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Psicopatologia II

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Psicopatologia II - Aula 1
A ansiedade pode ser normal ou patológica. 
• A ansiedade normal funciona com um alerta vermelho, indicando para o sujeito que ele precisa tomar as medidas necessárias para lidar com as ameaças. 
O medo é uma reação normal, fundamental para a proteção dos sujeitos. Se não tivéssemos medo, não tentaríamos nos proteger. O medo aparece em situações que apresentam um perigo real ou imaginário. A ansiedade normal é vaga e difusa (não está concentrada em nenhuma área do corpo), e pode ajudar em algumas situações. 
• Já a ansiedade patológica paralisa o sujeito, traz prejuízos ao seu desempenho, não permite que o sujeito se proteja das ansiedades ameaçadoras.
Síndromes Ansiosas: (Dalgalarrondo) 
As síndromes ansiosas são ordenadas inicialmente em dois grandes grupos: 
• Quadros em que a ansiedade é constante e permanente (ansiedade generalizada, livre e flutuante) e 
• Quadros em que há crises de ansiedade abruptas e mais ou menos intensas. São as chamadas crises de pânico, que podem configurar, se ocorrerem, de modo repetitivo, o transtorno de pânico.
Estatísticas:9,3% é a taxa de pessoas com algum transtorno de ansiedade no Brasil, segundo a OMS.
Transtorno de ansiedade de separação | 309.21 (DSM-5, 2014, p. 190) CID-10 (1993, infância e adolescência F93.1)
Esse transtorno se caracteriza por uma ansiedade ou medo impróprio ou excessivo envolvendo a separação daqueles a quem o sujeito tem apego. A criança sente um pavor de perder seus pais ou irmãos ou pessoas com quem tem ligação afetiva. A criança pode apresentar comportamentos de irritação, choro, insônia e agressividade.
Características diagnósticas no DSM-5:
A- Medo ou ansiedade impróprios ou excessivos em relação ao estágio de desenvolvimento,envolvendo a separação das figuras de apego. Para ter evidenciado o transtorno de ansiedade de separação são necessários três (ou mais) dos seguintes aspectos: 
1. Sofrimento excessivo e recorrente ante a ocorrência ou previsão de afastamento de casa ou de figuras importantes de apego; 
2. Preocupação persistente e excessiva acerca da possível perda ou de perigos envolvendo figuras importantes de apego, tais como doença, ferimentos, desastres ou morte; 
3. Preocupação persistente e excessiva de que um evento indesejado leve à separação de uma figura importante de apego (p. ex.: perder-se, ser sequestrado, sofrer um acidente, ficar doente); 
4. Relutância persistente ou recusa a sair, afastar-se de casa, ir para a escola, o trabalho ou a qualquer outro lugar, em virtude do medo da separação; 
5. Temor persistente e excessivo ou relutância em ficar sozinho ou sem as figuras importantes de apego em casa ou em outros contextos; 
6. Relutância ou recusa persistente em dormir longe de casa ou dormir sem estar próximo a uma figura importante de apego; 
7. Pesadelos repetidos envolvendo o tema da separação; 
8. Repetidas queixas de sintomas somáticos (p. ex.: cefaleias, dores abdominais, náusea ou vômitos) quando a separação de figuras importantes de apego ocorre ou é prevista. 
B- Duração de pelo menos quatro semanas em crianças e adolescentes e, geralmente, seis meses ou mais em adultos. 
C- Há sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, acadêmico, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
D- A perturbação não é melhor explicada por outro transtorno mental como resistência a sair de casa do TEA; delírios ou alucinações envolvendo separações dos transtornos psicóticos; recusa a sair com alguém de confiança na AGO preocupações da TAG ou preocupação em ter uma doença no transtorno de ansiedade de doença. 
Mutismo seletivo | 313.23 (DSM-5, 2014, p. 195) CID-10 (1993 Transtornos da infância e adolescência): F94.0
As crianças que sofrem desse transtorno não iniciam as conversas e não respondem quando os outros falam com ela. As crianças com mutismo seletivo falarão na sua casa na presença de membros da família imediata, mas com frequência não o farão nem mesmo diante de amigos próximos ou parentes de segundo grau, como avós ou primos. As crianças com mutismo seletivo comumente se recusam a falar na escola, o que leva a prejuízos acadêmicos ou educacionais, uma vez que os professores têm dificuldade para avaliar habilidades como a leitura. As crianças com mutismo podem usar uma fala não verbal apontando, escrevendo, grunhindo. 
Critérios diagnósticos no DSM-5:
 Para ser considerado mutismo seletivo, a criança deve apresentar ao menos dois dos sintomas a seguir. 
A. Fracasso persistente para falar em situações sociais específicas nas quais existe a expectativa para tal (p. ex.: na escola), apesar de falar em outras situações. 
