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• O homem é infectado pelo Strongyloides stercoralis, que possui em seu ciclo vital machos e fêmeas capazes de viver no sono. Outra parte do ciclo é obrigatoriamente parasitária e ter por hábitat a parede do intestino humano, mergulhadas nas criptas e na porção superior do jejuno onde fazem a postura de ovos. • A doença que produz é denomina estrongiloidíase, estrongiloidose ou anguilulose. • Strongyloides stercoralis apresenta distribuição mundial, podendo também infectar cães gatos e macacos. • Strongyloides fuellerbomi parasita macacos e quase todos os casos de infecções em humanos foram registrados na África e Ásia. • Elevada prevalência em regiões tropicais e subtropicais. MORFOLOGIA • Únicos nematóides parasitos do homem capazes de realizar duplo ciclo evolutivo. • As fêmeas são partenogenéticas e produzem larvas que no meio externo podem dar machos e fêmeas de vida livre. Possuem o corpo cilíndrico com a extremidade anterior arredondada e a posterior afilada. Produz ovos 3n, 2n e n. Elimina de 30 a 40 ovos por dia (larva rabditóide liberada no interior do hospedeiro). • Fêmeas de vida livre possuem o corpo fusiforme, com extremidade anterior romba e posterior afilada. (2n) • Machos de vida livre é menor que a fêmea e tem sua causa recurvada ventralmente. (n) • Esses vermes de vida livre vivem no solo, onde se alimentam de bactérias e de matéria orgânica. • Os ovos são elípticos, de parede fina e transparente, semelhante ao de ancilostomídeo. Geralmente não são observados nas fezes, porém podem ser vistos em pacientes com diarreia severa ou após uso de laxantes. Gabriela Reis Viol Estrongiloidíase CICLO PARASITÁRIO • As larvas que saem dos ovos após a fecundação (L1) é do tipo rabditóide que evoluem para larva filarióide. Essas, são muito ativas e podem permanecer muitos dias no solo mas só completam sua evolução se encontrarem um hospedeiro adequado e nele penetrarem. • A invasão realiza-se através da pele dos pés quando a pessoa caminha descalça em terrenos com poluição fecal, infestados de larvas filarióides. • Após invadirem o tegumento, elas são disseminadas pela circulação e as que chegam aos pulmões realizam o ciclo pulmonar. Assim, depois de atravessarem o VD chegam pelos vasos pulmonares à rede capilar dos pulmões. • Perfurando a parede dos capilares, penetram nos alvéolos e bronquíolos, de onde passam a laringe e são deglutidas. • Durante essa migração, completa-se a evolução lavraria e, ao chegarem à cavidade intestinal, os vermes adultos estão formados. • No intestino encontram-se apenas as fêmeas partenogenéticas. Em torno delas e dos ovos não se observam reações inflamatórias. • Dos ovos, já embrionados, saem larvas rabditóides (L1), que, buscando a luz do intestino, mudam para L2 e misturam-se com o bolo alimentar, sendo expulsa com as fezes do paciente. • As larvas rabditóides eliminadas junto com as fezes podem sofrer mudas no solo e produzir machos e fêmeas de vida livre que após a cópula liberarão larvas rabditóides que irão se transformar em filarioides (CICLO INDIRETO). • As larvas rabditóides eliminadas junto com as fezes podem sofrer muda pela qual se transformam em larvas filarioides infectantes, capazes de penetra em um indivíduo e iniciar novo ciclo parasitário (CICLO DIRETO). Este, pode ocorrer no solo, na região perineal ou no interior do próprio intestino (auto-infecção). Esta ação relaciona-se com o hormônio 20-hidroxiecdisona produzido pelas fêmeas que desencadeia a muda da larva. Gabriela Reis Viol Gabriela Reis Viol INFECTIVIDADE • Habitualmente, a via de penetração é cutânea. Depois de 24 horas as larvas já alcançaram a circulação venosa e são levadas ao pulmão, onde ocorrem duas mudas até chegarem ao intestino. • Outra vida de infecção é a digestiva, quando o paciente ingere água contaminada com larvas infectantes. Neste