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INTRODUÇÃO DIREITO ADMINISTRATIVO

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1
 Na década de 50: Brandão Cavalcanti
 “O direito administrativo é o conjunto de
princípios e normas jurídicas que presidem ao
funcionamento das atividades do Estado, à
organização e ao funcionamento dos serviços
públicos, e às relações de administração com os
indivíduos”.
2
 Em Portugal, Marcelo Caetano conceitua:
 “O Direito administrativo, é o sistema das
normas jurídicas que disciplinam as relações
pelas quais o Estado, ou pessoa que com ele
coopere, exerça a iniciativa de prosseguir
interesses colectivos utilizando o privilégio da
execução prévia”
 J. Cretella Jr. define o direito administrativo
como:
 “o ramo do direito público interno que regula a
atividade e as relações jurídicas das pessoas
públicas e a instituição de meios e órgãos
relativos à ação dessas pessoa”
3
 Atualmente Maria Sylvia Zanella Di Pietro:
 " Ramo do Direito Público que tem por objeto os 
órgãos e pessoas jurídicas administrativas que 
integram a Administração Pública, a atividade 
jurídica não contenciosa que exerce e os bens de 
que se utiliza para a consecução de seus fins, de 
natureza pública".
 Odete Medauar apresenta simples noção do que é
o direito administrativo.
 “o direito administrativo é o conjunto de normas
e princípios que regem a atuação da
Administração Pública”
4
 Hely Lopes Meirelles assim definia o direito
administrativo:
 “...conjunto harmônico de princípios jurídicos
que regem os órgãos, os agentes e as atividades
públicas tendentes a realizar concreta, direta e
imediatamente os fins desejados pelo Estado”
 Hely Lopes Meirelles assim definia o direito
administrativo:
Pela expressão “Conjunto harmônico de
princípios jurídicos...”,
o autor expressa o caráter científico do direito
administrativo pois seu significado quer dizer a
sistematização de normas doutrinárias de Direito.
São os princípios jurídicos próprios do direito
administrativo;
5
 Hely Lopes Meirelles assim definia o direito
administrativo:
“que regem os órgãos, os agentes...”
demonstra que a estrutura e que o pessoal do
serviço público serão ordenados pelas normas
contidas nos princípios;
“e as atividades públicas...”
realizadas pela Administração Pública, nessa
qualidade, e não aquelas excepcionais realizadas em
igualdade com o particular.
 Hely Lopes Meirelles assim definia o direito
administrativo:
“tendentes a realizar concreta, direta e
imediatamente os fins desejados pelo Estado”
expressa a caracterização e a delimitação do objeto
do Direito Administrativo.
Por trabalhar concreta, direta e imediatamente nos
fins desejados pelo Estado, o Direito Administrativo
afasta-se das atividades abstrata, indireta e mediata
do mesmo consistentes em legislar, jurisdicionar e
praticar ações sociais.
6
 Conclusão sobre o conceito de Hely Lopes Meirelles:
 O Direito Administrativo não deve dizer quais são os fins do
Estado.
 A ele cabem os aspectos dinâmicos e funcionais de
funcionamento do próprio Estado.
 O Direito Administrativo está presente em todas as
atividades concernentes às funções estatais. Ou seja, nas
funções legislativa, administrativa e jurisdicional, ele estará
presente no que concerne à organização e funcionamento de
seus serviços, à administração de seus bens, à regência de
seu pessoal e à formalização dos seus atos de administração.
 O Direito Administrativo surgiu entre o final
do século XVIII e início do século XIX, entre
a decadência do Estado Absolutista e a
implantação do Estado de Direito.
 Foi durante a Revolução Francesa, período em
que se buscava a menor arbitrariedade estatal e a
maior proteção dos direitos fundamentais dos
cidadãos, que apareceram os primeiros alicerces
desta nova ciência jurídica.
7
 Diante do contexto histórico, podemos afirmar que o
Direito Administrativo surgiu com um propósito
bastante específico e determinado: tentar
reequilibrar as prerrogativas do Poder Público
com as garantias dos administrados.
 O Direito Administrativo nasce atrelado ao Direito
Constitucional, pois enquanto ao primeiro cabe
executar as tarefas (atividade dinâmica), ao segundo
cabe determinar e planeja os trabalhos (atividade
estática).
 As transformações sociais e os desafios
impostos ao Poder Público tornaram o
Direito Administrativo um influente fator de
mudança da própria gestão das atividades
rotineiras do Estado.
 É preciso atentar à verdadeira revolução da
importância do estudo desta disciplina
jurídica, fundamental para o entendimento do
próprio Estado.
8
 Quanto maior a participação popular na condução
da atividade administrativa e a sujeição do Estado
às leis, maior será a incidência de normas de
direito público e a preocupação com o estudo do
Direito Administrativo.
 Quanto mais democrático for o ambiente
institucional vivenciado um país, mais seus
cidadãos-administrados poderão exigir o exato
cumprimento do Direito Administrativo.
 Conclusão:
Podemos afirmar que há países onde o Direito
Administrativo é pouco avançado e outros países
onde é muito evoluído.
Quanto mais funções são dadas ao Estado,
maiores serão as atribuições do Direito
Administrativo.
9
 Embora o direto seja uno, não podendo
ser fatiado, a sua clássica divisão em
direito público e direito privado, proposta
pelo jurista romano Ulpiano, ajuda a
compreender melhor as diferentes funções
deste ramo da ciência social.
 Para fins didáticos, a ciência jurídica
comporta uma divisão em direito público
e privado.
 O direito público, por sua vez, sob uma ótima
contemporânea e globalizada, ainda permite
uma subdivisão em direito público externo e
direito público interno.
10
 Direito público:
regula as relações em que o Estado é parte, ou
seja, relações entre governantes e governados, em
uma perspectiva vertical, regendo sua organização,
atuando com supremacia e visando sempre o
interesse público. São considerados ramos do
direito público as seguintes áreas: constitucional,
tributário, penal, processual, econômico, financeiro,
ambiental, urbanístico, eleitoral, etc.
 Direito privado:
regula as relações entre particular e particular, em
uma perspectiva horizontal, atuando com igualdade.
São considerados ramos do direito privado as
seguintes áreas: civil, empresarial, trabalho.
11
 Direito público interno:
aborda as atividades administrativas tendo em vista
os fins interiores do Estado.
 Direito público externo:
regula as relações entre países diferentes.
 Portanto, tendo em vista as características
apresentadas, infere-se com facilidade que o
Direito Administrativo pertence é ramo do direito
público interno.
O Direito Administrativo faz parte do bloco monolítico
do Direito que, como já se sabe, é dividido em dois
ramos principais (público e privado) com objetivos
didáticos, para facilitar a sua compreensão e estudo.
12
Direito Constitucional:
Em razão de tratarem do Estado, o Direito
Administrativo e o Direito Constitucional possuem
muito em comum. No entanto, o Direito Constitucional
trata da estrutura estatal e da instituição política do
governo.
Direito Constitucional:
 O Direito Administrativo tem como objetivo regular a
organização interna dos órgãos da Administração
Pública, seu pessoal, serviços e funcionamento que
satisfaça as finalidades constitucionalmente
determinadas.
13
Direito Constitucional:
 O Direito Constitucional estabelece a estrutura
estática do Estado e o Direito Administrativo a sua
dinâmica. Enquanto O Direito Constitucional dá os
lineamentos gerais do Estado, institui os seus
principais órgãos e define os direitos e as garantias
fundamentais dos indivíduos, o Direito
Administrativo disciplina os serviços públicos e as
relações entre a Administração e os cidadãos de
acordo com os princípios constitucionais.
Direito Constitucional:
Por fim...
 O direitoadministrativo nasce da própria constituição
que institui os poderes e seus órgãos, cada qual com
sua função precisamente delineada.
 São de se frisar alguns pontos de extrema influência
do direito constitucional no direito administrativo:
direitos e deveres do servidor público; limites da
atuação estatal em razão dos direitos e garantias
fundamentais, dentre outros.
14
Direito Tributário e Financeiro
 O Direito Administrativo tem com o Direito
Tributário e com o Direito Financeiro uma relação de
fundamental importância.
 Basta admitirmos que a tributação é realizada a partir
de relações jurídicas em virtude das quais o Estado
irá arrecadar os seus recursos indispensáveis ao
funcionamento da estrutura pública e o segundo
disciplinará como os mesmos serão empregados, tudo
conforme a Constituição e as Leis.
Direito Tributário e Financeiro
 O Direito Tributário nasce da necessidade de se
fornecer recursos para o funcionamento da máquina
administrativa e de se criar mecanismos que protejam
os cidadãos da ânsia arrecadadora do Poder Público.
 O direito tributário estabelece limites à atividade
tributária estatal e protege o cidadão contra qualquer
modelo desregrado e confiscatório que porventura
venha a ser criado.
15
Direito Tributário e Financeiro
 O Direito Financeiro, por sua vez, surge no mundo do
direito para disciplinar os gastos do que é arrecadado
pela Administração com os tributos.
 Cuida da disciplina das receitas e das despesas do
Estado, que compõem a função administrativa.
 Ambas as atividades de realização de receitas e
efetivação de despesas são eminentemente
administrativas.
Direito Penal
 O Direito Administrativo é bastante distinto do
Direito Penal.
 De qualquer forma, a lei penal, como nos casos de
crimes contra a Administração Pública, subordina a
definição do delito à conceituação de atos e fatos
administrativos.
16
Direito Processual
 A relação do Direito Administrativo com o Direito
Processual é bastante próxima. Nos aspectos dos
processos civil e penal a relação se dá na própria
regulamentação das respectivas jurisdições. Nos
processos administrativos são utilizados princípios
característicos de processo comum.
 Nos países do contencioso administrativo, é falado a
respeito do direito administrativo processual.
Direito do Trabalho
 O Direito do Trabalho muito se aproxima do Direito
Administrativo em razão do fato das relações dos
empregadores com os empregados passaram do setor
privado para o domínio público em virtude de sua
regulamentação e fiscalização pelo Estado.
 Hoje em dia, especialmente, há lei que permite a
contratação pelo Poder Público de empregados
públicos sem deixar de existirem os servidores
ocupantes de cargos públicos.
17
Direito Eleitoral
 As relações do Direito Administrativo com o Direito
Eleitoral se dão em virtude da proximidade do
primeiro com diferentes pontos da organização da
votação e apuração dos pleitos, no próprio
funcionamento dos partidos políticos, na disciplina da
propaganda partidária, dentre outros.
Direito Civil
 As relações entre o Direito Civil e o Direito
Administrativo são muito próximas, principalmente
no que se refere aos contratos e obrigações do Poder
Público com os particulares.
 Isto sem se falar também nos bens públicos, nas
pessoas públicas e na responsabilidade civil do
Estado, todos tratados pelo Código Civil.
18
Direito Econômico
 A relação do Estado com a economia particular teria
dado surgimento ao direito econômico
 Tanto o direito financeiro, quanto o tributário e o
econômico seriam especificações ou especializações
do próprio direito administrativo. Isto porque seriam
direitos que se destacaram do próprio direito
administrativo.
 São várias as fontes do Direito Administrativo,
todas elas dando sua contribuição em especial
para a construção desta ramificação da ciência
jurídica.
 Diante da ausência de uma codificação específica,
as fontes no Direito Administrativo possuem uma
importância muito grande, servindo de paradigma
para interpretação e solução dos problemas