B. A perturbação interfere na realização educacional ou profissional ou na comunicação social. 
C. A duração mínima da perturbação é um mês (não limitada ao primeiro mês de escola). 
D. O fracasso para falar não se deve a um desconhecimento ou desconforto com o idioma exigido pela situação social. 
E. A perturbação não é melhor explicada por um transtorno da comunicação (p. ex.: transtorno da fluência com início na infância) nem ocorre exclusivamente durante o curso de TEA, esquizofrenia ou outro transtorno psicótico. 
*Curso no DSM-5: Surge habitualmente antes dos 5 anos de idade. A persistência do transtorno é variável e seu curso desconhecido
Aula 2 
Fobia específica | 300.29 (DSM-5, 2014) CID 10 (1993) F40. 2--
A fobia específica diz respeito ao medo descomunal/irracional de alguma situação, algum animal ou determinado objeto. Em algumas situações, as pessoas fóbicas podem ter comportamentos que causam estranhamento e desconforto na própria pessoa e em quem está a sua volta.
Top Ten das Fobias Específicas: 
1. Acrofobia é o medo de lugares altos. 
2. Aerofobia: fobia de voar. 
3. Claustrofobia: Sentir-se ser comprimido em ambiente fechado. 
4. Entomofobia: medo de insetos. 
5. Glossofobia: falar ou imaginar falar em público. 
6. Hematofobia: ver sangue. 
7. Aquafobia: medo de se afogar. 
8. Nictofobia: medo excessivo do escuro ou da noite. 
9. Aicmofobia: medo descontrolado de agulhas, injeções e outros objetos cortantes. 
10. Brontofobia: O medo excessivo de trovões e raios. 
Características diagnósticas no DSM-5:
Para ser caracterizado como um quadro fóbico é preciso a presença de mais de um estímulo fóbico. 
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação (ex.: voar, alturas, animais, tomar uma injeção, ver sangue). 
B. O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta imediata de medo ou ansiedade. 
C. O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou sofrimento. 
D. O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação específica e ao contexto sociocultural. 
E. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração mínima de seis meses. 
F. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
G. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental, incluindo medo, ansiedade e esquiva de situações associadas a sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes (como na agorafobia); objetos ou situações relacionados a obsessões (como no transtorno obsessivo-compulsivo); evocação de eventos traumáticos (como no transtorno de estresse pós-traumático); separação de casa ou de figuras de apego (como no transtorno de ansiedade de separação); ou situações sociais (como no transtorno de ansiedade social). 
Especificar o código baseado no estímulo fóbico: 
300.29 (F40.218) Animal (ex., aranhas, insetos, cães). 
300.29 (F40.228) Ambiente natural (ex., alturas, tempestades, água). 
300.29 (F40.23x) Sangue-injeção-ferimentos (agulhas, procedimentos médicos invasivos).(F40.230 medo de sangue; F40.231 medo de injeções e transfusões; F40.232 medo deoutros cuidados médicos; ou F40.233 medo de ferimentos.) 
300.29 (F40.248) Situacional:(ex., aviões, elevadores, locais fechados). 
300.29 (F40.298) Outro:(ex., situações que podem levar a asfixia ou vômitos; em crianças,ex., sons altos ou personagens vestidos com trajes de fantasia). 
Transtorno de ansiedade social (fobia social) | 300.23 (DSM-5, 2014) | CID-10 (1993): F40.10.
Os sujeitos com transtorno de ansiedade social podem ficar prejudicados em sua vida social ou profissional pelo medo de estar e falar em público e da exposição dela decorrente, pois pensa estar sendo avaliado/observado/criticado o tempo todo. Comumente há perda da autoestima e acentua-se na adolescência, persistindo na vida adulta, se não houver tratamento.
Critérios diagnósticos no DSM-5:
Para se caracterizar como um transtorno é necessário um medo ou ansiedade acentuada ou intenso de situações sociais nas quais os sujeitos são avaliados pelos outros. Em crianças, devem acontecer em contexto com outras crianças e não em interação com adultos. 
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações sociais (ex.: manter uma conversa, encontrar pessoas que não são familiares), ser observado (ex.: comendo ou bebendo) e situações de desempenho diante de outros (ex.: proferir palestras). 
B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente (i.e., será humilhante ou constrangedor; provocará a rejeição ou ofenderá a outros). 
C. As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade. Nota: Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser expresso chorando, com ataques de raiva, imobilidade, comportamento de agarrar-se, encolhendo-se ou fracassando em falar em situações sociais. 
D. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade. 
E. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social e o contexto sociocultural. 
F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses. 
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
H. O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica. 
I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental, como transtorno de pânico, transtorno dismórfico corporal ou transtorno do espectro autista. 
