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RELATÓRIO MATERNIDADE DO POVO (Salvo Automaticamente) (Salvo Automaticamente)

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ESCOLA SUPERIOR DA AMAZÔNIA - ESAMAZ
DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA
WALNEZIA ROCHA DA SILVA
RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA 
NA MATERNIDADE DO POVO
Preceptora: Renata F. Silva
BELÉM-PA
2018
WALNEZIA ROCHA DA SILVA
RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA
NA MATERNIDADE DO POVO
Relatório de Estágio de Nutrição Clínica apresentado ao Curso de Nutrição da Escola Superior da Amazônia-ESAMAZ, como requisito parcial para aprovação.
Preceptora: Renata F. Silva
BELÉM-PA
2018
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
Segundo a RESOLUÇÃO CFN Nº 380, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2005, dentre as áreas de atuação do nutricionista, está a nutrição clínica, onde o nutricionista desenvolverá atividades de alimentação e nutrição realizadas nos hospitais e clínicas, nas instituições de longa permanência para idosos, nos ambulatórios e consultórios, nos bancos de leite humano, nos lactários, nas centrais de terapia nutricional, nos Spa e quando em atendimento domiciliar.
No âmbito de hospitais e de clínicas, o nutricionista deverá desenvolver as seguintes atividades obrigatórias:
Definir, planejar, organizar, supervisionar e avaliar as atividades de assistência nutricional aos clientes/pacientes, segundo níveis de atendimento em Nutrição;
Elaborar o diagnóstico nutricional, com base nos dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos;
Elaborar a prescrição dietética, com base nas diretrizes do diagnóstico nutricional;
Registrar, em prontuário do cliente/paciente, a prescrição dietética e a evolução nutricional, de acordo com protocolos pré-estabelecidos pelo Serviço e aprovado pela Instituição;
Determinar e dar a alta nutricional;
Promover educação alimentar e nutricional para clientes/pacientes, familiares ou responsáveis;
Estabelecer e coordenar a elaboração e a execução de protocolos técnicos do serviço, de acordo com as legislações vigentes;
Orientar e supervisionar a distribuição e administração de dietas;
Interagir com a equipe multiprofissional, definindo com esta, sempre que pertinente, os procedimentos complementares à prescrição dietética;
Elaborar o plano de trabalho anual, contemplando os procedimentos adotados para o desenvolvimento das atribuições;
Efetuar controle periódico dos trabalhos executados;
Colaborar com as autoridades de fiscalização profissional e/ou sanitária;
Encaminhar aos profissionais habilitados os clientes/pacientes sob sua responsabilidade profissional, quando identificar que as atividades demandadas para a respectiva assistência fujam às suas atribuições técnicas;
Integrar a EMTN (Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional), conforme legislação em vigor.
2. LOCALIZAÇÃO E HORÁRIOS
O Estágio Supervisionado em Nutrição Clínica do Curso de Nutrição da Escola Superior da Amazônia- ESAMAZ foi realizado no Hospital Maternidade do Povo, localizado na Rua Ferreira Cantão, 483 - Belém-PA, Bairro de Campina, no período de 19/03/2018 a 13/04/2018, as segunda, terça, quinta e sextas-feiras, no horário das 8:00 h ao 11:30 h, supervisionado pela preceptora Renata F. Silva.
A Maternidade é aberta 24 horas, atende tanto o público particular como planos de saúde e SUS.
 
3. COMPOSIÇÃO DA EQUIPE E ÁREAS FÍSICAS DA MATERNIDADE
A área física do hospital é composta pelo andar térreo onde funciona a recepção, ultrassonografia, administração, contas médicas, clínica de vacinação, departamento pessoal, elevador, copa, cozinha e lavanderia; no 1º andar funciona o centro cirúrgico, central de esterilização, posto de enfermagem, almoxarifado, internação (apt. 101 a 108) e centro obstétrico; no 2º andar, posto de enfermagem, internação (apt. 201 a 216) e UTI neonatal, a qual possui capacidade para 10 leitos ; no 3º andar, posto de enfermagem, internação (apt. 301 a 315).
O Hospital possui atendimento em obstetrícia e pediatria 24 horas, sistema de ambulatório, nove consultórios e realização de diversos exames, dando mais conforto às pacientes. Realiza também cirurgias ginecológicas, que são cirurgias realizadas no sistema gênito-urinário da mulher, com a finalidade reconstrutora, porém também feitas por fins sexuais ou estéticos. São os seguintes procedimentos:
Curetagem- procedimento que consiste em fazer uma raspagem na parede uterina. É indispensável em casos de aborto ou sangramentos intensos.
