Buscar

unidade 1 bc2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 77 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LIPOPROTEÍNAS
As lipoproteínas do plasma transportam quase todo o colesterol e os lipídios
esterificados no sangue. Uma lipoproteína é uma estrutura esférica complexa que
possui um centro hidrofóbico envolto por um revestimento hidrofílico. O núcleo
contém triglicerídeos e ésteres de colesterol, na superfície contém fosfolipídeos,
colesterol livre e proteínas (apolipoproteínas).
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
1
Ciclo Exógeno
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 2
Ciclo Endógeno
As lipoproteínas são classificadas em várias classes, de acordo com a
natureza e quantidade de lipídeos e proteínas que as constituem.
Dentre as classes de lipoproteínas destacam-se:
• Quilomicrons: grandes partículas que transportam as gorduras 
alimentares e o colesterol para os músculos e outros tecidos. 
• VLDL (Very-Low Density Lipoproteins) e IDL (Intermediate
Density Lipoprotein ): transportam triglicerídeos e colesterol
endógenos do fígado para os tecidos. A medida em que perdem
triglicerídeos, podem coletar mais colesterol e tornarem-se LDL.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 3
• Low-Density Lipoproteins (LDL): transportam do fígado para os tecidos, cerca
de 70% de todo o colesterol que circula no sangue. São pequenas e densas o
suficiente para se ligarem às membranas do endotélio. Por esta razão, as LDL
são as lipoproteínas responsáveis pela aterosclerose – deposição de placas
lipídicas (ateromas) nas paredes das artérias. Conseqüentemente, níveis
elevados de LDL estão associados com os altos índices de doenças
cardiovasculares.
Significado clínico As lipoproteínas de baixa densidade (LDL) são as principais
proteínas de transporte do colesterol. A relação entre doença aterosclerótica
coronariana e níveis de Colesterol LDL é significativa e direta. Seus níveis
também se encontram elevados na síndrome nefrótica, hipotiroidismo e
icterícia obstrutiva. Só é possível realizar o exame quando os níveis de
triglicerídeos estiverem abaixo de 400 mg/dL.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 4
Preparo do paciente O paciente deve estar com peso e dieta estáveis por 
três semanas e em jejum de 12 a 14 horas. A abstinência alcoólica é 
desejável nas 72 horas que antecedem o teste. 
• Valor(es) de referência (LDL)
Inferior a 100 mg/dL - Ótimo
100 a 129 mg/dL - Desejável
130 a 159 mg/dL - Limítrofe
160 a 189 mg/dL - Alto
Superior a 189 mg/dL - Muito Alto 
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 5
 
O COLESTEROL NO SANGUE 
1- O colesterol 
forma um 
complexo com os 
lipídeos e 
proteínas, 
chamado 
lipoproteína. A 
2- Nesta 
interação, a 
LDL pode 
acabar 
sendo 
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 6
 
lipoproteína. A 
forma que 
realmente 
apresenta 
malefício, quando 
em excesso, é a 
LDL. 
sendo 
oxidada por 
radicais 
livres 
presentes na 
célula. 
 
 
3- Esta oxidação 
aciona o 
mecanismo de 
defesa, 
desencadeando 
um processo 
inflamatório com 
infiltração de 
4- Após 
algum tempo 
cria-se uma 
placa 
(ateroma) no 
vaso 
sanguíneo; 
sobre esta 
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 7
 
infiltração de 
leucócitos. 
Moléculas 
inflamatórias 
acabam por 
promover a 
formação de uma 
capa de coágulos 
sobre o núcleo 
lipídico. 
 
sobre esta 
placa, pode 
ocorrer uma 
lenta 
deposição 
de cálcio, 
numa 
tentativa de 
isolar a área 
afetada. 
 
5- Isto pode 
interromper o 
fluxo sanguíneo 
normal 
(aterosclerose) e 
vir a provocar 
inúmeras doenças 
 
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 8
 
inúmeras doenças 
cardíacas. De fato, 
a concentração 
elevada de LDL 
no sangue é a 
principal causa 
de cardiopatias. 
• High-Density Lipoproteins (HDL): é responsável pelo transporte
reverso do colesterol ou seja, transporta o colesterol endógeno
de volta para o fígado. O nível elevado de
HDL está associado com baixos índices de doenças
cardiovasculares.
Indicação médica A determinação do colesterol em amostras de
sangue é útil na investigação das dislipidemias e faz parte da
avaliação do risco de doença coronariana isquêmica.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 9
• Valor(es) de referência (HDL)
0 a 9 Anos - Maior ou igual a 40 mg/dL (Desejável)
10 a 18 Anos - Maior ou igual a 35 mg/dL (Desejável)
Adultos - Maior ou igual a 60 mg/dL (Desejável)
• Interferências Tem sido relatado aumento nos níveis de colesterol
HDL com o uso de estrógenos e pílulas contraceptivas. Tiazídicos e
bloqueadores beta-adrenérgicos não seletivos podem reduzir o
colesterol HDL.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 10
COLESTEROL TOTAL
O grande dilema da aterosclerose é que ela é um processo silente. Está ativa em
todos os indivíduos e permanece sem qualquer manifestação por décadas e,
subitamente se manifesta através de dor torácica, infarto agudo do miocárdio ou
morte súbita. Estudos populacionais longitudinais como os de Tecumset, Albany,
Framinghan, Evans, Chicago, Oslo entre outros, e também dados epidemiológicos
e estudos experimentais em animais, demonstraram uma correlação positivae estudos experimentais em animais, demonstraram uma correlação positiva
entre os níveis do colesterol, mais precisamente do colesterol LDL e o risco de DC.
