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Apostila1 Madeiras Modificada

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UNIT - UNIVERSIDADE TIRADENTES CURSO:: Engenharia Civil 
DISCIPLINA: ESTRUTURAS DE AÇO E MADEIRA PROFESSOR:: Sérgio Bezerra de Sant’Anna �� 
Apostila 1
UNIDADE I: Projeto e Dimensionamento das Estruturas em Madeira
( A Madeira como Material de Construção: Usos, Classificação e Propriedades
( Tipos de Madeira e suas Resistências
A Madeira como Material de Construção
	Usos da Madeira na Construção Civil
	
Na construção civil, a madeira é utilizada de diversas formas: na forma temporária, como fôrmas para concreto, andaimes e escoramentos; e, na forma permanente, como estruturas em geral e de cobertura, nas esquadrias (portas e janelas), nos forros e nos pisos.
Quanto ao seu emprego, elas podem ser classificadas em duas categorias:
	( Madeiras Maciças:
	( Madeira Bruta ou Roliça: é o produto com menor grau de processamento da madeira e é empregada em forma de troncos. Na maior parte dos casos, sequer a casca é retirada. É empregada em estacas, em escoramentos de lajes (pontaletes), construção de andaimes, postes e colunas. Em construções rurais, é freqüente o seu uso em estruturas de telhado.
	
	
	( Madeira Falquejada ou Lavrada: tem as faces laterais aparadas a machado, formando seções maciças, quadradas ou retangulares. Dependendo do diâmetro dos troncos, podem ser obtidas seções maciças falquejadas de grandes dimensões, como, por exemplo, 30x30cm ou mesmo 60x60cm. É utilizada em estacas, cortinas cravadas, pontes, etc.
	( Madeira Serrada: é produzida em unidades industriais - serrarias - onde as toras são processadas mecanicamente, transformando a peça originalmente cilíndrica em peças quadradas ou retangulares, de menor dimensão. É o produto para uso estrutural de madeira mais comum entre nós. As serrarias produzem uma grande diversidade de produtos para serem utilizados nas mais diversas atividades: pranchas, pranchões, blocos, tábuas, caibros, vigas, vigotas, sarrafos, pontaletes, ripas e outros.
	
	( Madeiras Industrializadas:
	( Madeira Compensada: é composta de várias lâminas finas extraídas do tronco por um processo de desbaste desenrolado, unidas umas as outras com de adesivo ou cola, de forma que as fibras de uma chapa se posicione perpendicularmente as adjacentes, sempre em número ímpar, de maneira que uma compense a outra. As chapas de compensado são fabricadas com dimensões padronizadas de: 2,20x1,60m, 2,44x1,22m e 2,20x1,10m, sendo esta a mais comum. A espessura pode variar de 3 a 35mm.
É largamente utilizada na indústria de móveis e construção civil.
	
	( Madeira Laminada Colada: é um produto estrutural de madeira muito utilizado nos países da Europa e América do Norte, formado por associação de tábuas de madeira selecionada, coladas com as fibras em direções paralelas, com adesivos e sob pressão. A espessura das tábuas varia em geral de 15 a 50 mm.
	( Madeira Recomposta: são produtos na forma de placas, desenvolvidos a partir de resíduos de madeira em flocos, lamelas ou partículas, unidos por intermédio de resinas sintéticas. Em geral, estas placas de madeira prensada não são consideradas materiais estruturais devido à baixa resistência e durabilidade, sendo muito utilizadas na indústria de móveis.
	Madeira: Principal Classificação em Estruturas
	Para aplicações estruturais, distinguem-se duas categorias principais de madeiras:
( Madeiras Duras: são provenientes de árvores frondosas (dicotiledôneas, da classe Angiosperma, com folhas achatadas e largas), de crescimento lento, como peroba, ipê, aroeira, carvalho, etc. As madeiras duras de melhor qualidade são também chamadas madeiras de lei.
( Madeiras Macias: são provenientes em geral das árvores coníferas (da classe Gimnosperma, com folhas em forma de agulhas ou escamas, e sementes agrupadas em forma de cones), de crescimento rápido, como pinheiro-do-paraná e pinheiro-bravo, ou pinheirinho, pinheiros europeus, norte-americanos etc.
Essas categorias distinguem-se pela estrutura celular dos troncos e não propriamente pela resistência. Algumas árvores frondosas (duras) produzem madeiras menos resistentes que o pinho (madeira mole).
	Madeira: Principais Propriedades Físicas
Conhecer as propriedades físicas da madeira é de grande importância porque estas propriedades podem influenciar significativamente no desempenho e resistência da madeira utilizada estruturalmente.
Entre as características físicas da madeira, cujo conhecimento é importante para sua utilização como material de construção, destacam-se: anisotropia; umidade; densidade; retratibilidade; resistência ao fogo.
	( Anisotropia: 
Anisotropia é a característica que uma substância possui em que uma certa propriedade física varia com a direção. A madeira é um exemplo de material anisótropo com comportamentos diferentes em relação à direção de crescimento das fibras.
Devido à orientação das fibras da madeira e à sua forma de crescimento, as propriedades variam de acordo com três eixos perpendiculares entre si: longitudinal, radial e tangencial. A diferença de propriedades entre as direções radial e tangencial raramente tem importância prática, bastando diferenciar as propriedades na direção das fibras principais (longitudinal) e na direção perpendicular às mesmas fibras (tangencial ou radial).
	
