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LIPOPROTEÍNAS As lipoproteínas do plasma transportam quase todo o colesterol e os lipídios esterificados no sangue. Uma lipoproteína é uma estrutura esférica complexa que possui um centro hidrofóbico envolto por um revestimento hidrofílico. O núcleo contém triglicerídeos e ésteres de colesterol, na superfície contém fosfolipídeos, colesterol livre e proteínas (apolipoproteínas). BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 1 Ciclo Exógeno BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 2 Ciclo Endógeno As lipoproteínas são classificadas em várias classes, de acordo com a natureza e quantidade de lipídeos e proteínas que as constituem. Dentre as classes de lipoproteínas destacam-se: • Quilomicrons: grandes partículas que transportam as gorduras alimentares e o colesterol para os músculos e outros tecidos. • VLDL (Very-Low Density Lipoproteins) e IDL (Intermediate Density Lipoprotein ): transportam triglicerídeos e colesterol endógenos do fígado para os tecidos. A medida em que perdem triglicerídeos, podem coletar mais colesterol e tornarem-se LDL. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 3 • Low-Density Lipoproteins (LDL): transportam do fígado para os tecidos, cerca de 70% de todo o colesterol que circula no sangue. São pequenas e densas o suficiente para se ligarem às membranas do endotélio. Por esta razão, as LDL são as lipoproteínas responsáveis pela aterosclerose – deposição de placas lipídicas (ateromas) nas paredes das artérias. Conseqüentemente, níveis elevados de LDL estão associados com os altos índices de doenças cardiovasculares. Significado clínico As lipoproteínas de baixa densidade (LDL) são as principais proteínas de transporte do colesterol. A relação entre doença aterosclerótica coronariana e níveis de Colesterol LDL é significativa e direta. Seus níveis também se encontram elevados na síndrome nefrótica, hipotiroidismo e icterícia obstrutiva. Só é possível realizar o exame quando os níveis de triglicerídeos estiverem abaixo de 400 mg/dL. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 4 Preparo do paciente O paciente deve estar com peso e dieta estáveis por três semanas e em jejum de 12 a 14 horas. A abstinência alcoólica é desejável nas 72 horas que antecedem o teste. • Valor(es) de referência (LDL) Inferior a 100 mg/dL - Ótimo 100 a 129 mg/dL - Desejável 130 a 159 mg/dL - Limítrofe 160 a 189 mg/dL - Alto Superior a 189 mg/dL - Muito Alto BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 5 O COLESTEROL NO SANGUE 1- O colesterol forma um complexo com os lipídeos e proteínas, chamado lipoproteína. A 2- Nesta interação, a LDL pode acabar sendo BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 6 lipoproteína. A forma que realmente apresenta malefício, quando em excesso, é a LDL. sendo oxidada por radicais livres presentes na célula. 3- Esta oxidação aciona o mecanismo de defesa, desencadeando um processo inflamatório com infiltração de 4- Após algum tempo cria-se uma placa (ateroma) no vaso sanguíneo; sobre esta BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 7 infiltração de leucócitos. Moléculas inflamatórias acabam por promover a formação de uma capa de coágulos sobre o núcleo lipídico. sobre esta placa, pode ocorrer uma lenta deposição de cálcio, numa tentativa de isolar a área afetada. 5- Isto pode interromper o fluxo sanguíneo normal (aterosclerose) e vir a provocar inúmeras doenças BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 8 inúmeras doenças cardíacas. De fato, a concentração elevada de LDL no sangue é a principal causa de cardiopatias. • High-Density Lipoproteins (HDL): é responsável pelo transporte reverso do colesterol ou seja, transporta o colesterol endógeno de volta para o fígado. O nível elevado de HDL está associado com baixos índices de doenças cardiovasculares. Indicação médica A determinação do colesterol em amostras de sangue é útil na investigação das dislipidemias e faz parte da avaliação do risco de doença coronariana isquêmica. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 9 • Valor(es) de referência (HDL) 0 a 9 Anos - Maior ou igual a 40 mg/dL (Desejável) 10 a 18 Anos - Maior ou igual a 35 mg/dL (Desejável) Adultos - Maior ou igual a 60 mg/dL (Desejável) • Interferências Tem sido relatado aumento nos níveis de colesterol HDL com o uso de estrógenos e pílulas contraceptivas. Tiazídicos e bloqueadores beta-adrenérgicos não seletivos podem reduzir o colesterol HDL. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 10 COLESTEROL TOTAL O grande dilema da aterosclerose é que ela é um processo silente. Está ativa em todos os indivíduos e permanece sem qualquer manifestação por décadas e, subitamente se manifesta através de dor torácica, infarto agudo do miocárdio ou morte súbita. Estudos populacionais longitudinais como os de Tecumset, Albany, Framinghan, Evans, Chicago, Oslo entre outros, e também dados epidemiológicos e estudos experimentais em animais, demonstraram uma correlação positivae estudos experimentais em animais, demonstraram uma correlação positiva entre os níveis do colesterol, mais precisamente do colesterol LDL e o risco de DC. Ao mesmo tempo foi evidenciado que os níveis de colesterol HDL, são inversamente proporcionais ao risco de DC. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 11 • Valores aumentados de colesterol são encontrados na nefrose, hipotireoidismo, doenças colestáticas do fígado e nas hiperlipoproteinemias. • Níveis diminuídos são encontrados no hipertireoidismo, desnutrição crônica, anemia sideroblástica e talassemia. Doenças hepáticas graves podem reduzir drasticamente os níveis de colesterol. • O nível do colesterol sérico, juntamente com a hipertensão e o fumo, constituem fatores de risco de aterosclerose e DC. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 12 • Preparo do paciente O paciente deve estar com peso e dieta estáveis por três semanas e em jejum de 12 a 14 horas (O jejum não é imprescindível para a dosagem de colesterol total, mas o é para a determinação dos triglicérides e frações do colesterol). A abstinência alcoólica é desejável nas 72 horas que antecedem o teste. • Valor(es) de referência • Inferior a 200 mg/dL – Ótimo • Entre 200 e 239 mg/dL – Limítrofe • Superior a 239 mg/dL – Alto • Referência: III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias (SBC) • Interferências Valores de Bilirrubina entre 5 e 38 mg/dL produzem resultados falsamente diminuídos. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 13 BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 14 Triglicerídeos São sintetizados no fígado e intestino e são as formas mais importantes de armazenamento e transporte de ácidos graxos. Constituem as principais frações dos quilomícrons, das VLDL e pequena parte (< 10%) das LDL presentes no plasma sanguíneo. Cera de 90% das gorduras ingeridas na dieta são triglicerídeos BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 15 Cera de 90% das gorduras ingeridas na dieta são triglicerídeos formados por ácidos graxos saturados e insaturados. Os valores de TG estão relacionados com a idade e ao sexo. A taxa dos TG estará elevada: no diabete; na síndrome nefrótica; na pancreatite; nas doenças coronarianas, etc... Valor(es) de referência Inferior a 150 mg/dL - Desejável 150 a 499 mg/dL - Alto Superior a 499 mg/dL - Muito Alto BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 16 Esta determinação pode sofrer grande variabilidade biológica, devendo ser avaliada a necessidade de repetiçãopelo médico assistente. Interferências Valores de Bilirrubina entre 10 e 38 mg/dl produzem resultados falsamente diminuídos. A ingestão de álcool nas 72 horas que antecedem a coleta pode produzir resultados falsamente elevados. Pode interferir no resultado: Uso prolongado de corticosteróides, anticoncepcionais orais, estrogênio, miconazol, etc... BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 17 estrogênio, miconazol, etc... Distúrbios Clínicos do Metabolismo de Lipídeos Doenças cardíacas coronária Pancreatite aguda Catarata Na prática médica os distúrbios das lipoproteínas são alguns dos mais comuns encontrados entre as doenças metabólicas. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 18 Xantelasma Xantoma de tendão HIPERCOLESTEROMIA A disfunção hereditária ou a ausência de receptores celulares leva à hipercolesteromia familiar. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 19 Xantoma de tendão Hipercolesteromia grave DC coronária prematura 150 mutações diferentes do gene do receptor de LDL Hiperlipidemias são classificadas: Primária – quando o distúrbio não é devido a uma doença fundamentalmente identificável Secundária – manifestação de alguma outra doença. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 20 Secundária – manifestação de alguma outra doença. Glicose BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 21 Regulação da glicose BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 22 Insulina Gliconeogênese Glicogenólise Síntese de glicogênio BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 23 Captação de glicoseSíntese de glicogênio Glicemia Liberação de ácidos graxos livres Caracterizado por hiperglicemia • Defeitos na produção de insulina • Auto-imune ou outra destruição das células beta Definição de diabetes BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 24 • Auto-imune ou outra destruição das células beta • Insensibilidade à insulina • Deficiência na ação da insulina nos tecidos-alvo • 230 milhões afetados em 2006 • 350 milhões dentro de 20 anos A epidemia do diabetes BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 25 • Mais rápida nos subcontinentes indiano e asiático Diabete melito Classificação: Primário Secundário Primário Diabete melito dependente de insulina (DMDI) – 15% Diabete melito não dependente de insulina BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 26 Diabete melito não dependente de insulina (DMNDI) – 85% Secundário Pode ser resultado de doença pancreática, doença endócrina, terapia medicamentosa e em alguns casos a anormalidades no receptor de insulina DMDI X DMNDI Características clínicas DMDI DMNDI Idade < 30 anos > 40 anos Peso Baixo Normal ou aumentado Início Rápido Lento Insulina endógena Baixa/ausente Presente BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 27 Insulina