Ao mesmo tempo foi evidenciado que os níveis de colesterol HDL, são
inversamente proporcionais ao risco de DC.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 11
• Valores aumentados de colesterol são encontrados na nefrose,
hipotireoidismo, doenças colestáticas do fígado e nas
hiperlipoproteinemias.
• Níveis diminuídos são encontrados no hipertireoidismo,
desnutrição crônica, anemia sideroblástica e talassemia. Doenças
hepáticas graves podem reduzir drasticamente os níveis de
colesterol.
• O nível do colesterol sérico, juntamente com a hipertensão e o
fumo, constituem fatores de risco de aterosclerose e DC.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 12
• Preparo do paciente O paciente deve estar com peso e dieta estáveis por três
semanas e em jejum de 12 a 14 horas (O jejum não é imprescindível para a
dosagem de colesterol total, mas o é para a determinação dos triglicérides e
frações do colesterol). A abstinência alcoólica é desejável nas 72 horas que
antecedem o teste.
• Valor(es) de referência
• Inferior a 200 mg/dL – Ótimo
• Entre 200 e 239 mg/dL – Limítrofe
• Superior a 239 mg/dL – Alto
• Referência: III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias (SBC)
• Interferências Valores de Bilirrubina entre 5 e 38 mg/dL produzem resultados
falsamente diminuídos.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 13
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 14
Triglicerídeos
São sintetizados no fígado e intestino e são as formas mais importantes
de armazenamento e transporte de ácidos graxos. Constituem as
principais frações dos quilomícrons, das VLDL e pequena parte
(< 10%) das LDL presentes no plasma sanguíneo.
Cera de 90% das gorduras ingeridas na dieta são triglicerídeos
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 15
Cera de 90% das gorduras ingeridas na dieta são triglicerídeos
formados por ácidos graxos saturados e insaturados.
Os valores de TG estão relacionados com a idade e ao sexo.
A taxa dos TG estará elevada: no diabete; na síndrome nefrótica; na 
pancreatite; nas doenças coronarianas, etc...
Valor(es) de referência
Inferior a 150 mg/dL - Desejável
150 a 499 mg/dL - Alto
Superior a 499 mg/dL - Muito Alto
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 16
Esta determinação pode sofrer grande variabilidade biológica, 
devendo ser avaliada a necessidade de repetiçãopelo médico 
assistente. 
Interferências Valores de Bilirrubina entre 10 e 38 mg/dl produzem 
resultados falsamente diminuídos. A ingestão de álcool nas 72 horas que 
antecedem a coleta pode produzir resultados falsamente elevados. 
Pode interferir no resultado:
Uso prolongado de corticosteróides, anticoncepcionais orais, 
estrogênio, miconazol, etc...
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 17
estrogênio, miconazol, etc...
Distúrbios Clínicos do Metabolismo de Lipídeos
Doenças cardíacas coronária
Pancreatite aguda
Catarata
Na prática médica os distúrbios das lipoproteínas são alguns dos mais comuns 
encontrados entre as doenças metabólicas.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
18
Xantelasma
Xantoma de tendão
HIPERCOLESTEROMIA
A disfunção hereditária ou a ausência de receptores celulares leva à hipercolesteromia familiar.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 19
Xantoma de tendão
Hipercolesteromia grave DC coronária prematura
150 mutações diferentes do gene do receptor de LDL
Hiperlipidemias são classificadas:
Primária – quando o distúrbio não é devido a uma doença 
fundamentalmente identificável
Secundária – manifestação de alguma outra doença.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 20
Secundária – manifestação de alguma outra doença.
Glicose
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 21
Regulação da glicose
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 22
Insulina
Gliconeogênese
Glicogenólise
Síntese de glicogênio
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
23
Captação de glicoseSíntese de glicogênio
Glicemia
Liberação de ácidos graxos 
livres
Caracterizado por hiperglicemia
• Defeitos na produção de insulina 
• Auto-imune ou outra destruição das células beta
Definição de diabetes
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
24
• Auto-imune ou outra destruição das células beta
• Insensibilidade à insulina
• Deficiência na ação da insulina nos tecidos-alvo
• 230 milhões afetados em 2006
• 350 milhões dentro de 20 anos
A epidemia do diabetes
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
25
• Mais rápida nos subcontinentes indiano 
e asiático
Diabete melito
Classificação:
Primário Secundário
Primário
Diabete melito dependente de insulina
(DMDI) – 15%
Diabete melito não dependente de insulina
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 26
Diabete melito não dependente de insulina
(DMNDI) – 85%
Secundário Pode ser resultado de doença pancreática, doença endócrina, 
terapia medicamentosa e em alguns casos a anormalidades no 
receptor de insulina
DMDI X DMNDI
Características clínicas DMDI DMNDI 
Idade < 30 anos > 40 anos 
Peso Baixo Normal ou aumentado 
Início Rápido Lento 
Insulina endógena Baixa/ausente Presente 
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 27
Insulina endógena Baixa/ausente Presente 
Auto-anticporpos sim não 
 
Fisiopatologia DMDI DMNDI 
Etiologia Destruição autoimune 
das células das ilhotas 
pancreática 
Obscura; secreção 
prejudicada de insulina 
Fatores ambientais V írus e toxinas Obesidade; inatividade 
física 
 
Complicações associadas à diabetes
Retinopatia - lesão da retina; 
Nefropatia - lesão renal; 
Neuropatia - lesão nos nervos do organismo; 
Macroangiopatia - doença coronária, cerebral e dos membros inferiores; 
Lípidos no sangue - gorduras no sangue; 
Doenças cardiovasculares - angina de peito, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais; 
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
28
Doenças cardiovasculares - angina de peito, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais; 
Obstrução arterial periférica - perturbação da circulação, por exemplo nas pernas e nos pés; 
Disfunção e impotência sexual - a primeira manifesta-se de diferentes formas em ambos os 
sexos; 
Infecções diversas e persistentes - boca e gengivas, infecções urinárias, infecções das cicatrizes 
depois das cirurgias 
BIOQUIMICA CLINICA – Profa. Cleide A. F. Rezende
29
Diagnóstico e monitoramento do Diabete melito
Dosagens bioquímicas de componentes específicos do sangue e urina são indicadores 
importantes do estado metabólico e são usadas para o diagnóstico.