envolvidos.
19
 As fontes podem ser:
 Primárias – são as principais, onde nasce o direito,
bebedouro imediato de fundamento da norma;
 Secundárias – são as acessórias, funcionando de
auxílio com relação às primárias, estando
subordinadas àquelas.
As fontes podem ser:
Primárias Lei
Secundárias Jurisprudência
Costumes
Doutrina
Princípios Gerai do Direito
20
Lei:
 A fonte primária do Direito Administrativo consiste
nas leis em sentido amplo (lato sensu), ou seja,
qualquer das espécies normativas previstas no art. 59
da Constituição Federal de 1988.
Jurisprudência:
 São os julgamentos reiterados dos nossos tribunais na
mesma direção, no mesmo sentido, servindo apenas
como uma orientação decisória.
 Tanto a jurisprudência quanto as súmulas editadas
pelos tribunais superiores são consideradas apenas
como fontes secundárias.
21
Jurisprudência:
 Com o advento da Emenda Constitucional nº
45/04, foi inserido no art. 103-A da CF/88 a
súmula com efeitos vinculantes.
 Devido à sua força cogente para agentes, órgãos e
entidades administrativas, a doutrina mais
abalizada vem entendendo tratar-se de uma
nova fonte primária diante do ordenamento
jurídico pátrio.
Doutrina:
É o resultado dos trabalhos dos estudiosos da
ciência jurídica, retratados em livros, artigos,
pareceres, dentre outros.
22
Costumes:
 É a prática habitual, corriqueira e generalizada de
determinadas condutas humanas, acreditando serem
elas obrigatórias.
 Costuma-se distinguir dois elementos da fonte
consuetudinária: o primeiro é o aspecto
psicológico, que consiste em praticar determinado
ato pensando de forma convicta que é o correto;
o segundo é o aspecto físico, que consiste na
ação humana de praticá-lo reiteradamente.
Princípios Gerais do Direito:
 São as balizas, os alicerces do ordenamento
jurídico; podem ser expressos ou implícitos.
23
 As denominações Estado, Governo e
Administração Pública não são consideradas
sinônimas, possuindo cada uma delas peculiaridades
que as tornam diferentes entre si.
 Estado
 Quando falamos em uma sociedade politicamente
organizada, a primeira imagem que nos vem à
cabeça é a palavra Estado. Todavia, por de trás
deste aglomerado de letras, se esconde toda uma
evolução política, social e jurídica que perdurou
durante séculos, onde inúmeras tentativas de
estruturar a vida em coletividade foram testadas,
até chegarmos ao modelo de hoje por nós
utilizados.
24
 Conceito de Estado
 Podemos conceituar Estado como sendo uma pessoa
jurídica de direito público interno, com personalidade
jurídica própria, apta a ser sujeito de direitos e
obrigações.
 Poderes do Estado
 Basicamente, três foram os personagens que deram sua
contribuição filosófica para a formação do Estado:
Aristóteles (A política, 340 a.C.), John Locke (Segundo
tratado sobre o governo, 1690) e Montesquieu (O espírito das
leis, 1748).
25
 Poderes do Estado
 Todos focalizavam suas utopias em um Estado com um Poder
organizado de forma descentralizada, com distribuições
precípuas de funções, independentes e harmônicos entre si.
 Esta moldura estatal encontra-se recepcionada pela
Constituição Federal de 1988 em seu art. 2º, onde
menciona a existência dos Poderes do Legislativo,
Executivo e Judiciário.
 Poderes do Estado
 O texto normativo trata expressamente dos Poderes da
União, todos harmônicos e com graus de independência entre
si, trazendo como pano de fundo a teoria ou sistema norte-
americano de freios e contrapesos (checks and balances).
 Três são os Poderes Estatais, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário, todos com suas funções principais, típicas,
inerentes a sua própria essência,e desfrutando, também,
de funções secundárias, atípicas.
26
 Poder Legislativo:
 Cabem duas funções precípuas: (típicas)
1. inovação da ordem jurídica, ou seja, elaboração de
leis lato sensu, abstratas e de ordem geral (art.
59) e
 Poder Legislativo:
2. fiscalização, que pode ser de caráter político-
administrativo, exercido pelas comissões, por
exemplo, Comissão Parlamentar de Inquérito –
CPI e Comissão de Constituição e Justiça – CCJ
(art. 58), ou de caráter econômico-financeiro,
auxiliado pelo Tribunal de Contas (art. 70).
27
 Poder Legislativo:
 Pode também julgar e administrar-se
internamente, são suas funções atípicas.
 A princípio pode parecer estranho o Legislativo
julgando, papel tradicionalmente direcionado ao
Judiciário, mas a Carta Constitucional permite tal
situação, é o caso do Senado Federal processar e
julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República
nos crimes de responsabilidade (art. 52, I).
 Poder Executivo:
 Sua função essencial (típica) é de aplicar a lei ao
caso concreto, administrando a coisa pública.
 Desta forma, suas ações são diretas, concretas,
individuais e revisáveis.
 A função atípica deste Poder se faz também por meio
de julgamentos, por exemplo, os contenciosos
administrativos e tributários, e a elaboração
normativa, como a famigerada Medida Provisória
em caso de relevância e urgência (art. 62) e a
elaboração das Leis Delegadas (art. 68).
28
 Poder Judiciário:
 Cabe por natureza a aplicação da lei ao caso concreto,
substituindo a vontade das partes resolvendo o
conflito de interesses com força coercitiva. Assim
sendo, seus atos são indiretos, concretos e
individuais.
 Cabe ainda ao Judiciário, como funções atípicas,
sua própria administração interna (art. 99) e a
elaboração normativa, por exemplo, disciplinando a
cerca de seu regimento interno (art. 96, I, “a”).
 Estado se compõe de 3 elementos:
População (homogênea)
Território ( certo, irrestrito, inalienável)
Governo (soberano)
29
 Elementos do Estado:
 População ou Povo é componente humano. É
impossível se pensar em um Estado sem pessoas que lá
habitem.
 Todavia acrescentamos a característica de
homogeneidade para dar perfeição ao elemento.
 Elementos do Estado:
 Território é o elemento espacial.
 As pessoas não podem ficar espalhadas ao vento,
devem fazer parte de algum espaço físico e
delimitado, com o fim de demarcar a área as quais
pertencem.
 O termo abrange também o subsolo, espaço aéreo,
mar territorial e plataforma continental. Podemos
considerar ainda como território, em uma ficção
jurídica, as aeronaves e embarcações públicas brasileiras.
30
 Elementos do Estado:
 Governo é o comando, a gestão, a direção da pessoa
jurídica, logo, são as decisões políticas.
 Essa vontade estatal é manifestada pelo exercício
de seus três Poderes, cada qual com suas
atividades funcionais.
 Elementos do Estado:
 Governo Soberano:
 Características da Soberania:
Una
Indivisível
Inalienável
Imprescritível
31
 Administração Pública
Subjetivo: órgãos/pessoas
Administração Pública
Objetivo: função/atividade
 Administração Pública
 Admite dois significados diversos, podendo ser
utilizada no sentido subjetivo e no sentido material.
 O critério formal, orgânico ou subjetivo representa
tanto o aparelhamento, a estrutura, os órgãos, quanto
os agentes, as pessoas jurídicas, ou seja, é toda a
máquina administrativa (conjunto de órgãos e
pessoas) disponível.
 Geralmente é escrito com letras maiúsculas:
Administração Pública.
32
 Administração Pública
 O critério material ou objetivo representa a atividade
de administrar, ou seja, é a função administrativa
desempenhada pelo Estado com prerrogativas
necessárias para atingir o interesse público.
 Geralmente é grafada com letras minúsculas:
administração pública.
 Administração Pública
 A expressão Administração Pública pode, ainda, se
apresentar em dois sentidos distintos, podendo ser
utilizada no sentido amplo e no sentido restrito.
33
 Administração Pública
 SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 A Administração Pública pode ser entendida em dois
sentidos:
objetivo
subjetivo
 Administração Pública
 SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 Sentido objetivo:
 José dos Santos Carvalho Filho, “o verbo administrar
indica gerir, zelar, enfim uma ação dinâmica de
supervisão.
 O adjetivo pública pode significar não só algo ligado
ao Poder Público, como também a coletividade ou ao
público em geral.
34
 Administração Pública
 SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 Sentido objetivo:
 Trata-se da própria gestão dos interesses públicos
executada pelo Estado, seja através da prestação de
serviços públicos, seja por sua organização interna,
ou ainda pela intervenção no campo privado, algumas
vezes até de forma restritiva (poder de polícia).
 Administração Pública
 SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 Sentido objetivo:
 Seja qual for a hipótese da administração da coisa
pública, é inafastável a conclusão de que a destinatária
última dessa gestão há de ser a própria sociedade, ainda
que a atividade beneficie, de forma imediata, o Estado.
 É que não se pode conceber o destino da função pública
que não seja voltado aos indivíduos, com vistas a sua
proteção, segurança e bem-estar.
 Essa é a administração pública, no sentido objetivo
35
 Administração Pública
 SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 Sentido objetivo:
 A função da administração pública ao zelar e cuidar dos
bens da coletividade é chamada de função
administrativa.
 Diante dessas colocações, sob o aspecto material,
quais são as atividades exercidas pela administração
pública?
 Administração Pública
 SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 Sentido objetivo:
 As principais atividades administrativas são:
a) Serviço público
b) Poder de polícia
c) Fomento
d) Intervenção no domínio econômico
e) Gestão de bens públicos
f) Intervenção no direito de propriedade do particular
36
 Administração Pública
 SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Serviço público: O serviço público está previsto no
artigo 175 da Constituição Federal de 1988, que reza o
seguinte: “incumbe ao Poder Público, na forma da lei,
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços
públicos”.
 Administração Pública
 SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Poder de polícia: é o poder de fiscalização da
Administração.
Quem cria obrigações para o particular é a lei e quem cria
a lei é o legislador.
Assim a lei impõe obrigações para o particular e cabe à
Administração fiscalizar se estes particulares estão
cumprindo a lei.
37
 Administração Pública
 SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Fomento: consiste no incentivo que a Administração faz
a particulares especiais visando um bem comum.
Está diretamente ligado ao terceiro setor, que são
particulares especiais, os quais buscam interesses
públicos, e por esse motivo são incentivados pela
Administração a continuarem exercendo essas atividades.
Exemplo: organizações sociais que buscam interesses
sociais sem fins lucrativos.
 Administração Pública
 SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Intervenção no domínio econômico: é aquela atividade
em que a Administração atua por meios diretos e
indiretos no mercado capitalista.
A Administração vai regulamentar esse mercado,
apenas no caso de ser verificado relevante interesse
coletivo ou algum fator ligado à segurança nacional.
Essa intervenção está prevista no artigo 173 da CF/88,
que dispõe: “ressalvados os casos previstos...”
38
 Administração Pública
 SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Gestão de bens públicos: atividade de cuidar para que a
utilização do bem público esteja em conformidade ao
interessesocial a que deve servir.
 Administração Pública
 SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Intervenção no direito de propriedade do particular:
o direito de propriedade esta assegurado pelo artigo 5º,
XXII da CF/88 e consiste num direito e garantia
fundamental.
No entanto, esse direito não é absoluto sofrendo, por sua
vez, diversos condicionamentos e limitações advindas
dessa atividade administrativa.
