Conteúdo constitucional. Violação ao art. 7º, I, da CR. Agravo regimental não provido. Viola a garantia constitucional contra a despedida arbitrária a decisão que utiliza como fundamento os termos da Orientação Jurisprudencial 177 do TST.” (AI 475.672AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 1892007, Segunda Turma, DJ de 11102007.)
••“Ação direta de inconstitucionalidade. Art. 3º da MP 1.59614/1997, convertida na Lei 9.528/1997, que adicionou ao art. 453 da CLT um segundo parágrafo para extinguir o vínculo empregatício quando da concessão da aposentadoria espontânea. Procedência da ação. (...) Os valores sociais do trabalho constituem: a) fundamento da República Federativa do Brasil (inciso IV do art. 1º da CF); b) alicerce da Ordem Econômica, que tem por finalidade assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, e, por um dos seus princípios, a busca do pleno emprego (art. 170, caput, VIII); c) base de toda a Ordem Social (art. 193). Esse arcabouço principiológico, densificado em regras como a do inciso I do art. 7º da Magna Carta e as do art. 10 do ADCT/1988, desvela um mandamento constitucional que perpassa toda relação de emprego, no sentido de sua desejada continuidade. A CF versa a aposentadoria como um benefício que se dá mediante o exercício regular de um direito. E o certo é que o regular exercício de um direito não é de colocar o seu titular numa situação jurídicopassiva de efeitos ainda mais drásticos do que aqueles que resultariam do cometimento de uma falta grave (sabido que, nesse caso, a ruptura do vínculo empregatício não opera automaticamente). O direito à aposentadoria previdenciária, uma vez objetivamente constituído, se dá no âmago de uma relação jurídica entre o segurado do Sistema Geral de Previdência e o INSS. Às expensas, portanto, de um sistema atuarialfinanceiro que é gerido por esse Instituto mesmo, e não às custas desse ou daquele empregador. O ordenamento constitucional não autoriza o legislador ordinário a criar modalidade de rompimento automático do vínculo de emprego, em desfavor do trabalhador, na situação em que este apenas exercita o seu direito de aposentadoria espontânea, sem cometer deslize algum. A mera concessão da aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito extinguir, instantânea e automaticamente, o seu vínculode emprego. Inconstitucionalidade do § 2º do art. 453 da CLT, introduzido pela Lei 9.528/1997.” (ADI 1.721, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 11102006, Plenário, DJ de 2962007.) No mesmo sentido: AI 756.861ED, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 1º22011, Primeira Turma, DJE de 432011; AI 524.281AgRED, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 292008, Primeira Turma, DJE de 2022009; AI 565.894AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 3052006, Primeira Turma, DJ de 10112006.
••“Reclamação: alegação de desrespeito dos julgados do Supremo Tribunal na ADI 1.7704, Min. Moreira Alves, DJ de 6111998; e ADI 1.7213, Min. Galvão, DJ de 1142003, improcedência. A decisão reclamada, com base na Orientação Jurisprudencial 177, da SDI1, do TST, aplicou o caput do art. 453 da CLT, para considerar extinto o contrato de trabalho pela aposentadoria espontânea. As decisões das ações diretas invocadas não cuidaram do caput do art. 453 da CLT, não impugnado. Não há desrespeito à decisão vinculante do Supremo Tribunal se o paradigma normativo invalidado é diverso do dispositivo legal aplicado ao caso pela autoridade reclamada. Precedentes.” (Rcl 3.940AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 2322006, Plenário, DJ de 2432006.) No mesmo sentido: Rcl 4.129AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 362009, Plenário, DJE de 782009.
••“Previdência social: aposentadoria espontânea não implica, por si só, extinção do contrato de trabalho. Despedida arbitrária ou sem justa causa (CF, art. 7º, I): viola a garantia constitucional o acórdão que, partindo de premissa derivada de interpretação conferida ao art. 453, caput, da CLT (redação alterada pela Lei 6.204/1975), decide que a aposentadoria espontânea extingue o contrato de trabalho, mesmo quando o empregado continua a trabalhar na empresa após a concessão do benefício previdenciário. A aposentadoria espontânea pode ou não ser acompanhada do afastamento do empregado de seu trabalho: só há readmissão quando o trabalhador aposentado tiver encerrado a relação de trabalho e posteriormente iniciado outra; caso haja continuidade do trabalho, mesmo após a aposentadoria espontânea, não se pode falar em extinção do contrato de trabalho e, portanto, em readmissão.” (RE 449.420, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 1682005, Primeira Turma, DJ de 14102005.) No mesmo sentido: RE 605.501AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2122010, Primeira Turma, DJE de 1º22011; RE 487.734AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 13102009, Primeira Turma, DJE de 13112009; RE 487.758AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2842009, Segunda Turma, DJE de 2252009; AI 530.224AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 23102007, Segunda Turma, DJE de 2832008; AI 752.346AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 892009, Segunda Turma, DJE de 2592009.
••“Norma que assegura ao trabalhador a manutenção de contrato de trabalho por doze meses após a cessão do auxíliodoença, independentemente de percepção de auxílioacidente. Alegação de ofensa à reserva de lei complementar, prevista no art. 7º, I, da CF, para a disciplina da proteção da relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa causa. Norma que se refere às garantias constitucionais do trabalhador em face de acidentes de trabalho e não guarda pertinência com a proteção da relação de emprego nos termos do art. 7º, I, da Constituição.” (ADI 639, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 262005, Plenário, DJ de 21102005.)
••“Estabilidade provisória decorrente da gravidez (CF, art. 7º, I; ADCT, art. 10, II, b). Extinção do cargo, assegurandose à ocupante, que detinha estabilidade provisória decorrente da gravidez, as vantagens financeiras pelo período constitucional da estabilidade.” (RMS 21.328, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 11122001, Segunda Turma, DJ de 352002.)
“Não estabeleceu a Constituição de 1988 qualquer exceção expressa que conduzisse à estabilidade permanente, nem é possível admitila por interpretação extensiva ou por analogia, porquanto, como decorre, inequivocamente, do inciso I do art. 7º da Constituição, a proteção que ele dá à relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa causa é a indenização compensatória que a lei complementar terá necessariamente que prever, além de outros direitos que venha esta a estabelecer, exceto, evidentemente, o de estabilidade permanente ou plena que daria margem a um bis in idem inadmissível com a indenização compensatória como, aliás, se vê da disciplina provisória que se encontra nos incisos I e II do art. 10 do ADCT.” (RE 179.193, Rel. p/ o ac. Min. Moreira Alves, julgamento em 18121996, Plenário, DJ de 19102001.)
“A Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), além de depender de necessária e ulterior intermediação legislativa para efeito de sua integral aplicabilidade no plano doméstico, configurando, sob tal aspecto, mera proposta de legislação dirigida ao legislador interno, não consagrou, como única consequência derivada da ruptura abusiva ou arbitrária do contrato de trabalho, o dever de os Estadospartes, como o Brasil, instituírem, em sua legislação nacional, apenas a garantia da reintegração no emprego. Pelo contrário, a Convenção 158/OIT expressamente permite a cada Estadoparte (Art. 10), que, em função de seu próprio ordenamento positivo interno, opte pela solução normativa que se revelar mais consentânea e compatível com a legislação e a prática nacionais, adotando, em consequência, sempre com estrita observância do estatuto fundamental de cada país (a Constituição brasileira, no caso), a fórmula da reintegração no emprego e/ou da indenização compensatória. Análise de cada um dos artigos impugnados da Convenção 158/OIT (Arts. 4º a 10).” (ADI 1.480MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 491997, Plenário, DJ de 1852001.)
II – segurodesemprego, em caso de desemprego involuntário;
“Art. 2º, IV, a, b e c, da Lei 10.779/2003. Filiação à colônia de pescadores para habilitação ao segurodesemprego (...). Viola os princípios constitucionais da liberdade de associação (art. 5º, XX) e da liberdade sindical (art. 8º, V), ambos em sua dimensão negativa, a norma legal que condiciona, ainda que indiretamente, o recebimento do benefício do segurodesemprego à filiação do interessado a colônia de pescadores de sua região.” (ADI 3.464, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 29102008, Plenário, DJE de 632009.)
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
“Contase a favor de empregado readmitido o tempo de serviço anterior, salvo se houver sido despedido por falta grave ou tiver recebido a indenização legal.” (Súmula 215.)