AMIU- consiste na aspiração do conteúdo uterino através de um aspirador à vácuo acoplado a cânulas de plástico semi-flexíveis de diferentes espessuras.
Partos- cesárea, normal (induzido/ adequado/natural).
Histerectomia-procedimento cirúrgico realizado por dentro da vagina e do canal do colo uterino, utilizando uma fina ótica que permite visualizar a cavidade uterina e identificar eventuais doenças existentes dentro do útero. Pode ser total ou parcial.
Histerectomia Total- consiste na retirada completa de todo o útero incluindo o corpo e colo do útero.
Histerectomia Parcial- remoção apenas do corpo do útero, mantendo o colo do útero íntegro.
Miomectomia- cirurgia realizada para retirar o mioma (fibroma) do útero.
Períneo-cirurgia que visa reconstruir os músculos do períneo, normalmente realizada em mulheres que tiveram laceração da musculatura da vagina, o que pode levar a incontinência urinaria.
Glandular- cirurgia para corrigir o desenvolvimento excessivo da mama.
Ooforectomia- cirurgia realizada para a retirada dos ovários.
Salpingectomia- cirurgia realizada para a retirada das trompas.
Anexectomia- esse procedimento inclui a Ooforectomia e Salpingectomia, ou seja, retirada dos ovários e trompas.
Linfadenectomia pélvica- é a retirada do tecido gorduroso e dos gânglios (linfonodos) que se encontram junto com os vasos e nervos da pelve.
Além dessas cirurgias, são também realizadas cirurgias estéticas como:
Lipoaspiração e Lipoescultura, que é um tipo de procedimento cirúrgico voltado para a redução de volume de gordura corporal, em áreas localizadas, proporcionando melhor contorno corporal. Esse processo não tem a finalidade de redução de peso, apesar da retirada da gordura, a principal diferença está na silhueta e não na balança, porém, os resultados são bem mais eficazes associados a lipoescultura, pois cirurgias em áreas extensas e de grandes volumes tem maior probabilidade de deixar irregularidades, e parte da gordura retirada na lipoaspiração é utilizada para preenchimento dessas áreas (glúteos, sulcos da face, etc.).
Rinoplastia (cirurgia do nariz)-é uma cirurgia voltada para a correção das desproporções do nariz, tornando-o mais harmonioso com o restante da face, e assim aprimorando a estética facial.
O Hospital Maternidade do Povo faz parte do programa do Governo do Estado-Presença Viva. Assim, todas as crianças que nascem na maternidade recebem as vacinas BCG, contra Hepatite, e fazem o teste do pezinho. As mães também são vacinadas contra difteria e tétano, e recebem a vacina triviral, além de serem inscritas no programa de incentivo ao aleitamento materno.
Bebês nascidos no hospital saem com registro de nascimento garantido através de um convênio que a maternidade mantém com o Tribunal de Justiça do Estado. Tais serviços são prestados tanto a pacientes de planos de saúde ou particulares quanto a pacientes do SUS.
O quadro profissional do hospital está distribuído em diversos setores, entre eles: médicos, enfermeiros, nutricionista, técnicos de enfermagem, maqueiro, farmacêuticos, recepcionistas e encarregado da limpeza e higienização.
A equipe do Serviço de Nutrição e Dietética (SND) conta com uma nutricionista e mais três funcionárias da área de produção, refeitório e cozinha. As compras da unidade são semanais, realizadas às quartas feiras. 
O cardápio elaborado é semanal, e são servidas seis refeições diárias: café da manhã, colação, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia.
4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO CAMPO DE ESTÁGIO 
Durante o decorrer do estágioforam desenvolvidas as seguintes atividades:
4.1 VISITAS FEITAS AO LEITO DAS PUÉRPERAS E GESTANTES 
Durante a visita ao leito, foi aplicada uma rápida anamnese através de perguntas a paciente, onde coletamos várias informações como peso, altura, alergia alimentar, etc.
As visitas foram realizadas todos os dias pela manhã, onde as estagiárias foram acompanhadas pela nutricionista (APENDICE 1).