J. Se outra condição médica (p. ex., doença de Parkinson, obesidade, desfiguração por queimaduras ou ferimentos) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente não relacionado ou é excessivo. 
Comorbidade:
O transtorno de ansiedade social é com frequência comórbido com outros transtornos de ansiedade, transtorno depressivo maior e transtornos por uso de substâncias, e seu início geralmente precede o de outros transtornos, exceto a fobia específica e o transtorno de ansiedade de separação. O isolamento social crônico no curso de um transtorno de ansiedade social pode resultar em transtorno depressivo maior. A comorbidade com depressão é alta também em adultos mais velhos. Substâncias podem ser usadas como automedicação para medos sociais; porém, os sintomas de intoxicação ou abstinência, como tremor, também podem ser uma fonte de (mais) medo social. O transtorno de ansiedade social é frequentemente comórbido com transtorno bipolar ou transtorno dismórfico corporal; por exemplo, um indivíduo tem transtorno dismórfico corporal referente à preocupação com uma leve irregularidade em seu nariz e também transtorno de ansiedade social devido a um medo grave de parecer pouco inteligente. A forma mais generalizada de ansiedade social é com frequência comórbida com transtorno da personalidade evitativa. Em crianças, as comorbidades com autismo de alto funcionamento e mutismo seletivo são comuns.
Aula 3
Transtorno de pânico | 300.01 (DSM-5, 2014, p. 208) CID-10 (1993 F41. 0)
Transtorno de pânico se refere a ataques de pânico inesperados recorrentes (Critério A). Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro ou mais de uma lista de 13 sintomas físicos e cognitivos. O termo recorrente significa literalmente mais de um ataque de pânico inesperado. O termo inesperado se refere a um ataque de pânico para o qual não existe um indício ou desencadeante óbvio no momento da ocorrência – ou seja, o ataque parece vir do nada, como quando o indivíduo está relaxando ou emergindo do sono (ataque de pânico noturno). Em contraste, os ataques de pânico esperados são ataques para os quais existe um indício ou desencadeante óbvio, como uma situação em que os ataques de pânico ocorrem geralmente. 
Características diagnósticas no DSM-5: 
Critério A – ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas: 
Nota: O surto abrupto pode ocorrer a partir de um estado calmo ou de um estado ansioso
1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia. 
2. Sudorese. 
3. Tremores ou abalos. 
4. Sensações de falta de ar ou sufocamento. 
5. Sensações de asfixia. 
6. Dor ou desconforto torácico. 
7. Náusea ou desconforto abdominal. 
8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio 
9. Calafrios ou ondas de calor. 
10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento). 
11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo). 
12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”. 
13. Medo de morrer. 
Critério B – Pelo ao menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características: 
1. Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico. 
2. Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionado aos ataques. 
C. A perturbação não é consequência dos efeitos psicológicos de uma substância (droga de abuso, medicamento) ou de outra condição médica (hipertireoidismo, doenças cardiopulmonares). 
D. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental. Por exemplo: Os ataques de pânico não ocorrem apenas em resposta a situações sociais temidas, como no transtorno de ansiedade social; em resposta a objetos ou situações fóbicas circunscritas, como na fobia específica; em resposta a obsessões, como no transtorno obsessivo-compulsivo; em resposta à evocação de eventos traumáticos, como no transtorno de estresse pós-traumático; ou em resposta à separação de figuras de apego, como no transtorno de ansiedade de separação). 
Comorbidades: Os ataques de pânico estão associados à probabilidade aumentada de vários transtornos mentais comórbido, incluindo transtornos de ansiedade, transtornos depressivos, transtornos bipolares, transtornos do controle dos impulsos e transtornos por uso de substâncias. Também estão associados à probabilidade aumentada de desenvolvimento posterior de transtornos de ansiedade, transtornos depressivos, transtornos bipolares e possivelmente ainda outros transtornos. 
*As taxas do transtorno apresentam aumento gradual durante a adolescência, em particular no sexo feminino, e possivelmente após o início da puberdade, e alcançam seu pico durante a idade adulta. 
Agorafobia | 300.22 (DSM-5, 2014, p. 218) CID-10 (1993, F40.00)
A característica essencial da agorafobia é o medo ou ansiedade acentuado ou intenso desencadeado pela exposição real ou prevista a diversas situações. 
O medo, ansiedade ou esquiva deve ser desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto sociocultural. A diferenciação de medos agorafóbicos clinicamentesignificativos de medos razoáveis (sair de casa durante uma forte tempestade) ou de situações que são consideradas perigosas (caminhar em uma área de estacionamento ou usar o transporte público em uma área de alta criminalidade) é importante. Sempre considerar contextos socioculturais. 