Exemplo: desapropriação, tombamento, requisição
administrativa, limitação administrativa, servidão
administrativa, etc.
39
 Administração Pública
 SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Sentido subjetivo:
José dos Santos Carvalho Filho sustenta que “a expressão
pode também significar o conjunto de agentes, órgãos e
pessoas jurídicas que tenham a incumbência de executar
as atividades administrativas”.
Toma-se aqui em consideração o sujeito da função
administrativa, ou seja, quem a exerce de fato.
 Administração Pública
 SENTIDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Sentido subjetivo:
Maria Sylvia Zanella Di Pietro diz que a Administração
Pública “no sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela
designa os entes que exercem a atividade administrativa;
compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos
incumbidos de exercer uma das funções em que se
triparte a atividade estatal: a função administrativa”
40
 Sistemas Administrativos
 Sistemas administrativos significa de que forma
será efetivado o mecanismo controle dos atos dos
administradores. Podemos indicar a existência de
dois sistemas administrativos:
Sistema do contencioso administrativo e
Sistema da jurisdição una
 Sistemas Administrativos
 O sistema do contencioso administrativo ou sistema
francês, consiste em afirmar que os atos praticados pela
Administração Pública devem ser reapreciados por
ela própria, sendo desnecessária a interferência do
Poder Judiciário.
 Significa atestar que a função jurisdicional também
é exercida pela Administração Pública, não sendo
exclusiva daqueles que pertencem aos quadros do
Poder Judiciário.
41
 Sistemas Administrativos
 Em suma, é como se existisse ao lado do Poder
Judiciário um foro especial, encarregado de julgar, em
caráter definitivo, apenas causas envolvendo
interesses da própria Administração Pública.
 Podemos afirmar que nos países onde vigora o
sistema do contencioso administrativo há uma
dualidade de jurisdição, ou seja, a coexistência de
uma justiça de caráter administrativo e uma justiça
com feições judiciárias.
 Sistemas Administrativos
 O sistema da jurisdição una, também denominado
de sistema inglês, consiste em afirmar que somente
o Poder Judiciário possui a competência de julgar
com ânimo definitivo as lides propostas, detendo o
monopólio da jurisdição.
 Mesmo as causas apreciadas e decididas na esfera
da Administração Pública podem ser revistas pelo
Poder Judiciário, tendo em vista o princípio
constitucional da inafastabilidade da função
jurisdicional (art. 5º, XXXV da CF/88).
42
 Sistemas Administrativos
 Neste sistema, a última palavra é sempre do
Poder Judiciário, somente ele decide com trânsito
em julgado, tornando irreversível o entendimento
exposto na sentença, sendo o único detentor da
denominada função jurisdicional.
 Mesmo assim, ainda é possível falar em coisa julgada
administrativa, para aquelas situações onde não cabe
mais recurso na seara administrativa, podendo,
todavia, sempre recorrer às vias jurisdicionais para ter
reapreciado a causa.
 Administração Pública como ATIVIDADE
 Leon Duguit com a chamada “Escola de Serviço
Público” que apresentou um conceito amplo
equivalendo o serviço público a todas as atividades
exercidas pelo Estado, ou, quando menos, a um
sinônimo da própria Administração Pública. (critério
orgânico ou subjetivo)
43
 Administração Pública como ATIVIDADE
 Uma versão um pouco mais restritiva, no sentido de
que serviços públicos seriam todas as atividades
exercidas pelo Estado em regime jurídico de Direito
Público por uma decisão política dos órgãos de direção
do Estado (critério formal)
 Administração Pública como ATIVIDADE
 A evolução da noção de serviço público demonstra a
dificuldade de fixação de um conceito preciso.
Extraímos quatro sentidos de “serviços públicos”
 a) concepção amplíssima
 b) concepção ampla
 c) concepção restrita
 d) concepção restritíssima
44
 Administração Pública como ATIVIDADE
 A evolução da noção de serviço público demonstra a
dificuldade de fixação de um conceito preciso.
Extraímos quatro sentidos de “serviços públicos”
 a) concepção amplíssima
 b) concepção ampla
 c) concepção restrita
 d) concepção restritíssima
 Administração Pública – SERVIÇO PÚBLICO
a) concepção amplíssima: defendida pela Escola do
serviço público, com algumas variações, considera
serviço público toda e qualquer atividade exercida pelo
Estado. Essa noção clássica é criticada por inserir no
conceito de serviço público as atividades legislativa e
jurisdicional, o que retiraria a utilidade do conceito.
45
 Administração Pública – SERVIÇO PÚBLICO
b) concepção ampla: serviço público é toda atividade
prestacional voltada ao cidadão, independentemente da
titularidade exclusiva do Estado e da forma de
remuneração.
 Administração Pública – SERVIÇO PÚBLICO
c) concepção restrita: serviço público abrange as
atividades prestacionais do Estado prestadas aos
cidadãos, de forma individualizada e com fruição
quantificada. Este conceito não considera como serviço
público o denominado serviço uti universi, mas apenas o
serviço uti singuli.
46
 Administração Pública – SERVIÇO PÚBLICO
d) concepção restritíssima: serviço público é a atividade
prestacional de titularidade do Estado, prestada mediante
concessão ou permissão, remunerada por taxa ou tarifa.
Nesta noção, estão excluídos os serviços uti universi e os
serviços sociais, que não são da titularidade exclusiva do
Estado.
 Função administrativa do Estado.
No Estado Democrático de Direito, a função administrativa é
a atividade desempenhada pelas pessoas estatais, sujeitas a
controle jurisdicional, no fiel cumprimento do dever de
alcançar o interesse público.
Essa função é marcada pela conjugação de dois princípios
caracterizadores do regime jurídico administrativo, quais
sejam:
 o princípio da supremacia do interesse público
 o princípio da indisponibilidade do interesse público.
47
 Função administrativa do Estado.
 O princípio da prevalência do interesse público sobre o
interesse particular assegura a quem exerce a competência
administrativa uma posição de privilégio e supremacia a fim
de que as necessidades sociais sejam alcançadas e, desse
modo, a finalidade pública seja cumprida.
 Função administrativa do Estado.
 O princípio da indisponibilidade do interesse público
pelo titular de competência administrativa determina a
subordinação da atividade administrativa aos princípios
jurídicos que vinculam à concretização do interesse público.
48
 Função administrativa do Estado.
Conceituando:
 Para o autor Marçal Justen Filho “a função administrativa
compreende atividades de fornecimento de utilidades
materiais de interesse coletivo (coleta de lixo, por exemplo),
mas também abrange atuação de cunho jurídico, imaterial
(regulamentação de poluição sonora, por exemplo). Como
se não bastasse, compreende a decisão de litígios, inclusive
entre particulares (disputas quanto a competição desleal,
levada à apreciação do CADE)”
 Função administrativa do Estado.
Conceituando:
 Hely Lopes Meirelles : “a natureza da administração pública é a
de um múnus público para quem a exerce, isto é, a de um encargo de
defesa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesses
da coletividade. Como tal, impõe-se ao administrador público a
obrigação de cumprir fielmente os preceitos do Direitoe da Moral
administrativa que regem a sua atuação. Ao ser investido em função
ou cargo público, todo agente do poder assume para com a
coletividade o compromisso de bem servi-la, porque outro não é o
desejo do povo, como legítimo destinatário dos bens, serviços e
interesses administrados pelo Estado”
49
 Função administrativa do Estado.
Conceituando:
 Hely Lopes Meirelles : “a natureza da administração pública é a
de um múnus público para quem a exerce, isto é, a de um encargo de
defesa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesses
da coletividade. Como tal, impõe-se ao administrador público a
obrigação de cumprir fielmente os preceitos do Direito e da Moral
administrativa que regem a sua atuação. Ao ser investido em função
ou cargo público, todo agente do poder assume para com a
coletividade o compromisso de bem servi-la, porque outro não é o
desejo do povo, como legítimo destinatário dos bens, serviços e
interesses administrados pelo Estado”
 Função administrativa do Estado.
Conceituando:
 Neste sentido Hely Lopes Meirelles enfatiza que os fins
da administração pública resumem-se num único objetivo:
o bem comum da coletividade administrada.
 Toda atividade do administrador público deve ser orientada
para esse objetivo. Se dele o administrador se afasta ou
desvia, trai o mandato de que está investido, porque a
comunidade não institui a Administração senão como meio
de atingir o bem-estar social.
50
 Conceituando:
 Podemos conceituar princípio como sendo um conjunto
normas jurídicas informadoras dotadas de valor normativo.
 “ Princípios de uma ciência são as proposições básicas,
fundamentais, típicas que condicionam todas as
estruturações subsequentes. Princípios, neste sentido, são
os alicerces, os fundamentos da ciência. “
José Cretella Júnior. Filosofia do Direito Administrativo. Rio
de Janeiro: Forense, 1999).
 Princípios, Normas e Regras
As normas jurídicas são gênero, das quais princípios e
regras são espécies.
Princípios Regras 
alto grau de abstração pouco grau de abstração
pouca densidade normativa alta densidade normativa 
precisa de norma concretizadora aplicação direta 
em caso de conflito: critério do peso em caso de conflito: critério da 
validade 
51
 Finalidade
 Os princípios da Administração Pública possuem três
grandes importantes funções dentro do regime jurídico-
administrativo:
função fundamentadora,
função interpretativa e
função integrativa.
 Finalidade
 A função fundamentadora está atrelada à ideia de
vetores informativos de todo o sistema jurídico-
administrativo. Em clássica passagem, Celso Antônio
Bandeira de Mello nos ensina que violar um princípio é
muito mais grave do que violar uma regra específica,
devido ao caráter de diretriz que norteia os princípios.
52
 Finalidade
 A função interpretativa está atrelada à ideia de dúvida
sobre a aplicabilidade de uma determinada regra.
 Havendo ambiguidade normativa, o aplicador do direito
deve se socorrer dos princípios do Direito Administrativo
a fim de alcançar a melhor interpretação do dispositivo
em análise.
 Finalidade
 A função integrativa está vinculada à ideia de lacuna de
regra específica para a solução de determinado caso em
concreto.
 Ex: art. 4º da Lei nº 12.376/10 (Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro - LINDB), afirmando que
na omissão da lei, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
53
 Organograma dos Princípios da Administração Pública
PRINCÍPIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Princípios 
Constitucionais
Básicos (art. 37 CF) 
Explícitos
Implícitos
Princípios 
Infraconstitucionais
Explícitos
Implícitos 
 Organograma dos Princípios da Administração Pública
Princípios 
Constitucionais
CF/88 
Art. 37. A administração pública direta e
indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
54
 Organograma dos Princípios da Administração Pública
Princípios 
Constitucionais
Princípio da Legalidade 
Princípio da Impessoalidade
Princípio da Moralidade
Princípio da Publicidade
Princípio da Eficiência 
 Organograma dos Princípios da Administração Pública
Princípios 
Constitucionais
Princípio da Legalidade 
Princípio da Impessoalidade
Princípio da Moralidade
Princípio da Publicidade
Princípio da Eficiência 
55
 Princípio da Legalidade
 É o princípio basilar do Estado de Direito.
 É a atuação da Administração Pública (órgãos/agentes)
dentro dos parâmetros definidos em lei, sendo vedada
sua atuação sem prévia e expressa permissão legislativa.
 Princípio da Legalidade

