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COMO LIDAR COM A INDISCIPLINA INFANTIL SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................3 ENTENDENDO A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS ................5 LIDANDO COM A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS ..............11 O PAPEL DA FAMÍLIA PARA ACABAR COM A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS ..................................................16 CONCLUSÃO ....................................................................................18 SOBRE O GRUPO EDUCACIONAL AUGUSTO CURY ........ 20 INTRODUÇÃO 4 Uma rápida busca do termo “disciplina” em um dicionário revela a ideia de obediência a um determinado conjunto de normas e regras estabelecidas com a finalidade de regular a conduta do indivíduo. Nesse sentido, o oposto da disciplina é a indisciplina, condição em que ocorre o desrespeito a preceitos entendidos como necessários à fixação da ordem e ao exercício de condutas consideradas adequadas e pertinentes. INTRODUÇÃO A indisciplina infantil é, nessa perspectiva, a transgressão cometida pela criança a regras e normas estabelecidas, em geral, por adultos. De alta incidência, o comportamento indisciplinado na infância repercute sobre os mais diversos segmentos sociais, tais como o contexto familiar, escolar, os diferentes espaços de convivência com outras crianças e os vários tipos de interação com adolescentes e adultos. Comportamentos e expectativas sociais estão estreitamente relacionados, de modo que a indisciplina infantil pode figurar como um relevante entrave durante a formação socioemocional da criança e consequente constituição de sua personalidade. Por isso, a forma como a criança encara os vários regulamentos estabelecidos em sociedade costuma ser uma preocupação, sobretudo da família e de educadores. Dessa maneira, lidar com a indisciplina infantil tende a ser um grande desafio para os familiares e profissionais da educação. Para ter condições de lidar satisfatoriamente com esse comportamento, é crucial que sejam entendidas suas causas e características, conhecidas as possibilidades de abordagem e compreendido o papel da família na condução da indisciplina quando ela ocorre. ENTENDENDO A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS 6 Essas categorizações carregam traços negativos – basta pensar na palavra “terrível” – e servem só para acentuar o entendimento equivocado que se tem sobre a indisciplina infantil, cujas causas são multivariadas e, muitas vezes, não estão nas crianças. Além disso, as propriedades do comportamento indisciplinado na infância são heterogêneas e manifestam-se de diversas formas e graus, configurando, pois, um fenômeno complexo. O primeiro aspecto a ser esclarecido diz respeito ao impacto da indisciplina para o futuro da criança, já que os tipos de comportamento que ela aprende e internaliza na infância tendem a acompanhá-la durante todo o seu desenvolvimento socioemocional. Isso faz com que a incompreensão da necessidade de seguir regras sociais constitua um adulto potencialmente exigente, autoritário, com dificuldades diante de frustrações e nas relações interpessoais, uma vez que não internalizou limites. É comum que as crianças sejam caracterizadas – principalmente pelos adultos – de acordo com o tipo de comportamento que exibem em suas interações com o mundo e com os outros. Adjetivos como “terrível”, “danado”, “impossível”, “arteiro”, “levado” e “atentado” são frequentemente utilizados para rotular crianças que apresentam atitudes incompatíveis com as regras sociais e combinados estabelecidos. ENTENDENDO A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS 7 ENTENDENDO A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS A segunda questão fundamental a ser esclarecida refere-se ao fato de que a infância é uma etapa do desenvolvimento sociobiológico do indivíduo. Embora essa seja uma constatação óbvia, não é raro encontrar pessoas que deixam de levar isso em consideração, de modo a tratar a criança como um adulto em miniatura, esperando dela determinadas formas de comportamento impossíveis para a sua idade. Por outro lado, vemos o oposto também, crianças mandando nos pais ou na família sem a noção de limite em suas interações com o outro. Nesse prisma, se o comportamento infantil é crucial para a constituição socioemocional do indivíduo e a infância é uma fase primordial do desenvolvimento humano, ambos os aspectos precisam ser levados em conta na abordagem da indisciplina. É importante ter em mente que as crianças aprendem a se comportar em sociedade com base nas pessoas com quem convivem e a partir das instruções e orientações que recebem o tempo todo, de forma verbal (fala) e não-verbal (gestos e expressões corporais). 