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7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PLANO GLOBAL ESPECÍFICO 
 CONJUNTO MARIQUIHAS 
 
 
LEVANTAMENTO DE DADOS E DIAGNÓSTICO 
 
VOLUME I: TEXTO 
JUL/2013 
 
 
 
8 
 
 
 
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE 
URBEL – COMPANHIA URBANIZADORA E DE 
HABITAÇÃO DE BELO HORIZONTE 
 
 
 
 
PLANO GLOBAL ESPECÍFICO 
CONJUNTO MARIQUINHAS 
 
 
 
VOLUME I 
TEXTO 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
Julho de 2013 
 
9 
 
 
URBEL – COMPANHIA URBANIZADORA E DE HABITAÇÃO DE BELO HORIZONTE 
 
Diretor Presidente 
Genedempsey Bicalho Cruz 
 
Diretoria de Planejamento 
Maria Cristina Fonseca Magalhães 
 
Divisão de Planejamento 
Karla Maria Vilas Marques 
 
Supervisão de Planos Globais 
Vera Cristina de Sousa Lima 
 
Coordenação da Fiscalização 
Kelle Cristina Moreira de Oliveira – Arquiteta e Urbanista - CAU 41.561-8 
 
Equipe de Fiscalização 
Carolina Gasparini Barbosa Heller – Engenheira Civil – CREA 125.225/D 
Kelle Cristina Moreira de Oliveira - Arquiteta e Urbanista – CAU 41.561-8 
Luciana Belli Bigonha - Advogada - OAB/MG 48.424 
Maria Lúcia Veloso Silveira – Arquiteta e Urbanista - CAU 29.382-2 
Regiane Lucinda de Carvalho – Socióloga 
Saulo Godinho da Fonseca - Geólogo - CREA/MG 41.693/D 
 
10 
 
ORBIS – Cidade e meio ambiente 
 
Equipe Técnica 
Coordenação 
José Carlos Abdon da Silva – Engenheiro Civil – CREA/MG54.205/D 
 
Responsáveis Técnicos 
Fabiana Oliveira Araújo – Arquiteta Urbanista – CAU/MG A29923-5 
Élida Elizena Carneiro de Matos – Psicóloga – CRP/MG 04/33259 
Ana Raquel Teixeira – Engenheira Sanitarista – CREA/MG 80.768/D 
Claudia Sanctis – Geóloga Geotécnica – CREA/MG 58.059/D 
Rogério Aloísio Santos – Advogado – OAB/MG 46.385 
 
Equipe urbanística 
André Silva Figueiredo – Estagiário de Arquitetura e Urbanismo 
Renata Maria Batista de Carvalho – Estagiária de Arquitetura Urbanismo 
Fellipe Loschi de Araújo – Estagiário de Arquitetura e Urbanismo 
Daiane de Freitas Francisco – Estagiária de Arquitetura e Urbanismo 
 
Equipe social 
Leandro Pereira Gomes – Sociólogo 
Vanessa Candido Pataro – Psicóloga - CRP: 32067/04 
 
11 
 
ÍNDICE 
I. APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 18 
II. ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICO-ORGANIZATIVOS ................................................ 18 
1 – HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO, DE LUTAS, CONQUISTAS E LIDERANÇAS ............................................ 18 
2– DADOS DEMOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS .................................................................................... 25 
A) POPULAÇÃO, NÚMERO DE FAMÍLIAS, NÚMERO DE DOMICÍLIOS .................................................... 25 
B) FAIXA ETÁRIA, SEXO, COMPOSIÇÃO FAMILIAR .................................................................................... 31 
C) ESCOLARIDADE .......................................................................................................................................... 35 
D) SITUAÇÃO OCUPACIONAL E RENDA ....................................................................................................... 50 
3– EQUIPAMENTOS, ENTIDADES E GRUPOS EXISTENTES ......................................................................... 69 
A) SAÚDE ........................................................................................................................................................... 70 
B) EDUCAÇÃO .................................................................................................................................................. 72 
C) SEGURANÇA ................................................................................................................................................ 74 
D) ASSISTÊNCIA SOCIAL ................................................................................................................................. 75 
E) EMPREGO E RENDA ................................................................................................................................... 77 
F) CULTURA ...................................................................................................................................................... 78 
G) ESPORTE ...................................................................................................................................................... 78 
4 – ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA ................................................................................................................. 79 
A) ASSOCIATIVISMO E PRINCIPAIS LIDERANÇAS....................................................................................... 79 
B) NÍVEL DE PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO .......................................................................................... 81 
C) NÍVEL DE INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO SOBRE PROJETOS E .................................................... 82 
ATIVIDADES EXISTENTES ............................................................................................................................... 82 
5 – AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE VIDA PELA COMUNIDADE ............................................................ 82 
A) PRINCIPAIS DEMANDAS ............................................................................................................................ 82 
B) AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS ................................................................................................... 85 
C) NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM O CONJUNTO ........................................................................................... 87 
6 – DIAGNÓSTICO SETORIAL ............................................................................................................................ 92 
A) PRINCIPAIS DEMANDAS DA COMUNIDADE ........................................................................................... 92 
B) PRINCIPAIS PROBLEMAS E PONTOS POSITIVOS DA COMUNIDADE .................................................. 94 
III. ASPECTOS FÍSICO-AMBIENTAIS ............................................................................. 96 
A) CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO ......................................................................................................... 96 
1. CARACTERIZAÇÃO DA REGIONAL ............................................................................................................ 96 
2. CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO IMEDIATO ......................................................................................... 99 
B) EMPREENDIMENTOS GOVERNAMENTAIS ............................................................................................. 108 
C) ESTRUTURA DO ASSENTAMENTO ........................................................................................................... 112 
1. DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA DO SÍTIO (INSERIDO) .................................................................... 112 
2. DIAGNÓSTICO URBANÍSTICO .................................................................................................................. 114 
a) ANÁLISE DOS ACESSOS .................................................................................................................................. 114 
b) ANÁLISE DAS QUADRAS ...................................................................................................................................... 120 
b.1- DENSIDADE POPULACIONAL ...................................................................................................................... 122 
b.2- PADRÃO HABITACIONAL ............................................................................................................................127 
c) ANÁLISE DAS RELAÇÕES ESPACIAIS ................................................................................................................ 143 
d) SÍNTESE .................................................................................................................................................................... 147 
3. DIAGNÓSTICO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO .......................................................................................... 150 
a) GEOLOGIA ............................................................................................................................................................... 150 
b) CARACTERÍSTICAS GEOTÉCNICAS E PROCESSOS GEODINÂMICOS ASSOCIADOS ............................... 151 
c) ÁREAS DE RISCO .................................................................................................................................................... 153 
d) SÍNTESE .................................................................................................................................................................... 167 
4. DIAGNÓSTICO SANITÁRIO ....................................................................................................................... 169 
a) DRENAGEM ............................................................................................................................................................. 170 
a.1- CARACTERIZAÇÃO DA BACIA ELEMENTAR ........................................................................................... 170 
a.2- INTERVENÇÕES PREVISTAS ........................................................................................................................ 172 
a.3- ANÁLISE DO SISTEMA DE DRENAGEM EXISTENTE NA VILA ............................................................. 172 
b) ESGOTAMENTO SANITÁRIO ................................................................................................................................ 183 
b.1- CARACTERIZAÇÃO GERAL.......................................................................................................................... 184 
b.2- INTERVENÇÕES PREVISTAS ........................................................................................................................ 184 
b.3- ANÁLISE DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO EXISTENTE ....................................................................... 184 
c) ABASTECIMENTO DE ÁGUA ................................................................................................................................ 187 
c.1- CARACTERIZAÇÃO GERAL .......................................................................................................................... 187 
12 
 
c.2- INTERVENÇÕES PREVISTAS ........................................................................................................................ 188 
c.3- ANÁLISE DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EXISTENTE ................................................. 188 
c.4- ESTADO DE FUNCIONAMENTO DAS REDES ............................................................................................ 189 
d) SISTEMA DE LIMPEZA URBANA......................................................................................................................... 190 
d.1- CARACTERIZAÇÃO GERAL.......................................................................................................................... 190 
d.2- ANÁLISE DO SISTEMA DE COLETA DE LIXO ........................................................................................... 190 
d.3- INTERVENÇOES PREVISTAS ........................................................................................................................ 192 
e) SÍNTESE .................................................................................................................................................................... 192 
D) DIAGNÓSTICO SETORIAL FÍSICO AMBIENTAL ..................................................................................... 195 
IV. ASPECTOS JURÍDICO-LEGAIS ............................................................................... 199 
A) APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................... 199 
B) INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 200 
C) SITUAÇÃO FUNDIÁRIA ............................................................................................................................... 200 
D) CONDICIONANTES, RESTRIÇÕES E IMPEDIMENTOS À TITULAÇÃO. ............................................... 201 
V. DIAGNÓSTICO INTEGRADO .................................................................................... 203 
A) INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 203 
B) PROBLEMAS E POTENCIALIDADES ......................................................................................................... 205 
C) SÍNTESE .......................................................................................................................................................... 209 
1. ÁREAS REGULARIZÁVEIS .......................................................................................................................... 209 
2. ÁREAS REGULARIZÁVEIS SOB CONDIÇÕES .......................................................................................... 209 
3. ÁREAS NÃO REGULARIZÁVEIS ................................................................................................................. 210 
D) DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO ................................................................................................................ 211 
1. DIRETRIZES FÍSICO-AMBIENTAIS ........................................................................................................... 211 
2. DIRETRIZES SOCIOECONÔMICO-ORGANIZATIVAS ............................................................................. 212 
3. DIRETRIZES JURÍDICO-LEGAIS ............................................................................................................... 213 
ANEXOS ......................................................................................................................... 214 
A) ANEXO ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICO-ORGANIZATIVOS ........................................................... 214 
1. ANEXO 1 - DADO DOS ENTREVISTADOS ................................................................................................ 214 
2. ANEXO 2 – FONTES DE DADOS SECUNDÁRIOS .................................................................................... 214 
3. ANEXO 3 - LEVANTAMENTO REALIZADO COM O GR SOBRE OS ASPECTOS POSITIVOS E 
NEGATIVOS DO CONJUNTO (FÍSICO/JURÍDICO/SOCIAL) ............................................................................. 215 
B) ANEXO ASPECTOS FÍSICO-AMBIENTAIS ............................................................................................ 218 
1. DIAGNÓSTICO SANITÁRIO ........................................................................................................................ 218 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
FIGURAS 
Figura 1 - Localização da Regional Figura 2 - Localização da UP na Regional ........................... 99 
Figura 3 – Zoneamento, Hierarquização do Sistema Viário e Áreas de Diretrizes Especiais – LPOUS 7.166/1996.
 ................................................................................................................................................................................... 100 
Figura 4 - Zoneamento, Hierarquização do SistemaViário e Áreas de Diretrizes Especiais – LPOUS 8.137/2000100 
Figura 5 - Zoneamento, Hierarquização do Sistema Viário e Áreas de Diretrizes Especiais – LPOUS 9.959/2010101 
Figura 6 - Principais Vias de Acesso ........................................................................................................................ 103 
Figura 7 - Principais Linhas de Transporte Coletivo ............................................................................................... 105 
Figura 8 - Equipamentos de Uso Coletivo, Comércio, Área Verde e de Lazer e Centralidade ................................ 107 
Figura 9- Anexo IV – Operação Urbana Consorciada das Áreas em Reestruturação do Vetor Norte de Belo 
Horizonte ................................................................................................................................................................... 111 
Figura 10 Anexo XXXI – Plano Urbanístico da Operação Urbana do Isidoro ........................................................ 112 
Figura 11 - Setorização da Área de Estudo do PGE do Conjunto Mariquinhas ...................................................... 116 
Figura 12 – Delimitação da Quadras ....................................................................................................................... 121 
Figura 13 – Área construída X Àrea livre ................................................................................................................. 127 
Figura 14 - Predominância de Padrão Construtivo .................................................................................................. 130 
Figura 15 – Consolidação das Quadras em Relação ao Padrão Construtivo .......................................................... 131 
Figura 16 – Verticalização das Edificações .............................................................................................................. 134 
Figura 17 – Consolidação das Quadras em Relação à Verticalização ..................................................................... 135 
Figura 18 - Usos Não Residenciais e Mistos ............................................................................................................. 139 
Figura 19 – Consolidação das Quadras em Relação ao Uso ................................................................................... 140 
Figura 20 – Consolidação das Quadras em Relação ao Regime de Ocupação ........................................................ 142 
Figura 21 - Iluminação e Ventilação ........................................................................................................................ 146 
Figura 22 - Áreas Possíveis para Reassentamento ................................................................................................... 149 
Figura 23 – Vista aérea da área de estudo ............................................................................................................... 169 
Figura 24 – Situação das bacias hidrográficas de Belo Horizonte ........................................................................... 171 
Figura 25 – Bacia elementar do córrego Floresta .................................................................................................... 172 
 
QUADROS 
Quadro 1 – OP Conjunto Mariquinhas ....................................................................................................................... 24 
Quadro 2 - Síntese dos Equipamentos existentes no Conjunto.................................................................................... 70 
Quadro 3 – Dado dos entrevistados ............................................................................................................................ 80 
Quadro 4- Síntese dos setores de risco do Conjunto Mariquinhas ........................................................................... 154 
Quadro 5 - Atributos do setor MQ- 1 ........................................................................................................................ 155 
Quadro 6 - Atributos do setor MQ- 2 ........................................................................................................................ 155 
Quadro 7 - Atributos do setor MQ- 3 ........................................................................................................................ 156 
Quadro 8 - Atributos do setor MQ- 4 ........................................................................................................................ 157 
Quadro 9 - Atributos do setor MQ- 5 ........................................................................................................................ 158 
Quadro 10 - Atributos do setor MQ- 6. ..................................................................................................................... 158 
Quadro 11 - Atributos do setor MQ- 7. ..................................................................................................................... 158 
Quadro 12 - Atributos do setor MQ- 8. ..................................................................................................................... 159 
Quadro 13 - Atributos do setor MQ- 9. ..................................................................................................................... 159 
Quadro 14 - Atributos do setor MQ- 10. ................................................................................................................... 159 
Quadro 15 - Atributos do setor MQ- 11. ................................................................................................................... 160 
Quadro 16 - Atributos do setor MQ- 12. ................................................................................................................... 161 
Quadro 17 - Atributos do setor MQ- 13A. ................................................................................................................. 161 
Quadro 18 - Atributos do setor MQ- 13B. ................................................................................................................. 161 
Quadro 19 - Atributos do setor MQ- 14. ................................................................................................................... 162 
Quadro 20 - Atributos do setor MQ- 15. ................................................................................................................... 163 
Quadro 21 - Atributos do setor MQ- 16A. ................................................................................................................. 163 
Quadro 22 - Atributos do setor MQ- 16B. ................................................................................................................. 164 
Quadro 23 - Atributos do setor MQ- 16C. ................................................................................................................ 164 
Quadro 24 - Atributos do setor MQ- 17. ................................................................................................................... 165 
Quadro 25 - Atributos do setor MQ- 18. ................................................................................................................... 166 
Quadro 26 - Atributos do setor MQ- 19. ................................................................................................................... 166 
Quadro 27 - Atributos do setor MQ- 20A. ................................................................................................................. 167 
Quadro 28 - Atributos do setor MQ- 20B. ................................................................................................................. 167 
Quadro 29 – Análise do sistema de drenagem local ................................................................................................. 183 
14 
 
Quadro 30 – Situação de atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário* ......................................................184 
Quadro 31 – Situação de atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário relativa às quadras......................... 186 
Quadro 32 – Quadro resumo das contribuições de esgoto sanitário conforme as quadras ..................................... 187 
Quadro 33 – Situação de atendimento pelo sistema de abastecimento de água* ..................................................... 188 
Quadro 34 – Percentual de atendimento pelo sistema de abastecimento de água relativa às quadras .................... 189 
Quadro 35 – Atendimento por coleta de lixo* ........................................................................................................... 191 
Quadro 36 – Percentual de atendimento pelo sistema de limpeza urbana relativa às quadras ................................ 191 
Quadro 37 – Índice de Salubridade Ambiental ......................................................................................................... 192 
Quadro 38 – Índice de Salubridade Ambiental das quadras integrantes do Conjunto Mariquinhas ........................ 193 
Quadro 39 – Síntese dos problemas identificados no Conjunto Mariquinhas .......................................................... 194 
Quadro 40 – Coeficiente de rugosidade "n" de Manning ......................................................................................... 219 
 