Glicose no sangue (GLICEMIA) e na urina ( GLICOSÚRIA).
Glicemia: expressa o nível de glicose no sangue, cujo normal no indivíduo em jejum
é 70 a 99 mg/dL. Os níveis da glicemia sofrem influência de vários fatores, tais como
exercício, estresse, alimentação, álcool e medicamentos, e estão sujeitos a contínua
flutuação ao longo do dia.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 30
flutuação ao longo do dia.
Glicosúria: significa presença de glicose na urina. Normalmente ela está ausente. 
Se a glicemia ultrapassar os 170 mg/dL começa a haver excreção de glicose pelos 
rins e aparece a glicosúria. 
OBS: excessiva, mas incompleta oxidação dos ácidos graxos no fígado 
produção excessiva de corpos cetônicos (cetose) no sangue (cetonemia) e na 
urina (cetonúria).
Exame útil no diagnóstico de diabetes mellitus, diabetes gestacional ou tolerânia à 
glicose diminuída. 
A curva glicêmica consiste na dosagem de glicose com o paciente em jejum (0
minuto) e posterior administração de 75 g de glicose (em solução aquosa) por via
Curva glicêmica ou teste de tolerância oral a glicose
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 31
oral, seguida de quatro coletas seriadas de sangue, nos tempos de 30, 60, 90 e 120
minutos, para a dosagem de glicose, ou em tempos definidos pela solicitação médica.
Em gestantes, a ingestão é de 100g de glicose e as coletas em jejum, 60, 120 e 180
minutos. Em crianças, administra-se 1,75 g/kg de peso corporal até a dose máxima
de 75 g.
Em uma pessoa normal, sem diabetes, os níveis de glicose se elevam e diminuem
rapidamente. Em pessoas com diabetes, os níveis de glicose aumentam mais do
que o normal e levam mais tempo para diminuir.
Pessoas com níveis de glicose entre o normal e o diabético possuem tolerância à
glicose diminuída (TGD). As pessoas com TGD não têm diabetes. A cada ano, só
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 32
1-5% das pessoas cujos testes resultam em TGD desenvolvem diabetes. Perda de
peso e exercícios físicos podem ajudar essas pessoas com TGD a recuperar seus
níveis normais de glicose.
Se os valores encontrados forem anormais, é necessário repetir a dosagem em
jejum num outro dia.
Curva glicêmica ou teste de tolerância oral a glicose
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 33
Valor(es) de referência
NORMAL
Menor que 140 mg/dL aos 120 minutos e todos os valores menores que 200 mg/dL entre 0 e 
120 minutos.
TOLERÂNCIA À GLICOSE DIMINUÍDA
De 100 a 125 mg/dL em jejum e de 140 a 199 mg/dL aos 120 minutos.
DIABETES
Superior a 200 mg/dL aos 120 minutos ou quando o nível da glicose de jejum encontra-se 
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
34
Superior a 200 mg/dL aos 120 minutos ou quando o nível da glicose de jejum encontra-se 
maior ou igual a 126 mg/dL, confirmado por um segundo teste.
DIABETES GESTACIONAL
Uma mulher tem diabetes gestacional se ela apresentar em qualquer uma das situações 
seguintes: uma glicose em jejum maior que 95 mg/dL, um nível de glicose de 60 minutos 
maior que 180 mg/dL, um nível de glicose de 120 minutos maior que 155 mg/dL ou um 
nível de glicose de 180 minutos maior que 140 mg/dL, neste último caso quando avaliado 
com a ingestão de 100g de dextrosol.
Hemoglobina glicosilada ou hemoglobina glicada: hemoglobina é uma
substância que circula no sangue dentro dos glóbulos vermelhos e é
responsável pelo transporte de oxigênio a todos os tecidosdo corpo. A
hemoglobina liga-se a glicose presente no sangue, formando tanto mais
hemoglobina glicosilada (também chamada hemoglobina A1c) quanto
maior for a taxa da glicemia.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
35
Subunidade 
da proteína
globular
Unidade heme
Molécula de
hemoglobina
Fe
Subunidade 
da proteína
globular
Unidade heme
Molécula de
hemoglobina
Fe
Como os glóbulos vermelhos se renovam, em média, a cada 120 dias, a
medição da hemoglobina glicosilada espelha exatamente se a glicemia
esteve alta (mais hemoglobina glicosilada) ou baixa (menos
hemoglobina glicosilada) durante esses últimos 2 a 3 meses.