8 ENTENDENDO A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS Tendo em vista essas considerações, é necessário refletir sobre as raízes da indisciplina infantil, pois é com base nelas que será possível intervir sobre o comportamento indisciplinado da criança. De maneira geral, o que está subjacente às atitudes indisciplinadas manifestadas na infância é um modelo educativo com baixa ou nenhuma eficácia, condição resultante de uma série de fatores e circunstâncias. A educação é um processo complexo que pode trazer dificuldades para a família, já que, nem sempre, os familiares conseguem identificar a melhor forma de transmitir valores, responsabilidades e modos de agir à criança. Portanto, a busca por estratégias educativas saudáveis é essencial, para que haja aprendizagem social da criança de acordo com as suas possibilidades biológicas e cognitivas. Modelos educativos altamente permissivos favorecem o surgimento de comportamentos indisciplinados na criança. Quando a família tem dificuldades para dizer “não” e acaba deixando a criança agir por conta própria, sem perceber, pode estar sendo negligente no que se refere ao ensino, tanto do ponto de vista da existência de normas para viver em sociedade, quanto da importância de segui-las. Esse tipo de perspectiva desorienta a criança, que, seja qual for a idade, ainda não sabe exatamente como enfrentar as diferentes situações sociais em que está inserida. Sem conhecer as regras e, inclusive, os seus porquês – mesmo que não os compreenda ou concorde com eles –, a criança tem poucas condições de entender e praticar o respeito, a tolerância e a paciência, tornando-se inconsequente e inflexível. 9 ENTENDENDO A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS Por outro lado, modelos educativos muito severos podem até ter algum efeito positivo no controle do comportamento infantil, mas, além de gerarem outros problemas e traumas, tendem a não funcionarem a longo prazo e, muitas vezes, causam e fortalecem a indisciplina e a rebeldia. Isso ocorre porque o uso excessivo da autoridade costuma intensificar o perfil naturalmente questionador das crianças, que, com o passar do tempo, não se conformam com ela. Tal maneira de educar se torna ainda menos eficaz e potencialmente mais prejudicial se o autoritarismo vier acompanhado de violência física ou verbal. Crianças expostas a normas rígidas demais, incoerentes ou incompreensíveis, que recebem castigos austeros e são tratadas severamente podem rebelar-se contra seus educadores, desafiando-os ao continuar com atitudes indisciplinadas e ações cada vez mais desregradas. 10 ENTENDENDO A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS Além disso, crianças educadas em tais circunstâncias tendem a internalizar comportamentos autoritários e agressivos, incorporando-os às suas práticas cotidianas. A naturalização dessas posturas não apenas dificulta a compreensão e a adequação disciplinares como também pode incidir sobre as habilidades socioemocionais do indivíduo,que pode ver na autoridade e violência meios habituais de agir. Assim, tanto a ausência de imposição de limites quanto a educação antidemocrática contribuem demasiadamente para o estabelecimento e a manutenção da indisciplina infantil. Essas duas situações geram consequências distintas e incidem de modos variados sobre o comportamento de crianças de diferentes idades. As crianças mais novas, que geralmente estão em fase inicial de socialização e possuem pouca maturidade para compreender a importância das normas sociais, necessitam de limites. A falta deles faz com que, ao longo do tempo, a criança não consiga perceber quais comportamentos deve reprimir e quais pode continuar a exibir, levando, muitas vezes, a dificuldades no discernimento entre o certo e o errado, perante a sociedade. Já as crianças mais velhas, com um maior repertório de interações sociais e mais maduras para entender que a vida em sociedade se baseia em regras, precisam, ter acesso a processos democráticos, em que normas são explicadas e até negociadas em algumas situações específicas. Ignorar esse tipo de relação tende a fazer com que a criança se torne oprimida e não se sinta notada e valorizada, sentimentos que podem ocasionar aversões a regulamentos. LIDANDO COM A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS 12 Outros dois aspectos a serem considerados na abordagem do comportamento desregrado na infância referem-se aos tipos e graus de manifestações indisciplinares. Assim, lidar com a indisciplina das crianças exige saber suas motivações, características e nível. LIDANDO COM A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS 13 LIDANDO COM A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS As características indisciplinares são observadas através das próprias atitudes das crianças, de modo que, a partir daí, podem ser estabelecidas estratégias mais específicas para acabar com o comportamento inadequado. O mesmo raciocínio é válido para a identificação do nível de indisciplina, que pode ser superficial ou já estar em um estágio mais avançado. Uma dica infalível consiste em equilibrar o exercício da autoridade adulta com o fomento da autonomia infantil. Isso significa mostrar para a criança que ela precisa obedecer as regras impostas nos diferentes segmentos sociais ao mesmo tempo em que é possível negociar e articular combinados. » Exemplo: a definição de horários de estudo, descanso e atividades de lazer, como brincadeiras e jogos, a disposição de normas de conduta durante a interação com outras crianças e o ensino de regras de atividades lúdicas e esportes. Outra prática de suma importância é a manipulação assertiva das regras, ou seja, é importante que as regras estabelecidas sejam claras, objetivas e passíveis de gerar sanções com o não cumprimento ou mesmo recompensas com a obediência. Recompensar atua no reforço do comportamento tido como adequado. Por meio dessas atitudes, a criança pode, paulatinamente, entender as lógicas sociais dos regulamentos. 