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Perfil dos alarmes dos Monitores Multiparamétricos em uma Unidade cardio Intensiva Cirúrgica



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Perfil dos alarmes dos Monitores Multiparamétricos em uma Unidade 
cardio Intensiva Cirúrgica: Uma análise na perspectiva da Fadiga de alarmes. 
 
Rodrigo Francisco de Jesus 
Andrezza Serpa Franco 
Luciana Soares de Almeida dos Santos 
Elisangela dos Santos Amaral 
Sandryne Almeida Gomes Torres 
Roberto Carlos Lyra da Silva 
 
Introdução 
O presente artigo é fruto de uma parte da dissertação de mestrado, onde estudou-
se o tempo estímulo /resposta aos alarmes do balão intraórtico em uma Unidade de 
Terapia cardio Intensiva Cirúrgica. Trata-se de um recorte da dissertação relacionado 
ao perfil dos alarmes de uma Unidade Cardio intensiva Cirúrgica, identificados como 
alarmes que soara envolviam bombas infusoras, ventilador mecânico, monitor 
multiparamétrico e diretamente relacionado ao estudo , alarmes do balão intraórtico. 
Para este estudo, analisamos o perfil dos alarmes apenas dos monitores 
Multiparamétricos. Cada vez mais as tecnologias estão presentes na terapia intensiva, 
não somente como uma ferramenta de apoio à tomada de decisão, mas como extensão 
do corpo(CINTRA,2001) .A crescente incorporação de novas tecnologias na terapia 
intensiva desperta na equipe uma nova forma de oferecer a assistência de enfermagem, 
além de contribuir para monitorização do paciente gravemente enfermo. A 
monitorização está presente em boa parte da terapia intensiva e está caracterizada por 
oferecer Multiparâmetros de avaliação fisiológica e vitais utilizadas em sua maioria para 
direcionamento terapêutico e clínico e esta monitorização poderá envolver um número 
de alarmes consideráveis e em sua maioria não valorizados e utilizados de forma 
adequada, ou ainda expostos de forma inadequada para utilização. Muito embora os 
profissionais nas unidades de terapia intensiva valorizem a tecnologia, percebe-se que 
os alarmes não fazem parte do incremento ou aparato tecnológico na busca de 
minimizar os riscos à gravidade. Apesar dos avanços tecnológicos estarem presentes na 
Área da Saúde, especificamente no que se refere aos sistemas de alarmes dos 
equipamentos de suporte avançado de vida, hoje se discute se esses alarmes são mesmo 
um bom negócio em UTI, em se tratando de um ponto de vista econômico . 
Esse questionamento parece ganhar mais sustentação tendo em vista recentes 
publicações que tratam da temática segurança do paciente e que fazem alusão ao uso 
abusivo de alarmes. Publicado em 2012 através do ECRI- Institute(Pensilvânia-EUA), 
uma instituição sem fins lucrativos que pesquisa as melhores práticas para 
procedimentos médicos, equipamentos, medicamentos e processos, uma lista que aponta 
os alarmes como sendo a principal ameaça das tecnologias à segurança do paciente. De 
acordo com a publicação, alarme poderá não apenas ser um instrumento para garantia da 
segurança, mas a importância de refletir sobre os riscos relativos ao soar dos alarmes 
quando não reconhecidos se não receberam a prioridade que eles merecem. 
A este respeito, falsos alarmes ou alarmes clinicamente irrelevantes, têm se 
mostrado altamente prejudiciais para o uso efetivo de alarmes com vistas à melhoria da 
segurança no atendimento ao paciente criticamente enfermo que se beneficia do uso de 
novas tecnologias de suporte avançado de vida e monitorização, uma vez que parecem 
contribuir para que os profissionais se condicionem a eles. Além disso, a falsa sensação 
de segurança por parte da equipe, de que os alarmes irão a despeito de qualquer 
problema ou interferência, chamar-lhes a atenção ou notificá-los para algo de ruim que 
possa estar acontecendo com o paciente. 
 
