Buscar

Direito Constitucional I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Federalismo: aliança ou união de Estados, caracteriza-se pela centralização político-administrativa em um só centro produtor de decisões. Difere da confederação, que consiste na união de Estados-soberanos por meio de um tratado internacional dissolúvel.
A adoção da espécie federal de Estado gravita em torno do princípio da autonomia e da participação política e pressupõe a consagração de certas regras constitucionais, tendentes não somente à sua configuração, mas também à sua manutenção e indissolubilidade.
Federação: associação de Estados para formação de novo Estado com repartição rígida de atributos de soberania entre eles. Autonomia recíproca da União e dos Estados, sob a Constituição. Ambos extraem suas competências da mesma norma, sendo cada qual supremo em sua esfera.
Para caracterizar-se como uma organização constitucional federalista exige, inicialmente, a decisão do legislador constituinte, por meio da edição de uma constituição, em criar o Estado Federal e suas partes indissociáveis, a Federação ou União, e os Estados-membros, pois a criação de um governo geral supõe a renúncia e o abandono de certas porções de competências administrativas, legislativas e tributárias por parte dos governos locais.
A Constituição deve estabelecer os seguintes princípios:
Os cidadãos dos diversos Estados-membros aderentes à Federação devem possuir a nacionalidade única dessa;
Repartição constitucional de competências entre União, Estados-membros, Distrito Federal e município;
Necessidade de que cada ente federativo possua uma esfera de competência tributária que lhe garanta renda própria;
Poder de auto-organização dos Estados-membros, Distrito Federal e municípios, atribuindo-lhes autonomia constitucional;
Possibilidade constitucional excepcional e taxativa de intervenção federal, para manutenção do equilíbrio federativo;
Participação dos Estados no Poder Legislativo Federal, de forma a permitir-se a ingerência de sua vontade na formação da legislação federal;
Possibilidade de criação de novo Estado ou modificação territorial de Estado existente dependendo da aquiescência da população do Estado afetado;
A existência de um órgão de cúpula do Poder Judiciário para interpretação e proteção da Constituição Federal.
O legislador determinou a impossibilidade de qualquer proposta de emenda à Constituição que tente abolir a Federação.
O princípio da indissolubilidade tem duas finalidades básicas: a unidade e a necessidade descentralizadora. Regulado constitucionalmente, este princípio impossibilita qualquer pretensão de separação de um Estado-membro, do Distrito Federal ou de qualquer Município da Federação, impedido o fenômeno da secessão. A mera tentativa de secessão do Estado-membro permitirá a intervenção federal.
União: ente federado autônomo em relação aos Estados-membros e municípios, constituindo pessoa jurídica de Direito Público Interno, exerce as atribuições da soberania do Estado brasileiro. Não se confunde com o Estado Federal, que é pessoa de Direito Internacional e formado pelo conjunto de União, Estados-membros, Distrito Federal e municípios. A União poderá agir em nome próprio, ou em nome de toda Federação, quando relaciona-se internacionalmente com os demais países.
Estados-membros: caracterizada pela denominada tríplice capacidade, a autonomia dos Estados-membros, possuem auto-organização e normatização própria, autogoverno e autoadministração.
Auto-organização e normatização própria: possuem Constituição Estadual própria, legislação própria, sempre respeitando os princípios constitucionais. Os princípios constitucionais sensíveis são assim denominados, pois a sua inobservância quando editadas suas respectivas leis, pode acarretar a sanção politicamente mais grave existente em um Estado Federal, a intervenção na autonomia política. Os princípios federais extensíveis são as normas centrais comuns à União, Estados, Distrito Federal e municípios, portanto, de observância obrigatória no poder de organização do Estado. Os princípios constitucionais estabelecidos consistem em determinadas normas que se encontram espalhadas pelo texto da Constituição, e, além de organizarem a própria federação, estabelecem preceitos centrais de observância obrigatória aos Estados-membros em sua auto-organização. Subdividem-se em normas de competência e normas de preordenação.
