Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS 
No processo de respiração é importante a geração de um fluxo 
aéreo. Fluxo aéreo corresponde a entrada de ar nos nossos 
pulmões, nos nossos alvéolos. Para gerar esse fluxo aéreo existe 
uma fórmula para determinar quanto de ar consegue penetrar nos 
nossos alvéolos. 
Quando falamos da diferença de pressão, estamos falando da 
tendência que o ar tem de sair do local de maior pressão para o local de menor pressão. Essa 
diferença de pressão está relacionada com a parte externa (ar atm) em relação com a pressão 
intra alveolar (pressão dentro dos alvéolos). 
Essas diferenças de pressão correspondem a Lei de Boyle – lei para ambientes isotérmicos. 
Temos três variáveis: pressão e volume – controlam o fluxo 
aéreo. Logo, para volumes elevados temos uma pressão baixa, 
e para volumes baixos temos uma pressão alta. Isso é o que 
acontece com o nosso pulmão. Quando ele expande, o volume 
aumenta e a pressão cai; e quando ele diminui de volume a 
pressão aumenta. Eu preciso alterar o volume do pulmão para 
alterar a sua pressão. Para gerar essas alterações de volume, 
dependemos da expansão ou redução da caixa torácica; pois, a 
pleura parietal que está colada com a caixa torácica, está colada 
com a pleura visceral, que está colada com o pulmão; logo, se 
eu faço expansão da caixa torácica, eu puxo as duas pleuras e o pulmão e ele vai fazer a 
expansão. Se essa caixa torácica for solta, ela vai retornar e junto com ela o pulmão. Todo esse 
movimento (expansão e redução de caixa torácica) depende de músculos. 
 
Temos esse momento de REPOUSO (valores zero) na transição da inspiração para expiração 
(ocorre em milissegundos), permite a troca gasosa. 
 
Para essas alterações de volume vamos ter a contração de músculo esquelético. Para nossa 
respiração temos dois controles específicos: o controle voluntário e o controle involuntário. 
Toda ÁREA DE CONTROLE VOLUNTÁRIO está no CÓRTEX. A ÁREA DE CONTROLE 
INVOLUNTÁRIO está no TRONCO ENCEFÁLICO (controlando a respiração participam PONTE e 
BULBO). 
 
Quando o nosso corpo percebe a necessidade de manter a homeostase, perdemos o controle 
voluntário e se sobrepõe o controle involuntário (objetivo de manter o indivíduo vivo). Dentro 
desses dois locais existem centros específicos de controle, que vão fazer o ajuste da 
respiração, ou a geração da respiração; centros esses, que a gente vai estudar mais adiante. A 
partir desses centros são emitidos neurônios, e como são músculos esqueléticos, são 
neurônios que levam informação via 
sinapse. 
A imagem ao lado serve para 
observarmos as alterações de pressão. 
Nela percebemos que quando a 
pressão intra alveolar (gráfico 
vermelho) cai ocorre aumento do 
volume (gráfico preto). A pressão 
torácica e do alvéolo vão aumentar e 
isso está relacionado com a contração 
muscular. 
MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS 
Os neurônios que controlam músculo 
esquelético são neurônios mielinizados. Eles 
se conectam as fibras musculares formando 
unidades motoras (temos unidades motoras 
grandes e unidades motoras pequenas). A 
maioria dos músculos respiratórios possui 
unidade motora pequena (músculos de 
contração especifica, contração mais fina). 
Esses músculos possuem fibras do tipo I 
(oxidativa – resistência, atividade aeróbica – 
produção de ácido lático é baixa e a fadiga 
demora mais para acontecer. A sua 
adaptação é o aumento de mitocôndrias, 
aumento de vascularização, aumento de 
mioglobina – adaptação para o aumento de 
resistência evitando a fadiga) e fibras do tipo 
II (glicolíticas – atividade anaeróbica; fadigam 
rapidamente, pois utilizam glicose, tem produção de ácido lático. A sua adaptação é o 
aumento de sarcômero). Por exemplo: o diafragma é um músculo que está contraindo 
constantemente, ele não pode fadigar com facilidade, logo, a maioria das suas fibras são de 
tipo I (dor na região do diafragma quando estamos correndo, além de outros fatores, está 
relacionado com a fadiga muscular). 
Na atividade dos músculos respiratórios não é muito comum o aumento de sarcômeros. 
Encontramos uma maior hipertrofia em situações especificas, como: quando uma pessoa é 
tetraplégica e ela usa muito o esternogleidomastóide (ECOM – inervado pelo 11º par craniano, 
ou seja, ele não é afetado pelas lesões mais altas), fazendo com que se possa observar essa 
hipertrofia. 
Quando a pessoa faz uma atividade física, ou seja, pega peso, ela está fazendo uma atividade 
anaeróbica. Logo, ocorrerá uma adaptação de fibras do tipo II através do aumento de 
sarcômero e o músculo sofre hipertrofia. 
MOTONEURÔNIO 
As fibras musculares são 
colinérgicas, logo, seu principal 
neurotransmissor é a 
acetilcolina. 
Na imagem observamos a 
acetil-CoA + Colina, ação 
enzimática. Despolarizou, 
entrou o cálcio, fundiu a 
vesícula, liberou 
neurotransmissor, ele vai se 
ligar aos seus receptores e gerar contração muscular. Em seguida ele é quebrado pela 
actilcolinesterase, o acetado é eliminado e a colina volta para ser utilizado. 
Prejuízos nessa sinapse também podem prejudicar o funcionamento do músculo. 
 