Na prática, o que temos observado é que quando uma notificação em potencial 
não é percebida/recebida ou quando uma notificação real não é traduzida em resposta 
rápida, imediata e em prática em tempo hábil, danos ao pacientes podem ocorrer em 
função desse retardo no tempo estímulo-resposta. 
 
A este respeito, falsos alarmes ou alarmes clinicamente irrelevantes, têm se 
mostrado altamente prejudiciais para o uso efetivo de alarmes com vistas à melhoria da 
segurança no atendimento ao paciente criticamente enfermo que se beneficia do uso de 
novas tecnologias de suporte avançado de vida e monitorização, uma vez que parecem 
contribuir para que os profissionais se condicionem a eles. Além disso, a falsa sensação 
de segurança por parte da equipe, de que os alarmes irão a despeito de qualquer 
problema ou interferência, chamar-lhes a atenção ou notificá-los para algo de ruim que 
possa estar acontecendo com o paciente., diante deste contexto traçamos como objetivo 
deste artigo : Caracterizar o perfil clínico dos alarmes de monitores Multiparamétricos 
em uma Unidade Cardio Intensiva Cirúrgica e Discutir as implicações desses alarmes na 
perspectiva da fadiga de alarmes. 
 
Fadiga de alarmes é um fenômeno no qual os alarmes deixam de chamar a atenção 
do profissional. Pode ser caracterizada pelo retardo no tempo ou pela falta de resposta 
da equipe aos alarmes, devido a um número excessivo de alarmes, resultando em 
sobrecarga sensorial e dessensibilização, com enorme repercussão e impacto negativo 
na segurança do paciente (CVACH, 2012). 
 
Metodologia 
Trata-se de uma pesquisa qualitativa , com abordagem descritivo observacional. 
Este método é definido por Alyrio (2008) como sendo baseado em comportamentos de 
natureza sensorial, principalmente pelos atos de ver e escutar. Pode-se obter resultados 
precisos a partir deste método desde que seja criteriosamente planejado e realizado sob 
normas rígidas. Optamos por esse tipo de pesquisa por acreditarmos que os objetivos do 
estudo somente poderiam ser alcançados a partir da pesquisa com observação e 
descrição do fenômeno in locus, , uma vez que para compreendermos o fenômeno 
“fadiga de alarmes” necessitávamos de maior aprofundamento e reflexão. O cenário da 
pesquisa é a unidade de pós-operatório de cirurgia cardíaca em um hospital federal de 
grande porte especializado em cardiologia, referência no estado do Rio de Janeiro. A 
instituição hospitalar escolhida merece destaque uma vez que o grau de excelência na 
área de cardiologia é reconhecido como referencia no Rio de Janeiro. O hospital possui 
um grande volume de internações anuais, além do investimento em ensino e pesquisa. 
Os sujeitos da pesquisa são todos os profissionais de saúde atuantes na unidade. Optou-
se por profissionais de saúde , uma vez que s aparatos tecnológicos envolvem não 
somente a enfermagem , como também a fisioterapia e a medicina. Atualmente a equipe 
é composta por 124 profissionais de saúde, dentre eles: 81 na equipe de enfermagem (30 
enfermeiros incluindo coordenador e rotina, 51 técnicos de enfermagem incluindo 
plantonistas e diaristas), 13 fisioterapeutas (6 fisioterapeutas plantonistas diurnos 03 
noturno e 04 residentes ),32 médicos( 14 plantonistas diurnos, 14 plantonistas noturnos , 
01 coordenador médico e 03 rotinas). 
 Foram exclusos do estudo, sujeitos que não fazem parte da assistência direta a 
estes pacientes e poderão estar na unidade como parecerista, médico assistente, 
médicos vasculares, ecocardiografistas, nefrologistas, entre outros que não fazem parte 
do quadro da referida unidade), bem como profissionais licenciados e afastados e 
remanejados do quadro de profissionais de saúde da Unidade Cardio Intensiva Cirúgica. 
Para coleta de dados foi utilizado o instrumento de Coleta de Produção de dados. 
Neste instrumento o pesquisador registrava a sequencia dos alarmes , o tipo de alarme, o 
parâmetro do alarme e a característica do mesmo, assim como a conduta dos 
profissionais e o tempo de atendimento aos alarmes, que para este estudo não foi 
analisado. No primeiro momentoa pesquisadora observava os alarmes que soavam , 
indo até o leito e registrando o tempo de soar do alarme, o tipo de tecnologia( monitor, 
bomba infusora, ventilador mecânico, etc.) características do alarme, identificando o 
motivo pelo qual soava o alarme. Ao final de 40 hora de observação , as pesquisadoras 
identificaram quantos alarmes relacionados aos monitores Multiparamétricos foram 
registrados, bem como o motivo pelo qual tocou o alarme, a conduta do profissional e o 
tempo de atendimento. O terceiro momento foi extrair apenas o perfil destes alarmes e 
realizar a análise de relevância clínica ou não destes sinalizadores. 
O projeto de pesquisa foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da 
instituição escolhida para o desenvolvimento do Estudo através da resolução 466/12, 
sendo submetidas às normas éticas destinadas as pesquisas envolvendo seres humanos 
da CONEP (Comissão Nacional de ética em pesquisa) do conselho nacional de saúde do 
Ministério da Saúde. Além disso, seguiu as normas da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT) para formatação e foi submetido ao Comitê de Ética 
Pesquisa do hospital, através do qual foi aprovado em 11/12/2013. Fora solicitado a 
unidade em estudo autorização para coleta de dados, com aprovação em 10/10/2013. 
Os profissionais de saúde envolvidos no estudo receberam o termo de consentimento 
livre e esclarecido-TCLE e foram orientados quanto aos objetivos da pesquisa, optando 
por assiná-lo ou não para a participação na pesquisa. 
 