O teste da hemoglobina glicosilada não substitui o necessário controle
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 36
diário da glicemia, mas sim proporciona uma valiosa informação
retrospectiva do diabetes, permitindo melhor gerenciar o seu controle.
Preparo do paciente Jejum obrigatório de 8 horas.
Valor(es) de referência
4,8 a 6,0% - Níveis não diabéticos
6,0 a 7,0% - Próximos da glicemia normal
Até 7,0% - Níveis ideais
7,0 a 8,0% - Bom Controle
Acima de 8,0% - Glicemia fora de controle 
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 37
Interferências Em amostras lipêmicas ou ictéricas obtêm-se resultados falsamente
elevados. A anemia ferropriva produz resultados falsamente elevados. Em todas as
condições onde a meia-vida das hemácias está modificada, podem ocorrer
alterações nos valores da hemoglobina glicada.
Assim como a formação da hemoglobina glicada é decorrente de uma
modificação não enzimática póstranslacional, dependente dos valores de
glicemia, o mesmo ocorre com a glicosilação de outras proteínas
plasmáticas. O mecanismo de formação da proteína glicada é semelhante ao
da hemoglobina glicada, havendo somente diferenças na cinética de
formação e na meia vida. A meia vida das proteínas varia entre 1 a 3
Frutosamina
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
38
formação e na meia vida. A meia vida das proteínas varia entre 1 a 3
semanas, ao contrário da hemoglobina cuja meia vida é de 120 dias. A
proteína glicada pode espelhar as concentrações de glicose plasmática nos
20 dias anteriores. A frutosamina é o nome genérico dado à todas proteínas
glicadas, das quais a maior parcela é devida a albumina, que se constitui na
maior massa protéica plasmática depois da hemoglobina.
A frutosamina está elevada em todos os casos de diabetes sob controle
metabólico inadequado e tem sido observados que os valores retornam aos
níveis de referência 20 dias após a estabilização da glicemia em níveis
adequados. A frutosamina permite classificar os pacientes diabéticos em 3
grupos distintos:
controle satisfatório (até 3,2 mmol/l),
controle medíocre (até 3,7 mmol/l) e
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 39
controle medíocre (até 3,7 mmol/l) e
controle inadequado (maior que 3,7 mmol/l).
Valores diminuídos tem sido observados em pacientes com perdas elevadas
de albumina e/ou doenças que aumentam o catabolismo protéico. O teste
não deve ser usado para investigação de diabetes e intolerância à glicose,
devido à sua baixa sensibilidade em relação ao teste oral de tolerância à
glicose.
Preparo do paciente Jejum obrigatório de 8 horas.
Valor(es) de referência
205 A 285 mmol/L 
Interferências O teste não sofre interferências
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 40
de medicamentos (com exceção do ácido
ascórbico), alimentação, glicemia do momento
e não se observou diferenças significativas
entre homens e mulheres. Valores de
bilirrubina maiores que 3,5 mg/dl produzem interferências positivas.
Glicose plasmática pós-prandial
Em geral, duas horas após uma sobrecarga oral de glicose a glicemia deve
estar próxima aos valores de jejum. Valores abaixo de 140 mg/dL são
considerados normais; entre 140-200 mg/dL como intolerantes; acima de
200 mg/dL, em pelo menos duas ocasiões, é compatível com diagnóstico
de diabetes mellitus.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 41
de diabetes mellitus.
Interferências Várias drogas podem afetar o metabolismo da glicose, 
dentre elas encontram-se os corticóides, tiazídicos e outros diuréticos.
Níveis pós-prandiais de glicose por idade
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 42
O conhecimento do metabolismo do ácido úrico é necessário para
entender como ocorrem as diversas doenças a ele relacionadas e
para possibilitar o tratamento adequado. Sabemos que as
alterações dos níveis séricos, do ácido úrico para cima ou para
baixo causam complicações.
ÁCIDO ÚRICO
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 43
O ácido úrico é um produto do metabolismo das purinas
(proteínas), por ação de uma enzima. Ele é um ácido fraco e a sua
forma ionizada, o urato monossódico, é a forma encontrada no
plasma humano, no líquido extracelular e na sinóvia.
Por ser muito hidrossolúvel, o urato é facilmente eliminado pelo rim
em quantidades de 600-700 mg/dia nas dietas normais. Num
indivíduo normal, 1/3 do ácido úrico é degradado e excretado pelo
intestino e 2/3 pelo rim.
Na falência do rim, a degradação e eliminação do ácido úrico são
extremamente aumentadas pelo intestino. A degradação é provocada
pelas bactérias intestinais, que pode atingir até 80 % da excreção
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 44
pelas bactérias intestinais, que pode atingir até 80 % da excreção
diária de ácido úrico.
As fontes de ácido úrico são duas: 
• endógena - destruição de tecidos próprios
• exógena - alimentação
Os sais de urato de sódio são muito solúveis à 37º C, mas se
depositam com facilidade nas articulações periféricas, joelhos,
tornozelos, calcanhares e artelhos do pé, nos quais a temperatura do
corpo é mais baixa, provocando inflamações. Quando o ácido úrico é
superior a 8 mg/dL no plasma sangüíneo, ele pode se depositar em
qualquer tecido do organismo, dependendo muito das condições
locais. Quando isso ocorre, pode surgir processo inflamatório como
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
45
locais. Quando isso ocorre, pode surgir processo inflamatório como
gota, artrite e nefrite.