Critérios diagnósticos no DSM-5:
A. Medo ou ansiedade marcante acerca de duas (ou mais) das cinco situações seguintes: 
1. Uso de transporte público (p. ex., automóveis, ônibus, trens, navios, aviões). 
2. Permanecer em espaços abertos (p. ex., áreas de estacionamentos, mercados, pontes). 
3. Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, teatros, cinemas). 
4. Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão. 
5. Sair de casa sozinho. 
B. O indivíduo tem medo ou evita essas situações devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores (p. ex., medo de cair nos idosos; medo de incontinência). 
C. As situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade. 
D. As situações agorafóbicas são ativamente evitadas, requerem a presença de uma companhia ou são suportadas com intenso medo ou ansiedade. 
E. O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto sociocultural. 
F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses. 
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
H. Se outra condição médica (p. ex. doença inflamatória intestinal, doença de Parkinson) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente excessivo. 
I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental – por exemplo, os sintomas não estão restritos a fobia específica, tipo situacional; não envolvem apenas situações sociais (como no transtorno de ansiedade social); e não estão relacionados exclusivamente a obsessões (como no transtorno obsessivo-compulsivo), percepção de defeitos ou falhas na aparência física (como no transtorno dismórfico corporal) ou medo de separação (como no transtorno de ansiedade de separação).
 
Nota: A agorafobia é diagnosticada independentemente da presença de transtorno de pânico. Se a apresentação de um indivíduo satisfaz os critérios para transtorno de pânico e agorafobia, ambos os diagnósticos devem ser dados.
Aula 4
Transtorno de Ansiedade Generalizada | 300.02 (DSM-5, 2014, p. 222) CID-10 (1993, F41.1)
 As características essenciais do transtorno de ansiedade generalizada são ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva) acerca de diversos eventos ou atividades. A intensidade, duração ou frequência da ansiedade e preocupação é desproporcional à probabilidade real ou ao impacto do evento antecipado e sem eventos precipitantes. O indivíduo tem dificuldade de controlar a preocupação e de evitar que pensamentos preocupantes interfiram na atenção às tarefas em questão. Os adultos com transtorno de ansiedade generalizada frequentemente se preocupam com circunstâncias diárias da rotina de vida, como possíveis responsabilidades no trabalho, saúde e finanças, a saúde dos membros da família, desgraças com seus filhos ou questões menores (p. ex., realizar as tarefas domésticas ou se atrasar para compromissos). As crianças com o transtorno tendem a se preocupar excessivamente com sua competência ou a qualidade de seu desempenho. Durante o curso do transtorno, o foco da preocupação pode mudar de uma preocupação para outra.
Características diagnósticas no DSM-5:
A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou profissional). 
B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação. 
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses). 
Nota: Apenas um item é exigido para crianças. 
1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele. 
2. Fatigabilidade. 
3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente. 
4. Irritabilidade. 
5. Tensão muscular. 
6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto). 
D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida. 
E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo). 
F. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou preocupação quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico, avaliação negativa no transtorno de ansiedade social [fobia social], contaminação ou outras obsessões no transtorno obsessivo compulsivo, separação das figuras de apego no transtorno de ansiedade de separação, lembranças de eventos traumáticos no transtorno de estresse pós-traumático, ganho de peso na anorexia nervosa, queixas físicas no transtorno de sintomas somáticos, percepção de problemas na aparência no transtorno dismórfico corporal, ter uma doença séria no transtorno de ansiedade de doença ou o conteúdo de crenças delirantes na esquizofrenia ou transtorno delirante). 
Comorbidade:
Os indivíduos cuja apresentação satisfaz os critérios para transtorno de ansiedade generalizada (TAG) provavelmente já preencheram, ou preenchem atualmente, os critérios para outro transtorno de ansiedade ou transtorno depressivo unipolar.
Transtorno do Estresse Pós-Traumático | 309.81 (DSM-5, 2014, p. 271) CID-10 (1993, F43.10)
A característica essencial do transtorno de estresse póstraumático é o desenvolvimento de sintomas característicos após a exposição a um ou mais eventos traumáticos. A apresentação clínica do TEPT varia. Em alguns indivíduos, sintomas de revivência do medo, emocionais e comportamentais podem predominar. Em outros, estados de humor anedônicos ou disfóricos e cognições negativas podem ser mais perturbadores. Em alguns outros, a excitação e sintomas reativos externalizantes são proeminentes, enquanto em outros, sintomas dissociativos predominam. Por fim, algumas pessoas exibem combinações desses padrões de sintomas. 
Características diagnósticas no DSM-5:
Nota: Os critérios a seguir aplicam-se a adultos, adolescentes e crianças acima de 6 anos de idade. 
A. Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual em uma (ou mais) das seguintes formas: 
1. Vivenciar diretamente o evento traumático. 
2. Testemunhar pessoalmente o evento traumático ocorrido com outras pessoas. 
3. Saber que o evento traumático ocorreu com familiar ou amigo próximo. Nos casos de episódio concreto ou ameaça de morte envolvendo um familiar ou amigo, é preciso que o evento tenha sido violento ou acidental. 
4. Ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos do evento traumático (p. ex. socorristas que recolhem restos de corpos humanos; policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil). Nota: Não se aplica à exposição por meio de mídia eletrônica, televisão, filmes ou fotografias, a menos que tal exposição esteja relacionada ao trabalho. 
B. Presença de um (ou mais) dos seguintes sintomas intrusivos associados ao evento traumático, começando depois de sua ocorrência: 
1. Lembranças intrusivas angustiantes, recorrentes e involuntárias do evento traumático. Nota: Em crianças acima de 6 anos de idade, pode ocorrer brincadeira repetitiva na qual temas ou aspectos do evento traumático são expressos. 
2. Sonhos angustiantes recorrentes nos quais o conteúdo e/ouo sentimento do sonho estão relacionados ao evento traumático. 
Nota: Em crianças, pode haver pesadelos sem conteúdo identificável. 
3. Reações dissociativas (p. ex., flashbacks) nas quais o indivíduo sente ou age como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente. (Essas reações podem ocorrer em um continuum, com a expressão mais extrema na forma de uma perda completa de percepção do ambiente ao redor.) Nota: Em crianças, a reencenação específica do trauma pode ocorrer na brincadeira. 
4. Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ante a exposição a sinais internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento traumático. 
5. Reações fisiológicas intensas a sinais internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento traumático. 
C. Evitação persistente de estímulos associados ao evento traumático, começando após a ocorrência do evento, conforme evidenciado por um ou ambos dos seguintes aspectos: 
1. Evitação ou esforços para evitar recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca de ou associados de perto ao evento traumático. 
2. Evitação ou esforços para evitar lembranças externas (pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos, situações) que despertem recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca de ou associados de perto ao evento traumático. 
D. Alterações negativas em cognições e no humor associadas ao evento traumático começando ou piorando depois da ocorrência de tal evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos: 
1. Incapacidade de recordar algum aspecto importante do evento traumático (geralmente devido a amnésia dissociativa, e não a outros fatores, como traumatismo craniano, álcool ou drogas). 
2. Crenças ou expectativas negativas persistentes e exageradas a respeito de si mesmo, dos outros e do mundo (p. ex., “Sou mau”, “Não se deve confiar em ninguém”, “O mundo é perigoso”, “Todo o meu sistema nervoso está arruinado para sempre”). 
3. Cognições distorcidas persistentes a respeito da causa ou das consequências do evento traumático que levam o indivíduo a culpar a si mesmo ou os outros. 
4. Estado emocional negativo persistente (p. ex., medo, pavor, raiva, culpa ou vergonha). 
5. Interesse ou participação bastante diminuída em atividades significativas. 
6. Sentimentos de distanciamento e alienação em relação aos outros. 
7. Incapacidade persistente de sentir emoções positivas (p. ex., incapacidade de vivenciar sentimentos de felicidade, satisfação ou amor). 
E. Alterações marcantes na excitação e na reatividade associadas ao evento traumático, começando ou piorando após o evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos: 
1. Comportamento irritadiço e surtos de raiva (com pouca ou nenhuma provocação) geralmente expressos sob a forma de agressão verbal ou física em relação a pessoas e objetos. 
2. Comportamento imprudente ou autodestrutivo. 
3. Hipervigilância. 
4. Resposta de sobressalto exagerada. 
5. Problemas de concentração. 
6. Perturbação do sono (p. ex., dificuldade para iniciar ou manter o sono, ou sono agitado). 
F. A perturbação (Critérios B, C, D e E) dura mais de um mês. 
G. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
H. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., medicamento, álcool) ou a outra condição médica. 
Transtorno de estresse pós-traumático em crianças de 6 anos ou menos: 
A. Em crianças de 6 anos ou menos, exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual em uma (ou mais) das seguintes formas: 
1. Vivenciar diretamente o evento traumático. 
2. Testemunhar pessoalmente o evento ocorrido com outras pessoas, especialmemte cuidadores primários. Nota: O testemunho não inclui eventos vistos apenas em mídia eletrônica, televisão, filmes ou fotografias. 
3. Saber que o evento traumático ocorreu com pai/mãe ou cuidador. 
B. Presença de um (ou mais) dos seguintes sintomas intrusivos associados ao evento traumático, começando depois de sua ocorrência: 
1. Lembranças intrusivas angustiantes, recorrentes e involuntárias do evento traumático. Nota: Lembranças espontâneas e intrusivas podem não parecer necessariamente angustiantes e podem ser expressas como reencenação em brincadeiras. 
