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AULA 1 INTRODUÇÃO A DEONTOLOGIA

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DISCIPLINA DE DEONTOLOGIA
Introdução a Deontologia
Prof. Valérium Castro
Deontologia: conjunto de normas que regulam o comportamento individual e social dos seres humanos.
  Direito e Deontologia não são conceitos opostos, uma vez que a deontologia farmacêutica se interpõe entre a lei e a ética. O direito e a deontologia atendem à mesma necessidade social: regular as relações interpessoais por meio de normas buscando a harmonia dos grupos.
Considerações Gerais
A manutenção da ordem do universo social exige a existência de normas que estabeleçam “a priori”, condições, amplitude e limites para a ação de seus integrantes.
Conflitos nas relações sociais – LEI
Normas – assegurar os direitos e garantias individuais e o interesse coletivo. Religiosas, morais, jurídicas, técnicas, sociais, etc.
 ALGUMAS NOÇÕES DE DIREITO QUE INTERESSAM À DISCIPLINA DEONTOLOGIA E LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA.
 DIREITO - CONCEITOS
“ O Direito é o conjunto orgânico das condições de vida e de desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade, dependentes da vontade humana e que são ou devem ser garantidos pela força coercitiva do Estado” (Pedro Lessa).
“ Direito é o conjunto de normas que servem para dirigir a atividade humana dentro da vida social, conjunto esse imposto coativamente à observância de todos, pelo poder público”. (Nelson Godoy)
“ Direito é a intenção firme e constante de dar a cada um o que é seu, não lesar os outros, realizar justiça”. (Ferraz Júnior)
 DIREITO - CONCEITOS
 “ Obter o equilíbrio social, impedindo a desordem ou o crime, resguardando a saúde ou a moral pública, enfim, protegendo os direitos e as liberdades das pessoas, firmando no bom e no necessário”. 
 (Nelson Godoy)
FINALIDADE DO DIREITO
O Direito como conjunto de Normas está dividido em:
PÚBLICO (trata das relações entre a União ou os Estados e os cidadãos)
 Externo 
Direito Internacional Público (disciplina as relações entre o Estado e os organismos internacionais).
Dir. Constitucional (disciplina a estrutura básica do Estado e garante os direitos fundamentais do indivíduo).
Dir. Administrativo (regula a organização e o funcionamento da administração pública).
DIVISÃO/CLASSIFICAÇÃO
 Interno
Dir. Penal (regula os fatos considerados como ilícitos penais tendo em vista a defesa da sociedade).
Dir. Processual Civil ou Penal (regula a prestação jurisdicional feita pelo Estado, através do Processo).
Dir. Tributário (disciplina as receitas públicas)
Dir. Financeiro (disciplina a atividade financeira do Estado).
DIVISÃO/CLASSIFICAÇÃO
PRIVADO (regula, através de regras, as relações entre particulares)
 Comum
Dir. Civil (disc. as pessoas, os fatos jurídicos, a família, as obrigações).
 
