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INTERPRETANDO A AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO

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INTERPRETANDO A AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
O diagnóstico do DPA(C) é uma responsabilidade do fonoaudiólogo. 
Os testes analisados devem representar diferentes tarefas auditivas desafiados ao Sistema Auditivo Central. 
É preciso avaliar diferentes regiões neuroanatômicas – córtex auditivo primário, hemisfério esquerdo, corpo caloso, hemisfério direito e tronco encefálico. 
Bateria mínima de testes: teste de escuta dicótica para avaliar a integração binaural e separação binaural; teste monoaural de baixa redundância; teste de interação binaural; testes para avaliar ordenação e resolução temporal. 
Avaliar a capacidade do indivíduo nas diferentes tarefas propostas: tarefa de localização, tarefa de sequenciação, tarefa de identificação de dois sons separados em US ou em MS, identificar sinais competitivos e sinais acústicas degradados e aspectos temporais da audição. 
Análise do desempenho: analisar queixas e anamnese, dados qualitativos da avaliação sobre compreensão de instruções e características apresentadas durante o teste, dados quantitativos sobre os erros e acertos, padrão consistente de resposta.
É importante analisar o desemprenho entre as orelhas, para verificar padrões de resposta consistente com os princípios da neurociência. 
Análise dos testes: é necessário observar o desempenho por faixa etária, verificar se o paciente pode realizar o teste mesmo com problemas de fala, aprendizagem ou cognitivo, observar ainda a inabilidade auditiva e tipo de distúrbio correspondente, analisar o desempenho em todos os testes e dados qualitativo versus os quantitativos. 
TIPOS DE DISTÚBIOS DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL 
O indivíduo que apresenta um DPA(C) apresenta um ou mais mecanismos e habilidades auditivas alteradas. 
Modelo Bellis/Ferre – 
Disfunção do hemisfério esquerdo (córtex auditivo primário) – decodificação auditiva. 
Disfunção hemisfério direito – prosódia 
Disfunção na integração inter-hemisférica (corpo caloso) – integração
Decodificação auditiva – alteração a nível de córtex auditivo primário. Déficit bilateral ou na orelha DIREITA em testes de escuta dicótica com estímulos verbais. Desempenho rebaixado em testes MONOAURAIS de baixa redundância. Alteração em testes que avaliam a resolução temporal. Alteração em testes que envolvem discriminação de fala. Alteração no potencial evocado auditivo de média latência.
Comportamentos associados: dificuldade de escutar em ambientes ruidosos. Erros de ortografia e leitura em tarefas envolvendo a decodificação fonológica. Troca de fonemas (pares mínimos) na fala e ou na leitura escrita.
Decodificação – disfunção no hemisfério esquerdo.
Testes alterados: fala filtrada, fala com ruído, fusão binaural, fala comprimida, TDD, TDCV, SSW, GIN, RGDT. 
PROSÓDIA: dificuldade para discriminar sons não-verbais. Déficit na imitação e nomeação dos padrões temporais. Déficit na ORELHA ESQUERDA em testes dicóticos com estímulos verbais. Desempenho rebaixado bilateralmente em testes dicóticos com estímulos não verbais. 
Comportamentos associados: Dificuldade para perceber ritmo. Dificuldade de utilizar a entonação para transmitir uma intenção comunicativa. Dificuldades de leitura e escrita envolvendo palavras-chave. Dificuldade com cálculos matemáticos ou tarefas viso-espaciais. Dificuldade de apreciação musical.
Prosódia – disfunção HD. 
Testes alterados: TPD E TPF – dificuldade de imitação. TDNV – alteração bilateral. Alteração na ORELHA ESQUERDA em testes dicóticos com estímulos verbais TDD, TCV e SSW. 
INTEGRAÇÃO: déficit em tarefas que avaliam a comunicação inter-hemisférica. Dificuldade apenas na nomeação nos testes de ordenação temporal. Desempenho rebaixado na ORELHA ESQUERDA em testes dicóticos com estímulos verbais. 	
Comportamentos associados: dificuldade importante de ouvir no ruído, dificuldade em tarefas multimodais, dificuldade de associar o grafema ao som na leitura e ditado, dificuldade em tarefas que envolvem a comunicação inter-hemisférica incluindo a prosódia e elementos linguísticos. 