 Não confunda! legalidade privada com legalidade pública
Legalidade 
Pública
Legalidade 
Privada
56
 Princípio da Legalidade

 Não confunda! legalidade privada com legalidade pública
Ao 
Administrador 
só é permitido 
fazer o que 
estiver previsto 
em lei
Ao particular é 
permitido fazer 
tudo o que a 
legislação não 
proíba
 Princípio da Legalidade
 Não confunda! princípio da legalidade com o princípio da
reserva de lei
Princípio 
da 
Legalidade
Princípio 
da Reserva 
Legal
57
 Princípio da Legalidade
 Não confunda! princípio da legalidade com o princípio da
reserva de lei
É a submissão da 
Administração 
Pública 
(órgãos/agentes) 
aos impérios da 
legislação
É a limitação à forma 
de regulamentação 
de determinadas 
matérias cuja 
natureza é indicada 
pela legislação (ex. 
37, XIX, CF) 
 Princípio da Legalidade
 Não confunda! princípio da legalidade com o princípio da
reserva de lei
CF/88 
Art. 37. (...) XIX - somente por lei específica
poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade
de economia mista e de fundação, cabendo à
lei complementar, neste último caso, definir as
áreas de atuação;
58
 Princípio da Impessoalidade
 O princípio da impessoalidade admite ser analisado
sob três óticas diferentes:
Impessoalidade
Finalidade
Imputação
Isonomia
 Princípio da Impessoalidade