 Especial 
Dir. Comercial (regula as relações dos comerciantes entre si).
Dir. do Trabalho (disc. a prestação remunerada do trabalho).
Dir. Internacional Privado (reg. os conflitos de leis privadas).
DIVISÃO/CLASSIFICAÇÃO
Sujeito do Direito: 
	Pessoa Física
		Pessoa Jurídica
Legislação: modo de formação de normas jurídicas por meio de atos competentes.
Lei: é o preceito comum e obrigatório emanado do poder e provido de sanção.
 DIREITO - CONCEITOS
Constituição: Lei fundamental de um país. Contém normas respeitantes à organização básica do Estado, ao reconhecimento e à garantia dos direitos fundamentais do ser humano e do cidadão, às formas, aos limites e às competências do exercício do Poder Público.
Emendas à Constituição: modificações feitas na constituição, elaboradas pelo congresso nacional. Não estão sujeitas à sanção presidencial.
ESPÉCIES NORMATIVAS
Decretos: emana do Presidente da República, estabelece os regulamentos das leis.
Leis Complementares: só podem tratar das matérias expressas na constituição como próprias desta espécie normativa. Sua aprovação exige a maioria absoluta dos votos das duas casas do Congresso Nacional. Sujeita à sanção presidencial.
ESPÉCIES NORMATIVAS
Lei Ordinária: é toda aquela que não traz o adjetivo “complementar” ou “delegada”. Trata de qualquer assunto, exceto os que dizem respeito à Lei Complementar. Não necessita de maioria absoluta e está sujeita à sanção.
 Medidas Provisórias: Leis editadas pelo Presidente da República em casos de relevância e urgência, que deverão ser submetidas ao Congresso Nacional. Substituíram os decretos-lei (neste havia decurso de prazo, isto é, se não fosse apreciado no prazo de 60 dias pelo congresso, era aprovado – aprovação tácita - e, se rejeitado, os atos praticados durante sua vigência não eram anulados).
ESPÉCIES NORMATIVAS
Lei Delegada: é elaborada pelo Presidente da República que recebe para tanto competência do Congresso Nacional, através de resolução.
Portarias: atos administrativos ministeriais.
Decretos Legislativos: de competência exclusiva do Congresso, não estando sujeitos à sanção presidencial. A promulgação é feita pelo Presidente do Senado Federal.
Instrução Normativa. Consiste em ato administrativo expresso por ordem escrita expedida pelo Chefe de Serviço ou Ministro de Estado a seus subordinados, dispondo normas disciplinares que deverão ser adotadas no funcionamento de serviço público reformulado ou recém-formado.
ESPÉCIES NORMATIVAS
Resoluções: atos de competência privativa do Congresso. Tem como conteúdo matérias tais como a delegação, a suspensão de lei declarada inconstitucional, a fixação de alíquota. Não são sujeitas à sanção presidencial.
Códigos: instrumentos básicos que consolidam as normas do Direito Público e Privado. Ex.: Penal (normas de Direito Público visando interesse coletivo, definindo crimes e suas penas, defendendo a manutenção da ordem social, política e econômica); Civil (Lei orgânica que estabelece normas de Direito Privado relativas a relações de família e patrimônio, entre outros; de Defesa do Consumidor; de Ética, etc.
ESPÉCIES NORMATIVAS
Etimologia: do Latim Mos, more = costume (s)
Sinonímia: Ética (do Grego. Éthos = modo de ser, caráter, comportamento).
Ética e Moral: Conceitos Gerais
A ética busca avaliar os princípios em seu individual, onde cada grupo possuem seus próprios valores, culturas e crenças. Ela constitui um sistema de argumentos dos quais os grupos ou as pessoas justificam suas ações.
Pode-se afirmar que a ética é a parte da filosofia que estuda a moral, pois reflete e questiona sobre as regras morais.
Trata-se de uma maneira de lidar com as situações da vida e do modo como estabelecemos relações com outra pessoa. Quais são as nossas responsabilidades pessoais em uma relação com o outro? Como lidamos com as outras pessoas em sociedade? Uma conduta ética pode ser um tipo de comportamento mediado por princípios e valores morais.
A Ética é a parte da Filosofia que se ocupa com o valor do comportamento humano, que estuda os costumes, os deveres e modo de proceder dos homens em sociedade.
Pertencem ao vasto campo da Ética a reflexão sobre os valores da vida, a virtude e o vício, o direito e o dever, o bem e o mal.
Ética e Moral: Conceitos Gerais
NORMAS MORAIS E NORMAS JURÍDICAS
Sendo uma disciplina prática, a Ética procura responder a questões do tipo:
O que devo fazer?
Como devo fazer?
Como devo agir?
Ética e Moral: Conceitos Gerais
Quando essas questões éticas são colocadas pelos indivíduos e respondidas por suas consciências, surgem as normas morais.
Quando essas questões éticas são colocadas pela sociedade e respondidas pelo Estado, surgem as normas jurídicas.
Ética e Moral: Conceitos Gerais
Normas Morais: são regras de conduta que têm como base a consciência moral das pessoas ou de um grupo social. 
As normas morais podem estender-se por toda uma coletividade por meio dos costumes e tradições predominantes em determinado meio social.
Ética e Moral: Conceitos Gerais
Normas Jurídicas: são regras sociais de conduta que têm como base o poder social do Estado sobre a população que habita seu território. 
Assim,uma das principais características da norma jurídica conta com a força e a repressão potencial do Estado para ser obedecida pelas pessoas.
Ética e Moral: Conceitos Gerais
EXEMPLOS
Quando alguém desrespeita uma NORMA MORAL, como por exemplo, um dever de cortesia, sua atitude ofende apenas a moralidade convencional de um determinado grupo, que não tem poderes enérgicos para promover punição. 
Ao contrário, se uma pessoa desrespeita uma NORMA JURÍDICA prevista, por exemplo, no Código Penal, sua atitude provoca a coação do Estado, que tem poderes efetivos para impor uma pena ao infrator.
Ética e Moral: Conceitos Gerais
MORAL:
	 Objeto (os atos humanos)
 Campo (o mundo moral)
 Variações (no tempo e no espaço)
Ética e Moral: Conceitos Gerais
Moral Geral: analisa os princípios gerais – absolutos, obrigatórios e universais – norteadores dos atos humanos.
Moral Especial: estuda os princípios específicos em várias atividades humanas, subdividindo-se em:
 - Pessoal: deveres do indivíduo para consigo mesmo, para com o próximo e para com Deus.
 - Social: princípios das sociedades domésticas, civil e internacional.
Ética e Moral: Conceitos Gerais
Definição de Vasquez: A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens na sociedade (em determinado tempo e espaço). É uma forma específica do comportamento humano. É a ciência prática alicerçada na ciência moral.
Estudo, análise, reflexão sobre a moral vigente em um determinado grupo social com o objetivo de compreender e/ou explicar aquele sistema.
A Ética como ciência prática
Ética Profissional: é a teoria do comportamento moral de um profissional na sociedade, consideradas as condições específicas de sua atividade. 
 