TABELAS 
Tabela 1 - Distribuição percentual de domicílios por tipo de uso .............................................................................. 26 
Tabela 2 - Distribuição percentual de domicílios (residenciais e mistos) por condição de ocupação ....................... 27 
Tabela 3 - Tempo de residência, em anos, no Conjunto e no Domicílio ..................................................................... 28 
Tabela 4 - Número médio de moradores por domicílio de uso residencial ou misto, por condição de ocupação ...... 30 
Tabela 5 - Distribuição percentual dos domicílios segundo número de moradores ................................................... 30 
Tabela 6 - Razão de dependência jovem, idoso e total ................................................................................................ 33 
Tabela 7 - Taxa de analfabetismo da população acima de 15 anos por grupo etário ................................................ 36 
Tabela 8 - Taxa bruta de frequência à escola, por grupos de idade ........................................................................... 37 
Tabela 9 - Escolaridade do total da população com 6 anos ou mais por sexo ......................................................... 39 
Tabela 10 - Grau de escolaridade das pessoas com 6 anos ou mais que não frequentam a escola ........................... 40 
Tabela 11 - Escolaridade por condição e total (%) .................................................................................................... 42 
Tabela 12 - Proporção de pessoas de 18 a 24 anos com grau de escolaridade Ensino Médio completo ou maior, por 
sexo e condição no domicilio ...................................................................................................................................... 44 
Tabela 13 - Proporção do PEA, acima de 18 anos, com Ensino Médio completo ou maior escolaridade, por sexo e 
grupos quinquenais. .................................................................................................................................................... 46 
Tabela 14 - Proporção da população que frequenta ou frequentou curso profissionalizante, por sexo e grupo etário
 ..................................................................................................................................................................................... 48 
Tabela 15 - Proporção da população que manifesta interesse em participar de curso profissionalizante, por sexo e 
grupo etário ................................................................................................................................................................. 48 
Tabela 16 - Categoria de cursos profissionalizantes de interesse dos moradores ...................................................... 50 
Tabela 17 - Distribuição percentual da população com 10 ano ou mais, segundo condição de atividade................. 50 
Tabela 18 - Composição da PIA (População em Idade Ativa) .................................................................................... 51 
Tabela 19 - Taxa de participação na PEA por sexo e grupo etário (acima 10 anos) ................................................. 52 
Tabela 20 - Taxa de desemprego total, por sexo e grupo etário (acima 10 anos) ...................................................... 54 
Tabela 21 - Taxa de ocupação total por sexo e grupo etário (acima 10 anos) ........................................................... 54 
Tabela 22 - Chefes de domicílio, por ocupação e sexo ............................................................................................... 56 
Tabela 23 - Distribuição da população que recebe benefício, segundo situação ocupacional ................................... 58 
Tabela 24 - Distribuição da população por benefício recebido e valor médio do benefício ...................................... 60 
Tabela 25 - Distribuição da população que trabalha segundo faixa de rendimento individual ................................. 61 
Tabela 26 - Renda média per capita ........................................................................................................................... 61 
Tabela 27 - Composição da renda total do Conjunto Mariquinhas ............................................................................ 62 
Tabela 28 - Distribuição da população ocupada segundo condição de ocupação e frequência à escola .................. 63 
Tabela 29 - Taxa de formalidade por frequência à escola .......................................................................................... 63 
Tabela 30 - Distribuição percentual da população ocupada segundo condição de ocupação e grau de escolaridade
 ..................................................................................................................................................................................... 64 
Tabela 31 - Taxa de formalidade por grau de escolaridade ....................................................................................... 65 
Tabela 32 - Distribuição da população por condição de ocupação, total e por sexo ................................................. 66 
Tabela 33 - Taxa de formalidade por sexo .................................................................................................................. 67 
Tabela 34 - Taxa de formalidade por grupo etário ..................................................................................................... 67 
Tabela 35 - Distribuição percentual de domicílios segundo classes de rendimento mensal domiciliar per capita 
(salário mínimo) e sexo do responsável pelo domicílio .............................................................................................. 68 
Tabela 36 - Distribuição de domicílios segundo renda domiciliar total ..................................................................... 69 
Tabela 37 - Lideranças citadas ................................................................................................................................... 80 
Tabela 38 - Conhecimento e participação de grupos organizativos – entrevistado .................................................... 81 
Tabela 39 - Conhecimento e participação de grupos organizativos - por membros do domicílio .............................. 81 
Tabela 40 - Conhecimento sobre projetos na comunidade (%) .................................................................................. 82 
Tabela 41 - Demandas da comunidade .......................................................................................................................83 
15 
 
Tabela 42 - Serviços existentes, localização e uso ...................................................................................................... 85 
Tabela 43 - Conhecimento de locais de socialização para atividades culturais, esportivas e de lazer ...................... 86 
Tabela 44 - Locais de socialização para atividades culturais, esportivas e de lazer .................................................. 86 
Tabela 45 - Nível de satisfação com o Conjunto ......................................................................................................... 87 
Tabela 46 - Expectativas em reação ao futuro do Conjunto ....................................................................................... 90 
Tabela 47 - Expectativa em relação à moradia ........................................................................................................... 91 
Tabela 48 – Área das Quadras, Número Total de Domicílios e Número de Moradores........................................... 121 
Tabela 49 – Densidade populacional, taxa de ocupação e densidade construtiva por quadra ................................ 123 
Tabela 50 – Densidade Bruta .................................................................................................................................... 124 
Tabela 51 – Área Média dos Domicílios Residenciais .............................................................................................. 124 
Tabela 52 - Verticalização das edificações ............................................................................................................... 132 
Tabela 53 - Uso dos domicílios ................................................................................................................................. 138 
Tabela 54 - Regime de ocupação dos domicílios ...................................................................................................... 141 
 
GRÁFICOS 
Gráfico 1 - Domicílios por tipo de uso (%) ................................................................................................................. 26 
Gráfico 2 - Domicílios por condição de ocupação (%) ............................................................................................... 27 
Gráfico 3 – Tempo de Residência (%) ......................................................................................................................... 29 
Gráfico 4 – Domicílos por números de moradores (%) .............................................................................................. 30 
Gráfico 5 - Pirâmide Etária ........................................................................................................................................ 32 
Gráfico 6 - Razão de sexo ........................................................................................................................................... 32 
Gráfico 7 - Razão de dependência .............................................................................................................................. 33 
Gráfico 8 - Domicílios por arranjo familiar (%) ........................................................................................................ 34 
Gráfico 9 - População acima de 14 anos por estado civil (%) ................................................................................... 34 
Gráfico 10 - Responsáveis do domicílio por sexo (%) ................................................................................................ 35 
Gráfico 11 - Arranjo familiar por sexo do responsável pelo domicílio....................................................................... 35 
Gráfico 12 - Frequência escolar por grupo etário (%) ............................................................................................... 37 
Gráfico 13 - Motivo pela não frequência à escola - 15 a 17 anos (%) ....................................................................... 38 
Gráfico 14 - Escolaridade do total da população com 6 anos ou mais e por sexo (%) .............................................. 39 
Gráfico 15 - Escolaridade de toda a população com 6 anos ou mais x população com 6 anos ou mais que não 
frequenta a escola (%)................................................................................................................................................. 41 
Gráfico 16 - População de 18 a 24 anos por grau de escolaridade ............................................................................ 43 
Gráfico 17 - População de 18 a 24 anos por frequência à escola .............................................................................. 44 
Gráfico 18 - Grau de escolaridade das pessoas entre 18 e 24 anos por sexo e condição no domicílio ...................... 45 
Gráfico 19 - Pessoas incluídas na PEA, acima de 18 anos por grau de escolaridade................................................ 45 
Gráfico 20 - Escolaridade da PEA por sexo e grupos quinquenais, acima de 18 anos .............................................. 46 
Gráfico 21 - População acima de 15 anos, por frequência em curso profissionalizante. ........................................... 47 
Gráfico 22 - População acima de 15 anos, por interesse em frequentar curso profissionalizante ............................. 47 
Gráfico 23 - Sexo e grupo etário das pessoas que frequentam ou frequentaram cursos profissionalizantes ............. 49 
Gráfico 24 - Sexo e grupo etário das pessoas que tem interesse em frequentar cursos profissionalizantes ............... 49 
Gráfico 25 - Composição da PEA por sexo (%) .......................................................................................................... 52 
Gráfico 26 - Taxa de participação na PEA por sexo e grupo etário ........................................................................... 53 
Gráfico 27 - Desemprego total por sexo e grupo etário .............................................................................................. 55 
Gráfico 28 - Taxa de ocupação por sexo e grupo etário ............................................................................................. 55 
Gráfico 29 - Taxa de desemprego X ocupação, por grupo etário ............................................................................... 55 
Gráfico 30 - Condição de ocupação dos chefes de domicílio, por sexo (%) ............................................................... 56 
Gráfico 31 - Beneficiários por situação ocupacional (%) .......................................................................................... 59 
Gráfico 32 - Beneficiários por tipo de benefícios recebidos (%) ................................................................................ 60 
Gráfico 33 - População ocupada por rendimento individual (%) ............................................................................... 61 
Gráfico 34 - Composição da renda total do Conjunto Mariquinhas ........................................................................... 62 
Gráfico 35 - Domicílios por renda per capita e chefe do domicílio ............................................................................ 68 
Gráfico 36 - Renda domiciliar total (%) ..................................................................................................................... 69 
Gráfico 37 - Demandas da Comunidade (%) .............................................................................................................. 84 
Gráfico 38 - Grau de satisfação com serviços (%) ..................................................................................................... 86 
Gráfico 39 - Nível de satisfação com a comunidade (%) ............................................................................................ 88 
Gráfico 40 - Justificativa do por que é ótimo morar no Conjunto (%) ....................................................................... 88Gráfico 41 - Justificativa do por que é péssimo morar no Conjunto .......................................................................... 89 
Gráfico 42 - Grau de satisfação com o comércio local (%) ........................................................................................ 92 
 
16 
 
 
FOTOS 
Foto 1 - Centro de Saúde Etelvina Carneiro, localizado na Rua Mar de Rosas, 140 – Bairro Etelvina Carneiro. .... 72 
Foto 2 – UMEI localizada na Rua Acalifa, 209 no Conjunto Mariquinhas, Bairro Juliana – Iniciadas obras de 
ampliação. ................................................................................................................................................................... 73 
Foto 3 – Escola Estadual Professora Inês Geralda de Oliveira localizada na Rua Maria Martins, 550 - Bairro 
Celestino. ..................................................................................................................................................................... 74 
Foto 4 – Vila Vicentina localizada na Rua Praça dos Touros, 281 - Bairro Juliana.................................................. 76 
Foto 5 – Centro Educacional de Profissionalização e Formação Ambiental da Criança e Adolescente, localizada na 
Rua Vaqueiro de Búfalo, 275 – Conjunto Mariquinhas. ............................................................................................. 77 
Foto 6 – Cozinha da casa de Dona Yvone e Reinaldo Neves, localizado na Rua Serro Azul, nº 275 com os troféus 
conquistados pelo time Vinte e Dois de Julho. ............................................................................................................ 78 
Foto 7 – Campo de Futebol 22 de Julho, decorrente do OP 2005/2006. .................................................................... 79 
Foto 8 – - Vista parcial do setor 1, a partir do campo de futebol (em primeiro plano). Observa-se a presença de 
encosta desocupada no canto esquerdo da foto. ....................................................................................................... 125 
Foto 9 – Vista parcial do setor 2, no trecho ao longo do córrego, entre as quadras 2 e 3. ...................................... 126 
Foto 10 – Vista parcial do setor 3, onde se observa o elevado grau de densidade construtiva ................................ 126 
Foto 11 – Padrão construtivo inferior na quadra 3, às margens do córrego, Setor 2 .............................................. 128 
Foto 12 – Domicílios com padrões construtivos inferiores no Ramo 4 do Beco Acalifa, Setor 3 ............................. 129 
Foto 13 – Ocupação no Setor 1 com aproveitamento dos desníveis ......................................................................... 133 
Foto 14 – Edificações horizontais no Ramo 2 do Beco Acalifa. O padrão construtivo inferior é fator condicionante 
para a verticalização ................................................................................................................................................. 133 
Foto 15 – Comércio local na Rua Vaqueiro de Búfalo, 224, Setor 1 ........................................................................ 136 
Foto 16 – Comércio local na Rua Barretos, 241, Setor 2 ......................................................................................... 137 
Foto 17 – UMEI Mariquinhas ................................................................................................................................... 137 
Foto 18– Corte existente ao lado do selo 139. .......................................................................................................... 151 
Foto 19– Corpo de aterro próximo ao campo de futebol. ......................................................................................... 151 
Foto 20– Cicatriz de escorregamento muito próxima a uma das paredes externas da edificação de selo 445. ....... 156 
Foto 21 – Abatimento do chão da casa causado pela erosão. .................................................................................. 157 
Foto 22 – Situação da encosta atrás das edificações de selos 181 e 182. ................................................................. 160 
Foto 23 – Trincas na edificação de selo 70 indicando movimentação de terra. ....................................................... 162 
Foto 24 – Edificação sem selo situada às margens do curso d’água. A feição de solapamento na frente da casa foi 
ocultada pelo lançamento de entulho pelo morador. ................................................................................................ 165 
Foto 25 – Detalhe da encosta do setor MQ-18 no qual se observa a péssima qualidade do material de aterro 
lançado sobre a encosta e a proximidade das moradias da crista e da base do talude. ........................................... 166 
Foto 26 – Nascente próxima a Rua Vaqueiro de Búfalo ........................................................................................... 173 
Foto 27 – Córrego em leito natural........................................................................................................................... 173 
Foto 28 – Ala de captação com gradeamento ........................................................................................................... 174 
Foto 29 – Ala de lançamento da Rua Dez ................................................................................................................. 174 
Foto 30 – Córrego em canal aberto – proteção em bolsacreto ................................................................................. 174 
Foto 31 – Córrego em canal aberto – proteção em gabião ...................................................................................... 174 
Foto 32 – Pequeno trecho em galeria celular circular entre os selos 340 e 360. ..................................................... 175 
Foto 33 – Nascente identificada no interior do selo 259. ......................................................................................... 175 
Foto 34 – Córrego em leito natural identificado no interior da Quadra 1. .............................................................. 176 
Foto 35 – Lago artificial no interior do selo 390 (Quadra 5). .................................................................................. 176 
Foto 36 – Curso d’água identificado no interior do lote dos selos 381, 382, 384 e 385 - Quadra 5 ........................ 177 
Foto 37 – Captação no ponto baixo da Rua Maria Martins ..................................................................................... 177 
Foto 38 – Escada hidráulica localizada entre os selos 15 a 21, 143 e 144 .............................................................. 177 
Foto 39 – Início da laje de concreto da escada hidráulica. ...................................................................................... 178 
Foto 40 – Ponto de deságüe do sistema de drenagem da escada hidráulica da Quadra 1. ...................................... 178 
Foto 41 – Caixa de passagem sendo implantada pela SUDECAP para coleta do sistema de drenagem do campo de 
futebol e lançamento no córrego da Quadra 1. ......................................................................................................... 179 
Foto 42 – Canaleta da Rua Planeta. ......................................................................................................................... 180 
Foto 43 – Nascente do córrego da Quadra 3 e ponto de lançamento do sistema de drenagem das ruas Barretos, 
Cassilândia, Serro Azul e Vaqueiro de Búfalo e do córrego da Quadra 1. ............................................................... 180 
Foto 44 – Canaleta implantada no beco paralelo à Rua Barretos. ........................................................................... 181 
Foto 45 – Valeta em terreno natural que recebe a rede de drenagem da Rua Malva Rosa na canaleta do beco 
paralelo à Rua Barretos............................................................................................................................................ 181 
17 
 
Foto 46 – Trecho de escada hidráulica que interliga a rede de drenagem da Rua Malva Rosa na canaleta do beco 
paralelo à Rua Barretos. ........................................................................................................................................... 181 
Foto 47 – Escada hidráulica localizada no terreno do selo 460. .............................................................................. 182 
Foto 48 – Caixa de passagem do sistema de drenagem da Rua Vaqueiro de Búfalo, construída no interior dos selos 
336 e 337. .................................................................................................................................................................. 182 
Foto 49 – Lançamento da rede de drenagem da Rua Vaqueiro de Búfalo/Avenida B no córrego da Quadra 1 ...... 182 
Foto 50 – Rede condominial construída pelos moradores para atender as casas com greide negativo da quadra 1.
 ................................................................................................................................................................................... 185 
Foto 51 – Pontos de lançamento de efluentes na canaleta de drenagem da Rua Planeta ........................................ 185 
Foto 52 – Bateria de hidrômetros – beco sem nome esquina com a Rua Barretos Não foram identificados trechos de 
redes de água aparente. ............................................................................................................................................ 189 
Foto 53 – Presença de lixo e entulho no talude e córrego próximo à Rua Vaqueiro de Búfalo ............................... 190 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
I. APRESENTAÇÃO 
 
Este documento constitui a primeira etapa do Plano Global Específico do Conjunto Mariquinhas 
conforme definido no Termo de Referência da Licitação Smurbe-087/09-Urbel-CC-Técnica e 
Preço. É composto pelo Levantamento de Dados, os Diagnósticos Setoriais e o Diagnóstico 
Integrado, relativo ao Conjunto Mariquinhas e seu entorno imediato. 
Consiste num estudo aprofundado da realidade desta área e suas condições atuais, 
considerando os aspectos físico-ambiental, sócioeconômico-organizativo e jurídico-legal para a 
elaboração do Diagnóstico Integrado onde são apontados os problemas e potencialidades do 
Conjunto segundo tais aspectos. 
Durante a elaboração deste Diagnóstico foi garantida a participação efetiva dos moradores. 
Uma vez que a melhoria da qualidade de vida e a integração do Conjunto à cidade dependem 
diretamente dos interesses da comunidade. 
 