2. Sonhos angustiantes recorrentes nos quais o conteúdo e/ou a emoção do sonho estão relacionados ao evento traumático. Nota: Pode não ser possível determinar que o conteúdo assustador está relacionado ao evento traumático. 
3. Reações dissociativas (p. ex., flashbacks) nas quais a criança sente ou age como se o evento traumático estivesse acontecendo novamente. (Essas reações podem ocorrer em um continuum, com a expressão mais extrema manifestada como uma perda completa da percepção do ambiente ao redor.) Essa reencenação específica do trauma pode ocorrer na brincadeira. 
4. Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ante a exposição a sinais internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento traumático. 5. Reações fisiológicas intensas a lembranças do evento traumático. 
C. Um (ou mais) dos seguintes sintomas, representando evitação persistente de estímulos associados ao evento traumático ou alterações negativas em cognições e no humor associadas aoevento traumático, deve estar presente, começando depois do evento ou piorando após sua ocorrência. 
Evitação persistente de estímulos 
1. Evitação ou esforços para evitar atividades, lugares ou lembranças físicas que despertem recordações do evento traumático. 
2. Evitação ou esforços para evitar pessoas, conversas ou situações interpessoais que despertem recordações do evento traumático. 
Alterações negativas em cognições 
3. Frequência substancialmente maior de estados emocionais negativos (p. ex., medo, culpa, tristeza, vergonha, confusão). 
4. Interesse ou participação bastante diminuído em atividades significativas, incluindo redução do brincar. 
5. Comportamento socialmente retraído. 
6. Redução persistente na expressão de emoções positivas. 
D. Alterações na excitação e na reatividade associadas ao evento traumático, começando ou piorando depois de sua ocorrência, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspectos: 
1. Comportamento irritadiço ou surtos de raiva (com pouca ou nenhuma provocação) geralmente manifestados como agressão verbal ou física em relação a pessoas ou objetos (incluindo acessos de raiva extremos). 
2. Hipervigilância. 
3. Respostas de sobressalto exageradas. 
4. Problemas de concentração. 
5. Perturbação do sono (p. ex., dificuldade em iniciar ou manter o sono, ou sono agitado). 
E. A perturbação dura mais de um mês. 
F. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo nas relações com pais, irmãos, amigos ou outros cuidadores ou no comportamento na escola. 
G.A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., medicamento ou álcool) ou a outra condição médica. 
Desenvolvimento e Curso: O TEPT pode ocorrer em qualquer idade a partir do primeiro ano de vida. Os sintomas geralmente se manifestam dentro dos primeiros três meses depois do trauma, embora possa haver um atraso de meses, ou até anos, antes de os critérios para o diagnóstico serem atendidos. 
Questões Diagnósticas Relativas ao Gênero :O TEPT é mais prevalente no sexo feminino do que no masculino ao longo da vida. Mulheres na população em geral sofrem TEPT de duração maior do que os homens. Pelo menos parte do risco maior de TEPT no sexo feminino parece ser atribuível a uma probabilidade maior de exposição a eventos traumáticos, como estupro e outras formas de violência interpessoal. 
Risco de Suicídio :Eventos traumáticos, como abuso infantil, aumentam o risco de suicídio de uma pessoa. O TEPT está associado a ideação suicida e tentativas de suicídio. 
Consequências Funcionais do TEPT: O TEPTestá associado a níveis elevados de incapacidades sociais, profissionais e físicas, bem como a custos econômicos consideráveis e altos níveis de utilização de serviços médicos. O prejuízo ao funcionamento fica evidente nos domínios social, interpessoal, do desenvolvimento, educacional, da saúde física e profissional. 
Comorbidades: Indivíduos com TEPT são 80% mais propensos do que aqueles sem o transtorno a ter sintomas que satisfazem os critérios diagnósticos de pelo menos um outro transtorno mental (p. ex., transtornos depressivos, bipolares, de ansiedade ou por uso de substância).
Aula 5
Transtorno Obsessivo Compulsivo | 300.3 (DSM-5, 2014, p. 237) CID-10 (1993 F42)
O TOC é caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões. Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são vivenciados como intrusivos e indesejados, enquanto compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais que um indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser aplicadas rigidamente. 
O conteúdo específico das obsessões e compulsões varia entre os indivíduos. Entretanto, certos temas, ou dimensões, são comuns, incluindo os de limpeza (obsessões por contaminação e compulsões por limpeza); simetria (obsessões por simetria e compulsões por repetição, organização e contagem); pensamentos proibidos ou tabus (p. ex., obsessões agressivas, sexuais ou religiosas e compulsões relacionadas); e danos (p. ex., medo de causar danos a si mesmo ou a outros e compulsões de verificação). Algumas pessoas também têm dificuldades em descartar e acumulam objetos como uma consequência de obsessões e compulsões típicas, como o medo de causar danos a outras pessoas. 