Testes: Dificuldade de nomeação no TPD/TPF, com bom desempenho na imitação. Desempenho rebaixado na ORELHA ESQUERDA em testes dicóticos com estímulos verbais SSW, TDD e TDCV. TDNV desempenho rebaixado na ORELHA DIREITA. 
MODELO – LILIANE DESGUALDO PEREIRA
Processamento PERIFÉRICO – detectar o SOM – informações neurais. 
Processamento CENTRAL – reagir e analisar dados sensoriais – informações na mente. 
Adquirir conhecimento – reconhecer e compreender a fala – GNOSIA. 
O modelo de LILIANE classifica o distúrbio do processamento auditivo em: 
Decodificação – análise auditiva
Codificação – integração das informações 
Organização – ordenação temporal dos sons 
Déficit não-verbal – dificuldade na análise dos aspectos suprassegmentais da fala (prosódia). 
Decodificação – prejuízo na análise auditiva. Testes: teste dicótico de dígitos, teste consoante-vogal, teste SSW, TFB, TFF, TFR, fala comprimida, RGDT e GIN. Comportamentos associados: Dificuldade de compreensão na linguagem oral, lentidão pra responder, problemas na leitura, alteração na fluência ou ritmo na expressão verbal, dificuldade para compreender em ambiente ruidoso, lentidão para aprender. 
Déficit não verbal – aspectos perceptuais da prosódia na fala. Problemas associados a piadas, duplo sentido, metáforas. Testes: testes de padrão temporal (TPF, TPD), alteração no reconhecimento de sons não verbais TDNV. 
Codificação – problemas associados a linguagem expressiva, prejuízo na integração de informações sensoriais, dificuldade de compreensão oral e escrita, distração, disgrafias, problemas comportamentais. Testes: PSI com palavras, PSI com sentenças, SSI, DSI. 
Organização: analise auditiva que permite decifrar eventos sonoros no tempo, aquisição ou armazenamento de informações segundo o aspecto temporal. Testes: TMSV, TMSNV e inversões no SSW. 
	CLASSIFICAÇÕES DOS TIPOS DE DPA(C)
	Bellis (2007)
	Pereira (2009,2005 e 1997)
	Decodificação 
	Decodificação
	Prosódia 
	Não-verbal
	Integração
	Codificação 
	
	Organização
	HABILIDADES AUDITIVAS
	Testes dicóticos verbais 
	Figura-fundo (integração ou separação binaural)
	Teste dicótico não-verbal
	Figura-fundo (separação binaural)
	Testes monoaurais de baixa-redundância
	Figura-fundo (separação monoaural) ou fechamento
	Testes do processamento temporal
	Resolução temporal, ordenação temporal
	Testes de interação binaural
	Interação binaural ou síntese binaural
	Teste de discriminação auditiva
	Discriminação de sons verbais e não verbais
	HABILIDADE AUDITIVA
	TESTE
	CLASSIFICAÇÃO TIPO – PEREIRA
	Localização
	Localização sonora em cinco direções 
	Decodificação
	Ordenação temporal
	Memória sequencial verbal MSV e não verbal MSNV, inversão no SSW
	Organização 
	Ordenação temporal 
	Teste de padrão de frequência TPF e teste padrão de duração TPD
	Não verbal
	Figura fundo para sons não verbais (separação binaural)
	Teste dicótico não verbal
	Não verbal
	Figura fundo para sons verbais (integração binaural)
	Teste dicótico de dígitos TDD, e teste dicótico de dissílabos alternados SW
	Decodificação 
	Figura fundo para sons verbais (separação binaural)
	Teste dicótico consoante vogal CV. 
Teste pediátrico de inteligibilidade de fala PSI-SSI-DSI
	Decodificação
Codificação 
	Fechamento 
	Fala filtrada, fala com ruído e fala comprimida
	Decodificação 
	Síntese binaural/fechamento 
	Teste de fusão binaural 
	Decodificação 
	
CASOS CLÍNICOS
O paciente S.P, 8 anos, apresenta desvio fonológico e dificuldade de aprendizagem. Está cursando o 2º ano da escola. Na avaliação audiológica básica apresentou limiares auditivos dentro dos padrões da normalidade bilateralmente, curvas timpanométricas do tipo A e reflexos acústicos presentes na maior parte das frequências, exceto no reflexo contralateral em 4000 Hz bilateralmente. Selecione testes para avaliar as habilidades auditivas de ordenação temporal,figura-fundo para sons verbais (Integração binaural e separação binaural), figura-fundo para sons não-verbais, fechamento, localização e resolução temporal.