MÚSCULOS RELACIONADOS À INSPIRAÇÃO 
1-) DIAFRAGMA 
-Principal músculo da inspiração. 
-Ele está ATIVO, principalmente, na INSPIRAÇÃO DE REPOUSO. (A respiração é dividida em 
respiração de repouso e de esforço. Na respiração de esforços os músculos mais utilizados são 
os músculos acessórios). 
-Na RESPIRAÇÃO DE REPOUSO: a nossa INSPIRAÇÃO é um PROCESSO ATIVO, pois ocorre 
contração de músculos, enquanto, a nossa EXPIRAÇÃO é um PROCESSO PASSIVO (não ocorre 
nenhuma contração muscular para expiração em repouso; com a tendência de sempre o 
pulmão colabar. Não tem gasto de energia e ocorre a retração elástica (tendência natural) que 
expulsa o ar do pulmão). 
-Na INSPIRAÇÃO DE REPOUSO, o DIAFRAGMA É O PRINCIPAL músculo, porém, ele recebe ajuda 
do ESCALENO (não é um músculo acessório) e do PARAESTERNAL. 
-O diafragma é um músculo esquelético que tem formato de cúpula 
na sua parte superior e na parte de baixo tem forma cilíndrica. 
-É comum se referir ao diafragma como um músculo, mas já se tem 
observado que são dois músculos que formam o diafragma. Ele é 
dividido em músculo COSTAL e CRURAL. 
-A parte COSTAL se insere nas COSTELAS (corresponde as 6 ultimas 
costelas, inclusive, as 2 últimas, que são flutuantes, o diafragma se 
insere mais no ápice/ponta dessas costelas) e no ESTERNO (apêndice 
xifoide). 
-A parte CRURAL ou VERTEBRAL vai se inserir nas VÉRTEBRAS (três primeiras vertebras 
lombares – L1, L2, L3) e nos LIGAMENTOS ARQUEADOS. 
-Temos o TENDÃO CENTRAL (Centro Tendíneo), que está localizado na região de CÚPULA e que 
é a parte não contrátil. As bordas, onde o musculo está se inserindo nas costelas, chamamos 
de ZONA DE APOSIÇÃO (aposição pelo fato de está justaposto, colado nesse local). 
-Quando o diafragma contrai, ele contrai no sentido cranial, ele contrai a musculatura para 
cima. Só que a região do central não é contrátil, e quando ele contrai o diafragma desce, ao 
descer, ele faz abertura dos alvéolos. Ele abre, principalmente o pulmão, no sentido crânio-
caudal. Acreditava-se que a região de cúpula não tinha alteração da forma, ou seja, acreditava-
se que quando o diafragma descia, que ele descia na região de cúpula, porém, já se sabe que 
ela muda o formato e adquire um formato esferoide. Na contração as costelas vão se abrir 
para o lado e para cima. Se o diafragma contraísse sozinho (sem a ajuda de outros músculos), 
as costelas superiores tenderiam a diminuir. Deve haver uma resistência superior e inferior 
para que o diafragma não suba ou desça demais. Na respiração em repouso o diafragma pode 
descer em torno de 1cm,mas em uma respiração em reforço o diafragma pode descer até 
10cm. 
 
