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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 5 2 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA pediátricas ......................................... 6 3 SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ................................ 10 4 POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO: CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO .......... 14 5 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA ........................................................................... 17 6 INSTRUMENTOS PARA O ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM PEDIATRIA .............................................................................. 18 7 PROTOCOLOS DE EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS e neonatais – SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) ................................................................ 24 7.1 Parâmetros pediátricos .............................................................. 24 7.2 Avaliação primária do paciente pediátrico (agravo clínico) ........ 25 7.3 Avaliação secundária do paciente pediátrico (agravo clínico) ... 27 7.4 Obstrução das vias aéreas por corpos estranhos (Ovace) na criança..................... ..................................................................................... 30 7.5 Obstrução das vias aéreas por corpos estranhos (Ovace) no bebê ..................................................................................................33 7.6 Parada respiratória no paciente pediátrico ................................ 36 7.7 PCR e RCP no bebê e na criança ............................................. 37 7.8 Cuidados pós-ressuscitação em pediatria ................................. 40 7.9 Assistência ao recém-nascido (RN) que nasce bem (não necessita de reanimação). ............................................................................................ 42 7.10 Choque................................................................................... 44 7.11 Insuficiência respiratória aguda .............................................. 46 8 TÉCNICAS BÁSICAS DE MANEJO DAS VIAS AÉREAS – MANOBRAS MANUAIS DE ABERTURA segundo YAGUE et al, 2014. .......... 48 3 8.1 Manobra de inclinação da cabeça com elevação do mento (parte inferior e média da face, abaixo do lábio inferior) ......................................... 48 8.2 Manobra de tração da mandíbula no trauma (jaw thrust) .......... 49 8.3 Manobra de tração da mandíbula no trauma (jaw thrust) – alternativa 49 8.4 Manobra de elevação do mento no trauma (chin lift) ................ 50 8.5 Técnica de ventilação com dispositivo bolsa-valva-máscara (BVM) 51 8.6 Técnicas básicas de manejo das vias aéreas – aspiração ........ 56 9 DESTAQUES DAS ATUALIZAÇÕES ESPECÍFICAS DAS DIRETRIZES DE 2020 DA AMERICAN HEART ASSOCIATION - AHA - SUPORTE BÁSICO E AVANÇADO DE VIDA PEDIÁTRICO ........................... 57 10 ALGUNS DOS PROTOCOLOS DE ATENDiMENTO EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA SEGUNDO HOSPITAL CENTRAL DO EXÉRCITO (2019). .................................................................................... 68 10.1 Celulite orbitária (OU PÓS-SEPTAL). .................................... 68 10.2 CELULITE PERIORBITÁRIA (OU PRÉ-SEPTAL) ................. 70 10.3 CELULITE .............................................................................. 72 10.4 Urticária aguda e angioedema na criança .............................. 74 10.5 Anafilaxia na criança .............................................................. 78 10.6 Pneumonia ............................................................................. 83 10.7 Parada cardiorrespiratória ...................................................... 88 10.8 Politraumatismo na criança .................................................... 90 11 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE PACIENTES COM COVID-19 NO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA ............................ 98 11.1 Organização estrutural e fluxos .............................................. 98 11.2 Suspeita clínica de COVID-19 ................................................ 99 11.3 Estratificação da Gravidade ................................................. 100 11.4 Prognóstico .......................................................................... 109 4 12 BIBLIOGRAFIA ........................................................................... 110 5 1 INTRODUÇÃO Prezado (a) aluno (a)! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula é raro, quase improvável um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 6 2 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA PEDIÁTRICAS Fonte: bozelli.com A pediatria é a área da saúde dedicada à assistência à criança, adolescentes e pré-adolescentes, até 11 anos, 11 meses e 29 dias. A triagem pediátrica é o contato inicial com a criança e com os pais, é importante explicar para eles que a prioridade do atendimento é por gravidade e não por ordem de chegada, e que a cor atribuída não significa necessariamente ter de ficar o tempo de espera máximo referente a essa cor, que são: vermelha, amarela, verde e azul, determinadas pelo Protocolo de Manchester (ANDRADE et al, 2016). Em 2004 com início do Programa Nacional de Humanização (PNH) o HUMANIZA-SUS, trouxe em suas diretrizes uma estratégia de modificação do processo de trabalho em saúde utilizando as ferramentas do acolhimento e da avaliação com classificação de risco (BRASIL, 2004 apud ANDRADE et al, 2016). De acordo com Andrade (2016), o acolhimento é uma ação tecno- assistencial que prevê a mudança na relação entre os profissionais e os usuários, através de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade. Acolher é buscar, atender de forma holística a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos usuários. A classificação de risco é um instrumento que, além de organizar a fila de espera e proporcionar uma ordem de atendimento que não a ordem de chegada, 7 tem também outros objetivos importantes, como: garantir o atendimento imediato do usuário com grau de risco elevado; informar o paciente que não corre risco imediato, assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera; promover o trabalho em equipe por meio da avaliação contínua do processo; dar melhores condições de trabalho para os profissionais pela discussão da ambiência e implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação dos usuários e, principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a construção de redes internas e externas de atendimento (ANDRADE et al, 2016). Ainda segundo os autores, o atendimento no campo da saúde à criança é caracterizado por peculiaridades biológicas e psicológicas próprias desse grupo populacional,sujeito aos agravos decorrentes das doenças prevalentes na infância, como também aos agravos entendidos como situações de emergência, por exemplo, traumas e envenenamentos, necessitando de recursos materiais e humanos especializados. É possível afirmar que, na emergência pediátrica, podem ocorrer situações graves e ameaçadoras da vida da criança, pressionada pelo tempo, em que cada segundo pode fazer a diferença. Além disso, acrescenta-se nesse contexto assistencial a participação dos familiares, uma vez que os pais estão incorporados ao atendimento e, portanto, fazem parte da rede do cuidado que, ao mesmo tempo em que relatam as intercorrências com a criança que os levaram a procurar o serviço de emergência, também presenciam as intervenções que podem ser bem-sucedidas ou não (PIRES et al, 2017). Segundo Pires (2017), no setor de urgências de qualquer hospital, o enfermeiro é um elemento central nas várias áreas da prestação do socorro, desde a triagem à reanimação, à cirurgia ou trauma ou à sala de observações, entre outras. Em cada uma dessas áreas, espera-se que, nas atividades autônomas como nas interdependentes, o enfermeiro atue de forma segura, respeitando os direitos dos pacientes e com base em evidências científicas. Mas a atuação em contexto de urgência é uma área do saber de vastas proporções que compreende tanto procedimento simples como de grande complexidade. A assistência realizada pelo profissional de enfermagem aos pacientes pediátricos demanda cuidados técnicos de caráter subjetivo, de modo a compreender a excentricidade, a particularidade e a maneira de expressão de afeto dessa criança. É de suma importância diante de um quadro emergencial, onde há risco de morte, a construção de um 8 plano de cuidados de enfermagem, que contenha toda assistência fundamental para conservação da vida, além de proporcionar atenção ao acompanhante (NEVES et al., 2016 apud RIBEIRO et al, 2019). Como líder da equipe, o enfermeiro depara-se com inúmeros desafios de como gerir a assistência no serviço de emergências, no entanto, além do conhecimento técnico e cientifico, o profissional necessita ter habilidade de organizar o trabalho realizado, para que possa funcionar de acordo com os recursos disponíveis à quantidade e ao nível de gravidade que requer cada caso (RIBEIRO et al, 2019). As crianças que adentram aos serviços de urgência e emergência, chegam em situações agudas ou de extrema gravidade em risco iminente de morte, precisando de intervenções imediatas, sendo que, nesses locais há uma grande variabilidade assistencial para os cuidados, e se faz necessário garantir as manobras de estabilidade da vida, e dessa maneira possibilita a integralidade do cuidado na própria unidade e em outros níveis de atendimento, fortalecendo assim, a rede de ações e serviços de saúde no âmbito do SUS (RIBEIRO et al, 2019). As instituições hospitalares que recebem casos que demandam atendimento emergencial e que, devido ao rápido e acelerado andamento nos serviços prestados, é perceptível a indispensabilidade de um corpo de profissionais de diversas áreas, a fim de que haja um compartilhamento dos saberes no campo de atuação (SALVIANO, 2017 apud RIBEIRO et al, 2019). Para autor o profissional de enfermagem tem como atividade dentro do setor de emergência o acolhimento, e através do julgamento clínico a classificação de risco. No entanto, para que essa avaliação aconteça de maneira apropriada, é de grande importância que haja capacitação desses profissionais, assim como a classificação da criança de maneira satisfatória. Nesse contexto, o enfermeiro não se restringe apenas à assistência direta, por isso faz parte do seu trabalho se manter, capacitado permanentemente para assistência à criança em quadros emergenciais, além de saber lidar dentro do setor da urgência e emergência com saberes diversos. 