4.2 EVOLUÇÕES DO PRONTUÁRIO DAS PACIENTES
 Após a coleta dos dados, a evolução de cada paciente visitada era desenvolvida pelas estagiarias e lançados em seu prontuário sob a orientação da preceptora.
	
4.3 APRESENTAÇÃO DE PESQUISA PARA A PRECEPTORA 
Foi apresentado oralmente para a preceptora um breve resumo sobre Fórmulas Infantis: como e quando elas devem ser usadas; exemplos de fórmulas; por que um bebê que é alimentado por fórmula precisa tomar água e o bebê amamentado exclusivamente não precisa tomar água?
4.3.1 FÓRMULAS INFANTIS
Define as fórmulas infantis como um produto à base de leite de vaca ou de outros animais e/ou de outros componentes comestíveis de origem animal ou vegetal. As fórmulas infantis devem ter suas composições de acordo com as recomendações do Codex FAO/OMS.
São raras as situações em que o aleitamento materno não é indicado, devendo ser substituído pelo aleitamento artificial. São exemplos destes casos as infecções maternas com agentes de alta patogenicidade ou que exijam o uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação (ACCIOLY et al, 2005).
As fórmulas infantis mais utilizadas no mercado têm como matéria-prima básica o leite de vaca, que não é apropriado para a alimentação do recém-nascido, necessitando de uma série de adaptações para se tornar mais digerível e absorvível. As principais modificações que podem ser feitas incluem a redução do teor de proteínas e eletrólitos, substituição de parte dos lipídios por óleo vegetal, adição de outros carboidratos como a maltodextrina e sacarose e adição de vitaminas e minerais (ACCIOLY et al, 2005).
4.3.2 FÓRMULAS INFANTIS DE PARTIDA
Estes produtos são destinados a lactentes sadios a partir do sexto mês de vida até doze meses de idade incompletos (ANVISA, 2011a).
O produto, em forma líquida ou pó utilizado sob prescrição, especialmente fabricado para satisfazer, por si só, as necessidades nutricionais dos lactentes sadios durante os primeiros meses de vida (ANVISA, 2011b).
4.3.3 FÓRMULAS INFANTIS DE SEGUIMENTO
 Produtos destinados a lactentes sadios a partir do sexto mês de vida até doze meses de idade incompletos (ANVISA, 2011b).
As fórmulas de partida e de seguimento são preparadas pela diluição do leite de vaca desnatado, para diminuir o alto conteúdo proteico, ajustando a quantidade de minerais e adicionando óleos vegetais e carboidratos (GURMINI e VIEIRA, 2002). 
4.3.4 FÓRMULAS ANTI-REGURGITAMENTO
O refluxo gastroesofágico é o refluxo retrógrado e repetido de conteúdo gástrico para o esôfago, frequente em crianças, na maioria das vezes de evolução benigna e caracterizado pela presença de regurgitações (PENNA, 2003).
As fórmulas para esses casos usualmente incluem o amido em sua composição, o que proporciona maior espessamento quando em contato com o suco gástrico e, consequentemente, menor risco de regurgitação (ACCIOLY et al, 2005). Há predomínio de caseína devido ao seu efeito tampão sobre a acidez gástrica. O conteúdo de lipídios é menor, para assim aumentar o esvaziamento gástrico. (ARTAZCOZ, 2007).
4.3.5 FÓRMULAS DERIVADAS DA SOJA
São indicadas em casos de deficiência primária de lactase, galactosemia, alergia a proteína do leite de vaca (GURMINI e VIEIRA, 2002), além de lactentes de famílias vegetarianas em que não se deseja o consumo de proteína animal (ARTAZCOZ, 2007).
A alergia alimentar é resultante de uma resposta imune exacerbada devido a exposição de um individuo às proteínas alimentares (ACCIOLY et al, 2002).
Apresentam composição semelhante às demais fórmulas, exceto pelo carboidrato e proteína. São compostas de proteína de soja refinada e aquecida para melhorar a digestibilidade proteica e a biodisponibilidade mineral. O zinco, magnésio, ferro e cobre apresentam uma absorção menor que a do leite materno e o de fórmulas com leite de vaca, possivelmente relacionado à presença de fitatos (GURMINI e VIEIRA, 2002; ARTAZCOZ, 2007).