Autogoverno: o próprio povo do Estado quem escolhe diretamente seus representantes nos Poderes Legislativo e Executivo locais, sem que haja qualquer vínculo de subordinação ou tutela por parte da União.
Autoadministração: os Estados-membros se autoadministram no exercício de suas competências administrativas, legislativas e tributárias definidas constitucionalmente. 
Regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões: as regiões metropolitanas são conjuntos de Municípios limítrofes, com certa continuidade urbana, que se reúnem em torno de um município-polo, também denominado município-mãe. Microrregiões também constituem-se por municípios limítrofes, que apresentam características homogêneas e problemas em comum, mas que não se encontram ligados por certa continuidade urbana. Aglomerados urbanos são áreas urbanas de municípios limítrofes, sem um polo, ou mesmo uma sede. Caracterizam-se pela grande densidade demográfica e continuidade urbana.
Municípios: ente federado indispensável à federação, integrante do quadro político administrativo e autônomo. A autonomia municipal configura-se na mesma forma dos Estados-membros, pela tríplice capacidade: auto-organização e normatização própria, autogoverno e autoadministração.
Dessa forma, o município se auto-organiza através da Lei Orgânica Municipal, posteriormente através de outras leis municipais, autogoverna-se através da eleição do prefeito, vice e vereadores e autoadministra-se no exercício das suas competências administrativas, tributárias e legislativas.
Distrito Federal: ente federativo autônomo, também possuidor da tríplice capacidade de auto-organização, autogoverno e autoadministração, vendando a possibilidade de dividir-se em municípios. Dessa forma, não é Estado-membro, tampouco Município, tendo em regra, todas as competências legislativas e tributárias reservadas aos Estados e Municípios.
O Distrito Federal se auto-organiza por lei orgânica, posteriormente por leis distritais, se autogoverna pela eleição de governador, vice e deputados distritais, componentes do Poder Legislativo Local, todos com mandato de quatro anos. A manutenção do Poder Judiciário é de competência privativa da União. A autoadministração se dá através da possibilidade do Distrito Federal exercer suas competências administrativas, legislativas e tributárias.
Territórios: integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem são reguladas em lei complementar. Dessa forma, não são componentes do Estado Federal, pois constituem simples descentralizações administrativas-territoriais da própria União, e consequentemente receberam da Constituição tratamento compatível com sua natureza.
Existiam, na data da promulgação da Constituição três territórios: Fernando de Noronha, Amapá e Roraima. Amapá e Roraima posteriormente foram transformados em Estados Federados e Fernando de Noronha teve sua área incorporada ao Estado do Pernambuco.
Apesar da inexistência atual, a própria Constituição Federal permite a criação de novos territórios.
Formação dos Estados: Diferentemente do território, a divisão político-administrativa interna da Federação brasileira não é imutável, podendo ser alterada com a constituição de novos Estados-membros, pois a estrutura territorial interna não é perpétua.
Os Estados podem incorporar-se entre si (fusão), subdividir-se (cisão) ou desmembrar-se para anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Para todas essa hipóteses, a Constituição Federal exige três requisitos:
Consulta préviaàs populações diretamente interessadas por meio de plebiscito;
Oitiva das respectivas Assembleias Legislativas dos Estados interessados;
Lei Complementar Federal específica aprovando a incorporação, subdivisão ou o desmembramento;
Fusão (incorporação entre si): dois ou mais Estados se unem com outro nome, perdendo sua personalidade, por se integrarem a um novo Estado. A fusão pode ser entre dois ou mais Estados. Deverá ocorrer o plebiscito em cada um dos Estados que pretenda se incorporar, separadamente.
Cisão (subdivisão): Um Estado divide-se em vários novos Estados-membros, todos com personalidades diferentes, desaparecendo por completo o Estado-originário. Todos os eleitores do Estado deverão participar do plebiscito.