 
 
Resultado e Discussão 
 Para avaliação do perfil clinico dos alarmes , destacamos a tabela 1 para melhor 
entendimento dos parâmetros fisiológicos monitorizados nos pacientes observados e os 
respectivos alarmes. Foram observados e todos os alarmes estavam habilitados, embora 
não padronizados ou parametrizados. 
Tabela 1: Perfil clínico dos alarmes dos Monitores Multiparamétricos 
Fonte: FRANCO, Andrezza Serpa, SANTOS ,Luciana de Almeida, Elisangela,2014 
Os leitos estavam estavam praticamente ocupados em sua totalidade, tanto no 
serviço diurno como no serviço noturno, monitorizados com os parâmetros fisiológicos 
não parametrizados. Podemos observar que achados clínicos como hipertensão, 
hipotensão , taquicardia e bradicardia somam 72% dos alarmes que soaram na unidade 
no que diz respeito aos alarmes advindos dos monitores Multiparamétricos. Se 
Parâmetros encontrados Percentual de Alarmes 
Hipertensão 21% 
Hipotensão 22% 
Sensor de saturação solto 1% 
Em procedimento 1% 
Taquicardia 16% 
Bradicardia 13% 
Eletrodo solto 8% 
Normocárdico 7% 
Monitor sem marcador de PA 1% 
Normotenso 6% 
monitor ligado sem paciente 1% 
monitor sem leitura de FR 1% 
PCR 1% 
Óbito 1% 
Saturação baixa 1% 
analisarmos que a unidade cuida de pacientes pós operatório de cirurgia cardíaca e estes 
apresentam como principal complicação arritimas e sangramentos(WOODS,2006), 
esses achados são extremamente relevantes para avaliação e prevenção das principais 
complicações. Além de comprometer diretamente o órgão lesionado pelo procedimento 
cirúrgico. A seguir , para melhor entendimento do leitor, destacamos o gráfico 1 sobre o 
Percentual do perfil de alarmes que soaram através dos Monitores Multiparamétricos 
O
 
