Buscar

Florença na Idade Média e Renascença

Prévia do material em texto

Época medieval Bizantina 
Em meados do século XI, a posição de Florença, na Toscana tornou-se ainda mais importante porque Lucca já não era a sede do marquesado e porque da cidade participava ativamente e de maneira decisiva no movimento pela Reforma da Igreja. A luta para eliminar a interferência secular em assuntos eclesiásticos e para a afirmação da independência do papado da influência imperial tinham como principal representante São João Gualberto, filho de um cavaleiro florentino, que fundou a Ordem de Vallombrosa. 
Florença organizou um conselho em 1055, sob o Papa Vítor II, com a presença do imperador Henrique III e com a participação de 120 bispos. Muitos edifícios antigos foram reconstruídos durante a segunda metade do século XI, incluindo a catedral de Santa Reparata, o Batistério e San Lorenzo. Em 06 de novembro de 1059, o bispo Gerard, que se tornou papa sob o nome de Nicolau II, reconsagrou a antiga igreja batismal da cidade que foi reconstruída da forma que a vimos atualmente. O edifício octogonal com um eixo semicircular de um lado e três entradas, parece ser coberta por uma cúpula com arco ogival, dividida em oito setores e ganhou nova fachada, revestida de mármore. 
Depois da morte da mãe e do seu marido (Godofredo, o Barbudo), Matilda, filha do Condessa Beatriz, se tornou a única condessa de Toscana. Ela sempre concordou com as ideias de reforma e com as políticas de São João Gualberto, e durante a luta pela posse, deu o seu apoio ao mais influente dos reformadores, Hildebrand de Sovana que mais tarde tornou-se Papa Gregório VII, travando, uma aberto explícita oposição ao Imperador Henrique IV. Após o episódio de Canossa, a vitória de Henrique IV em 1081 levou à deposição oficial da Condessa, abandonada por todas as cidades toscanas, exceto Florença. Esta fidelidade à condessa deposta custou à Florença um cerco imperial, em julho de 1082, que fracassou. O apego de Matilda à Florença e a consequente ruptura com o imperador levou à construção, em 1078, um sistema mais eficiente de defesa e a cidade recebeu novos muros – aquele que Dante chama de "cerco antigo." As  muralhas, na sua maior parte, seguiam as linhas das paredes do período carolíngio, mas incluía o Batistério, a Catedral de Santa Reparata e a residência da condessa. Neste período a cidade foi dividida em bairros que levava os nomes dos quatro portões principais: Porta San Piero, no leste, a chamada "Porta do Bispo" para o norte, a oeste de Port San Pancrazio e Santa Porta Maria, ao sul. 
Como todas as primeiras cidades medievais, o plano urbano do século XI de Florença foi caracterizado não só pela recuperação da estrutura urbana antiga (muros e restos de várias das estradas), mas por uma homogeneização de base, expresso em uma distribuição aleatória das diferentes fronteira, incluindo importantes edifícios religiosos.
Renascença e reformas 
Quando se estuda a transição da Idade Média, especificamente a Baixa Idade Média, para a Idade Moderna, percebe-se que ainda vigora em muitos livros didáticos de história, revistas e blogs de educação uma certa perspectiva reducionista que compreende o Renascimento Cultural dos séculos XIV, XV e XVI como um fenômeno de ruptura radical e definitiva com a Idade Média. Essa visão supõe ser a Idade Média um período decadente e obscuro que nada ofereceu de significativo ao universo cultural que sobreveio com o Renascimento. 
Mas muito pelo contrário, no período compreendido como Renascimento confluíram vários elementos da cultura cristã florescida na Idade Média, como elementos da cultura clássica (greco-latina), que passou a ter uma dimensão maior na Europa Ocidental, sobretudo em regiões de intenso comércio marítimo, como a Itália (ao sul) e a Holanda e os Países Baixos (ao norte), que também tiveram um intenso desenvolvimento urbano ainda no período medieval. 
Para o historiador Thomas Woods, o Renascimento, mais do que uma ruptura total com o passado medieval, pode ser considerado o auge da Idade Média. Diz ele que “os medievais, tal como uma das figuras exponenciais do Renascimento, tinham um profundo respeito pela herança da antiguidade clássica, ainda que não a aceitassem de modo tão acrítico como o fizeram alguns humanistas: e é na Idade Média que encontramos as origens das técnicas artísticas que viriam a ser aperfeiçoadas no período seguinte.” (WOODS, Thomas. Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental. São Paulo: Quadrante, 2008. p. 119)
A confluência entre a cultura clássica e a cultura cristã viu-se expressa na obra de vários autores do Renascimento, desde artistas como Michelângelo e Leonardo da Vinci até escritores como Erasmo de Rotterdan, Nicolau de Cusa e Thomas Morus. Uma característica que se tornou, sim, uma identidade renascentista no âmbito dos estudos intelectuais foi a redescoberta dos textos clássicos originais, sobretudo os gregos. Filósofos como Aristóteles e Platão eram lidos na Idade Média por meio de traduções latinas com pouca precisão. Eruditos do Renascimento, como Leonardo Bruni – tradutor da Política e da Ética a Nicômaco, de Aristóteles –, foram responsáveis por esse resgate das fontes primárias dos textos gregos e pela feitura de traduções criteriosas e comentadas. 