	
( Umidade: 
Em relação ao teor de umidade são usados termos bastante comuns:
( Madeira verde:
A quantidade de água das madeiras verdes ou recém-cortadas varia muito com as espécies e com a estação do ano. A faixa de variação da umidade das madeiras verdes tem como limites aproximados 35% para as madeiras mais duras até 200% para as madeiras mais macias. As madeiras verdes são caracterizadas por uma umidade superior ao Ponto de Saturação (PS).
( Madeira semi seca:
Ao serem cortadas, a água contida nas células ocas da madeira facilmente se evapora, atingindo-se o Ponto de Saturação das Fibras (PS), no qual as paredes das células ainda estão saturadas, porém a água do seu interior se evaporou. Este ponto corresponde ao grau de umidade em torno de 25%. A madeira é denominada, então, semi ou meio seca.
( Madeira seca ao ar: 
Continuando-se a secagem, a madeira vai perdendo também, agora num processo bem mais lento, a água contida em suas paredes celulares até atingir um teor de umidade final, adquirido em função das condições atmosféricas locais (umidade do ambiente), ou seja, a madeira atinge um Ponto de Equilíbrio (PE) com o meio ambiente, sendo denominada madeira seca ao ar. O grau de umidade desse ponto varia geralmente entre 10 e 20%.
A NBR 7190/1997 estabelece que no projeto das estruturas de madeira deve ser considerando o teor de umidade de equilíbrio da madeira, no local onde será implantada a obra. Para isso, foram definidas as classes de umidade especificadas abaixo: 
As classes de umidade têm por finalidade ajustar as propriedades de resistência e de rigidez da madeira em função das condições ambientais onde permanecerão as estruturas.
Para fins de aplicação estrutural da madeira e para classificação de espécies, a norma brasileira específica a umidade de 12% como de referência para a realização de ensaios e valores de resistência nos cálculos e apresenta, em seu anexo B, um roteiro detalhado para a determinação da umidade de amostras de madeira.
( Benefícios obtidos ao se trabalhar com a madeira seca (com teor de umidade final de equilíbrio com o meio ambiente):
1º) Redução na movimentação dimensional: A madeira tende a contrair-se conforme vai secando e expandir-se conforme absorve umidade. Com a madeira seca diminuirá a movimentação dimensional das peças que poderão ser produzidas com maior precisão de dimensões, proporcionando melhor desempenho em serviço e evitando empenos ou rachaduras.
2º) Redução dos riscos de ataque de fungos apodrecedores e manchadores:A madeira verde é uma das principais fontes de alimentos tanto para fungos quanto para os insetos, que comprometem seriamente as propriedades mecânicas da madeira, além de alterar significativamente sua aparência, ocasionando uma redução no seu valor econômico. Madeiras com Teor de Umidade abaixo de 20% tornam-se praticamente imunes ao ataque destes organismos.
3º) Redução de custos: A perda de água da madeira reduz sensivelmente seu peso e, conseqüentemente, seu custo de transporte diminuirá. 
4º) Melhoria na tratabilidade: Uma peça de madeira com Teor de Umidade de 20% será mais facilmente impregnada por produtos químicos preservativos ou retardantes de fogo, bem como aceitará mais facilmente pinturas, vernizes, ceras e outros materiais de acabamento. 
5º) Aumento da resistência mecânica: Em comparação com uma peça de madeira úmida, uma madeira previamente seca apresenta uma sensível melhora nas suas propriedades mecânicas, tais como: flexão estática, compressão, dureza, cisalhamento, etc.
6º) Melhora nas características de trabalhabilidade: Uma madeira seca apresenta melhores resultados de aplainamento, lixamento, furação, etc.
7º) Melhora nas propriedades de pega: Uma madeira úmida não permite uma boa aderência de produtos fabricados à base de cola ou colados. Exemplos: compensados, laminados, etc.
8º) Fixação de pregos e parafusos: Pregos ou parafusos cravados em madeira úmida tendem a afrouxar com a secagem da madeira, por isso este tipo de prática deve ser efetuado após a secagem da peça. Com isso, juntas cravadas em madeira verde podem perder até metade da sua resistência. 
9º) Melhora nas propriedades de isolamento: Uma madeira seca conduz menos calor que uma úmida, além de aumentar sensivelmente suas propriedades de isolante elétrico e acústico. 
	