 
Fonte: FRANCO, Andrezza Serpa, SANTOS,Luciana de Almeida, Elisangela,2014 
A monitorização do paciente no pós-operatório de cirurgia cardíaca deve ser 
pormenorizada e eficaz. O diagnostico precoce das complicaçoes hemodinâmicas e 
ventilatórias resulta, na maior parte dos casos, em melhor evolução dos pacientes 
(KNOBEL,2013). 
O período pós-operatório imediato é propício ao aparecimento de hipotensão 
arterial pela somatório de vários fatores que se combinam, ameaçando a integridade 
fisiológica do paciente. A hipotensão arterial requer um tratamento imediato com 
correção dos fatores causais para minimizar a mortalidade e a 
morbidade.(WOODS,2004). A característica hemodinâmica do estado de choque é a 
queda do debito cardíaco havendo como resultado uma diminuição do fluxo sanguíneo 
21%	
  
22%	
  
1%	
  0%	
  
17%	
  
13%	
  
8%	
  
7%	
  
1%	
  
6%	
  
1%	
  
1%	
   1%	
   1%	
  
Parâmetros	
  Alarme-­‐	
  Monitor	
  	
  
Mul2paramétrico	
  
Hipertensão	
  
Hipotensão	
  
Sensor	
  de	
  saturação	
  solto	
  
Sem	
  procedimento	
  
Taquicardia	
  
Bradicardia	
  
Eletrodo	
  solto	
  
Normocárdico	
  
Gráfico	
  1:	
  	
  Representação	
  gráfica	
  dos	
  alarmes	
  disparados	
  pelos	
  Monitores	
  	
  
mulMultiparamétricosPercentual	
  dos	
  Parâmetros	
  encontrados	
  nos	
  	
  Monitores	
  
arterial. Com um fluxo sanguíneo arterial reduzido, irrigam-se mal os diferentes órgãos 
e tecidos, nos quais a oxigenação deficiente condiciona distúrbios do metabolismo 
celular e alterações estruturais de vários graus até a desvitalização irreversível da célula. 
Um estudo brasileiro recente recente avaliou o tempo /estímulo resposta dos 
profissionais aos alarmes Multiparamétricos nesta mesma instituição como cenário, 
porém em uma unidade Coronariana e a autora ao avaliar o perfil dos alarmes da 
unidade observou que os relacionados a pressão arterial ( invasiva ou não invasiva ) em 
uma unidade cardiológica não cirúrgica somavam 33,96% de todos os alarmes da 
unidade. (Bridi,2013). Se compararmos aos achados deste estudo (43%), em alarmes de 
hipertensão e Hipotensão poderemos observar que os valores não divergem muito, se 
levarmos em consideração que pacientes no pós operatório de cirurgia cárdiaca 
encontram-se mais instáveis, entende-se que a instabilidade pressórica esteja mais 
evidente. 
Ainda neste estudo a autora ressalta que o tempo/estímulo resposta dos 
monitores aos alarmes Multiparamétricos era alardago e identificou a ocorrência do 
fenômeno da Fadiga de Alarmes na unidade, tanto no serviço diurno quanto no serviço 
noturno, quando mais de 60% dos alarmes excedeu o tempo-resposta de 10 minutos, 
isto é, foi considerado alarme fatigado, sem resposta. Dos 227 alarmes contabilizados 
no total, 145 não foram atendidos (68 alarmes no SD e 77 alarmes no SN). 
Se analisarmos que os principais alarmes que soaram no estudo deste artigo 
refere-se diretamente ao débito cardíaco dos pacientes de pós operatório de cirurgia 
cardíaca( pressão e frequência relacionados ao volume sistólico), entendemos que estes 
precisam de rápida resposta, de preferencia inferior a 5 minutos, considerando o pior 
desfecho para o paciente (queda da sobrevida e sequelas neurológicas) no caso de um 
alarme não atendido/sem resposta, pois em se tratando de uma parada 
cardiorrespiratória (PCR), situação de absoluta emergência comum entre os doentes 
graves, quanto maior o tempo de resposta ao alarme nesses casos e o retardo no início 
imediato das manobras de reanimação cardiopulmonar, pior o desfecho neurológico 
para o paciente com queda na sua taxa de sobrevida (GONZALEZ et al., 2013; TALLO 
et al., 2012; VANHEUSDEN et al., 2007). 
Fazendo uma análise dom estudo recente (2013) de fadiga de alarmes já 
mencionado anteriormente onde foram encontrados alarmes fatigados, devemos estar 
atentos ao atendimento tardio ou não atendimento dos profissionais ao atendimento de 
alarmes tão importante, especialmente em pacientes de pós operatório de cirurgia 
cardíaca. 
Cvach (2012) refere que a fadiga de alarmes, que se caracteriza pela falta de 
resposta da equipe, devido a um número excessivo de alarmes, resultando em 
sobrecarga sensorial e dessensibilizarão, é um problema nacional nos Estados Unidos e 
vem sendo muito discutido por sua repercussão na segurança do paciente.Entre 2005 a 
2008, a Food and Drug Administration (FDA) e a Manufacturer and User Facility 
Device Experience (MAUDE) receberam 566 relatos de mortes de pacientes 
relacionadas com alarmes de monitorização em hospitais de todo o país. Uma breve 
revisão realizada do banco de dados do MAUDE buscando um período de quatro meses, 
entre 1º de março de 2010 e 30 de junho de 2010 revelou 73 mortes relacionadas com 
alarmes, sendo 33 atribuídas a monitores Multiparamétricos (CVACH, 2012). 
 
