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Livro Texto Unidade II

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MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO E CONFLITOS
Unidade II
MÓDULO 5 – MEDIAÇÃO: ORIGEM, CONCEITUAÇÃO E FUNDAMENTOS 
HISTÓRICOS DA MEDIAÇÃO. MUDANÇA DE PARADIGMA. PRINCÍPIOS 
DA MEDIAÇÃO.
MEDIAÇÃO (Lei nº 13.140/2015)
1 – Mediação
Para Fredie Didier Júnior, a mediação é uma técnica não-estatal de solução de conflitos, pela qual 
um terceiro se coloca entre os contendores e tenta conduzi-los à solução autocomposta.
A Lei nº 13.140/2015 conceitua mediação, como meio de solução de controvérsias entre particulares 
e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública, dispondo que mediação é 
a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas 
partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia.
O mediador é um profissional qualificado que tenta fazer com que os próprios litigantes descubram 
as causas do problema e tentem removê-las. Trata-se de técnica para catalisar a autocomposição.
A mediação diferencia-se da negociação pelo simples fato da presença do terceiro mediador, eis que 
este terá como função de auxiliar as partes para resolver o conflito.
Daniel Amorim Assumpção Neves assevera que a postura do terceiro é que diferencia a conciliação 
da mediação, eis que na primeira há o oferecimento de alternativas de sacrifício mútuo entre as partes, 
enquanto na segunda, o mediador estabelece um diálogo entre os envolvidos, de forma que os mesmos 
possam resolver o conflito, sem necessariamente abdicar de parcela de direito.
Ao distinguir a mediação da conciliação, pode-se dizer que a mediação é atividade privada, mesmo 
que processual e visa resolver de forma abrangente o conflito entre as partes, enquanto a conciliação 
contenta-se em solucionar o litígio conforme as posições apresentadas pelos envolvidos.
Via de regra, a mediação é utilizada antes da adjudicação, ou seja, ela possui um procedimento 
extrajudicial e pode ser adotada até como forma de prevenção.
Por fim, o autor conclui que as vias alternativas têm o intuito de complementar e não disputar 
com a adjudicação, sendo a mediação mais adequada para tratar de relacionamentos interpessoais 
continuados (aqueles que vão subsistir independentemente da vontade das partes), como os casos de 
direito de família, vizinhos e associados.
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Unidade II
Nenhuma área de conflito reflete melhor as vantagens e desvantagens da negociação de acordos, 
feitos através da mediação, do que a familiar. Conflitos de família ocorrem entre pais e filhos adolescentes, 
ou entre cônjuges em separação, sobre guarda de filho, ou propriedade, e são configurados por questões 
especialíssimas e extremamente interligadas. Por isso vêm desafiando as decisões judiciais, pelo retorno 
sem fim de seus processos, às salas dos tribunais. As famílias, geralmente, operam de acordo com suas 
“próprias” leis e são rebeldes à imposição de padrões de terceiros. Quando são pressionadas, tomam a 
justiça em suas próprias mãos e ignoram decisões, sejam profissionais ou judiciais [...].
A conciliação e a mediação pode ser judicial ou extrajudicial e as partes podem estar assistidas por 
advogados ou defensores públicos.
2 – Diferença entre conciliação e mediação
Conciliação Mediação
Somente há a presença das partes (contendores), sem 
vínculo anterior. O conciliador tem por função ser um 
facilitador, isto é, facilitar o diálogo entre as partes, 
apresenta proposta e soluções para o litígio.
Há a presença das partes com vínculo anterior. O 
terceiro, mediador, tem função de auxiliar as partes 
para resolver o conflito.
Existência de terceiro com atuação direta. O mediador se coloca entre os contendores e tenta conduzi-los à solução autocomposta.
Há o oferecimento de alternativas de sacrifício mútuo 
entre as partes.
O mediador estabelece um diálogo entre os envolvidos, 
de forma que os mesmos possam resolver o conflito, 
sem necessariamente abdicar de parcela de direito.
3 – Princípios fundamentais e garantias que regem conciliação e mediação:
Confidencialidade: sigilo sobre as informações obtidas na sessão de conciliação, salvo autorização 
expressa das partes, violação à ordem pública ou às leis vigentes. Não pode o conciliador ser testemunha 
do caso, nem atuar como advogado.
Competência: ser pessoa capaz, ter qualificação para a atuação judicial como conciliador e 
capacitação por curso. Para atuar como mediador também deve ter graduação há pelo menos 2 anos 
em curso de ensino superior de instituição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha obtido 
capacitação em escola ou instituição de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional 
de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM) ou pelos tribunais, observados os requisitos 
mínimos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em conjunto com o Ministério da Justiça 
(Lei 13.140/2015, art. 11).
Isonomia entre as partes: tratamento igual, com as mesmas oportunidades de diálogo e exposição, 
e de obtenção de auxílio.
Oralidade: obrigatória a presença e a participação efetiva das partes conflitantes.
Imparcialidade: ausência de favoritismo, preferência ou preconceito, compreendendo a realidade 
dos envolvidos no conflito.
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MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO E CONFLITOS
Neutralidade: manter equidistância das partes, respeitando seus pontos de vista, com atribuição 
de igual valor a cada um deles.
Independência e autonomia: atuação com liberdade, sem pressão interna ou externa, 
sendo permitido recusar, suspender ou interromper a sessão se ausentes as condições para o bom 
desenvolvimento da sessão.
Informalidade: não há formas solenes para o seu desenvolvimento.
Busca do consenso e boa-fé: objetiva o acordo das partes, sempre regido pela boa fé das mesmas.
Respeito à ordem pública e às leis: zelar para que o acordo entre as partes não viole a ordem 
pública, nem contrarie as leis.
4 – Regras que regem o procedimento de conciliação e mediação:
Estas regras são normas de conduta a serem observadas pelos conciliadores/mediadores para seu 
bom desenvolvimento, permitindo que haja o engajamento dos envolvidos, com vistas à pacificação e 
ao comprometimento com eventual acordo obtido:
Informação: dever de esclarecer os envolvidos sobre o método de trabalho a ser empregado, 
apresentando-o de forma completa, clara e precisa, informando sobre os princípios deontológicos, as 
regras de conduta e as etapas do processo.
Autonomia da vontade: dever de respeitar os diferentes pontos de vista dos envolvidos, assegurando-
lhes que cheguem a uma decisão voluntária e não coercitiva, com liberdade para tomar as próprias 
decisões durante ou ao final do processo, podendo inclusive interrompê-lo a qualquer momento.
Ausência de obrigação de resultado: dever de não forçar um acordo e de não tomar decisões 
pelos envolvidos, podendo, quando muito, no caso da conciliação, criar opções, que podem ou não ser 
acolhidas por eles. 
Desvinculação da profissão de origem: dever de esclarecer aos envolvidos que atua desvinculado 
de sua profissão de origem, informando que, caso seja necessária orientação ou aconselhamento afetos 
a qualquer área do conhecimento poderá ser convocada para a sessão o profissional respectivo, desde 
que com o consentimento de todos.
Teste de realidade: dever de assegurar que os envolvidos, ao chegarem a um acordo,compreendem 
perfeitamente suas disposições, que devem ser exequíveis, gerando o comprometimento com seu cumprimento.
5 – Responsabilidades e sanções do conciliador e mediador:
Para exercer as funções de conciliador e mediador perante o Poder Judiciário devem estar capacitados 
e cadastrados pelos tribunais, que regulamentam o processo de inclusão e exclusão destes.
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Unidade II
Conciliador e mediador devem exercer sua função com lisura, respeitando os princípios e regras 
acima, assinando termo de compromisso e submetendo-se às orientações do juiz coordenador da 
unidade a que está vinculado.
Conciliador e mediador são impedidos e suspeitos pelos mesmos motivos dos juízes, conforme 
disposto no NCPC, arts. 144 e 145, devendo quando constatados, estes motivos serem informados aos 
envolvidos, com a interrupção da sessão e sua substituição (NCPC, art. 170 e §§).
Em caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o conciliador e mediador deverá 
informar com antecedência ao responsável para que seja providenciada sua substituição na condução 
das sessões (NCPC, art. 171).
Os conciliadores e mediadores judiciais, se advogados, cadastrados nos Centros Judiciários de 
Solução Consensual de Conflitos (Cejuscs) estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que 
desempenhem suas funções (NCPC, art. 167, § 5º).
A Lei 13.140/2015 regulamenta a mediação entre particulares como meio de solução de controvérsias 
e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública.