endógena Baixa/ausente Presente Auto-anticporpos sim não Fisiopatologia DMDI DMNDI Etiologia Destruição autoimune das células das ilhotas pancreática Obscura; secreção prejudicada de insulina Fatores ambientais V írus e toxinas Obesidade; inatividade física Complicações associadas à diabetes Retinopatia - lesão da retina; Nefropatia - lesão renal; Neuropatia - lesão nos nervos do organismo; Macroangiopatia - doença coronária, cerebral e dos membros inferiores; Lípidos no sangue - gorduras no sangue; Doenças cardiovasculares - angina de peito, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais; BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 28 Doenças cardiovasculares - angina de peito, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais; Obstrução arterial periférica - perturbação da circulação, por exemplo nas pernas e nos pés; Disfunção e impotência sexual - a primeira manifesta-se de diferentes formas em ambos os sexos; Infecções diversas e persistentes - boca e gengivas, infecções urinárias, infecções das cicatrizes depois das cirurgias BIOQUIMICA CLINICA – Profa. Cleide A. F. Rezende 29 Diagnóstico e monitoramento do Diabete melito Dosagens bioquímicas de componentes específicos do sangue e urina são indicadores importantes do estado metabólico e são usadas para o diagnóstico. Glicose no sangue (GLICEMIA) e na urina ( GLICOSÚRIA). Glicemia: expressa o nível de glicose no sangue, cujo normal no indivíduo em jejum é 70 a 99 mg/dL. Os níveis da glicemia sofrem influência de vários fatores, tais como exercício, estresse, alimentação, álcool e medicamentos, e estão sujeitos a contínua flutuação ao longo do dia. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 30 flutuação ao longo do dia. Glicosúria: significa presença de glicose na urina. Normalmente ela está ausente. Se a glicemia ultrapassar os 170 mg/dL começa a haver excreção de glicose pelos rins e aparece a glicosúria. OBS: excessiva, mas incompleta oxidação dos ácidos graxos no fígado produção excessiva de corpos cetônicos (cetose) no sangue (cetonemia) e na urina (cetonúria). Exame útil no diagnóstico de diabetes mellitus, diabetes gestacional ou tolerânia à glicose diminuída. A curva glicêmica consiste na dosagem de glicose com o paciente em jejum (0 minuto) e posterior administração de 75 g de glicose (em solução aquosa) por via Curva glicêmica ou teste de tolerância oral a glicose BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 31 oral, seguida de quatro coletas seriadas de sangue, nos tempos de 30, 60, 90 e 120 minutos, para a dosagem de glicose, ou em tempos definidos pela solicitação médica. Em gestantes, a ingestão é de 100g de glicose e as coletas em jejum, 60, 120 e 180 minutos. Em crianças, administra-se 1,75 g/kg de peso corporal até a dose máxima de 75 g. Em uma pessoa normal, sem diabetes, os níveis de glicose se elevam e diminuem rapidamente. Em pessoas com diabetes, os níveis de glicose aumentam mais do que o normal e levam mais tempo para diminuir. Pessoas com níveis de glicose entre o normal e o diabético possuem tolerância à glicose diminuída (TGD). As pessoas com TGD não têm diabetes. A cada ano, só BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 32 1-5% das pessoas cujos testes resultam em TGD desenvolvem diabetes. Perda de peso e exercícios físicos podem ajudar essas pessoas com TGD a recuperar seus níveis normais de glicose. Se os valores encontrados forem anormais, é necessário repetir a dosagem em jejum num outro dia. Curva glicêmica ou teste de tolerância oral a glicose BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 33 Valor(es) de referência NORMAL Menor que 140 mg/dL aos 120 minutos e todos os valores menores que 200 mg/dL entre 0 e 120 minutos. TOLERÂNCIA À GLICOSE DIMINUÍDA De 100 a 125 mg/dL em jejum e de 140 a 199 mg/dL aos 120 minutos. DIABETES Superior a 200 mg/dL aos 120 minutos ou quando o nível da glicose de jejum encontra-se BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 34 Superior a 200 mg/dL aos 120 minutos ou quando o nível da glicose de jejum encontra-se maior ou igual a 126 mg/dL, confirmado por um segundo teste. DIABETES GESTACIONAL Uma mulher tem diabetes gestacional se ela apresentar em qualquer uma das situações seguintes: uma glicose em jejum maior que 95 mg/dL, um nível de glicose de 60 minutos maior que 180 mg/dL, um nível de glicose de 120 minutos maior que 155 mg/dL ou um nível de glicose de 180 minutos maior que 140 mg/dL, neste último caso quando avaliado com a ingestão de 100g de dextrosol. Hemoglobina glicosilada ou hemoglobina glicada: hemoglobina é uma substância que circula no sangue dentro dos glóbulos vermelhos e é responsável pelo transporte de oxigênio a todos os tecidosdo corpo. A hemoglobina liga-se a glicose presente no sangue, formando tanto mais hemoglobina glicosilada (também chamada hemoglobina A1c) quanto maior for a taxa da glicemia. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 35 Subunidade da proteína globular Unidade heme Molécula de hemoglobina Fe Subunidade da proteína globular Unidade heme Molécula de hemoglobina Fe Como os glóbulos vermelhos se renovam, em média, a cada 120 dias, a medição da hemoglobina glicosilada espelha exatamente se a glicemia esteve alta (mais hemoglobina glicosilada) ou baixa (menos hemoglobina glicosilada) durante esses últimos 2 a 3 meses. O teste da hemoglobina glicosilada não substitui o necessário controle BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 36 diário da glicemia, mas sim proporciona uma valiosa informação retrospectiva do diabetes, permitindo melhor gerenciar o seu controle. Preparo do paciente Jejum obrigatório de 8 horas. Valor(es) de referência 4,8 a 6,0% - Níveis não diabéticos 6,0 a 7,0% - Próximos da glicemia normal Até 7,0% - Níveis ideais 7,0 a 8,0% - Bom Controle Acima de 8,0% - Glicemia fora de controle BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 37 Interferências Em amostras lipêmicas ou ictéricas obtêm-se resultados falsamente elevados. A anemia ferropriva produz resultados falsamente elevados. Em todas as condições onde a meia-vida das hemácias está modificada, podem ocorrer alterações nos valores da hemoglobina glicada. Assim como a formação da hemoglobina glicada é decorrente de uma modificação não enzimática póstranslacional, dependente dos valores de glicemia, o mesmo ocorre com a glicosilação de outras proteínas plasmáticas. O mecanismo de formação da proteína glicada é semelhante ao da hemoglobina glicada, havendo somente diferenças na cinética de formação e na meia vida. A meia vida das proteínas varia entre 1 a 3 Frutosamina BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 38 formação e na meia vida. A meia vida das proteínas varia entre 1 a 3 semanas, ao contrário da hemoglobina cuja meia vida é de 120 dias. A proteína glicada pode espelhar as concentrações de glicose plasmática nos 20 dias anteriores. A frutosamina é o nome genérico dado à todas proteínas glicadas, das quais a maior parcela é devida a albumina, que se constitui na maior massa protéica plasmática depois da hemoglobina. A frutosamina está elevada em todos os casos de diabetes sob controle metabólico inadequado e tem sido observados que os valores retornam aos níveis de referência 20 dias após a estabilização da glicemia em níveis adequados. A frutosamina permite classificar os pacientes diabéticos em 3 grupos distintos: controle satisfatório (até 3,2 mmol/l), controle medíocre (até 3,7 mmol/l) e BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 39 controle medíocre (até 3,7 mmol/l) e controle inadequado (maior que 3,7 mmol/l). Valores diminuídos tem sido observados em pacientes com perdas elevadas de albumina e/ou doenças que aumentam o catabolismo protéico. O teste não deve ser usado para investigação de diabetes e intolerância à glicose, devido à sua baixa sensibilidade em relação ao teste oral de tolerância à glicose. Preparo do paciente Jejum obrigatório de 8 horas. Valor(es) de referência 205 A 285 mmol/L Interferências O teste não sofre interferências BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 40 de medicamentos (com exceção do ácido ascórbico), alimentação, glicemia do momento e não se observou diferenças significativas entre homens e mulheres. Valores de bilirrubina maiores que 3,5 mg/dl produzem interferências positivas. Glicose plasmática pós-prandial Em geral, duas horas após uma sobrecarga oral de glicose a glicemia deve estar próxima aos valores de jejum. Valores abaixo de 140 mg/dL são considerados normais; entre 140-200 mg/dL como intolerantes; acima de 200 mg/dL, em pelo menos duas ocasiões, é compatível com diagnóstico de diabetes mellitus. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 41 de diabetes mellitus. Interferências Várias drogas podem afetar o metabolismo da glicose, dentre elas encontram-se os corticóides, tiazídicos e outros diuréticos. Níveis pós-prandiais de glicose por idade BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 42 O conhecimento do metabolismo do ácido úrico é necessário para entender como ocorrem as diversas doenças a ele relacionadas e para possibilitar o tratamento adequado. Sabemos que as alterações dos níveis séricos, do ácido úrico para cima ou para baixo causam complicações. ÁCIDO ÚRICO BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 43 O ácido úrico é um produto do metabolismo das purinas (proteínas), por ação de uma enzima. Ele é um ácido fraco e a sua forma ionizada, o urato monossódico, é a forma encontrada no plasma humano, no líquido extracelular e na sinóvia. Por ser muito hidrossolúvel, o urato é facilmente eliminado pelo rim em quantidades de 600-700 mg/dia nas dietas normais. Num indivíduo normal, 1/3 do ácido úrico é degradado e excretado pelo intestino e 2/3 pelo rim. Na falência do rim, a degradação e eliminação do ácido úrico são extremamente aumentadas pelo intestino. A degradação é provocada pelas bactérias intestinais, que pode atingir até 80 % da excreção BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 44 pelas bactérias intestinais, que pode atingir até 80 % da excreção diária de ácido úrico. As fontes de ácido úrico são duas: • endógena - destruição de tecidos próprios • exógena - alimentação Os sais de urato de sódio são muito solúveis à 37º C, mas se depositam com facilidade nas articulações periféricas, joelhos, tornozelos, calcanhares e