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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE MOSSORÓ – RIO GRANDE DO NORTE EMPRESA MAX, já devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seus procurados infra-assinados, apresentar a presente CONTESTAÇÃO à Ação, para tanto, expondo e requerendo da forma que se segue: I – DA TEMPESTIVIDADE Tempestiva é a presente Contestação, eis que apresentada no interregno legal, a saber, à citação, que ocorreu no dia..., sendo o dies a quo... e o dies ad quem... II – SÍNTESE DOS FATOS Tratam-se os autos de Ação Indenizatória, proposta por JULIANA, ora autora, em face da EMPRESA MAX, ora ré, onde visa a autora, preliminarmente, o pagamento de indenização por danos materiais em decorrência dos gastos médico-hospitalares com sua internação, por danos morais na importância de 2.000.000,00 (dois milhões reais), bem como o pagamento de pensão mensal vitalícia correspondente à média de salário que a médica auferia em seu consultório, em razão do acidente sofrido, que a deixou internada e perdeu a mobilidade de ambas as pernas. Em apertada síntese, a autora, contratou a empresa ré para instalar uma grade na janela de seu apartamento no 1º Andar de um edifício edilício, diante disso, como já informado, pleiteou a autora indenização, ao pressuposto de que a culpa exclusiva seria da empresa ré. III – DO MÉRITO Impugna, pois, com veemência a versão dada pela autora com relação ao acidente, uma vez, talvez por esquecimento da parte, deixou de informar em sua exordial que o funcionário da empresa, ao fazer a instalação do produto adquirido pela autora, a informou que seria necessário aguardar 24 horas para a efetiva fixação da grade, tendo isolado o local para que nenhuma pessoa se apoiasse nela. Contudo, a autora ignorando as orientações prestadas pelo funcionário da empresa, apoiou-se nas grades da janela, a fim de ver o pôr-do-sol, quando então, caiu do seu apartamento do 1º Andar, razão pela qual, sofreu o acidente já descrito nos fatos da presente. Cabe aqui destacar, também, que diante do narrado, fica claro que não há culpa exclusiva da parte ré, conforme inteligência do artigo 14, §3º, inc. II, Código de Defesa do Consumidor, a saber: “Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição ou risco. AO JUÍZO DA VARA DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ Autos nº X Distribuída por dependência LARA, nacionalidade, casada, profissão, RG nº xxx, CPF nº xxx, residente e domiciliado no endereço xxx, nº xxx, CEP xxx, Rio de Janeiro/RJ, e-mail xxx@xxx.xxx, vem à presença de vossa excelência, por seus advogados legalmente constituídos (documento em anexo), propor os presentes EMBARGOS DE TERCEIRO Com fulcro no artigo 674 do Código de Processo Civil em face de Ronaldo, nacionalidade, estado civil, profissão, RG nº xxx, CPF nº xxx, residente e domiciliado no endereço xxx, nº xxx, CEP xxx, e-mail xxx@xxx.xxx, pelos fatos e fundamentos expostos a seguir: DOS FATOS Lara, casada com Fernando, celebrou matrimônio no dia 02/05/2014, o qual o regime estabelecido fora o de regime de comunhão parcial de bens. Acontece que Fernando assinou como fiador de Luciano no contrato de compra e venda firmado com Ronaldo, esse se obrigou, assim, a entregar o bem na data de 10/07/2014 bem como Luciano se comprometeu a pagar R$ 200.000,00 na data de 12/07/2014, ocorre que o valor não foi quitado. Sendo assim, Ronaldo ajuizou ação de execução em face de Fernando, por ser fiador de Luciano e por esse descumprir o contrato firmado e pagar o valor estabelecido, penhorando o único apartamento em que Fernando reside juntamente com sua esposa, Lara. Por fim vale ressaltar que, o imóvel penhorado foi adquirido por Lara na data de 01/03/2000, provando ser patrimônio contraído antes da relação matrimonial com Fernando. DO DIREITO Assim sendo, o regime estabelecido por Lara e Fernando ao se casarem foi o de comunhão parcial de bens e no que diz respeito a esse regime, uma de suas implicações é a de não comunicar os bens adquiridos anteriormente à união matrimonial, como bem preceitua o artigo 1.658 do Código Civil Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes. Ainda em relação ao regime de comunhão parcial de bens, o inciso I do artigo 1.659 do mesmo dispositivo legal dispõe que serão excluídos da comunhão os bens que cada cônjuge possuir ao casar. Firmando assim o entendimento de que os bens adquiridos anteriormente à união matrimonial continuarão sob a exclusividade do cônjuge que o adquiriu. Com base nisso, firma-se o entendimento de que a penhora feita em relação ao imóvel, exclusivo, de Lara é indevida, uma vez ter adquirido antes da união matrimonial, portanto, não comunicado ao seu cônjuge por implicações legais estabelecidas pelo regime de comunhão parcial de bens.