 II. ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICO-ORGANIZATIVOS 
 
 
1 – HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO, DE LUTAS, CONQUISTAS E LIDERANÇAS 
Na década de 90 houve um processo de mobilização social e organização de pessoas de 
várias regiões de Belo Horizonte, através do Movimento dos Sem Casa, tendo como 
Coordenador Paulo Sérgio Versiani. A organização era mantida por meio de núcleos formados 
por representantes de diversos bairros de Belo Horizonte (Núcleo Jaqueline, Lajedo, Barreiro, 
São Paulo, Colégio Batista, Primeiro de Maio, Barreiro – Vila Pinho, dentre outros) que 
pleiteavam moradias para as pessoas “sem casa” que moravam de favor ou de aluguel. Na 
ocasião Paulo Versiani era o Diretor da Secretaria de Habitação, setor ligado à Federação das 
Associações de Moradores de Belo Horizonte – FAMOBH. Ele mantinha contato direto com os 
núcleos e estava à frente das mobilizações de ocupação de territórios para os “sem casa”. 
A primeira ocupação do local onde hoje é o Conjunto Mariquinhas ocorreu entre os dias 07 e 08 
de janeiro de 1990 com a ocupação de cerca de 550 famílias, a grande maioria do bairro 
Primeiro de Maio. O objetivo da ação era sensibilizar as autoridades do poder público para a 
questão habitacional, entretanto, a manifestação não obteve sucesso e foi dispersa por 
batalhão de choque da Polícia Militar a mando do então governador Newton Cardoso. 
Em maio de 1990 o processo de desapropriação do terreno, iniciado em 1988, chegou ao fim. 
Na ocasião, a Fazenda Piteiras foi desapropriada para o loteamento e construção de casas 
pela Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais - COHAB, representando o Estado, 
e pela Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte - URBEL, pois as proprietárias, conhecidas 
como “irmãs mariquinhas” estavam há mais de vinte anos sem pagar impostos da localidade 
ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA. Como a promessa de 
construção de casas para reassentamento não foi cumprida, famílias do Bairro Jaqueline 
ocuparam a Igreja São José por cerca de 12 dias em junho de 1992. Destas, 350 famílias 
foram assentadas no Confisco e 158 no Ribeiro de Abreu. 
19 
 
A retomada das negociações com a COHAB ocorreu depois que aproximadamente 650 
famílias ocuparam as escadarias da Igreja São José, no centro de Belo Horizonte, em 22 de 
julho de 1992 permanecendo ali acampadas por trinta dias. O objetivo da ação era pressionar 
as autoridades para uma negociação, tendo em vista o assentamento e a conquista da casa 
própria. “Aí você mostra para a sociedade a chaga que existe na política brasileira”, afirma 
Paulo Versiani, se referindo as estratégias de ocupação do centro da cidade. Ele diz que a 
intenção era ocupar a Avenida João Pinheiro, com a instalação de barracas de lona da Praça 
Afonso Arinos até a Praça da Liberdade. Com o cerco da polícia na área continuaram a 
passeata pela cidade e decidiram na hora ocupar a área da Igreja. 
A fim de requerer os serviços básicos para atender as necessidades da comunidade, antes da 
assistência do Poder Público, os núcleos formados pelos representantes dos bairros e do 
Movimento dos Sem Casa1 se unificaram e posteriormente formaram comissões (de saúde, de 
educação, de segurança e creche) com o objetivo de buscar acesso a estas demandas. Na 
própria igreja algumas crianças foram atendidas por integrantes da comissão creche, pois com 
a ocupação muitas delas não estavam na escola. 
Passados trinta dias, após negociações, as famílias foram convencidas a deixarem a Igreja São 
José e se encaminharem para uma instalação provisória, na Fazenda Marzagânia, localizada 
nas proximidades de Sabará. A proposta era que as famílias permanecessem ali até que 
fossem demarcados todos os lotes da Fazenda Piteiras, popularmente conhecida como 
Fazenda Mariquinhas e da Fazenda Tamboril2. As “irmãs mariquinhas” residem no conjunto até 
os dias atuais. Contatamos uma das irmãs, Maria de Lourdes, que alegou que o Conjunto 
representa a infelicidade de sua família. Com isso, não quis nos fornecer nenhuma entrevista. 
Entretanto, como registrado por Lopes (2009)3 a Fazenda Marzagânia era distante do centro de 
Belo Horizonte 
“e apresentava infraestruturas precárias: não tinha água potável, nem 
instalações sanitárias; (...) as constantes chuvas inundavam o terreno e 
alagavam as frágeis barracas. Tais adversidades precipitaram a 
mudança das famílias para o bairro Juliana (onde estava a Fazenda 
Mariquinhas).” (LOPES, 2009, p. 60). 
 
Paulo Versiani ressalta: “nós não aceitamos, nós fomos pra lá pra ajudar a tomar conta do que 
é nosso”, indicando que mudaram também para assegurar a posse da terra. Depois de nove 
meses na Fazenda Marzagânia, os moradores ocuparam a área das “Mariquinhas”. Paulo 
Versiani ressalta que o parentesco entre os primeiros moradores era baixo, não sendo esta 
uma característica da comunidade, devido à origem distinta dos núcleos. 
Ao mudarem para a região em 1993, haviasomente mato no local e a residência das irmãs 
“Mariquinhas”. Os moradores permaneceram acampados sob lonas até o término das 
construções das casas e, nesse período, organizaram um mutirão para limpeza da área que 
 
1
 O movimento ainda existe e é composto de uma coordenação, e cinco sub coordenações. Hoje as sub coordenações estão 
distribuídas em diversos bairros da regional Norte e são gerenciadas por pessoas distintas á frente desses bairros. Paulo se 
mantém como coordenador responsável pelo movimento sem estar vinculado a um bairro específico. 
2
 Devido a problemas judiciais envolvendo a Fazenda Tamboril o local não pode ser ocupado e todas as 650 famílias ocuparam a 
Fazenda Piteiras/Mariquinhas. 
3
LOPES, Leonardo Souza. Memórias bordadas: uma luta pela emancipação coletiva. In. CRAVEIRO, Flávia. Escrituras Bordadas. 
Ed. C/ Arte. 2009. 
20 
 
era um enorme matagal. Quando foi conquistada a desapropriação do terreno, a COHAB, 
construiu duas casas nas quais duas famílias (uma delas a de um militar) morariam para, em 
caso de invasão, comunicarem à Prefeitura imediatamente. A COHAB foi responsável também 
pela construção de tanques e chuveiros coletivos com água potável, instalações sanitárias e 
iluminação. 
Ainda em 1993, iniciou-se o processo de urbanização do Conjunto Mariquinhas com um 
trabalho da Prefeitura de Belo Horizonte através da Companhia Urbanizadora de Belo 
Horizonte – URBEL. Das 650 famílias cadastradas do acampamento Marzagão, 347 foram 
beneficiadas com sorteio de lote após passarem por processo de sindicância para averiguar 
condições socioeconômicas que justificassem o recebimento do benefício, segundo critérios da 
COHAB. A seleção, baseada em critérios, foi necessária, pois algumas pessoas que não 
participaram do movimento e possuíam casas próprias, tentaram se beneficiar da situação. Os 
beneficiados assinaram contrato de posse e as famílias em condições de adquirir o material 
começaram a construir suas moradias com o apoio de técnicos da COHAB. A Urbel que 
financiou os materiais de construção das casas, através do Projeto intitulado “Auto Construtor”, 
que financiou até R$1.000,00 para cada família. Para armazenar os materiais, a URBEL 
construiu galpões que posteriormente exerceram outras funções para a comunidade, que se 
localizavam onde hoje é a UMEI. 
No mesmo período, foi realizado o asfaltamento das ruas, instalação da rede de esgoto, rede 
de água e energia elétrica, como afirma Célia Maria de Jesus, moradora antiga do Conjunto. 
Essa primeira etapa de urbanização demorou aproximadamente dois anos, segundo Dona 
Geralda do Amaral Silva, também uma das primeiras moradoras do Conjunto. 
A comissão de creche, formada inicialmente na ocupação da Igreja, se organizou e fundou a 
“Escola Comunitária”. Tratava-se de um espaço (Rua Acalifa, onde atualmente está a UMEI), 
que acolhia as crianças enquanto os pais trabalhavam na construção das casas e outras 
atividades do assentamento. A comissão ficava responsável por preparar e escolher as 
pessoas para cuidar das crianças e realizar atividades ou brincadeiras durante o dia. A creche 
foi administrada por Yvone Barbosa da Silva, mais conhecida por Dona Yvone e obteve ajuda 
de professores moradores do conjunto. 
O galpão que abrigava a creche foi construído por volta de 1993 com compensados de madeira 
provenientes do alojamento da empresa Mendes Júnior, que estava sendo desmanchado para 
ser transferido para outro lugar. A negociação com a empresa para doação do material e 
transporte foi realizada pelo então Administrador da Regional Norte, Geraldo Afonso Herzog e 
o funcionário da regional Heleno. Esse material foi, então, utilizado pelos moradores para 
construírem as “paredes” da creche que, em seguida, foi coberta por lona. Como não havia 
carteiras, os alunos sentavam em jornais no chão. Na época de fortes chuvas, a lona da creche 
cedia e o chão, de terra batida, ficava molhado, fatos que motivaram ainda mais Dona Yvone 
na busca pela construção de uma creche melhor. 
Por volta de 1995, o local onde se localizava a creche na Rua Acalifa foi transformado em uma 
Unidade de Educação Infantil – UEI. O projeto da UEI foi realizado pela Escola de Arquitetura 
da UFMG, com apoio da Professora Josefine Lavalle4, e construído com ajuda da Associação 
 
4
 Paulo Versiani explica que Josefine Lavalle, Arquiteta da UFMG, começou seu relacionamento com o Conjunto depois de 
acompanhar um pouco das atividades do movimento que reivindicava moradias no centro de BH. Posteriormente passou a visitar o 
local com mais freqüência, se transformando em uma grande colaboradora. 
21 
 
Municipal de Assistência Social – AMAS, sociedade civil de direito privado5. Foram feitas 
modificações no projeto original para diminuir os custos de implantação. 
Neste período, a Associação de Moradores do Conjunto Mariquinhas, cujo presidente era Paulo 
Versiani, foi registrada e já começava a se organizar. Paulo afirma que a Associação procurou 
a AMAS, para buscar apoio para a construção da nova creche, na Rua Vaqueiro de Búfalo, 
275, para onde as crianças mudaram-se provisoriamente durante a realização das obras da 
UEI. Depois que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social negou o apoio, 
considerando o projeto muito caro, a associação procurou Maria das Graças da Matta Castro, 
Presidente da AMAS e esposa do então prefeito Célio de Castro, já havia realizado a 
construção de outras creches em BH. A creche aderiu ao projeto “Adote um Pré” - professores 
da Prefeitura eram destinados para apoiar nas atividades das creches comunitárias - com o 
apoio de Neila Batista6, Geraldo Afonso Herzog e Laura Kalil do Departamento Municipal de 
Educação e contou também com a ajuda da Associação dos funcionários do Banco de 
Desenvolvimento de Minas Gerais - BDMG, que doou o material de construção. O BDMG 
contribuiu também fornecendo cesta de alimentos para as refeições dos alunos e duas cestas 
básicas por mês para os professores voluntários. De setembro a dezembro de 1993, o BDMG 
também doou cestas básicas para cada família. 
Durante o período de construção da UEI, Dona Yvone e Paulo Versiani conseguiram registrar 
no cartório a creche conhecida como “Escola Comunitária”, localizada na Rua Vaqueiro de 
Búfalo. Na época, a comunidade e os pais das crianças elegeram Dona Yvone como 
presidente e coordenadora do novo “Centro Educacional de Profissionalização e Formação 
Ambiental da Criança e Adolescente”, nome escolhido por Paulo Versiani, como conta Dona 
Yvone e como ainda hoje é intitulado. Porém, o lugar ainda é mais popularmente conhecido 
como “Escolinha da Dona Yvone”. 
A comissão de educação foi formada para, buscar nas escolas vagas para as crianças. A 
mobilização para aquisição da moradia prejudicava o processo de inserção das crianças em 
escolas, em especial nas escolas de Educação Infantil. Quando foi iniciada a construção das 
moradias já existiam na região algumas escolas, inclusive a Escola Estadual Inês Geralda de 
Oliveira, localizada próxima ao Conjunto. Na ocasião a Escola Estadual Paschoal Comanducci 
e a Escola Estadual Maria Coutinho, ofertavam o Ensino Fundamental e Médio, mas o acesso 
era difícil, devido à localização distante do Conjunto, ambas localizam-se no bairro Jaqueline. 
Já a comissão de saúde buscou através dos hospitais e centros de saúde, atendimento para as 
famílias, principalmente para as crianças e idosos. Célia ressalta que na ocasião a Vila 
Vicentina, um espaço constituído de várias casas e um salão, foi cedida pela COHAB, em 
forma de comodato, para os Vicentinos cuidarem dos idosos que participavam do processode 
ocupação. O Posto de Saúde do Bairro Jaqueline realizava o atendimento dos moradores, mas 
depois de dois anos do início da ocupação, em 1995, passaram a utilizar o inaugurado Posto 
de Saúde Etelvina Carneiro. 
Desde que passaram a residir no Conjunto Mariquinhas, os moradores vivenciaram poucas 
ameaças de remoção, conforme explica Dona Geralda. Somente por volta do ano de 1997, 
 
5
 A AMAS é uma entidade da sociedade civil de direito privado, criada para desenvolver atividades 
sócio-assistenciais para os segmentos sociais menos favorecidos de Belo Horizonte. Fonte: 
http://www.amas.org.br/. Acessado em: 01/06/2012. 
6
 Na ocasião Neila Batista fundou o Conselho Municipal de Defesa Social a convite do Prefeito Célio de Castro. 
22 
 