( Densidade ou Massa Específica – ( (ro): 
A norma brasileira apresenta duas definições de densidade a serem utilizadas em estruturas de madeira: a densidade básica e a densidade aparente.
( Densidade básica da madeira: é definida como sendo a massa específica convencional obtida pela razão entre a massa seca (massa em kg da madeira seca em estufa a 103ºC, até a estabilização de sua massa) e o volume saturado (volume em m3 saturado da madeira submersa em água, até a estabilização de sua massa). (bas= ms/Vsat
	( Densidade aparente da madeira: é definida como sendo a massa específica convencional obtida pela razão entre a massa e o volume de corpos-de-prova com teor de umidade padrão de referência de 12%. (ap= m12%/V12%
	( Retratibilidade ou Deformação Específica– ( (épsilon): 
A retratibilidade da madeira é o fenômeno relacionado à variação dimensional da madeira, em função da troca de umidade do material com o meio que o envolve, até que seja atingida uma condição de equilíbrio, chamada de umidade de equilíbrio.
A NBR 7190 considera as deformações específicas de retração ((r) ou de inchamento ((i) como índices de estabilidade dimensional e são determinadas, para cada uma das direções preferenciais, em função das respectivas dimensões lineares da madeira saturada (verde) e seca.
A grande importância desse índice é que, quanto maior for o seu distanciamento da unidade, mais propensa é a madeira se fendilhar e empenar.
	
Para as madeiras mais estáveis, os índices variam de 1,3 a 1,4, mas para madeiras provenientes de árvores jovens e de rápido crescimento, os índices podem chegar a 3, tornando-as extremamente instáveis dimensionalmente.
Existe um critério de classificação quanto à esse índice: madeiras com fatores entre 1,2 a 1,5 são consideradas excelentes; fatores entre 1,5 a 2,0 são consideradas normais; e fatores acima de 2,0 são consideradas ruins.
Existem diversas maneiras para se melhorar a estabilidade dimensional da madeira. Dentre os métodos mais simples, destaca-se a proteção das superfícies da madeira com a aplicação de ceras, vernizes, lacas, tintas, parafina e breu, entre outros produtos. Esses produtos devem ser utilizados somente quando a madeira se encontra com a umidade de utilização ou umidade de equilíbrio local, dificultando a absorção de umidade, tendendo minorar os problemas causados pela variação dimensional. Tais produtos atuam somente como protetores superficiais, atuando apenas como paliativo para proteger a madeira contra movimentação da umidade.
	