14 LIDANDO COM A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS Situações efetivamente práticas da aplicação dessa técnica englobam a criação dos chamados combinados – para crianças mais novas – ou acordos – para crianças mais velhas. Nesse processo, os adultos verbalizam para a criança qual a norma a ser estabelecida, explicitam as consequências acarretadas caso ela não seja seguida e, se for oportuno e necessário, prometem uma recompensa para a obediência. Duas questões precisam ser consideradas para o sucesso dessa prática. Combinados e acordos, como sugerem os próprios termos, demandam aceitação de ambas as partes. Por isso, é importante conversar com a criança, de modo a ouvi- la e, então, mostrar a necessidade de implantação da regra em foco. O diálogo pode até não funcionar imediatamente, mas, com o passar do tempo, é natural que surta efeito. 15 LIDANDO COM A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS O segundo fator diz respeito às recompensas e aos castigos. A finalidade da primeira ação é mostrar para as crianças que atitudes positivas geram consequências benéficas ou, pelo menos, que não repercutem negativamente. Os castigos têm o objetivo inverso, trabalhando a ideia de que comportamentos inadequados causam efeitos indesejados. Nessa perspectiva, a recompensa pode ser um elogio, uma manifestação afetiva e não necessariamente uma ação permissiva ou um prêmio material, o qual, inclusive, é pouco recomendado, já que tem potencial para deturpar o tipo de relação que se quer mostrar. O castigo pode figurar como a proibição de algum tipo de atividade, uma conversa de repreensão, mas, nunca como violência verbal ou física. Dar exemplo é outra prática fundamental. Considerando que as crianças aprendem muito através do outro, é importante que o adulto também siga as normas, o que evita uma confusão na mente infantil. Obviamente que há diversas situações em que regras são aplicadas apenas para a criança, o que precisa ser explicado para ela, na medida do possível. Assim, se adulto e criança estão em um local em que é exigido silêncio, ambos necessitam ficar quietos. Caso tenha sido estabelecida uma regra quanto ao horário de dormir da criança, cabe ao adulto explicar que a necessidade de descanso naquele momento é dela, que é quem precisa seguir a norma em questão. Esse tipo de atitude mostra para a criança que há várias formas e aplicações de normas em sociedade. O PAPEL DA FAMÍLIA PARA ACABAR COM A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS 17 Muito se discute sobre a que instituição cabe a responsabilidade de educar uma criança: a família ou a escola. No entanto, não há dúvidas de que o papel da família têm função crucial no processo educativo, uma vez que figuram como o alicerce socioemocional da criança, que conta com eles para saber onde e como ir, sanar suas angústias e ter segurança emocional. O PAPEL DA FAMÍLIA PARA ACABAR COM A INDISCIPLINA DAS CRIANÇAS Assim, é, no ambiente familiar, sobretudo, que os limites precisam ser colocados, a relação entre autoridade e permissividade equilibrada, bem como a educação democrática praticada e estimulada. A premissa geral é que a família coloque-se no papel de orientadora da conduta da criança, mostrando a ela tanto a existência como a importância de seguir regras. A convivência cotidiana e as relações afetivas, típicas dos laços familiares, aliadas a técnicas assertivas e coerentes são poderosos recursos para formar pessoas éticas. CONCLUSÃO 19 CONCLUSÃO Dizem que a educação é dever e direito de todos, mas, são a escola e a família as instituições a que esse processo é atribuído. Nessa ótica, concebida como o porto seguro da criança, a família é responsável por fornecer bases sólidas para que ela possa agir conforme as expectativas sociais. Assim, é muito importante que os familiares tenham subsídios, como os apresentados aqui, para lidar com a indisciplina infantil. CONCLUSÃO O Grupo Educacional Augusto Cury promove diferentes soluções para o desenvolvimento da inteligência, das habilidades socioemocionais e cognitivas e da qualidade de vida, por meio de cursos presenciais e online, palestras, workshops, capacitações e treinamentos corporativos, franquias educacionais, programas educacionais em formato de convênios com escolas privadas e públicas e centro de estudos e pesquisas. A atuação do Grupo Educacional Augusto Cury abrange metodologias específicas, fundamentadas na teoria da Inteligência Multifocal de autoria do Dr. Augusto Cury, para crianças, adolescentes, adultos e empresas, com resultados eficientes e comprovados. Para mais informações, acesse o nossosite! SOBRE O GRUPO EDUCACIONAL AUGUSTO CURY