9 Além do cuidado técnico, o cuidado subjetivo ressaltando a singularidade, a individualidade e a forma como a criança expressa seus sentimentos e emoções. Assim, quando a mesma encontra-se em situação de risco, em uma unidade de emergência, é necessário um plano de cuidado de enfermagem, que contemple os cuidados necessários e indispensáveis para manutenção da vida, bem como promover atenção ao seu acompanhante (BRASIL, 2013 apud (ANDRADE et al, 2017). Para promover à assistência adequada os profissionais atuantes nessas unidades devem receber treinamento específico, tanto técnico e cientifico, quanto uma educação continuada voltada para o autoconhecimento, o que exige dos mesmos o domínio de suas próprias emoções e conhecimento de seus limites e possibilidades. A educação dos profissionais de saúde objetiva melhorar a qualidade da assistência prestada à criança grave para um melhor resultado (ANDRADE et al, 2017). Outro importante ponto de acordo com o autor, para a melhoria da assistência prestada foi a implantação do acolhimento com classificação de risco. Essa adaptação foi necessária devido à grande demanda que vai em busca dos serviços de maior complexidade ofertados nestas unidades. No Brasil, há uma demanda de atendimento maior que sua capacidade de absorção tornando-se visível o desequilíbrio entre a oferta e a procura por atendimento, assim é de fundamental importância a reorganização do processo de trabalho. O Acolhimento com Classificação de Risco configura-se como uma nova cultura de atendimento centrada na comunicação entre usuário, profissional e gestor, por meio da escuta qualificada. Proporcionando a garantia da assistência integral e igualitária a toda população. Dessa forma, este acolhimento é uma ferramenta importante no atendimento pediátrico, pois é necessário que os profissionais estejam atentos aos anseios e às manifestações da criança enquanto indivíduo capaz de expressar sua subjetividade e que deseja ser ouvido (ANDRADE et al, 2017). Este acolhimento segundo o autor, é uma ação técnico assistencial que prevê a mudança na relação entre profissional e o usuário, através de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade. Acolher é buscar, atender de forma holística a todos que procuram serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas ao usuário. 10 3 SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Fonte: planserv.ba.gov Os serviços de urgência e emergência ocupam importante parte da assistência de saúde no Brasil. Nos últimos anos, houve crescimento da demanda por atendimentos nessa área em consequência, principalmente, do aumento no número de acidentes e a violência urbana. A insuficiente estruturação da rede assistencial tem acarretado uma sobrecarga dos serviços disponibilizados para o atendimento da população. Esses serviços, como a Atenção Básica de Saúde, são considerados a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS), pois recebe grande número de pessoas em busca por um atendimento rápido e eficaz, para diminuir e evitar danos à saúde (VIEIRA, 2020). Portanto, segundo o autor, a emergência é considerada uma ocorrência imprevista, que obtém risco potencial à vida, em que o paciente necessita de atenção imediata, para poder garantir a integridade das funções vitais básicas. E urgência significa uma condição de agravos à saúde, no qual apresenta risco real e iminente à vida, necessitando de intervenção rápida e efetiva, estabelecida por critérios médicos previamente definidos, com procedimentos de proteção, manutenção ou recuperação das funções vitais acometidas. Assim, emergência e urgência se referem a agravos da saúde que precisam de atenção médica imediata. Dentre os setores hospitalares, os serviços de urgência e emergência apresentam maiores riscos de erros e eventos adversos por exigirem tomadas 11 de decisão imediatas, relacionamento comdiversas categorias profissionais, realização de variados procedimentos e administração de diversas medicações de alto risco, ou seja, uma série de atividades que exige atenção cognitiva complexa e simultânea. Entretanto, os profissionais de saúde que atuam nos serviços de urgência e emergência dos hospitais, em especial os enfermeiros, necessitam de conhecimentos, habilidades e atitudes para acolher, escutar e orientar os usuários de saúde e determinar a prioridade de atendimento destes nas portas de entrada. Um dos grandes desafios da área da saúde é estabelecer estratégias para melhorar a qualidade da assistência nos serviços de emergências e urgências (VIEIRA, 2020). A classificação de risco é uma estratégia que consiste em classificar o paciente de acordo com o grau de urgência, definindo a fila de espera por este critério, e não pela ordem de chegada (MAGALHÃES et al., 2016 apud VIEIRA, 2020). O Ministério da Saúde (MS), por meio da Política Nacional de Humanização (PNH), também conhecida como Humaniza SUS, 2004, estabelece que nos serviços de urgência e 18 emergência a demanda seja acolhida por meio de critérios de avaliação de risco, garantindo o acesso referenciado aos demais níveis de assistência, bem como o comprometimento da referência e contra referência, aumentando a resolução da urgência e emergência, dispondo o acesso à estrutura hospitalar, a transferência segura conforme a necessidade dos usuários e o estabelecimento de protocolos clínicos para garantir intervenções necessárias e respeitando as diferenças (VIEIRA, 2020). Segundo o autor, outro marco importante foi à reformulação da Política Nacional de Atenção às Urgências de 2003, consolidando a Portaria nº 1.600 de 2011, que institui a Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) no SUS. Em 2009, o Ministério da Saúde propõe uma reorganização destes serviços com o texto base sobre o acolhimento e classificação de risco, considerando como uma ferramenta de atendimento para organizar a fila de espera e propor outra ordem de atendimento que não a ordem de chegada, além de outros objetivos importantes, como: garantir o atendimento imediato do usuário com grau de risco elevado; informar o paciente que não corre risco 12 imediato, assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera; promover o trabalho em equipe por meio da avaliação contínua do processo; dar melhores condições de trabalho para os profissionais pela discussão da ambiência e implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação dos usuários e, principalmente, possibilitar e estimular a pactuação e a construção de redes internas e externas de atendimento. Em 2013, o MS lançou o Manual Instrutivo da Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) no Sistema Único de Saúde, que apresenta um consolidado de estratégias para sua implementação, assegurando ao usuário um conjunto de ações e serviços nas situações de urgência e emergência com resolutividade e em tempo oportuno. Sendo a classificação de risco uma das principais diretrizes que norteiam a implementação da RUE (BRASIL, 2013 apud VIEIRA, 2020). A classificação de risco é o ato de identificar a queixa principal manifestada ou relatada por pacientes e/ou respectivos acompanhantes, visando estabelecer uma lista de espera baseada no risco clínico e não na ordem de chegada. Assim, propõe-se direcionar a realização da anamnese e do exame físico, identificando os sinais e sintomas expressos e determinando a prioridade de atendimento, em virtude das condições relacionadas às complicações e ao risco de morte. Torna-se importante destacar que para a sua realização, os serviços utilizam tecnologias em saúde, dentre elas os protocolos de atendimento (VIEIRA, 2020). Segundo Vieira (2020), acolhimento, de acordo com a PNH, é um processo que implica responsabilização da equipe pelo usuário, desde o momento da sua chegada até sua saída da instituição, ouvindo suas queixas, considerando suas preocupações e angústias, utilizando uma escuta qualificada que possibilite analisar a demanda, colocando os limites necessários, garantindo atenção integral, resolutiva e responsável por meio das articulações internas dos serviços, e destes