( Resistência ao Fogo: 
A resistência ao fogo é a capacidade medida em tempo para resistir à atuação do fogo plenamente desenvolvido, sem ocorrência do colapso da estrutura.
	A madeira tem um aspecto interessante em relação ao comportamento diante do fogo.
Seu problema é a inflamabilidade. Tal como outros materiais combustíveis sólidos, a madeira decompõe-se em gases que alimentam as chamas. Estas por sua vez aquecem a madeira ainda não atingida e promovem a libertação de mais gases inflamáveis.
	
	 Assim, uma peça de madeira exposta ao fogo torna-se um combustível para a propagação das chamas; porém, após alguns minutos, uma camada mais externa da madeira se carboniza tornando-se um isolante térmico, que retém o calor, auxiliando na contenção do incêndio, evitando que toda a peça seja destruída.
A madeira quando submetida a altas temperaturas e quando exposta à chama, sendo bem dimensionada, apresenta resistência ao fogo superior à de outros materiais estruturais, ou seja, suportará a ação do fogo em alta temperatura durante um período de tempo maior, em comparação ao aço, por exemplo.
	Uma estrutura metálica, embora seja de reação não inflamável, perde a sua resistência mecânica rapidamente (cerca de 10 minutos) quando em presença de temperaturas elevadas.
A figura ao lado mostra uma estrutura após um incêndio, apresentando os perfis metálicos retorcidos devido à perda de resistência sob alta temperatura, apoiados sobre uma viga de madeira que, apesar de carbonizada, ainda possui resistência.
	
	Esta propriedade física da madeira tem levado o corpo de bombeiros de muitos países a preferirem as construções com estruturas de madeira, devido o seu comportamento perfeitamente previsível quando da ação de um incêndio. As coníferas, por exemplo, queimam até 2 cm em 30 minutos e 3,5 cm em 60 minutos.
Algumas normas preveem uma propagação do fogo, em madeiras do tipo coníferas, da ordem de 0,7 mm/min. É, portanto com base nas normas de comportamento da madeira ao fogo, já existentes em alguns países, que se pode prever, levando em consideração um maior ou menor risco de incêndio e a finalidade de ocupação da construção, uma espessura a mais nas dimensões da seção transversal da peça de madeira. Com isso, sabe-se que mesmo que a madeira venha a ser queimada em 2cm, por exemplo, o núcleo restante é suficiente para continuar resistindo mecanicamente o tempo que se quiser estimar.
	Madeira: Principais Propriedades Mecânicas
As propriedades mecânicas definem o comportamento da madeira quando submetida a esforços de natureza mecânica (solicitações de compressão, tração, cisalhamento e flexão).
Assim como nas propriedades físicas de retratibilidade e inchamento, as propriedades mecânicas também variam de acordo com as direções principais da madeira, ou seja, ela tem resistências com valores diferentes conforme variar a direção da solicitação em relação às fibras (paralela ou perpendicular) e também em função do tipo de solicitação. 
	
( Compressão: 
A compressão são solicitações que provocam encurtamento do material.
	( Compressão Axial ou Paralela às Fibras: As forças agem paralelamente ao comprimento das células e tem a tendência de encurtar as células da madeira ao longo do seu eixo longitudinal. Como exemplo de peças sujeitas a este esforço podem-se referir os pilares, os montantes e as pernas das tesouras.
	
	As células reagindo em conjunto conferem uma grande resistência da madeira à compressão nessa direção.
	
	( Compressão Normal ou Perpendicular às Fibras: As forças comprimem as células da madeira perpendicularmente ao seu eixo longitudinal. Nessa direção,a madeira apresenta resistências menores, na ordem de ¼ dos valores de resistência à compressão paralela.
	Este esforço é característico nas zonas de apoio das vigas, onde se concentra toda a carga em pequenas superfícies que deveriam ser capazes de transmitir a reação sem sofrer deformações.
	
( Tração: 
A tração são solicitações que provocam alongamento do material.
	