Ordenação temporal: ordenar eventos que se sucedem no tempo. Envolve a habilidade de discriminar e reconhecer o padrão. Avalia a integridade dos lobos temporal direito e esquerdo, além do corpo caloso (comunicação inter-hemisférica). Os testes que avaliam a habilidade de ordenação temporal são: memoria sequencial verbal e não verbal, teste SSW, teste padrão de duração, teste padrão de frequência. 
Figura-fundo: identificar uma mensagem na presença de sons competitivos. Teste para avaliar figura-fundo para sons não verbais: teste dicótico consoante vogal CV e Teste pediátrico de inteligibilidade de fala PSI-SSI-DSI. Teste para avaliar figura fundo para sons verbais (integração binaural): Teste dicótico de dígitos TDD, e teste dicótico de dissílabos alternados SW. 
Fechamento: perceber sons ou sentenças por inteiro quando partes são omitidas. Testes: Fala filtrada, fala com ruído e fala comprimida.
Localização: teste de localização sonora em cinco direções. 
Resolução temporal: refere-se ao mínimo tempo requerido para segregar ou resolver eventos acústicos. O limiar para resolução temporal é conhecido como acuidade auditiva ou tempo mínimo de integração temporal. Teste de detecção de gap.
O paciente S.V, 14 anos, veio encaminhado pela pedagoga da escola por apresentar uma dificuldade importante na compreensão da leitura e trocas de “letras na escrita”. A mãe relata que a leitura do paciente é muito lenta. Além de esquecer os nomes das pessoas e de dar recados.
Na avaliação audiológica básica apresentou limiares auditivos dentro dos padrões da normalidade bilateralmente e na imitanciometria respostas adequadas.
Na avaliação do PAC o paciente apresentou os seguintes resultados: 
Teste de localização sonora: 4/5 (NORMAL)
TMSV: 3/3 ( 4 sílabas) (NORMAL)
TMSNV: 3/3 ( 4 instrumentos) (NORMAL)
Teste SSW OD- 78% OE- 72% (moderado)
Inversões: 5 (alterado)
Teste Padrão de Duração Imitação: 96% Nomeação:68% (nomeação alterado)
TDNV Atenção livre OD-12 OE-12 Escuta direcionada OD- 20 OE-04 Escuta direcionada OD-5 OE-17 2 erros 
 Teste fala filtrada- OD-92% OE-95% OK
Teste Fusão binaural- OD- 90% OE- 94% OK 
Teste GIN: Limiar de acuidade temporal OD-15 ms OE- 12 ms OK
Alteração não verbal – 
MEDIDAS ELETROFISIOLOGICAS DO PROCESSAMENTO AUDITIVO
Registro de potenciais elétricos que refletem a atividade sincrônica gerada pelo sistema nervoso central em resposta a uma variedade de eventos acústicos. 
Potenciais relacionados a eventos PRE: são respostas elétricas que são temporariamente dependentes de um estimulo externo ou de eventos cerebrais internos. Os PRE envolvem a modalidade auditiva e permite a avaliação da integridade do SNAC e periférico através do registro da atividade elétrica oriunda do nervo auditivo e centros auditivos localizados no tronco encefálico e córtex. 
Classificação conforme o input sensorial:
Exógenos: são determinados pelas características dos estímulos externos, sendo obrigatoriamente eliciados pela ocorrência de um estímulo apropriado. 
Endógenos: depende mais das interações e ações dos sujeitos.
AVALIAÇÃO ELETROFISIOLÓGICA DO PA – INDICAÇÕES – 
Bebês e crianças muito jovens: procedimentos comportamentais não viáveis ou sem dados normativos 
 Riscos para distúrbios neurológicos: Ex.: após traumas cranianos, ou asfixia 
Achados comportamentais não conclusivos: Ex.: TDAH, ou baixa cognição.

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