com de outras instituições de saúde, para continuidade da assistência, quando necessário. No que tange os serviços de urgência e emergência pediátrica, em 1984, nos Estados Unidos da América houve a criação dos serviços médicos de emergência para crianças e adolescentes, apontando para a necessidade de assegurar o atendimento em situações graves, vítimas de trauma, para reduzir complicações e evitar a morte. Ainda no final da década de 80, programas de treinamento em emergência pediátrica 13 dirigidos para profissionais de saúde foram instituídos, dentre eles o Suporte Básico e Avançado de Vida em Pediatria (PALS). Já na década de 90, foram desenvolvidos protocolos de atendimento pré-hospitalar e adequação de equipamentos pediátricos nos serviços de emergência, bem como a transferência de pacientes para outros serviços ou seu referenciamento de acordo com a sua complexidade (PIVA, 2017 apud VIEIRA, 2020). O interesse pela temática surgiu frente atuação profissional como enfermeira em um Serviço de Emergência Pediátrica de um Hospital Universitário do sul do país, cuja alta demanda e superlotação me causava inquietação diante da dificuldade de priorizar o atendimento das crianças e adolescentes graves devido à falta da classificação de risco durante o acolhimento. Nessa instituição, os pacientes recebem atendimento médico por ordem de chegada, acarretando, muitas vezes, longos períodos de espera e piora do quadro clínico dos mesmos. Esta realidade contradiz com à Política Nacional de Humanização e a Política de Urgência e Emergência, fragilizando a escuta qualificada, a identificação de urgências e emergências, bem como a segurança do paciente pediátrico (BRASIL, 2004; BRASIL, 2009 apud VIEIRA, 2020). Sendo importante destacar que na emergência adulta da referida instituição há o acolhimento e a classificação de risco implementado, evidenciando a sua importância para assegurar as ações de enfermagem. De acordo com o boletim estatístico da referida instituição, o Serviço de Emergência e Urgência Pediátrica, no ano de 2018, apresentou 25.991 atendimentos (HU, 2019 apud VIEIRA, 2020). Para assegurar a prestação de uma assistência eficaz e segura, é imprescindível estabelecer a prioridade do atendimento baseado nas condições clínicas da criança e/ou adolescente, considerando que suas características específicas possibilitam uma maior fragilidade e instabilidade clínica. Portando, é necessário que a equipe de enfermeiros esteja treinada e equipada com uma tecnologia que os auxilie na avaliação, classificação e assistência segura a esses pacientes que buscam atendimento no serviço. Assim, a utilização de um Protocolo de Acolhimento com Classificação de Risco em pediatria vem ao encontro das necessidades do serviço (VIEIRA, 2020). 14 4 POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO: CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Fonte: tolife.com No decorrer dos anos políticas vêm sendo desenvolvidas no Brasil para contribuir com a melhoria da assistência à saúde, sendo que algumas delas refletem nos serviços de urgência e emergência com a finalidade de qualificá- los. O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), criado em 2001, teve como principal objetivo mudar substancialmente o padrão de assistência ao usuário nos hospitais públicos do Brasil, resultando na melhoria da qualidade e na eficácia dos serviços prestados por estas instituições (VIEIRA, 2020). Por conseguinte, em 2003, é criada a Política Nacional de Humanização – Humaniza SUS que tem como finalidade efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticasde saúde, trazendo em sua proposta à ideia do humano protagonista e autônomo. Esta política também foi elaborada para evidenciar a interface entre o cuidado e a gestão dos serviços de saúde, potencializando os profissionais e os usuários dos serviços de saúde como protagonistas e corresponsáveis pela produção de saúde. O Humaniza SUS traz como um dos seus dispositivos a Classificação de risco, que objetiva organizar as filas de espera, propondo uma ordem de atendimento conforme o grau de risco (VIEIRA, 2020). 15 Muitos serviços de atendimento às urgências convivem com grandes filas onde as pessoas disputam o atendimento sem critério algum, a não ser a hora da chegada. A não distinção de riscos ou graus de sofrimento faz com que alguns casos se agravem na fila, ocorrendo às vezes até a morte de pessoas pelo não atendimento no tempo adequado. Ainda, prevê espaços para acolhimento, espera, recepção, classificação do risco e atendimento administrativo. E como acolher é o ponto chave desta política, a criação de espaços de encontros entre os sujeitos, espaços de escuta e que possibilitem a interação entre usuários e trabalhadores, entre trabalhadores e entre os próprios usuários (BRASIL, 2009 apud VIEIRA, 2020). Segundo o autor, o termo humanizar abrange a condição de colocar-se no lugar do outro, respeitando os sujeitos e sua autonomia, bem como a garantia de saúde e o acesso aos serviços, efetivando os princípios do SUS que são responsáveis por sustentar e disparar um determinado movimento no âmbito das políticas públicas. Na Política Nacional de Humanização, dentre os dispositivos desenvolvidos que visa promover mudanças nos modelos de atenção e gestão, encontra-se o acolhimento com classificação de risco que propõe os processos de trabalho na saúde pública para atender a população que procura esses serviços, oportunizando de forma equânime o atendimento. Também é considerado um modo de representar o processo de triagem, no qual se esgota na recepção do paciente, tornando todo processo uma ação de inclusão que transpassa todos os espaços e momentos do cuidado nos serviços de saúde. Dentre os princípios da Política Nacional de Humanização tem-se a transversalidade, sugerindo a ampliação da comunicação entre sujeitos e serviços para transformação nas relações de trabalho e compartilhamento dos saberes; indissociabilidade entre atenção e gestão, partindo da ideia de que há uma relação indivisível entre o cuidar e o gerir, apropriando-se do trabalho; e a consolidação do protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos (VIEIRA, 2020). Para viabilização dos seus princípios, segundo o autor, a PNH opera com diretrizes e dispositivos. Dessa maneira, na Rede de Atenção as Urgências de 2011, o ACCR (Acolhimento com Classificação de Risco) integra a base do processo e dos fluxos assistenciais, condição de todos os pontos de atenção por ser conhecido como um dispositivo tecnológico relacional de intervenção, o mesmo proporciona escuta qualificada, garantia do acesso com responsabilização, construção de vínculo, resolutividade dos serviços de saúde e priorização dos pacientes mais graves para atendimento. 16 O ACCR é considerado um modo de representar o processo de triagem, onde se esgota na recepção do paciente, tornando todo processo uma ação de inclusão que transpassa todos os espaços e momentos do cuidado nos serviços de saúde (HERMIDA et al., 2018 apud (VIEIRA, 2020). Por outro lado, os costumes adquiridos do modelo de saúde antecedente ao SUS, que faz jus de uma abordagem curativa e hospitalocêntrica, ainda está presente na sociedade. Com isso, a própria população busca um pronto atendimento que seja satisfatório a sua necessidade, ou seja, de forma centralizada e rápida, independente da gravidade do problema. Ainda assim, além do pronto atendimento ser utilizado como porta de entrada ao serviço de saúde, a população procura serviços que sejam resolutivos, mesmo que estes não concedam a continuidade do cuidado (VIEIRA, 2020). Os serviços de emergência e urgência estão saturados devido a superlotação e sofrem com o desequilíbrio simultâneo entre a procura por cuidados de saúde e a capacidade de resposta do sistema. Também representa uma dificuldade que afeta a maioria dos países, independentemente do nível socioeconômico, refletindo negativamente na gestão do sistema hospitalar, tornando-se um problema de saúde pública cada vez mais importante. A alta demanda de pacientes acarreta no atraso do atendimento, dificultando a assistência adequada ao paciente, especialmente quando a rapidez e agilidade entre a definição do diagnóstico e o início do tratamento é uma condição primordial (GUINTA et al., 2017 apud VIEIRA, 2020). A grande procura nos serviços de emergências e urgências gera grandes filas e o único critério de organização do atendimento é a hora da chegada. A não distinção de riscos ou graus de sofrimento faz com que alguns casos se agravem na fila, ocorrendo, às vezes, até a morte de pessoas pelo não atendimento no tempo adequado. O acolhimento exige a presença de um protocolo sistemático a fim de identificar os pacientes que necessitam ser visto primeiro e aqueles que podem esperar por atendimento em segurança (VIEIRA, 2020). 