As dosagens do ácido úrico no sangue e na urina de 24 horas são de
grande valor para o diagnóstico das alterações do metabolismo do
ácido úrico. Para uma coleta sanguínea adequada de ácido úrico, é
necessário um jejum de 8 horas antes do exame.
Interferências Observa-se elevação na concentração sérica de ácido
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 46
Interferências Observa-se elevação na concentração sérica de ácido
úrico secundária à interferência do ácido ascórbico, cafeína e álcool.
Várias drogas afetam a excreção de ácido úrico, incluindo aspirina e
outros antinflamatórios, contrastes empregados em Radiologia,
vitamina C. O uso de diuréticos reduz a excreção de ácido úrico.
GOTA (Hiperurecemia e artrite recorrente.)
A gota aguda é deflagrada pela deposição de urato de sódio nos
tecidos, levando a uma resposta inflamatória. A gota é exarcebada
pelo consumo de álcool.
Crônica – depósito tofáceos (arenosos) de urato de sódio nos tecidos.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 47
DOENÇA RENAL
É uma complicação comum da hiperurecemia, vários tipos de
doença renal já foram identificados. Nefropatia do urato é a mais
comum.
Valor(es) de referência Sangue (soro)
Crianças: 2,5 a 5,5 mg/dL
Homens: 2,6 a 7,0 mg/dL
Mulheres: 1,5 a 6,0 mg/dL
Urina de 24 horas
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
48
Urina de 24 horas
150 a 850 mg/24h
Líquido Sinovial
Até 8,0 mg/dL
Alimentos a serem evitados:
Miúdos, sardinha, mexilhão, anchova, bacalhau, salmão,truta, atum, arenque, camarão, lagosta, ostra, 
caranguejo, porco, embutidos, bacon, caldo de carne e molhos prontos, feijão, lentilha, grão de bico, 
ervilha, trigo, frutas oleaginosas (coco, nozes, castanhas, amêndoas, amendoim, pistache, avelã), 
presunto, extrato de tomate, chocolate, pão de centeio, alho poró, aspargo, brócolis, cogumelo, 
espinafre
Alimentos permitidos:
Leite e iogurte desnatados, queijos brancos, ovos, vegetais (exceto os acima), pães brancos e biscoitos 
de água e sal, frutas em geral, macarrão e arroz, batata, óleos vegetais (girassol, canola), em quantidade 
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
49
de água e sal, frutas em geral, macarrão e arroz, batata, óleos vegetais (girassol, canola), em quantidade 
moderada
Recomendações Importantes:
� Utilizar preparações com carnes cozidas desprezando a água do cozimento
� Carnes assadas não devem ser tostadas
� Não utilizar preparações ou alimentos ricos em gorduras
� Não ingerir bebidas alcoólicas
� Ingerir 2 a 3 litros de água por dia
PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
A determinação das proteínas totais em amostras de sangue e outros líquidos
biológicos é útil para avaliar o estado nutricional e as alterações protéicas nas
doenças.
Pertencem a três tipos principais:
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 50
Pertencem a três tipos principais:
• albuminas,
• globulinas e
• fibrinogênio.
Cada uma com características próprias e funções diferentes.
Fibrinogênio – fígado
Albuminas e globulinas – fígado, órgãos hematopoiéticos, 
intestino, ...
Funções:
• manutenção do equilíbrio hídrico e osmótico
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
51
• manutenção do equilíbrio hídrico e osmótico
• defesa do organismo
• coagulação sangüínea
Mede-se rotineiramente as concentrações de “proteína total” e de 
albumina, geralmente: ptns totais – albumina = globulina
Outras ptns são dosadas por classe (Ex: as Igs)
PROTEÍNAS TOTAIS
As proteínas séricas são totalmente separadas em albuminas e globulinas,
ex.: proteína total = albumina + globulina.
A dosagem isolada da proteína total tem pouco valor, porque a alteração em
uma das frações pode ser compensada por alteração oposta de outra fração,
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 52
como ocorre nas doenças crônicas, em que há diminuição de albumina com
aumento de gamaglobulina. O contrário pode ser observado em respostas de
fase aguda, tais como infecções ou traumas, ocasião em que muitas proteínas
plasmáticas derivadas do fígado aumentam de concentração, enquanto a
albumina reduz, mantendo a concentração protéica inalterada.
As proteínas estão aumentadas em algumas neoplasias,
especialmente no mieloma múltiplo; macroglobulinemia; doenças
autoimunes, como a artrite reumatóide e LES; doenças
granulomatosas; leishmaniose visceral; endocardite bacteriana sub-
aguda e linfogranuloma; em alguns casos de doença hepática
crônica, como hepatite autoimune e na desidratação.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
53
crônica, como hepatite autoimune e na desidratação.
As proteínas estão diminuídas na gravidez; hiperhidratação;
desnutrição grave; cirrose e outras doenças hepáticas, incluindo
alcoolismo crônico; imobilização prolongada; insuficiência cardíaca;
nefrose e insuficiência renal; hipertireoidismo; deficiência de cálcio
e vitamina D e na síndrome de má absorção.