O conciliador e mediador fica absolutamente impedido de prestar serviços profissionais de qualquer 
natureza pelo prazo de 1 ano aos envolvidos em processo de conciliação e mediação sob sua condução, 
contado do término da última audiência em que atuou (NCPC, art. 172; Lei 13.140/2015, art. 6º).
O mediador não pode atuar como árbitro nem funcionar como testemunha em processos judiciais 
ou arbitrais pertinentes a conflito em que tenha atuado como mediador (Lei 13.140/2015, art. 7º).
O descumprimento dos princípios e regras estabelecidos, bem como a condenação definitiva em 
processo criminal, resultará na exclusão do conciliador e mediador do respectivo cadastro e no impedimento 
para atuar nesta função em qualquer outro órgão do Poder Judiciário nacional. O mediador e todos que 
assessorarem no procedimento de mediação, quando no exercício de suas funções ou em razão delas, são 
equiparados a servidor público, para os efeitos da legislação penal (Lei 13.140/2015, art. 8º).
Qualquer pessoa que venha a ter conhecimento de conduta inadequada por parte do conciliador e 
mediador poderá representar ao Juiz Coordenador a fim de que sejam adotadas as providências cabíveis.
MÓDULO 6 – MEDIAÇÃO: ATITUDES DO MEDIADOR. APLICABILIDADE DA 
MEDIAÇÃO. PROCEDIMENTO DE MEDIAÇÃO.
MEDIAÇÃO (Lei nº 13.140/2015)
1 – Quem é o mediador e qual o objeto da mediação?
Mediador é um gestor de conflitos, que promove o equilíbrio entre os litigantes, para propiciar 
condições ao mais fraco de enfrentar as opressões do mais poderoso.
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Possui grande senso de equidade, que lhe propicia deslocar-se com habilidade entre as imposições 
da ética, da moral, da justiça e do bem-estar dos envolvidos, em um movimento em que mescla arte, 
filosofia e técnica.
O mediador respeita a dignidade e o sofrimento do próximo e tem prazer de servir e atuar com 
excelência. Isto só é possível pelo seu autoconhecimento, que lhe proporciona controle sobre as 
próprias emoções.
Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos 
indisponíveis que admitam transação (Lei 13.140/2015, art. 3º). O consenso das partes envolvendo 
direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve ser homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério 
Público (Lei 13.140/2015, art. 3º, § 2º).
2 – Perfil do mediador:
Idade: os litigantes podem sentir-se mais à vontade com mediadores de idade similar, descontraídas, 
em sintonia de linguagem, vivência e experiência de relacionamento interpessoal.
Formação superior: a escolaridade de nível superior representa maior garantia na interpretação com 
precisão da linguagem falada e escrita, na elaboração de metáforas e analogias úteis para estabelecer a 
comunicação eficaz e fazer a “ponte” entre os mediandos.
Competência interpessoal: demonstrada pela maneira objetiva, segura, persistente e eficaz com 
que o mediador administra os comportamentos, mesmo quando se tratam de emoções negativas 
(mágoa, desprezo, raiva).
Domínio da língua portuguesa: propicia a compreensão da linguagem escrita e falada, agilidade 
da leitura e entendimento de documentos, competência para redigir os acordos, facilidade para expor as 
próprias ideias e criar uma distinção entre sua própria pessoa.
Conhecimento mínimo de direito: é conveniente, não obrigatório, para permitir avaliar a 
inexistência de decisões versando sobre bens ou direitos indisponíveis ou objetos ilícitos e se os efeitos 
legais decorrentes da decisão das partes serão factíveis.
Conhecimentos e competências a respeito de mediação e suas técnicas: constituem 
conhecimentos e competências indispensáveis.
Sintonia cultural: competência para imergir no universo do conflito e contatar com a realidade 
dos mediandos.
Imagem pública: credibilidade do mediador deve ser inatacável.
Resistência física: capacidade de permanecer alerta na atuação em várias sessões consecutivas 
durante o período exigido.
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Resistência ao estresse emocional: o mediador poderá tornar-se alvo de pessoas perversas, de mau 
caráter, mal-intencionadas, e não poderá deixar-se afetar ao constatar sofrimento e danos recebidos 
por uma das pessoas.
Paciência: deve perseverar na metodologia e resistir à vontade de decidir pelos mediandos e/ou 
praticar justiça.
Autoconfiança: incentivador e aberto ao diálogo, mantém o olhar firme, a fala pausada e direta, 
estimula o questionamento, demonstra equilíbrio e ponderação, combina ousadia e prudência e 
reconhece os próprios erros, aperfeiçoa-se continuamente.
Imparcialidade: aplicam-se as mesmas hipóteses legais de impedimento e suspeição do juiz (Lei 
13.140/2015, art. 5º; NCPC, arts. 144 e 145).
3 - Objetivos do mediador:
Apaziguar: atenuar a confrontação para possibilitar o início e a manutenção da comunicação entre 
os mediandos.
Estabelecer a comunicação: que deve ser objetiva, prática e conclusiva, voltada para os aspectos 
substanciais das questões, e que conduza à compreensão do problema e formulação de alternativas.
Estabelecer a cooperação: obter dos mediandos a disposição para a recepção e análise, construtiva, 
das novas ideias e tentativas de solução, e assim, promover a harmonia futura e cumprimento do acordo 
(o que significa restabelecer a amizade, reatar laços, etc.).
Equilibrar a mesa de negociação: equilíbrio refere-se à neutralidade, imparcialidade e equidistância 
do mediador das partes.
4 – Postura do mediador:
Liderança: o mediador lidera combinando carisma e perícia, transmitindo aos mediandos:
Sentimentos de confiança;
Honestidade;
Serenidade e harmonia;
Espírito de cooperação;
Respeito por si mesmo e pelo outro;
Não violência.
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MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO E CONFLITOS
Agente de transformação: deve utilizar a técnica de perguntar para esclarecer e fazer com que os 
mediandos compreendam o que ocorre e como está sendo feito na sessão, bem como desenvolvam a capacidade 
de multiplicar os conhecimentos adquiridos no processo para futuros e inevitáveis conflitos da vida.
Facilitador do processo: 
Atua na comunicação e ajuda as partes a se expressar;
Evita o mal-entendido, clarifica os problemas e as alternativas de solução;
Explora o problema e amplia o contexto;
Serve de agente da realidade;
Presta-se a ser “bode expiatório” em momentos de angústia e exacerbação de emoções;
Identifica bloqueios e remove obstáculos.
5 – Funções do mediador:
Acolher: recepção boa das partes no local e assegura o funcionamento de todos os itens e serviços 
de apoio disponíveis (condições de conforto, acústica, climatização, etc.).
Organizar: todas as providências para a realização de anotações e registros necessários, dispor de 
facilidades operacionais, coletar as informações acerca do caso e outras afins.
Informar e esclarecer: comunicar de forma clara, objetiva, precisa e correta os procedimentos e 
objetivos da mediação, certificando-se de que todos compreenderam o que foi transmitido. 
Administrar as participações: obter a efetiva participação de cada mediando, com pleno respeito 
à integridade física e emocional. Deve proporcionar idêntica oportunidade de manifestação.
Ampliar a compreensão do problema: aprofundar e ampliar as ideias que cercam os problemas.
Estabelecer a sintonia emocional: esta aproxima mediador e mediandos, para possibilitar: 
Identificar aspectos emocionais de cada mediando;
Permanecer atento ao fato que gera emoções de ambos os lados;
Reconhecer a existência de emoções que devem ser explicitadas e ter sua legitimidade reconhecida;
Liberar as partes da carga psíquica das emoções reprimidas (capital emocional negativo), proporcionando 
às pessoas a oportunidade de empenhar maior energia (capital emocional positivo) no problema.
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Desenvolver soluções de forma cooperada: procedimentos destinados a: 
Revelar os interesses de cada parte;
Criar opções compreendidas e aceitas por elas;
Desenvolver nos mediandos novas aptidões para lidar com os problemas;
Estabelecer comunicação efetiva em torno das opções identificadas e obtenção de acordo.
Favorecer acordos satisfatórios: o sucesso da mediação mede-se pelo desenvolvimento dos mediandos.
6 – Etapas da mediação
Escuta ativa: compreensão do conteúdo global da comunicação e o significado das palavras e 
expressões empregadas pelos mediandos.
Identificação dos conteúdos não verbais da comunicação: são os utentes da língua: tom de voz, 
altura, velocidade, sinais corporais, movimento do corpo, das mãos e da face, e manifestações somáticas 
(rubor e sudorese etc.). 