Paulo Versiani recebeu um ofício da Assistência Social da Prefeitura Municipal, pois havia sido 
feita uma denúncia de que ele estaria promovendo novas ocupações. Ele afirma que as 
denúncias não eram verdadeiras, mas após o ocorrido se organizou para acolher mais de 100 
famílias que estavam reivindicando moradias em uma ocupação da Praça Afonso Arinos. Estas 
famílias ocuparam os outros locais do conjunto, mas a ameaça de remoção não foi 
concretizada. A comissão de infraestrutura procurava sindicatos, partidos políticos e 
parlamentares para adquirir recursos para o desenvolvimento da comunidade. 
Além da Escola Comunitária, Dona Yvone esteve à frente de outro grupo organizado na 
comunidade: o grupo das Bordadeiras, que se tornou referência dentro e fora de Belo 
Horizonte. Assim como o bordado, o esporte também fez parte da história da comunidade 
enquanto oportunidades de lazer e encontros entre os moradores. Foram constituídos no 
Conjunto três times de futebol, o Vinte e Dois de Julho, o União da Vila e o Juventos. O teatro e 
a dança foram outros grupos formados pela comunidade. O Enigma, grupo de dança de rua e o 
Ver para Crer, grupo de teatro foram as atrações da comunidade. As atividades do grupo das 
bordadeiras, assim como dos grupos de teatro e dança, foram realizadas dentro do espaço da 
“Escolinha da Dona Yvone”. 
Conquistas e lideranças 
Paulo Versiani e Célia são os presidentes das duas Associações Comunitárias existentes no 
Conjunto, a Associação de Moradores do Conjunto Mariquinhas e Associação Ação Pró 
Melhoramento, respectivamente. 
 A Associação de Moradores do Conjunto Mariquinhas, registrada em meados de 1995, possui 
a seguinte estrutura organizativa: Presidente, Vice-Presidente e Primeiro-vice Presidente; 
Secretário, primeiro e segundo; Tesoureiro, primeiro e segundo. Os demais integrantes são do 
Conselho Fiscal e Departamentos. Do Conselho Fiscal são seis, sendo três titulares e três 
suplentes. Além dos departamentos de Esporte e Lazer, Educação e Saúde. Paulo Versiani 
afirma que sua formação foi estratégica para unir todas as lideranças do Conjunto, durante as 
obras de ocupação. 
Estes conselhos e os departamentos foram formados para mediar negociações/demandas com 
o poder público e comunidade. Paulo Versiani sustenta que eles não atuam mais o quanto 
deveriam e que hoje acabam se concentrando nele as mediações de demandas. As eleições 
acontecem de três em três anos. Paulo Versiani ressalta que esta possui um diferencial: “na 
maioria das associações, os moradores fazem o cadastro para participar da associação, fazem 
carteirinhas e pagam uma taxa. Aqui nós não temos isso. Não tem taxa nenhuma. Quando 
precisamos de algo, reunirmos e juntamos o dinheiro.” 
Há um trabalho organizado no Conjunto Mariquinhas com a Associação Comunitária do 
Conjunto Mariquinhas. Ela é utilizada para dialogar com o Poder Público Municipal e buscar 
melhorias para a comunidade. Algumas destas iniciativas estão relacionadas ao Orçamento 
Participativo – OP. 
Célia é a Presidente da Associação Ação Pró Melhoramento desde a sua fundação em 2000. 
Em 2002, as atividades foram encerradas, pois Célia começou uma atividade remunerada com 
registro na carteira de trabalho e seu Vice Presidente não tinha condições de assumir o cargo 
23 
 
devido a problemas de saúde. Célia retomou as atividades em 2010, como consequência de 
demandas da comunidade. 
A estrutura dessa Associação é composta por seis conselheiros, três efetivos e três suplentes; 
Tesoureiro e vice; 1º e 2º Secretário; Presidente e Vice Presidente. Possui registro e em breve 
será realizada a renovação de ata. A renovação acontece na presença da comunidade e o 
Edital é publicado no Jornal Balcão. Célia informa que no último processo de renovação os 
líderes da comunidade foram convidados a compor a chapa, mas não houve adesão e eles 
somente ofereceram apoio à única chapa existente, composta pelos membros da gestão atual. 
A renovação da ata acontece com a apresentação dos membros da chapa para a comunidade 
e sua aprovação, considerando na ocasião a existência de apenas uma chapa. 
A influência da referida Associação na comunidade está relacionada aos trabalhos de cunho 
social. Célia esclarece que eles orientam e encaminham moradores ao Centro de Saúde, 
ajudam na conservação do espaço da Vila Vicentina e cuidam dos cinco idosos que ainda 
residem naquele local. Além disso, comunicam a prefeitura sobre a necessidade de limpeza do 
Conjunto, bem como procuram atender as outras demandas que surgirem na comunidade. 
“Nosso objetivo principal é o resgate da ação social do Mariquinhas”. 
De acordo com Célia, um dos trabalhos futuros da Associação será o de unir novamente a 
comunidade, trabalhando questões políticas e formando comissões. As reuniões da Associação 
Ação Pró Melhoramento, com a comunidade, acontecem nos segundos sábados do mês na 
“Escolinha da Dona Yvone”. 
O processo de urbanização passou por várias fases e mobilização de seus moradores. Uma 
dessas fases ocorreu através do Orçamento Participativo – OP de 2003/2004, no qual 
conquistaram a construção da escadaria, pavimentação, contenção, drenagem em trechos das 
Ruas Vaqueiro de Búfalo, Tamarix, Cruzeiro, Brilhantina, Barretos, Estrela e Dez.7 A 
urbanização foi concluída, mas as obras do campo de várzea, conquistado pelos moradores no 
OP de 2005/ 2006, atualmente estão paralisadas. As obras foram iniciadas em 2011. 
De acordo com Paulo Versiani, as iniciativas de mobilização para o OP partem da Associação 
de Moradores do Conjunto Mariquinhas, primeiramente através de convite feito aos moradores, 
e a comunidade participa comparecendo às reuniões e às votações, indicando as obras e 
demandas mais urgentes. O Plano Global Específico – PGE foi uma das conquistas no OP de 
2009/2010, bem como a ligação da Rua Acalifa com a Rua Barretos, ocasião em que 
compareceu à reunião mais ou menos 200 pessoas. A mobilização via Associação do Conjunto 
Mariquinhas é realizada “boca a boca”. Pela prefeitura, a mobilização é feita com carro de som. 
Célia, da Associação Pró Melhoramento, informa que também acompanha as reuniões do OP. 
A comunidade tem se mobilizado com mais ênfase atualmente no acompanhamento do PGE. 
Com a conquista, há a expectativa de urbanização de algumas áreas do Conjunto e do 
tratamento de áreas de risco. 
As conquistas referentes ao Orçamento Participativo, em ordem cronológica estão listadas no 
Quadro 18. 
 
7
 Fonte: http://blogdanorte.blogspot.com/p/obras-do-orcamento-participativo.html. Acesso em 07/02/2012. 
8
 Informações prestadas por Mércia Cruz, Gerente de OP da Regional Norte. 
24 
 
Quadro 1 – OP Conjunto Mariquinhas 
OP / Ano 
N.º 
Empr. 
Escopo do Empreendimento Situação 
2003 / 2004 67 
Urbanização de vias - Pavimentação / Contenção / 
Drenagem e Construção de Escada da RuaVaqueiro 
de Búfalo, entre Rua Tamarix e Barretos - Rua Tamarix 
entre Av. “B” e Maria Martins - Rua Cruzeiro, entre 
Ruas Tamarix e Estrela - Rua Brilhantina, entre Ruas 
Cruzeiro e Maria Martins - Rua Barretos, entre Av. “C” e 
Praça dos Touros - Rua Estrela, entre Ruas Maria 
Martins e Vaqueiro de Búfalo - Rua Dez entre Ruas 
Vaqueiro de Búfalo e Caliandra. 
Empreendimento 
executado 
 
2005 / 2006 75 
Campo de Futebol “22 de Julho” - Ampliação do campo 
de futebol, Construção de vestiários (115,00 m2) e via 
de acesso. Ruas Quatro, Seis, Maria Martins e Praça 
dos Touros. 
Empresa Circuito 
Engenharia 
 
Obra paralisada 
2009 / 2010 70 
Elaboração de PGE 
Abertura de via de acesso, conforme PGE – Ligação 
entre a Rua Acalifa e a Rua Barretos. 
PGE – Empresa 
ORBIS 
Em elaboração de 
PGE e anteprojeto 
2011 / 2012 64 
Urbanização das Ruas Goiatuba, Malva Rosa e do 
Beco Sem Nome 
Em licitação de 
projeto 
 
Outra conquista dos moradores refere-se à instalação da UMEI Mariquinhas. Em 2007, as 
creches foram municipalizadas e a então UEI sofreu adequações em suas instalações 
passando a se chamar Unidade Municipal de Educação Infantil – UMEI, gerida pela Prefeitura 
de Belo Horizonte - PBH. Sua instalação no Conjunto Mariquinhas foi consequência de 
negociações da Associação de Moradores do Conjunto Mariquinhas com a Secretaria de 
Educação. A Associação estava ciente da proposta de construir seis UMEIs na Regional Norte 
e foi negociar para que uma fosse construída no Conjunto. Atualmente a Secretaria Municipal 
de Educação realiza uma obra de ampliação da UMEI9. Com isto, a previsão é de atender 
aproximadamente 440 crianças. 
Desde a ocupação, a comunidade se reunia em dias de festas promovidas pela Associação 
Comunitária do Conjunto Mariquinhas. As festas principais eram as de aniversário do Conjunto, 
dia 22 de Julho, e Festas Juninas. O dia 22 de Julho foi a data de ocupação da Igreja São 
José, um marco na conquista do direito de moradia. As festas foram realizadas durante anos, 
mas Paulo Versiani afirma que devido à falta de mobilização da comunidade e de 
colaboradores, não foi possível dar continuidade, além dos problemas relativos às drogas que 
contribuíram bastante para o fim das festas. Exemplificou que em uma das festas ocorreu um 
tiroteio entre pessoas envolvidas com o tráfico gerando grandes transtornos para a 
comunidade. As festas de aniversário tinham duração de dois dias (sábado e domingo) e ele 
assegura que assim que o campo de futebol estiver pronto vai tentar organizar novamente as 
festas. 
 
9
 Obras e infraestrutura: “A obra, iniciada no segundo semestre de 2011, tem previsão de conclusão para o segundo 
semestre de 2012. São investidos cerca de R$ 1,9 milhões neste empreendimento. Está em execução a reforma geral do prédio 
existente, inclusive playground e estacionamento. Construção de um novo bloco composto por dois pavimentos com nove salas de 
aulas, instalações sanitárias, depósito e recreio coberto”. Fonte: 
http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=politicasurbanas&tax=
22807&lang=pt_BR&pg=5562&taxp=0& Acesso em: 21/03/2012 
25 
 
Segundo Paulo Versiani, a Associação do Conjunto Mariquinhas sempre manteve um 
relacionamento muito bom com as instituições públicas, tais como Secretaria da Regional 
Norte, URBEL e SUDECAP. Esta última, ele destaca, foi mais atuante nos primeiros períodos 
de urbanização do Conjunto e sempre que necessário a Associação aciona a referida 
instituição para realização de alguma obra ou intervenção na comunidade. A boa relação 
somente não se perpetua com a Secretaria Municipal de Saúde, com a qual o morador alega 
que “bate de frente”. O Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de 
Assistência Social, Orientação e Formação Profissional no Estado de Minas Gerais – 
Senalba/MG também foi um dos parceiros que contribuiu com o desenvolvimento do Conjunto. 
Já Célia, presidente da Associação Ação Pró Melhoramento, destaca que são poucos os 
benefícios adquiridos com instituições, sejam públicas ou privadas. Apenas a empresa Gertell - 
Higienização e Recursos Humanos - contribui com a contratação de pessoas e em poucos 
casos mantém um diálogo com a Prefeitura. A Gertell contrata diversas pessoas para trabalhos 
temporários e, entre elas, muitos jovens da comunidade, convidados por Célia. Ela explica que 
orienta os jovens (alguns usuários de drogas) a trabalhar com dedicação, pois existe a 
possibilidade de uma contratação efetiva no futuro. 
Referindo ao relacionamento com a prefeitura, o diálogo é sempre mediado por Jair Di Gregório 
que durante a formação da Associação Ação Pró Melhoramento, era Secretário da Regional 
Municipal Noroeste. Como ele conhecia a comunidade começou ajudar a Associação mediando 
encontros e as demandas da comunidade com a Regional Norte, uma vez que a comunidade 
não possui apoio e diálogo direto com a Regional. Desde então, ele se tornou mediador das 
demandas da comunidade, via Associação Ação Pró Melhoramento. Segundo Célia, Jair visita 
o Conjunto, acompanha reuniões do OP e busca agilizar os processos de liberação de obras e 
demandas do Conjunto. Atualmente Jair não trabalha mais na Regional Noroeste, mas 
continua apoiando a comunidade. 
Após verificarmos a descrição do contexto de ocupação do Conjunto, bem como as lutas e 
conquistas por moradia e itens básicos de infraestrutura, saúde, educação e segurança, 
podemos notar que grande parte destas foram obtidas com mediação das duas Associações 
Comunitárias constituídas na comunidade, ancoradas nas influencias políticas de seus líderes. 
Tais influências culminam no progresso da região e beneficiam a comunidade, principalmente 
quando mobilizadas para participação. 
2– DADOS DEMOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS 
 
A) POPULAÇÃO, NÚMERO DE FAMÍLIAS, NÚMERO DE DOMICÍLIOS 
 
Os dados a seguir apresentados, que compõem o Plano Global Específico do Conjunto 
Mariquinhas, correspondem à análise dos dados quantitativos da localidade e foram levantados 
nas seguintes etapas: contagem de domicílios, pesquisa censitária sobre o padrão habitacional 
e construtivo e pesquisa amostral domiciliar. 
 
A contagem de domicílios foi realizada em todas as unidades domiciliares do Conjunto 
Mariquinhas onde foram levantadas informações básicas como finalidade de uso, regime de 
ocupação, endereço, número total de moradores, número de identificação do domicílio e o 
26 
 
responsável por informações sobre a unidade. Na ocasião foram identificados 1022 domicílios10 
sendo a maioria de uso exclusivamente residencial, 93,2%, e 0,5% de domicílios de uso misto. 
Somadas as duas categorias foram identificadas 958 unidades domiciliares destinadas à 
residência, como apresentado na Tabela 1. 
 
A baixa ocorrência de domicílios destinados à oferta de serviços e comércio, 0,9% e 4,7% 
respectivamente, indica a dependência do Conjunto aos bairros vizinhos e centros comerciais 
próximos (regionais). Os equipamentos comunitários somam 5 unidades. 
 
 Tabela 1 - Distribuição percentual de domicílios por tipo de uso 
 
 
 Frequência Porcentagem 
Residencial 953 93,2 
Serviços 9 0,9 
Comercial 48 4,7 
Industrial 2 0,2 
Misto 5 0,5 
Equipamento Comunitário 5 0,5 
Total 1022 100,0 
Fonte: Contagem de domicílios 
 
 
Fonte: Contagem de domicílios 
 
Conforme a Tabela 2, entre os 958 domicílios residenciais ou mistos, a maior parte, 78,6%, é 
ocupada pelos proprietários, sendo 9,5% alugados e 3,9% cedidos. Embora os proprietários 
ainda não possuam o título definitivo de propriedade dos domicílios,como evidenciado na 
Pesquisa Qualitativa, os dados revelam estabilidade das famílias do Conjunto no que diz 
 
10 Os domicílios, para efeito dos estudos realizados nos PGEs, podem ser de seis tipos, de acordo com o seu uso: residencial, 
serviços, comercial, industrial, misto, equipamento comunitário. 
93,2 
0,9 
4,7 
0,2 0,5 0,5 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
70,0 
80,0 
90,0 
100,0 
Residencial Serviços Comercial Industrial Misto Equipamento 
Comunitário 
 Gráfico 1 - Domicílios por tipo de uso (%) 
 
27 
 
respeito à propriedade do domicílio, ou seja, o Conjunto conta com alta taxa de Segurança da 
Posse11. 
 
 
Tabela 2 - Distribuição percentual de domicílios (residenciais e mistos) por condição de ocupação 
 
 Frequência Porcentagem 
Proprietário 753 78,6 
Alugado 91 9,5 
Cedido 37 3,9 
Desocupados 77 8,0 
Total 958 100,0 
Fonte: Contagem de domicílios 
 
 
Gráfico 2 - Domicílios por condição de ocupação (%) 
 
 
Fonte: Contagem de domicílios 
 
 
A seleção da amostra dos domicílios entrevistados foi realizada a partir da pesquisa de padrão 
habitacional e construtivo. Primeiramente foram identificados 1022 domicílios no Conjunto, 
entre domicílios residenciais e não residenciais. Deste total, foram excluídos 438 domicílios 
correspondentes ás quadras 6, 11, 12,13, 14, 15, 16 e 17 nas quais não foi feita a pesquisa 
padrão em função de serem quadras com melhor padrão construtivo aparente e que não 
necessitavam de grandes intervenções estruturais. Dos 563 domicílios restantes, 499 tiveram 
 
11
 A segurança da posse abarca uma série de conceitos que vão além da proteção contra despejos forçados: ações de acesso a 
crédito formal, produção de assentamentos sustentáveis, reconhecimento de direito de cidadania, fortalecimento de organizações 
sociais, reconhecimento dos direitos das mulheres, etc. (Fernandes, Edesio. Regularização de assentamentos informais: o grande 
desafio dos governos e da sociedade. In CARVALHO, Celso Santos (coord). Acesso à terra urbanizada: implementação de planos 
diretores e regularização fundiária plena. Florianópolis: UFSC; Brasília: Ministério das Cidades, 2008.) 
78,6 
9,5 3,9 8,0 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
70,0 
80,0 
90,0 
Proprietário Alugado Cedido Desocupados 
28 
 
seu padrão habitacional e construtivo pesquisado. Deste total, foram excluídos aqueles cujo 
uso não era residencial ou misto restando 408 domicílios. A partir deste total, estimou-se com 
nível de confiança de 95% e margem de erro de 7% uma amostra equivale a 32,5% dos 
domicílios a serem entrevistados para a pesquisa socioeconômica e organizativa, que 
corresponde a 139 domicílios. 
 