17 5 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA Fonte: ctecsaudebsb.com A equipe de enfermagem deve estabelecer confiança e vínculo com os pais e familiares das crianças por meio do esclarecimento de informações sobre regras, rotinas e execução de procedimentos. A exposição das informações deve ser realizada de forma claras e simples para evitar dificuldades. O diagnóstico de enfermagem faz parte da sequência do cuidado ao paciente que deve ser executada pelo enfermeiro. Em um estudo no qual se buscou identificar os diagnósticos de enfermagem mais frequente em uma unidade de pronto socorro pediátrico, identificaram-se prevalentes: o risco de infecção, hipertermia, dor aguda, desobstrução ineficaz das vias aéreas e integridade da pele prejudicada (NASCIMENTO et al, 2017). Segundo o autor, destaca-se a importância da construção de instrumento para a implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE como facilitador do trabalho dos enfermeiros nas emergências pediátricas. O atendimento na unidade de emergência pediátrica deve ter profissionais com características diferenciadas e com atribuições voltadas para a assistência da criança e de sua família, algumas dessas atribuições estão expostas no quadro abaixo. 18 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM Orientar os acompanhantes Transmitir informações deforma clara e simples para os familiares. Estabelecer confiança e vínculo. Conhecer sobre medicação Realizar cuidado humanizado. Planejar ações e intervenções Utilizar guias de classificação de risco para pediatria Realizar avaliação e diagnostico de enfermagem Liderar a equipe Avaliar ações Fonte: NASCIMENTO et al, 2017. 6 INSTRUMENTOS PARA O ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM PEDIATRIA Fonte: tolife.com No Brasil, os estudos que abordam a utilização de instrumentos para auxiliar à conduta dos profissionais, principalmente na prática dos profissionais enfermeiros é considerado escasso. Dentre esses instrumentos destacam-se os protocolos que são considerados de suma importância na área da saúde, pois conferem embasamento científico ao profissional e promovem melhora 19 significativa do atendimento. Também é considerado uma tecnologia em saúde e um instrumento para o fundamento da prática de enfermagem, além de auxiliar na tomada de decisão durante a classificação de risco (VIEIRA, 2020). Alguns benefícios são apresentados na utilização de protocolos de assistência, como: redução da variabilidade de ações de cuidado, maior segurançaaos usuários e profissionais, facilidade para a incorporação de novas tecnologias, melhora na qualificação dos profissionais para a tomada de decisão assistencial, inovação do cuidado, maior transparência e controle dos custos e uso mais racional dos recursos disponíveis. Destaca-se, também, que os protocolos possibilitam a disseminação do conhecimento, a comunicação profissional e a coordenação do cuidado, além de facilitar o desenvolvimento de indicadores de processo e de resultados da assistência (PIMENTA, 2017 apud VIEIRA, 2020). Ainda segundo autor, o protocolo é a descrição de uma situação específica de assistência, no qual contém detalhes operacionais e especificações em relação ao que se faz, quem faz e como se faz, conduzindo os profissionais nas decisões de assistência para a prevenção, recuperação ou reabilitação da saúde. Também tem a possibilidade de prever ações de avaliação/diagnóstico ou de cuidado/tratamento, como o uso de intervenções educacionais, de tratamentos com meios físicos, de intervenções emocionais, sociais e farmacológicas, que a enfermagem exerce de maneira independente ou compartilhada com outros profissionais de saúde. Os protocolos podem conter vários procedimentos e devem apresentar algumas características como serem de fácil leitura, e ter boa qualidade formal, ser válidos, confiáveis, corretamente utilizados, comprovadamente efetivos, com implementação e adaptação a realidade local, além de apresentarem conteúdo baseado em ênfases científicas. Sendo assim, a construção de protocolos envolve processos rigorosos, evidenciando indicadores em saúde e efetividade dos resultados. Na pediatria, o acolhimento com classificação de risco é uma tarefa complexa e um desafio para os serviços de emergência e urgência, considerando a especificidade das crianças e/ou adolescentes, principalmente em relação à limitada capacidade de comunicação e subclínicas com variabilidade na normalidade dos sinais vitais nas diferentes fases do crescimento e desenvolvimento (VIEIRA, 2020). Diante desse contexto, o autor afirma que a utilização do Protocolo de acolhimento com classificação de risco em pediatria implica na necessidade de 20 determinar a prioridade de atendimento de crianças e/ou adolescentes em situação de urgência e emergência. O enfermeiro deve ser treinado para a aplicação de tecnologias em saúde, com inteligência emocional e objetiva, e utilizar da sua habilidade, conhecimento e atitude durante uma avaliação que seja voltada à queixa principal e ao grau de complicações e risco de morte, principalmente nas filas de espera que se formam nas portas de entrada do sistema de saúde. Na literatura há estudos sobre os instrumentos de classificação de risco em emergência pediátrica, sendo que os instrumentos disponíveis são aplicados em várias realidades, tanto no âmbito nacional como no internacional. O estudo de Baracat (2016) apud Vieira (2020) apresentou instrumentos mais utilizados em Pediatria, sendo eles: The Pediatric Canadian Triage and Acuity Scale – (PaedCTAS), The Manchester Triage System (MTS), Emergency Severity Index (ESI) e Australian Triage Scale (ATS). Em sua maioria, estes instrumentos são estratificados em cinco níveis ou categorias de urgência e emergência, validados com a inclusão de parâmetros fundamentais da resposta pediátrica em agravos agudos. Entre esses parâmetros, os dados vitais do paciente como frequência respiratória, frequência cardíaca, nível de consciência, temperatura corporal e saturação transcutânea de oxigênio, além da queixa principal, são os principais componentes. Os instrumentos PaedCTAS, MTS e ESI contêm partes específicas para a população pediátrica, sendo que o estudo de Green et al. (2012) apud Vieira (2020) apontou que PaedCTAS e MTS apresentam uma melhor confiabilidade e eficácia para aplicação em emergências pediátricas. Outro aspecto que vale ressaltar é que estes protocolos de classificação de risco não estão disponíveis de forma acessível e gratuita. A escala Australian Triage Scale (ATS©) foi desenvolvida na Austrália e está regulamentada pelo órgão Australasian College for Emergency Medicine (ACEM). É utilizada nos serviços hospitalares de emergência desde 1994 e sua classificação segue cinco níveis de acordo com a gravidade do caso, estabelecendo o tempo máximo para avaliação dos pacientes. O enfermeiro baseia-se em uma lista de descritores clínicos para atribuir uma categoria de urgência, sendo eles (AUSTRALIAN COLLEGE FOF EMERGENCY MEDICINE, 2014 apud VIEIRA, 2020): Categoria 1: imediata ameaça a vida – imediato; 21 Categoria 2: iminente ameaça a vida – 10 minutos; Categoria 3: potencial ameaça a vida – 30 minutos; Categoria 4: pacientes sérios potencialmente – 60 minutos; Categoria 5: pacientes menos urgentes – 120 minutos. A escala Canadian Triage Acuity Scale (CTAS©) foi desenvolvida no Canadá e implementada em 1999. Sua finalidade consiste em classificar os pacientes de acordo com a gravidade de seus sinais e sintomas e garantir que os casos mais graves sejam atendidos prontamente. Possui cinco níveis, no qual o nível 1, na cor azul, corresponde ao nível com maior gravidade e o nível 5, na cor branca, corresponde ao nível com menor gravidade, como dispostos a seguir segundo Vieira, 2020: Nível 1: reanimação – azul: imediato; Nível 2: emergente – vermelho: 15 minutos; Nível 3: urgente – amarelo: 30 minutos; Nível 4: menos urgente ou semiurgente – verde: 60 minutos; Nível 5: não urgente – branco: 120 minutos. A Escala Emergency Severity Inde (ESI©) apresenta um sistema de triagem utilizado nos Estados Unidos, desde 1999. Tem como finalidade produzir a estratificação do risco dos pacientes e está baseada na condição física, necessidade comportamental e psicossocial, além de fatores que influenciam o acesso do usuário aos cuidados de saúde. A mesma apresenta cinco níveis de prioridade segundo Vieira (2020): Nível 1: emergente: avaliação medica imediata; Nível 2: urgente: recomenda-se não mais que 10 minutos para o atendimento; Nível 3: os sintomas relacionam-se a doença aguda e os fatores de risco não indicam risco de deterioração rápida; Nível 4: pacientes com queixas crônicas, sem ameaça a função de órgãos vitais; Nível 5: os pacientes apresentam-se estáveis e não necessitam de recursos. A escala de Manchester (MTS©) foi criada na Inglaterra, em 1994 e teve sua segunda edição traduzida para o português em 2002. Sua finalidade é 22 desenvolver uma nomenclatura comum, com uma sólida metodologia de triagem, além de ser um programa de formação e um guia de auditoria para a triagem. Utiliza fluxogramas que contém discriminadores gerais e específicos para obter a prioridade clínica, definindo o nível de urgência, a cor correspondente e o tempo-alvo de atendimento, são eles segundo Vieira (2020): Nível 1: emergente, vermelho, imediato; Nível 2: muito urgente, laranja: 10 minutos; Nível 3: urgente, amarelo: 60 minutos; Nível 4: pouco urgente – verde: 120 minutos; Nível 5: não urgente – azul: 240 minutos. No Brasil utilizam-se diversos protocolos de classificação de risco, sendo a maioria fundamentada no Modelo Australian Triage Scale (ATS), o qual utiliza tempo de espera de acordo com gravidade e no Modelo de Manchester, que simboliza o tempo de espera por cores (MAGALHÃES et al., 2016 apud VIEIRA, 2020). Torna-se importante destacar que os sistemas de classificação desenvolvidos na Europa, América do Norte e Austrália são complexos e tornam sua utilização uma questão problemática para o contexto de saúde tão desigual como o brasileiro. Além disso, as versões pediátricas desses modelos carecem de muitas especificidades para essa faixa etária e de literatura suficiente sobre sua validade e confiabilidade (VIEIRA, 2020).Ainda segundo o autor, alguns sistemas de classificação de risco foram apresentados nesta revisão, mas até o momento, foram encontrados apenas dois instrumentos para emergências pediátricas no contexto de saúde brasileiro, sendo um deles o CLARIPED. Este desenvolvido em 2013, no Rio de Janeiro, e apresenta cinco categorias de urgência: Vermelha (emergência), Laranja (muito urgente), Amarela (urgente), Verde (pouco urgente) e Azul (sem urgência). A primeira etapa da classificação inclui a aferição de quatro sinais vitais (escore Vipe) e a segunda etapa consiste na avaliação de discriminadores de urgência. Cada etapa resulta na atribuição de uma cor, seleciona-se a de maior urgência para a classificação final. Cada cor corresponde a um tempo máximo de espera pelo atendimento médico e ao encaminhamento à área física mais adequada à condição clínica do paciente. 