-Inervado principalmente pelo NERVO FRÊNICO (se forma do terceiro ao quinto seguimento 
cervical – C3 a C5) que leva a informação para o diafragma. 
-O diafragma tem uma reserva funcional (quando um órgão, mesmo perdendo parte dele, 
consegue exercer a mesma função. Nesse caso o diafragma não está perdendo parte dele, mas 
sim parte da sua inervação) muito grande, logo, quando ocorre uma lesão ou corte do nervo 
frênico de um lado, o outro lado consegue fazer o papel muito bem. Isso só é possível porque 
o diafragma é inervado bilateralmente. 
 
As artérias que vão levar informação para o diafragma são: ARTÉRIA FRÊNICA SUPERIOR, 
ARTÉRIA FRÊNICA INFERIOR, ARTÉRIAS MAMILARES e algumas ARTÉRIAS INTERCOSTAIS. Essas 
artérias fazem ANASTOMOSE, logo, a obstrução de uma delas pode não levar a um 
acometimento importante do diafragma. Isso é importante, para se manter a circulação 
constante para ele, principalmente, por ele ser um músculo que está se contraindo de forma 
continua, precisando, constantemente de nutrientes, oxigênio, ATP, para manter esse 
funcionamento. 
 
2-) INTERCOSTAIS 
-Temos os INTERCOSTAIS INTERNOS e INTERCOSTAIS EXTERNOS. Essa divisão corresponde a 
posição deles em relação a superfície. O externo está mais próximo da superfície e o interno 
mais distante, mais voltado para a cavidade torácica. 
-Temos visto que os INTERNOS estão relacionados com a EXPIRAÇÃO e os EXTERNOS estão 
relacionados com a INSPIRAÇÃO. Isso é comum devido a posição das fibras. Chamamos de 
intercostais internos e externos INTERÓSSEOS porque eles estão com as suas inserções entre 
as costelas na parte 
óssea. O externo 
vem da parte 
posterior em 
direção a parte 
anterior (de trás 
para frente), os 
internos vêm em 
direção da parte 
anterior para a 
posterior; porém 
tem uma parte do 
interno que está na 
parte de cartilagem, logo, quando ele chega nessa parte nós o chamamos de INTERCOSTAL 
INTERNO INTERCONDRAL (é esse intercondral, que está entre as cartilagens, que chamamos de 
PARAESTERNAIS – próximo ao esterno). Estão do 1º até o 11º espaço intercostal. 
-Antigamente achava-se que a contração desses músculos estava relacionada com a direção 
das fibras. Ex.: No caso dos externos, tem a inserção na parte posterior que vai em direção a 
parte anterior, como essa parte inferior teria maior torque, no momento da contração das 
fibras, ele ficaria fixo em cima e o de baixo móvel, logo, o externo contrairia e faria o 
movimento abrindo/elevando as costelas. Já o interno seria o inverso, o torque maior seria em 
cima, e quando contraísse, a parte de baixo ficaria fixa e a de cima solta fazendo o 
rebaixamento/fechando dessas costelas. 
Porém, isso já mudou. Hoje já sabemos que 
a inervação desses músculos está nos 
NERVOS INTERCOSTAIS DE 1 A 11 NA 
INTERVAÇÃO DO SEGMENTO TORÁCICO T1 
a T11, se você estimular somente os nervos, 
isolando todo o resto, não tem interferência 
nenhuma sobre a sua vida, e realmente os 
intercostais internos são expiratórios e 
externos são inspiratórios. Porém, A NÍVEL 
DE MECÂNICA RESPIRATÓRIA, isso tem 
modificado bastante; hoje, há se observa, 
que TANTO O INTERNO QUANTO O 
EXTERNO, PODEM SER TANTO 
INSPIRATÓRIO QUANTO EXPIRATÓRIO, ou 
seja, eles podem exercer as duas funções, o 
que acaba “destruindo” essa teoria das 
direções das fibras. Logo, a gente só 
considera as direções das fibras se estudar 
o nosso corpo isoladamente, porém, nosso corpo não funciona de forma isolada, um músculo 
não se contrai sozinho sem a influência de outro. 
-Se primeiro, a MUSCULATURA CONTRAÍDA FOR A MUSCULATURA DA REGIÃO DO ESFORÇO, 
QUE SUSTENTA AS COSTELAS E NÃO DEIXAM ELAS REBAIXAREM, tanto o INTERCOSTAL 
INTERNO COMO O EXTERNO NÃO TER AÇÃO INSPIRATÓRIA. Mas se primeiro, a musculatura 
contraída for a MUSCULATURA ABDOMINAL, QUE SEGURA AS COSTELAS PARA BAIXO, esses 
dois músculos VÃO TER AÇÃO EXPIRATÓRIA. O que se discute hoje é que os músculos 
intercostais têm mais uma FUNÇÃO POSTURAL durante a respiração do que uma função 
respiratória. 
-Os PAESTERNAIS vem de cima para baixo, logo, toda vez que eles contraírem, vão elevar a 
costela, ou seja, tem uma ação INSPIRATÓRIA (isso de forma mais especifica está muito maior 
na costelas superiores que inferiores – até porque nas costelas inferiores nós sabemos que é 
uma cartilagem para as ultimas costelas). 
 