A população do Conjunto é bastante consolidada, visto o tempo de residência das famílias no 
local. Mais de 60% dos entrevistados residem no Conjunto há mais de dez anos, metade do 
tempo de existência dele. Desses, 13,7% vivem a mais de 20 anos no local, ou seja, são 
famílias que participaram do início da ocupação através do “Movimento dos Sem Casa”, como 
relatado no Histórico do Conjunto. 
 
Os números acerca do tempo de residência no domicílio apresentam considerável dinâmica 
interna, mas também reforçam a solidez da comunidade já que essa dinâmica, não significou 
abandono do Conjunto Mariquinhas como local de moradia. 
Analisando a Tabela 3, pode-se observar que, 66,2% das pessoas residem no Conjunto há 10 
anos ou mais, ao passo que 48,2% residem pelo mesmo período no domicílio atual. Essa 
diferença indica que 27% das pessoas que estão no Mariquinhas há 10 ano ou mais mudaram 
de domicílio pelo menos uma vez nesse período. Os dados apontam ainda para a existência de 
uma rede social densa sustentada pelo relacionamento entre as famílias e com o espaço. 
 
 
 
Tabela 3 - Tempo de residência, em anos, no Conjunto e no Domicílio 
 
 Conjunto Domicílio 
 Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem 
até 2 anos 17 12,2 29 20,9 
de 2 a 5 anos 14 10,1 20 14,4 
de 5 a 10 anos 16 11,5 23 16,5 
de 10 a 20 anos 73 52,5 59 42,4 
mais de 20 anos 19 13,7 8 5,8 
Total 139 100,0 139 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Gráfico 3 – Tempo de Residência (%) 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
Os dados da Contagem de Domicílios indicaram uma média de 3,1 moradores por domicílio, 
pouco abaixo da média indicada na Pesquisa Amostral Domiciliar, de 3,5, a qual os números 
detalhados estão apresentados na Tabela 4 abaixo. Sobre esse ponto é importante ressaltar 
que a densidade domiciliar no Conjunto apontada na pesquisa censitária (3,1) é a mesma 
densidade municipal calculada em 2010 pelo IBGE. Ainda em comparação ao município, 
especificamente aos Aglomerados Subnormais12, esses apresentaram densidade domiciliar de 
3,5, portanto, maior que no Conjunto Mariquinhas. 
 
Os domicílios ocupados pelos proprietários apresentam maior número de moradores do que os 
cedidos ou alugados, como pode ser observado na média de moradores indicada na Tabela 4. 
O dado é interessante já que realça que as famílias com maior estabilidade resultante da 
segurança da posse, contam com média de moradores superior às famílias que residem em 
domicílios alugados ou cedidos, o que indica baixa vulnerabilidade da comunidade como um 
todo nesse sentido. Em números, 82,7% dos domicílios são próprios e neles estão domiciliados 
87,1% da população do Conjunto. 
 
A Tabela 5 reafirma a densidade domiciliar calculada e apresentada acima ao indicar que 
87,1% dos domicílios contam com até 5 moradores. 
 
 
 
 
 
12
 Aglomerados subnormais: assentamentos irregulares conhecidos como favelas, invasões, grotas, baixadas, comunidades, vilas, 
ressacas, mocambos, palafitas, entre outros. 
(http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2051 – acessado em 09/05/2012) 
12,2 
20,9 
10,1 
14,4 11,5 
16,5 
52,5 
42,4 
13,7 
5,8 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
Conjunto Domicílio 
até 2 anos 
de 2 a 5 anos 
de 5 a 10 anos 
de 10 a 20 anos 
 de 20 anos 
30 
 
Tabela 4 - Número médio de moradores por domicílio de uso residencial ou misto, por 
condição de ocupação 
 
 Domicílios Moradores Média 
Proprietário 115 427 3,7 
Alugado 18 50 2,8 
Cedido 6 13 2,2 
Total 139 490 3,5 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 Tabela 5 - Distribuição percentual dos domicílios segundo número de moradores 
 
 Frequência Porcentagem % Acumulada 
1 morador 21 15,1 0,0 
2 a 3 moradores 53 38,1 15,1 
4 a 5 moradores 47 33,8 53,2 
6 a 8 moradores 17 12,2 87,1 
mais de 8 moradores 1 0,7 99,3 
Total 139 100,0 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
Gráfico 4 – Domicílos por números de moradores (%) 
 
 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
15,1 
38,1 
33,8 
12,2 
0,7 
0,0 
5,0 
10,0 
15,0 
20,0 
25,0 
30,0 
35,0 
40,0 
45,0 
1 morador 2 a 3 moradores 4 a 5 moradores 6 a 8 moradores mais de 8 
moradores 
31 
 
B) FAIXA ETÁRIA, SEXO, COMPOSIÇÃO FAMILIAR 
 
A pirâmide etária da população do Conjunto Mariquinhas, apresentada no Gráfico 5, revela 
uma comunidade majoritariamente adulta que teve nos 10 últimos anos redução da taxa de 
natalidade, mas que ainda conta com altataxa de mortalidade, isto é, baixa expectativa de 
vida. As crianças (0 a 14 anos) somam 28,7% da população, os adultos (15 a 59 anos) 65,5% e 
os idosos (60 anos ou mais) 5,8%. As comunidades menos desenvolvidas tendem a apresentar 
uma estrutura etária jovem, ou seja, apresentam maior percentual de jovens, e baixo percentual 
de idosos, em função da fecundidade elevada e da baixa expectativa de vida. Já as mais 
desenvolvidas apresentam maior percentual de adultos e de idosos. Sobre esse aspecto, o 
Conjunto Mariquinhas pode ser considerado uma comunidade em fase de transição, uma vez 
que se observa o estreitamento da base da pirâmide ao mesmo tempo em que a proporção de 
idosos ainda não é tão elevada. Fica evidenciado, nos dados apresentados a seguir, 
movimento de migração da comunidade e estreitamento da pirâmide entre os 20 e 34 anos. 
Pode indicar um movimento de migração, por exemplo, de pessoas que casam e constituem 
um novo domicílio fora do conjunto. 
 
Em relação ao sexo, a população do Conjunto é bastante homogênea, os homens são 47,2% 
da população e as mulheres 52,8%. A Razão de Sexo13 total é de 0,9, a mesma que o 
município de Belo Horizonte apresentou no último Censo realizado pelo IBGE, em 201014. 
 
A população até 49 anos é ainda mais homogênea do que a população total. A diferença de 5 
pontos percentuais aparece quando comparados os grupos de mulheres e homens com mais 
de 50 anos, isto é, a expectativa de vida dos homens do Conjunto é mais baixa do que das 
mulheres, como observado para a população em geral. É interessante observar que, na maioria 
das vezes, as mortes de pessoas acima de 50 anos são dadas por complicações de saúde. 
 
Outra observação a ser realçada é que nas comunidades com altos índices de criminalidade e 
violência a população masculina entre 15 e 29 anos apresenta grande diferença em relação à 
feminina. Isto porque os homens jovens são as vítimas principais das mortes por causas 
externas, incluindo às relacionadas à violência urbana. É certo que o total da população 
masculina nessa faixa etária apresenta redução, porém em pequenos percentuais, o que leva a 
crer que os homens jovens do local não são vítimas da violência urbana como em outros locais 
com alto índice de criminalidade. 
 
Ainda sobre a Razão de Sexo, o Gráfico 6 revela essa tendência de declínio da população 
masculina conforme o aumento da idade, que é recorrente no país como um todo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13
 A Razão de Sexo compreende indicador da razão de homens por mulheres de uma comunidade. É calculado sobre a formula 
(população masculina/população feminina). 
14
 Fonte: Censo Demográfico 2010/IBGE. 
32 
 
 
 
Gráfico 5 - Pirâmide Etária 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 Gráfico 6 - Razão de sexo 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
A Razão de dependência da população do Conjunto é de 0,5, isto é 50% da população é 
composta por crianças e idosos e por isso é considerada economicamente dependente dos 
50% restantes. Quando analisados os números separadamente a categoria de jovens é a mais 
dependente, 40% e os idosos apenas 10%, como mostra a Tabela 6 e o Gráfico 7. 
 
0,0 
0,2 
0,4 
0,6 
0,8 
1,0 
1,2 
1,4 
1,6 
0
 a
 4
 a
n
o
s 
5
 a
 9
 a
n
o
s 
1
0
 a
 1
4
 a
n
o
s 
1
5
 a
 1
9
 a
n
o
s 
2
0
 a
 2
4
 a
n
o
s 
2
5
 a
 2
9
 a
n
o
s 
3
0
 a
 3
4
 a
n
o
s 
3
5
 a
 3
9
 a
n
o
s 
4
0
 a
 4
4
 a
n
o
s 
4
5
 a
 4
9
 a
n
o
s 
5
0
 a
 5
4
 a
n
o
s 
5
5
 a
 5
9
 a
n
o
s 
6
0
 a
 6
4
 a
n
o
s 
6
5
 a
 6
9
 a
n
o
s 
7
0
 a
 7
9
 a
n
o
s 
8
0
 a
n
o
s 
e 
m
ai
s 
Razão de Sexo 
33 
 
 
 
Tabela 6 - Razão de dependência jovem, idoso e total 
 
 Razão 
Jovem 0,4 
Idoso 0,1 
Total 0,5 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 Gráfico 7 - Razão de dependência 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
Finalizando a caracterização demográfica do Conjunto Mariquinhas ainda é importante expor 
que a maioria dos domicílios é composta por casais com filhos, 35,3%, seguindo dos 
monoparentais, 29,5%, valores que podem evidenciar um ponto positivo do Conjunto que 
mantém arranjo familiar tradicional, possibilitando maior assistência aos filhos. As pessoas que 
moram sozinhas somam 12,9% da população e os domicílios compostos por não parentes, 
1,4%, conforme demonstrado no Gráfico 8. 
 
No Gráfico 9, verifica-se que no que tange ao estado civil, 41,7% das pessoas são solteiras e 
48,9% casadas. Os responsáveis pelos domicílios são na maioria homens, 62,6%, conforme 
observado no Gráfico 10. 
 
O cruzamento dos dados indica que nos domicílios compostos por casais, sejam unidos 
juridicamente ou em união estável, os homens são majoritariamente os responsáveis pelo 
domicílio. Já no caso dos domicílios monoparentais as mulheres são arrimo de família, como 
pode ser constatado no Gráfico 11. 
 
 
0,4 
0,1 
0,0 
0,1 
0,1 
0,2 
0,2 
0,3 
0,3 
0,4 
0,4 
0,5 
0,5 
Jovem Idoso 
Razão de Dependência 
34 
 
 
 
 Gráfico 8 - Domicílios por arranjo familiar (%) 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 Gráfico 9 - População acima de 14 anos por estado civil (%) 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
 
 
12,9 
35,3 
10,8 
7,9 
2,2 
29,5 
1,4 
0,0 
5,0 
10,0 
15,0 
20,0 
25,0 
30,0 
35,0 
40,0 
41,7 
48,9 
4,3 5,1 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
35 
 
 
 
 Gráfico 10 - Responsáveis do domicílio por sexo (%) 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 Gráfico 11 - Arranjo familiar por sexo do responsável pelo domicílio 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
C) ESCOLARIDADE 
 
O Conjunto Mariquinhas apresenta taxa de analfabetismo de 6,1, superior à taxa municipal que 
em 2010, de acordo com o IBGE15, foi de 3,8. Acompanhando a tendência nacional o Conjunto 
 
15
 Fonte: Censo Demográfico 2010 
62,6 
37,4 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
70,0 
Homem Mulher 
6,5 
25,9 
10,1 
5,8 
2,2 
11,5 
1,4 
6,5 
9,4 
0,7 
2,2 
18,7 
0,0 
5,0 
10,0 
15,0 
20,0 
25,0 
30,0 
35,0 
40,0 
Unipes. C. filhos C. filhos e 
par. 
C. s/ filhos C.s/ filhos c/ 
par. 
Monopar. Outros 
Mulheres 
Homens 
36 
 
apresenta índice mais baixo de analfabetismo entre pessoas entre 15 e 24 anos e mais alto 
entre pessoas com mais de 60 anos (Tabela 7). Esses números são resultados das diversas 
ações de alfabetização de adultos, seja do poder público ou da sociedade civil e também do 
movimento efetivo de universalização e obrigatoriedade do ensino básico a partir dos anos 90 
do século XX. 
 
Exemplo das ações de reparação do déficit escolar na comunidade é a oferta da modalidade 
de Educação de Jovens e Adultos na Escola Estadual Professora Inês Geralda de Oliveira, 
uma das escolas que mais atende a comunidade. 
 
 Tabela 7 - Taxa de analfabetismo da população acima de 15 anos por grupo etário 
 
 Total da população Analfabetos 
Taxa de 
analfabetismo 
15 a 24 anos 97 1 1,0 
25 a 39 anos 111 4 3,6 
40 a 59 anos 108 8 7,4 
60 anos oumais 27 8 29,6 
Total 343 21 6,1 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
Entre as pessoas em idade escolar, 0 a 17 anos, a taxa total de frequência é de 81,9%. A 
educação básica compreende a educação infantil – 0 a 5 anos; o ensino fundamental – 6 a 14 
anos; e o ensino médio – 15 a 17 anos. De acordo com a legislação nacional em vigor, a 
educação é obrigatória para todas as crianças entre 6 e 14 anos na modalidade de ensino 
fundamental. O ensino médio e a educação infantil são direitos do cidadão, embora não haja 
obrigatoriedade de frequência. Nesse sentido a educação infantil é a menos frequentada pelos 
moradores do Conjunto, apenas 42,9% (Gráfico 12). A maioria das crianças frequenta a UMEI 
Mariquinhas, mantida pela PBH e na Escolinha de Dona Ivone, instituição comunitária, ambas 
instaladas na localidade. Algumas crianças ainda frequentam a UMEI Juliana. 
 
As crianças e adolescentes entre 06 e 14 anos estão, na totalidade, frequentando a escola. Já 
os jovens entre 15 e 17 anos, possuem 80,0% de frequência, conforme identificado na Tabela 
8. Apesar da alta taxa de frequência à escola, deve-se considerar que esta informação não se 
refere à adequação idade-série, ou seja, é possível que parte destes alunos estejam 
matriculados em uma série inadequada para sua idade, seja devido a repetência ou evasão 
escolar. O último dado deve ser levado em consideração e avaliado como ponto negativo 
acerca da escolarização das pessoas moradores do Conjunto Mariquinhas, já que a 
modalidade do ensino médio é definitiva para a conquista de postos de trabalho e melhores 
rendimentos. 
 
Quanto ao motivo da não frequência escolar das crianças entre 0 a 5 anos, os dados da 
pesquisa amostral levam a crer que é uma opção da família ou do responsável. Já entre os 
jovens de 15 a 17 anos, o maior motivo foi a necessidade de trabalhar, apontada por 50,0 
(Gráfico 13). Outros 25% afirmaram que não tem interesse em estudar mais e 12,5% deixou a 
37 
 
escola depois de engravidar ou casar. É valido completar que a totalidade dos que não tem 
interesse em estudar são homens e das que abandonaram a escola por causa do casamento 
ou filho são mulheres. 
 Tabela 8 - Taxa bruta de frequência à escola, por grupos de idade 
 
 
Total da 
população 
Frequência 
escolar 
Taxa de frequência 
escolar 
0 a 5 anos 42 18 42,9 
6 a 14 anos 94 94 100,0 
15 a 17 anos 40 32 80,0 
Total 176 144 81,9 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
Gráfico 12 - Frequência escolar por grupo etário (%) 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42,86
100,00
80,00
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
0 a 5 anos 6 a 14 anos 15 a 17 anos
38 
 
 Gráfico 13 - Motivo pela não frequência à escola - 15 a 17 anos (%) 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
A Tabela 9 e Gráfico 14 apresentam os dados de grau de escolaridade do total da população 
do Conjunto Mariquinhas com 06 anos ou mais (idade de início da escolarização obrigatória). 
Para analisá-los é importante perceber que esses dados englobam também as pessoas que 
atualmente estão frequentando a escola sendo que estas somam 169 pessoas. Desse total, 87 
são do sexo feminino e 82 do sexo masculino. A maioria da população possui ensino 
fundamental incompleto, 53,8% e as pessoas que possuem ensino médio completo somam 
14,7%. De um modo geral, a população do Conjunto para de estudar antes de ingressar na 
faculdade, aquelas que estão cursando junto com as que completaram o ensino superior 
somam pouco mais de 1%. 
 