Desmembramento: separar uma ou mais partes de um Estado-membro, sem que ocorra a perda da identidade do ente federativo primitivo, sem que ele deixe de existir juridicamente com sua própria personalidade primitiva. O Estado-originário será desfalcado de parte do seu território, perdendo igualmente, parcela de sua população. A parte desmembrada poderá anexar-se a um outro Estado-membro (desmembramento para anexação), alterando assim os limites territoriais, tendo que os eleitores dos dois Estados participarem de plebiscitos autônomos. Há a possibilidade de a parte desmembrada constituir um novo Estado, ou, ainda formar um Território Federal (desmembramento para formação).
Formação de Municípios: os requisitos obrigatórios para criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios, foram alterados por Emenda Constitucional em 1996. Inicialmente, faz-se necessária uma lei complementar federal, estabelecendo gerericamente o período possível para a criação, incorporação, fusão ou desmembramento de municípios. Há também a necessidade de uma lei ordinária federal prevendo os requisitos genéricos exigíveis, bem como a apresentaçãoe publicação dos Estudos de Viabilidade Municipal. Após cumpridos esses requisitos, deve-se realizar consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos municípios interessados e por fim, lei ordinária estadual criando especificamente determinado município.
Repartição de Competências: ponto caracterizador e assegurador do Estado Federal. Faculdade juridicamente atribuída a uma entidade, órgão ou agente do Poder Público para emitir decisões. Competências são as diversas modalidades de poder de que se servem os órgãos ou entidades estatais para realizar suas funções.
O princípio geral que norteia a repartição de competência entre os entes federativos é o da predominância de interesse: União – interesse geral, Estados-membros – interesse regional, Municípios – interesse local e Distrito Federal – interesse local e regional.
Competências administrativas da União:
Manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
Declarar guerra e celebrar a paz;
Assegurar a defesa nacional;
Permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
Decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
Autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
Emitir moeda;
Administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e previdência privada;
Elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social;
Manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;
Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: os serviços de radiofusão sonora e de sons e imagens; os serviços e instalações de energia elétrica e aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária; os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; os portos marítimos, fluviais e lacustres;
Organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
Organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bom como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio.
Organizar e manter serviços de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
Exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
Conceder anistia;
Planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e inundações;
Instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;
Instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
Estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de aviação;
Executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
Explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; sob regime de concessão ou permissão, é autoriza a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos medicinais, agrícolas, industriais e atividades análogas; a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;
Organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
Estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.
Competências administrativas dos Estados-membros: aos Estados-membros são reservadas as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição, ou seja, todas aquelas que não forem da União, dos municípios e comuns. Considerada competência remanescente.
Competências administrativas dos municípios: 
Instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
Criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
Organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial. Permite-se também aos municípios a instituição de contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública;
Manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
Promover, no que couber, adequado ordenamento territorial; mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
Promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Competências administrativas do Distrito Federal: A Constituição Federal, no rol de competências administrativas comuns a todos os entes federativos, também inclui o Distrito Federal. Além disso, poderá administrativa reger-se pela somatória das competências estaduais e municipais.
Competência administrativa comum: 
Zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
Cuidar da saúde e assistência pública,da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
Proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
Impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
Proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
Preservar as florestas, a fauna e a flora;
Fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
Promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
Combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
Registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
Estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Competência legislativa: quanto à repartição legislativa, as competências distribuem-se em: privativas, de delegação, concorrente, remanescente, delegada, reservada, exclusiva e suplementar.
Competência privativa da União: preceitos declaratórios e autorizativos da competência geral na legislação federal e demonstrando clara supremacia em relação aos demais entes federativos, em virtude da relevância das disposições. A característica de privatividade permite a delegação.
Compete privativamente à União: 
Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Desapropriação;
Requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e tempo de guerra;
Águas, energia, informática, telecomunicações e radiofusão.