“A jurisprudência do STF se firmou no sentido de que o prazo prescricional aplicável às demandas alusivas ao pagamento do FGTS é o de trinta anos.” (AI 545.702AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 2892010, Segunda Turma, DJE de 26112010.) No mesmo sentido: AI 468.526AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 29112005, Segunda Turma, DJ de 12122005. Vide: AI 475.350ED, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 2332010, Segunda Turma, DJE de 1642010.
“O FGTS, ao contrário do que sucede com as cadernetas de poupança, não tem natureza contratual, mas, sim, estatutária, por decorrer da lei e por ela ser disciplinado. Assim, é de aplicarse a ele a firme jurisprudência desta Corte no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico. Quanto à atualização dos saldos do FGTS relativos aos Planos Verão e Collor I (este no que diz respeito ao mês de abril de 1990), não há questão de direito adquirido a ser examinada, situandose a matéria exclusivamente no terreno legal infraconstitucional. No tocante, porém, aos Planos Bresser, Collor I (quanto ao mês de maio de 1990) e Collor II, em que a decisão recorrida se fundou na existência de direito adquirido aos índices de correção que mandou observar, é de aplicarse o princípio de que não há direito adquirido a regime jurídico. Recurso extraordinário conhecido em parte, e nela provido, para afastar da condenação as atualizações dos saldos do FGTS no tocanteaos Planos Bresser, Collor I (apenas quanto à atualização no mês de maio de 1990) e Collor II.” (RE 226.855, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 3182000, Plenário, DJ de 13102000.) No mesmo sentido: AI 709.962AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 962009, Primeira Turma, DJE de 782009.
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
“Os arts. 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/1998), da Constituição referemse ao total da remuneração percebida pelo servidor público.” (Súmula Vinculante 16.)
“O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo.” (Súmula Vinculante 15.)
“Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.” (Súmula Vinculante 6.)
“Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.” (Súmula Vinculante 4.)
“O regime de manutenção de salário, aplicável ao IAPM e ao IAPETC, exclui a indenização tarifada na lei de acidentes do trabalho, mas não o benefício previdenciário.” (Súmula 465.)
“As gratificações habituais, inclusive a de natal, consideramse tacitamente convencionadas, integrando o salário.” (Súmula 207.)
“Tem direito o trabalhador substituto, ou de reserva, ao salário mínimo no dia em que fica à disposição do empregador sem ser aproveitado na função específica; se aproveitado, recebe o salário contratual.” (Súmula 204.)
“Não está sujeita à vacância de sessenta dias a vigência de novos níveis de salário mínimo.” (Súmula 203.)
“Por reputar observado o princípio da reserva de lei para a fixação do salário mínimo (...), o Plenário, em votação majoritária, julgou improcedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade, proposta pelo Partido Popular Socialista (PPS), pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e pelo Democratas (DEM), contra o art. 3º da Lei 12.382/2011 (...). Ressaltouse que a lei em questão conteria a definição legal e formal do salário mínimo, a fixação do seu montante em 2011 (art. 1º) e a forma de sua valorização, no sentido de sua quantificação para períodos subsequentes (até 2015). Aduziuse que esse diploma não esgotara a sua preceituação e adotara critérios objetivos para valer no intervalo de 2012 a 2015, segundo índices estipulados pelo Congresso Nacional (variação do INPC, calculado e divulgado pela Fundação IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao mês do reajuste). Registrouse, também, que o legislador determinara que, na ausência de divulgação do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no período do cálculo até o último dia útil imediatamente anterior à vigência do reajuste, os índices seriam estimados pelo Poder Executivo quanto aos meses não disponíveis (art. 2º, § 2º). No ponto, destacouse que essa avaliação não seria arbitrária, mas, ao revés, conforme os parâmetros definidos. Assinalouse que, se sobrevier a situação prevista no § 2º do art. 2º da Lei 12.382/2011, os ‘índices estimados permanecerão válidos para os fins desta Lei, sem qualquer revisão, sendo os eventuais resíduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade’ (art. 2º, § 3º). Considerouse que, ao assim estatuir, o legislador retirara do presidente da República qualquer discricionariedade relativa à fórmula para apuração do quantum a ser adotado, bem como no que concerne à possibilidade de revisão ou de compensação de supostos resíduos. Salientouse, ainda, que o legislador estatuíra que o valor a prevalecer no lapso de 2012 a 2015 seria aquele determinado no art. 1º da lei em apreço mais o reajustamento conforme índice firmado nos § 1º e § 2º do art. 2º, prevendo aumento real a ser conferido nos moldes dos índices definidos nos § 4º e § 5º do mesmo preceito. Diante desse contexto, rejeitouse o argumento de que a lei conteria delegação para que o presidente da República fixasse o valor do salário mínimo. Reiterouse que haveria mera aplicação aritmética, nos termos legalmente previstos, dos índices, fórmulas e periodicidade fixados pelo Congresso Nacional, a serem expostos por decreto presidencial, que não inovaria a ordem jurídica, sob pena de abuso do poder regulamentar, passível de fiscalização e controle pela via legislativa ou judicial. Dessa forma, frisouse que a lei impusera ao chefe do Poder Executivo apenas a divulgação do montante do salário mínimo, obtido pelo valor reajustado e aumentado consoante os índices fixados pelo Congresso Nacional na própria lei adversada. Advertiuse que, ainda que se retirasse do mundo jurídico a referência ao modo de se decretar a divulgação do quanto a vigorar como salário mínimo no interregno estipulado – mediante incidência dos índices dispostos no art. 2º da Lei 12.382/2011 –, isso não implicaria mudança na fixação de seu valor, que continuaria a ser o mesmo. Ademais, mencionouse que o Congresso Nacional poderia revogar a lei quando entendesse conveniente e oportuno, sem interferência do Poder Executivo.” (ADI 4.568, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 3112011, Plenário, Informativo 646.)
••“Piso salarial dos técnicos em radiologia. Adicional de insalubridade. Vinculação ao salário mínimo. Súmula Vinculante 4. (...) O art. 16 da Lei 7.394/1985 deve ser declarado ilegítimo, por não recepção, mas os critérios estabelecidos pela referida lei devem continuar sendo aplicados, até que sobrevenha norma que fixe nova base de cálculo, seja lei federal, editada pelo Congresso Nacional, sejam convenções ou acordos coletivos de trabalho, ou, ainda, lei estadual, editada conforme delegação prevista na LC 103/2000. Congelamento da base de cálculo em questão, para que seja calculada de acordo com o valor de dois salários mínimos vigentes na data do trânsito em julgado desta decisão, de modo a desindexar o salário mínimo. Solução que, a um só tempo, repele do ordenamento jurídico lei incompatível com a Constituição atual, não deixe um vácuo legislativo que acabaria por eliminar direitos dos trabalhadores, mas também não esvazia o conteúdo da decisão proferida por este STF.” (ADPF 151MC, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 222011, Plenário, DJE de 652011.)
••“O Supremo assentou o entendimento de que não é possível a vinculação do pisobase ao salário mínimo, nos termos do disposto na parte final do inciso IV do art. 7º da CB.” (AI 763.641AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 17112009, Segunda Turma, DJE de 4122009.) No mesmo sentido: RE 258.386AgR, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 1482001, Segunda Turma, DJE de 5102001.
••“Impossibilidade de fixação do piso salarial em múltiplos do salário mínimo.” (AI 467.011-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 1592009, Primeira Turma, DJE de 16-10-2009.) No mesmo sentido: RE 431.427AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 19-10-2010, Primeira Turma, DJE de 1432011. Vide: RE 409.427AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 1632004, Primeira Turma, DJ de 242004.
••“Longe fica de transgredir a Carta da República pronunciamento judicial que implique a satisfação dos proventos considerado o valor representado pelo salário mínimo.” (AI 482.810AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 3062009, Primeira Turma, DJE de 2182009.)
••“Após a edição das leis de custeio e benefícios da previdência social, impossível a revisão de benefícios previdenciários vinculada ao salário mínimo.” (AI 594.561AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2362009, Primeira Turma, DJE de 1482009.)
