Buscar

Aula 3 A Acumulação Primitiva do Capital

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 3: A Acumulação Primitiva do Capital 
O que chamamos de acumulação primitiva do capital? 
Na aula anterior, estudamos a importância que a exploração do trabalho humano teve 
para a acumulação de riqueza por parte de diferentes segmentos ao longo da história. 
Agora, vamos estudar a relação entre o que foi denominado por Marx como 
 
No mundo ocidental, durante a transição do feudalismo para o capitalismo, tivemos um 
período de acumulação primitiva do capital. Por acumulação primitiva do capital 
compreende-se um processo histórico através do qual se dispõe à burguesia os 
elementos necessários para o estabelecimento da produção capitalista, que tem inicio 
com a Revolução Industri
desenvolvimento capitalista. 
Os elementos principais que contribuíram para a acumulação primitiva foram: 
• A concentração dos meios financeiros nas mãos das burguesias, que serão 
utilizados para a compra dos meios de produção e do trabalho assalariado. 
• A formação da mão de obra desprovida de propriedades e livre para vender-se 
a qualquer capitalista. 
Os meios financeiros foram adquiridos pela burguesia através do desenvolvimento do 
comércio que, neste período, foi caracterizado, sobretudo, pela forma desumana como 
se deu a exploração colonial. Já a constituição da força de trabalho livre e barata foi 
garantida pela expropriação da população camponesa, que se fez através dos 
cercamentos, processo muito desenvolvido na Inglaterra, mas que ocorreu também 
em outros países europeus. Na Inglaterra a partir do século XV, mas principalmente a 
partir XVI, com o desenvolvimento da manufatura de lã, os grandes proprietários 
começaram a criar ovelhas, cercando para a tal práticas as terras e delas expulsando 
pequenos camponeses. Além disso, apropriaram-se também das terras comunais, e, 
em consequência, ocorreu um despovoamento do campo. Os camponeses migraram 
para as cidades e passaram a vender a sua força de trabalho para o produto industrial. 
o processo pelo qual o capitalismo se desenvolveu a partir de uma forma anterior da 
sociedade de classes (feudalismo medieval), bem como a servidão da gleba da forma 
de produção original se transformou em trabalho assalariado. E as etapas de transição 
não foram, de forma alguma, nítidas, implicando importantes transformações políticas 
(no seio das classes e na política de Estado). Na primeira etapa, o pequeno produtor 
obteve a sua emancipação parcial ou completa, das obrigações feudais que sobre ele 
pesavam. Na segunda foi separado da sua propriedade dos próprios meios de 
produção, e tornou-se dependente do trabalho assalariado para conseguir a sua 
su 
A chamada revolução dos preços, ou seja, a grande inflação europeia, resultante do 
grande fluxo de metais preciosos, conseguido através da exploração colonial da 
América pelos países da Europa, aliada à quantidade abundante de força de trabalho 
disponível, possibilitaram aos produtores industriais aumentarem a sua acumulação 
de capital. Observamos, assim, o desenvolvimento do capitalismo. A exploração 
colonial foi um elemento fundamental para a acumulação nas mãos da burguesia, de 
meios financeiros que se transformaram em capital ao comprar os meios de produção 
e a força de trabalho. O sistema colonial, que tinha como base o monopólio comercial 
das metrópoles sobre as colônias, atendia aos interesses do estado absolutista 
europeu; estava assentado sobre as bases do mercantilismo. O sistema colonial 
compreendia a produção de produtos e/ou a extração de metais que eram 
comercializados pela metrópole. Era da circulação das mercadorias que se obtinham 
os maiores lucros no período de transição do feudalismo para o capitalismo. A 
pirataria, os saques das colônias também garantiam a acumulação primitiva do capital. 
enterramento da população nativa nas minas, o início da conquista e pilhagem das 
Índias Orientais, a transformação da África numa caçada comercial de peles-negras 
assinalara a aurora da era da produção capitalista. Estes processos idílicos são 
momentos principais da acumulação original 
 