Para Korniewicz, Clark e David (2008) alarmes relevantes, quando desperdiçados, 
resultam em uma condição crítica para o paciente, pois apesar da abundância de 
dispositivos de alarmes, eventos adversos relacionados ainda ocorrem com frequência 
preocupante. Os mesmos autores enfatizaram que a tecnologia e o elemento humano são 
interligados para que possamos utilizar e confiar na tecnologia precisamos do elemento 
humano e a enfermagem deve ser o elo principal dessa interligação já que é ela que está 
24 horas junto do paciente, sendo a primeira linha de defesa para a segurança do 
paciente. No período observado somente um profissional de outra categoria atendeu a 
um alarme dos 227 registrados. 
Descrevemos os 26% de alarmes não relevantes clinicamente ( 1% de sensor de 
saturação solto, 1% em procedimento de coleta de sangue arterial pelo cateter, 1% de 
monitor ligado sem paciente, 1% sem marcador de PA, 1% sem leitura de frequência, 
7% Normocárdico e 6% normotenso, estes últimos sem definição de parâmetros 
adequada), estes poderiam concorrer com os alarmes clinicamente relevantes 
contribuindo apara o fenômeno fadiga de alarmes. 
A equipe só pode avaliar se um alarme é relevante ou não, atendendo ao alarme e 
avaliando o paciente e a causa do disparo do alarme.(Bridi,2013) 
Os falsos alarmes são gerados devido aos dados ruins ou ausentes. Eles são 
frequentemente causados por movimentação do paciente, instalação de eletrodos e 
sensores, cabos e limitações no algoritmo de detecção de dispositivo de alarme. 
Fabricantes têm avançado o projeto de sensores e algoritmos de detecção, mas se os 
dispositivos médicos não forem devidamente instalados e os alarmes programados, os 
alarmes falsos persistirão (WELCH, 2012). 
Os alarmes não-acionáveis são alarmes verdadeiros que não necessitam de uma 
intervenção clínica ou são o resultado de ações intencionais. Eles distraem a atenção da 
equipe desnecessariamente e, portanto, são um incômodo. Na maioria dos casos estes 
alarmes de curta duração se autocorrigem. Exemplos desses alarmes é a baixa saturação 
de oxigênio ou de frequência cardíaca. Ambos os casos ocorrem com frequência com o 
sinal de alarme vital voltando ao normal dentro de um intervalo de alguns segundos. 
Atividades à beira do leito podem gerar alarmes não-acionáveis. Por exemplo, um 
paciente intubado, na aspiração, pode desencadear um alarme de monitorização e de 
ventilador que não necessitam de mudanças ou modificações nas programações, mas a 
ocorrência do alarme estimula o ambiente (WELCH, 2012). 
Apenas 2% dos outros alarmes como óbito e PCR possuíam relevância clínica, 
exceto os relacionados com débito cardíaco como anteriormente mencionados. 
CONCLUSÃO 
Podemos concluir que os alarmes disparados na Unidade Cardio intensiva 
Cirúrgica do presente estudo pelo monitor multiparamétrico possuem em sua maioria 
relevância clínica e dependem de uma ação rápida e imediata advinda da equipe de 
saúde, uma vez que estão relacionados diretamente a sinalização de uma boa perfusão e 