Ordenação dos pensamentos: o mediador ordena os pensamentos antes de falar e consegue que 
os mediandos também o façam. Por exemplo – uma coisa de cada vez: “quem leva a criança para escola”, 
“horário de visita” e “valor da pensão”.
Orientação da fala das partes: conduzir as partes a falar apenas a respeito de si mesmas, 
concentrando-se nos seus próprios sentimentos, sem procurar adivinhar ou inferir o que a outra parte 
pensa a respeito do que quer que seja.
Manutenção do roteiro previsto: os mediadores devem conduzir a manutenção dos roteiros 
através da boa administração do diálogo entre as partes.
Insistência em argumentos lógicos: o mediador deve estar atento às generalizações, deduções e 
inferências, que originam inúmeros mal-entendidos.
Gratuidade: assegurada aos necessitados.
7 – Procedimentos - Sessão de mediação (Lei 13.140/2015, arts. 14 e ss):
Abertura: atividades preliminares e acolhimento dos mediandos. 
As atividades preliminares são realizadas sem a presença dos mediandos e consiste na obtenção de 
conhecimentos relacionados com o caso e a preparação do local onde será realizada a sessão.
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MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO E CONFLITOS
O acolhimento, após os cumprimentos do mediador e dos participantes, aquele conduz estes à sala 
de mediação, efetua a distribuição dos mesmos nos lugares, certifica-se de que todos se conhecem e 
não há necessidade de apresentações, firma contrato psicológico (participantes se comprometem a 
envidar esforços para o bom andamento dos trabalhos e acatar as orientações do mediador), esclarece 
os objetivos da mediação e a leitura de informações.
Início dos trabalhos: 
No início da primeira reunião de mediação, o mediador destaca a dinâmica da sessão e alerta as 
partes acerca das regras de confidencialidade aplicáveis ao procedimento. 
A requerimento das partes e com a anuência das mesmas poderão ser admitidos outros mediadores 
para funcionarem no mesmo procedimento, devido a complexidade do conflito. 
Entendimento a respeito da reclamação apresentada, através da exposição de motivos pelas partes, 
o que possibilita compreender a diferença entre as posições. 
É cabível mesmo que em curso processo arbitral ou judicial, mediante suspensão do processo 
arbitral ou judicial, respectivo. É irrecorrível a decisão que suspende o processo nos termos 
requeridos de comum acordo pelas partes. A suspensão não obsta a concessão de medidas de 
urgência pelo juiz ou pelo árbitro. 
Enquanto transcorrer o procedimento de mediação, fica suspenso o prazo prescricional (Lei 
13.140/2015, art. 17, § ú). 
Narrativa: as partes narram suas histórias. São objetivos específicos das narrativas: 
Alinhar as percepções: fazer com que todos enxerguem a história do problema da mesma maneira. 
Treinar os mediandos para ouvir o outro: deve acontecer antes dos conflitos se instalar. 
Conhecer detalhes da história do conflito: devem ser úteis para identificar os interesses e 
construir opções para o acordo. 
Narrativa dos mediandos: o que aconteceu, como aconteceu, quem fez e para quem, quando foi 
feito, por quê, onde, em que ambiente ou lugar os fatos se sucederam, os valores envolvidos, e se já 
tentaram resolver o conflito de outras formas. 
Redesenho das narrativas: realiza uma análise dos acontecimentos, separa as diferentes causas 
apontadas, clarifica os fatos, detalha percepções suas e dos mediandos e explica os conteúdos essenciais. 
Convocação de perito: poderá ser necessária a convocação de perito em função da narrativa e da 
análise da documentação, para auxiliar nos trabalhos. As partes devem concordar com a convocação 
de perito, a ser indicado pela Câmara de Mediação ou pelos próprios mediandos, em comum acordo. 
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Eles mesmos farão a aceitação ou consideração de laudos desses profissionais. O laudo será realizado 
mediante análise de documentos fornecidos pelo mediador ao perito.
Levantamento de dados e informações: das partes e perito, se necessário. O mediador pode 
reunir-se com as partes, em conjunto ou separadamente, bem como solicitar das partes as informações 
que entender necessárias para facilitar o entendimento entre aquelas (Lei 13.140/2015, art. 19).
Identificação de opções: 
Mediador separa posições de interesse, aumenta o conhecimento de cada um a respeito dos interesses 
próprios e do outro. 
Mediador estimula os mediandos ao pensamento criativo, do qual se constrói a lista de opções. 
Avaliação e escolha da melhoropção: o mediador conduz os mediandos a uma análise criteriosa das 
opções, em que se consideram os seus efeitos e o grau de satisfação que cada uma lhes proporcionará. 
Minimiza o capital emocional negativo e maximiza o positivo. 
Negociação/conciliação: escolha da opção mais adequada entre os mediandos, com ou sem apoio 
de advogados. O mediador deve cuidar: 
Orientar e supervisionar: sem interferir diretamente no resultado da negociação. 
Equilibrar a negociação: o mediador pode intervir para equilibrar, se suspeitar que a negociação 
conduz ou pode conduzir ao desequilíbrio. 
Negociação com a presença de advogado: 
Mediação entre pessoas físicas não se admite prepostos. 
Mediação de conflitos em que pelo menos uma das partes é pessoa jurídica se fará representar por 
profissional devidamente qualificado para tanto, comprovando essa condição por documento. 
Normalmente, as partes fazem-se acompanhar de advogados. Os advogados negociam entre si e 
depois orientam seus clientes-mediandos. A sessão pode ser interrompida para negociação, se necessitar, 
em outro ambiente. 
Celebração do acordo: resultado do acordo decorre da elaboração de lista de necessidades de cada 
parte, que as comparam, visando que fiquem claras as responsabilidades e compromissos mútuos a 
assumir para que o acordo funcione e seja cumprido. 
Encerramento: 
Redação do acordo, as partes, mediador e advogados, se houver, devem assiná-lo, ou lavratura do 
temo final, quando não se justificarem novos esforços para a obtenção de consenso. 
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MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO E CONFLITOS
Os acordos podem ser totais ou parciais. 
O documento de acordo constitui título executivo extrajudicial e quando homologado judicialmente, 
constitui título executivo judicial (Lei 13.140/2015, art. 20, §único). 
No caso de descumprimento deste, o acordo deve ser executado perante o Poder Judiciário, através 
da propositura da ação executória, fundamentada no acordo escrito. 
8 – Mediação Extrajudicial – Procedimentos: 
Início: por meio de convite e deverá conter o escopo proposto para negociação, data e o local da 
primeira reunião. 
Resposta: convite deve ser respondido no prazo de até 30 dias da data do recebimento, sob pena 
de considerar rejeitado. 
Previsão contratual de mediação: deve conter prazo mínimo e máximo para a 1ª reunião, local 
da 1ª reunião, critérios de escolha do mediador ou equipe de mediadores, penalidade em caso de não 
comparecimento da parte convidada à 1ª reunião. 
Não há previsão contratual completa de mediação - observância dos seguintes critérios: 
Prazo mínimo de 10 dias úteis e prazo máximo de 3 meses, contados do recebimento do convite, 
para a realização da 1ª reunião; 
Local adequado a reunião que possa envolver informações confidenciais;
Lista com 5 mediadores capacitados para a escolha pela parte convidada. Caso a parte convidada 
não se manifeste, considerar-se-á aceito o 1º da lista;
O não comparecimento da parte convidada à 1ª reunião de mediação acarretará a assunção por parte 
desta de 50% das custas e honorários sucumbenciais caso venha a ser vencedora em procedimento 
arbitral ou judicial posterior.
9 – Mediação Judicial – Procedimento: 
Realizados nos Centros judiciários de solução consensual de conflitos (Cejuscs): criados pelos 
tribunais, que realizarão sessões e audiências de conciliação e mediação, pré-processual e processuais, e 
pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. 
Mediadores não estão sujeitos à prévia aceitação das partes. 
Partes deverão ser assistidas por advogados ou defensores públicos.
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Unidade II
Partes que comprovarem insuficiência de recursos: concessão de benefício da assistência pela 
defensoria pública.
Petição inicial deve preencher os requisitos essenciais, se não o pedido não deve ser caso de 
improcedência liminar: juiz designa audiência de mediação.
Conclusão do procedimento de mediação: até 60 dias, contados da 1ª sessão, salvo se as partes 
de comum acordo requererem sua prorrogação.
Acordo: homologado por sentença pelo juiz, lavrado termo final da mediação e arquivamento do processo.
Solucionado o conflito pela mediação antes da citação do réu: não são devidas custas judiciais finais.