Podemos observar também na Tabela 09 e Gráfico 14, que a razão do grau de escolaridade 
entre homens e mulheres é bastante homogênea. Em geral as mulheres apresentam pequena 
diferença superior em relação aos homens, embora elas sejam maioria entre as pessoas 
analfabetas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25,0 25,0 
12,5 
25,0 
12,5 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
Engravidou/casou Não quer/não tem 
interesse 
Precisa trabalhar Já se formou 
Mulher 
Homem 
39 
 
Tabela 9 - Escolaridade do total da população com 6 anos ou mais por 
sexo 
 
 Homem Mulher Total 
 Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem 
Alfabetização 
de adultos 9 2,1 12 2,7 21 4,8 
Analfabeto 1 0,2 3 0,7 4 0,9 
Ensino infantil 1 0,2 1 0,2 2 0,5 
Fundamental 
completo 26 5,9 26 5,9 52 11,9 
Fundamental 
incompleto 113 25,9 122 27,9 235 53,8 
Médio 
completo 25 5,7 39 8,9 64 14,7 
Médio 
incompleto 28 6,4 24 5,5 52 11,9 
Superior 
completo 0 0,0 1 0,2 1 0,2 
Superior 
incompleto 2 0,5 2 0,5 4 0,9 
Não 
respondeu 1 0,2 1 0,2 2 0,5 
Total 206 47,1 231 52,9 437 100,00 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 Gráfico 14 - Escolaridade do total da população com 6 anos ou mais e por sexo (%) 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
40 
 
 
Para melhor visualizar o grau de escolaridade do Conjunto, a Tabela 10 mostra os números 
relativos às pessoas com 6 anos ou mais, que não frequentam a escola, isto é, aquelas que 
terminaram os estudos ou que pararam de estudar. Nesse sentido houve ampliação do 
percentual de pessoas com ensino fundamental completo, médio completo e superior completo, 
além dos analfabetos. As outras categorias apresentaram diminuição do número de pessoas, 
mas ainda assim a maioria dos moradores possui, igualmente na outra análise, ensino 
fundamental incompleto, 61,5%, significando que a maioria das pessoas do Conjunto deixa de 
frequentar escola antes de completar o ensino fundamental. 
 A comparação da escolaridade entre as pessoas com mais de 6 anos, que atualmente estão 
frequentando a escola e da escolaridade daquelas que não estão frequentando a escola, pode 
ser observada no Gráfico 15. 
 
 
Tabela 10 - Grau de escolaridade das pessoas com 6 anos ou mais que não frequentam a escola 
 
 Homem Mulher Total 
 Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem 
Analfabeto 9 8,7 11 10,6 20 19,2 
Alfabetização de 
adultos 0 0,0 2 1,9 2 1,9 
Ensino infantil 0 0,0 0 0,0 0 0,0 
Fundamental 
completo 14 13,5 17 16,3 31 29,8 
Fundamental 
incompleto 30 28,8 34 32,7 64 61,5 
Médio completo 19 18,3 25 24,0 44 42,3 
Médio incompleto 8 7,7 10 9,6 18 17,3 
Superior completo 0 0,0 1 1,0 1 1,0 
Superior 
incompleto 1 1,0 0 0,0 1 1,0 
Não respondeu 0 0,0 1 1,0 1 1,0 
Total 49 47,1 55 52,9 104 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
Gráfico 15 - Escolaridade de toda a população com 6 anos ou mais x população com 6 anos ou mais que não 
frequenta a escola (%) 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
O Conjunto Mariquinhas apresenta baixa escolaridade entre os moradores indicando 
vulnerabilidade à inserção, manutenção ou melhoria de posição no mercado de trabalho. Isso 
porque o grau de instrução de uma pessoa está diretamente relacionado ao seu potencial 
nesse mercado e atualmente a maioria das vagas requer o ensino médio completo. 
 
A informação é ainda mais relevante ao analisar a escolaridade dos responsáveis pelos 
domicílios, que segue a tendência da comunidade como um todo. A maioria dos chefes de 
domicílio possui ensino fundamental incompleto, 47,5%. Os chefes com ensino médio completo 
somam 14,4%. Vale pontuar que 10,8% das pessoas desse grupo são analfabetas, conforme 
Tabela 11. Ainda segundo a mesma tabela, em alguns graus de escolaridade os chefes de 
família apresentamescolaridade menor que os cônjuges e ambos menor que os filhos. 
 
A Tabela 11 apresenta os dados de escolaridade por condição no domicílio tendo como 
referência o total de pessoas de cada grupo por condição no domicílio. 
 
 
Analfabet
o 
Alfabetiza
ção de 
adultos 
Ensino 
infantil 
Fundame
ntal 
completo 
Fundame
ntal 
incomplet
o 
Médio 
completo 
Médio 
incomplet
o 
Superior 
completo 
Superior 
incomplet
o 
Não 
responde
u 
Pop Total 4,8 0,9 0,5 11,9 53,8 14,6 11,9 0,2 0,9 0,5 
Pop não frequenta a escola 19,2 1,9 0,0 29,8 61,5 42,3 17,3 1,0 1,0 1,0 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
70,0 
42 
 
 Tabela 11 - Escolaridade por condição e total (%) 
 
 
Chefe do 
domicílio 
Esposo (a)/companheiro 
(a) Filho (a) Genro / Nora Neto (a) Outros Parente Total 
Analfabeto 10,8 3,8 1,0 0,0 2,6 0,0 7,1 4,6 
Alfabetização de adultos 1,4 1,3 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,8 
Ensino infantil 0,0 0,0 7,9 0,0 7,7 0,0 0,0 4,0 
Fundamental completo 17,3 15,4 5,0 12,5 7,7 0,0 14,3 10,8 
Fundamental incompleto 47,5 44,9 52,0 50,0 46,2 100,0 50,0 49,1 
Médio completo 14,4 20,5 10,9 37,5 0,0 0,0 21,4 13,3 
Médio incompleto 7,9 12,8 14,9 0,0 2,6 0,0 0,0 10,8 
Superior completo 0,0 0,0 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,2 
Superior incompleto 0,0 1,3 1,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,8 
Não respondeu 0,7 0,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 
Não se aplica 0,0 0,0 5,0 0,0 33,3 0,0 7,1 5,0 
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
 
 
43 
 
Outra vulnerabilidade da população do Conjunto Mariquinhas, em relação à inserção 
qualificada no mercado de trabalho, é a baixa escolaridade da população entre 18 e 24 
anos, pois apenas 39% desta população possui o ensino médio completo ou ensino 
superior (Gráfico 16). É importante realçar que apenas 28% do total de pessoas nessa 
faixa etária frequentam a escola atualmente, como apontado no Gráfico 17. Por um 
lado o dado aponta defasagem idade/série e por outro, que a escolaridade desse 
grupo tende a aumentar nos próximos anos. 
 
Entre os que terminaram o ensino médio, a maioria é mulher, confirmando dados 
anteriores que apontam o sexo feminino com grau mais elevado de escolaridade. 
Outro dado que fica confirmado na Tabela 12 e Gráfico 18, é que os filhos possuem 
maior escolaridade que os chefes de domicílio. 
 
Ampliando a análise para as pessoas incluídas no montante da População 
Economicamente Ativa (PEA16), mas com idade acima de 18 anos, os dados se 
repetem, como pode ser constatado no Gráfico 19. Apenas 28% da PEA concluíram o 
ensino médio. Os grupos etários acima de 45 anos apresentam menos escolaridade e 
mais uma vez as mulheres se apresentam mais escolarizadas do que os homens. A 
Tabela 13 mostra dos dados desse grupo. 
 
 
Gráfico 16 - População de 18 a 24 anos por grau de escolaridade 
 
 Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
 
 
16
 A População Economicamente Ativa é composta pelas pessoas entre 10 e 65 anos que foram classificadas como 
ocupadas ou desocupadas (www.ibge.gov.br – acessado em 10/05/2012) 
39%
61%
Ensino Médio completo 
ou maior escolaridade
Escolaridade menor que 
Ensino Médio Completo
44 
 
Gráfico 17 - População de 18 a 24 anos por frequência à escola 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 Tabela 12 - Proporção de pessoas de 18 a 24 anos com grau de escolaridade Ensino Médio completo ou maior, por sexo e 
condição no domicilio 
 
 Homens Mulheres Total 
 Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem 
Chefe do domicílio 3 13,6 1 4,5 4 18,2 
Esposo (a) / 
companheiro (a) 1 4,5 2 9,1 3 13,6 
Filho (a) 5 22,7 8 36,4 13 59,1 
Genro / Nora 0 0,0 2 9,1 2 9,1 
Parente 0 0,0 0 0,0 0 0,0 
Neto (a) 0 0,0 0 0,0 0 0,0 
Outros 0 0,0 0 0,0 0 0,0 
Total 9 40,9 13 59,1 22 100 
Fonte: Pesquisa Amostral PGE Conjunto Mariquinhas. Orbis/Urbel, 2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28%
72%
Frequentam
Não Frequentam
45 
 
Gráfico 18 - Grau de escolaridade das pessoas entre 18 e 24 anos por sexo e condição no domicílio 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
Gráfico 19 - Pessoas incluídas na PEA, acima de 18 anos por grau de escolaridade 
 
 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
 
13,6 
4,5 
22,7 
0,0 
4,5 
9,1 
36,4 
9,1 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
Chefe do domicílio Esposo (a) / 
companheiro (a) 
Filho (a) Genro / Nora 
Homens 
Mulheres 
28% 
72% 
Ensino Médio Completo ou maior 
escolaridade 
Escolaridade menor que Ensino 
Médio Completo 
46 
 
Tabela 13 - Proporção do PEA, acima de 18 anos, com Ensino Médio completo ou maior escolaridade, por sexo e 
grupos quinquenais. 
 
 Homens Mulheres Total 
 Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem 
18 a 19 anos 2 3,3 3 4,9 5 8,2 
20 a 24 anos 7 11,5 8 13,1 15 24,6 
25 a 29 anos 6 9,8 6 9,8 12 19,7 
30 a 34 anos 5 8,2 5 8,2 10 16,4 
35 a 39 anos 2 3,3 5 8,2 7 11,5 
40 a 44 anos 2 3,3 4 6,6 6 9,8 
45 a 49 anos 1 1,6 1 1,6 2 3,3 
50 a 54 anos 0 0,0 3 4,9 3 4,9 
55 a 59 anos 0 0,0 0 0,0 0 0,0 
60 anos ou mais 1 1,6 0 0,0 1 1,6 
Total 26 42,6 35 57,4 61 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
Gráfico 20 - Escolaridade da PEA por sexo e grupos quinquenais, acima de 18 anos 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
Ainda sobre a escolarização, e em que aspecto ela interfere na inserção, manutenção 
ou melhoria de posição no mercado de trabalho, entre as pessoas que possuem mais 
de 15 anos, somente 12% frequentaram ou estão frequentando algum curso 
profissionalizante, conforme o Gráfico 21. Visto a importância de um curso 
profissionalizante para o acesso ao mercado de trabalho, podemos verificar no Gráfico 
22 que o interesse em participar é relativamente alto, ou seja, 24%. 
 
 
 
 
3,3 
11,5 
9,8 
8,2 
3,3 3,3 
1,6 
0,0 0,0 
1,6 
4,9 
13,1 
9,8 
8,2 8,2 
6,6 
1,6 
4,9 
0,0 0,0 
0,0 
4,0 
8,0 
12,0 
16,0 
18 a 19 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 34 anos 35 a 39 anos 40 a 44 anos 45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos 60 anos ou mais 
Homens 
Mulheres 
47 
 
Gráfico 21 - População acima de 15 anos, por frequência em curso profissionalizante. 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 Gráfico 22 - População acima de 15 anos, por interesse em frequentar curso profissionalizante 
 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
Os dados detalhados apresentados nas Tabelas 14 e 15 evidenciam que entre as 
pessoas que frequentam cursos profissionalizantes é expressiva a participação dos 
grupos etários entre 15 e 59 anos. De certo a motivação dos jovens entre 15 e 24 
anos, grupo em maior quantidade entre os que frequentam, é a entrada qualificada no 
mercado de trabalho. O segundo grupo é de pessoas entre 40 e 59 anos que, 
12% 
88% 
Frequenta ou frequentou curso 
profissionalizante 
Nunca frequentou curso 
profissionalizante 
24% 
70% 
6% 
Apresenta Interesse 
Não apresenta interesse 
Não Sabe 
48 
 
certamente encontram outra motivação, como por exemplo a melhoria de posição e 
vencimento no mercado de trabalho. 
 
Entre as pessoas que apresentam interesse em participar desses cursos, o grupo mais 
representativo é de pessoas entre 25 e 39 anos,que de certo também procuram 
melhoria de posição e vencimento no mercado. 
 
Os idosos tanto frequentam menos como tem menos interesse por cursos 
profissionalizantes demonstrando menos preocupação com o mercado de trabalho. 
Isso é verdade já que o grupo é formando em sua maioria por pessoas inativas, como 
vai ser apresentado adiante. 
 
 Tabela 14 - Proporção da população que frequenta ou frequentou curso profissionalizante, por sexo e grupo etário 
 
 
 Mulheres Homens Total 
 
 
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem 
 15 a 24 anos 11 26,2 4 9,5 15 35,7 
 25 a 39 anos 7 16,7 4 9,5 11 26,2 
 40 a 59 anos 5 11,9 9 21,4 14 33,3 
 60 anos ou 
mais 1 2,4 1 2,4 2 4,8 
 Total 24 57,1 18 42,9 42 100,0 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 Tabela 15 - Proporção da população que manifesta interesse em participar de curso profissionalizante, por sexo e 
grupo etário 
 
 Mulheres Homens Total 
 
 
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem 
 15 a 24 anos 15 18,5 12 14,8 27 33,3 
 25 a 39 anos 19 23,5 13 16,0 32 39,5 
 40 a 59 anos 11 13,6 10 12,3 21 25,9 
 60 anos ou 
mais 1 1,2 0 0,0 1 1,2 
 Total 46 56,8 35 43,2 81 100,0 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
Gráfico 23 - Sexo e grupo etário das pessoas que frequentam ou frequentaram cursos profissionalizantes 
 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
Gráfico 24 - Sexo e grupo etário das pessoas que tem interesse em frequentar cursos profissionalizantes 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
Quando questionados sobre quais cursos eram de interesse, os entrevistados 
apontaram em primeiro lugar cursos relacionados à Informática e em segundo à 
Administração e Gestão. O interesse pela informática traduz a necessidade de 
conhecimento e qualificação em instrumentos de trabalho independente da área. Já o 
interesse pela área administrativa evidencia a tendência da população jovem na 
procura por cargos nos setores administrativos relacionados à formação mais técnica 
e o esvaziamento de mão de obra nos postos como construção civil, cozinha, serviços 
9,5 9,5
21,4
2,4
42,9
26,2
16,7
11,9
2,4
57,1
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
15 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 59 anos 60 anos ou mais Total
Homens
Mulheres
14,8 16,1
12,4
0,0
43,2
18,5
23,5
13,6
1,2
56,8
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
15 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 59 anos60 anos ou mais Total
Homens
Mulheres
50 
 
gerais. É importante salientar que muitos dos entrevistados citaram cursos técnicos 
em diversas áreas. 
Para melhor visualização dos cursos demandados pela população do Mariquinhas, eles 
foram categorizados e apresentados na Tabela 16 a seguir. 
 
 Tabela 16 - Categoria de cursos profissionalizantes de interesse dos moradores 
 
 Frequência Porcentagem 
Informática 32 36,4 
Gastronomia 2 2,3 
Serviços de Saúde 8 9,1 
Prestação de Serviços 4 4,5 
Construção Civil 8 9,1 
Eletronica 9 10,2 
Administração e Gestão 15 17,0 
Confecção e Artesanato 3 3,4 
Beleza e Estética 3 3,4 
Outros 4 4,5 
Total 88 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
D) SITUAÇÃO OCUPACIONAL E RENDA 
 
Do total de pessoas, com 10 anos ou mais, residentes no Conjunto Mariquinhas, cerca 
de 50% está ocupada em algum posto de trabalho conferindo uma razão de 1,0 
pessoas desocupadas para cada ocupada. A Tabela 17 abaixo apresenta os dados da 
população segundo a condição de ocupação. 
 
 Tabela 17 - Distribuição percentual da população com 10 ano ou mais, segundo 
condição de atividade 
 
 
 Frequência Porcentagem 
 Ocupados 201 49,6 
 Desocupados 204 50,4 
 
Total 405 100,0 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
Para conhecimento, a PIA17 (População em Idade Ativa) do Conjunto conta com 405 
moradores no total, isto é 84,2% do total da população (481) distribuídas por grupos 
etários como exposto na Tabela 18 a seguir. 
 