23 Os autores destacam que o desenvolvimento deste instrumento para classificação de risco em emergências pediátricas resultou em um instrumento simples, objetivo e de fácil uso, cujos pré-testes recomendam boa confiabilidade e validade. Indicam que estudos em maior escala sobre sua validade, confiabilidade e aplicação em diferentes contextos de saúde estão sendo realizados e podem contribuir para a adoção de um sistema de classificação de risco pediátrico em âmbito nacional (VIEIRA, 2020). A primeira edição deste protocolo foi elaborada por Mafra et al. (2008) apud Vieira, 2020 em conjunto com a Secretaria de Saúde de Fortaleza/CE, passou por um processo de validação de conteúdo e aparência realizado no estudo de Magalhães (2012). Em seguida foi realizada a elaboração e validação quanto ao conteúdo e aparência, além da validação clínica da segunda edição do Protocolo, com a prática. Em 2018, este protocolo foi lançado em E-book. Este protocolo tem como objetivo determinar a prioridade de atendimento da criança ou adolescente em situação de urgência/emergência, o qual se utiliza de cinco cores para classificar o risco e determinar o tempo previsto para atendimento médico, sendo eles: vermelho (prioridade I), com atendimento médico imediato; laranja com atendimento médico em até 15 minutos, podendo ser reavaliado pelo(a) enfermeiro(a) a cada 15 minutos; amarelo, atendimento médico em até 30 minutos, podendo ser reavaliado pela enfermeira a cada 30 minutos; verde, atendimento médico em até 60 minutos, podendo ser reavaliado pela enfermeira a cada 60 minutos; e azul, atendimento médico por ordem de chegada ou direcionado à unidade de atenção primária com garantia de atendimento. Alguns sistemas de classificação de risco foram descritos e vale destacar a importância de sua utilização como uma tecnologia em saúde para organizar os serviços de emergência e urgência, seja adulto ou pediátrico. Neste sentido, cabe destacar a Portaria no 675/GM de março de 2006, que aprova a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde. Neste documento está assegurado que todo o cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado ao sistema de saúde, envolvendo a promoção, proteção e recuperação da saúde promovidos pelo SUS. Nas situações de urgência/emergência, o atendimento se dará de forma incondicional e em qualquer unidade do sistema. Desse modo, será garantido o atendimento com a utilização de tecnologia apropriada, além de um atendimento 24 acolhedor e com condições de trabalho adequadas para os profissionais de saúde (VIEIRA, 2020). Neste contexto, no âmbito da pediatria, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) traz referência aos direitos da criança e do adolescente em relação às ações em saúde, destacando no seu artigo 11º que deve ser garantido o acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. Também merece destaque a Resolução COFEN Nº 423/2012, que normativa a participação do enfermeiro na atividade de classificação de risco. O Art. 1º desta resolução traz que, no âmbito da equipe de enfermagem, a classificação de risco e priorização da assistência em serviços de urgência é privativa do enfermeiro. Por sua vez, este deverá ter conhecimentos e competências para garantir rigor técnico-científico ao procedimento (VIEIRA, 2020). Assim, segundo o autor, o acolhimento com classificação de risco está respaldado pelo Conselho Federal de Enfermagem, destacando o enfermeiro como o profissional competente e capacitado para a determinação desta tecnologia em saúde, de acordo com os princípios da Política Nacional de Humanização do Sistema Único de Saúde. Em síntese, para a assistência em emergência e urgência pediátrica, considerando a reorganização do fluxo da criança e do adolescente no serviço, desde a sua entrada até a consulta médica, destaca-se o acolhimento com classificação de risco como uma tecnologia em saúde para determinar a prioridade de atendimento, na perspectiva da humanização com o acesso em saúde rápido e eficaz (VIEIRA, 2020). 7 PROTOCOLOS DE EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS E NEONATAIS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) 7.1 Parâmetros pediátricos 25 7.2 Avaliação primária do paciente pediátrico (agravo clínico) Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Na abordagem de pacientes pediátricos com agravo clínico. Conduta: segundo Yague et al, 2014: 1. Realizar impressão inicial: observação rápida (avaliação visual e auditiva do paciente pediátrico nos primeiros segundos de atendimento), considerando: • Consciência: alerta, irritável ou não responde; •Respiração: esforço respiratório, sons anormais (estridor, chiado, gemência) ou ausência de movimentos respiratórios; • Coloração anormal da pele: palidez, cianose ou aspecto de mármore. 2. Se o paciente não responde: um membro da equipe deve comunicar imediatamente a Regulação Médica e solicitar apoio do suporte avançado de vida (SAV), enquanto o outro profissional continua avaliando o paciente. 3. Se o paciente não responde e não respira, ou apresenta gasping, checar pulso simultaneamente e: • Se pulso ausente: reportar-se ao Protocolo de PCR. • Se pulso presente, mas que permanece com frequência ≤ 60 batimentos por minuto (bpm) e com sinais de perfusão insuficiente, apesar da oxigenação e ventilação adequadas: reportar-se ao Protocolo de PCR. • Se pulso presente e > 60 bpm: reportar-se ao Protocolo de Parada Respiratória. 4. Se o paciente não responde, mas respira: solicitar apoio do SAV (Suporte Avançado de Vida) e realizar a avaliação primária. 5. Se o paciente responde: realizar a avaliação primária. Avaliação primária (A, B, C, D, E) 1.Avaliar a permeabilidade da via aérea e, se Permitir que o paciente adote uma posição confortável espontaneamente. 26 indicado, corrigir situações de risco com as seguintes ações: Realizar a manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo ou de anteriorização da mandíbula. Inspecionar a cavidade oral: aspirar secreções e retirar corpos estranhos. Instalar cânula orofaríngea (somente em paciente inconsciente). 2. Avaliar ventilação: Frequência respiratória (taquipneia, bradipneia ou apneia): frequência menor do que 10 ou maior do que 60 incursões por minuto (ipm), em qualquer idade pediátrica, sugere problema potencialmente grave. Sinais de esforço respiratório: batimento de asa de nariz, retrações no tórax (intercostais e outras), balancim toracoabdominal (tórax retrai e abdome expande durante a inspiração), balanço da cabeça ao respirar, gemência; Expansão e simetria torácica. Oximetria de pulso: considerar a administração de oxigênio (O2) se saturação de O2 < 94%. Considerar suporte ventilatório: máscara com reservatório ouventilação assistida com dispositivo bolsa valva-máscara (BVM) (se orientado pela Regulação Médica). Se for necessária ventilação assistida com BVM: ventilar com volume suficiente apenas para garantir a elevação visível do tórax, monitorizando oximetria de pulso (manter saturação de O2 entre 94 e 99%); deve-se atentar para que não ocorra hiperventilação. 3. Avaliar estado circulatório: Frequência cardíaca; Pulsos periféricos ou centrais: amplitude e simetria; 27 ATENÇÃO: considerar os parâmetros vitais de acordo com a faixa etária. Tempo de enchimento capilar Pele: coloração, umidade e temperatura; Pressão arterial; Na presença de sangramento ativo visível, realizar compressão direta; Na presença de sinais de choque, realizar contato com a Regulação Médica imediatamente 4.Avaliar estado neurológico: AVDI (Alerta, Verbal, Ddor e Irresponsivo). Escala de Coma de Glasgow Avaliação pupilar: tamanho, fotorreatividade e simetria. 5.Exposição: Manter o paciente confortável e aquecido. Procurar por manchas e lesões em pele, deformidades, etc. Buscar evidências de trauma ou sinais de maus tratos. Evitar hipotermia Fonte: YAGUE et al, 2014. 