artelhos do pé, nos quais a temperatura do corpo é mais baixa, provocando inflamações. Quando o ácido úrico é superior a 8 mg/dL no plasma sangüíneo, ele pode se depositar em qualquer tecido do organismo, dependendo muito das condições locais. Quando isso ocorre, pode surgir processo inflamatório como BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 45 locais. Quando isso ocorre, pode surgir processo inflamatório como gota, artrite e nefrite. As dosagens do ácido úrico no sangue e na urina de 24 horas são de grande valor para o diagnóstico das alterações do metabolismo do ácido úrico. Para uma coleta sanguínea adequada de ácido úrico, é necessário um jejum de 8 horas antes do exame. Interferências Observa-se elevação na concentração sérica de ácido BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 46 Interferências Observa-se elevação na concentração sérica de ácido úrico secundária à interferência do ácido ascórbico, cafeína e álcool. Várias drogas afetam a excreção de ácido úrico, incluindo aspirina e outros antinflamatórios, contrastes empregados em Radiologia, vitamina C. O uso de diuréticos reduz a excreção de ácido úrico. GOTA (Hiperurecemia e artrite recorrente.) A gota aguda é deflagrada pela deposição de urato de sódio nos tecidos, levando a uma resposta inflamatória. A gota é exarcebada pelo consumo de álcool. Crônica – depósito tofáceos (arenosos) de urato de sódio nos tecidos. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 47 DOENÇA RENAL É uma complicação comum da hiperurecemia, vários tipos de doença renal já foram identificados. Nefropatia do urato é a mais comum. Valor(es) de referência Sangue (soro) Crianças: 2,5 a 5,5 mg/dL Homens: 2,6 a 7,0 mg/dL Mulheres: 1,5 a 6,0 mg/dL Urina de 24 horas BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 48 Urina de 24 horas 150 a 850 mg/24h Líquido Sinovial Até 8,0 mg/dL Alimentos a serem evitados: Miúdos, sardinha, mexilhão, anchova, bacalhau, salmão,truta, atum, arenque, camarão, lagosta, ostra, caranguejo, porco, embutidos, bacon, caldo de carne e molhos prontos, feijão, lentilha, grão de bico, ervilha, trigo, frutas oleaginosas (coco, nozes, castanhas, amêndoas, amendoim, pistache, avelã), presunto, extrato de tomate, chocolate, pão de centeio, alho poró, aspargo, brócolis, cogumelo, espinafre Alimentos permitidos: Leite e iogurte desnatados, queijos brancos, ovos, vegetais (exceto os acima), pães brancos e biscoitos de água e sal, frutas em geral, macarrão e arroz, batata, óleos vegetais (girassol, canola), em quantidade BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 49 de água e sal, frutas em geral, macarrão e arroz, batata, óleos vegetais (girassol, canola), em quantidade moderada Recomendações Importantes: � Utilizar preparações com carnes cozidas desprezando a água do cozimento � Carnes assadas não devem ser tostadas � Não utilizar preparações ou alimentos ricos em gorduras � Não ingerir bebidas alcoólicas � Ingerir 2 a 3 litros de água por dia PROTEÍNAS PLASMÁTICAS A determinação das proteínas totais em amostras de sangue e outros líquidos biológicos é útil para avaliar o estado nutricional e as alterações protéicas nas doenças. Pertencem a três tipos principais: BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 50 Pertencem a três tipos principais: • albuminas, • globulinas e • fibrinogênio. Cada uma com características próprias e funções diferentes. Fibrinogênio – fígado Albuminas e globulinas – fígado, órgãos hematopoiéticos, intestino, ... Funções: • manutenção do equilíbrio hídrico e osmótico BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 51 • manutenção do equilíbrio hídrico e osmótico • defesa do organismo • coagulação sangüínea Mede-se rotineiramente as concentrações de “proteína total” e de albumina, geralmente: ptns totais – albumina = globulina Outras ptns são dosadas por classe (Ex: as Igs) PROTEÍNAS TOTAIS As proteínas séricas são totalmente separadas em albuminas e globulinas, ex.: proteína total = albumina + globulina. A dosagem isolada da proteína total tem pouco valor, porque a alteração em uma das frações pode ser compensada por alteração oposta de outra fração, BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 52 como ocorre nas doenças crônicas, em que há diminuição de albumina com aumento de gamaglobulina. O contrário pode ser observado em respostas de fase aguda, tais como infecções ou traumas, ocasião em que muitas proteínas plasmáticas derivadas do fígado aumentam de concentração, enquanto a albumina reduz, mantendo a concentração protéica inalterada. As proteínas estão aumentadas em algumas neoplasias, especialmente no mieloma múltiplo; macroglobulinemia; doenças autoimunes, como a artrite reumatóide e LES; doenças granulomatosas; leishmaniose visceral; endocardite bacteriana sub- aguda e linfogranuloma; em alguns casos de doença hepática crônica, como hepatite autoimune e na desidratação. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 53 crônica, como hepatite autoimune e na desidratação. As proteínas estão diminuídas na gravidez; hiperhidratação; desnutrição grave; cirrose e outras doenças hepáticas, incluindo alcoolismo crônico; imobilização prolongada; insuficiência cardíaca; nefrose e insuficiência renal; hipertireoidismo; deficiência de cálcio e vitamina D e na síndrome de má absorção. A ALBUMINA é a proteína mais importante do plasma humano, representando 40 a 60% do total de proteína. Os níveis plasmáticos de albumina, devido à sua relação com o aporte de proteína e à produção no fígado, são freqüentemente usados como parâmetro para avaliação do estado nutricional e função hepática. Diminuições da albumina ocorrem na cirrose e outras doenças hepáticas, incluindo o alcoolismo crônico; na gravidez e associado ao uso de BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 54 contraceptivos orais; em muitas doenças crônicas, incluindo as neoplasias, síndrome nefrótica, enteropatias com perda protéica (doença de Crohn, colite ulcerativa), doenças inflamatórias, como as doenças autoimunes, imobilização prolongada, falência cardíaca e outros estados catabólicos crônicos. Elevação da albumina sérica é encontrada somente na desidratação. As globulinas se dividem, a grosso modo, em alfa-1, alfa-2, beta e gamaglobulinas, que podem ser separadas e quantificadas no laboratório por meio de eletroforese e densitometria. A fração alfa-1 inclui a alfa-1 antitripsina e a globulina fixadora de tiroxina. A fração alfa -2 contém haptoglobina, ceruloplasmina, HDL e alfa-2 macroglobulina. Geralmente, os níveis de proteína alfa-1 e alfa-2 aumentam na presença de uma inflamação. A fração beta inclui a transferrina, plasminogênio e BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 55 A eletroforese simples separa as ptns em cinco bandas, e é útil para demonstrar a presença de uma paraproteína derivada de células neoplásicas. de uma inflamação. A fração beta inclui a transferrina, plasminogênio e as lipoproteínas beta. A fração gama inclui os vários tipos de anticorpos (imunoglobulinas M, G e A). BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 56 PROTEÍNA C REATIVA QUANTITATIVA (PCR) A determinação qualitativa e semi-quantitativa da proteína C-reativa (PCR) em amostras de sangue é útil na avaliação de processos infecciosos e inflamatórios. A proteína C-reativa é provavelmente o mais simples e sensível teste para avaliar a reação inflamatória ou necrose tissular. A PCR tem meia vida de 5 - BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 57 avaliar a reação inflamatória ou necrose tissular. A PCR tem meia vida de 5 - 7 horas e por esta razão seus valores caem a níveis de referência muito mais rapidamente que outras proteínas de fase aguda. Em 70% dos pacientes com infecção, a elevação da PCR precede em pelo menos 12 horas outros marcadores de infecção como a leucocitose, hemossedimentação elevada e mesmo a febre. Quando a resposta inflamatória é mediada primariamente por neutrófilos ou monócitos, a síntese hepática de PCR está aumentada e a concentração sérica habitualmente atinge valores de 100 mg/L ou mais. Quando a resposta inflamatória é mediada primariamente por linfócitos, a síntese hepática não se altera ou pode estar ligeiramente aumentada e os valores séricos da PCR não se modificam ou raramente excedem a 26 BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 58 mg/L. Concentrações séricas iguais ou maiores que 200 mg/L tem sensibilidade de 70% e especificidade de 100% para diagnosticar infecção e o valor preditivo de um teste positivo é igual a 100%. No infarto agudo do miocárdio podem ser encontrados níveis de até 350 mg/L com pico em torno da 50ª hora. A persistência de valores elevados após 100 ou 150 horas do episódio agudo pode ser considerada sugestiva de isquemia em progressão ou da associação de outra doença. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 59 ENZIMAS A determinação das enzimas tem utilidade clínica no diagnóstico das cardiopatias, hepatopatias, doenças do músculo esquelético, ossos e outros tecidos. As enzimas sofrem desnaturação pela ação do calor e são sensíveis a BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 60 As enzimas sofrem desnaturação pela ação do calor e são sensíveis a metais pesados, detergentes, mudanças de pH, a concentração de sal, podem ser destruídas por microrganismos. A amilase sanguínea provém de duas fontes principais: pâncreas e glândulas salivares. Outras fontes potenciais de amilase sérica são os órgãos de reprodução e o fígado. A determinação da amilase sérica e urinária são os testes mais úteis para o diagnóstico da pancreatite e emmuitos casos a relação entre as depurações da amilase e da creatinina pode ser útil no AMILASE diagnóstico da pancreatite aguda e pancreatite recorrente. Neste caso, o valor da relação se encontra entre 7,0 e 15,0%. Interferências Medicamentos colinérgicos, narcóticos (morfina) e analgésicos análogos, álcool e diuréticos tiazídicos produzem resultados falsamente elevados da amilase sérica. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 61 Constituem um grupo de enzimas que catalisam a interconversão de aminoácidos e α-cetoácidos por transferência de grupos amino. As duas transaminases de interesse clínico são • aspartato-transaminase (AST) = glutamato-oxalacetato (TGO), predominando no coração, fígado, músculo estriado, rim e pâncreas; • alanina-transaminase (ALT) = glutamato-piruvato (TGP) TRANSAMINASES: BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 62 • alanina-transaminase (ALT) = glutamato-piruvato (TGP) predominando no fígado, rim e coração Elevações das transaminases ocorrem nas hepatites (viral e tóxica), na mononucleose, cirrose, colestase, carcinoma hepático primário ou metastático, pancreatite, traumatismo extenso e no choque prolongado. A AST está quase sempre elevada após o infarto agudo do miocárdio. Esta começa a se elevar 6 a 12 horas após a dor precordial, alcançando o pico máximo entre 24 a 48 horas, retornando aos valores de referência após o 5º ou 6º dia. Nas formas graves de hepatite por vírus, BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 63 Nas formas graves de hepatite por vírus, podem ser encontradas taxas de 1000 a 3000 unidades de ambas as transaminases. Os níveis de AST (e com menor freqüência de ALT) aumentam um pouco da distrofia muscular. A determinação ALT/TGP em amostras de sangue é útil na avaliação da função hepática, sendo mais sensível na detecção de lesão hepatocelular que de obstrução biliar Valores de ALT são iguais ou superiores aos de AST na maioria dos pacientes com hepatite viral, icterícia pós-hepática ou colestase intra-hepática. Nos casos de cirrose hepática, hepatite alcóolica ou carcinoma metastático, os valores de ALT são inferiores aos de AST. No infartometastático, os valores de ALT são inferiores aos de AST. No infarto agudo do miocárdio, os valores de ALT encontram-se dentro da faixa de referência ou ligeiramente aumentados. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 64 Grupo de enzimas que hidrolisam os ésteres fosfóricos. Têm baixa especificidade, e de acordo com pH, são classificadas em dois tipos: FOSFATASE FOSFATASE ÁCIDA Níveis séricos elevados da fosfatase ácida são encontrados em pacientes BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 65 portadores de câncer da próstata. Dados da literatura demonstram que cerca de 5 a 10% dos pacientes com câncer da próstata no estágio B apresentam níveis séricos elevados da fração prostática. A dosagem da fosfatase ácida também é útil para avaliar a resposta a estrogenoterapia e no acompanhamento pós-cirúrgico. FOSFATASE ALCALINA A fosfatase alcalina é produzida por muitos tecidos, principalmente pelos ossos, fígado, intestinos e placenta e é excretada pela bile. A dosagem sérica desta enzima é particularmente útil na investigação das doenças hepatobiliares e ósseas. Níveis elevados de fosfatase alcalina ocorrem em pacientes com doenças ósseas caracterizadas por aumento da atividade osteoblástica como a osteíte deformante, raquitismo, osteomalácia, hiperparatireoidismo, metástase óssea, sarcoma osteogênico, etc. Níveis elevados de fosfatase alcalina ocorrem tambémsarcoma osteogênico, etc. Níveis elevados de fosfatase alcalina ocorrem também em pacientes com doenças obstrutivas das vias biliares, metástases hepáticas, doenças granulomatosas e na cirrose hepática. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 66 Nas doenças hepatocelulares como a hepatite aguda viral, em geral ocorre um ligeiro aumento da enzima. Níveis diminuídos da fosfatase alcalina são encontrados na desnutrição crônica, na hipofosfatasemia e, ocasionalmente, no hipotireoidismo e anemia perniciosa. Fosfatase alcalina. Interferências Estrógenos em altas doses, contraceptivos orais, agentes hipoglicemiantes, fenotiazina, eritromicina encontram-se entre as drogas que podem provocar aumento dos níveis de fosfatase alcalina. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 67 A GGT tem aplicação principal no estudo das doenças hepatobiliares e está distribuída em quase todo o tecido humano. O rim contém a mais elevada concentração, seguido pelo pâncreas e fígado. A GGT é um sensível indicador de doenças inflamatórias e lesão hepática e está significativamente elevada nas doenças obstrutivas das vias biliares. A GGT GAMA GLUTAMIL TRANSFERASE (γγγγGT) tem maior especificidade que a fosfatase alcalina (ALP) e a transaminase oxalacética para avaliar doença hepática. Ela não está elevada na doença óssea e durante a gravidez como a fosfatase alcalina, nem nas doenças do músculo esquelético como a transaminase oxalacética. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 68 Está demonstrado que no alcoolismo crônico os níveis séricos da GGT diminuem com a retirada do álcool e se elevam com a exposição ao mesmo. Com base nesta observação a determinação da GGT está sendo usada nos centros de tratamentos de alcoólatras para documentar o sucesso da terapia e identificar os pacientes que retornam ao alcoolismo após a alta. Interferências Valores de Triglicérides entre 1800 e 3500 mg/dL produzem resultados falsamente elevados. A GGT está elevada em pacientes que fazem uso prolongado de drogas que induzem o sistema microssomal hepático como o fenobarbital e fenitoína, entre outras. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 69 Níveis séricos elevados de desidrogenase láctica são observados em uma variedade de condições. Os valores mais elevados são encontrados em pacientes com anemia megaloblástica, em carcinomas e no choque grave. Elevações moderadas ocorrem em pacientes com infarto do miocárdio, infarto pulmonar, leucemia, mononucleose infecciosa e nos pacientes com distrofia muscular progressiva. Ligeiras elevações são encontradas em pacientes com hepatite aguda, nas icterícia obstrutivas e na cirrose. Valores elevados são encontrados no delirium tremens. A desidrogenase láctica é também usada como um marcador de hemólise, sendo observada elevação moderada nas anemias hemolíticas. Níveis elevados são observados na maioria dos pacientes com infarto do miocárdio. Embora o grau de elevação não seja tão grande como o da LACTATO DESIDROGENASE (LDH) pacientes com infarto do miocárdio. Embora o grau de elevação não seja tão grande como o da CK, ele persiste por 10 a 14 dias. 70 CK TOTAL A creatina quinase é um dímero composto de subunidades B e M, e ocorre em três formas de isoenzimas: MM (CK3), MB (CK2) e BB (CK1). A enzima é encontrada em concentrações elevadas no músculo esquelético, músculo cardíaco, cérebro e trato gastrointestinal. CREATINA QUINASE (CK ou CPK) A CK total começa a se elevar 6 horas após o início do infarto agudo do miocárdio (IAM) e chega a um pico máximo após 12 a 24 horas, permanecendo elevada até 72 horas quando não ocorre um novo infarto. Os valores no pico máximo podem chegar a mais de 10 vezes o limite superior dos valores de referência. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 71 Além do IAM a CK está elevada nos casos de necrose do músculo cardíaco produzidas por miocardite grave. Valor(es) de referência 0 a 1 Ano - Até 325 U/L 1 a 15 Anos - Até 225 U/L Mulheres Adultas - Até 165 U/LMulheres Adultas - Até 165 U/L Homens Adultos - Até 190 U/L InterferênciasO exercício físico pode elevar os valores da CK em até 3 vezes os valores de referência, havendo redução dos valores após 24 horas. Nos casos de exercício prolongado, os valores podem aumentar em até 24 vezes. Observa-se, também, aumento após injeções intra-musculares. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 72 CKCK--MBMB Além do IAM as seguintes lesões do miocárdio podem produzir aumento daCK-MB: contusão cardíaca, procedimentos cirúrgicos cardíacos, cardioversão, angioplastia coronariana transluminal, pericardite, miocardite, taquicardia supraventricular prolongada, cardiomiopatia, insuficiência cardíaca congestiva, angiografia coronariana. As causas não cardíacas de aumento da CK-MB são: traumatismo e doenças do músculo esquelético, rabdomiólise extensa, mioglobinuria, queimaduras e músculo esquelético, rabdomiólise extensa, mioglobinuria, queimaduras e traumatismos, hipertermia maligna, hipotermia, colelitíase aguda, cetoacidose diabética, choque séptico, acutização de doença pulmonar obstrutiva. Valor(es) de referência Até 24 U/L ou 6% da CK Total Interferências A atividade da CK-MB pode aumentar até 6% em 2 a 26 horas após grandes cirurgias. BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 73 BILIRRUBINA É derivado do heme, uma protoporfirina contendo ferro, encontrada principalmente na hemoglobina. Um adulto produz cerca de 450µmol de bilirrubina diariamente. No fígado, por ação das enzimas encontradas nos microrganismos, a bilirrubina livre é conjugada, passando a integrar a bile; por esta razão, em condições normais, todo pigmento biliar dá reação direta. Quando BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 74 trato biliar fica bloqueado, a bilirrubina não é excretada e as concentrações do soro aumentam e o paciente torna- se ictérico. Icterícia – excesso de bilirrubina livre ou de bilirrubina conjugada nos líquidos extracelulares. Hemólise Obstrução biliar extra-hepática Lesão hepatocelular BILIRRUBINAS As causas mais comuns de aumento da bilirrubina direta são as doenças hepatocelulares e das vias biliares, tais como, hepatites, colangites, colecistites, neoplasias, cirrose, alcoolismo, obstrução biliar intra ou extra-hepática, mononucleose infecciosa. A bilirrubina direta (conjugada) é solúvel em água e, quando sua concentração encontra-se elevada no soro, esta torna-se positiva naquando sua concentração encontra-se elevada no soro, esta torna-se positiva na urina. O aumento da bilirrubina indireta (livre) indica: (1) aumento da produção (hemólise); (2) diminuição do transporte (anticorpos e medicamentos); (3) defeito da captação (deficiência ou bloqueio das ligandinas) e (4) defeito da conjugação (doença de Gilbert, entre outras). BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 75 Valor(es) de referência Bilirrubina Total 0-1 dia: Até 6,0 mg/dL (A Termo) - Até 8,0 mg/dL (Pré-Maturo) 1-2 dias: Até 10,0 mg/dL (A Termo) - Até 12,0 mg/dL (Pré-Maturo) 3-5 dias: Até 12,0 mg/dL (A Termo) - Até 15,0 mg/dL (Pré-Maturo) 6-7 dias: Até 10,0 mg/dL (A Termo) - Até 15,0 mg/dL (Pré-Maturo) Adultos: Até 1,2 mg/dL Bilirrubina Direta (conjugada) Até 0,4 mg/dL Bilirrubina Indireta (livre) Até 0,8 mg/dL BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 76 HEME Protoporfirina Bilirrubina livre (albumina) Biliverdina BIOQUIMICA CLINICA - Profa. Cleide A. F. Rezende 77 FÍGADO Bilirrubina conjugada (glicoronídeo) BILE INTESTINO urobilinogênio FEZES Bactérias RIM URINA
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