10 – Autocomposição de conflito em que for parte pessoa jurídica de direito público 
Câmaras de prevenção e resolução administrativa de conflitos: criadas pela União, Estados, DF 
e Municípios, no âmbito dos respectivos órgãos da Advocacia Pública, com competência para: 
Dirimir conflitos entre órgãos e entidades da administração pública. 
Avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de composição, no caso de 
controvérsias entre particulares e pessoa jurídica de direito público.
Promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta.
Composição e funcionamento das câmaras: estabelecido em regulamento de cada ente federado.
A submissão do conflito às câmaras é facultativa e cabível somente nos casos previstos em regulamento.
Acordo: reduzido a termo e constituirá título executivo extrajudicial.
Enquanto não criadas as câmaras: conflitos podem ser dirimidos nos termos do procedimento 
de mediação.
Instauração de procedimento administrativo para resolução consensual de conflito no âmbito 
administração pública, por meio de emissão de juízo de admissibilidade, suspende a prescrição, que 
retroage à data da formalização do pedido de resolução consensual do conflito.
11 – Conflitos envolvendo a Administração Pública Federal Direta e suas Autarquias e Fundações
Transação por adesão: controvérsias jurídicas que envolvam a administração pública federal direta, 
suas autarquias e fundações, fundadas em:
Autorização do advogado-geral da União, com base na jurisprudência pacífica do STF ou de tribunais 
superiores, ou
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MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO E CONFLITOS
Parecer do advogado-geral da União, aprovado pelo Presidente da República.
Resolução administrativa: definição dos requisitos e condições da transação por adesão. 
Pedido de adesão: formulado pelo interessado deve juntar prova de atendimento aos requisitos e 
às condições dispostas na resolução administrativa.
Efeitos gerais da resolução administrativa: aplicada aos casos idênticos, tempestivamente 
habilitados mediante pedido de adesão, ainda que solucione parte da controvérsia.
Efeitos da adesão: renúncia do interessado ao direito sobre o qual se fundamenta a ação ou 
o recurso, eventualmente pendentes, de natureza administrativa ou judicial, quanto aos objetos da 
resolução administrativa.
Composição extrajudicial de conflitos: resolução de controvérsia entre:
Órgãos ou entidades de direito público da administração pública federal;
Órgãos ou entidades de direito público da administração pública federal e Estados, DF e 
Municípios, suas autarquias e fundações públicas, bem como empresas públicas e sociedades de 
economia mista federais.
MÓDULO 7 – ARBITRAGEM: ORIGEM, CONCEITUAÇÃO E FUNDAMENTOS 
HISTÓRICOS DA ARBITRAGEM. MUDANÇA DE PARADIGMA. PRINCÍPIOS 
DA ARBITRAGEM.
ARBITRAGEM
(Lei nº 9.307/1996, alterada pela Lei nº 13.129/2015)
1 – Definição de Arbitragem
Arbitragem é uma técnica que visa a solucionar questões de interesse de duas ou mais pessoas, 
físicas ou jurídicas, sobre as quais elas possam dispor livrementeem termos de transação e renúncia, por 
decisão de uma ou mais pessoas – o árbitro ou os árbitros -, quais têm poderes para assim decidir pelas 
partes por delegação expressa destes resultantes de convenção privada, sem estar investidos dessas 
funções de Estado, para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
Carlos Alberto Carmona define arbitragem como “meio alternativo de solução de controvérsias através 
da intervenção de uma ou mais pessoas que recebem seus poderes de uma convenção privada, decidindo 
com base nela, sem intervenção estatal, sendo a decisão destinada a assumir a mesma eficácia da sentença 
judicial – é colocada à disposição de quem quer que seja, para solução de conflitos relativos a direitos 
patrimoniais acerca dos quais os litigantes possam dispor” (Carmona, Carlos Alberto. Arbitragem e Processo 
– Um comentário à Lei nº 9.307/96. 3ª edição, ver. atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2009, p. 31).
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Unidade II
Qualquer pessoa, física ou jurídica, e ente da administração pública direta e indireta, pode se utilizar 
da arbitragem para solucionar conflitos referente a bem disponível (direitos patrimoniais disponíveis).
A arbitragem traz bons exemplos de justiça, sigilo, celeridade e economia para as partes.
A arbitragem é um juízo fundado na confiança que as partes depositam no(s) árbitro(s) por elas indicado(s), 
pelo que, ao nomeá-lo(s), devem certificar-se se haverá aceitação, mormente se não forem indicados substitutos.
Um dos princípios basilares da arbitragem é a confiança das partes no(s) árbitro(s).
A critério da arbitragem definido pelas partes: regras de direito a ser aplicada na arbitragem 
podem ser escolhidas pelas partes, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública; 
ou regras de equidade a ser aplicada na arbitragem conveniadas pelas partes, desde que baseadas nos 
princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio.
A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de direito e respeitará o princípio 
da publicidade.
1.1 - Definição de cláusula arbitral ou cláusula compromissória
Cláusula arbitral ou cláusula compromissória é convenção através da qual as partes em um 
contrato comprometem-se a submeter à arbitragem a solução de um litígio eventualmente 
derivado do contrato (Lei 9.307/96, arts. 4º e 8º).
Nasce no momento inicial do negócio principal, como medida preventiva dos interessados, com a intenção 
de assegurar e garantir as partes de um eventual desentendimento. Deve ser estipulada por escrito (pressuposto 
de validade da cláusula), no mesmo contrato principal ou como seu anexo (em documento apartado).
Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar a iniciativa 
de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em 
documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula.
Esta é autônoma em relação ao contrato, de modo que mesmo ocorrendo nulidade ou outros vícios 
não implicam, necessariamente, nulidade da cláusula compromissória.
A cláusula arbitral pode constar na contestação apresentada pelo réu, requerendo a extinção da 
ação sem resolução de mérito (NCPC, art. 337, X).
No entanto, é um contrato preliminar que, mesmo existindo, não impede as partes de buscar solução 
na Justiça Comum (Lei 9.307/96, art. 6º, § único).
1.2 - Definição de compromisso arbitral
O compromisso arbitral é contrato ou cláusula em contrato, cujo conteúdo é a obrigação recíproca 
de resolver controvérsia mediante arbitragem, ou seja, é convenção bilateral pela qual as partes 
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renunciam à jurisdição estatal e se obrigam a se submeter à decisão de árbitros por elas indicados, ou 
ainda o instrumento de que se valem os interessados para, de comum acordo, atribuírem a terceiro 
(denominado árbitro) a solução de pendências entre elas existentes.
Logo, o compromisso arbitral é um contrato em que as partes se obrigam a remeter a controvérsia 
surgida entre elas no julgamento de árbitros. Pressupõe, portanto, contrato perfeito e acabado, sem que 
as partes tenham previsto o modo pelo qual solucionarão as discórdias futuras.
O compromisso é específico para a solução de certa pendência, mediante árbitros regularmente 
escolhidos.
Compromisso arbitral pode ser de duas espécies:
Judicial: referindo-se à controvérsia já ajuizada perante a justiça ordinária, celebrando-se, 
então, por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal por onde correr a demanda. Tal termo será 
assinado pelas próprias partes ou por mandatário com poderes especiais (Lei 9.307/96, art. 9º, § 1º; 
CC, arts. 851 e 661, § 2º; NCPC, art. 105). Feito o compromisso, cessarão as funções do juiz togado, 
pois os árbitros decidirão. 
Extrajudicial: se ainda não existir demanda ajuizada. Não havendo causa ajuizada, celebrar-se-á 
compromisso arbitral por escritura pública ou particular, assinada pelas partes e por duas testemunhas 
(Lei 9.307/96, art. 9º, § 2º; CC, art. 851).
Os requisitos obrigatórios e facultativos do compromisso arbitral estão respectivamente 
dispostos nos arts. 10 e 11, da Lei nº 9.307/96. 
A extinção do compromisso arbitral (Lei 9.307/96, art. 12): 
Escusa de qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação, desde que as partes tenham declarado, 
expressamente, não aceitar substituto. 
Falecendo ou ficando impossibilitado de dar seu voto algum dos árbitros, desde que as partes 
declarem, expressamente, não aceitar substituto.
Tendo expirado o prazo para apresentação da sentença arbitral. 
1.3 - Diferença entre cláusula arbitral e compromisso arbitral
Cláusula Arbitral Compromisso Arbitral
Refere-se a litígio futuro e incerto. Refere-se a litígio atual e concreto.
Medida preventiva, em que as partes simplesmente 
prometem efetuar um contrato de compromisso se 
surgir desentendimento a ser resolvido.