consequentemente função orgânica preservada, como pressão arterial e frequência 
cardíaca, especialmemte em pacientes de pós operatório de cirurgia cardíaca que ainda 
precisam de terapia intensiva na busca pela homeostase. 
A rápida intervenção depende principalmente do atendimento da equipe ao soar 
dos alarmes, porém outras intervenções, especialmente de prevenção, poderão fazer 
parte desta gestão do cuidado na busca da oferta de uma assistência de qualidade. 
Silva (2013) em um editorial sobre fadiga de alarmes publicado na revista de 
enfermagem UFPE ressalta ações para minimizar a fadiga de alarmes, bem como 
prevenir eventos adversos, que consideramos essenciais para sucesso na minimização 
destes eventos, como : Instituir um processo de gestão de alarmes de modo a permitir 
resposta rápida em áreas de alto risco; Criar um inventário dos dispositivos médicos 
equipados com sistemas de alarmes utilizados nas áreas de alto risco; Definir as 
condições clínicas consideradas de alto risco, de modo a balizar as configurações de 
alarme padrão e os limites adequados para cada variável monitorizada, de acordo com a 
criticidade de cada doente; Estabelecer diretrizes para a monitorização de variáveis 
fisiológicas, com base nas condições clínicas do doente, de modo que seja monitorado 
somente as variáveis fisiológicas, bem como, habilitados somente os sinais de alarme 
clinicamente necessárias, evitando assim, monitorização desnecessária de variáveis que 
possam resultar no disparado de alarmes inconsistentes; Estabelecer diretrizes para 
adaptar as configurações de alarme e limites individualmente para cada pacientes, 
Definir rotinas para posicionamento e trocas padronizadas e periódicas de eletrodos de 
ECG e para a preparação adequada da pele eletrodo local; 
 Assim, na perspectiva de cuidados intensivos e com base nos resultados desse 
estudo que dele emerge a necessidade de avaliar o tempo/estímulo resposta da equipe 
de enfermagem aos monitores Multiparamétricos, com objetivo de aprofundar o tema e 
realizar uma correlação com os principais alarmes que soaram identificados neste 
estudo. Entendemos que “monitorização segura”, entendido por nós como um modo 
de monitorizar, ou seja, seguir, acompanhar, vigiar o doente grave através da utilização 
responsável e racional dos recursos tecnológicos e dos sistemas de alarmes dos 
equipamentos médicos destinados a monitorização multiparamétrica e ao suporte 
avançado de vida, necessita de de cuidados intensivos, minimizando os riscos de um 
incidente com dano ou evento adverso ocorrer. 
 Entendemos, que o enfermeiro , especialmente nos cenários de terapia intensiva, 
possam contribuir, para minimizar o elevado numero de alarmes disparados pelos 
dispositivos médicos, diminuindo a possibilidade de riscos significativo para o paciente, 
entendendo que os alarmes fazem parte do sistema de salvaguarda e não podem 
concorrer para uma falsa de sensação de segurança entre os profissionais da equipe.