	( Tração Axial ou Paralela às Fibras: As forças agem paralelamente ao comprimento das células e tem a tendência de alongar as células da madeira ao longo do seu eixo longitudinal. Como exemplo de peças solicitadas a este esforço, podem-se referir a linha e o pendural das tesouras.
	Por ser um material fibroso, este é o tipo de esforço que melhor se distribui na madeira. Praticamente não ocorre ruptura por tração. Sua resistência é bastante elevada comparada à compressão, algo em torno de 2,5 vezes maior.
	( Tração Normal ou Perpendicular às Fibras: As forças tendem a separar as células da madeira perpendicular aos seus eixos. Essa resistência é baixíssima (~ 30 a 70 vezes menor que na direção paralela às fibras). Isso deve-se à existência de poucas fibras na direção perpendicular ao eixo da árvore e à conseqüente falta de travamento das fibras longitudinais.
	
	Nesta situação, as fibras são afastadas, provocando o rasgamento do material e sua conseqüente destruição. Esta resistência deve ser muito analisada, sendo aconselhável não se utilizar peças de madeira sob este tipo de esforço.
Esta questão é crítica no caso de peças curvas.
	
( Cisalhamento: 
O cisalhamento são solicitações que provocam o escorregamento em sentido contrário de duas partes de um material.
	
	( Cisalhamento Perpendicular às Fibras: As forças tendem a deformar as células perpendicularmente ao eixo longitudinal. Normalmente não é considerada, pois outras falhas ocorrem antes. Assim, este tipo de solicitação não é crítico, pois, antes de romper por cisalhamento, a peça apresentará problemas de esmagamento por compressão normal.
	( Cisalhamento Horizontal ou Paralelo às Fibras: As forças tendem a separar e escorregar as células da madeira longitudinalmente, sendo considerado o caso mais crítico.
	
	
( Flexão: 
A flexão são solicitações que provocam encurvamento do material.
	
	Na solicitação à flexão simples, ocorrem quatro tipos de esforços: compressão paralela às fibras, tração paralela às fibras, cisalhamento horizontal e, nas regiões dos apoios, compressão normal às fibras.
Como exemplo de peças solicitadas a este esforço, pode-se referir as vigas, vigotas, terças e as pernas das tesouras.
	
Este tipo de solicitação gera o aumento da área comprimida na seção e a redução da área tracionada, causando acréscimo de tensões nesta região, podendo romper por tração.
	( Resistências
A resistência da madeira é identificada pela letra “fw”, acompanhada de índices que identificam a solicitação à qual se aplica a propriedade. Em casos onde é evidente que o material ao qual se refere à resistência é a madeira, é dispensável o primeiro índice “w” (wood).
O índice seguinte indica a solicitação: “c” (compressão), “t” (tração), “v” (cisalhamento), “M” (flexão) e “e” (embutimento ou pressão de apoio em ligações com conectores).
Os índices após a vírgula indicam o ângulo entre a solicitação e as fibras: “0” (paralela), “90” (normal ou perpendicular) ou “(” (inclinada).
Exemplo: A resistência “fwc,90” identifica a resistência da madeira à compressão perpendicular às fibras.
Podem ainda ser usados índices para identificar se o valor de referência é médio (m) ou característico (k).
	
Na falta da determinação experimental, para espécies usuais de madeiras, a NBR 7190 admite as seguintes relações para os valores característicos das resistências:
	
( Módulo de Elasticidade ou Módulo de Deformação Longitudinal (E): 
Elasticidade é o nome que se dá a capacidade de um determinado material sofrer a aplicação de uma carga, apresentar deformação proporcional a sua intensidade e retornar a sua forma original. 
A madeira é um material elástico: quando solicitada por carregamentos pequenos, se deforma, sem quebrar. Como qualquer outro material, aumentando-se os carregamentos, pode-se levar a madeira à ruína (ruptura).
	
	
	
	
O Módulo de Elasticidade (E) da madeira mede sua resistência à deformação por flexão, isto é, diretamente relativa à rigidez de uma viga; e também fator de resistência de uma coluna comprida.
São definidos diversos módulos de elasticidade em função do tipo e da direção da solicitação em relação às fibras; e é identificada pela letra “E” acompanhada dos índices que identificam a direção à qual se aplica a propriedade.
O valor básico refere-se ao módulo de elasticidade longitudinal na compressão paralela às fibras (Ec,0).
O Módulo de elasticidade longitudinal na flexão (EM) pode ser obtido através de ensaios específicos ou como parte do valor de Ec,0, dado pela relação:
EM = 0,85 x Ec,0. (para as coníferas)
EM = 0,90 x Ec,0. (para as dicotiledôneas)
	