17
 A PIA é uma classificação etária que compreende o conjunto de pessoas aptas, do ponto de vista da idade, para 
exercer uma atividade econômica, isto é a População Economicamente Ativa e a População Economicamente não 
Ativa. Em geral a PIA de um país é composta pela população acima de 14 anos. No Brasil o IBGE ainda admite as 
pessoas com 10 anos ou mais. Embora o trabalho das pessoas entre 10 e 14 anos seja considerado trabalho infantil, 
proibido por lei no país, ele ainda é recorrente e por isso é considerado nos estudos estatísticos. 
51 
 
Tendo o total da PIA, a razão entre ocupação e desocupação cai para 0,9 pessoas 
desocupadas para cada ocupada. 
 Tabela 18 - Composição da PIA (População em Idade Ativa) 
 
 Frequência Porcentagem 
10 a 14 anos 62 15,3 
15 a 24 anos 97 24,0 
25 a 39 anos 111 27,4 
40 a 59 anos 108 26,7 
60 anos ou mais 27 6,7 
Total 405 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
No Conjunto 247 pessoas estão incluídas na PEA18, conferindo Taxa de participação 
na PEA de 0,61, isto é 61% da população em idade ativa (405) é economicamente 
ativa. Os homens são maioria entre as pessoas economicamente ativas, 
representando 52%, conforme Gráfico 25. A faixa etária que mais concentra pessoas 
economicamente ativas é a de 25 a 39 anos, seguida das faixas de 40 a 59 anos e de 
15 a 24 anos (Tabela 19 e Gráfico 26). O dado demonstra que o Conjunto segue a 
tendência geral onde os idosos após os 60 anos reduzem as atividades econômicas e 
as crianças entre 10 e 14 anos ainda não trabalham. 
 
Sobre esse último ponto é importante afirmar que entre a amostra estudada não existe 
caso de Trabalho Infantil. O dado é importante já que aponta a consciência e o 
respeito da comunidade sobre o direito das crianças de estudarem e de não 
trabalharem, além disso, pode indicar baixa vulnerabilidade econômica das famílias já 
que na maioria dos casos o trabalho infantil ocorre para complementar a renda 
familiar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18
 A PEA Compreende o potencial de mão de obra com que pode contar o setor produtivo, isto é, a população 
ocupada e a população desocupada, assim definidas: População Ocupada - aquelas pessoas que, num determinado 
período de referência, trabalharam ou tinham trabalho mas não trabalharam (por exemplo, pessoas em férias). 
População Desocupada - aquelas pessoas que não tinham trabalho, num determinado período de referência, mas 
estavam dispostas a trabalhar, e que, para isso, tomaram alguma providência efetiva.( 
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme/pmemet2.shtm – acesso em 10/05/2012) 
52 
 
Gráfico 25 - Composição da PEA por sexo (%) 
 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 Tabela 19 - Taxa de participação na PEA por sexo e grupo 
etário (acima 10 anos) 
 
 
Feminino Masculino 
 
 PIA PEA Taxa PIA PEA Taxa Total 
10 a 14 anos 35 0 0 27 0 0,0 0,0 
15 a 24 anos 46 28 60,9 51 36 70,6 66,0 
25 a 39 anos 57 49 86,0 54 48 88,9 87,4 
40 a 59 anos 61 38 62,3 47 42 89,4 74,1 
60 anos ou 
mais 16 3 18,75 11 3 27,27 22,2 
Total 215 118 54,9 190 129 67,9 61,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52% 
48% Homem 
Mulher 
53 
 
 
 
Gráfico 26 - Taxa de participação na PEApor sexo e grupo etário 
 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
O Conjunto apresenta alta taxa de desemprego, 0,2, ou seja cerca de 20% das 
Pessoas Economicamente Ativas estão desocupadas e procuraram emprego nos 
últimos 12 meses, conforme descrito na Tabela 20. A taxa municipal em fevereiro de 
2012 registrou 5,1% e a nacional também está bastante abaixo da do Conjunto, 6,7% 
no mesmo período, segundo dados do IBGE19. A diferença nos valores do Conjunto 
com a taxa nacional e municipal, possivelmente está relacionada a diferença de 
metodologia utilizada para o levantamento dos dados. A situação do Conjunto 
Mariquinhas certamente está também relacionada à baixa escolaridade e pouca 
qualificação profissional, como já foi exposto anteriormente. 
 
Em relação ao sexo, a situação de desemprego aponta as mulheres em desvantagem 
em relação aos homens, pois como pode ser observado na Tabela 20 a taxa de 
desemprego é de 0,1 a mais que dos homens. Já no que diz respeito aos grupos 
etários a maior taxa é entre as pessoas de 15 a 24 anos traduzindo o cenário nacional 
onde os jovens têm dificuldade de inserção ou manutenção no mercado de trabalho, 
principalmente os jovens de classes econômicas inferiores. 
 
A frequência de crianças entre 10 e 14 anos desempregadas é a mesma das crianças 
que compõem a PEA, assim, é possível afirmar que embora tenham crianças 
participantes da PEA, no momento da pesquisa elas não ocupavam nenhum posto de 
trabalho. O fato pode indicar resistência no mercado interno e do entorno do Conjunto 
para as atividades infantis seja pela conscientização da ilegalidade do trabalho infantil, 
seja por outros motivos não evidenciados na pesquisa. Na Tabela 20 é possível 
verificar os números detalhados. 
 
 
19
Pesquisa mensal de emprego IBGE. Fonte: 
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?indicador=1&id_pesquisa=38. Acesso em: 
dez/2012. 
 
0,0 
70,6 
88,9 89,4 
27,27 
60,9 
86,0 
62,3 
18,75 
0,0 
66,0 
87,4 
74,1 
22,2 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
70,0 
80,0 
90,0 
100,0 
10 a 14 anos 15 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 59 anos 60 anos a 65 
anos 
Homens 
Mulheres 
Total 
54 
 
Tabela 20 - Taxa de desemprego total, por sexo e grupo etário (acima 10 anos) 
 
 
Homem Mulher 
 PEA Desempregados Taxa PEA Desempregados Taxa Total 
10 a 14 anos 0 0 0,0 0 0 0,0 0 
15 a 24 anos 36 7 0,2 28 12 0,4 0,3 
25 a 39 anos 48 7 0,1 49 5 0,1 0,1 
40 a 59 anos 42 5 0,1 38 9 0,2 0,2 
60 anos ou 
mais 3 0 0,0 3 1 0,3 0,2 
Total 129 19 0,1 118 27 0,2 0,2 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
Ao contrário da Tabela 20, a Tabela 21 apresenta os dados de ocupação da PEA que 
evidenciam a ocupação de 81,4% da população economicamente ativa. Assim como 
as mulheres possuem taxa de desemprego superior a dos homens, proporcionalmente 
elas apresentam taxa de 0,1 a menos que os homens em relação a ocupação. As 
pessoas entre 25 e 39 anos são as que mais estão ocupadas, seguida da faixa etária 
das pessoas acima de 60 anos. É interessante obervar que entre os idosos 
economicamente ativos, a taxa de ocupação é de 0,8, isto é, quase todos os idosos 
economicamente ativos estão trabalhando. 
 
 Tabela 21 - Taxa de ocupação total por sexo e grupo etário (acima 10 anos) 
 
 
Homem Mulher 
 
 PEA 
Frequência 
ocupação Taxa PEA 
Frequência 
ocupação Taxa Total 
10 a 14 anos 0 0 0,0 0 0 0,0 0,0 
15 a 24 anos 36 29 0,8 28 16 0,6 0,7 
25 a 39 anos 48 41 0,8 49 44 0,9 0,9 
40 a 59 anos 42 37 0,9 38 29 0,8 0,8 
60 anos ou 
mais 3 3 1,0 3 2 0,7 0,8 
Total 129 110 0,9 118 91 0,8 0,8 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
Os Gráficos 27 e 28 apresentam as taxas de desemprego e ocupação em comparação 
ao sexo e grupo etário. Já o Gráfico 29 apresenta a comparação entre as duas taxas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
Gráfico 27 - Desemprego total por sexo e grupo etário 
 
 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
Gráfico 28 - Taxa de ocupação por sexo e grupo etário 
 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
Gráfico 29 - Taxa de desemprego X ocupação, por grupo etário 
 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
0,0 
0,8 
0,8 
0,9 
1,0 
0,0 
0,6 
0,9 
0,8 
0,7 
0,0 
0,2 
0,4 
0,6 
0,8 
1,0 
1,2 
10 a 14 anos 15 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 59 anos 60 anos ou mais 
Homem 
Mulher 
0 
0,3 
0,1 
0,2 0,2 
0,0 
0,7 
0,9 
0,8 0,8 
0 
0,2 
0,4 
0,6 
0,8 
1 
10 a 14 anos 15 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 59 anos 60 anos ou mais 
Desemprego 
Ocupação 
0,0 
0,2 
0,1 
0,1 
0,0 
0,0 
0,4 
0,1 
0,2 
0,3 
0,0 
0,1 
0,1 
0,2 
0,2 
0,3 
0,3 
0,4 
0,4 
0,5 
10 a 14 anos 15 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 59 anos 60 anos ou mais 
Homem 
Mulher 
56 
 
 
 
Entre os chefes de família, a taxa de desemprego é de 0,4, isto é, 35% dos chefes 
estão desocupados (Tabela 22). Proporcionalmente o desemprego acomete mais as 
mulheres chefes de família do que os homens, evidenciando mais uma vez a maior 
vulnerabilidade das mulheres moradoras do Conjunto Mariquinhas, em relação ao 
mercado de trabalho. Os dados podem ser observados na Tabela 22. 
 
 Tabela 22 - Chefes de domicílio, por ocupação e sexo 
 
 
Homem 
 
Mulher 
 
Total 
 Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem 
Ocupados 63 45,3 27 19,4 90 64,7 
Desocupados 24 17,3 25 18,0 49 35,3 
Total 87 62,6 52 37,4 139 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
Gráfico 30 - Condição de ocupação dos chefes de domicílio, por sexo (%) 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
No que tange ao recebimento de benefícios concedidos pelo governo ou outros 
programas, 15,6% da população do Conjunto Mariquinhas tem sua renda elevada por 
algum deles, isto é 75 pessoas no universo de 481, sendo a maioria pessoas inativas, 
60,0%, conforme especificado na Tabela 23. É importante ressaltar que o número de 
ocupados no grupo de beneficiários é maior que os desocupados, indicando que 
apesar de contarem com rendimento mensal salarial esse não é suficiente para o 
sustento da família, já que mais de 40% dos benefícios recebidos são Bolsa Escola e 
Bolsa Família. 
 
45,3 
19,4 17,3 18,0 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
70,0 
80,0 
90,0 
100,0 
Homem Mulher 
Ocupados 
Desocupados 
57 
 
Entre os desocupados a recorrência é igual entre Bolsa Família e Seguro 
Desemprego. Sobre isso é válido realçar que o seguro desemprego é um benefício 
temporário de até 5 parcelas após a demissão involuntária. Assim, esses beneficiários 
logo deixarão de recebê-lo. Entre os inativos, os aposentados são maioria e a 
aposentadoria é certamente o motivo da inatividade de muitos já que é dada ao 
cidadão que estava em atividade (que completou o tempo de contribuição x idade ou 
que por motivo de incapacidade se tornou inativo) passando a viver somente da renda 
do benefício. 
 
 
58 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 Tabela 23 - Distribuição da população que recebe benefício, segundo situação ocupacional 
 
 
Ocupados Desocupados Inativos Total 
 
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem 
Aposentadoria 3 4,0 0 0,0 25 33,3 28 37,3 
Bolsa Escola4 5,3 1 1,3 3 4,0 8 10,7 
Bolsa Família 13 17,3 4 5,3 6 8,0 23 30,7 
Pensão 1 1,3 0 0,0 3 4,0 4 5,3 
Programas de auxílio 0 0,0 0 0,0 1 1,3 1 1,3 
Seguro desemprego 0 0,0 4 5,3 2 2,7 6 8,0 
Outros benefícios 0 0,0 0 0,0 5 6,7 5 6,7 
Total 21 28,0 9 12,0 45 60,0 75 100,0 
59 
 
Gráfico 31 - Beneficiários por situação ocupacional (%) 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
Dentre os benefícios concedidos para os moradores do Conjunto, a maior ocorrência é 
de aposentadorias (37,3%), seguido da Bolsa Família (30,7%) e Bolsa Escola (10,7%) 
de acordo com a Tabela 24. Vale apontar que a aposentadoria é um benefício 
concedido por tempo de trabalho / contribuição e situação de incapacidade, não de 
transferência de renda para famílias em situação de pobreza como Bolsa Família e 
Bolsa Escola. O Bolsa Família20 é um Programa de transferência de renda do Governo 
Federal para famílias em situação de pobreza e pobreza extrema. Seu principal foco é 
beneficiar famílias que possuem renda per capta inferior a R$ 70,00 mensais. O Bolsa 
Escola tratava-se também de um benefício de transferência de renda, mas assim 
como outros benefícios (Bolsa Alimentação, Cartão Alimentação e Auxílio-Gás), foi 
unificado ao Programa Bolsa Família. 
 
O Bolsa Família e o Bolsa Escola não tem a intenção de constituir-se como única ou 
principal renda da família, embora em alguns casos assim o seja, 0,7% dos 
domicílios. Nesse sentido, entre os benefícios recebidos pelos moradores do Conjunto 
Mariquinhas, os menores valores, médios, são referentes a esses dois programas: R$ 
134,45 (Bolsa Família) e R$ 118,00 (Bolsa Escola). Os outros benefícios, como 
aposentadoria, pensão, seguro desemprego, dentre outros, auxílios tem valores 
consideravelmente maiores, porém em geral, eles são o único ou o principal 
rendimento do beneficiário. 
 
Apesar de o país ter passado por notável expansão dos benefícios de transferência de 
renda nos últimos 10 anos, no Conjunto Mariquinhas os beneficiários desses tipos de 
programa são poucos, apenas 31 domicílios (41,4% dos domicílios). Em média o valor 
desses benefícios elevou a renda média total por domicílio do Conjunto em R$28,2021. 
 
20
 Programa Bolsa Família. Fonte: http://www.mds.gov.br/bolsafamilia Acesso: 12/11/2012. 
21
 O valor foi calculado com a seguinte formula: valor bolsa escola + valor bolsa família+ salário mínimo/número de 
domicílios da amostra. 
4,0
5,3
17,3
1,3
0,0 0,0 0,00,0
1,3
5,3
0,0 0,0
5,3
0,0
33,3
4,0
8,0
4,0
1,3
2,7
6,7
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
Aposentadoria Bolsa Escola Bolsa Fam¡lia Pensão Programas de 
auxílio
Seguro 
desemprego
Outros 
benefícios
Ocupados
Desocupados
Inativos
60 
 
 Tabela 24 - Distribuição da população por benefício recebido e valor médio do benefício 
 
 
Total Média (R$) 
 Frequência Porcentagem 
Aposentadoria 28 37,3 766,14 
Bolsa Escola 8 10,7 118,00 
Bolsa Família 23 30,7 134,45 
Pensão 4 5,3 622,00 
Programas de auxílio 1 1,3 700,00 
Seguro desemprego 6 8,0 717,67 
Outros benefícios 5 6,7 582,40 
Total 75 100,0 520,09 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
Gráfico 32 - Beneficiários por tipo de benefícios recebidos (%) 
 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
A população ocupada soma, como já foi apontado na Tabela 17, 49,6% do total dos 
moradores do Conjunto Mariquinhas. Entre eles o rendimento mensal é 
predominantemente entre ½ e 2 salários mínimos22 (Tabela 25). 
 
A Renda média per capita da comunidade é de R$414,45 considerando todas as 
rendas (Tabela 26). A renda total do Conjunto Mariquinhas é composta por 
aproximadamente de 80% de salários e 20% de outras rendas. Entre as últimas, as 
aposentadorias e pensões são 12,0% do total e os outros benefícios, em geral de 
transferência de renda, 6,1%, como apontado na Tabela 27 e Gráfico 34. 
 