Na imagem abaixo, podemos observar que no momento da INSPIRAÇÃO, quando o gradil 
costal aumenta e a cavidade abdominal tem expansão, sempre temos contração dos 
PARAESTERNAIS e dos ESCALENOS junto com o DIAFRAGMA. Logo, esses músculos são 
considerados como musculatura PRIMÁRIA da respiração, e não acessória. 
 
3-) ESCALENOS 
-Antigamente eram considerados músculos acessórios, porém isso não é mais aceito hoje, pois 
foi comprovado que eles estão SEMPRE ATIVOS NOS MOVIMENTOS INSPIRATÓRIOS. Logo, são 
considerados MÚSCULOS PRIMÁRIOS. 
-Estão divididos em ESCALENO ANTERIOR, ESCALENO 
MÉDIO e ESCALENO POSTERIOR. 
-Estão INSERIDOS nos PROCESSOS TRANSVERSO DAS CINCO 
ÚLTIMAS VÉRTEBRAS CERVICAIS (C3-C7). A INSERÇÃO 
DISTAL dos ESCALENOS ANTERIOR e MÉDIO é a 1ª COSTELA, 
do ESCALENO POSTERIOR é a 2ª COSTELA. Logo, quando os 
escalenos se contraírem eles elevam as costelas. 
-A INERVAÇÃO acompanha a inserção, ou seja, segmento 
DAS CINCO ÚLTIMAS VÉRTEBRAS CERVICAIS (C3-C7). 
 
 
 
 
Respiração em ESFORÇO 
-Quando se respira em esforço pode ser usada musculatura acessória. Logo, músculos que 
normalmente tem um papel postural podem entrar em ação para ajudar na INSPIRAÇÃO. 
-Peitoral maior, grande dorsal, serrátil, trapézio, etc, podem servir como músculos acessórios 
da inspiração. A porção medial do peitoral maior pode ter um efeito expiratório. 
-Existe um músculo que é dado essencialmente como um musculo acessório INSPIRATÓRIO 
que o ESTERCLEIODOMASTÓIDEO (ECOM), está ativo em pacientes tetraplégicos, asmáticos, 
indivíduos fazendo atividade física, com dificuldade respiratória, etc. Ou ele está bem 
desenvolvido ou bem contraído. Uma das INSERÇÕES mais importante dele é no PROCESSO 
MASTOIDEO e ele vai se inserir de forma distal na CLAVÍCULA e no MANÚBRIO EXTERNO. Sua 
INERVAÇÃO é no 11º par craniano (NERVO ACESSÓRIO). Ele também tem algumas inervações 
de C1 e C2. Ou seja, em lesões altas em tetraplégicos ele pode não ser atingido. 
 
-A musculatura intrínseca da laringe não é necessariamente uma musculatura inspiratória da 
caixa torácica. Porém, ela é importante para o CURSO AÉREO. Temos o músculo 
CRICOARITENÓIDEO POSTERIOR que faz a abdução (abre) das cordas vocais, em toda 
inspiração esse músculo está contraído, caso isso não aconteça a tendência é que a glote se 
feche e haja uma dificuldade na passagem do ar. 
 
 
 
 
 
 
 
MÚSCULOS RELACIONADOS À EXPIRAÇÃO 
-Os músculos acessórios da expiração são: Musculatura Abdominal: RETO ABDOMINAL, 
OBLÍQUOS INTERNO e EXTERNO, e TRANSVERSO DO ABDÔMEN. Temos também o 
TRANSVERSO DO TORÁX. 
-Eles possuem a mesma direção das fibras de músculos inspiratórios já comentados e ao se 
contrair vão aumentar a pressão intra-abdominal, forçar o diafragma (aumenta a pressão 
intratorácica) e colocar o ar para fora (forçando os alvéolos). 
-O diafragma não é expiratório, o que acontece é uma retração elástica, pois ele pega o 
pulmão, puxa e depois solta, ou seja, ele só relaxa, não empurra os alvéolos, ele só retorna a 
sua posição.

Mais conteúdos dessa disciplina