Serviço postal;
Sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
Política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
Comércio exterior e interestadual;
Diretrizes da política nacional de transportes;
Regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
Trânsito e transporte;
Jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
Nacionalidade, cidadania e naturalização;
Populações indígenas;
Emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
Organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício das profissões;
Organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes;
Sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
Sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
Sistemas de consórcios e sorteios;
Normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;
Competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;
Seguridade social;
Diretrizes e bases da educação nacional;
Registros públicos;
Atividades nucleares de qualquer natureza;
Normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
Defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
Propaganda comercial.
Competência privativa da União – trânsito e transporte: legislar sobre as regras de trânsito e transporte, proibindo aos Estados-membros, a possibilidade de editar normas peculiares a essa mesma matéria, por não se encontrarem no rol de competências comuns.
Transporte interestadual e intermunicipal: legislar sobre transporte interestadual é competência privativa da União, diferentemente da regulamentação do transporte intermunicipal. Em relação aos municípios, a Constituição adota a técnica de enunciar competências explícitas, além de fornecer um critério para a determinação de competência, por meio da cláusula assuntos de interesses locais.
Há uma crítica à legislação, visto que esta gera conflito no que tange a questão de competência, em relação a interesse geral, regional ou local. Doutrinadores concordam que ainda que de competência privativa da União, se o transporte é Federal, a competência é da União, ao Estado compete o transporte estadual e intermunicipal e ao Município, o transporte municipal e local.
Conclui-se então que, não compete à União, nem tampouco aos Municípios, legislarem sobre normas de trânsito intermunicipal, sob pena de invasão da esfera de atuação do Estado-membro, pois trata-se de competência remanescente, aos quais permitirão gerirem, administrarem, serem responsáveis e autorizarem qualquer modalidade de transporte coletivo intermunicipal.
Delegação de competência da União para os Estados: 
Requisito formal: a delegação deve ser objeto de lei complementar devidamente aprovada pelo Congresso Nacional, por maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
Requisito material: somente poderá ser delegado um ponto específico dentro de uma das matérias descritas nos vinte e nove incisos do art. 22 da Constituição Federal, pois a delegação não se reveste de generalidade, mas de particularização de questões específicas, do elenco das matérias incluídas na privatividade legislativa da União. Assim, nunca se poderá delegar toda a matéria existente em um dos citados incisos;
Requisito implícito: o art. 19 da Constituição Federal veda a criação por parte de qualquer dos entes federativos de preferências entre si. Dessa forma, a Lei Complementar editada pela União deverá delegar um ponto específico de sua competência a todos os Estados, sob pena de ferimento do princípio da igualdade federativa.
Competência concorrente União / Estado / Distrito Federal: determina a Constituição competir à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
Direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico. É pacífico que o Estado-membro possui competência concorrente para legislar sobre direito tributário, financeiro e econômico, desde que não viole as normas gerais do sistema monetário nacional federal, inclusive para legislar sobre atualização do valor do ICMS;
Orçamento;[
Juntas comerciais;
Custas dos serviços forenses;
Produção e consumo
Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
Educação, cultura, ensino e desporto;
Criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
Procedimentos em matéria processual;
Previdência social, proteção e defesa da saúde;
Assistência jurídica e defensoria pública;
Proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
Proteção à infância e à juventude;
Organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
A competência concorrente classifica-se em cumulativa sempre que inexistirem limites prévios para o exercício da competência, por parte de um ente, e em não cumulativa, que estabelece a chamada repartição vertical, reserva-se um nível superior ao ente federativo União, que fixa os princípios e normas gerais, deixando-se ao Estado-membro a complementação. A competência da União está estabelecida às normas gerais, devendo os Estados e Distrito Federal torna-las específicas, através de suas respectivas leis, caracterizando assim a competência suplementar dos Estados-membros e Distrito Federal..