7.3 Avaliação secundária do paciente pediátrico (agravo clínico) Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Na abordagem de pacientes pediátricos com agravo clínico. Conduta segundo Yague (2014): 1.Realizar entrevista SAMPLE (com o paciente, familiares ou terceiros): • Nome e idade; • Queixa principal; S: Sinais e sintomas no início da enfermidade; A: História de alergias; M: Medicamentos em uso e/ou tratamentos em curso; horário da última dose; P: Passado médico (problemas de saúde ou doença prévia) L: Horário da última ingestão de líquidos ou alimentos; 28 E: Eventos que levem à doença ou lesão atual. ATENÇÃO: Em pacientes inconscientes ou impossibilitados de responder, buscar informações com circundantes ou familiares. 2. Realizar avaliação complementar: • Monitorizar oximetria de pulso; • Avaliar glicemia capilar: se < 60 mg/dL (ou < 50 mg/dL no neonato), informar imediatamente ao médico regulador. 3. Realizar o exame físico da cabeça aos pés: • Objetivo: identificar condições não detectadas na avaliação primária. • Técnicas a serem utilizadas: inspeção seguida de palpação. Cabeça (crânio e face) Inspecionar e palpar o couro cabeludo, orelhas, ossos da face, olhos, pupilas (verificar diâmetro, reação à luz e simetria pupilar), nariz, boca; Identificar abaulamento e tensão de fontanela anterior (fechamento entre 9 e 18 meses); Identificar presença de secreções, sangue e/ou líquido em cavidades naturais; Identificar presença de corpos estranhos; Identificar sinais de esforço respiratório: batimento de asa de nariz, balanço da cabeça ao respirar; Observar alterações na coloração e temperatura da pele e mucosas. Pescoço Inspecionar região anterior e posterior: procurar por contusões, ferimentos, crepitações, deformidades; Observar se há distensão das veias. Tórax Identificar sinais de esforço respiratório: retrações no tórax (intercostais e outras), balancim toracoabdominal (tórax retrai e abdome expande durante a inspiração), gemência; Observar lesões e cicatrizes na pele; Realizar a palpação cuidadosa em busca de crepitações subcutâneas e/ou ósseas. 29 Abdome Observar distensão, contusões, abrasões, ferimentos, equimoses, cicatrizes; Pesquisar à palpação: dor, rigidez, presença de massas palpáveis. Pelve Observar formato da região, realizar palpação das cristas ilíacas em busca de dor, realizando os dois testes de pressão (laterolateral e anteroposterior) uma única vez; Inspecionar a região genital na presença de história de trauma local e/ou de sangramentos evidentes na região; Inspecionar, nos bebês e crianças, a região sob as fraldas/roupas, incluindo a região glútea, em busca de lesões sugestivas de maus tratos. Membros superiores e inferiores Observar à inspeção: deformidades, desvios, coloração e ferimentos. Pesquisar sensibilidade, crepitações, pulsos distais (descrever simetria e amplitude) e perfusão dos membros; Avaliar a força motora (exceto no membro com suspeita de fratura), solicitando que o paciente (se possível para a idade): Movimente os pés e/ou eleve uma perna de cada vez; Aperte a mão do profissional e/ou eleve um braço de cada vez; Realizar a avaliação sempre comparando um membro com o outro. Dorso (se possível) Inspecionar a presença de deformidades, contusões, hematomas, cicatrizes, ferimentos; Inspecionar a presença de deformidades, contusões, hematomas, cicatrizes, ferimentos; Palpar caixa torácica posterior e a coluna vertebral em busca de dor. 30 Fonte: YAGUE et al, 2014. 4. Realizar avaliações seriadas dos sinais vitais, reenchimento capilar e nível de consciência. 7.4 Obstrução das vias aéreas por corpos estranhos (Ovace) na criança Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Episódio testemunhado (ou referido) de engasgo com tosse e/ou sinais de sufocação. Conduta segundo Yague (2014): 1. Avaliar a gravidade: • Obstrução leve: paciente capaz de responder se está engasgado. Consegue tossir, emitir alguns sons e respirar. • Obstrução grave: Paciente apresenta início súbito de grave dificuldade respiratória; não consegue tossir ou emitir qualquer som (tosse silenciosa); pode apresentar o sinal de angústia (sinal universal de asfixia). Sinal universal de asfixia Fonte: sejaadiferenca.net.br 31 2.Considerar abordagem específica: Obstrução leve em criança responsiva Obstrução grave em criança responsiva Não realizar manobras de desobstrução Executar a manobra de Heimlich, conforme instruções. Acalmar o paciente Após a expulsão do corpo estranho, realizar a avaliação primária e oferecer oxigênio por máscara, se necessário. Incentivar tosse vigorosa Observar atenta e constantemente Se evoluir para obstrução grave: ver item Obstrução grave. Fonte: YAGUE et al, 2014. Manobra de Heimlich segundo Yague (2014): 1. Abaixar-se, posicionando-se atrás do paciente, com os braços na altura da crista ilíaca. 2. Fechar umas das mãos em punho e posiciona-la no abdome do paciente, na linha média, acima do umbigo, com o polegar voltado para o abdome. 3. Com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprimir o abdome em movimentos rápidos, direcionados para dentro e para cima (em J). 32 Fonte: semprematerna.com.br Observação: Lembrar-se de dosar a força aplicada no paciente pediátrico. Obstrução grave em criança irresponsiva • Se a criança tornar-se irresponsiva, o profissional deve interromper a manobra de Heimlich e iniciar manobras de ressuscitação cardiopulmonar. • Posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida. • Iniciar manobras aplicando inicialmente 30 compressões torácicas com o objetivo de expelir o corpo estranho. • Abrir vias aéreas e, antes de ventilar, inspecionar a cavidade oral e remover o corpo estranho, se visível e facilmente alcançável (com os dedos ou pinça). • Caso nada seja encontrado, realizar uma insuflação com dispositivo bolsa- valva-máscara; se o ar não passar ou o tórax não expandir, reposicionar a cabeça e insuflar novamente. • Se ainda assim o ar não passar ou o tórax não expandir, realizar 30 compressões torácicas (um profissional) ou 15 compressões (dois profissionais) e inspecionar cavidade oral. • Na ausência de sucesso, repetir ciclos de compressões e ventilações. • Considerar o transporte imediato, mantendo as manobras básicas de reanimação. •Se o objeto for expelido e ocorrer a passagem do ar (tórax expandir), realizar a avaliação primária e oferecer oxigênio. 33 • Na ausência de responsividade e de movimentos respiratórios, palpar pulso. Fonte: YAGUE et al, 2014. 3. Atentar para ocorrência de parada cardiorrespiratória. 4. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada. 5. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de saúde (YAGUE et al, 2014). 7.5 Obstrução das vias aéreas por corpos estranhos (Ovace) no bebê Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Episódio testemunhado (ou referido) de engasgo com tosse e/ou sinais de sufocação em paciente < 1 ano de idade. Conduta segundoYague (2014): 1. Avaliar a gravidade: Obstrução leve: paciente consegue tossir, emitir alguns sons e respirar. Obstrução grave: paciente apresenta início súbito de grave dificuldade respiratória; não consegue tossir ou emitir qualquer som (choro ou tosse silenciosos). 2. Considerar abordagem específica: OBSTRUÇÃO LEVE EM BEBÊ RESPONSIVO Não realizar manobras de desobstrução; Acalmar o paciente; Permitir tosse vigorosa; Observar atenta e constantemente; Se evoluir para obstrução grave: conduta de obstrução grave em bebê responsivo. OBSTRUÇÃO GRAVE EM BEBÊ RESPONSIVO Executar as manobras de desobstrução, conforme descrito a seguir segundo Yague (2014): 34 O profissional deve sentar-se para realizar a manobra Posicionar o bebê em decúbito ventral sobre o antebraço do profissional, que deve apoiar a região mentoniana do bebê com os dedos em fúrcula. Apoiar o antebraço que suporta o bebê sobre sua coxa, mantendo a cabeça em nível discretamente inferior ao tórax. Aplicar ciclos repetidos de cinco golpes no dorso (entre as escápulas e com o calcanhar da mão), seguidos de cinco compressões torácicas logo abaixo da linha intermamilar, até que o objeto seja expelido ou o bebê torne-se irresponsivo. Fonte: socorrismo12d.blogspot.com OBSTRUÇÃO GRAVE EM BEBÊ IRRESPONSIVO Se o bebê se tornar irresponsivo, um dos profissionais da equipe deve entrar em contato com a Regulação Médica e solicitar apoio do suporte avançado de vida (SAV). Assim que o bebê se tornar irresponsivo, o profissional que realiza as manobras deve parar de aplicar golpes no dorso e, imediatamente, iniciar manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida. 35 Iniciar as manobras aplicando inicialmente 30 compressões torácicas sobre o esterno, logo abaixo da linha intermamilar, com o objetivo de expelir o corpo estranho. Abrir vias aéreas e, antes de ventilar, inspecionar a cavidade oral e remover (com os dedos) o corpo estranho, se visível e facilmente alcançável. Caso nada seja encontrado, realizar uma insuflação com dispositivo bolsa-valva-máquina; se o ar não passar ou o tórax não expandir, reposicionar a cabeça e insuflar novamente. Se ainda assim o ar não passar ou o tórax não expandir, realizar 30 compressões torácicas (um profissional) ou 15 compressões (dois profissionais) e inspecionar a cavidade oral. Repetir ciclos de compressões e ventilações até que o objeto seja expelido. Considerar o transporte imediato, sob orientação da Regulação Médica, mantendo as manobras básicas de reanimação, com ciclos de 30 compressões torácicas (com um profissional) ou 15 compressões (com dois profissionais) e duas ventilações após inspecionar a cavidade oral. Se o objeto for expelido e ocorrer a passagem do ar (tórax expandir), realizar a avaliação primária e oferecer oxigênio. Na ausência de responsividade e de movimentos respiratórios, palpar pulso (YAGUE et al, 2014). 