A ALBUMINA é a proteína mais importante do plasma humano,
representando 40 a 60% do total de proteína. Os níveis plasmáticos de
albumina, devido à sua relação com o aporte de proteína e à produção no
fígado, são freqüentemente usados como parâmetro para avaliação do
estado nutricional e função hepática.
Diminuições da albumina ocorrem na cirrose e outras doenças hepáticas,
incluindo o alcoolismo crônico; na gravidez e associado ao uso de
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 54
contraceptivos orais; em muitas doenças crônicas, incluindo as neoplasias,
síndrome nefrótica, enteropatias com perda protéica (doença de Crohn,
colite ulcerativa), doenças inflamatórias, como as doenças autoimunes,
imobilização prolongada, falência cardíaca e outros estados catabólicos
crônicos.
Elevação da albumina sérica é encontrada somente na desidratação.
As globulinas se dividem, a grosso modo, em alfa-1, alfa-2, beta e
gamaglobulinas, que podem ser separadas e quantificadas no laboratório
por meio de eletroforese e densitometria. A fração alfa-1 inclui a alfa-1
antitripsina e a globulina fixadora de tiroxina. A fração alfa -2 contém
haptoglobina, ceruloplasmina, HDL e alfa-2 macroglobulina.
Geralmente, os níveis de proteína alfa-1 e alfa-2 aumentam na presença
de uma inflamação. A fração beta inclui a transferrina, plasminogênio e
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 55
A eletroforese simples separa as ptns em cinco bandas, e é útil 
para demonstrar a presença de uma paraproteína derivada de 
células neoplásicas.
de uma inflamação. A fração beta inclui a transferrina, plasminogênio e
as lipoproteínas beta. A fração gama inclui os vários tipos de anticorpos
(imunoglobulinas M, G e A).
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 56
PROTEÍNA C REATIVA QUANTITATIVA (PCR)
A determinação qualitativa e semi-quantitativa da proteína C-reativa (PCR) 
em amostras de sangue é útil na avaliação de processos infecciosos e 
inflamatórios. 
A proteína C-reativa é provavelmente o mais simples e sensível teste para
avaliar a reação inflamatória ou necrose tissular. A PCR tem meia vida de 5 -
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 57
avaliar a reação inflamatória ou necrose tissular. A PCR tem meia vida de 5 -
7 horas e por esta razão seus valores caem a níveis de referência muito mais
rapidamente que outras proteínas de fase aguda. Em 70% dos pacientes com
infecção, a elevação da PCR precede em pelo menos 12 horas outros
marcadores de infecção como a leucocitose, hemossedimentação elevada e
mesmo a febre.
Quando a resposta inflamatória é mediada primariamente por neutrófilos
ou monócitos, a síntese hepática de PCR está aumentada e a concentração
sérica habitualmente atinge valores de 100 mg/L ou mais.
Quando a resposta inflamatória é mediada primariamente por linfócitos, a
síntese hepática não se altera ou pode estar ligeiramente aumentada e os
valores séricos da PCR não se modificam ou raramente excedem a 26
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
58
mg/L.
Concentrações séricas iguais ou maiores que 200 mg/L tem sensibilidade
de 70% e especificidade de 100% para diagnosticar infecção e o valor
preditivo de um teste positivo é igual a 100%.
No infarto agudo do miocárdio podem ser encontrados níveis de até 350
mg/L com pico em torno da 50ª hora. A persistência de valores elevados
após 100 ou 150 horas do episódio agudo pode ser considerada sugestiva de
isquemia em progressão ou da associação de outra doença.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 59
ENZIMAS
A determinação das enzimas tem utilidade clínica no diagnóstico das
cardiopatias, hepatopatias, doenças do músculo esquelético, ossos e outros
tecidos.
As enzimas sofrem desnaturação pela ação do calor e são sensíveis a
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 60
As enzimas sofrem desnaturação pela ação do calor e são sensíveis a
metais pesados, detergentes, mudanças de pH, a concentração de sal,
podem ser destruídas por microrganismos.
A amilase sanguínea provém de duas fontes principais: pâncreas e
glândulas salivares. Outras fontes potenciais de amilase sérica são os órgãos
de reprodução e o fígado. A determinação da amilase sérica e urinária são
os testes mais úteis para o diagnóstico da pancreatite e emmuitos casos a
relação entre as depurações da amilase e da creatinina pode ser útil no
AMILASE 
diagnóstico da pancreatite aguda e pancreatite recorrente. Neste caso, o
valor da relação se encontra entre 7,0 e 15,0%.
Interferências Medicamentos colinérgicos, narcóticos (morfina) e
analgésicos análogos, álcool e diuréticos tiazídicos produzem resultados
falsamente elevados da amilase sérica.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 61
Constituem um grupo de enzimas que catalisam a interconversão de
aminoácidos e α-cetoácidos por transferência de grupos amino. As
duas transaminases de interesse clínico são
• aspartato-transaminase (AST) = glutamato-oxalacetato (TGO),
predominando no coração, fígado, músculo estriado, rim e pâncreas;
• alanina-transaminase (ALT) = glutamato-piruvato (TGP)
TRANSAMINASES:
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 62
• alanina-transaminase (ALT) = glutamato-piruvato (TGP)
predominando no fígado, rim e coração
Elevações das transaminases ocorrem nas hepatites (viral e tóxica), na
mononucleose, cirrose, colestase, carcinoma hepático primário ou
metastático, pancreatite, traumatismo extenso e no choque
prolongado.