A competência suplementar subdivide-se em duas categorias: a competência complementar dependerá de prévia existência de lei federal a ser especificada pelos Estados-membros e Distrito Federal. A competência supletiva aparece em virtude da inércia da União em editar a lei federal, quando então os Estados e o Distrito Federal, temporariamente, adquirirão competência plena tanto para edição de normas de caráter geral, quanto para normas específicas.
Regras definidorasda competência legislativa concorrente:
A competência da União é direcionada somente às normas gerais, sendo de flagrante inconstitucionalidade aquilo que delas extrapolar;
A competência do Estado-membro ou do Distrito Federal refere-se às normas específicas, detalhes, minúcias (competência suplementar). Assim, uma vez editadas as normas gerais pela União, as normas estaduais deverão ser particularizantes, no sentido de adaptação de princípios, bases, diretrizes a peculiaridades regionais (competência complementar);
Não haverá possibilidade de delegação por parte da União, aos Estados-membros e Distrito Federal das matérias elencadas no art. 24 da Constituição Federal;
O rol dos incisos destinados à competência concorrente é taxativo, portanto não haverá essa possibilidade em matéria destinada a lei complementar, por ausência de previsão do art. 24 da Constituição;
A inércia da União em regulamentar as matérias constantes no art. 24 da Constituição Federal não impedirá ao Estado-membro ou ao Distrito Federal a regulamentação da disciplina constitucional (competência supletiva). Note-se que, em virtude da ausência de Lei Federal, o Estado-membro ou o Distrito Federal adquirirão competência plena para a edição tanto de normas de caráter geral, quanto específico. Em relação à inércia legislativa da União, em sede de competência concorrente, decidiu o STF que, “enquanto não sobrevier a legislação de caráter nacional, é de admitir a existência de um espaço aberto à livre atuação normativa do Estado-membro, do que decorre a legitimidade do exercício, por essa unidade federada;
A competência plena adquirida pelos Estados-membros ou Distrito Federal é temporária, uma vez que, a qualquer tempo, poderá a União exercer sua competência editando lei federal sobre as normas gerais;
A superveniência de lei federal sobre as normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Competência remanescente (reservada) do Estado: o Estado-membro, legislativamente, tem três espécies de competências. Remanescente, delegada pela União e concorrente-suplementar.
Competência remanescente ou reservada: a mesma regra aplicada à competência administrativa aos Estados-membros é utilizada na aplicabilidade da competência legislativa, assim, os Estados-membros poderão legislar sobre todas as matérias que não estiverem vedadas implícita ou explicitamente.
São vedações implícitas as normas as competências legislativas reservadas pela Constituição Federal à União e aos Municípios.
São vedações explícitas, as normas de observância obrigatória pelos Estados-membros na sua auto-organização e normalização própria, consistentes nos princípios sensíveis, estabelecidos e federais extensíveis.
Há também as competências enumeradas estabelecidas na Constituição Federal aos Estados-membros, como a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios, por meio de lei estadual; a exploração direta, ou mediante concessão, dos serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para sua regulamentação; a instituição, mediante lei complementar estadual, das regiões metropolitanas, aglomerados urbanos e microrregiões.
Competência por delegação da União: somente a União, por meio de lei complementar, poderá delegar ao Estado a possibilidade de legislar sobre um ponto específico de um dos 29 incisos do art. 22.
Competência concorrente-suplementar: o Estado-membro possui tal competência, que engloba a possibilidade de o Estado-membro atuar de forma complementar ou supletiva no tocante à União.
Competência exclusiva e suplementar do município: a função legislativa é exercida pela Câmara dos Vereadores, que é o órgão legislativo do município, em colaboração com o prefeito, a quem cabe também o poder de iniciativa das leis, assim como o poder de sancioná-las e promulgá-las, nos termos propostos como modelo, pelo processo legislativo federal.

Outros materiais