 Sob a ótica da finalidade, é a atuação impessoal e
genérica da Administração Pública, visando a satisfação do
interesse coletivo, sem corresponder ao atendimento do
interesse exclusivo do administrado.
Art. 37. (...)
§ 1°. A publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social,
dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.
59
 Princípio da Impessoalidade
 Sob a ótica da imputação, o ato praticado é atribuído ao órgão
(pessoa jurídica) e não ao agente público (pessoa física).
 Desta forma, a responsabilidade civil recairá sob a entidade no
qual o agente público emprega sua força de trabalho.
 Porém, o direito de regresso oferece a possibilidade de a
pessoa jurídica agir contra o responsável pelo dano.
Art. 37. (...)
§ 6°. As pessoas jurídicas de direito público e as de
direito privado prestadoras de serviço público
responderão pelos danos que seus agentes, nesta
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
.
 Princípio da Impessoalidade
 Sob a ótica da isonomia, é o tratamento igualitário dispensado
a todos os administrados, independentemente de qualquer
interesse político.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza...
60
 Princípio da Moralidade
 É a atuação administrativa baseada na boa fé, em
consonância com a moral, os princípioséticos e a lealdade,
não podendo contrariar os bons costumes, a honestidade e os
deveres de boa administração.
 O princípio da moralidade não se refere a moral comum,
mas aquela moral tirada da conduta interna da
Administração Pública.
 Princípio da Moralidade
MORALIDADE 
COMUM
MORALIDADE 
ADMINISTRATIVA
61
 Princípio da Moralidade
É o certo e o errado, 
o correto e o 
incorreto, é o senso 
comum
É mais rigorosa, é a 
boa-fé da 
administração, é a 
melhor escolha 
possível, é uma 
administração 
eficiente.
 Princípio da Moralidade
 Hely Lopes Meirelles
“... o agente administrativo, como ser humano dotado de
capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o
Bem do Mal, o Honesto do Desonesto. E ao atuar, não
poderá desprezar o elemento ético da sua conduta.
Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o
ilegal, o justo do injusto, o conveniente e o inconveniente,
o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e
o desonesto.”
(MEIRELLES, 2012, pág. 90).
62
 Princípio da Moralidade
moral subjetiva 
ou 
boa fé subjetiva
moral jurídica 
ou 
boa fé objetiva
 Princípio da Moralidade
Boa fé subjetiva trabalha a ideia de
investigação sobre a real intenção e
vontade do agente administrativo,
principalmente no que concerne ao
conhecimento ou desconhecimento do que
era lícito ou não.
63
 Princípio da Moralidade
 Princípio da Moralidade Administrativa..AVI
Boa-fé objetiva ocorre por meio de uma
investigação do comportamento do
agente, não tendo importância a sua
intenção.
Observa-se, conforme a doutrina
majoritária para o Direito Administrativo,
que o realmente importante é a atitude e
não a intenção do agente.
Princípio da Moralidade Administrativa..mp4
 Princípio da Publicidade
 É a atuação transparente dos atos da Administração Pública,
facilitando seu controle.
 O princípio constitucional oferece a oportunidade das
pessoas de obterem informações, certidões e atestados da
Administração Pública, além de apresentarem petição sem o
pagamento de taxas.
 Tais informações deverão se prestadas dentro do prazo
estipulado sob pena de responsabilidade.
64
 Princípio da Publicidade
CF/88
Art. 5°. (...)
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do
pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
 Princípio da Publicidade
 Exceções ao princípio da publicidade:
 exemplos: em nome da segurança da sociedade e do estado,
poderá ser negada a publicidade (art. 5º, XXXIII, CF); atos
processuais correm em sigilo na forma da lei, logo, o
processo administrativo também pode ser sigiloso (art. 5º, LX,
CF).
 Lei nº 12.527/11 responsável pela regulamentação do
acesso aos documentos públicos de interesse particular ou
coletivo, possibilitando a sua restrição em razão da
segurança pública.
65
 Princípio da Eficiência

