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1
Literatura Brasileira
Teleaula 6
Profa. Me. Gisele Thiel Della Cruz
Letras 
Organização da Teleaula
 Prosa pós 45 – Guimarães Rosa 
e Clarice Lispector
 Lírica pós 45 – João Cabral
 Concretismo
 Ferreira Gullar
 Literatura contemporânea
Contextualização
A Nova Narrativa 
Brasileira
 As obras dos romancistas João 
Guimarães Rosa e Clarice 
Lispector são consideradas 
como aquelas que consolidaram 
a experiência modernista no 
Brasil
 Na poesia, vislumbra-se a obra 
de João Cabral de Melo Neto
 A questão da dialética entre 
localismo e cosmopolitismo, que 
remonta ao nascimento de um 
sistema literário por aqui, é 
trazida à tona na consciência 
criadora nacional
 Clarice Lispector é uma 
escritora de temas eminentemente 
urbanos, cujo olhar é voltado, 
grosso modo, “para dentro”, 
ou seja, para a estilização de 
aspectos psicológicos
2
 Guimarães Rosa tem como 
material o mundo rural, 
estilizado, acima de tudo, “para 
fora”, a ponto de ser considerado 
uma espécie de mitificador da 
cultura popular brasileira, que 
atinge, em suas obras, o patamar 
de alegoria universal
 A ornamentação da linguagem é 
aspecto impossível de ser ignorado 
na leitura: há sempre a impressão 
de que o trabalho estético é tão 
importante quanto o tema
Conceitualização
Guimarães Rosa
 O escritor abole por completo a 
fronteira entre a lírica e a 
narrativa. Aplicação constante de 
recursos provindos da poesia 
 Aspecto fundamental de sua obra 
é a linguagem
 Neologismos e possibilidades 
sintáticas novas
 Híbrido (narrativa e poesia lírica) 
 O ambiente de Guimarães Rosa 
é o sertão, o mundo isolado que, 
em consequência da 
modernização das grandes 
cidades e de sua expansão, 
estava fadado ao 
desaparecimento
Seus personagens, seres rústicos 
e singelos, questionam-se 
constantemente acerca da vida. 
A indagação existencial é o 
grande tema da obra de 
Guimarães. Fato que confere aos 
seus textos, mesmo que 
geograficamente muito bem 
situados, um caráter universalista
3
Contar é muito dificultoso. Não pelos anos 
que já se passaram. Mas pela astúcia que 
têm certas coisas passadas de fazer balancê, 
de se remexerem dos lugares.[...] A 
lembrança da vida da gente se guarda em 
trechos diversos, cada um com seu signo e 
sentimento, uns com os outros acho que nem 
não misturam. [...] Tem horas antigas que 
ficaram muito mais perto da gente do que 
outras, de recente data. 
O senhor mesmo sabe; e se sabe, me 
entende.
Grande Sertão: Veredas
Eu estendi as mãos para tocar naquele corpo, e 
estremeci, retirando as mãos para trás, 
incendiável; abaixei meus olhos. E a Mulher 
estendeu a toalha, recobrindo as partes. Mas 
aqueles olhos eu beijei, e as faces, a boca. 
Adivinhava os cabelos. Cabelos que cortou com 
tesoura de prata... Cabelos que só, no só ser, 
haviam de dar para baixo da cintura... E eu não 
sabia por que nome chamar; eu exclamei me 
doendo: “Meu amor!...”