••“(...) não vejo qualquer ofensa à constituição no tocante ao estabelecimento de um limite máximo de 150 salários mínimos, para além do qualos créditos decorrentes da relação de trabalho deixam de ser preferenciais. É que – digase desde logo – não há aqui qualquer perda de direitos por parte dos trabalhadores, porquanto, independentemente da categoria em que tais créditos estejam classificados, eles não deixam de existir nem se tornam inexigíveis. Quer dizer, os créditos trabalhistas não desaparecem pelo simples fato de serem convertidos em quirografários, mas apenas perdem o seu caráter preferencial, não ocorrendo, pois, nesse aspecto, qualquer afronta ao texto constitucional. (...) as disposições da Lei 11.101/2005 abrigam uma preocupação de caráter distributivo, estabelecendo um critério o mais possível equitativo no que concerne ao concurso de credores. Em outras palavras, ao fixar um limite máximo – bastante razoável, digase – para que os créditos trabalhistas tenham um tratamento preferencial, a Lei 11.101/2005 busca assegurar que essa proteção alcance o maior número de trabalhadores, ou seja, justamente aqueles que auferem os menores salários. (...) Insta sublinhar, ainda, que o valor estabelecido na lei não se mostra arbitrário e muito menos injusto, afigurandose, ao revés, razoável e proporcional (...).” (ADI 3.934, voto do Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2752009, Plenário, DJE de 6112009.)
••“É inconstitucional a norma de Constituição do Estadomembro que disponha sobre valor da remuneração de servidores policiais militares.” (ADI 3.555, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 432009, Plenário, DJE de 852009.)
“Morte de preso no interior de estabelecimento prisional. Indenização por danos mo-rais e materiais. Cabimento. Responsabilidade objetiva do Estado. (...) pensão fixada. Hipótese excepcional em que se permite a vinculação ao salário mínimo. Precedentes.” (AI 577.908-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3092008, Segunda Turma, DJE de 21112008.)
“Pensão. Caráter alimentício. Vinculação ao salário mínimo. Possibilidade. Precedentes.” (AI 606.151AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3092008, Plenário, DJE de 21112008.) No mesmo sentido: AI 831.327AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 2222011, Primeira Turma, DJE de 2432011.
“Adicional de insalubridade. Base de cálculo. Salário mínimo. Mesmo em se tratando de adicional de insalubridade, descabe considerar o salário mínimo como base de cálculo. Verbete Vinculante 4 da Súmula do Supremo. Agravo. Reforma. Alcance. Afastase a observância do verbete vinculante quando conclusão diversa acarreta o prejuízo do recorrente.” (RE 388.658AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 1282008, Primeira Turma, DJE de 2692008.)
“Constitucional. Serviço militar obrigatório. Soldo. Valor inferior ao salário mínimo. Violação aos arts. 1º, III, 5º, caput, e 7º, IV, da CF. Inocorrência. Recurso extraordinário desprovido. A CF não estendeu aos militares a garantia de remuneração não inferior ao salário mínimo, como o fez para outras categorias de trabalhadores. O regime a que se submetem os militares não se confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios. Os cidadãos que prestam serviço militar obrigatório exercem um múnus público relacionado com a defesa da soberania da pátria. A obrigação do Estado quanto aos conscritos limitase a fornecerlhes as condições materiais para a adequada prestação do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas.” (RE 570.177, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 3042008, Plenário, DJE de 2762008, com repercussão geral.) No mesmo sentido: RE 551.453, RE 551.608, RE 551.713, RE 551.778, RE 555.897, RE 556.233, RE 556.235, RE 557.542, RE 557.606, RE 557.717, RE 558.279, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 3042008, Plenário, DJE de 2762008.
“Art. 7º, IV, da CR. Não recepção do art. 3º, parágrafo único, da LC paulista 432/1985 pela Constituição de 1988. Inconstitucionalidade de vinculação do adicional de insalubridade ao salário mínimo: precedentes. Impossibilidade da modificação da base de cálculo do benefício por decisão judicial. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento. O sentido da vedação constante da parte final do inciso IV do art. 7º da Constituição impede que o salário mínimo possa ser aproveitado como fator de indexação; essa utilização tolheria eventual aumento do salário mínimo pela cadeia de aumentos que ensejaria se admitida essa vinculação (RE 217.700, Min. Moreira Alves). A norma constitucional tem o objetivo de impedir que aumento do salário mínimo gere, indiretamente, peso maior do que aquele diretamente relacionado com o acréscimo. Essa circunstância pressionaria reajuste menor do salário mínimo, o que significaria obstaculizar a implementação da política salarial prevista no art. 7º, IV, da CR. O aproveitamento do salário mínimo para a formação da base de cálculo de qualquer parcela remuneratória ou com qualquer outro objetivo pecuniário (indenizações, pensões, etc.) esbarra na vinculação vedada pela CB. Histórico e análise comparativa da jurisprudência do STF.” (RE 565.714, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 3042008, Plenário, DJE de 882008, com repercussão geral.) No mesmo sentido: ADPF 151MC, Rel. p/ o ac. Min Gilmar Mendes, julgamento em 222011, Plenário, DJE de 652011; AI 714.188AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2122010, Primeira Turma, DJE de 1º22011; RE 558.549AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 642010, Primeira Turma, DJE de 1º72010; AI 704.107AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 892009, Segunda Turma, DJE de 16102009; AI 395.455AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2362009, Segunda Turma, DJE de 782009; AI 344.269AgRAgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 2362009, Segunda Turma, DJE de 782009; RE 557.727AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 1982008, Segunda Turma, DJE de 1292008. Em sentido contrário: RE 452.205, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 11102005, Segunda Turma, DJ de 4112005.
••“Vencimentos. Vinculação ao salário mínimo. Vulnera o disposto no inciso IV do art. 7º da CF vincular vencimentos ao salário mínimo, não gerando a prática direito à manutenção do valor alcançado.” (RE 349.850, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 2532008, Primeira Turma, DJE de 2352008.) No mesmo sentido: AI 494.258ED, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 2642011, Primeira Turma, DJE de 1º82011.
••“Servidor público. Piso de vencimento. Vinculação ao salário mínimo. O art. 7º, IV, da CF, referese à remuneração, e não somente ao saláriobase. Jurisprudência assentada.” (RE 522.661-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 6112007, Segunda Turma, DJE de 1º22008.) No mesmo sentido: AI 695.307AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 892009, Segunda Turma, DJE de 2592009; RE 582.019QORG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 13112008, Plenário, DJE de 1322009, com repercussão geral.
••“O art. 3º da Lei federal 6.194 vincula ao salário mínimo as indenizações pagas em decorrência de morte, invalidez permanente e despesas de assistência médica e suplementares resultantes de acidentes causados por veículos automotores de via terrestre. O Tribunal dividiuse quanto à caracterização do fumus boni iuris e do periculum in mora: i) votos majoritários que entenderam ausentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, eis que o art. 7º, IV, da CB não vedaria a utilização do salário mínimo como parâmetro quantificador de indenização e a Lei 6.194 teria sido inserida no ordenamento jurídico em 1974, respectivamente; ii) votos vencidos, incluindo o do relator, no sentido de que o fumus boni iuris estaria configurado na impossibilidade de vinculação do salário mínimo para fins remuneratórios, indenizatórios – embora em situações excepcionais esta Corte tenha manifestado entendimento diverso – e o periculum in mora evidenciado pela existência de inúmeras decisões judiciais que, aplicando o texto normativo impugnado, impondo às entidades seguradoras obrigações pecuniárias. Medida cautelar indeferida, contra o voto do relator, que determinava a suspensão do trâmite dos processos emcurso que respeitem à aplicação do art. 3º da Lei 6.194, de 19121974, até o julgamento final do feito.” (ADPF 95MC, Rel. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 3182006, Plenário, DJ de 1152007.)
••“Noutro giro, não ofende a Carta Magna a utilização do salário mínimo como critério de aferição do nível de pobreza dos aspirantes às carreiras públicas, para fins de concessão do benefício de que trata a Lei capixaba 6.663/2001.” (ADI 2.672, Rel. p/ o ac. Min. Ayres Britto, julgamento em 2262006, Plenário, DJ de 10112006.)
••“Adicional de insalubridade. Vinculação ao salário mínimo. Art. 7º, IV, da CF/1988. O art. 7º, IV, da Constituição proíbe tão somente o emprego do salário mínimo como indexador, sendo legítima a sua utilização como base de cálculo do adicional de insalubridade.” (RE 452.205, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 11102005, Segunda Turma, DJ de 4112005.) Em sentido contrário: RE 565.714, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 3042008, Plenário, DJE de 882008, com repercussão geral.