3. Atentar para ocorrência de parada cardiorrespiratória. 4. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada. 5. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de saúde. 36 7.6 Parada respiratória no paciente pediátrico Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Paciente irresponsivo ao estímulo, com respiração agônica ou ausente, com pulso central palpável e com frequência maior do que 60 batimentos por minuto (bpm). Conduta segundo YAGUE et al, 2014: 1. Checar responsividade: • No bebê: estímulo plantar; • Na criança: tocar os ombros e chamar o paciente em voz alta. 2. Se paciente não responsivo: Um dos profissionais da equipe deve comunicar imediatamente a Regulação Médica e solicitar apoio do suporte avançado de vida (SAV), além de providenciar o desfibrilador externo automático (DEA) e os equipamentos de emergência. Outro(s) profissional(is) da equipe deve(m): Permanecer com o paciente; Checar respiração e pulso simultaneamente. ATENÇÃO: checar pulso central por, no máximo, 10 segundos: No bebê: pulso braquial; Na criança: pulso carotídeo ou femoral. 3. Posicionar o paciente em decúbito dorsal em superfície plana, rígida e seca. 4. Se respiração ausente ou agônica (gasping) e pulso presente e com frequência maior do que 60 bpm: • Abrir via aérea e administrar insuflações com dispositivo bolsa-valva- máscara (a insuflação de boa qualidade deve ter duração de 1 segundo e promover visível elevação do tórax); • Administrar uma insuflação de boa qualidade a cada 3 a 5 segundos (12 a 20 insuflações/minuto) e verificar a presença de pulso a cada 2 minutos; • Lembrar da proteção cervical na presença de trauma; • Instalar rapidamente suprimento de oxigênio 100% em alto fluxo (10 a 15 L/min) na bolsa-valva-máscara; 37 • Considerar a instalação da cânula orofaríngea; • Confirmar constantemente a efetiva insuflação (visível elevação do tórax). 5. Instalar oxímetro de pulso. 6.Manter constante atenção para a ocorrência de parada cardiorrespiratória. 7. Se, a qualquer momento, ocorrer ausência de pulso, iniciar manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), começando pelas compressões torácicas, e instalar o DEA. 8. Se, a qualquer momento, ocorrer pulso com frequência ≤ 60 bpm, com sinais de perfusão inadequada apesar da ventilação e oxigenação adequadas: Iniciar manobras de RCP (começando pelas compressões torácicas), rechecando o pulso a cada 2 minutos, e instalar o DEA. 9. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada. 10. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e ou transporte para a unidade de saúde (YAGUE et al, 2014). 7.7 PCR e RCP no bebê e na criança Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Identificar parada cardiorrespiratória (PCR) quando o paciente pediátrico estiver irresponsivo ao estímulo, com respiração agônica ou ausente e sem pulso central palpável. Critérios de inclusão para a necessidade de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em pediatria segundo YAGUE et al, 2014: Paciente que apresente PCR Paciente irresponsivo e com respiração agônica ou ausente, que apresente pulso central palpável, mas com frequência ≤ 60 batimentos por minuto (bpm) e com sinais de perfusão insuficiente, apesar da oxigenação e ventilação adequadas. Conduta segundo YAGUE et al, 2014 : 1.Checar responsividade: • No bebê: estímulo plantar; 38 • Na criança: tocar os ombros e chamar o paciente em voz alta. 2. Se paciente não responsivo: • Um dos profissionais da equipe deve comunicar imediatamente a Regulação Médica e solicitar apoio do suporte avançado de vida (SAV), além de providenciar o desfibrilador externo automático (DEA) e os equipamentos de emergência. • Outro(s) profissional(is) da equipe deve(m): • Permanecer com o paciente; • Checar respiração e pulso simultaneamente. ATENÇÃO: checar pulso central por,no máximo, 10 segundos: • No bebê: pulso braquial; • Na criança: pulso carotídeo ou femoral 3. Posicionar o paciente em decúbito dorsal em superfície plana, rígida e seca. 4. Se respiração ausente ou agônica (gasping), considerar: Se pulso presente e maior do que 60 bpm: Abrir via aérea; Aplicar uma insuflação efetiva com dispositivo bolsa-valva-máscara (BVM) e oxigênio (O2) suplementar a 100% a cada 3 a 5 segundos (12 a 20 insuflações/min); Verificar a presença de pulso a cada 2 minutos. Se pulso presente, mas que permanece com frequência menor ou igual a 60 bpm e com sinais de perfusão inadequada, apesar de ventilação e oxigenação adequadas: Iniciar imediatamente as manobras de RCP (começando pelas compressões torácicas) e checar pulso a cada 2 minutos 39 Se pulso ausente: Iniciar imediatamente as manobras de RCP, começando pelas compressões torácicas, enquanto é instalado o DEA: Após 30 compressões torácicas (se um profissional realiza as manobras), abrir manualmente as vias aéreas e aplicar duas insuflações com dispositivo BVM com O2 suplementar a 100% (10 a 15 L/min). Fonte: YAGUE et al, 2014. A relação compressão e insuflação deve ser de segundo YAGUE et al, 2014.: 30:2 se houver apenas um profissional realizando a RCP, com frequência de 100 a 120 compressões por minuto; 15:2 se houver dois profissionais realizando a RCP (um para compressões e um para insuflações), com frequência de 100 a 120 compressões por minuto. Assim que o DEA estiver disponível e sem interrupção dos ciclos de RCP, posicionar os eletrodos no tórax desnudo e seco do paciente. Se o DEA for equipado com atenuador de carga, utilizar da seguinte forma: No bebê (< 1 ano): se disponível, usar DEA com sistema eletrodos-cabos pediátricos (que atenuam a carga de energia). Na criança entre 1 e 8 anos ou < 25 kg de peso: se disponível, usar DEA com sistema eletrodos-cabos pediátricos (que atenuam a carga de energia). Na criança > 8 anos ou > 25 kg: usar DEA com sistema eletrodos-cabos adulto. IMPORTANTE: Caso não disponha de sistema eletrodos-cabos pediátricos, podem ser utilizadas pás de adulto em qualquer idade pediátrica, devendo assegurar-se de que as pás não se toquem ou se superponham quando 40 posicionadas no tórax do paciente; se necessário, pode ser colocada uma pá na parede anterior do tórax e a outra no dorso (na região interescapular). Interromper as compressões torácicas para a análise do ritmo. Seguir as orientações do DEA e aplicar choque se indicado pelo aparelho. Reiniciar ciclos de RCP (sempre começando pelas compressões torácicas) imediatamente após segundo YAGUE et al, 2014: A aplicação do choque ou Na ausência de pulso após o aparelho não ter indicado choque. Se, a qualquer momento após a análise do ritmo pelo DEA, o aparelho não indicar choque, deve-se checar o pulso e Se pulso não palpável: reiniciar imediatamente os ciclos de RCP (começando pelas compressões torácicas); Se pulso palpável, mas com frequência ≤ 60 bpm e sinais de perfusão inadequada (apesar de ventilação e oxigenação adequadas) e respiração ausente, reiniciar imediatamente as manobras de RCP (começando pelas compressões torácicas). Se pulso palpável (e com frequência > 60 bpm) e respiração ausente: seguir o protocolo de parada respiratória. Se pulso palpável e respiração presente ou paciente apresentando sinais de circulação (respiração espontânea, tosse e/ou movimento): interromper as manobras de RCP e instituir Cuidados Pós Ressuscitação (YAGUE et al, 2014). 5. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada. 6. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e ou transporte para a unidade de saúde. 7.8 Cuidados pós-ressuscitação em pediatria Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Paciente com retorno da circulação espontânea após manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Conduta segundo YAGUE et al, 2014. 41 1. Manter os eletrodos do desfribilador externo automático (DEA) instalados no tórax do paciente. 2. Otimizar a ventilação e oxigenação com ênfase para: Manter permeabilidade da via aérea: aspirar secreções e instalar cânula orofaríngea (Guedel) se necessário. Se respiração espontânea, oferecer oxigênio (O2) por máscara não reinalante 10 a 15 L/min, o suficiente para: Manter saturação de O2 ≥ 94% e < 100% (entre 94 e 99%); Se saturação de O2 < 90% após receber O2 100% por máscara não reinalante, considerar suporte ventilatório com dispositivo bolsa-valva-máscara (BVM) com reservatório, sob orientação da Regulação Médica; Se respiração ausente ou gasping e com pulso, considerar: Se pulso presente e > 60 batimentos por minuto (bpm): aplicar uma insuflação efetiva com bolsa-valva-máscara e O2 suplementar a 100% a cada 3 a 5 segundos (12 a 20 insuflações/min) e verificar a presença de pulso a cada 2 minutos. Se, a qualquer momento, pulso presente, mas ≤ 60 bpm com sinais de perfusão inadequada apesar de ventilação e oxigenação adequadas: Reiniciar imediatamente as manobras de RCP (começando pelas compressões torácicas) e checar pulso a cada 2 minutos (YAGUE et al, 2014). 3. Avaliar sinais vitais. 4. Na presença de sinais de choque, realizar contato com a Regulação Médica imediatamente 5. Monitorar glicemia capilar: se hipoglicemia, comunicar imediatamente a Regulação Médica e reportar-se ao 6. Atentar para a recorrência de parada cardiorrespiratória e a necessidade de reiniciar RCP, seguindo as orientações do DEA. 7. Preparar para o transporte, conforme orientação da Regulação Médica. 8. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada. 42 9. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de saúde (YAGUE et al, 2014). 7.9 Assistência ao recém-nascido (RN) que nasce bem (não necessita de reanimação). Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Para todo recém-nascido que, imediatamente após a saída da cavidade uterina, receber TODAS as respostas SIM para as seguintes perguntas: A gestação foi a termo? O RN está respirando (considerar respiração regular) ou chorando ao nascer? O RN apresenta bom tônus musculares (tônus musculares em flexão e movimentos ativos)? Se todas as respostas forem “SIM”: o RN a termo está com boa vitalidade e não necessita de manobras de reanimação. Conduta segundo YAGUE et al, 2014: Realizar a avaliação e a estabilização inicial do RN na seguinte sequência: 1. Clampeamento do cordão umbilical no RN ≥ 34 semanas: Posicionar o RN sobre o abdome materno, sem tracionar o cordão umbilical ou, se isso não for possível, apoiá-lo na cama ou maca sobre campo estéril, entre as pernas da mãe; cobrir o RN com campo estéril, inclusive a cabeça (exceto a face), independente da posição em que for colocado. Aguardar 1 a 3 minutos para clampear o cordão. Medir cerca de 10 a 15 cm a partir do abdome do RN e colocar o 1º cord clamp; medir mais 3 a 4 cm e colocar o 2º cord clamp. Cortar o cordão umbilical com lâmina de bisturi estéril entre os dois cord clamp. 43 2. Após o clampeamento do cordão, iniciar a assistência ao RN>34 semanas realizando rapidamente os seguintes cuidados segundo YAGUE et al, 2014.: Ainda envolvido em campo estéril, retirar o RN do abdome materno ou do espaço entre as pernas da mãe e colocá-lo sobre superfície plana; Posicionar a cabeça do RN em leve extensão; Aspirar boca e nariz (sonda nº 8 ou 10), somente se tiver secreção; Secar o corpo e a cabeça, em especial a região das fontanelas, e desprezar os campos (ou compressas) úmidos; Colocar touca de lã ou de algodão; Envolverem outro campo estéril limpo e seco, mantendo abertura frontal suficiente para terminar a avaliação; Se necessário, reposicionar a cabeça em leve extensão; Avaliar inicialmente a frequência cardíaca (FC) com o estetoscópio no precórdio, o tônus muscular e a respiração/choro; Depois, observar continuamente a atividade, o tônus muscular e a respiração/choro; Avaliar a temperatura axilar: temperatura ideal entre 36,5 e 37,5°C; Avaliar o Escore de Apgar no primeiro minuto ou à chegada da equipe (registrando o tempo decorrido do nascimento); Após esses cuidados iniciais e estabilização do RN: apresentá-lo para mãe e pai e identificar mãe e RN com pulseiras; envolver o RN em campo estéril seco; Avaliar o Escore de Apgar no quinto minuto ou 4 minutos após o primeiro Apgar; Preparar o RN para o transporte: Se temperatura axilar normal (entre 36,5 e 37,5°C), envolver o RN em campo estéril e manta metálica sobre o campo (sem tocar a pele do RN). Se temperatura axilar < 36,5°C, envolver o RN em campo estéril, colocar sobre esse campo um cobertor e, sobre o cobertor, a manta metálica. 44 Se temperatura axilar > 37,5°C, envolver o RN somente em campo estéril. Escore de Apgar Sinal 0 1 2 Frequência cardíaca (bpm) Ausente Lenta (< 100) Maior que 100 Movimentos respiratórios Ausentes Lentos, irregulares Bons, choro Tônus muscular Flácido Alguma flexão Movimentação ativa Irritabilidade reflexa (cateter nasal) Sem resposta Careta Tosse reflexa, espirros, choro Cor Azul ou pálido Corpo róseo, extremidades azuis Completamente róseo Fonte: YAGUE et al, 2014. 3. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada. 4. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte do binômio Mãe e RN para a unidade de saúde YAGUE et al, 2014. 7.10 Choque Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Reconhecimento dos sinais clínicos de choque. Sinais clínicos de choque (considerando os parâmetros para cada idade) Frequência respiratória Aumentada Esforço respiratório Presente ou ausente 45 Frequência cardíaca Aumentada Pulso periférico Fraco Temperatura da pele Fria, úmida, pegajosa Coloração da pele Pálida, moteada (aspecto de mármore) Tempo de enchimento capilar > 2 segundos Pressão arterial Normal ou diminuída Nível de consciência Alterado: irritável (precoce) diminuído Fonte: YAGUE et al, 2014. Conduta 1. Realizar a impressão inicial e a avaliação primária, com ênfase para: • Avaliar responsividade: se paciente não responsivo, informar imediatamente à Regulação Médica e solicitar apoio do suporte avançado de vida; • Assegurar permeabilidade das vias aéreas: instalar cânula orofaríngea se indicado; • Avaliar oximetria de pulso e administrar oxigênio (O2) 100% por máscara não reinalante se a saturação de O2 < 94%; • Considerar suporte ventilatório (com dispositivo bolsa-valva-máscara com reservatório), se orientado pela Regulação Médica; • Avaliar pulsos (amplitude e simetria), tempo de enchimento capilar, pele (coloração e temperatura), pressão arterial; • Avaliar nível de consciência: se escala de Glasgow ≤ 8, informar imediatamente à Regulação Médica; • Realizar a prevenção da hipotermia: manter temperatura adequada da ambulância, remover roupas molhadas e usar manta térmica ou cobertor (YAGUE et al, 2014). 46 2. Realizar avaliação secundária com ênfase para: • Entrevista SAMPLE e sinais vitais; • Avaliar glicemia capilar e, se glicemia < 60 mg/dL (ou < 50 mg/dL no neonato), informar imediatamente à Regulação Médica; • Monitorar sinais vitais, oximetria de pulso, tempo de enchimento capilar, glicemia capilar, nível de consciência; • Realizar exame físico detalhado. 3. Estar atento à possibilidade de parada respiratória ou parada cardiorrespiratória. 4. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada. 5. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de saúde (YAGUE et al, 2014). 7.11 Insuficiência respiratória aguda Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Paciente com dificuldade respiratória ou alteração de ritmo e/ou frequência ventilatória, de início súbito ou como evolução de um desconforto respiratório, e de gravidade variável. Sinais e sintomas de gravidade: Sinais e sintomas de gravidade Alteração do nível de consciência Agitação, confusão, sonolência, inconsciência Cianose Uso de musculatura acessória: Batimento de asa de nariz, retrações subcostais e/ou de fúrcula esternal; Dificuldade na fala Frases curtas e monossilábicas Alteração na frequência cardíaca Bradicardia ou taquicardia - > 140 batimentos por minuto Saturação de oxigênio (SatO2) < 90%. Fonte: YAGUE et al, 2014. 47 Conduta 1. Realizar a impressão inicial: nível de consciência, respiração e coloração da pele 2. Realizar a avaliação primária com ênfase para: • Manter a permeabilidade da via aérea; aspirar secreções se necessário. • Considerar a possibilidade de obstrução de vias aéreas por corpo estranho. • Manter o paciente em decúbito elevado, em graus variáveis, de acordo com a intensidade do desconforto respiratório, permitindo que assuma uma posição de conforto. • Avaliar parâmetros da ventilação: Frequência respiratória: lembrar que frequência menor do que 10 ou maior do que 60 incursões por minuto, em qualquer idade pediátrica, sugere problema potencialmente grave. Sinais de esforço respiratório: batimento de asa nariz; retração subcostal, subesternal, intercostal, supraclavicular e supraesternal; respiração em balancim; meneios da cabeça; gemência. Expansão e simetria torácica. Avaliar oximetria de pulso e administrar oxigênio suplementar por máscara não reinalante 10 a 15 L/ min. se SatO2 < 94%. • Avaliar o nível de consciência: se Escala de Glasgow ≤ 8, informar à Regulação Médica (YAGUE et al, 2014). 3. Realizar avaliação secundária com ênfase para segundo YAGUE et al, 2014: • Monitorar o padrão respiratório (frequência, amplitude e assimetria) e ruídos respiratórios. • Monitorar oximetria, frequência cardíaca, pressão arterial. • Realizar entrevista sinais vitais, alergias, medicamentos em uso, passado médico, líquidos e alimentos, eventos relacionados com o trauma ou doença (SAMPLE). 48 4. Estar atento à possibilidade de parada respiratória ou parada cardiorrespiratória. 5. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada. 6. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de saúde. 7. Registrar achados e procedimentos na ficha/boletim de ocorrência. 8 TÉCNICAS BÁSICAS DE MANEJO DAS VIAS AÉREAS – MANOBRAS MANUAIS DE ABERTURA segundo YAGUE et al, 2014. Indicação: Paciente inconsciente em decorrência de agravo clínico ou traumático, com possível obstrução da via aérea pela flacidez da língua. Material Equipamento de proteção individual (EPI) obrigatório. Procedimentos 1. Utilizar EPI. 2. Realizar a manobra conforme indicado: Agravos clínicos: manobra de inclinação da cabeça com elevação do mento; Agravos traumáticos: manobra de tração da mandíbula no trauma e suas variações. 8.1 Manobra de inclinação da cabeça com elevação do mento (parte inferior e média da face, abaixo do lábio inferior) Indicação: pacientes com agravos clínicos em que não há suspeita de lesão raquimedular ou história de trauma. Técnica: Posicionar uma das mãos sobre a testa e os dedos indicador e médio da outra mão na região submentoniana do paciente. Realizar movimento de elevação do mento do paciente. 49 Simultaneamente, efetuar uma leve extensão
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