Características diagnósticas no DSM-5:
A. Presença de obsessões, compulsões ou ambas: 
Obsessões são definidas por (1) e (2): 
1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento durante a perturbação, são experimentados como intrusivos e indesejados e que, na maioria dos indivíduos, causam acentuada ansiedade ou sofrimento. 
2. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação. 
As compulsões são definidas por (1) e (2): 
1. Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (p. ex., orar, contar ou repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas. 
2. Os comportamentos ou os atos mentais visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida; entretanto, esses comportamentos ou atos mentais não têm uma conexão realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos. Nota: Crianças pequenas podem não ser capazes de enunciar os objetivos desses comportamentos ou atos mentais. 
B. As obsessões ou compulsões tomam tempo (p. ex., tomam mais de uma hora por dia) ou causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
C. Os sintomas obsessivo-compulsivos não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica. 
D. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental (p. ex., preocupações excessivas, como no transtorno de ansiedade generalizada; preocupação com a aparência, como no transtorno dismórfico corporal; dificuldade de descartar ou se desfazer de pertences, como no transtorno de acumulação; arrancar os cabelos, como na tricotilomania ; beliscar a pele, como no transtorno de escoriação [skin-picking]; estereotipias, como no transtorno de movimento estereotipado; comportamento alimentar ritualizado, como nos transtornos alimentares; preocupação com substâncias ou jogo, como nos transtornos relacionados a substâncias e transtornos aditivos; preocupação com ter uma doença, como no transtorno de ansiedade de doença; impulsos ou fantasias sexuais, como nos transtornos parafílicos; impulsos, como nos transtornos disruptivos, do controle de impulsos e da conduta; ruminações de culpa, como no transtorno depressivo maior; inserção de pensamento ou preocupações delirantes, como nos transtornos do espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos; ou padrões repetitivos de comportamento, como no TEA). 
Observações: 
*A taxa de TOC entre parentes de primeiro grau de adultos com o transtorno é aproximadamente duas vezes maior. 
*Abuso físico e sexual na infância e outros eventos estressantes ou traumáticos foram associados a um risco aumentado para o desenvolvimento de TOC. 
*Pensamentos suicidas ocorrem em algum momento em cerca de metade dos indivíduos com TOC. Tentativas de suicídio também são relatadas em até um quarto daqueles com o transtorno; a presença de transtorno depressivo maior comórbido aumenta o risco. 
*O TOC está associado a uma qualidade de vida reduzida, assim como a altos níveis de prejuízo social e profissional. O prejuízo ocorre em muitos domínios diferentes da vida e está associado à gravidade do sintoma. Pode ser causado pelo tempo dispendido em obsessões e executando compulsões. 
Transtorno Dismórfico Corporal | 300.7 (DSM-5, 2014, p. 242) CID-10 (1993 F45. 22)
 Os indivíduos com transtorno dismórfico corporal (anteriormente conhecido como dismorfofobia) são preocupados com um ou mais defeitos ou falhas percebidas em sua aparência física, que acreditam parecer feia, sem atrativos, anormal ou deformada (Critério A). As falhas percebidas não são observáveis ou parecem apenas leves para outros indivíduos. As preocupações variam desde parecer “sem atrativos” ou “não adequado” até parecer “hediondo” ou “como um monstro”. Podem focar em uma ou mais áreas do corpo, mais comumente a pele ( percepção de acne, cicatrizes, rugas, palidez), os pelos (cabelo “escasso” ou pelo corporal ou facial “excessivo”) ou o nariz (o tamanho ou formato). No entanto, qualquer área do corpo pode ser foco de preocupação (p. ex., olhos, dentes, peso, estômago, mamas, pernas, tamanho ou formato do rosto, lábios, queixo, sobrancelhas, genitais). Algumas pessoas são preocupadas com a percepção de assimetria de áreas corporais. As preocupações são intrusivas, indesejadas, tomam tempo (ocorrendo, em média, de 3 a 8 horas por dia) e geralmente são difíceis de resistir ou controlar. 
