Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PRODUTO BRUTO E PRODUTO LÍQUIDO Nas atividades de produção de bens e serviços, o estoque de capital da economia sofre um desgaste físico parcial denominado Depreciação. O PRODUTO BRUTO corresponde ao somatório do valor da produção de bens e serviços finais da economia, sem deduzir deste total a depreciação. No cálculo do Produto Líquido, esta dedução é efetuada: PRODUTO INTERNO E PRODUTO NACIONAL Para se entender a distinção entre os conceitos de Produto Interno e Produto Nacional são necessárias algumas considerações sobre as relações econômicas entre o país e o Exterior (Resto do Mundo) resumidas no fluxograma: No fluxograma, somente estão registradas as TRANSAÇÕES CORRENTES, que correspondem à compra e venda de bens e serviços. Há também as transações de capital, analisadas no capítulo Balanço de Pagamentos. O valor das exportações de bens e serviços do país para o exterior está computado no Produto, pois se trata de produção efetuada pelo País. As importações não fazem parte do Produto, pois não se trata de produção do País e sim do Resto do Mundo. Para efetuar a produção interna, o país utiliza serviços de fatores que são de propriedade de residentes no exterior. Por exemplo, a Volkswagen brasileira conta com a participação de capital (capital de risco)l estrangeiro, já que boa parte de suas ações são de propriedade da Volkswagen alemã. Algumas empresas brasileiras tomam dinheiro emprestado no exterior para financiamento de suas atividades produtivas (capital de empréstimo). Como contrapartida à prestação de serviços do capital estrangeiro na produção interna lucros e juros são remetidos para o exterior. Inversamente, a produção que é realizada pelo Resto do Mundo também utiliza fatores de produção de propriedade de residentes no país. Assim, por exemplo, uma filial do Supermercado Pão de Açúcar em Portugal tem aporte de capital brasileiro. O PRODUTO INTERNO corresponde ao valor de bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras geográficas do País. No seu valor estão computadas as exportações e não estão incluídas as importações. Para sua efetivação, foram utilizados fatores de produção pertencentes aos residentes no país e aos residentes no exterior. O PRODUTO NACIONAL corresponde ao valor dos bens e serviços finais produzidos exclusivamente com o uso de fatores de produção de propriedade de residentes no país. Ou seja, o Produto Nacional possui uma parcela que é produzida no país e uma parcela que é produzida no exterior, ambas correspondentes à produção com o uso de fatores de propriedade de residentes. Para se medir a contribuição dos fatores para a produção de bens e serviços, é utilizada a renda paga pelas empresas pelo seu uso. Assim, a contribuição que os fatores de produção estrangeiros prestaram para a elaboração do Produto Interno é medida pela renda paga a eles, por exemplo, juros e lucros. Esta renda é denominada Renda Enviada para o Exterior. De forma similar, a contribuição de fatores de residentes no país para a produção do Resto do Mundo é medida pela Renda Recebida do Exterior. Desse modo, pode-se definir que: Exemplo: Produção interna de bens e serviços finais = $ 440 bilhões Renda enviada para o exterior = $ 3,5 bilhões Renda recebida do Exterior = $ 0,5 bilhão Produto Interno (PI) = $ 440 bilhões ___________________________________________________________________________ Produto Nacional (PN) = $ 440 (-) $ 3,5 + $ 0,5 = $ 437 bilhões A produção efetuada no país (Produto Interno) foi de $ 440 bilhões. A produção efetuada com o uso de fatores de produção de propriedade de residentes no país (Produto Nacional) foi um pouco menor, $ 437 bilhões. Outra forma de expressar as relações entre PI e PN é através da utilização da chamada Renda Líquida enviada ou recebida do Exterior. A Renda Líquida é enviada para o exterior quando: Renda Enviada > Renda Recebida A Renda Líquida é recebida do exterior quando: Renda Enviada < Renda Recebida No exemplo anterior, a Renda Líquida enviada para o Exterior é de $ 3 bilhões, porque a Renda Enviada é superior à Renda Recebida. Redefinindo-se as expressões: PRODUTO NACIONAL Produto Interno menos a Renda Líquida Enviada para o Exterior Produto Interno mais a Renda Líquida Recebida do Exterior. PRODUTO INTERNO Produto Nacional mais a Renda Líquida Enviada para o Exterior Produto Nacional menos a Renda Líquida Recebida do Exterior. Os países mais desenvolvidos e que são exportadores líquidos de capital tendem a apresentar Renda Líquida Recebida do Exterior e seu Produto Nacional normalmente é maior que o Produto Interno. O contrário ocorre com países menos desenvolvidos. COMBINAÇÃO ENTRE OS CONCEITOS DE PRODUTO: Se o Produto é medido no conceito Interno e no conceito Bruto, ou seja, o somatório do valor dos bens e serviços finais produzidos dentro das fronteiras geográficas do País e sem que se exclua desse total o desgaste do estoque de capital verificado no período, tem-se o Produto Interno Bruto (PIB). Se o Produto é medido no conceito Interno e no conceito Líquido (excluindo-se a depreciação), tem-se o Produto Interno Líquido (PIL). PIL = PIB (-) DEPRECIAÇÃO PIB = PIL (+) DEPRECIAÇÃO Se o Produto é medido no conceito Nacional e no conceito Bruto, ou seja, o somatório do valor da produção de bens e serviços finais produzidos pelos fatores de produção de propriedade de residentes no país e sem excluir deste valor a Depreciação, tem-se o Produto Nacional Bruto (PNB). O Produto Nacional Líquido (PNL) será: PNL = PNB (-) DEPRECIAÇÃO PNB = PNL (+) DEPRECIAÇÃO PRODUTO: somatório do valor da produção dos bens e serviços finais da economia. A agregação de bens e serviços de natureza heterogênea para se encontrar o valor do Produto só é possível porque se usam os preços como medida do valor da produção. PRODUTO PREÇO DE MERCADO: Se os preços utilizados para se mensurar o Produto são os preços correntes praticados no mercado de bens e serviços, tem-se o Produto a preços de mercado. PRODUTO A CUSTO DE FATORES O custo de fatores é o preço que cobre os custos de produção dos bens e serviços, inclusive o lucro empresarial. Corresponde ao preço que seria cobrado pelo produtor se não existissem os impostos Indiretos e os subsídios. Os Impostos Indiretos são aqueles que incidem sobre a venda dos bens e serviços: ICMS, IPI e ISS. Subsídios são transferências que o Governo realiza para as empresas para reduzir o preço de mercado dos produtos. Os subsídios funcionam como impostos indiretos negativos, pois reduzem o preço dos produtos. PRODUTO A PREÇOS DE MERCADO = Produto a Custo de Fatores + Impostos Indiretos - Subsídios PRODUTO A CUSTO DE FATORES = Produto a Preços de Mercado - Impostos Indiretos + Subsídios FONTE: VICECONTI, P.E.V.; NEVES, S. Introdução à Economia -- 9ª ed.--São Paulo: Frase Editora, 2009. P.187-190. O Valor Bruto da Produção (VBP) é o valor monetário de todos os bens e serviços (intermediários e finais) elaborados, em um período específico de tempo, com os serviços de fatores de produção situados dentro dos limites geográficos de um país. O Produto Interno Bruto (PIB) é o valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos, em determinado período de tempo, com os serviços de fatores de produção situados dentro dos limites geográficos de um país. O Produto Interno Bruto pode ser calculado pela soma de valores adicionados nos setores de atividade econômica. O valor adicionado é quanto uma atividade adiciona de valores a certos bens, de modo a gerar outro bem ou serviço (final ou intermediário). O valor adicionado por uma atividade é calculado como o valor bruto da produção menos o consumo intermediário. Ou seja: O conceito de ProdutoInterno Bruto (PIB) é, normalmente, apresentado sob a forma de Produto Interno Bruto a preços de mercados (PIBPM) e de Produto Interno Bruto a custos de fatores (PIBCT). A diferença é que o PIBPM inclui os impostos indiretos (II) cobrados na economia e o PIBCF exclui esses impostos indiretos. Assim, PIBpM = PIBCF + II. O PIBCF é o que se obtém da soma de valores adicionados FONTE: Definição e Importância da Agropecuária e do Agronegócio na Economia Brasileira CAP. 1 DO LIVRO ECONOMIA AGRÍCOLA E POLÍTICA AGRÍCOLA NO BRASIL. CARLOS JOSÉ CAETANO BACHA, SP. EDITORA ATLAS, 2004. P.13-25.
Compartilhar