••“Servidor público: salário mínimo. É da jurisprudência do STF que a remuneração total do servidor é que não pode ser inferior ao salário mínimo (CF, art. 7º, IV). Ainda que os vencimentos sejam inferiores ao mínimo, se tal montante é acrescido de abono para atingir tal limite, não há falar em violação dos arts. 7º, IV, e 39, § 3º, da Constituição. Inviável, ademais, a pretensão de reflexos do referido abono no cálculo de vantagens, que implicaria vinculação constitucionalmente vedada (CF, art. 7º, IV, parte final).” (RE 439.360AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 982005, Primeira Turma, DJ de 292005.) No mesmo sentido: AI 646.522AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 19102010, Primeira Turma, DJE de 2122010; RE 553.038AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 742009, Primeira Turma, DJE de 2952009; AI 583.573AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 1722009, Segunda Turma, DJE de 2032009; RE 523.835AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 16122008, Primeira Turma, DJE de 2022009; RE 572.921QORG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 13112008, Plenário, DJE de 622009, com repercussão geral; RE 539.248AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 1352008, Primeira Turma, DJE de 1552009; RE 541.100AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 4122007, Segunda Turma, DJE de 1º22008; RE 476.761AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 13122006, Primeira Turma, DJ de 922007; RE 474.197AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 1892007, Segunda Turma, DJ de 11102007.
••“Norma impugnada que trata da remuneração do pessoal de autarquia estadual, vinculando o quadro de salários ao salário mínimo. (...) Arguição de descumprimento de preceito fundamental julgada procedente para declarar a ilegitimidade (não recepção) do Regulamento de Pessoal do extinto Idesp em face do princípio federativo e da proibição de vinculação de salários a múltiplos do salário mínimo (art. 60, § 4º, I, c/c art. 7º, IV, in fine, da CF). (ADPF 33, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 7122005, Plenário, DJ de 27102006.) No mesmo sentido: AC 2.288MCREF, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 1032009, Segunda Turma, Informativo 538; ADPF 47, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 12122007, Plenário, DJ de 1842008.
••“Servidor público estadual. Gratificação complementar de vencimento. Lei estadual 9.503, de 1994. Base de cálculo. Vinculação ao salário mínimo. Ofensa ao art. 7º, IV, da CF.” (RE 426.059, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3062005, Plenário, DJ de 2392005.) No mesmo sentido: RE 422.831AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 27102009, Primeira Turma, DJE de 11122009; RE 426.062AgREDEDv, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 2082009, Plenário, DJE de 1892009; RE 422.148AgRAgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 2362009, Segunda Turma, DJE de 782009.
••“A insuficiência do valor correspondente ao salário mínimo – definido em importância que se revele incapaz de atender as necessidades vitais básicas do trabalhador e dos membros de sua família – configura um claro descumprimento, ainda que parcial, da CR, pois o legislador, em tal hipótese, longe de atuar como sujeito concretizante do postulado constitucional que garante à classe trabalhadora um piso geral de remuneração digna (CF, art. 7º, IV), estará realizando, de modo imperfeito, porque incompleto, o programa social assumido pelo Estado na ordem jurídica. A omissão do Estado – que deixa de cumprir, em maior ou em menor extensão, a imposição ditada pelo texto constitucional – qualificase como comportamento revestido da maior gravidade políticojurídica, eis que, mediante inércia, o Poder Público também desrespeita a Constituição, também compromete a eficácia da declaração constitucional de direitos e também impede, por ausência de medidas concretizadoras, a própria aplicabilidade dos postulados e princípios da Lei Fundamental. As situações configuradoras de omissão inconstitucional, ainda que se cuide de omissão parcial, refletem comportamento estatal que deve ser repelido, pois a inércia do Estado – além de gerar a erosão da própria consciência constitucional – qualificase, perigosamente, como um dos processos informais de mudança ilegítima da Constituição, expondose, por isso mesmo, à censura do Poder Judiciário. Precedentes: RTJ 162/877879, Rel. Min. Celso de Mello – RTJ 185/794796, Rel. Min. Celso de Mello.” (ADI 1.442, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 3112004, Plenário, DJ de 2942005.) No mesmo sentido: ADI 1.458MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 2351996, Plenário, DJ de 2091996.
••“Adicional de insalubridade: vinculação ao salário mínimo, estabelecida pelas instâncias ordinárias, que contraria o disposto no art. 7º, IV, da Constituição: precedentes.” (AI 499.211AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 2962004, Primeira Turma, DJ de 682004.) No mesmo sentido: RE 439.035, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 11122007, Segunda Turma, DJE de 2832008; RE 451.215AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 28112006, Primeira Turma, DJ de 1152007; RE 236.396, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 2101998, Segunda Turma, DJ de 20111998.
••“Indenização vinculada ao salário mínimo: impossibilidade. CF, art. 7º, IV. O que a Constituição veda – art. 7º, IV – é a fixação do quantum da indenização em múltiplo de salários mínimos. STF, RE 225.488/PR, Rel. Min. Moreira Alves; ADI 1.425. A indenização pode ser fixada, entretanto, em salários mínimos, observado o valor deste na data do julgamento. A partir daí, esse quantum será corrigido por índice oficial.” (RE 409.427AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 1632004, Primeira Turma, DJ de 242004.) No mesmo sentido: AI 537.333ED, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 1252009, Segunda Turma, DJE de 2662009; AI 605.102AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 3092008, Segunda Turma, DJE de 21112008; RE 225.488, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 1142000, Primeira Turma, DJ de 1662000. Vide: AI 467.011AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 1592009, Primeira Turma, DJE de 16102009.
••“Multa administrativa vinculada a salário mínimo. (...) O Plenário desta Corte, ao julgar a ADI 1.425, firmou o entendimento de que, ao estabelecer o art. 7º, IV, da Constituição que é vedada a vinculação ao salário mínimo para qualquer fim, ‘quis evitar que interesses estranhos aos versados na norma constitucional venham a ter influência na fixação do valor mínimo a ser observado’. Ora, no caso, a vinculação se dá para que o salário mínimo atue como fator de atualização da multa administrativa, que variará com o aumento dele, o que se enquadra na proibição do citado dispositivo constitucional. É, portanto, inconstitucional o § 1º do art. 4º da Lei 5.803, de 491990, do Município de Ribeirão Preto.” (RE 237.965, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 1022000, Plenário, DJ de 3132000.) No mesmo sentido: RE 445.282AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 742009, Primeira Turma, DJE de 562009.
••“Salário mínimo. Vinculação proibida. Previdência. Contribuição.A razão de ser da parte final do inciso IV do art. 7º da Carta Federal – ‘(...) vedada a vinculação para qualquer fim;’ – é evitar que interesses estranhos aos versados na norma constitucional venham a ter influência na fixação do valor mínimo a ser observado.” (RE 197.072, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 25111998, Plenário, DJ de 862001.)
••“Estado do Rio Grande do Sul. Constituição estadual. Art. 29, I, que assegura aos servidores militares vencimento básico nunca inferior ao salário mínimo fixado pela União. Inconstitucionalidade formal. Dispositivo ofensivo ao princípio da iniciativa legislativa privativa do chefe do Poder Executivo, prevista no art. 61, § 1º, II, a, da Constituição, corolário do postulado da separação dos Poderes, de observância imperiosa pelos Estadosmembros, por instituir mecanismo de reajuste automático de vencimentos de servidores. Aliás, a garantia do salário mínimo, quando da edição da norma sob enfoque, ainda não havia sido estendida aos militares, o que somente ocorreu com a EC 18/1998, havendo de entenderse, entretanto, como referida à remuneração global do servidor, visto destinarse a assegurar o atendimento das necessidades vitais básicas deste, sendo vedada, ademais, sua vinculação para qualquer fim. Inconstitucionalidade que se declara, no art. 47 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, da referência feita ao inciso I do art. 29 da mesma Carta.” (RE 198.982, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 581998, Plenário, DJ de 1942002.)
••“A fixação de pensão alimentícia tem por finalidade garantir aos beneficiários as mesmas necessidades básicas asseguradas aos trabalhadores em geral pelo texto constitucional. De considerarse afastada, por isso, relativamente a essa hipótese, a proibição da vinculação ao salário mínimo, prevista no inciso IV do art. 7º da Carta Federal.” (RE 134.567, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 19111991, Primeira Turma, DJ de 6121991.) No mesmo sentido: AI 735.609AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 26102010, Segunda Turma, DJE de 29112010; RE 166.586, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 2241997, Segunda Turma, DJ de 2981997; RE 170.203, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 30111993, Primeira Turma, DJ de 1541994.