As travessias: interna e 
externa em Grande Sertão: 
Veredas
Clarice Lispector
 Já em seu primeiro livro, Perto 
do coração selvagem (1944), 
Clarice Lispector trabalha sobre 
a técnica do fluxo de 
consciência, projetando a não 
linearidade do pensamento sobre 
a narração
 Suas principais obras são:
• Romances: Perto do Coração 
Selvagem (1944); O lustre
(1946); A cidade sitiada (1949); 
A maçã no escuro (1961); A 
paixão segundo G. H. (1964); 
Uma aprendizagem ou O livro 
dos prazeres (1969); Água viva
(1973); A hora da estrela (1977) 
• (Contos) Laços de família
(1960); A legião estrangeira 
(1964); Felicidade clandestina
(1971); A via-crúcis do corpo
(1974)
 O artifício psicológico se 
converteria, contudo, em uma 
fina reflexão sobre o 
significado da experiência 
 Do ponto de vista dos temas, há 
uma tendência a apreender 
consciências de seres 
socialmente marginalizados por 
diferentes razões, o que exclui 
uma perspectiva confessional, 
apesar da passionalidade da 
escrita
4
 O mundo introspectivo se revela 
em seus textos. Os 
acontecimentos exteriores, pouco 
presentes em suas narrativas, 
servem tão somente para 
despertar a interioridade dos 
personagens, em sua maioria 
mulheres, que, a partir de então, 
entram em estado de reflexão e 
descobertas pessoais 
 Monólogo interior
 Preferencialmente narrativas 
em primeira pessoa
 A linguagem aproxima-se 
da poesia
 Despersonalização do homem 
moderno
João Cabral
 Suas principais obras são: Pedra 
do sono (1942); Psicologia da 
composição (1947); O cão sem 
plumas (1950); Morte e Vida 
Severina (1956); A educação pela 
pedra (1966); Museu de tudo 
(1975)
 O escritor consegue através da 
depuração linguística atingir um 
estilo seco, incisivo,
 O crítico Massaud Moisés 
classifica a produção de João 
Cabral como poesia do não eu, 
já o professor e crítico Sergius
Gonzaga define a poesia do 
escritor como lírica cerebral
 Divisão pela crítica – forma e 
conteúdo social
 A divisão estanque mascara o 
projeto subjacente aos “poemas 
para vozes”, como O rio e Morte 
e vida Severina, de construção 
de uma metáfora para a questão 
da miséria nordestina, via 
recuperação de formas 
populares
Projeto de popularização dos 
recursos poéticos modernos é 
frequentemente entendido como 
desleixo formal por parte do 
poeta, ou seja, como uma 
produção de menor valor literário 
quando confrontada com seus 
poemas “formalizantes”
5
O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR
QUEM É E A QUE VAI
— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mais isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem falo 
ora a Vossas Senhorias? 
Vejamos: é o Severino 
da Maria do Zacarias, 
lá da serra da Costela, 
limites da Paraíba. 
Mas isso ainda diz pouco: 
se ao menos mais cinco havia 
com nome de Severino 
filhos de tantas Marias 
mulheres de outros tantos, 
já finados, Zacarias, 
vivendo na mesma serra 
magra e ossuda em que eu vivia. 
Somos muitos Severinos 
iguais em tudo na vida: 
na mesma cabeça grande 
que a custo é que se equilibra, 
no mesmo ventre crescido 
sobre as mesmas pernas finas 
e iguais também porque o sangue, 
que usamos tem pouca tinta. 
Concretismo
 Volta-se para a geração de 22
 Valorização da forma e da 
comunicação visual, sobrepondo 
ao conteúdo
 Recusa a poesia tradicional
 Explora as diversas 
possibilidades de espaços 
visuais e a palavra em seus 
vários níveis
 O “Plano-piloto para poesia 
concreta” prega a ideia de 
poema-estrutura, ou seja, um 
construto que, antes de comunicar 
algo exterior a ele (um momento 
da realidade, um estado de 
espírito subjetivo), comunica sua 
própria forma 
• Poema produto – não se deve 
esperar do poema concreto um 
tema
6
 As principais influências do 
Concretismo encontram-se nas 
vanguardas do Futurismo e do 
Cubismo e no poeta simbolista 
francês Mallarmé, em seu livro Un
coup de dés jamais n’abolira le
basard (1897)
Augusto de Campos Décio Pignatari
Décio Pignatari
Ferreira Gullar
 Ligado inicialmente ao grupo, o 
poeta maranhense rompe com 
seus pressupostos ainda em 
1957. Em 1959, publica, junto 
com outros artistas, o “Manifesto 
neoconcreto”, no qual denuncia a 
racionalização crescente da teoria 
concretista, em detrimento das 
obras
 Declarando como marco do 
rompimento a Exposição 
Nacional de Arte Concreta de 
1957
 Sua poesiaé marcada pela 
oralidade e pela identificação 
com as causas sociais e com o 
cotidiano
 Poema sujo
• Obra de maior importância na 
carreira de Ferreira Gullar, 
Poema Sujo é o desabafo de 
um exilado que não via mais 
chances de voltar ao seu país 
• Reflexão febril do passado 
saudade misturada com 
angústia
 <http://www.youtube.com/watch?v=JZzJWITLL1U>.