É IMPORTANTE NÃO CONFUNDIR CAPITALISMO COM MERCANTILISMO 
O mercantilismo tinha como principal objetivo o fortalecimento do poder dos reis, mas 
acabou, através do comércio, concentrando mais forte nas mãos dos burgueses. O 
Estado absolutista com sua política econômica do mercantilismo possibilitou ao capital 
comercial os mercados de que ele necessitava. As medidas protecionistas e 
intervencionistas do Estado absolutista tornaram-se um entrave à expansão capital. É 
a partir deste contexto que devemos entender todo um movimento de derrubada do 
estado absolutismo pela burguesia enquanto classe hegemônica neste momento. 
Você sabia? Que um momento histórico que marcou o fim do absolutismo foi a queda 
da bastilha? Bastilha era o local onde, no século XVII E XVIII, eram aprisionadas as 
pessoas que na França contestavam o poder absoluto dos reis. 
Com o fim do Estado absolutista na Inglaterra e na França, surge o modo de produção 
cuja base de sustentação inicial era a grande indústria a exploração do trabalho 
assalariado. A revolução Industrial propiciou a produção de mais mercadorias com 
menos tempo de trabalho. 
A Inglaterra foi um país da Europa onde, no século XVIII, a Revolução Industrial se 
desenvolveu primeiro. O fato de a Inglaterra ser o primeiro país em que se inicia a 
Revolução Industrial não pode ser explicado com base apenas no avanço técnico e 
científico, mas numa combinação de fatores que ali ocorreram. A burguesia que se 
formava, mesmo tendo sua origem na área artesanal e resultante do período 
mercantilista. 
Os nossos burgueses da era industrial se interessavam pela expansão da produção. 
Neste momento, se observa o declínio das corporações de oficio, onde um artesão, 
ajudado por companheiros e aprendizes, realizava uma produção independente, já que 
possuía os meios de produção e vendia os seus produtos no mercado local. 
As corporações foram mudando e alguns artesões se transformaram em empresários, 
diferenciando-se assim dos seus companheiros tanto nas condições sociais como nas 
econômicas. Muitas das pessoas que compunham as corporações serviram como mão 
de obra barata, aumentando assim o proletariado nascente. 
A produção deste início do capitalismo foi a manufatura e se caracterizou por antigos 
mestres que dirigiam uma empresa das corporações de ofício que nela investiam 
capital. Essa produção distinguiu-se da doméstica, pois existia um local próprio, onde 
as atividades tarefas eram divididas. 
 
DO ARTESANATO À MANUFATURA , O QUE MUDOU? 
mudaram. Nas corporações subsistiam as relações patriarcais entre oficiais e 
mestres; na manufatura estas relações foram substituídas por relações monetárias 
entre o trabalhador e o capitalista, relações que permaneceram com vestígios de 
patriarcalismo do campo e nas pequenas cidades, mas que logo perderam quase todo 
 
 
Além das mudanças concretas que propiciaram o surgimento do modo de produção 
capitalista, este também foi sustentado pelo liberalismo, que se constituiu, como já 
mencionado na aula anterior, um conjunto de ideias que se opôs ao protecionismo do 
Estado Absoluto e defendia o livre mercado, o livre comércio, o Laissez faire, laissez 
passer. Os teóricos do liberalismo econômico denunciavam a política econômica do 
mercantilismo, principalmente o exclusivismo colonial. 
econômico da burguesia fosse inconteste, o regime político permanecia monárquico e 
o poderio político e o prestigio social da nobreza também permaneciam. Para 
enfrenta-los em igualdades de condições, a burguesia precisava de uma teoria que lhe 
desse legitimidade tão grande ou maior que do seu sangue e a hereditariedadedavam 
à realeza e à nobreza. Essa teoria será a da propriedade privada como direito natural e 
sua primeira formulação coerente será feita pelo filósofo inglês Locke, no final do 
século XVIII, (CHAUÍ, 1996:401). 
 
espontâneo do mercado permitiria uma expansão indefinida das forças produtivas, o 
que acabaria redundando em um progressivo enriquecimento de todas os membros 
das nações, uma que todos iriam se beneficiar com a extensão dessa liberdade. Os 
desequilíbrios iniciais derivam em equilíbrio, de maneira que, de um modo espontâneo 
e automático, a oferta e a demanda terminariam por ajustar- 
Proletarização (a mudança da casa da produção doméstica para as fabricas). 
Podemos concluir então que a Revolução Industrial e, consequentemente, a 
constituição do modo de produção capitalista resultaram sobretudo a partir de três 
elementos: 
Com a Revolução Industrial, há uma reconfiguração da palavra trabalho, o que antes 
significava castigo passa a ser valorizado através da ideologia burguesa como uma 
possibilidade de o homem acumular riqueza e se tornar livre, o que será aprofundado 
na próxima aula.

Outros materiais