4.3.6 FÓRMULAS SEM LACTOSE
A lactose é o principal carboidrato do leite e requer a enzima lactase para ser decomposto em galactose e glicose. Nesses leites, geralmente há a substituição da lactose por hidrato de carbono, geralmente dextrinomaltose (ARTAZCOZ, 2007).
São fórmulas indicadas para lactentes afetados por má absorção de lactose, desnutrição grave, deficiência primária de lactase, lesão da mucosa intestinal na diarreia persistente ou crônica, levando a deficiência secundária de lactase (GURMINI e VIEIRA, 2002).
4.4 APRESENTAÇÃO DOS 10 PASSOS E MITOS DA AMAMENTAÇÃO PARA AS PACIENTES
Foi elaborado um folder (APENDICE 2) com orientações sobre a importância e técnicas da amamentação e mitos sobre a amamentação. O trabalho foi apresentado de forma dinâmica com auxílio de uma boneca que chamamos de “Laurinha” e de um avental com mamas didáticas, onde foi demonstrado de forma prática como fazer a massagem na mama e a maneira correta de posicionar o bebê para fazer a pega correta (FIGURA 1).
Utilizamos uma foto com imagens do tamanho do estômago do bebê (FIGURA 2), para mostrar às mães o mito de se dizer que o bebê chora porque está com fome e que seu leite é pouco. 
FIG. 1: Estagiárias demonstrando pega e massagem correta
 
Fonte: Arquivo Pessoal
FIG. 2: Demonstração do tamanho do estômago do bebê
Fonte: Google
4.5 DISCUSSÃO SOBRE MULHERES QUE AMAMENTAM EM PÚBLICO-FIG. 3 
FIG. 3:Mãe amamentando no supermercado
FONTE: Google
Que o leite materno é o melhor alimento que as mães podem oferecer aos seus filhos não há dúvidas, mas o que ainda parece ser um grande tabu é a amamentação em público. Embora o direito de dar de mamar em qualquer local já seja garantido por lei, em diversas cidades brasileiras, ainda há quem veja esse momento de puro afeto entre mãe e filho com maus olhos, como foi o caso dessa mãe amamentando seu bebê em um supermercado.
Por mais campanhas que existam incentivando o aleitamento materno, seja onde for ainda há muito preconceito, alguns enxergam que amamentar em público, (para além de ser um ato de amor) é vergonhoso, pecaminoso, imoral, porque exibe a nudez, o seio feminino, e muitas pessoas ainda acreditam que isso é algo que deve ser feito apenas entre quatro paredes, pois acham que os seios carregam o estigma da sexualidade e da erotização.
O problema é a hipocrisia da sociedade brasileira. Amamentação não pode, mas exposição do corpo feminino na televisão, no carnaval, por exemplo, pode. Ainda que alguém possa alegar um conflito de direitos, sob a alegação de um suposto atentado ao pudor ou algo que o valha, o direito que a criança tem de ser alimentada se sobrepõe. É um direito da criança e uma obrigação da mãe. 
4.6 HIPERÊMESE GRAVÍDICA
Náuseas e vômitos são sintomas comuns no primeiro trimestre da gestação, afetando 80% das gestantes. Tais sintomas estão presentes de forma exacerbada na hiperemese gravídica (HG), uma síndrome grave que ocorre durante a gravidez e que acomete entre 0,3 e 1% da população (ALFENA et al, 2017). 
É definida por náuseas e vômitos intensos que causam à gestante 5% de perda do peso corporal, desidratação, distúrbios hidroeletrolíticos e deficiência nutricional (GROOTEN; ROSEBOOM; PAINTER, 2015). Normalmente, surge entre a quarta e a décima semana de gestação, com resolução na vigésima semana. Entretanto, em 10% dos casos, os sintomas podem persistir durante toda a gestação (TAN et al., 2014).
O desconforto causado pela hiperêmese gravídica (HG), condição que se caracteriza por fortes enjoos matinais e vômitos na gravidez, vai muito além do mal estar. Deacordo com um estudo recente feito pela Universidade de Plymouth, no Reino Unido, a doença que afeta 1,5% das gestantes, pode até mesmo causar um desequilíbrio emocional nas gestantes e gerar sérios danos psicológicos (DEAN, BANNIGAN, MARSDEN, 2018).
Para chegar a essa conclusão, os cientistas se debruçaram sobre material publicado nos últimos vinte anos, que abrangia diversos relatos de mulheres com HG. Tal análise mostrou que o prejuízo mental era tamanho, que muitas delas chegavam a ter pensamentos suicidas (DEAN, 2014).