Vídeo: Ferreira Gullar lê 
"Poema Sujo"
7
Aplicação Prática
Clarice Lispector
Certa hora da tarde era mais perigosa. 
Certa hora da tarde as árvores que plantara 
riam dela. Quando nada mais precisava de 
sua força, inquietava-se. No entanto sentia-se 
mais sólida do que nunca, seu corpo 
engrossara um pouco e era de se 
ver o modo como cortava blusas 
para os meninos, a grande tesoura 
dando estalidos na fazenda. Todo 
o seu desejo vagamente artístico 
encaminhara-se há muito no sentido 
de tornar os dias realizados e belos; (...)
(...) com o tempo, seu gosto pelo decorativo 
se desenvolvera e suplantara a íntima 
desordem. Parecia ter descoberto que tudo 
era passível de aperfeiçoamento, a cada coisa 
se emprestaria uma aparência harmoniosa; a 
vida podia ser feita pela mão do homem.
No fundo, Ana sempre tivera necessidade de 
sentir a raiz firme das coisas. E isso um lar 
perplexamente lhe dera. Por caminhos 
tortos, viera a cair num destino de 
mulher, com a surpresa de nele 
caber como se o tivesse inventado. 
O homem com quem casara era 
um homem verdadeiro, os filhos que
tivera eram filhos verdadeiros. (...) 
(...) Sua juventude anterior parecia-lhe 
estranha como uma doença de vida. Dela havia 
aos poucos emergido para descobrir que 
também sem a felicidade se vivia: abolindo-a, 
encontrara uma legião de pessoas, antes 
invisíveis, que viviam como quem trabalha —
com persistência, continuidade, alegria. O que 
sucedera a Ana antes de ter o lar estava para 
sempre fora de seu alcance: uma 
exaltação perturbada que tantas 
vezes se confundira com felicidade insuportável. 
Criara em troca algo 
enfim compreensível, uma vida de
adulto. Assim ela o quisera e o escolhera.
Literatura Contemporânea
A ficção brasileira da década de
1960 esteve sob forte influência 
da censura instaurada no país pelo 
regime militar. Embora no início da 
ditadura os militares não tenham 
dispensado muita atenção à atividade 
dos intelectuais brasileiros, mesmo 
os de orientação de esquerda, é a 
partir do fim de 1968, com a 
promulgação do AI-5, que a 
repressão e a censura tomam conta 
de todas as esferas da sociedade brasileira.
 Antonio Candido (2000) sintetiza 
muito bem esse processo: 
“O decênio de 1960 foi primeiro 
turbulento e depois terrível. Na 
fase inicial, período Goulart, 
houve um aumento de interesse 
pela cultura popular e um grande 
esforço para exprimir as 
aspirações e reivindicações do 
povo – no teatro, no cinema, na 
poesia, na educação. O golpe não 
cortou tudo desde logo, mas aos 
poucos.” (p. 208-209)
8
 O romance paradigmático desse 
momento é Quarup (1967), de 
Antônio Callado
 Flora Süssekind sugere um dos 
caminhos da ficção brasileira 
durante o período da ditadura 
militar: depoimentos e memórias 
publicadas pelos intelectuais 
perseguidos pela ditadura
 Literatura – verdade – exemplo 
a obra de Gabeira: O que é isso 
companheiro? Realismo feroz –
exemplo a obra de Dalton 
Trevisan, de João Antônio 
e de Rubem Fonseca 
 Surgimento dos excluídos como 
tema na ficção brasileira, uso mais 
recorrente do foco narrativo 
em primeira pessoa 
 Novas tendências: 
desestruturantes
da narrativa (dissolve o enredo) 
e literatura experimental: 
• Raduan Nassar e Osman Lins 
• Valêncio Xavier – O mez da gripe 
• Silviano Santiago – Em liberdade
 Uma das tendências da ficção 
brasileira contemporânea é, 
por meio de experiências com 
as formas narrativas, 
problematizar as fronteiras 
entre realidade e ficção
 O romance histórico contemporâneo
Síntese
9
 Pontos-chave:
• A prosa brasileira depois de 45
• A linguagem proposta por 
Guimarães Rosa e Clarice 
Lispector
• O engenheiro das palavras 
– a forma em João Cabral
• O movimento Concretista
• Ferreira Gullar
• Literatura Contemporânea

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