Pesquisa em Psicologia Social: A Influência do marketing e o consumismo dos jovens.

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FACULDADES INTEGRADAS MARIA THEREZA
 CURSO DE PSICOLOGIA
Estágio Básico
Niterói
2014
Instituição de Ensino Superior
Faculdades Integradas Maria Thereza – FAMATH
Estágio Básico
Iuri Kohler Hanzak
213001008
Guilherme Correa March Farias
213001035
Matheus Pereira de Oliveira
113015013
Prof.: Lígia Claudia Gomes de Souza
CRP: 05/17704
Niterói
2014
Introdução:
Tendo em vista as novas tendências do mundo moderno (moda, tecnologia, etc) o marketing se encontra presente em quase todas as formas, especialmente em propagandas. Com poder de persuasão, o marketing, também, serve como arma, atraindo jovens para sua causa e tornando-os consumidores.
Não só como consequência do consumismo, mas é notável a formação de grupos e de preconceitos, entre os jovens e adultos, em relação ao produto que consomem, a marca de roupa usada, o modelo de telefone celular, entre outras coisas, talvez não tão uteis como as propagandas fazem parecer.
Fundamentação Teórica
Com a sociedade vivendo dentro de uma atmosfera que visa nada mais, nada menos do que o alto lucro uma arma construída neste mesmo meio chamada de marketing se encontra presente e é uma das formas de despertar o consumismo nas pessoas. Objetos recebem valores sentimentais ao ponto de suprirem necessidades e camuflar sentimentos. A cultura consumista/capitalista convence as pessoas de que o certo é adquirir a versão mais atualizada de seus produtos, consequentemente esta ‘’armadilha’’ tem sucesso e o indivíduo vem a se sentir confiante e feliz pela compra.
Portanto, podemos considerar que o consumo é um componente social que se manifesta em um determinado espaço do mercado, que estabelece um sistema de comportamentos, atitudes e relações humanas com o produto. (MARIN, 2010).
Assim como o marketing podemos dizer que o consumismo é ‘’uma atividade de manipulação de sinais’’ (BAUDRILLARD, 1969) e através disso atinge a parte jovem da população de maneira imperceptível.
O marketing como a psicologia do consumo, entende-se assim pelo fato de intervir através de várias maneiras, com ações estratégicas bem planejadas e executadas, tem como finalidade gerar um impulso com um objeto específico. A percepção da pessoa é influenciada de inúmeras maneiras: desde as cores, as formas, às vezes até o cheiro do produto, ou seja, coisas pelas quais podem ser instigadas de forma subjetiva e até inconscientemente, como a comunicação subliminar, por exemplo, que é polêmica. Outro tipo de influência está contido na argumentação dos vendedores que, uma vez instruídos, podem interferir emocionalmente os clientes, através de argumentações positivas a respeito do produto, fazendo com que seja despertado um desejo ainda não expresso ou materializado. Compreende-se que o marketing é um dispositivo que se utiliza das teorias do comportamento humano como forma de buscar melhor entendimento sobre como e por que as pessoas compram e, assim, viabilizar nossas formas de atingir mais consumidores.
Deve-se levar em conta, também, os efeitos negativos desta cultura consumista. Muitas vezes o fator ‘’necessidade’’ de adquirir certo produto pode ter sido manipulado por estímulos externos, como por exemplo: O indivíduo não é aceito em um grupo, pois não se veste como os outros; A jovem é excluída por não seguir os padrões que a moda rege,
O bem estar e a felicidade são julgados por parâmetros socialmente valorizados, onde o fracasso e a incapacidade das pessoas para alcançar essas normas gratificantes, necessariamente geram angústia e sofrimento. (BAUMAN, 2008)
Nas empresas existem setores especializados em propaganda e marketing justamente para levantar uma pesquisa em que possa ser analisado como as pessoas estão se comportando em relação aos produtos oferecidos. Há empresas que preferem atingir determinados públicos alvos, um bom exemplo disso são as marcas de bebidas energéticas, visto que sua propaganda é feita de forma quase indireta como em, cartazes, bandeiras, capacetes e carros personalizados com o logotipo e através de eventos esportivos a informação da propaganda é massificado como se fosse a única empresa que fabrica tal produto. Além das bebidas energéticas, as alcóolicas se encontram presentes em tão belas propagandas quanto as antigas de cigarro, na época em que passavam na televisão. Badalar, festejar e curtir bons momentos com os amigos virou uma prática não saudável para alguns jovens, pois acreditam que o álcool é a única fonte de relaxamento e de diversão. Infelizmente mesmo com a proibição da venda de bebidas para menores de idade, eles conseguem adquirir e fazem o uso não responsável, muitas vezes causando acidentes e transtornos com a própria família.
Método
Participante / sujeito: A amostra foi composta por um número de cento e vinte participantes, sendo eles, homens e mulheres de 18 a 25 anos de idade.
Procedimentos da coleta de dados: Os dados foram coletados através da aplicação de questionário.
Procedimento: Os dados foram submetidos à análise quantitativa.
Resultados:
As propagandas influenciam minhas compras:
Os resultados, da questão, mostraram que jovens das classes média alta e alta são, um pouco, mais influenciados do que os da classe média, porém mais jovens da classe média responderam ‘’nem concordo nem discordo’’ e, dos mesmos, houve menos jovens respondendo ‘’discordo’’
 
As minhas compras baseiam-se, somente, nas minhas necessidades:
Comparando os resultados nota-se uma demanda de consumo geral maior na classe média alta e alta, visto que os mesmos não se preocupam em restringir suas compras à necessidades.