Na tese publicada no British Journal of Midwifery, Dean, Bannigan e Marsden (2018) identificaram quatro sintomas decorrentes da HG que podem estar relacionadas à saúde mental: a isolação social; a incapacidade de cuidar de si mesma ou dos outros; os efeitos psicológicos negativos, como a depressão e a culpa; e uma sensação de estar morrendo, de querer morrer ou o desejo de abortar.
Além dos problemas emocionais causados diretamente pelo mal estar, a HG levou em alguns casos à perda do emprego, já que ela segue incompreendida até por profissionais da saúde. “Apesar das pesquisas de alto nível nos últimos 20 anos, os efeitos dessa condição permanecem subestimados”, pontuam os autores (DEAN, BANNIGAN, MARSDEN, 2018). 
Segundo Brasil, (2003 e 2004), outras causas de náuseas e vômitos intensos devem ser afastadas, como úlcera gástrica, cisto de ovário torcido, prenhez ectópica, insuficiência renal, infecções intestinais. Os vômitos tardios da gravidez não devem ser confundidos com hiperemese gravídica.
Entre outros procedimentos poderá ser recomendada a realização de exames complementares como análises de sangue e níveis de eletrólitos para determinar o nível de desidratação ou ainda a realização de uma ultrassonografia para detectar uma possível gestação múltipla (BRASIL, 2012). 
Dependendo do nível de desidratação, o tratamento poderá ser feito em regime de internamento hospitalar até que os sintomas desapareçam. No entanto, em boa parte dos casos o tratamento pode ser realizado em regime ambulatorial, permitindo à gestante regressar a casa após os tratamentos (BRASIL, 2000).
Em casos refratários ao tratamento convencional, pode ser necessária a investigação de outras causas potenciais ou fatores exacerbantes. Devem ser consideradas as dosagens de eletrólitos, provas de função renal e hepática, pesquisa de doença tireoidiana, e pesquisa de Helicobacter pylori (BRASIL, 2012). 
Segundo Botella Llusiá e Fitzpatrick et al (1960), o tratamento desta patologia é baseado nos seguintes princípios:
combater a desidratação por meio da administração de fluidos por via parenteral;
combater a inanição por meio de glicose intravenosa e, se necessário, alimentação com dieta líquida hiper-calórica e hipervitamínica, através de sonda gástrica;
combater a rejeição à gravidez com o auxílio de psicoterapia, sedativos e resolução dos problemas quotidianos. 
CONCLUSÃO
O estágio permitiu vivenciar a realidade da profissão do Nutricionista que atua na área clínica, mais especificamente em maternidade. Foi possível aplicar conhecimentos teóricos adquiridos durante a graduação. 
Além disso, constatou a importância da conduta dietoterápica adequada e das rotinas e aplicações da Nutrição para a saúde dos pacientes, assim como a importância do profissional na orientação e incentivo a amamentação dentro da maternidade.
O estágio possibilitou conhecer de forma prática o funcionamento do setor de nutrição na área hospitalar, fato essencial para o amadurecimento, desenvolvimento de habilidades, postura profissional e atitudes éticas, proporcionando uma grande experiência para o futuro exercício da profissão.
As orientações dadas pela nutricionista orientadora do estágio foram excelentes uma vez que a mesma esteve sempre solícita e agregando conhecimentos para o sucesso da realização do estágio.
Nesse período, pôde ser observada a falta de interação entre a equipe multiprofissional, mais especificamente entre médicos e nutricionista para a discussão da necessidade ou não da introdução de fórmulas infantis para recém-nascidos, percebendo-se que na maioria dos casos, a reclamação da mãe era pelo fato de achar que não tinha leite suficiente para o seu bebê.
 É sabido que a produção de leite materno aumenta conforme o estímulo da sucção feita pela criança, e que o estômago de um recém-nascido no seu primeiro dia de vida suporta em média apenas de 5 ml a 7 ml (tamanho de uma cereja), o que não justifica a introdução de fórmulas por esse motivo.
Sendo assim, fica claro a necessidade de conscientização da classe médica e dos demais profissionais da área de saúde sobre a importância do aleitamento materno exclusivo, e do incentivo e orientação às mães sobre a amamentação exclusiva até o 6º mês. 
 
 
REFERÊNCIAS
ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA, E.M.A. Nutrição em Obstetrícia e Pediatria. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2005.