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
“A competência legislativa do Estado de Santa Catarina para fixar piso salarial decorre da LC federal 103, de 2000, mediante a qual a União, valendose do disposto no art. 22, inciso I e parágrafo único, da Carta Maior, delegou aos Estados e ao Distrito Federal a competência para instituir piso salarial para os empregados que não tenham esse mínimo definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho. Tratase de lei estadual que consubstancia um exemplo típico de exercício, pelo legislador federado, da figura da competência privativa delegada. A lei questionada não viola o princípio do pleno emprego. Ao contrário, a instituição do piso salarial regional visa, exatamente, reduzir as desigualdades sociais, conferindo proteção aos trabalhadores e assegurando a eles melhores condições salariais. Não viola o poder normativo da Justiça do Trabalho (art. 114, § 2º, da Lei Maior) o fato de a lei estadual não ter excluído dos seus efeitos a hipótese de piso salarial determinado em dissídio coletivo. A lei atuou nos exatos contornos da autorização conferida pela delegação legislativa. A lei impugnada realiza materialmente o princípio constitucional da isonomia, uma vez que o tratamento diferenciado aos trabalhadores agraciados com a instituição do piso salarial regional visa reduzir as desigualdades sociais. A LC federal 103/2000 teve por objetivo maior assegurar àquelas classes de trabalhadores menos mobilizadas e, portanto, com menor capacidade de organização sindical, um patamar mínimo de salário. A fim de manterse o incentivo à negociação coletiva (art. 7º, XXVI, CF/1988), os pisos salariais regionais somente serão estabelecidos por lei naqueles casos em que não haja convenção ou acordo coletivo de trabalho. As entidades sindicais continuarão podendo atuar nas negociações coletivas, desde que respeitado o patamar mínimo legalmente assegurado. A parte final do parágrafo único do art. 2º da LC 459/2009, ao determinar a participação do ‘Governo do Estado de Santa Catarina’ nas negociações entre as entidades sindicais de trabalhadores e empregadores para atualização dos pisos salariais fixados na referida lei complementar, ofende o princípio da autonomia sindical (art. 8º, I, CF/1988) e extrapola os contornos da competência legislativa delegada pela União. As negociações coletivas devem ocorrer com a participação dos representantes dos empregadores e dos trabalhadores, sem intromissão do governo (princípio da negociação livre). Ao criar mecanismo de participação estatal compulsória nas negociações coletivas, o Estado de Santa Catarina legisla sobre ‘direito coletivo do trabalho’, não se restringindo a instituir o piso salarial previsto no inciso V do art. 7º da CF.” (ADI 4.364, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 232011, Plenário, DJE de 1652011.)
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
“Administrativo. Transposição do regime celetista para o estatutário. Inexistência de direito adquirido a regime jurídico. Possibilidade de diminuição ou supressão de vantagens sem redução do valor da remuneração.” (RE 599.618ED, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 1º22011, Primeira Turma, DJE de 1432011.) Vide: RE 212.131, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 381999, Primeira Turma, DJ de 29101999.
“Funcionário público. Conversão compulsória do regime contratual em estatutário. Redução verificada na remuneração. Art. 7º, VI, c/c art. 39, § 2º, da Constituição. Situação incompatível com o princípio da irredutibilidade que protegia os salários e protege os vencimentos do servidor, exsurgindo, como solução razoável para o impasse, o enquadramento do servidor do nível mais alto da categoria funcional que veio a integrar, convertido, ainda, eventual excesso remuneratório verificado em vantagem pessoal a ser absorvida em futuras concessões de aumento real ou específico.” (RE 212.131, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 381999, Primeira Turma, DJ de 29101999.) No mesmo sentido: AI 794.665AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 9112010, Primeira Turma, DJE de 30112010. Vide: RE 599.618ED, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 1º22011, Primeira Turma, DJE de 1432011.
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
“Constitucional. Serviço militar obrigatório. Soldo. Valor inferior ao salário mínimo. Violação aos arts. 1º, III, 5º, caput, e 7º, IV, da CF. Inocorrência. Recurso extraordinário desprovido. A CF não estendeu aos militares a garantia de remuneração não inferior ao salário mínimo, como o fez para outras categorias de trabalhadores. O regime a que submetem os militares não se confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios. Os cidadãos que prestam serviço militar obrigatório exercem um múnus público relacionado com a defesa da soberania da pátria. A obrigação do Estado quanto aos conscritos limitase a fornecerlhes as condições materiais para a adequada prestação do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas.” (RE 570.177, Rel. 
Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 3042008, Plenário, DJE de 2762008, com repercussão geral.) No mesmo sentido: RE 551.453, RE 551.608, RE 551.713, RE 551.778, RE 555.897, RE 556.233, RE 556.235, RE 557.542, RE 557.606, RE 557.717, RE 558.279, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 3042008, Plenário, DJE de 2762008.
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
“As gratificações habituais, inclusive a de natal, consideramse tacitamente convencionadas, integrando o salário.” (Súmula 207.)
“A natureza da gratificação natalina é remuneratória e integra, para todos os efeitos,a remuneração do empregado, conforme estabelece a Súmula 207/STF.” (RE 260.922, Rel. p/ o ac. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 3052000, Segunda Turma, DJ de 20102000.)
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
“Vigia noturno tem direito a salário adicional.” (Súmula 402.)
“Provada a identidade entre o trabalho diurno e o noturno, é devido o adicional, quanto a este, sem a limitação do art. 73, § 3º, da CLT, independentemente da natureza da atividade do empregador.” (Súmula 313.)
“A duração legal da hora de serviço noturno (52 minutos e 30 segundos) constitui vantagem suplementar que não dispensa o salário adicional.” (Súmula 214.)
“É devido o adicional de serviço noturno, ainda que sujeito o empregado ao regime de revezamento.” (Súmula 213.)
“Gratificação especial de trabalho policial. Adicional noturno. (...) Não malfere o disposto no art. 7º, IX, da CF a interpretação oferecida pelas instâncias ordinárias que consideraram que a gratificação chamada Regime Especial de Trabalho Policial (RETP), como expressamente previsto na legislação de regência, alcança o trabalho em horário irregular, incluído o regime de plantões noturno. Interpretação em outra direção conflita com o disposto no art. 37, XIV, da CF.” (RE 185.312, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 1542008, Segunda Turma, DJE de 3052008.)
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
“O salárioprodução, como outras modalidades de salárioprêmio, é devido, desde que verificada a condição a que estiver subordinado, e não pode ser suprimido unilateralmente, pelo empregador, quando pago com habitualidade.” (Súmula 209.)
“Participação nos lucros. Art. 7º, XI, da CF. Necessidade de lei para o exercício desse direito. O exercício do direito assegurado pelo art. 7º, XI, da CF começa com a edição da lei prevista no dispositivo para regulamentálo, diante da imperativa necessidade de integração. Com isso, possível a cobrança das contribuições previdenciárias até a data em que entrou em vigor a regulamentação do dispositivo.” (RE 398.284, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 2392008, Primeira Turma, DJE de 19122008.) No mesmo sentido: RE 505.597AgRAgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 1º122009, Segunda Turma, DJE de 18122009; RE 393.764AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 25112008, Segunda Turma, DJE de 19122008.
••“Ação direta de inconstitucionalidade: medida cautelar: impugnação da parte final do inciso I do art. 2º da MP 1.69846, de 3061998, que prevê, como alternativa à convenção ou ao acordo coletivo, que se estabeleça, para o fim de compor a fórmula de participação dos empregados nos resultados das empresas, uma comissão ‘escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria, dentre os empregados da sede da empresa’. A expressão impugnada, ao restringir aos filiados que servem na empresa, a escolha, a ser feita pelo sindicato, daquele que deverá compor a comissão destinada a, alternativamente, negociar a participação dos empregados nos lucros e resultados da empregadora, é de terse por ofensiva ao art. 8º, III, da Constituição, que consagra o princípio da defesa, pelo sindicato, ‘dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria’, em razão do qual goza a entidade da prerrogativa de representar os interesses gerais da respectiva categoria e os interesses individuais dos associados relativos à atividade ou profissão exercida: limitação da independência do sindicato na sua participação, que a Constituição impôs, nessa modalidade de negociação coletiva (CF, art. 8º, VI). Introdução de um mecanismo típico de sindicalismo de empresa, que o nosso sistema constitucional não admite. Deferida a suspensão cautelar da expressão ‘dentre os empregados da sede da empresa’.” (ADI 1.861MC, Rel. p/ o ac. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 1691998, Plenário, DJ de 692007.)