caso, não há migração pulmonar, pois o desenvolvimento larvário completa-se no próprio intestino e os vermes invadem diretamente a mucosa. • Pode ocorrer auto-infecção (reinfecção). A externa é decorrente da transformação de larvas rabditóides em filarioides infectantes, na região anal e perianal, contaminada com fezes, há penetração na pele ou na mucosa retal. A interna é quando larvas rabditóides se transformam em filarioides na luz do intestino com invasão direta da mucosa. • Pacientes imunossuprimidos estão sujeitos a hiperinfecção. • Pacientes que recebem medicação imunossupressora com corticosteróides, se parasitados por Strongyloides stercoralis podem desenvolver quadros de hiperinfecção de mau prognóstico. PATOGENIA • As lesões relacionam-se com a penetração do parasito no hospedeiro, com sua migração durante o ciclo pulmonar e com sua permanência e multiplicação na mucosa intestinal ou em localizações ectópicas. • Lesões cutâneas podem ser tão discretas que passem desapercebidas, ou manifestam- se como pontos eritematosos, ou como placas que aparecem no local da penetração, acompanhadas de prurido. Nas pessoas sensíveis pode haver edema local e urticária. E quando ocorre auto-infecção externa podem surgir lesões urticariformes transitórias em torno do ânus. • Lesões pulmonares são caracterizadas por hemorragias produzidas pelas larvas em trânsito. As lesões inflamatórias são as de pneumonite difusa e chegam a produzir a síndrome de Loeffler. Quadros pulmonares mais graves, as larvas podem ser encontradas no escarro e nos derrames plurais ou pericárdicos. Há eosinofilia elevada. Gabriela Reis Viol • A presença e atividade das fêmeas filarioides, oviposição, eclosão e migração das larvas, produzem lesões mecânicas, histolítica e irritativa na mucosa intestinal, que levam a inflamação catarral, com infiltração de eosinófilos. São encontrados pontos hemorrágicos e ulcerações, congestão e edema, peristaltismo aumentando e consequente diarreia (mucossanguinolenta). Além disso, infecções bacterianas, atribuídas ao transporte de microrganismos intestinais pelas larvas, podem agravar o processo. SINTOMATOLOGIA • Sintomas cutâneos, broncopulmonares e digestivos. • A auto-infecção permite uma cronicidade de 20 a 30 anos. • A penetração cutânea é geralmente assintomática, mas pode acompanhar-se de eritema, prurido, edema local e urticárias. • O quadro pulmonar inicia-se poucos dias depois. É variável e pode estar ausente. Tosse, expectoração, febre baixa, mal estar, broncopneumonia. • A sintomatologia mais frequente relaciona-se ao aparelho digestivo: diarreia intercalada a períodos de constipação, desconforto abdominal, perda de apetite, náuseas e vômitos. • No sangue há leucocitose e eosinofilia, em geral maior na fase aguda da doença. • Sintomas gerais como: anemia, emagrecimento, desidratação, astenia, irritabilidade nervosa, depressão e etc, é por vezes difícil decidir se são resultados do parasitismo ou causas de seu agravamento DIAGNÓSTICO • O diagnóstico clínico não pode estabelecer a etiologia. • Deve-se pesquisar estrongiloidíase quando há eosinofilia e quando o paciente está em uso de corticoides. • EPF (EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES): onde se faz a pesquisa de larvas rabtidóides nas fezes (em fezes envelhecidas podem ser vistas larvas filarioides). Através do método Baermann Moraes com fezes ou escarro. Gabriela Reis Viol • Os métodos imunológicos proporcionam boas indicações para o diagnóstico dessa parasitose, mas a confirmação pelo encontro das larvas é essencial. Técnica Western- blot ou ELISA. TRATAMENTO • Tiabendazol: é o mais eficiente anti-helmíntico, age sobre as formas teciduais. • Ivermectina. • Mebendazol. • Levamisol. • Após 5 a 6 semanas de suspensãodo tratamento repetir o exame de pesquisa de larvas. Gabriela Reis Viol
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