Transtorno de Acumulação | 300.3 (DSM-5, 2014, p. 247) CID-10 (1993 F42)
A característica essencial do transtorno de acumulação são as dificuldades persistentes de descartar ou se desfazer de pertences, independentemente do seu valor real (Critério A). O termo persistente indica uma dificuldade permanente em vez de circunstâncias vitais mais transitórias que podem levar ao acúmulo excessivo, como herdar uma propriedade. A dificuldade em descartar pertences observados no Critério A refere-se a qualquer forma de descarte, incluindo jogar fora, vender, dar ou reciclar. As principais razões dadas para essas dificuldades são a utilidade percebida ou o valor estético dos itens ou um forte apego sentimental aos pertences. Alguns indivíduos se sentem responsáveis pelo destino dos seus pertences e com frequência se esforçam muito para evitar o desperdício. O medo de perder informações importantes também é comum. Os itens mais comumente guardados são jornais, revistas, roupas velhas, bolsas, livros, correspondência e papelada, mas praticamente qualquer item pode ser guardado. A natureza dos itens não está limitada aos pertences que a maior parte das outras pessoas definiria como inúteis ou de valor limitado. Muitos indivíduos juntam e também guardam muitas coisas valiosas, as quais com frequência são encontradas em pilhas misturadas com outros itens menos valiosos. 
Os indivíduos com transtorno de acumulação guardam intencionalmente os pertences e experimentam sofrimento quando enfrentama perspectiva de descartá-los (Critério B). Esse critério enfatiza que guardar os pertences é intencional, o que discrimina o transtorno de acumulação de outras formas de psicopatologia que são caracterizadas pela acumulação passiva de itens ou pela ausência de sofrimento quando os pertences são removidos. 
Os indivíduos acumulam muitos itens que se empilham e obstruem áreas em uso a ponto de sua utilização pretendida não ser mais possível (Critério C). Por exemplo, o indivíduo pode não conseguir preparar alimentos na cozinha, dormir na sua cama ou sentar em uma cadeira. Se o espaço pode ser usado, é somente com grande dificuldade. . 
Tricotilomania | 312.39 (DSM-5, 2014, p. 251) CID-10 (1993 F63. 3)
A característica essencial da tricotilomania (transtorno de arrancar o cabelo) é arrancar o próprio cabelo de forma recorrente (Critério A). Esse comportamento pode ocorrer em qualquer região do corpo em que crescem pelos; os locais mais comuns são o couro cabeludo, as sobrancelhas e os cílios, enquanto os menos comuns são as regiões axilar, facial, púbica e perirretal. Os locais de onde o cabelo é arrancado podem variar com o tempo. O ato de arrancar o cabelo pode ocorrer em breves episódios distribuídos durante o dia ou durante períodos menos frequentes, porém mais intensos, que podem continuar por horas, e esse ato pode durar por meses ou anos. O Critério A requer que arrancar cabelo leve à perda de cabelo, embora os indivíduos com esse transtorno possam fazê-lo em um padrão bem distribuído (i.e., puxar fios individuais dispersos), de forma que a perda de cabelo pode não ser claramente visível, ou então podem tentar esconder ou camuflar tal perda (p. ex., usando maquiagem, lenços ou perucas). 
Os indivíduos com tricotilomania já fizeram repetidas tentativas de reduzir ou parar o ato de arrancar o cabelo (Critério B). 
O Critério C indica que arrancar o cabelo causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. O termo sofrimento inclui afetos negativos que podem ser experimentados pelos indivíduos que arrancam o cabelo, tais como sensação de perda de controle, constrangimento e vergonha. Pode ocorrer prejuízo significativo em várias áreas diferentes de funcionamento (p. ex., social, profissional, acadêmica e lazer), em parte devido à evitação do trabalho, da escola ou de outras situações públicas. 
Transtorno de Escoriação (Skin-picking) | 698.4 (DSM-5, 2014, p. 254) CID-10 (1993, L98.1)
A característica essencial do transtorno de escoriação (skin-picking) é o beliscar recorrente da própria pele (Critério A). Os locais mais comumente beliscados são rosto, braços e mãos, porém muitos indivíduos beliscam múltiplas partes do corpo. Podem beliscar pele saudável, irregularidades menores na pele, lesões como espinhas ou calosidades ou cascas de lesões anteriores. A maioria das pessoas belisca com as unhas, embora muitas usem pinças, alfinetes ou outros objetos. Além de beliscar a pele, pode haver comportamentos de esfregar, espremer e morder. Os indivíduos com transtorno de escoriação frequentemente passam quantidades significativas de tempo em seu comportamento de beliscar, às vezes várias horas por dia, e esse comportamento pode durar meses ou anos. O Critério A requer que o beliscar a pele provoque lesões cutâneas, embora os indivíduos com o transtorno com frequência tentem esconder ou camuflar essas lesões (p. ex., com maquiagem ou com roupas). Essas pessoas já fizeram repetidas tentativas de reduzir ou parar de beliscar a pele (Critério B). 
O Critério C indica que beliscar a pele causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. O termo sofrimento inclui afetos negativos que podem ser experimentados por aqueles que beliscam a pele, tais como sensação de perda de controle, constrangimento e vergonha. Pode ocorrer prejuízo significativo em várias áreas diferentes de funcionamento (p. ex., social, profissional acadêmica e lazer), em parte devido à evitação de situações sociais.

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