 Muito embora o Princípio da Eficiência tenha sido
oficialmente inserido no texto constitucional pela EC
19/98, denominada de reforma administrativa, os
gestores públicos já utilizavam sua premissa como vetor na
condução do interesse público.
 Oportuno lembrar que o art. 2º da Lei nº 9.784/99,
responsável pela regulamentação do processo administrativo
na seara federal, também traz a previsão da eficiência como
princípio a ser necessariamente observado.
 Princípio da Eficiência
 Sob a ótica do agente público, significa afirmar que
deve buscar a consecução do melhor resultado possível.
 Sob a ótica da forma de organização, significa afirmar
que deve a Administração Pública atentar para os padrões
modernos de gestão ou administração, vencendo o peso
burocrático, atualizando-se e modernizando-se.
66
 Organograma dos Princípios da Administração Pública
PRINCÍPIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Princípios 
Constitucionais
Básicos (art. 37 CF) 
Explícitos
Implícitos
Princípios 
Infraconstitucionais
Explícitos
Implícitos 
 Organograma dos Princípios da Administração Pública
Princípios 
Constitucionais
Implícitos
Princípio da Isonomia 
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição
Princípio do Interesse Público 
Princípio da Hierarquia 
Princípio da Presunção de Legitimidade 
Princípio da Especialidade 
Princípio da Autotutela 
67
 Princípios Constitucionais Implícitos
 Além dos princípios explícitos, ao longo do texto
constitucional também podem ser encontrados diversos
princípios implícitos da Administração Pública, ajudando,
igualmente, na boa condução do interesse público.
 Princípio da Isonomia
 O princípio da isonomia encontra seu fundamento geral no
art. 5º, caput da Constituição Federal de 1988.
 Na esfera administrativa, significa afirmar a existência
de um dever geral de prestar tratamento uniforme para
todos aqueles que se encontrem em uma situação de
igualdade e equivalência.
 Podemos encontrar a incidência do princípio da
isonomia servindo de fundamento valorativo para
diversos institutos administrativos, tais como o concurso
público e a licitação.
68
 Princípio da Isonomia
 Sobre concursos públicos existem diversos entendimentos
já pacificados dos tribunais superiores trazendo como pano
de fundo o princípio da isonomia.
Súmula 683, STF
O limite de idade para a inscrição em concurso público só se
legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando
possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a
ser preenchido.
Súmula 685, STF
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a
habilitação de candidato em cargo público.
 Princípio da Isonomia
 OBSERVAÇÃO:
 A idade mínima em concurso público é possível, devendo
ser compatível com o exercício do cargo ofertado.
Todavia, a idade máxima não é bem vista por
grande parcela dos administrativistas, sendo muito
criticado. Atualmente se entende que não é o edital dos
concursos públicos quem devem trazer as exigências de
idade, altura, peso, mas sim as leis dos respectivos
cargos. Caso determinadas exigências não venham
expressas no edital, não podem ser cobradas durante a
realização do certame, sendo passível de controle
jurisdicional.
69
 Princípio da Isonomia
 OBSERVAÇÃO:
 Fator discriminatório: primeiro se olha para o fator
discriminação, somente em um segundo momento se
verifica se esta discriminação é compatível com o
objetivo da norma.
 Por exemplo, em concurso público de salva vidas é vedada
a participação de deficientes físicos, (1º fator de
discriminação): os deficientes físicos estão excluídos, (2º
fator de discriminação): é compatível, pois não há como
um deficiente físico exercer o cargo de salva vidas, é
um tratamento legitimamente isonômico.
 Princípio do Duplo Grau de Jurisdição
 Assegura a possibilidade de revisão das decisões judiciais,
através do sistema recursal, onde as decisões do Juízo a quo
podem ser reapreciadas pelo juízo ad quem.
 É o direito que possui a parte de buscar o reexame da causa
por órgão jurisdicional de instância superior.
70
 Princípio do Duplo Grau de Jurisdição
 OBSERVAÇÃO: Divergência quanto ao fato do princípio
do duplo grau de jurisdição possuir natureza
constitucional.
 Nestor Távora - princípio que não está contemplado
expressamente na Constituição Federal, decorrendo da
estrutura orgânica e finalística do Poder Judiciário.
 Para Guilhermede Souza Nucci, trata-se de um
princípio consagrado na Constituição Federal na medida
em que o Poder Judiciário está estruturado em instâncias.
 Princípio do Interesse Público
 A principal finalidade da lei é a satisfação do
interesse público. Cada norma tem por escopo a
satisfação de um determinado interesse público.
 Podemos conceituar interesse público como sendo
aquele resultante do conjunto de interesses dos
indivíduos que compõe determinada sociedade
71
 Princípio do Interesse Público
 A principal finalidade da lei é a satisfação do
interesse público. Cada norma tem por escopo a
satisfação de um determinado interesse público.
 Podemos conceituar interesse público como sendo
aquele resultante do conjunto de interesses dos
indivíduos que compõe determinada sociedade
 Princípio do Interesse Público
interesse público 
primário
interesse público 
secundário
72
 Princípio do Interesse Público
PRIMÁRIO
interesse da 
coletividade
SECUNDÁRIO
interesse da pessoa 
jurídica
 Princípio da Hierarquia
 Os órgãos da Administração Pública estão organizados
com atribuições definidas em lei, gerando entre eles uma
relação de coordenação e subordinação.
 Como consequência, surge a possibilidade de revisão
dos atos subordinados, delegação e avocação de
atribuições, aplicação de penalidades administrativas,
dentre outros.
 Essa relação de hierarquia é encontrada apenas na seara
administrativa, não havendo sua incidência nas esferas
legislativas e jurisdicionais quando exercidas suas funções
típicas.
73
 Princípio da Presunção de Legitimidade
 Os atos administrativos gozam de uma presunção de
legitimidade, ou seja, de que foram praticados em
conformidade com o ordenamento jurídico.
 A fundamentação reside no fato de que os atos da seara
administrativa existem para aplicar a lei, dar materialidade
e concretude à norma em abstrato.
 Desta forma, tendo em vista seu caráter exclusivamente de
execução, tais atos são dotados do benefício democrático
da legitimidade.
OBSERVAÇÃO: Tal presunção possui natureza relativa (iuris
tantum), sendo considerados válidos até prova em contrário, cabendo
ao particular o ônus do questionamento sobre a ilegalidade.