Tem força vinculativa, obrigatória entre as partes, faz 
com que as partes se comprometam a submeter certa 
pendência à decisão de árbitros.
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Unidade II
2 – Histórico
A arbitragem é uma das primeiras formas de resolução de conflitos entre as pessoas sem o recurso 
da força e violência. É uma das mais antigas formas de resolução de controvérsias do mundo.
Nos primórdios do Direito Romano, um pacto pelo qual os interessados se obrigavam a confiar 
o julgamento da lide a um terceiro, que era o árbitro. Mas, a decisão por este proferida não tinha 
força obrigatória (não fazia lei entre as partes), de forma que o lesado não possuía meios para exigir a 
execução forçada do pactuado. As partes estabeleciam no pacto, uma sanção patrimonial, a ser aplicada 
em caso de inadimplemento obrigacional.
Na era Justiniano a estipulação dessa pena tornou-se desnecessária, pois a decisão do árbitro passou 
a ser obrigatória para as partes, desde que a tivesse assinado ou não tivessem dela recorrido por 10 dias.
Era uma forma de justiça privada, em que a execução do direito se realizava sem a intervenção do Estado.
Na antiguidade e na Idade Média, a arbitragem representava um caminho certo para evitar-se uma 
confrontação bélica, isso na esfera do Direito Internacional Público.
Platão escreveu sobre os juízes eleitos como se fosse a forma mais justa de decisão.
No Brasil, a arbitragem é reguladadesde os tempos da colonização portuguesa, sendo que a 
Constituição Imperial de 1824 previa Juízo Arbitral (art. 160).
O Código Comercial de 1850, ainda vigente, estabelecia no seu art. 294, em caráter obrigatório, que 
os juízos arbitrais eram decididos as causas entre os sócios e sociedades comerciais, durante a existência 
da sociedade ou companhia, sua liquidação ou partilha.
O Regulamento nº 737/1850 exigia o Juízo Arbitral para a solução das causas comerciais (art. 411).
Em 1866, a Lei nº 1.350, revogou os dispositivos que privilegiavam a solução arbitral, criando um 
verdadeiro desuso sobre a aludida instituição.
Em 1923, o Brasil ratificou o Protocolo de Genebra (Decreto nº 21.187/1932), reconhecendo 
validade aos compromissos e cláusulas compromissórias, pelos quais os Estados (ou partes) se obrigam, 
contratualmente, em matéria comercial ou outra suscetível de ser resolvida mediante arbitragem, a 
submeter suas divergências ao juízo de árbitros, ainda que a arbitragem se verifique em um país de 
jurisdição diferente.
O Brasil também faz parte da Convenção Interamericana sobre Arbitragem Comercial Internacional, 
assinada no Panamá em 1975, ratificada e promulgada no mesmo ano da lei reguladora da matéria.
Os CPCs de 1939, 1973 e 2015 adotaram a possibilidade de solução de litígios pelo juízo arbitral, 
sendo que a sentença arbitral proferida no Brasil (sentença interna ou nacional), não mais necessita 
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MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO E CONFLITOS
de homologação judicial (homologação pelo juiz), para ser reconhecida e executada, em caso de 
descumprimento perante o Poder Judiciário. Tanto que anteriormente chamava-se laudo arbitral e, 
posteriormente, com a exclusão da homologação, passou a chamar sentença arbitral, reconhecida como 
título executivo judicial.
Atualmente, a Lei nº 9.307/96 dispõe sobre a arbitragem, que foi alterada recentemente pela 
Lei nº 13.129/2015.
Em julho de 2002, o Brasil ratificou (Decreto nº 4.311) a Convenção para o Reconhecimento e Execução 
de Sentenças Arbitrais Estrangeiras firmada em Nova York (1958), que reconhece a sentença arbitral 
estrangeira e a execução das decisões arbitrais proferidas em países estrangeiros, sem a necessidade de 
homologação judicial pelo Judiciário do país de origem (país que proferiu a sentença arbitral estrangeira) 
e que decisões proferidas no Brasil sejam executadas no exterior. Assim, como também não necessita as 
sentenças arbitrais proferidas no Brasil em países estrangeiros.
No entanto, há necessidade da sentença arbitral estrangeira, para ser reconhecida e executada no 
Brasil, ser objeto de Ação de Homologação Judicial no Superior Tribunal de Justiça (STJ), também como 
necessita as sentenças judiciais estrangeiras (Lei nº 9.307/96, art. 35, alterada pela Lei nº 13.129/2015; 
NCPC, art. 483 e seguintes).
Não é possível arbitragem quando envolver bens indisponíveis ou inalienáveis, como direito de família.
3 – Natureza Jurídica da Arbitragem
Existem três correntes que debatem sobre a natureza jurídica da arbitragem:
A clássica entende que a arbitragem tem natureza jurídica contratual, estruturada na teoria 
contratualista, por resultar de vontade entre as partes (Chiovenda). 
Há ideias mais modernas que defendem a ampliação do conceito de jurisdição, de forma a encampar 
também a atividade dos árbitros. A tese da jurisdicionalidade da arbitragem é a corrente dominante. 
E, há outra corrente, que tenta conciliar as duas outras.
Logo, é inquestionável que a arbitragem tem uma origem contratual, mas que se desenvolve com 
a garantia do devido processo e termina com ato que tende a assumir a mesma função da sentença 
judicial. O posicionamento dominante é do legislador que adotou a tese da jurisdicionalidade da 
arbitragem, conferindo força de título executivo judicial à sentença arbitral (NCPC, art. 515, VII).
4 – Princípios básicos do procedimento arbitral 
Os princípios básicos que regem o procedimento arbitral são: 
Princípio do devido processo legal
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Unidade II
Princípio da autonomia de vontade: fica a critério das partes a disciplina procedimental da arbitragem.
Princípio do contraditório
Princípio da igualdade das partes
Princípio da imparcialidade do árbitro e do seu convencimento racional
As partes podem adotar o procedimento arbitral que bem entenderem desde que respeitem os 
princípios acima citados. Se nada dispuserem sobre o procedimento a ser adotado e se não se reportarem 
a regras de algum órgão institucional, caberá ao árbitro ou ao tribunal arbitral ditar as normas a serem 
seguidas, sempre atendidos os referidos princípios.
5 – Classificação da Arbitragem
A arbitragem pode ser classificada: 
Arbitragem facultativa e obrigatória;
Arbitragem formal e informal;
Arbitragem de direito e de equidade;
Arbitragem “ad hoc” e institucional;
Arbitragem na esfera privada e pública.
5.1 – Arbitragem facultativa e obrigatória
No Brasil somente admite-se arbitragem facultativa ou voluntária, livremente escolhida pelas partes.
A arbitragem obrigatória imposta pela lei às partes, viola nossa Constituição Federal, principalmente 
o princípio da garantia do acesso ao Poder Judiciário para apreciação de lesão ou ameaça de direito (CF, 
art. 5º, XXXV).
5.2 – Arbitragem formal e informal
Pode ser a arbitragem formal quando estruturada na teoria contratualista, que lhe impõe obediência 
ao princípio da função social do contrato, sendo disciplinada por algumas regras previstas em lei, para 
produzir efeitos jurisdicionais.
Exemplos de regras da arbitragem: 
Regras sobre sua instituição, que deve obedecer à forma escrita.
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MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO E CONFLITOS
Regras sobre seu objeto, que deve ser constituído por direitos patrimoniais disponíveis.
Regras sobre seu procedimento, o qual deve observar algumas garantias do devido processo legal. 
A arbitragem informal é aquela que não observa as prescrições impostas pelas normas. Esta tem uma 
forma livre.
A arbitragem informal não tem garantia de coisa julgada e não tem valor de título executivo a 
sentença condenatória do árbitro.
5.3 – Arbitragem de direito e de equidade
Aqui observa-se o critério a que os árbitros podem recorrer para decidir o conflito.
Na arbitragem de direito o árbitro está obrigado a resolver a disputa aplicando as normas de direito 
positivo e utilizando a lógica tradicional.
Na arbitragem de equidade o árbitro pode decidir segundo seu entendimento de justiça, dadas as 
circunstâncias de cada caso, ou seja, aplicando regras por ele formuladas.
A equidade é um dos meios supletivos das lacunas no direito. Quando ao solucionar um caso, o 
árbitro não encontra normas que lhe sejam aplicáveis ou que esteja assim compactuado no compromisso 
arbitral, não podendo subsumir o fato a nenhum preceito, porque há falta de conhecimento sobre 
um “status” jurídico de certo comportamento, devido a um defeito do sistema que pode consistir 
numa ausência de norma, na presença de disposição legal injusta ou em desuso, estamos diante do 
problema das lacunas.