A AST está quase sempre elevada após o
infarto agudo do miocárdio. Esta começa a
se elevar 6 a 12 horas após a dor
precordial, alcançando o pico máximo
entre 24 a 48 horas, retornando aos valores
de referência após o 5º ou 6º dia.
Nas formas graves de hepatite por vírus,
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 63
Nas formas graves de hepatite por vírus,
podem ser encontradas taxas de 1000 a
3000 unidades de ambas as transaminases.
Os níveis de AST (e com menor freqüência
de ALT) aumentam um pouco da distrofia
muscular.
A determinação ALT/TGP em amostras de sangue é útil na
avaliação da função hepática, sendo mais sensível na detecção de
lesão hepatocelular que de obstrução biliar Valores de ALT são
iguais ou superiores aos de AST na maioria dos pacientes com
hepatite viral, icterícia pós-hepática ou colestase intra-hepática. Nos
casos de cirrose hepática, hepatite alcóolica ou carcinoma
metastático, os valores de ALT são inferiores aos de AST. No infartometastático, os valores de ALT são inferiores aos de AST. No infarto
agudo do miocárdio, os valores de
ALT encontram-se dentro da faixa
de referência ou ligeiramente
aumentados.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 64
Grupo de enzimas que hidrolisam os ésteres fosfóricos. Têm baixa 
especificidade, e de acordo com pH, são classificadas em dois tipos:
FOSFATASE
FOSFATASE ÁCIDA
Níveis séricos elevados da fosfatase ácida são encontrados em pacientes
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
65
portadores de câncer da próstata. Dados da literatura demonstram que
cerca de 5 a 10% dos pacientes com câncer da próstata no estágio B
apresentam níveis séricos elevados da fração prostática. A dosagem da
fosfatase ácida também é útil para avaliar a resposta a estrogenoterapia e
no acompanhamento pós-cirúrgico.
FOSFATASE ALCALINA
A fosfatase alcalina é produzida por muitos tecidos, principalmente pelos ossos,
fígado, intestinos e placenta e é excretada pela bile. A dosagem sérica desta
enzima é particularmente útil na investigação das doenças hepatobiliares e
ósseas. Níveis elevados de fosfatase alcalina ocorrem em pacientes com doenças
ósseas caracterizadas por aumento da atividade osteoblástica como a osteíte
deformante, raquitismo, osteomalácia, hiperparatireoidismo, metástase óssea,
sarcoma osteogênico, etc. Níveis elevados de fosfatase alcalina ocorrem tambémsarcoma osteogênico, etc. Níveis elevados de fosfatase alcalina ocorrem também
em pacientes com doenças obstrutivas das vias biliares, metástases hepáticas,
doenças granulomatosas e na cirrose hepática.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 66
Nas doenças hepatocelulares como a hepatite aguda viral, em geral
ocorre um ligeiro aumento da enzima. Níveis diminuídos da fosfatase
alcalina são encontrados na desnutrição crônica, na hipofosfatasemia e,
ocasionalmente, no hipotireoidismo e anemia perniciosa.
Fosfatase alcalina. 
Interferências Estrógenos em altas doses, contraceptivos orais, agentes
hipoglicemiantes, fenotiazina, eritromicina encontram-se entre as drogas
que podem provocar aumento dos níveis de fosfatase alcalina.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 67
A GGT tem aplicação principal no estudo das doenças hepatobiliares e está
distribuída em quase todo o tecido humano. O rim contém a mais elevada
concentração, seguido pelo pâncreas e fígado. A GGT é um sensível
indicador de doenças inflamatórias e lesão hepática e está
significativamente elevada nas doenças obstrutivas das vias biliares. A GGT
GAMA GLUTAMIL TRANSFERASE (γγγγGT) 
tem maior especificidade que a fosfatase alcalina (ALP) e a transaminase
oxalacética para avaliar doença hepática. Ela não está elevada na doença
óssea e durante a gravidez como a fosfatase alcalina, nem nas doenças do
músculo esquelético como a transaminase oxalacética.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 68
Está demonstrado que no alcoolismo crônico os níveis séricos da GGT diminuem
com a retirada do álcool e se elevam com a exposição ao mesmo. Com base nesta
observação a determinação da GGT está sendo usada nos centros de tratamentos
de alcoólatras para documentar o sucesso da terapia e identificar os pacientes
que retornam ao alcoolismo após a alta.
Interferências Valores de Triglicérides entre 1800 e 3500 mg/dL produzem
resultados falsamente elevados. A GGT está elevada em pacientes que fazem uso
prolongado de drogas que induzem o sistema microssomal hepático como o
fenobarbital e fenitoína, entre outras.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 69
Níveis séricos elevados de desidrogenase láctica são observados em uma variedade de condições.
Os valores mais elevados são encontrados em pacientes com anemia megaloblástica, em
carcinomas e no choque grave. Elevações moderadas ocorrem em pacientes com infarto do
miocárdio, infarto pulmonar, leucemia, mononucleose infecciosa e nos pacientes com distrofia
muscular progressiva. Ligeiras elevações são encontradas em pacientes com hepatite aguda, nas
icterícia obstrutivas e na cirrose. Valores elevados são encontrados no delirium tremens. A
desidrogenase láctica é também usada como um marcador de hemólise, sendo observada
elevação moderada nas anemias hemolíticas. Níveis elevados são observados na maioria dos
pacientes com infarto do miocárdio. Embora o grau de elevação não seja tão grande como o da
LACTATO DESIDROGENASE (LDH)
pacientes com infarto do miocárdio. Embora o grau de elevação não seja tão grande como o da
CK, ele persiste por 10 a 14 dias.