( Variações da Resistência e da Elasticidade ou Módulo de Deformação Longitudinal (E): 
A umidade de referência, usada no dimensionamento, sempre será referida ao valor de umidade igual a 12%.
Valores de resistência obtidos para peças em umidade diferentes de 12% deverão ser corrigidos pelas expressões:
	( Resistência:
	
	
	( Elasticidade:
	
	
	
( Classes de Resistência: 
As classes de resistência das madeiras, segundo a NBR 7190, têm por objetivo o emprego de madeiras com propriedades padronizadas, orientando a escolha do material para elaboração de projetos estruturais.
A utilização de classes de resistência elimina a necessidade da especificação da espécie da madeira, pois em um projeto estrutural desenvolvido de acordo com essa norma bastará a verificação das propriedades de resistência de um lote de peças de madeira à classe de resistência especificada no projeto.
Dessa maneira, a madeira passa a ser considerada por classes de resistência, onde cada classe representa um conjunto de espécies cujas características podem ser consideradas iguais dentro de cada classe.
São definidos dois grupos básicos: o das Coníferas e o das Dicotiledôneas, cujos valores representativos são mostrados nas Tabelas seguintes:
É importante salientar que a necessidade de especificar a espécie de madeira foi suprimida no que diz respeito à resistência mecânica.
Entretanto, isto ainda é necessário quando se precisam empregar madeiras naturalmente resistentes ou permeáveis às soluções preservantes, em função da classe de risco de deterioração biológica a que a madeira estará exposta (item 10.7 da Norma).
Outra situação que requer tal especificação é quando se precisa conhecer as características de trabalhabilidade e de decoratividade da madeira.
�
	Tabela com os Valores Médios usuais de Resistência e Rigidez a 12% de Umidade 
de Algumas Madeiras Utilizadas em Estruturas de Telhado
	Fontes: (1) Site do IPT/SP - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de SP: (http://www.ipt.br/consultas_online/informacoes_sobre_madeira/busca)
(2) Site do IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais: (http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr65/cap10.pdf)
(3) NBR 7190/1997 – “Projeto de Estruturas de Madeira”: (Anexo E - Valores médios usuais de resistência e rigidez de algumas madeiras nativas e de florestamento)
	Nome científico
(Espécie da Madeira)
	Nome comum
	Usos em Estrutura de Telhado
	Valores médios usuais de resistência e rigidez a 12% de Umidade
	
	
	