 Princípio da Especialidade
 Com a evolução das sociedades modernas e a
complexidade das relações verticalizadas, o Estado vem
se desobrigando de uma série de obrigações,
repassando tais incumbências para órgãos públicos
especializados ou para a iniciativa privada.
74
 Princípio da Especialidade
 O princípio da especialidade pode ser facilmente
detectado no art. 37, XIX da Constituição Federal de 1988
com a criação das autarquias, fundações, empresas
públicas e sociedades de economia mista.
CF/88
Art. 37. (...)
XIX - somente por lei específica poderá ser criada
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação;
 Princípio da Autotutela
 Também denominado de princípio da
sindicabilidade, significa afirmar que a Administração
Pública tem o poder de regular e verificar seus
próprios atos sem a necessidade da provocação
jurisdicional.
 Esta possibilidade conferida ao Estado de rever e
corrigir seus próprios atos administrativos pode ocorrer
mediante um controle de legalidade, ocasionando a
anulação do ato, ou um controle de mérito, ocasionando
uma revogação do ato.
75
 Princípio da Autotutela
 Porém, entende-se que não se trata de uma simples
faculdade, mas de uma obrigação, tendo em vista ao
interesse público em análise.
 Desta forma, o princípio da autotutela contém, na
verdade, um poder-dever de verificar e rever seus próprios
atos.
Súmula 346, STF
A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473, STF
A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
 Organograma dos Princípios da Administração Pública
PRINCÍPIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Princípios 
Constitucionais
Básicos (art. 37 CF) 
Explícitos
Implícitos
Princípios 
Infraconstitucionais
Explícitos
Implícitos 
76
 Organograma dos Princípios da Administração Pública
Princípios 
Infra
constitucionais
Explícitos
Improbidade Administrativa: Art. 4°, Lei n° 8.429/92
Licitações e Contratos: Art. 3°, Lei n° 8.666/93
Serviços Públicos: Art. 6°, § 1°, Lei n° 8.987/95
Processo Administrativo: Art. 2°, Lei n° 9.784/99
 Princípios Infraconstitucionais Explícitos
 O ordenamento jurídico administrativo revela inúmeros
princípios explícitos, servindo para regulamentar aquela
temática em especial, como também funciona de vetor
interpretativo para a Administração Pública.
Súmula 346, STF
A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473, STF
A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
77
 Princípios Infraconstitucionais Explícitos
 Lei de Improbidade Administrativa n° 8.429/92 (LIA)
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia
são obrigados a velar pela estrita observância dos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e
publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.
 Princípios Infraconstitucionais Explícitos
 Lei de Licitações e Contratos Administrativos n° 8.666/93
Art. 3° A licitação destina-se a garantir a observância do
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta
mais vantajosa para a administração e a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável e será processada e
julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade,
da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes
são correlatos.
78
 Princípios Infraconstitucionais Explícitos
 Lei dos Serviços Públicos n° 8.987/95
 Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da
prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da
Constituição Federal, e dá outras providências.
Art. 6° (...)
§ 1 Serviço adequado é o que satisfaz as condições de
regularidade, continuidade, eficiência, segurança,
atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e
modicidade das tarifas.
 Princípios Infraconstitucionais Explícitos
 Lei do Processo Administrativo Federal n° 9.784/99
 Regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal.
Art. 2° A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.
79
 Organograma dos Princípios da Administração Pública
Princípios 
Infra
constitucionais
Implícitos
Princípio da Supremacia do Interesse Público 
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público
 Princípios Infraconstitucionais Implícitos
 O ordenamento jurídico administrativo também revela
inúmeros princípios implícitos, servindo para
regulamentar aquele assunto em especial, como
também funciona de vetor interpretativo para a
Administração Pública.
 Dentre eles podemos citar dois em especial, o princípio da
supremacia do interesse público e o princípio da
indisponibilidade do interesse público, pois mesmo
sendo implícitos funcionamde referência para todos os
demais.
80
 Princípio da Supremacia do Interesse Público
 O princípio da supremacia do interesse público retrata
que os interesses da coletividade possuem uma carga de
importância maior do que os interesses dos particulares.
Esta superioridade do interesse estatal em face dos
interesses privados é plenamente justificável em
decorrência da função coletiva das ações dos agentes
públicos.
 Princípio da Supremacia do Interesse Público
 A fim de legitimar a desigualdade jurídica entre o exercício
da função estatal e a esfera privada, o ordenamento
jurídico prevê uma série de prerrogativas inerentes ao
Poder Público, tais como a presunção de legitimidade dos
atos administrativos, a desapropriação, a requisição de
bens, os prazos processuais diferenciados, as cláusulas
exorbitantes em contratos administrativos, dentre outros.
81
 Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público
 O princípio da indisponibilidade do interesse público
retrata que o interesse da coletividade não pode ser
afastado em decorrência do interesse dos gestores
estatais.
 Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público
 O interesse público é indisponível, é obrigado a ser
seguido, não podendo ser dispensado em face do proveito
alheio.
 No exercício da função pública os agentes públicos
agem não em nome próprio, mas em nome da
coletividade, fazendo valer o interesse coletivo.
 Por exemplo, não pode deixar de realizar concurso quando
necessário, não pode deixar de licitar quando necessário,
dentre outros.
82
 Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público
 OBSSERVAÇÕES:
 Celso Antônio Bandeira de Mello ensina que os Princípios
Infraconstitucionais Implícitos podem ser denominados de
superprincípios ou supraprincípios.
 Ambos os princípios possuem conotação relativa (juris tantum), e
não absolutas (juris et de jure).
 Desta forma, não existe supremacia absoluta do interesse
público sobre o privado, nem indisponibilidade absoluta do
interesse público. Exemplos: art. 10, parágrafo único, Lei nº
10.259/01 (Juizados Especiais Federais); art. 23-A, Lei n°
8.987/95 (Concessão de Serviços Públicos).
 Organograma dos Princípios da Administração Pública
PRINCÍPIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Princípios 
Constitucionais
Básicos (art. 37 CF) 
Explícitos
Implícitos
Princípios 
Infraconstitucionais
Explícitos
Implícitos 
83
 Organograma dos Princípios da Administração Pública
Princípios 
Constitucionais
Implícitos
Princípio do Devido Processo Legal
Princípio do Contraditório e Ampla Defesa
Princípio da Vedação da Prova Ilícita
Princípio da Presunção de Inocência
Princípio da Razoável Duração do Processo
Princípio do Concurso Público
Princípio da Licitação
Princípio da Participação Popular
Princípio da Motivação das Decisões Administrativas
 Princípios Constitucionais Implícitos
 Ao longo do texto constitucional também podem ser
encontrados diversos princípios explícitos ligados a
Administração Pública
Súmula 346, STF
A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473, STF A Administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios
que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
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 Princípio do Devido Processo Legal (art. 5º, LIV, CF)