70
CK TOTAL
A creatina quinase é um dímero composto de subunidades B e M, e
ocorre em três formas de isoenzimas: MM (CK3), MB (CK2) e BB (CK1). A
enzima é encontrada em concentrações elevadas no músculo esquelético,
músculo cardíaco, cérebro e trato gastrointestinal.
CREATINA QUINASE (CK ou CPK)
A CK total começa a se elevar 6 horas após o início do infarto agudo do
miocárdio (IAM) e chega a um pico máximo após 12 a 24 horas,
permanecendo elevada até 72 horas quando não ocorre um novo infarto.
Os valores no pico máximo podem chegar a mais de 10 vezes o limite
superior dos valores de referência.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
71
Além do IAM a CK está elevada nos casos de necrose do músculo cardíaco
produzidas por miocardite grave.
Valor(es) de referência
0 a 1 Ano - Até 325 U/L
1 a 15 Anos - Até 225 U/L
Mulheres Adultas - Até 165 U/LMulheres Adultas - Até 165 U/L
Homens Adultos - Até 190 U/L
InterferênciasO exercício físico pode elevar os valores da CK em até 3 vezes os
valores de referência, havendo redução dos valores após 24 horas. Nos casos de
exercício prolongado, os valores podem aumentar em até 24 vezes. Observa-se,
também, aumento após injeções intra-musculares.
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
72
CKCK--MBMB
Além do IAM as seguintes lesões do miocárdio podem produzir aumento daCK-MB:
contusão cardíaca, procedimentos cirúrgicos cardíacos, cardioversão, angioplastia
coronariana transluminal, pericardite, miocardite, taquicardia supraventricular
prolongada, cardiomiopatia, insuficiência cardíaca congestiva, angiografia
coronariana.
As causas não cardíacas de aumento da CK-MB são: traumatismo e doenças do 
músculo esquelético, rabdomiólise extensa, mioglobinuria, queimaduras e músculo esquelético, rabdomiólise extensa, mioglobinuria, queimaduras e 
traumatismos, hipertermia maligna, hipotermia, colelitíase aguda, cetoacidose
diabética, choque séptico, acutização de doença pulmonar obstrutiva.
Valor(es) de referência Até 24 U/L ou 6% da CK Total 
Interferências A atividade da CK-MB pode aumentar até 6% em 2 a 26 horas após 
grandes cirurgias. 
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
73
BILIRRUBINA
É derivado do heme, uma protoporfirina contendo ferro, encontrada principalmente na 
hemoglobina.
Um adulto produz cerca de 450µmol de bilirrubina 
diariamente.
No fígado, por ação das enzimas encontradas nos 
microrganismos, a bilirrubina livre é conjugada, 
passando a integrar a bile; por esta razão, em condições 
normais, todo pigmento biliar dá reação direta. Quando 
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
74
trato biliar fica bloqueado, a bilirrubina não é excretada 
e as concentrações do soro aumentam e o paciente torna-
se ictérico.
Icterícia – excesso de bilirrubina livre ou de bilirrubina conjugada nos líquidos extracelulares.
Hemólise 
Obstrução biliar extra-hepática
Lesão hepatocelular
BILIRRUBINAS
As causas mais comuns de aumento da bilirrubina direta são as doenças
hepatocelulares e das vias biliares, tais como, hepatites, colangites, colecistites,
neoplasias, cirrose, alcoolismo, obstrução biliar intra ou extra-hepática,
mononucleose infecciosa. A bilirrubina direta (conjugada) é solúvel em água e,
quando sua concentração encontra-se elevada no soro, esta torna-se positiva naquando sua concentração encontra-se elevada no soro, esta torna-se positiva na
urina. O aumento da bilirrubina indireta (livre) indica: (1) aumento da produção
(hemólise); (2) diminuição do transporte (anticorpos e medicamentos); (3) defeito
da captação (deficiência ou bloqueio das ligandinas) e (4) defeito da conjugação
(doença de Gilbert, entre outras).
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende
75
Valor(es) de referência Bilirrubina Total
0-1 dia: Até 6,0 mg/dL (A Termo) - Até 8,0 mg/dL (Pré-Maturo)
1-2 dias: Até 10,0 mg/dL (A Termo) - Até 12,0 mg/dL (Pré-Maturo)
3-5 dias: Até 12,0 mg/dL (A Termo) - Até 15,0 mg/dL (Pré-Maturo)
6-7 dias: Até 10,0 mg/dL (A Termo) - Até 15,0 mg/dL (Pré-Maturo)
Adultos: Até 1,2 mg/dL
Bilirrubina Direta (conjugada)
Até 0,4 mg/dL
Bilirrubina Indireta (livre)
Até 0,8 mg/dL
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 76
HEME Protoporfirina
Bilirrubina livre
(albumina)
Biliverdina
BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. 
F. Rezende 77
FÍGADO
Bilirrubina conjugada
(glicoronídeo)
BILE INTESTINO
urobilinogênio
FEZES
Bactérias
RIM
URINA

Continue navegando