	((ap) 
kgf/m3
	(fc0)
MPa
	(ft0)
MPa
	(fv0)
MPa
	(Ec0)
MPa
	Anadenanthera cacrocarpa
	Angico-bravo
	Caibros, vigas
	1050
	94,7
	123
	26,2
	25113
	Andira spp
	Cafearana
	Ripas, caibros, vigas
	677
	59,1
	84
	10,2
	14185
	Apuleia leiocarpa
	Garapa Roraima
	Caibros, vigas
	892
	78,4
	108,0
	11,9
	18359
	Aspidospermadesmanthum
	Araracanga
	Caibros, vigas
	800
	67,9
	88,2
	12,7
	18944
	Astronium
	Muiracatiara
	Caibros, vigas, tesouras
	970
	82,4
	107
	23,9
	19195
	Bagassa guianensis
	Tatajuba
	Caibros, vigas, tesouras
	940
	79,5
	78,8
	12,2
	19583
	Bertholletia excelsa
	Castanheira
	Ripas
	750
	58,3
	75,7
	11,5
	13948
	Brosimum paraense
	Muirapiranga
	Caibros, vigas, tesouras
	800
	71,3
	92,6
	13,4
	16236
	Buchenavia huberi
	Tanibuca
	Ripas, caibros, vigas
	948
	91,2
	118,5
	18
	21357
	Calophyllum sp
	Jacareúba
	Ripas
	804
	51
	68
	16,4
	13029
	Caryocar glabrum
	Piquiarana
	Caibros, vigas
	850
	53,7
	69,8
	16,5
	17982
	Caryocar villosum
	Piquiá
	Caibros, vigas
	930
	94,2
	122,4
	22
	20757
	Cássia ferruginea
	Canafístula
	Ripas, caibros, vigas
	871
	52
	85
	18,5
	14613
	Cedrelinga catenaeformis
	Cedrorana
	Ripas
	520
	46,6
	62
	7,2
	14274
	Clarisia racemosa
	Oiticica amarela
	Ripas
	756
	69,9
	82,5
	10,6
	14719
	Copaifera spp
	Copaíba
	Ripas
	695
	54,5
	71
	14,6
	14012
	Cordia goeldiana
	Freijó
	Ripas
	590
	50,2
	65,3
	11,4
	18255
	Cordia trichotoma
	Louro-pardo
	Ripas
	780
	70,1
	91
	14,5
	21962
	Couratari spp
	Tauari
	Ripas
	610
	51
	66,2
	8,5
	11768
	Dinizia excelsa
	Angelim-vermelho
	Ripas, caibros, vigas
	1170
	76,7
	104,9
	11,3
	16694
	Diplotropis spp
	Sucupira
	Caibros, vigas, tesouras
	1106
	95,2
	123,4
	11,8
	21724
	Dipterys odorata
	Champagne
	Caibros, vigas
	1090
	93,2
	133,5
	10,7
	23002
	Endopleura uchi
	Uxi
	Caibros, vigas
	930
	81,5
	105,9
	20,3
	21163
	Enterolobium schomburgki
	Cambuí-sucupira
	Caibros, vigas, tesouras
	790
	55,9
	72,6
	17,9
	17122
	Erisma uncinatum
	Cedrinho
	Ripas
	544
	46
	59,7
	10,1
	15045
	Eucalyptus citriodora
	Eucalipto Citriodora
	Caibros, vigas
	999
	62
	123,6
	10,7
	18421
	Eucalyptus grandis
	Eucalipto Grandis
	Ripas
	640
	40,3
	70,2
	7,0
	12813
	(Continuação)
	Tabela com os Valores Médios usuais de Resistência e Rigidez a 12% de Umidade 
de Algumas Madeiras Utilizadas em Estruturas de Telhado
	Nome científico
(Espécie da Madeira)
	Nome comum
	Usos em Estrutura de Telhado
	Valores médios usuais de resistência e rigidez a 12% de Umidade
	
	
	