ALFENA, R.B. et al. Hiperemese Gravídica Associada a Fatores Psicossociais: Revisão Sistemática. Revista Interdisciplinar de Estudos Experimentais, v. 9, n. único, p. 63-68, 2017.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC nº 44, de 19 de setembro de 2011. Dispõe sobre o regulamento técnico para fórmulas infantis de seguimento para lactentes e crianças de primeira infância. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/b11b30804aaa974f9effde4600696f00/Resolucao_RDC_n_44_de_19_de_setembro_de_2011.pdf?MOD=AJPERES Acesso em: 05 abr. 2018.
ARTAZCOZ,_. Lactancia artificial: técnica, indicaciones, fórmulas especiales. Pediatria integral. Madrid, 2007. Disponível em: http://www.sepeap.org/imagenes/secciones/Image/_USER_/Lactancia_artificial_tecnica_indicaciones_formulas_especiales.pdf Acesso em: 05 abr. 2018.
BOTTELLA LLUSIA, J. Las gestosis o toxemias del embarazo. In: Patologia obstétrica. 7. ed. Rio de Janeiro, Atheneu, 1960. Cap. 1, p. 5-17.
BRASIL.Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde,Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.Gestação de alto risco: manual técnico. Brasília, DF, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas, Área da Saúde da Mulher. Gestação de alto risco: manual técnico. Brasília, DF, 2000.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas, Área da Saúde da Mulher. Gestação de alto risco: manual técnico. Brasília, DF, 2003 e 2004.
DEAN, C. A patient experience of hyperemesis gravidarum and how the midwife can support her care. Essentially MIDIRS. Essentially MIDIRS. march 2014, vol 5, n 2. Disponível em https://www.researchgate.net/publication/305267625 Acesso em 10 abr 2018.
DEAN, C.; BANNIGAN, K.; MARSDEN, J. Reviewing the effect of hyperemesis gravidarum on women’s lives and mental health. British Journal of Midwifery, February 2018, vol 26, n 2. Disponível em: www.magonlinelibrary.com/doi/full/10.12968/bjom.2018.26.2.109 Acesso em 10 abr 2018.
FITZPATRICK, E. et al. Complications of pregnancy. In: Maternity nursing. 12. ed. Philadelphia, Lippincott, 1971. Cap. 19, p. 468-70.
GROOTEN, I. J.; ROSEBOOM, T. J.; PAINTER, R. C. Barriers and challenges in hyperemesis gravidarum. Nutrition and Metabolic Insight, Amsterdam, v. 8, n. 1, p. 33-39, 2015.
GURMINI, J.; VIEIRA, M.C. Fórmulas alimentares no primeiro ano de vida. Jornal Paranaense de Pediatria. Disponível em: http://www.spp.org.br/Jornal/JPed03-02.pdf Acesso em: 05 abr. 2018.
PENNA, F.J, et al. Comparação entre uma fórmula infantil pré-espessada e fórmula de espessamento caseiro no tratamento do refluxo gastroesofágico. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, 2003. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572003000100009&script=sci_abstract&tlng=pt Acesso em: 12 abr. 2018.
TAN, P. C. et al. Depression, anxiety, stress and hyperemesis gravidarum: temporal and case controlled correlates. PLOS ONE, Malasya, v. 9, n. 3, p. 1-7, 2014.
APÊNDICE
APENDICE 1. QUESTIONÁRIO APLICADO DURANTE AS VISITASAO LEITO
Data:____________________________________________________________________
Paciente:_______________________________________Apto:_____________________
Idade:___________________________________________________________________
HAS:________________________________DM:________________________________
Alergia alimentar:__________________________________________________________
Restrição alimentar:_________________________________________________________
Última refeição:_____________________ Horário:________ Aceitou:_________________
Diurese:____________________________Evacuação:_____________________________
Sono:____________________________________________________________________
Tipo de cirurgia:___________________________________________________________
Amamentação:____________________________________________________________
Horário da ultima mamada:__________________________________________________
PPG:___________ UPG:____________________________________________________
Semana gestacional:________________________________________________________
Peso:______________ Altura:________________________________________________
IMC:____________________________________________________________________
OBS:____________________________________________________________________
EVOLUÇÃO DO PACIENTE
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
APENDICE 2: FOLDER INFORMATIVO DISTRIBUIDO ÀS PACIENTES

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