Logo, na arbitragem de equidade o árbitro pode decidir segundo seu entendimento de justiça, 
intuição, emoção, sempre em conjunto com os costumes, princípio geral de direito e atendendo aos fins 
sociais a que a lei se dirige e às exigências do bem comum, utilizando-se ainda da lógica do razoável.
5.4 – Arbitragem“ad hoc” e institucional
Esta classificação está relacionada à organização do árbitro.
Na arbitragem “ad hoc” as partes estabelecem as regras para a arbitragem, respeitadas as disposições 
de ordem imperativa contidas na lei. Portanto, as partes regem, via contrato, as regras que o árbitro 
utilizará para resolver os conflitos, mas também com observância à legislação em vigor.
A arbitragem institucional é aquela estruturada por instituição específica, como tribunais e cortes 
arbitrais devidamente registradas e constituídas.
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5.5 – Arbitragem interna e internacional
Há dois entendimentos quanto à esta classificação.
Para aqueles se baseiam para conceituar, tendo em vista o sistema jurídico utilizado na arbitragem, 
entendem que a arbitragem interna ou nacional utiliza a legislação nacional para proferir a sentença 
arbitral. E, arbitragem internacional é aquela em que se baseia na legislação estrangeira, também para 
o proferimento da sentença arbitral.
Já para os que se baseiam no local onde é proferida a sentença arbitral, entendem que a arbitragem 
nacional é aquela em que a decisão arbitral é proferida no Brasil, enquanto que a arbitragem internacional, 
entendem ser aquela cuja sentença arbitral foi proferida no estrangeiro.
5.6 – Arbitragem na esfera privada e pública
Na arbitragem da esfera privada do direito, temos alguns exemplos:
Arbitragem na esfera do Direito Comercial
Recentemente o Direito Comercial foi alterado pela Lei nº 10.303/2001, chamada reforma da Lei 
das Sociedades Anônimas, que acrescentou ao art. 109 o § 3º, que regulamenta que o estatuto da 
sociedade pode estabelecer que as divergências entre os acionistas e a companhia, ou entre os acionistas 
controladores e os acionistas minoritários, poderão ser solucionados mediante arbitramento, nos termos 
em que se especificar.
A cláusula compromissória constante do estatuto social deve ser explícita quanto às partes e às 
relações societárias entre elas e sobre os limites da competência arbitral. 
Arbitragem solucionando conflitos na internet
A internet é um conjunto de redes livres que contém recursos de um “campus”, integrando pessoas 
físicas, escolas, universidades, escritórios, empresas, ONGs etc., constituindo-se em uma cidade eletrônica 
e possibilitando que se carregue um arquivo ou se envie uma mensagem, acionando a operação 
internacional de computadores interligados. É uma rede de teleconferência onde milhares de usuários se 
comunicam em diferentes países, munidos de apenas um microcomputador, linha telefônica e modem, 
ou, ainda, pode-se considerar esta comunidade internacional como o conjunto de meios de transmissão 
e comutação, roteadores, equipamentos e protocolos necessários à comunicação entre computadores, 
bem como o “software” e os dados contidos nesses computadores.
Uma das questões que envolve o uso dessa rede é o DNS (“Domain Name System”), conhecido como 
Sistema de Nome de Domínio. O domínio seria o nome de cada “website”, por exemplo: www.unip.br é 
o domínio da Universidade Paulista na Internet. Os nomes de domínio possuem uma estrutura dividida 
em três elementos: www. (seria o primeiro) o nome do domínio (o segundo) e o caráter comercial, com, 
adv, net e org. (o último).
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MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO E CONFLITOS
Há nomes comerciais muito famosos como Coca-Cola, Nike, Globo etc., o valor comercial de alguns 
nomes de domínio faz com que pessoas registrem esses domínios em seus nomes.
Não há no Brasil legislação específica sobre a matéria, nem tratados internacionais sobre o assunto, 
portanto o uso dos princípios gerais do direito tem servido de base à solução dos casos mais simples.
A ICANN (“Internet Corporation for Assigned Names and Numbers”) é um organismo não 
governamental e sem fins lucrativos, que tem por finalidade gerenciar os aspectos políticos e técnicos 
do DNS. Possui as seguintes funções: 
Registro de nome de domínio;
Alocação de IP (número de identificação do computador para possibilitar o fluxo de informações 
pela Internet);
Gerenciamento de roteadores; e
Coordenação de registro dos nomes de domínio.
Visando preencher lacunas na legislação vigente sobre a matéria, com como oferecer alternativa 
mais rápida e menos onerosa para a resolução dos conflitos que envolvem nomes de domínio, a ICANN 
adotou a UDRP (Diretriz Uniforme para Resolução de Disputas), que estabelece mecanismos de proteção 
aos nomes de domínio.
A ICANN somente aceita o procedimento arbitral para a resolução de litígio envolvendo o nome de 
domínio. Logo, nesta área, o Poder Judiciário é uma exceção à regra.
Arbitragem no Mercado de Capitais - BOVESPA
Com o objetivo de melhorar a prestação de informações aos investidores e difundir o mercado 
acionário, a BOVESPA instituiu sua própria Câmara de Arbitragem do Mercado, para dirimir conflitos 
societários, propiciando uma maior confiança dos investidores na empresa, haja vista a transparência 
da administração.
As empresas podem aderir ao regulamento da Câmara de Arbitragem do Mercado, com procedimento 
para dirimir e solucionar controvérsias em matérias relativas à Lei das S.A., aos Estatutos Sociais das 
companhias, às normas editadas pelo Conselho Monetário Nacional, pelo Banco Central do Brasil e pela 
Comissão de Valores Mobiliários (VCM), dos regulamentos da BOVESPA e das demais normas aplicáveis 
ao funcionamento do mercado de capitais em geral.
Os participantes da Câmara de Arbitragem do Mercado são aqueles que concordaram com o 
regulamento e assinaram o termo de anuência, que implica à vinculação obrigatória à cláusula 
compromissória e obrigação de firmar o compromisso arbitral. Os participantes da Câmara são: 
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Unidade II
BOVESPA
Cias. Abertas de novo mercado
Controladores de Cias.
Administradores
Membros do Conselho Fiscal
Investidores
Acionistas
A arbitragem no mercado oferece inúmeras vantagens, tais como: 
Celeridade do procedimento arbitral: agilizar a solução dos conflitos societários e, consequentemente, 
dar maior fluidez ao próprio mercado de capitais, com o rápido proferimento da decisão; 
Autonomia privada das partes: estas escolhem o seu árbitro (juiz), optando por aquele que lhe 
inspire maior confiança e mais especializado no litígio;
Sistema reservado de solução de conflitos: sigilo na forma de composição dos conflitos, uma vez que 
o procedimento transcorre somente na presença das partes e dos árbitros.
A Lei das Sociedades Anônimas dispõe que o estatuto social pode estabelecer que as divergências 
entre os acionistas e a companhia, ou entre os acionistas controladores e os acionistas minoritários, 
poderão ser solucionados mediante arbitragem (Lei 10.303/2001, art. 109, § 3º).
A cláusula arbitral constante do estatuto social deve ser explícita quanto às partes e às relações 
societárias entre elas e sobre os limites da competência arbitral. 
Este dispositivo aplica-se às sociedades limitadas. 
Arbitragem na prática desportiva 
No direito desportivo são inúmeras as vantagens da arbitragem para dirimir conflitos, no entanto no 
Brasil a Justiça Desportiva é dotada de competência constitucional, o leva o intérprete a entender que 
o constituinte buscou dar prevalência a essa instância desportiva.
Normalmente, os objetos dos contratos desportivos são de direito da personalidade, que é direito 
indisponível. As controvérsias maiscomuns são:
Direito de imagem e arena
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MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO E CONFLITOS
Direito trabalhista
Direito de transmissão
Direito de transferências nacionais e internacionais
Internacionalmente, reconhece-se a arbitragem para solucionar questões sobre relações desportivas, 
visto que além da conclusão rápida, eficiente e eficaz, também preservam as partes envolvidas no litígio 
e se objeto.
Arbitragem na Recuperação Judicial de Empresas
A Lei 11.101/2005 estabelece um novo sistema jurídico para a solução de crise econômico-financeira 
de empresários ou de sociedades empresárias que se encontrarem em estado de insolvência ou em 
estado de iliquidez.
Na assembleia de credores, o presidente desta poderá propor que seja instrumentalizado o 
compromisso arbitral a fim de solucionar determinados litígios, cujo objeto é o direito patrimonial 
disponível, com a ajuda da arbitragem.