O ambiente (loja, shopping, etc) desperta minha vontade de consumir:
Em ambos, os grupos, a maioria dos entrevistados confirmou que o ambiente influencia o desejo de consumir.
Sinto necessidade de adquirir os produtos anunciados na mídia:
Há semelhança entre os resultados dos grupos. Leva-se em consideração que a classe média é mais atingida, minimamente, pelas propagandas nas mídias.
Consigo administrar bem o meu dinheiro. Sei quando e quanto gastar:
A classe média se mostra mais preocupada com suas economias mostrando saber administrá-lo, enquanto a classe média alta e alta apresenta maior ineficiência em relação a administração do próprio dinheiro.
Tenho costume de parcelar minhas compras quando não tenho dinheiro disponível:
A classe média alta e alta demonstra muita preocupação em relação ao ato de comprar e ter dinheiro para, ao contrário da classe média que se mostra bem dividida, nos resultados, sobre a questão.
Devo estar na moda para me sentir confiante:
Baseado nos resultados, a classe média não acredita que estar na moda é um fator importante para se sentir confiante, do contrário a classe média alta e alta se diz preocupada em estar na moda para se sentir confiante.
Frequentemente gasto mais do que posso e ultrapasso os limites de crédito:
A pesar do pequeno número, de entrevistados, que afirmaram gastar mais do que podem, a classe média alta e alta mostrou-se mais a par com a preocupação com seus gastos.
Meu grupo de amigos influencia meu estilo de compras:
Nesta questão a classe média diz não ter seu estilo de compra influenciada por seus amigos, diferentemente da classe média alta e alta que se mostrou mais influenciada por seus amigos.
 Ao consumir sinto felicidade e bem estar:
Houveram mais entrevistados que concordaram com a questão em ambos os grupos, nota-se apenas que a classe média alta e alta tiveram mais entrevistados que concordaram.
Discussão:
 Justamente com a intenção de comparar aspectos sociais, e até culturais, entre as duas classes sociais e econômicas, tornou-se possível a elaboração do questionário desta pesquisa.Seus resultados serão aqui, discutidos.
A relação que ambas as classes tem, de um ponto de vista influenciável, sobre as propagandas de marketing são semelhantes. Não foi possível traçar um perfil partindo da questão. Na segunda questão nota-se uma diferença interessante quando se é perguntado sobre a real necessidade das compras realizadas por ambas as classes. O grupo de entrevistados, da classe média, mostrou um resultado equilibrado dentre as opções escolhidas pelo próprio grupo, mas, de fato, o que chama a atenção é a comparação das respostas com a elite, os quais discordaram. Pode-se dizer que a elite não mostra preocupação com seu consumo em relação a real necessidade.
O fator ambiente, como por exemplo, lojas e shoppings, é sim um fator reforçador para o ato de consumir. Como mostram os dados obtidos, ambas as classes entrevistadas afirmam que este ambiente os leva a consumir. Uma minoria, quase insignificante, negou.
Em relação ao controle de finanças, outra questão que mostrou diferença entre os entrevistados, há uma grande preocupação da classe média e, os mesmos, afirmam saber administrar melhor seu dinheiro, enquanto mais da metade, dos entrevistados da elite, mostra-se despreocupada.
Sobre os resultados obtidos nota-se a diferença do comportamento em relação ao consumo de ambas as classes. Ao mesmo tempo em que a classe média mostrou-se mais preocupada com seu controle de gastos a elite se apresenta de maneira antônima. É possível dizer que a classe social e financeira, dos jovens de hoje, são sim um fator de influencia, ou seja, o meio vem a influenciar o indivíduo. Todos os dias estes jovens são atingidos por propagandas e são influenciados por outras pessoas, amigos, ídolos, etc a consumir determinados produtos, como roupas de uma marca específica.
A real finalidade do marketing não é servir às necessidades das pessoas, mas sim, independente da renda, atrair os olhares para determinado produto e mostrar o status social que aquilo trará. O marketing funciona como arma do capitalismo e atinge os jovens, cujo os quais se apresentam como mais vulneráveis.
Considerações Finais
Como base nos resultados encontrados e conteúdos que colaboraram para a produção da pesquisa, monta-se uma base focada em entender como o consumismo afeta os jovens de diferentes classes sociais. A exploração do mercado e o uso de técnicas influenciadoras, mostram-se como fator, praticamente, determinante das novas tendências, desde roupas até aparelhos eletrônicos.
Destaca-se, também, o próprio ambiente de compra, o qual se mostra uma rica fonte de influencia, muitas vezes para o consumo não necessário ou para manter o consumista dentro dos padrões ditados pelo seu grupo. Cada vez mais os jovens se envolvem com grupos que passam a falsa sensação de bem estar e de meio pertencente. Grupos, os quais se formam muitas vezes pelo interesse em comum entre seus integrantes, porém, tomando o ponto de vista instruído por esta pesquisa, são grupos formados pelo interesse em comum de seus integrantes por um determinado produto.
É de grande interesse, estudar sobre o tema abordado, colaborando para uma maior dimensão de conhecimento, no qual a psicologia se aplica e muito, como arma. Cabe ressaltar a diferença no comportamento entre as classes participantes, como se fossem pessoas de sociedades diferentes respondendo a mesma questão.
Referências
CATALAN MARIN, Omar. Juventud y consumo: bases analíticas para una problematización. Ultima décad.,  Santiago ,  v. 18, n. 32, jul.  2010 . 
Baudrillard, J. (1969):. O sistema dos objetos. México Século XXI
Bauman, Z. (2008): Globalização. Consequências humanas. Buenos Aires:. FCE