 Objeto de estudo: tipos de atos humanos conscientes e voluntários, praticados em função da atividade profissional que afetam outros indivíduos (pacientes) ou a sociedade em conjunto.
Bioética: estudo sistemático da conduta humana na área das ciências da vida e dos cuidados da saúde, na medida em que esta conduta é examinada à luz dos valores e princípios morais.
 
Ética Farmacêutica: é o conjunto de normas aceitas e preconizadas pela sociedade e que devem guiar o profissional de Farmácia no desempenho de suas atividades. 
A formação profissional do farmacêutico: 
CULTURA GERAL 
CULTURA TÉCNICA 
FORMAÇÃO MORAL
+
FORMAÇÃO INTEGRAL
+
Considerações Gerais
Legislação Farmacêutica: conjunto de normas jurídicas destinadas a regulamentar a profissão farmacêutica.
 Importância do estudo da legislação farmacêutica
Conhecimento das regras que disciplinam a sua atividade profissional.
Orientação em relação à sua competência profissional.
Conhecimento das normas legais exigidas nas diversas áreas de atuação do farmacêutico.
Tomar ciência das normas de interesse de defesa de seus direitos e de sua classe.
Integral conhecimento de seus deveres.
Considerações Gerais
Constituição: 5 de outubro de 1988 com diversas emendas.
Decreto no 20.377 de 08/09/31 – Aprova a regulamentação do exercício da profissão farmacêutica no Brasil.
Decreto no 20.931 de 11/01/32 – Regula e fiscaliza o exercício da medicina, da odontologia, da medicina veterinária e das profissões de farmacêutico, parteira e enfermeira no Brasil, e estabelece penas.
LEGISLAÇÃO VIGENTE
Lei no 3.820 de 11/11/60 – Cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Farmácia, e dá outras providências.
Lei no 5.991 de 17/12/73 – Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências.
Lei no 6.360 de 23/09/76 – Dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá outras providências.
Lei no 6.368 de 21/10/76 – Dispõe sobre as medidas de prevenção e repressão ao tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica.
Decreto no 85.878 de 07/04/81 – Estabelece normas para execução da Lei no 3.820 de 11/11/60 sobre o exercício da profissão de farmacêutico, e dá outras providências.
Portaria no 344 de 12/05/98 – Aprova o regulamento técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.
 E suas atualizações.
Resolução no 596 de 21/02/2014 - Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares.
RDC no 27 de 30/03/2007 – Dispõe sobre o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados - SNGPC, estabelece a implantação do módulo para drogarias e farmácias e dá outras providências.
Obrigado!
valerium.estacio@gmail.com

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