Além disso, outras características também contribuíram para compor uma identidade própria ao Renascimento. A concepção antropocêntrica do mundo, que aos poucos se impôs, divergiu da perspectiva teocêntrica medieval, ainda que vários elementos doutrinais tenham sido preservados. O humanismo, isto é, a valorização das potencialidades humanas, da faculdade racional, da capacidade de criação artística, de observação, registro e cálculo dos fenômenos naturais e de organização política, também contribuiu para definir essa época que antecedeu o século XVII – século da Revolução Científica operada por Galileu Galilei.  As grandes navegações e a descoberta do “novo mundo” (o continente americano) e das civilizações e culturas que nele se desenvolveram também foram decisivas para configurar o Renascimento como uma época de experiências novas e enriquecimento cultural. Somou-se a isso a teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico, que também passou a ajustar-se ao antropocentrismo e à capacidade do homem de descobrir os mistérios da “harmonia do mundo”, isto é, os mistérios cosmológicos. 
No mais, foi no início do século XVI, já no auge do Renascimento, que ocorreram dois acontecimentos decisivos no âmbito intelectual, religioso, moral e político da Europa:  invenção da imprensa, por Joannes Gutenberg, e a Reforma Protestante, desencadeada por Martinho Lutero. Esses dois acontecimentos combinados mudaram, aos poucos, a relação dos homens com o conhecimento intelectual antes restrito ao domínio da língua latina. Matinho Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, enquanto a invenção de Gutenberg facilitou a reprodução e a leitura de livros (como a Bíblia) pelo público leigo.
Época Eduardiana 
????
Moderna
Alguns marcos são as músicas de Arnold Schoenberg, as experiências pictóricas de Kandinsky que culminariam na fundação do grupo Der blaue Reiter em Munique e o advento do cubismo através do trabalho de Picasso e Georges Braque em 1908 e dos manifestos de Guillaume Apollinaire, além, é claro, do expressionismo inspirado em Van Gogh e do futurismo.
Bastante influentes nesta onda de modernidade estavam as teorias de Freud, o qual argumentava que a mente tinha uma estrutura básica e fundamental, e que a experiência subjetiva era baseada na relação entre as partes da mente. Toda a realidade subjetiva era baseada, de acordo com as ideias freudianas, na representação de instintos e reações básicas, através dos quais o mundo exterior era percebido. Isto representou uma ruptura com o passado, quando se acreditava que a realidade externa e absoluta poderia impressionar ela própria o indivíduo, como dizia por exemplo, a doutrina da tabula rasa de John Locke.
Entretanto, o movimento moderno não era meramente definido pela sua vanguarda mas também pela linha reformista aplicada às normasartísticas prévias. Esta procura pela simplificação do discurso é encontrada no trabalho de Joseph Conrad. Nota-se em Mário de Andrade, com suas restrições à Poesia Pau-Brasil que não o tornam absolutamente um vanguardista. As consequências das comunicações modernas, dos novos meios de transporte e do desenvolvimento científico mais rápido começaram a se mostrar na arquitetura mais barata de se construir e menos ornamentada, e na redação literária, mais curta, clara e fácil de ler. O advento do cinema e das "figuras em movimento" na primeira década do século XX possibilitaram ao movimento moderno uma estética que era única, e novamente, criaram uma conexão direta com a necessidade percebida de se estender à tradição "progressiva" do fim do século XX, mesmo que isto entrasse em conflito com as normas estabelecidas.
A tentativa de reproduzir o movimento das imagens com palavras surgiu primeiramente com o futurismo de Marinetti, na Itália, que publicou o primeiro manifesto no ano de 1909. Baseados nas experiências de Sergei Eisenstein no cinema, os cubo-futuristas russos, como Vladimir Maiakovski conseguiram subsequentemente concretizar esta intenção dos primeiros futuristas.
Após o futurismo, surgem várias vanguardas na literatura e na poesia, como o expressionismo e o cubismo, importados das artes plásticas, o dadaísmo e o surrealismo, a partir da relação com a estética de escritores e poetas da segunda metade do século XIX, com suas novas formas de explorar a psique humana e com a linguagem verbal.
No entanto, muito influenciada pelas ideias do futurismo, surge também uma linha do movimento moderno que rompeu com o passado ainda a partir da primeira década do século XX de forma mais branda que as vanguardas, e tentou redefinir as várias formas de arte de uma maneira menos radical. Seguindo esta linha mais branda vieram escritores de língua inglesa como Virginia Woolf, James Joyce (que depois tornou-se mais radical e mais próximo das vanguardas), T.S. Eliot, Ezra Pound (com ideias claramente próximas ao futurismo), Wallace Stevens, Joseph Conrad, Marcel Proust, Gertrude Stein, Wyndham Lewis, Hilda Doolittle, Marianne Moore, Franz Kafka e William Faulkner. Compositores como Arnold Schönberg e Igor Stravinsky representaram o moderno na música. Artistas como Picasso, Matisse, Mondrian, os surrealistas, entre outros, o representaram nas artes plásticas, enquanto arquitetos como Le Corbusier, Mies van der Rohe, Walter Gropius e Frank Lloyd Wright trouxeram as ideias modernas para a vida urbana cotidiana. Muitas figuras fora do modernismo nas artes foram influenciadas pelas ideias artísticas, por exemplo John Maynard Keynes era amigo de Virginia Woolf e outros escritores do grupo de Bloomsbury.

Continue navegando

Outros materiais