••“Participação dos empregados na gestão da empresa: admitida, com base no art. 7º, XI, CF, parece que, na eleição do representante, o sufrágio deve ser concedido apenas aos empregados em atividade, não aos inativos.” (ADI 2.296MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 16112000, Plenário, DJ de 2322001.)
••“Participação nos lucros da empresa: CF, art. 7º, XI: mandado de injunção prejudicado em face da superveniência de medida provisória disciplinando o art. 7º, XI, da CF.” (MI 102, Rel. p/ o ac. Min. Carlos Velloso, julgamento em 1221998, Plenário, DJ de 25102002.)
••“Ação direta de inconstitucionalidade. Art. 2º, caput, da MP 1.136, de 2691995, repetido na MP 1.239, de 14121995, que regula a representação dos empregados, em convenção celebrada para regular a forma de sua participação nos lucros da empresa. Alegada afronta ao art. 8º, VI, da CF. Plausibilidade da alegação, relativamente às expressões ‘por meio de comissão por eles escolhida’, contida no texto da referida norma, requisito a que se alia, por motivos óbvios, a conveniência da pronta suspensão de sua vigência. Cautelar parcialmente deferida.” (ADI 1.361MC, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 12121995, Plenário, DJ de 1241996.)
XII – saláriofamília pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Redação da EC 20/1998)
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
“Cargo de gestão. Ausência de controle da jornada de trabalho. Possibilidade. Art. 62, II, da CLT. Decisão mantida. (...) Não afronta o art. 7º, XIII, da CR a decisão que excepciona os ocupantes de cargos de gestão do controle de jornada de trabalho.” (RE 563.851AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 2622008, Segunda Turma, DJE de 2832008.)
“(...) a apuração do saláriohora, para efeito de cálculo da hora extraordinária, há de ser feita, no caso do trabalhador mensalista, mediante a divisão do salário por 220, e não por 240 (...).” (RE 325.550, voto do Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 2622002, Primeira Turma, DJ de 542002.)
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
“Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de seis horas não descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XIV, da Constituição.” (Súmula 675.)
“É devido o adicional de serviço noturno, ainda que sujeito o empregado ao regime de revezamento.” (Súmula 213.)
“Não vulnera o inciso XIV do art. 7º da Carta Política da República, voltado à proteção dos trabalhadores, pronunciamento judicial em que se conclui que, contratado o prestador dos serviços para trabalhar em turnos ininterruptos mediante o saláriohora, a sétima e oitava horas são devidas como extraordinárias.” (AI 543.614AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 18102005, Primeira Turma, DJ de 9122005.)
“A expressão ‘ininterrupto’ aplicase a turnos, pois são eles que podem ser ininterruptos. Intraturno não há interrupção, mas suspensão ou, como nominado pela CLT, intervalo. A ininterrupção do texto constitucional diz com turnos entre si. Nada com as suspensões ou intervalos intraturnos. São os turnos que devem ser ininterruptos e não o trabalho da empresa. Circunscrevese a expressão ‘turno’ aos segmentos das 24 horas, pelo que se tem como irrelevante a paralisação coletiva do trabalho aos domingos. O trabalhador, por texto constitucional, tem direito ao repouso semanal remunerado. Se a empresa, tendo em vista as condições operacionais de suas máquinas, pode paralisar no domingo, cumpre uma obrigação constitucional. Preferencialmente no domingo, diz a Constituição. Consideramse os intervalos, que são obrigações legais, como irrelevantes quanto à obrigação de ser o turno de seishoras, quando (a) forem os turnos ininterruptos entre si, (b) houver revezamento e (c) não houver negociação coletiva da qual decorra situação diversa. Não é a duração do intervalo, se de quinze minutos, de uma ou de duas horas – que determina a duração da jornada. É o inverso. É a duração da jornada que determina o tamanho do intervalo: se de quinze minutos, de uma hora ou mais.” (RE 205.815, Rel. p/ o ac. Min. Nelson Jobim, julgamento em 4121997, Primeira Turma, DJ de 2101998.)
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
“No cálculo da indenização por acidente do trabalho, incluise, quando devido, o repouso semanal remunerado.” (Súmula 464.)
“No cálculo da indenização por despedida injusta, incluise, quando devido, o repouso semanal remunerado.” (Súmula 462.)
“É duplo, e não triplo, o pagamento do salário nos dias destinados a descanso.” (Súmula 461.)
“O vendedor pracista, remunerado mediante comissão, não tem direito ao repouso semanal remunerado.” (Súmula 201.)
“Repouso semanal remunerado preferentemente aos domingos: medida provisória que autoriza o funcionamento no domingo do comércio varejista desde que nele recaia o repouso semanal do trabalhador pelo menos uma vez a cada período de quatro semanas: suspensão cautelar indeferida por seis votos, vencido o relator, ao contrário do que decidido sobre norma semelhante de versão anterior da MP 1.539 (ADI 1.675), na qual nenhum domingo se garantia.” (ADI 1.687MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 26111997, Plenário, DJ de 31102001.)
“A Constituição não faz absoluta a opção pelo repouso aos domingos, que só impôs ‘preferentemente’; a relatividade daí decorrente não pode, contudo, esvaziar a norma constitucional de preferência, em relação à qual as exceções – sujeitas à razoabilidade e objetividade dos seus critérios – não pode converterse em regra, a arbítrio unicamente de empregador. A Convenção 126 da OIT reforça a arguição de inconstitucionalidade: ainda quando não se queira comprometer o Tribunal com a tese da hierarquia constitucional dos tratados sobre direitos fundamentais ratificados antes da Constituição, o mínimo a conferirlhe é o valor de poderoso reforço à interpretação do texto constitucional que sirva melhor à sua efetividade: não é de presumir, em Constituição tão ciosa da proteção dos direitos fundamentais quanto a nossa, a ruptura com as convenções internacionais que se inspiram na mesma preocupação.” (ADI 1.675MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 2491997, Plenário, DJ de 1992003.)
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
“O reconhecimento da ilegalidade do ato que majorou o percentual das horas extras incorporadas aos proventos não determina, automaticamente, a restituição ao erário dos valores recebidos, pois foi comprovada boafé do autor.” (RE 553.159ED, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 1º122009, Segunda Turma, DJE de 18122009.)
“Ato administrativo que determinou a suspensão de pagamento de horas extras incorporadas ao salário dos impetrantes, por decisão do TCU. Entendimento assente no Tribunal de Contas deflui da aplicação de preceitos atinentes à limitação que as normas administrativas impõem à incidência da legislação trabalhista sobre os servidores públicos regidos pela CLT, à época em que tal situação podia configurarse. Entendimento no sentido de que não é possível a coexistência das vantagens dos dois regimes funcionais. Ao ensejo da transferência do impetrante para o sistema estatutário, ut Lei 8.112/1990, há de ter o regime próprio desta lei, ressalvada, tão só, a irredutibilidade dos salários.” (MS 22.455, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento em 2242002, Plenário, DJ de 762002.) No mesmo sentido: AI 697.499AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 3062009, Primeira Turma, DJE de 2182009; AI 387.263AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 1852004, Primeira Turma, DJ de 2562004; MS 24.381, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 1352004, Plenário, DJ de 392004.
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
“Não é inconstitucional a Lei 1.530, de 26121951, que manda incluir na indenização por despedida injusta parcela correspondente a férias proporcionais.” (Súmula 200.)
“O salário das férias do empregado horista corresponde à média do período aquisitivo, não podendo ser inferior ao mínimo.” (Súmula 199.)
“As ausências motivadas por acidente do trabalho não são descontáveis do período aquisitivo das férias.” (Súmula 198.)
“É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que o servidor público aposentado tem direito ao recebimento de indenização pelas férias não gozadas, adquiridas ao tempo da atividade, sob pena de enriquecimento sem causa da administração.” (RE 234.485AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 282011, Primeira Turma, DJE de 1992011.) No mesmo sentido: RE 285.323AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 4102011, Segunda Turma, DJE de 21102011.