 O devido processo legal ou due process of law é
aquele estabelecido em lei, configurando uma
verdadeira garantia para ambas as partes, onde
visualizam um processo administrativo tipificado e
determinado, sem supressão de atos essenciais.
CF/88
Art. 5° (...)
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal;
 Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa

 Contraditório é a ciência, é a bilateralidade, é o
conhecimento de todos os atos praticados no processo
administrativo. Deve ser dada a possibilidade das
partes influírem no convencimento do magistrado
(binômio: ciência e participação).
Art. 5° (...)
LV aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
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 Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa

 Para toda alegação fática ou apresentação de prova,
feito no processo por uma das partes, gera para o
adversário o direito de se manifestar, ocasionando um
equilíbrio entre a força imperativa do Estado e a
manutenção do estado de inocência.
Lei n° 9.784/99
Art. 2° A Administração Pública obedecerá dentre outros,
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.
 Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa

 Ampla defesa é dar a chance, a oportunidade para a outra
parte envolvida no litígio se defender das alegações
realizadas. Deve ser assegurada a ampla possibilidade de
defesa, lançando-se mão dos meios e recursos disponíveis.
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 Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa
 A doutrina costuma fazer uma divisão didática do
assunto: determina a ampla defesa como o gênero, e
nomeia a defesa técnica e autotutela como espécies.

Ampla Defesa Defesa técnica realizada por profissional habilitado
Autodefesa realizada pelo próprio imputado
 Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa
OBSERVAÇÃO
 Com relação à temática da ampla defesa há um choque de
entendimento sumular entre os dois principais tribunais
superiores do país. A Súmula 343 do STJ menciona que “é
obrigatória a presença de advogado em todas as fases do
processo administrativo disciplinar”.
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 Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa
OBSERVAÇÃO
 Por sua vez, a Súmula Vinculante 5 do STF nos ensina que
“a falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a Constituição”.
 Muito embora a súmula com efeitos vinculantes tenha força
cogente nos termos do art. 103-A da CF e parcela significativa da
doutrina administrativista se incline neste sentido, entendo que
pela obrigatoriedade da presença do advogado em processos
administrativos disciplinares.
 Princípio da Vedação da Prova Ilícita
 Assim como na esfera jurisdicional, a produção
probatória na área administrativa também deve ser obtida
de forma lícita, seguindo as normas previamente
estabelecidas.
CF/88
Art. 5° (...)
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
meios ilícitos;
Lei nº 9.784/99
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as
provas obtidas por meios ilícitos.
88
 Princípio da Vedação da Prova Ilícita
OBSERVAÇÃO:
 No julgamento do MS 14405/DF, o STJ entendeu que
apesar dos sigilos de correspondência e dados telefônicos
só poderem ser quebrados nos casos de investigação
criminal ou instrução de processos penais, tais provas
podem ser emprestadas para Processo Administrativo
Disciplinar (PAD).
 Princípio da Presunção de Inocência
 Na esfera administrativa também somos todos
presumivelmente inocentes até o trânsito em julgado da
decisão final acusatória.
 Vale ressaltar que, mesmo exaurido a via
administrativa, após o trânsito em julgado da decisão,
ainda é possível invocar a esfera jurisdicional, nos termos
do princípio da inafastabilidade.
CF/88
Art. 5° (...)
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
em julgado de sentença penal condenatória;
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 Princípio da Razoável Duração do Processo
 O princípio da razoável duração do processo, também
denominado de princípio da celeridade processual, foi
introduzido pela EC 45/04. A agilidade e a
desburocratização do processo devem caminharsempre
juntas com a manutenção das garantias fundamentais do
cidadão.
CF/88
Art. 5° (...)
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
são assegurados a razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
 Princípio do Concurso Público
 O princípio do concurso público tem por escopo
preservar a moralidade pública, pois através do sistema
de mérito, com critérios objetivos e técnicos, seleciona
aqueles candidatos mais preparados para melhor
desempenhar a função administrativa.
CF/88
Art. 37. (...)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
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 Princípio da Licitação
 A licitação pública tem conteúdo principiológico na
medida em que, através da escolha da proposta mais
vantajosa para a administração, assegurando
oportunidades iguais a todos os interessados, garante a
observância da isonomia constitucional.
CF/88
Art. 37. (...)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.
 Princípio da Participação Popular
 O princípio da participação popular é inerente ao
próprio Estado Democrático de Direito, pois através de
inúmeras ferramentas colocadas à disposição da sociedade,
o administrado exerce um maior controle sobre a
condução do interesse público.
 Dentre eles estão o direito de denunciar irregularidades
às ouvidorias e corregedorias junto aos órgãos
públicos, o acesso às informações sobre atos do governo,
a representação contra atos irregulares doas agentes
públicos.
91
 Princípio da Participação Popular
 CF/88
Art. 37. (...)
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
interna, da qualidade dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
informações sobre atos de governo, observado o disposto no art.
5º, X e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou
abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
 Princípio da Participação Popular

Lei nº 9.784/99
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de
interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho
motivado, abrir período de consulta pública para manifestação
de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo
para a parte interessada.
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade,
diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência
pública para debates sobre a matéria do processo.
92
 Princípio da Participação Popular

Lei nº 9.784/99
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de
interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho
motivado, abrir período de consulta pública para manifestação
de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo
para a parte interessada.
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade,
diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência
pública para debates sobre a matéria do processo.
 Princípio da Participação Popular

Lei nº 10.257/01
Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o
instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão
urbana.
§ 4º No processo de elaboração do plano diretor e na
fiscalização de sua implementação, os Poderes Legislativo e
Executivo municipais garantirão:
I – a promoção de audiências públicas e debates com a
participação da população e de associações representativas
dos vários segmentos da comunidade;
Art. 43. Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser
utilizados, entre outros, os seguintes instrumentos:
(...)
II – debates, audiências e consultas públicas;
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 Princípio da Motivação das Decisões Administrativas
 Os atos administrativos devem ser motivados. Como
as decisões exaradas na seara administrativa nada mais
são do que atos administrativos dotados de caráter
resolutivo, também necessitam ser motivados.
CF/88
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os
seguintes princípios:
(...)
X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em
sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria
absoluta de seus membros;
 Princípio da Motivação das Decisões Administrativas
Lei n° 9.784/99
Art. 2° A Administração Pública obedecerá dentre outros,
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
observados, entre outros, os critérios de:
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito
que determinarem a decisão;
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados,
com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos,
quando:

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