Na arbitragem da esfera pública do direito, temos alguns exemplos:
As novas leis que instituíram as Parcerias Público-Privadas (PPPs - Lei 11.079/2004) e a Reforma do 
Judiciário (introduzida pela EC 45/1998) disciplinam o instituto da arbitragem, porém não detalharam o 
procedimento arbitral, que deverá respeitar a Lei de Arbitragem (Lei 9.307/96).
A Lei das PPPs, art. 11, III dispõe sobre o emprego dos mecanismos privados de resolução de disputas, 
inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei 9.307/1996, 
para dirimir conflitos decorrentes ou relacionados ao contrato.
Possível arbitragem em questões em que a administração pública seja parte, desde que seja a 
controvérsia sobre direitos disponíveis.
6 – Obrigatoriedade da atuação do advogado na arbitragem
A atuação do advogado é obrigatória em toda e qualquer atividade que envolva administração da 
justiça (CF, art. 133).
A Lei de Arbitragem também dispõe que as partes poderão (não há obrigatoriedade) postular por 
intermédio de advogado, respeitada, sempre, a faculdade de designar quem as represente ou assista no 
procedimento arbitral (Lei 9.307/96, art. 21, §3º).
Logo, como a arbitragem sempre privilegia a mais ampla e plena vontade das partes, por ser 
estruturada pela autonomia da vontade das partes.
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Unidade II
Os advogados podem atuar de várias formas na arbitragem, como advogado da parte:
Na contratação da convenção de arbitragem: cláusula compromissória e compromisso arbitral.
Na defesa dos interesses do seu cliente no juízo arbitral.
Como assessor (não representante da parte).
Como assessor do órgão arbitral institucional ou do tribunal arbitral.
Como árbitro.
Patrocinando os interesses do cliente em eventual ação ordinária de nulidade do laudo arbitral ou 
execução do laudo arbitral.
Patrocinando os interesses do cliente em medidas coercitivas judiciais que sejam propostas pela 
parte (antes da instauração do tribunal arbitral) ou requeridas pelo próprio tribunal arbitral.
Homologação do laudo arbitral, no caso de arbitragem internacional perante o STJ.
MÓDULO 8 – ARBITRAGEM: ATITUDES DO ÁRBITRO. APLICABILIDADE DA 
ARBITRAGEM. PROCEDIMENTO DE ARBITRAGEM. ANÁLISE DA 
LEI Nº 9.307/1996.
ARBITRAGEM
(Lei nº 9.307/1996, alterada pela Lei nº 13.129/2015)
1 – Quem é o árbitro?
Árbitro é (Lei 9.307/96, art. 13):
Pessoa física e capaz.
Pessoa de confiança das partes e escolhido por estas, para resolver conflito que envolva direito disponível.
As partes poderão escolher mais de um árbitro, sempre em número ímpar, inclusive, suplentes. A 
nomeação de árbitros em número par autoriza estes a nomear um terceiro.
Note-se que os modos de nomeação obedecem ao princípio geral da vontade das partes, princípio 
este que consiste no poder de estipular livremente, como melhor lhes convier, mediante acordo de 
vontades, a disciplina de seus interesses, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica, envolvendo, 
além da liberdade de nomeação, a liberdade de nomeação ou não, limitadas pelas normas de ordem 
pública, pelos bons costumes e pela revisão judicia dos contratos.
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MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO E CONFLITOS
Não podem ser árbitros: 
Magistrados.
Membros do Ministério Público.
Procuradores do Estado.
Funcionários públicos.
Serventuários.
Insolventes.
Pessoas que tenham com as partes, ou com o litígio que lhes for submetido, alguma das relações que 
caracterizam os casos de impedimento ou suspeição de juízes (NCPC, arts. 144 e 145).
A partir da nomeação nasce para os árbitros o poder de decidir a controvérsia entre as partes e 
demais deveres, direitos e responsabilidades que lhes incumbem.
O árbitro deverá proceder com:
imparcialidade,
independência,
competência,
diligência e
discrição.
A obrigação fundamental do árbitro é de proferir a sentença arbitral no prazo estipulado pelas partes, 
cumprindo assim sua missão e fazendo jus aos honorários contratados (ou a serem fixados judicialmente 
na falta de prévia avença). Não existe a obrigação de proferir uma sentença de ótima qualidade.
Assim, eventuais erros na decisão (“errores in judicando”) não comportarão responsabilização dos 
árbitros. Terão as partes, em tal caso, escolhido mal os julgadores. Os árbitros não respondem pela má 
qualidade da sentença arbitral ou mesmo equívoco na decisão.
Quanto aos erros cometidos em matéria procedimental (“errores in procedendo”) e que acarretem 
a anulação da sentença arbitral, os árbitros respondem civilmente, adstrita às hipóteses de dolo ou 
culpa. Exemplo: proferida sentença arbitral fora do prazo convencionado pelas partes, o árbitro será 
responsabilizado pelo prejuízo causado às partes.
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Unidade II
Quanto à responsabilidade criminal, o árbitro está equiparado a funcionários públicos, fortalecendo 
a confiabilidade oferecida pelo juízo arbitral, garantindo aos usuários deste meio alternativo de solução 
de controvérsias uma decisão isenta de deturpação (Lei 9.307/96, art. 17).
2 – Instituição e procedimento do Juízo Arbitral
Dá-se por instituído o juízo arbitral tão logo seja aceita pelo árbitro (ou pelos árbitros) a função para 
a qual foram escolhidos. A aceitação não depende de ato formal do árbitro, entendendo-se que aceitou 
o encargo se desde logo tomou providências para o prosseguimento do procedimento (recebimento de 
manifestação das partes, expedição de notificações, convocação das partes para audiência, etc.).
A instituição da arbitragem interrompe a prescrição, retroagindo à data do requerimento de sua 
instauração, ainda que extinta por ausência de jurisdição (Lei 9.307/96, art. 19, § 2º, parágrafo incluído 
pela Lei nº 13.129/2015).
Se o órgão arbitral for composto por mais de um árbitro, assumirá a presidência do colegiado aquele 
que for designado pela maioria. Não havendo consenso, assumirá a presidência o árbitro mais idoso. A 
função de presidente do tribunal arbitral assume importância vital na hipótese de não haver consenso 
majoritário na decisão final. Se não se formar a maioria (todos os votos divergentes), prevalecerá o voto 
do presidente (Lei 9.307/96, art. 24, § 1º).
A arbitragem obedecerá ao procedimento estabelecido pelas partes na convenção de arbitragem, que 
poderá se reportar às regras de um órgãoarbitral institucional ou entidade especializada (Lei 9.307/96, 
art. 21). Sempre respeitando aos princípios do contraditório, igualdade das partes, imparcialidade do 
árbitro e de seu livre convencimento (Lei 9.307/96, art. 21, §2º).
A instrução processual será livremente disciplinada, respeitadas as regras estabelecidas na Lei 
9.307/96, art. 22.
Antes de instituída a arbitragem, as partes poderão recorrer ao Poder Judiciário para a concessão 
de medida cautelar ou de urgência (Lei 9.307/96, Capítulo IV-A incluído pela Lei nº 13.129/2015, 
art. 22-A).
Cessa eficácia da medida cautelar ou de urgência se a parte interessada não requerer a instituição 
da arbitragem no prazo de 30 dias, contados da data de efetivação da respectiva decisão (Lei 9.307/96, 
Capítulo IV-A incluído pela Lei nº 13.129/2015, art. 22-A, § único).
Instituída a arbitragem, caberá aos árbitros manter, modificar ou revogar a medida cautelar 
ou de urgência concedida pelo Poder Judiciário (Lei 9.307/96, Capítulo IV-A incluído pela Lei nº 
13.129/2015, art. 22-B).
Estando já instituída a arbitragem, a medida cautelar ou de urgência será requerida diretamente aos 
árbitros (Lei 9.307/96, Capítulo IV-A incluído pela Lei nº 13.129/2015, art. 22-B, § único).
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MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO E CONFLITOS
A carta arbitral expedida pelo árbitro ou pelo tribunal arbitral tem por objetivo solicitar que o órgão 
jurisdicional pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência, de ato solicitado (Lei 
9.307/96, Capítulo IV-B incluído pela Lei nº 13.129/2015, art. 22-C; NCPC, arts. 237, IV, e 260, § 3º).
3 – Sentença Arbitral
A Lei 9.307/96 adota sentença arbitral, para se referir ao ato arbitral que põe fim ao conflito, 
abandonando a terminologia laudo arbitral.