“O direito individual às férias é adquirido após o período de doze meses trabalhados, sendo devido o pagamento do terço constitucional independente do exercício desse direito. A ausência de previsão legal não pode restringir o direito ao pagamento do terço constitucional aos servidores exonerados de cargos comissionados que não usufruíram férias. O não pagamento do terço constitucional àquele que não usufruiu o direito de férias é penalizálo duas vezes: primeiro por não ter se valido de seu direito ao descanso, cuja finalidade é preservar a saúde física e psíquica do trabalhador; segundo por vedarlhe o direito ao acréscimo financeiro que teria recebido se tivesse usufruído das férias no momento correto.” (RE 570.908, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 1692009, Plenário, DJE de 1232010, com repercussão geral.) No mesmo sentido: RE 588.937AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 4112008, Segunda Turma, DJE de 28112008; RE 324.656AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 622007, Segunda Turma, DJ de 232007; RE 324.880AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 2452005, Primeira Turma, DJ de 1032006.
“O STF, em sucessivos julgamentos, firmou entendimento no sentido da não incidência de contribuição social sobre o adicional de 1/3, a que se refere o art. 7º, XVII, da CF. Precedentes.” (RE 587.941AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 3092008, Segunda Turma, DJE de 21112008.) No mesmo sentido: AI 710.361AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 742009, Primeira Turma, DJE de 852009.
“Compensação da gratificação denominada pósférias, instituída por norma coletiva, com o terço constitucional de férias. Possibilidade. Precedentes. O STF já se posicionou pela possibilidade de compensação da gratificação denominada pósférias, instituída por norma coletiva, com o adicional de 1/3 sobre as férias, previsto no inciso XVII do art. 7º da Magna Carta. Precedentes: AI 360.306AgR, Rel. Min. Moreira Alves; AI 401.304AgR e AI 506.362AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; e RE 380.960, de minha relatoria.” (AI 513.027AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 2962006, Primeira Turma, DJ de 892006.)
“Servidor público aposentado: férias: acréscimo de um terço. CF, art. 7º, XVII. Resolução 6/1989 do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. O direito às férias remuneradas é assegurado ao servidor público em atividade. O acréscimo de 1/3 da remuneração segue o principal: somente faz jus a esse acréscimo o servidor com direito ao gozo de férias remuneradas. CF, art. 7º, XVII. Servidor público aposentado não tem direito, obviamente, ao gozo de férias. Resolução 6/1989 do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, que estendeu aos magistrados aposentados o acréscimo relativamente às férias na base de 1/3 da remuneração: inconstitucionalidade.” (ADI 2.579, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 2182003, Plenário, DJ de 2692003.)
••“Estado do Rio Grande do Sul. Art. 2º da Lei 8.870, de 1871989, que limita a apenas um mês de férias o aumento, em 30%, dos vencimentos dos membros da magistraturaestadual, previsto no art. 7º, XVII, da Constituição. Dispositivo legal que se revela incompatível com a norma constitucional em referência, dado tratarse de carreira cujos integrantes têm direito a sessenta dias de férias anuais (art. 66 da Loman).” (AO 517, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 16121999, Plenário, DJ de 1032000.)
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
“A estabilidade provisória advinda de licençamaternidade decorre de proteção constitucional às trabalhadoras em geral. O direito amparado pelo art. 7º, XVIII, da CF, nos termos do art. 142, VIII, da CF/1988, alcança as militares.” (RE 523.572AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 6102009, Segunda Turma, DJE de 29102009.) No mesmo sentido: AI 811.376AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 1º32011, Segunda Turma, DJE de 2332011.
“O STF fixou entendimento no sentido de que as servidoras públicas e empregadas gestantes, inclusive as contratadas a título precário, independentemente do regime jurídico de trabalho, têm direito à licençamaternidade de 120 dias e à estabilidade provisória desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, nos termos do art. 7º, XVIII, da CB e do art. 10, II, b, do ADCT. Precedentes.” (RE 600.057AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 2992009, Segunda Turma, DJE de 23102009.) No mesmo sentido: RE 597.989AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 9112010, Primeira Turma, DJE de 2932011; RE 287.905, Rel. p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 2862005, Segunda Turma, DJ de 3062006; RMS 24.263, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 1º42003, Segunda Turma, DJ de 952003. Vide: RE 523.572AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 6102009, Segunda Turma, DJE de 29102009; RMS 21.328, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 11122001, Segunda Turma, DJ de 352002; RE 234.186, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 562001, Primeira Turma, DJ de 3182001.
“O legislador brasileiro, a partir de 1932 e mais claramente desde 1974, vem tratando o problema da proteção à gestante, cada vez menos como um encargo trabalhista (do empregador) e cada vez mais como de natureza previdenciária. (...) Diante desse quadro histórico, não é de se presumir que o legislador constituinte derivado, na Emenda 20/1998, mais precisamente em seu art. 14, haja pretendido a revogação, ainda que implícita, do art. 7º, XVIII, da CF originária. Se esse tivesse sido o objetivo da norma constitucional derivada, por certo a EC 20/1998 conteria referência expressa a respeito. E, à falta de norma constitucional derivada, revogadora do art. 7º, XVIII, a pura e simples aplicação do art. 14 da EC 20/1998, de modo a tornála insubsistente, implicará um retrocesso histórico, em matéria socialprevidenciária, que não se pode presumir desejado. Na verdade, se se entender que a previdência social, doravante, responderá apenas por R$ 1.200,00 por mês, durante a licença da gestante, e que o empregador responderá, sozinho, pelo restante, ficará sobremaneira, facilitada e estimulada a opção deste pelo trabalhador masculino, ao invés da mulher trabalhadora. (...) A convicção firmada, por ocasião do deferimento da medida cautelar, com adesão de todos os demais ministros, ficou agora, ao ensejo deste julgamento de mérito, reforçada substancialmente no parecer da PGR. Reiteradas as considerações feitas nos votos, então proferidos, e nessa manifestação do MPF, a ação direta de inconstitucionalidade é julgada procedente, em parte, para se dar ao art. 14 da EC 20, de 15121998, interpretação conforme à Constituição, excluindose sua aplicação ao salário da licença gestante, a que se refere o art. 7º, XVIII, da CF.” (ADI 1.946, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 342003, Plenário, DJ de 1652003.)
XIX – licençapaternidade, nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
“Lei 11.562/2000 do Estado de Santa Catarina. Mercado de trabalho. Discriminação contra a mulher. Competência da União para legislar sobre direito do trabalho. (...) A Lei 11.562/2000, não obstante o louvável conteúdo material de combate à discriminação contra a mulher no mercado de trabalho, incide em inconstitucionalidade formal, por invadir a competência da União para legislar sobre direito do trabalho.” (ADI 2.487, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 3082007, Plenário, DJE de 2832008.) No mesmo sentido: ADI 3.166, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 2752010, Plenário, DJE de 1092010.
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
“Mandado de injunção: ausência de regulamentação do direito ao aviso prévio proporcional previsto no art. 7º, XXI, da CR. Mora legislativa: critério objetivo de sua verificação: procedência para declarar a mora e comunicar a decisão ao Congresso Nacional para que a supra.” (MI 695, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 1º32007, Plenário, DJ de 2042007.)
“Dissídio coletivo. Recursos extraordinários providos, para excluir as cláusulas 2ª (piso correspondente ao salário mínimo acrescido de percentual) e 24ª (estabilidade temporária), por contrariarem, respectivamente, os incisos IV (parte final) e I do art. 7º da Constituição, este último juntamente com o art. 10 do ADCT, bem como a cláusula 29ª (aviso prévio de sessenta dias), por ser considerada invasiva da reserva legal específica, instituída no art. 7º, XXI, da Constituição.” (RE 197.911, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 2491996, Primeira Turma, DJ de 7111997.)
“Mandado de injunção. Art. 7º, XXI, da Constituição. Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço. Situação de mora do legislador ordinário na atividade de regulamentar o aviso prévio, como previsto no art. 7º, XXI da Constituição. Falta de perspectiva de qualquer benefício ao peticionário, visto que dispensado em perfeita sintonia com o direito positivo da época – circunstância impeditiva de desdobramentos, no caso concreto, em favor do impetrante. Mandado de injunção parcialmente deferido, com o reconhecimento da mora do Congresso Nacional.” (MI 369, Rel. p/ o ac. Min. Francisco Rezek, julgamento em 1981992, Plenário, DJ de 2621993.)
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
“Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.” (Súmula 736.)