	((ap) 
kgf/m3
	(fc0)
MPa
	(ft0)
MPa
	(fv0)
MPa
	(Ec0)
MPa
	Eucalyptus saligna
	Eucalipto Saligna
	Ripas, caibros, vigas
	731
	46,8
	95,5
	8,2
	14933
	Euxylophora paraensis
	Pau-amarelo
	Caibros, vigas, tesouras
	810
	69,4
	90,1
	17,8
	15254
	Goupia glabra
	Cupiúba
	Ripas, caibros, vigas
	838
	54,4
	62,1
	10,4
	13627
	Hymenaea spp
	Jatobá
	Caibros, vigas, tesouras
	1074
	93,3
	157,5
	15,7
	23607
	Hymenolobium petraeum
	Angelim-pedra
	Ripas, caibros, vigas
	694
	59,8
	75,5
	8,8
	12912
	Hymenolobium spp
	Angelim-ferro
	Ripas, caibros, vigas
	1170
	79,5
	117,8
	11,8
	20827
	Lecythis lurida
	Jarana
	Caibros, vigas
	930
	82,5
	107,1
	23
	30127
	Lecythis spp
	Sapucaia
	Ripas, caibros, vigas
	880
	58,4
	75,9
	16,6
	15350
	Licania spp
	Caraipé
	Caibros, vigas
	1010
	89,3
	115,9
	19,9
	36800
	Maclura tinctoria
	Amoreira
	Caibros, vigas
	880
	90
	116,9
	20,3
	17612
	Manilkara spp
	Maçaranduba
	Caibros, vigas, tesouras
	1143
	82,9
	138,5
	14,9
	22733
	Mezilaurus itauba
	Itaúba
	Caibros, vigas, tesouras
	908
	69
	104
	18,8
	17443
	Micropholis venulosa
	Curupixá
	Ripas
	790
	64,9
	84,3
	14,4
	15472
	Mimosa scabrella
	Bracatinga
	Ripas
	670
	52,8
	68,5
	19,5
	22226
	Myrocarpus sp
	Cabriúva-parda
	Ripas, caibros, vigas
	910
	70,3
	91,4
	20,4
	19034
	Myroxylon balsamum
	Cabriúva-vermelha
	Caibros, vigas
	950
	77,5
	100,6
	23,4
	18301
	Nectandra rubra
	Louro-vermelho
	Ripas
	770
	54
	70,1
	12,9
	21729
	Ocotea spp
	Imbuia
	Caibros, vigas
	684
	56,5
	111,9
	9,0
	14185
	Parapiptadenia rigida
	Angico-vermelho
	Caibros, vigas
	850
	58
	75,3
	20,5
	14370
	Paratecoma peroba
	Peroba-de-campos
	Ripas, caibros, vigas
	730
	58,9
	76,4
	15,3
	14652
	Peltogyne spp
	Pau-roxo
	Caibros, vigas, tesouras
	890
	91,7
	119,1
	21,3
	26499
	Peltophorum vogelianum
	Guarucaia
	Ripas, caibros, vigas
	919
	62,4
	70,9
	15,5
	17212
	Pinus elliottii
	Pinus-eliote
	Ripas
	480
	34,3
	44,6
	10,8
	13883
	Piptadenia macrocarpa
	Angico-preto
	Ripas, caibros, vigas
	888
	73
	110
	24,5
	15375
	Planchonella pachycarpa
	Goiabão
	Caibros, vigas
	938
	74
	119
	18,1
	18717
	Platonia insignis
	Bacuri
	Caibros, vigas
	820
	53,9
	70
	12,7
	19315
	Platymiscium ulei
	Macacaúba
	Caibros, vigas, tesouras
	940
	121
	157,1
	18,9
	27282
	Qualea spp
	Mandioqueira
	Ripas
	856
	71,4
	89,1
	10,6
	18971
	Ruizterania albiflora
	Canela-mandioca
	Ripas
	650
	61,6
	80
	15,1
	22259
	(Continuação)
	Tabela com os Valores Médios usuais de Resistência e Rigidez a 12% de Umidade 
de Algumas Madeiras Utilizadas em Estruturas de Telhado
	Nome científico
(Espécie da Madeira)
	Nome comum
	Usos em Estrutura de Telhado
	Valores médios usuais de resistência e rigidez a 12% de Umidade
	
	
	
	((ap) 
kgf/m3
	(fc0)
MPa
	(ft0)
MPa
	(fv0)
MPa
	(Ec0)
MPa
	Sebastiania commersoniana
	Branquilho
	Caibros
	810
	49
	88
	16
	13813
	Tabebuia serratifolia
	Ipê
	Caibros, vigas
	1068
	76,0
	96,8
	13,1
	18011
	Tachigali myrmecophila
	Tachi
	Ripas
	1050
	88
	111
	20,9
	19901
	Vochysia spp
	Quaruba
	Ripas
	801
	56
	120,2
	8,2
	16224
	Votaireopsis araroba
	Angelim-araroba
	Ripas, caibros, vigas
	688
	50,5
	69,2
	7,1
	12876
	Votairea fusca
	Angelim-amargoso
	Ripas, caibros, vigas
	772
	60
	75
	16
	15940
	Votairea sp
	Angelim-saia
	Ripas, caibros, vigas
	764
	63
	101
	14,6
	24081
_1357644562/ole-[42, 4D, BE, 92, 06, 00, 00, 00]
_1357907359/ole-[42, 4D, 36, 65, 01, 00, 00, 00]
_1357911512/ole-[42, 4D, 86, 85, 00, 00, 00, 00]
_1357907581/ole-[42, 4D, C2, 05, 02, 00, 00, 00]
_1357907321/ole-[42, 4D, F2, 67, 01, 00, 00, 00]
_1357641400/ole-[42, 4D, 86, 9A, 08, 00, 00, 00]
_1357643455/ole-[42, 4D, 96, 65, 0A, 00, 00, 00]
_1357640452/ole-[42, 4D, B6, 73, 0B, 00, 00, 00]

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