A sentença arbitral será proferida em documento escrito no prazo estipulado pelas partes. Se nada for 
convencionado pelas partes, o prazo para apresentação da sentença arbitral é de 6 meses, contados da 
instituição da arbitragem ou da substituição do árbitro. As partes e os árbitros, de comum acordo, poderão 
prorrogar o prazo para proferir a sentença final (Lei 9.307/96, art. 23, §2º, incluído pela Lei nº 13.129/2015).
É possível proferir sentenças parciais (Lei 9.307/96, art. 23, §1º, incluído pela Lei nº 13.129/2015).
Requisitos obrigatórios da sentença arbitral: A sentença arbitral conterá os três elementos da 
sentença judicial, e mais um elemento, próprio deste tido de decisão, que são (Lei 9.307/96, art. 26):
Relatório: onde consta a qualificação das partes, resumo do objeto da arbitragem e todos os fatos 
relevantes ocorridos.
Motivação: constam esclarecidos os fundamentos da decisão.
Dispositivo: onde os árbitros estabelecem o preceito, resolvendo as questões que lhes foram submetidas.
Data e lugar em que a sentença foi proferida, visando aferir a nacionalidade da sentença arbitral. 
A sentença arbitral decidirá sobre a responsabilidade das partes acerca das custas e despesas 
com a arbitragem, bem como sobre verba decorrente de litigância de má-fé, se for o caso, respeitadas 
as disposições da convenção de arbitragem, se houver (Lei 9.307/96, art. 27).
A sentença arbitral põe fim à arbitragem, devendo o árbitro ou o presidente do tribunal arbitral 
enviar cópia da decisão às partes, via postal ou outro meio de comunicação, mediante comprovação de 
recebimento ou entregando diretamente às partes, mediante recibo (Lei 9.307/96, art. 29).
No prazo de 5 dias, a contar do recebimento da notificação ou da ciência pessoal da sentença 
arbitral, a parte interessada, mediante comunicação à outra parte, poderá solicitar ao árbitro ou ao 
tribunal arbitral que (Lei 9.307/96, art. 30, alterado pela Lei nº 13.129/2015): 
Corrija qualquer erro material da sentença arbitral;
Esclareça obscuridade, dúvida ou contradição da sentença arbitral, ou se pronuncie sobre ponto 
omitido a respeito do qual devia manifestar-se a decisão (corresponde a embargos de declaração).
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Unidade II
Da sentença arbitral não cabe recurso. Mas, nada impede que as partes estabeleçam que a 
sentença arbitral possa ser submetida a reexame por outro órgão arbitral ou por outros árbitros, ou 
ainda que, na hipótese de não ser a decisão unânime, possa o vencido interpor recurso semelhante 
aos embargos infringentes previstos no CPC, fazendo integrar o tribunal arbitral por outros 
membros, escolhidos da forma estabelecida pelos contendores. Tais recursos são internos, nunca 
dirigidos a órgãos da justiça estatal.
Cabe ressaltar que, os recursos de sentença arbitral são de todo inconvenientes e não utilizados 
corriqueiramente em países onde a arbitragem vem florescendo.
A atividade do árbitro poderá ser meramente homologatória quando as partes chegarem a um 
acordo e quiserem fazer consigná-la expressamente em sentença (Lei 9.307/96, art. 28). O interesse das 
partes será, em caso de transação, o de obter título que permita a execução forçada, uma vez que a 
sentença arbitral é título executivo judicial (NCPC, art. 515, VII).
4 – Embargos de Declaração
Caso a sentença arbitral apresente contradição, omissão ou obscuridade que necessite 
elucidação pode constar no procedimento arbitral a previsão de cabimento de embargos de 
declaração. Este recurso também é cabível para correção de erro material (o árbitro de ofício 
poderá corrigi-lo) e para provocar a manifestação do árbitro sobre ponto omitido a respeito do 
qual deveria ter-se manifestado.
As partes terão o prazo de 5 (cinco) dias, a contar da notificação ou ciência da sentença arbitral, para 
interposição de embargos de declaração.
Interposto tal recurso, a outra parte é comunicada apenas para que tenha ciência de que a atividade 
do árbitro ainda prosseguirá.
Em 10 (dez) dias o árbitro deve apresentar a decisão, aditando a sentença arbitral, mesmo que seja 
para acrescentar que os embargos foram rejeitados, e notificando as partes.
5 – Jurisdicionalidade da Arbitragem
O legislador adotou a tese da jurisdicionalidade da arbitragem, ao determinar que a decisão 
final do árbitro produzirá os mesmos efeitos da sentença judicial proferida pela Poder Judiciário, 
constituindo a sentença condenatória título executivo judicial, embora não oriunda do Poder 
Judiciário (Lei 9.307/96, art. 31).
A sentença arbitral não precisa passar pelo controle prévio dos órgãos do Estado para receber a 
oficialização que lhe era outorgada pela sentença homologatória.
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MÉTODOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO E CONFLITOS
6 – Nulidade da Sentença Arbitral
Casos de nulidade da sentença arbitral (Lei 9.307/96, art. 32, alterado pela Lei nº 13.129/2015): 
Nulidade da convenção de arbitragem.
Emenda procedida por quem não podia ser árbitro.
Não contiver os requisitos obrigatórios da sentença arbitral.
Sentença proferida fora dos limites da convenção de arbitragem.
Comprovação de proferimento da sentença com prevaricação (crime: satisfação do interesse 
pessoal), concussão (crime: exigir vantagem indevida para si ou para outrem, direta ou indiretamente) 
ou corrupção passiva.
Sentença proferida fora do prazo.
Quando desrespeitados os princípios do art. 21, § 2º (princípios do contraditório, igualdade das 
partes, imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento).
A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário competente a decretação da 
nulidade da sentença arbitral, parcial oufinal, ou também por meio de impugnação, que deverá 
ser arguida no prazo de até 90 (noventa) dias, a contar do recebimento da notificação da sentença 
arbitral, parcial ou final, ou da decisão de esclarecimentos (Lei 9.307/96, art. 33 e §§ 1º e 3º, alterado 
pela Lei nº 13.129/2015).
A sentença que julgar procedente o pedido declarará a nulidade da sentença arbitral e determinará, 
se for o caso, que o árbitro ou o tribunal profira nova sentença arbitral (Lei 9.307/96, art. 33 e § 2º, 
alterado pela Lei nº 13.129/2015).
A parte interessada poderá ingressar em juízo para requerer a prolação de sentença arbitral 
complementar, se o árbitro não decidir todos os pedidos submetidos à arbitragem (Lei 9.307/96, art. 33 
e § 4º, incluído pela Lei nº 13.129/2015).
Não cabe ação rescisória de sentença arbitral.
7 – Reconhecimento e execução das sentenças arbitrais estrangeiras
A sentença arbitral estrangeira é aquela proferida fora do território nacional.
Para ser reconhecida e executada no Brasil, a sentença arbitral estrangeira deverá ser homologada 
pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), aplicando-se o procedimento disposto no NCPC (Lei 9.307/96, art. 
35, alterado pela Lei nº 13.129/2015; NCPC, arts. 483 e seguintes).
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Hipóteses de denegação da homologação para o reconhecimento ou execução de sentença arbitral 
estrangeira (Lei 9.307/96, art. 38): 
As partes na convenção de arbitragem eram incapazes.
A convenção de arbitragem não era válida segundo a lei à qual as partes a submeteram, ou, na falta 
de indicação, em virtude da lei do país onde a sentença arbitral foi proferida.
Não foi notificado da designação do árbitro ou do procedimento de arbitragem, ou tenha sido 
violado o princípio do contraditório, impossibilitando a ampla defesa.
A sentença arbitral foi proferida fora dos limites da convenção de arbitragem, e não foi possível 
separar a parte excedente daquela submetida à arbitragem.
A instituição da arbitragem não está de acordo com o compromisso arbitral ou cláusula compromissória.
A sentença arbitral não se tenha, ainda, tomado obrigatória para as partes, tenha sido anulada, ou, 
ainda, tenha sido suspensa por órgão judicial do país onde a sentença arbitral for proferida.
A homologação para o reconhecimento ou a execução da sentença arbitral estrangeira também 
será denegada se o Superior Tribunal de Justiça (STJ) constatar que (Lei 9.307/96, art. 39, alterado pela 
Lei nº 13.129/2015): 
Segundo a lei brasileira, o objeto do litígio não é suscetível de ser resolvido por arbitragem; 
A decisão ofende a ordem pública nacional.
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
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