“Acontece que esse caso me parece peculiar, e muito peculiar – se o superlativo for admitido eu diria peculiaríssimo –, porque a lei federal faz remissão à Convenção da OIT 162, art. 3º, que, por versar tema que no Brasil é tido como de direito fundamental (saúde), tem o status de norma supralegal. Estaria, portanto, acima da própria lei federal que dispõe sobre a comercialização, produção, transporte, etc., do amianto. (...) De maneira que, retomando o discurso do Min. Joaquim Barbosa, a norma estadual, no caso, cumpre muito mais a CF nesse plano da proteção à saúde ou de evitar riscos à saúde humana, à saúde da população em geral, dos trabalhadores em particular e do meio ambiente. A legislação estadual está muito mais próxima dos desígnios constitucionais, e, portanto, realiza melhor esse sumo princípio da eficacidade máxima da Constituição em matéria de direitos fundamentais, e muito mais próxima da OIT, também, do que a legislação federal. Então, pareceme um caso muito interessante de contraposição de norma suplementar com a norma geral, levandonos a reconhecer a superioridade da norma suplementar sobre a norma geral. E, como estamos em sede de cautelar, há dois princípios que desaconselham o referendum à cautelar: o princípio da precaução, que busca evitar riscos ou danos à saúde e ao meio ambiente para gerações presentes; e o princípio da prevenção, que tem a mesma finalidade para gerações futuras. Nesse caso, portanto, o periculum in mora é invertido e a plausibilidade dodireito também contraindica o referendum a cautelar. Sr. Presidente, portanto, pedindo todas as vênias, acompanho a dissidência e também não referendo a cautelar.” (ADI 3.937MC, Rel. Min. Marco Aurélio, voto do Min. Ayres Britto, julgamento em 462008, Plenário, DJE de 10102008.)
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
“Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.” (Súmula Vinculante 4.)
“Para efeito do adicional de insalubridade, a perícia judicial, em reclamação trabalhista, não dispensa o enquadramento da atividade entre as insalubres, que é ato da competência do ministro do Trabalho e Previdência Social.” (Súmula 460.)
“É devido o adicional de serviço insalubre, calculado à base do salário mínimo da região, ainda que a remuneração contratual seja superior ao salário mínimo acrescido da taxa de insalubridade.” (Súmula 307.)
“Tem direito ao adicional de serviço perigoso o empregado de posto de revenda de combustível líquido.” (Súmula 212.)
“Adicional de insalubridade. Base de cálculo. Salário mínimo. Mesmo em se tratando de adicional de insalubridade, descabe considerar o salário mínimo como base de cálculo. Verbete Vinculante 4 da Súmula do Supremo. Agravo. Reforma. Alcance. Afastase a observância do verbete vinculante quando conclusão diversa acarreta o prejuízo do recorrente.” (RE 388.658AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 1282008, Primeira Turma, DJE de 2692008.)
“Art. 7º, IV, da CR. Não recepção do art. 3º, parágrafo único, da LC paulista 432/1985 pela Constituição de 1988. Inconstitucionalidade de vinculação do adicional de insalubridade ao salário mínimo: precedentes. Impossibilidade da modificação da base de cálculo do benefício por decisão judicial. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento. O sentido da vedação constante da parte final do inciso IV do art. 7º da Constituição impede que o salário mínimo possa ser aproveitado como fator de indexação; essa utilização tolheria eventual aumento do salário mínimo pela cadeia de aumentos que ensejaria se admitida essa vinculação (RE 217.700, Min. Moreira Alves). A norma constitucional tem o objetivo de impedir que aumento do salário mínimo gere, indiretamente, peso maior do que aquele diretamente relacionado com o acréscimo. Essa circunstância pressionaria reajuste menor do salário mínimo, o que significaria obstaculizar a implementação da política salarial prevista no art. 7º, IV, da CR. O aproveitamento do salário mínimo para a formação da base de cálculo de qualquer parcela remuneratória ou com qualquer outro objetivo pecuniário (indenizações, pensões, etc.) esbarra na vinculação vedada pela CB. (...) Inexistência de regra constitucional autorizativa de concessão de adicional de insalubridade a servidores públicos (...) ou a policiais militares (...). Inviabilidade de invocação do art. 7º, XXIII, da CR, pois mesmo se a legislação local determina a sua incidência aos servidores públicos, a expressão adicional de remuneração contida na norma constitucional há de ser interpretada como adicional remuneratório, a saber, aquele que desenvolve atividades penosas, insalubres ou perigosas tem direito a adicional, a compor a sua remuneração. Se a Constituição tivesse estabelecido remuneração do trabalhador como base de cálculo teria afirmado adicional sobre a remuneração, o que não fez.” (RE 565.714, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 3042008, Plenário, DJE de 882008, com repercussão geral.) No mesmo sentido: ADPF 151MC, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 222011, Plenário, DJE de 652011; AI 714.188AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2122010, Primeira Turma, DJE de 1º22011; RE 558.549AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 642010, Primeira Turma, DJE de 1º72010; AI 704.107AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 892009, Segunda Turma, DJE de 16102009; AI 395.455AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2362009, Segunda Turma, DJE de 782009; AI 344.269AgRAgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 2362009, Segunda Turma, DJE de 782009; RE 557.727AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 1982008, Segunda Turma, DJE de 1292008. Em sentido contrário: RE 452.205, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 11102005, Segunda Turma, DJ de 4112005.
“Servidor público. Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei. Art. 7º, XXIII, da CF. O art. 39, § 2º, da CF apenas estendeu aos servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios alguns dos direitos sociais por meio de remissão, para não ser necessária a repetição de seus enunciados, mas com isso não quis significar que, quando algum deles dependesse de legislação infraconstitucional para ter eficácia, essa seria, no âmbito federal, estadual ou municipal, a trabalhista. Com efeito, por força da Carta Magna Federal, esses direitos sociais integrarão necessariamente o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mas, quando dependem de lei que os regulamente para dar eficácia plena aos dispositivos constitucionais de que deles decorrem, essa legislação infraconstitucional terá de ser, conforme o âmbito a que pertence o servidor público, da competência dos mencionados entes públicos que constituem a federação.” (RE 169.173, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 1051996, Primeira Turma, DJ de 1651997.)
XXIV – aposentadoria;
“Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da sala de aula.” (Súmula 726.)
“Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da inatividade regulamse pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou o servidor civil reuniu os requisitos necessários.” (Súmula 359.)
“Em caso de dupla aposentadoria, os proventos a cargo do IAPFESP não são equiparáveis aos pagos pelo Tesouro Nacional, mas calculados à base da média salarial nos últimos doze meses de serviço.” (Súmula 243.)
“Tem direito de retornar ao emprego, ou ser indenizado em caso de recusa do empregador, o aposentado que recupera a capacidade de trabalho dentro de cinco anos, a contar da aposentadoria, que se torna definitiva após esse prazo.” (Súmula 217.)
“(...) minha decisão no RE 460.700 determinou o retorno dos autos ao TST para que este prosseguisse no exame do processo como entendesse de direito, afastando do aresto recorrido a premissa de que a aposentadoria espontânea extingue o contrato de trabalho. (...) Conforme destacou o PGR, não há, na decisão deste STF, ‘uma determinação para que a interessada seja reintegrada ao cargo de origem’.” (Rcl 5.515, voto do Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 2942009, Plenário, DJE de 1962009.)
“Previdenciário. INSS. Aposentadoria por tempo de serviço. Lei 8.213/1991. Efeito retroativo. Impossibilidade. Esta Turma já se manifestou no sentido da impossibilidade de ser estendida a lei mais vantajosa (Lei 8.213/1991, art. 53, I e II) a benefício que lhe é anterior.” (RE 521.703ED, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 27112007, Plenário, DJE de 1º22008.) No mesmo sentido: RE 514.060AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 982011, Segunda Turma, DJE de 25102011.
“Previdência social: aposentadoria espontânea não implica, por si só, extinção do contrato de trabalho. Despedida arbitrária ou sem justa causa (CF, art. 7º, I): viola a garantia constitucional o acórdão que, partindo de premissa derivada de interpretação conferida ao art. 453, caput, da CLT (redação alterada pela Lei 6.204/1975), decide que a aposentadoria espontânea extingue o contrato de trabalho, mesmo quando o empregado continua a trabalhar na empresa após a concessão do benefício previdenciário. A aposentadoria espontânea pode ou não ser acompanhada do afastamento do empregado de seu trabalho: só há readmissão quando o trabalhador aposentado tiver

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