 
22
 Salário Mínimo referente ao ano de 2012 – R$ 622,00 
37%
11%
31%
5%
1% 8%
7%
Aposentadoria
Bolsa Escola
Bolsa Fam¡lia
Pensão
Programas de auxílio
Seguro desemprego
Outros benefícios
61 
 
 Tabela 25 - Distribuição da população que trabalha segundo faixa de rendimento individual 
 
 Frequência Porcentagem 
Até 1/2 SM* 9 4,5 
De 1/2 a 1 SM 80 39,8 
De 1 a 2 SM 92 45,8 
De 2 a 3 SM 11 5,5 
De 3 a 5 SM 8 4,0 
Mais de 5 SM 0 0,0 
NR / NS 1 0,5 
Total 201 100,0 
(* Salário Mínimo calculado sobre o valor do ano de 2012 – R$622,00) 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
Gráfico 33 - População ocupada por rendimento individual (%) 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 Tabela 26 - Renda média per capita 
 
 Média (R$) 
Renda Salarial 337,40 
Outras Rendas 77,05 
Total 414,45 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
4,5 
39,8 
45,8 
5,5 
4,0 
0,0 0,5 
0,0 
5,0 
10,0 
15,0 
20,0 
25,0 
30,0 
35,0 
40,0 
45,0 
50,0 
Até 1/2 SM De 1/2 a 1 
SM 
De 1 a 2 SM De 2 a 3 SM De 3 a 5 SM Mais de 5 
SM 
NR / NS 
62 
 
 Tabela 27 - Composição da renda total do Conjunto Mariquinhas 
 
 Valor (R$) Porcentagem 
Salário 162.288,00 81,4 
Outros rendimentos 1.000,00 0,5 
Aposentadoria e pensão 23.940,00 12,0 
Outros benefícios 12.120,00 6,1 
Total 199.348,00 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
Gráfico 34 - Composição da renda total do Conjunto Mariquinhas 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
Sobre as pessoas ocupadas moradoras do Conjunto Mariquinhas, é possível afirmar 
que a maior parte se encontra em situação formal de trabalho23. As pessoas 
assalariadas com carteira assinada somam 63,2%, como apontado na Tabela 28. O 
dado é muito importante já que ao formalizar a situação de emprego o assalariado 
passa a ter a garantia de uma série de direitos, inclusive do piso salarial mensal no 
Salário Mínimo definido por lei. 
 
A Taxa de formalidade da população total é de 0,6, ou seja, entre as pessoas 
ocupadas 60% está em situação formal de trabalho, como pode ser observado na 
Tabela 29. No tocante à frequência escolar, as pessoas ocupadas que frequentam a 
escola possuem mais postos de trabalho formais conferindo taxa de formalidade de 
0,7. 
 
23
 Aqui considerando incluídos em situações formais de trabalho as pessoas assalariadas com Carteira de Trabalho e 
os Funcionários/Servidores públicos. 
81% 
1% 
12% 
6% 
Salário 
Outos rendimentos 
Aposentadoria e pensão 
Outros benefícios 
63 
 
A escolaridade também é uma variável que influencia diretamente a condição de 
ocupação da população e no Conjunto isso não é diferente. As maiores taxas de 
formalidade estão entre as pessoas que frequentam a escola (Tabela 30). 
 
O dado demonstra mais uma vez a vulnerabilidade em relação ao trabalho e à renda 
do Conjunto que em linhas gerais apresenta baixa escolaridade. 
 
 Tabela 28 - Distribuição da população ocupada segundo condição de ocupação e frequência à escola 
 
 
Freqüentam Não Freqüentam Total 
 Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem 
Assalariado com CT 
assinada 10 5,0 117 58,2 127 63,2 
Assalariado sem CT 
assinada 3 1,5 14 7,0 17 8,5 
Autônomo / Conta própria 0 0,0 45 22,4 45 22,4 
Free lancer 1 0,5 7 3,5 8 4,0 
Funcionário / Servidor 
público 1 0,5 2 1,0 3 1,5 
Estagiário / aprendiz 
remunerado 0 0,0 1 0,5 1 0,5Total 15 7,5 186 92,5 201 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 Tabela 29 - Taxa de formalidade por frequência à escola 
 
 
Pop total 
ocupada 
Ocupados 
formais Taxa 
Frequentam a escola 15 11 0,7 
Não frequentam a 
escola 186 119 0,6 
Total 201 130 0,6 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
64 
 
 
 
 
 Tabela 30 - Distribuição percentual da população ocupada segundo condição de ocupação e grau de escolaridade 
 
 Analfabeto 
Alfabetização 
de Adultos 
Fundamental 
incompleto 
Fundamental 
completo 
Médio 
incompleto 
Médio 
completo 
Superior 
incompleto Total 
Assalariado com CT assinada 2,0 0,5 25,4 10,0 8,0 15,9 1,5 63,2 
Assalariado sem CT assinada 0,0 0,0 4,5 2,0 1,0 1,0 0,0 8,5 
Autônomo / Conta própria 0,5 0,0 10,4 4,5 1,5 5,5 0,0 22,4 
Free lancer 0,0 0,0 2,5 1,0 0,0 0,0 0,0 4,0 
Funcionário / Servidor público 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 1,5 0,0 1,5 
Estagiário / aprendiz remunerado 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 0,0 0,5 
Total 3,0 0,5 42,8 17,4 10,4 24,4 1,5 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
65 
 
 Tabela 31 - Taxa de formalidade por grau de escolaridade 
 
 Pop total ocupada Ocupados formais Taxa 
Analfabeto 6 4 0,7 
Alfabetização de adultos 1 1 1,0 
Fund. Incompleto 86 51 0,6 
Fund. Completo 35 20 0,6 
Médio incompleto 21 16 0,8 
Médio completo 49 35 0,7 
Superior incompleto 3 3 1,0 
Total 201 130 0,6 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
O sexo é outra variável que influencia a formalidade do trabalho (Tabela 32). Em geral 
as mulheres ainda sofrem com condições de precarização do trabalho. Em 2010, o 
IBGE apontou taxa de formalização nacional de 0,53 para os homens e 0,49 para as 
mulheres. No Conjunto Mariquinhas, contrariando esse cenário, as taxas de ambos os 
sexos são superiores e a taxa das mulheres é a maior (Tabela 33). A situação 
masculina no Conjunto pode estar sendo influenciada pela baixa escolaridade que eles 
apresentam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
66 
 
 
Tabela 32 - Distribuição da população por condição de ocupação, total e por sexo 
 
 
Homem Mulher Total 
 
Frequência 
 ocupação Porcentagem 
Frequência 
ocupação Porcentagem 
Frequência 
ocupação Porcentagem 
Assalariado com CT assinada 66 59,5 61 65,6 127 62,3 
Assalariado sem CT assinada 8 7,2 9 9,7 17 8,3 
Autônomo / Conta própria 28 25,2 17 18,3 45 22,1 
Estagiário/aprendiz 
remunerado 0 0,0 1 1,1 1 0,5 
Free lancer 6 5,4 2 2,2 8 3,9 
Funcionário / Servidor público 2 1,8 1 1,1 3 1,5 
Outra situação 1 0,9 2 2,2 3 1,5 
Não respondeu 0 0,0 1 1,1 1 0,5 
Total 111 100,0 93 100,0 204 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tabela 33 - Taxa de formalidade por sexo 
 
 Pop total ocupada Ocupados formais Taxa 
Homens 110 68 0,6 
Mulheres 91 62 0,7 
Total 201 130 0,6 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
Finalizando as análises acerca da formalidade do trabalho, podemos observar na Tabela 34 que os 
jovens entre 25 e 39 anos apresentam taxa de formalidade mais alta e apesar das pessoas entre 15 
e 24 anos apresentarem dificuldade para inserção e manutenção no mercado, os postos 
conquistados pelos moradores do Conjunto são na maioria formais. Os idosos contam com a menor 
taxa de formalidade no Conjunto. O fato pode ser ocasionado por esse grupo se ocupar de atividades 
informais que complementem a renda proveniente da aposentadoria. 
 
É cabível dizer então que o Conjunto Mariquinhas apresenta condições de ocupação melhores que 
as condições do país (56%24) já que a formalidade é maior e que o grupo mais vulnerável nesse 
sentido é composto por homens com baixa escolaridade. 
 
 Tabela 34 - Taxa de formalidade por grupo etário 
 
 
 Pop total ocupada Ocupados formais Taxa 
15 a 24 anos 45 29 0,6 
25 a 39 anos 85 57 0,7 
40 a 59 anos 66 42 0,6 
60 anos ou mais 5 2 0,4 
Total 201 130 0,6 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
O Conjunto Mariquinhas se mostra bastante vulnerável quando analisado do ponto de vista do 
rendimento domiciliar per capita. Nesse sentido 38,1% dos domicílios vivem com renda domiciliar per 
capita abaixo de meio salário mínimo (Tabela 35). Vale dizer que outros 23,7% da população contam 
com até 1 SM. Configurando as tendências da relação de gênero e renda, mulheres apresentam 
rendimento mensal inferior, comparadas as dos homens, chefe de domicílio. 
 
Quando analisada a renda domiciliar total, é baixa a recorrência de domicílios que vivem com até 
meio SM (Tabela 36). A maior concentração é dos domicílios que vivem com 1 a 2 SM seguidos dos 
que vivem com 2 a 3 SM. Porém o dado não deve ser utilizado para análise de pobreza já que diz do 
total por domicilio e não sobre a renda per capita. 
 
 
24
 Em 10 anos, taxa de formalidade no trabalho cresce de 45,3% para 56%. Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/11/em-10-
anos-taxa-de-formalidade-no-trabalho-cresce-de-453-para-56.html Acesso: Dez/2012. 
 
 
 
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68 
 Tabela 35 - Distribuição percentual de domicílios segundo classes de rendimento mensal domiciliar per capita 
(salário mínimo) e sexo do responsável pelo domicílio 
 
 Homem Mulher Total 
 Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem 
Até 1/2 SM 25 28,7 28 53,8 53 38,1 
De 1/2 a 1 SM 15 17,2 18 34,6 33 23,7 
De 1 a 2 SM 36 41,4 5 9,6 41 29,5 
De 2 a 3 SM 6 6,9 1 1,9 7 5,0 
De 3 a 5 SM 5 5,7 0 0,0 5 3,6 
Mais de 5 SM 0 0,0 0 0,0 0 0,0 
Total 87 100,0 52 100,0 139 100 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Até 1/2 SM 
De 1/2 a 1 
SM 
De 1 a 2 
SM 
De 2 a 3 
SM 
De 3 a 5 
SM 
Mais de 5 
SM 
Homem 28,7 17,2 41,4 6,9 5,7 0,0 
Mulher 53,8 34,6 9,6 1,9 0,0 0,0 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
 
 
Gráfico 35 - Domicílios por renda per capita e chefe do domicílio 
 
 
 
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Tabela 36 - Distribuição de domicílios segundo renda domiciliar total 
 
 
 Freqüência Porcentagem 
Até 1/2 SM 5 3,6 
De 1/2 a 1 SM 23 16,5 
De 1 a 2 SM 43 30,9 
De 2 a 3 SM 35 25,2 
De 3 a 5 SM 25 18,0 
Mais de 5 SM 8 5,8 
Total 139 100 
(* SM = R$622,00) 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
Gráfico 36 - Renda domiciliar total (%) 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
3– EQUIPAMENTOS, ENTIDADES E GRUPOS EXISTENTES 
 
Neste capítulo é realizada uma descrição dos equipamentos, entidades e grupos existentes no 
Conjunto Mariquinhas. Os dados foram coletados através de entrevistas com atores sociais 
residentes no local e com responsáveis pela gerência destes equipamentos. 
 
 
3,6 
16,5 
30,9 
25,2 
18,0 
5,8 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
Até 1/2 SM De 1/2 a 1 SM De 1 a 2 SM De 2 a 3 SM De 3 a 5 SM Mais de 5 SM 
 
 
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70 
Quadro 2 - Síntese dos Equipamentos existentes no Conjunto 
Atuação Nome Entrevistado Situação 
Saúde 
Centrode Saúde Etelvina 
Carneiro 
Maria Cecília Silva Teixeira 
(Gerente) 
Em funcionamento 
Educação 
 
Escola Estadual Inês Geralda 
de Oliveira 
Frederico Maximiliano Vieira 
dos Santos (Diretor) 
Em funcionamento 
Escola Municipal Acadêmico 
Vivaldi Moreira 
Não foi realizada* Em funcionamento 
UMEI Mariquinhas 
Cibele da Silva Bambirra 
(Auxiliar de Secretaria) 
Em funcionamento 
 UMEI Juliana Não foi realizada
25
 Em funcionamento 
Assistência social 
 
Escolinhas da Dona Yvone Yvone Barbosa da Silva Em funcionamento 
Vicentinos 
Célia Maria de Jesus e 
Alseu de Alcântara (SSVP) 
Em funcionamento 
Segurança 13º Batalhão Tenente Antunes Em funcionamento 
Emprego e Renda As Bordadeiras 
Célia Maria de Jesus e 
Yvone Barbosa da Silva 
Desarticulado 
Cultura 
Grupo de Dança de Rua: 
Enigma; Grupo de Teatro Ver 
para Crer. 
Paulo Versiani e Yvone 
Barbosa da Silva 
Desarticulado 
Esporte 
Times de futebol: Vinte e Dois 
de Julho; União da Vila; 
Juventos. 
Paulo Versiani e Reinaldo 
Neves da Silva 
Vinte e Dois de Julho e 
Juventos: 
Desarticulado; 
União da Vila: Em 
funcionamento. 
 
A) SAÚDE 
O centro de saúde mais próximo do Conjunto Mariquinhas e que atende seus moradores, está 
localizado na Rua Mar de Rosas, 140 – Bairro Etelvina Carneiro. O Centro de Saúde Etelvina 
Carneiro oferece todos os serviços de atenção primária tais como: Odontologia, Psicologia, Clínica 
Geral, Ginecologia e Pediatria. Realiza distribuição de medicamentos diversos (farmácia); orienta e 
acompanha grupos operativos como hipertensos, idosos, diabéticos, gestantes, desnutridos. 
Também realiza acompanhamento familiar, exames laboratoriais, eletrocardiograma, acupuntura, 
curativos diversos, vacinação e controle de doenças transmitidas por animais (Zoonoses). 
 Todas as quatro equipes do PSF (Programa Saúde da Família), que compõem o quadro de 
atribuições do centro, possuem um médico generalista. As equipes atuam em áreas delimitadas, 
dentro de sua região de abrangência, com escala de visitas programadas. Observa-se uma 
fragilidade em relação à escala, já que existe uma dependência em relação ao transporte. As 
equipes do PSF têm dificuldades em atender demandas que não estão na rota previamente 
estabelecida, pois atualmente só existe um carro disponível. 
O relacionamento entre comunidade e Centro de Saúde é feito através das referidas visitas dos 
agentes do PSF, bem como das ações dos grupos operativos programadas em todas as áreas de 
abrangência, que inclui o Conjunto Mariquinhas. 
 
25
 A informação foi repassada por Paulo Versiani, na reunião com o GR no dia 26/06/2012. Na ocasião o texto já estava concluído e a 
análise quantitativa realizada. * O mesmo de aplica a Escola Municipal Acadêmico Vivaldi Moreira. 
 
 
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A equipe do Centro de Saúde é composta também por estagiários remunerados, que atuam nos 
serviços “Posso Ajudar”, que visam orientar os usuários em suas necessidades, quando adentram ao 
Centro. Há também o Programa de Estágio Curricular Obrigatório que acolhe estudantes de medicina 
do Hospital das Clínicas (Hospital Escola da UFMG). 
De acordo com a entrevistada Maria Cecília Silva Teixeira, Gerente da Instituição, o referido Centro 
de Saúde atende aproximadamente 16 mil pessoas na sua área de abrangência, embora os usuários 
não cheguem à totalidade informada, pois alguns moradores utilizam planos de saúde privados. O 
atendimento médio é de 7000 pessoas por mês, considerando todos os serviços ofertados pelo 
Centro de Saúde. Dentro desta população, de acordo com a entrevistada, não é possível estimar a 
quantidade de moradores provenientes do Conjunto Mariquinhas, mas garante que a comunidade é 
acolhida a partir de suas demandas tanto espontâneas, quanto programadas. 
Doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, neoplasias, tuberculose e AIDS (HIV) são as 
doenças mais comuns atendidas no Centro de Saúde, destacando que grande parte das consultas 
especializadas são encaminhadas para o Centro de Especialidades Médicas - CEM da Regional 
Norte. As principais “causas mortis” observadas no atendimento são relacionadas às doenças 
cardiovasculares, segundo Cecília. 
De acordo com a gerente, as medidas preventivas que devem ser adotadas pelos usuários do Centro 
de Saúde, observados os hábitos e as ocorrências no PSF são: controles de hipertensão, melhora 
dos hábitos alimentares, além de evitar o sedentarismo, buscando realizar atividades físicas com 
freqüência. 
A qualidade do atendimento no PSF é apontada como muito boa baseada no baixo índice de 
reclamações na ouvidoria. As queixas básicas são sempre relacionadas à falta de médicos, 
principalmente de consultas especializadas. 
Cecília mostra-se otimista em relação aos atendimentos oferecidos pelo Centro de Saúde não 
apontando grandes dificuldades para a realização dos mesmos. Quando indagada a respeito de 
questões que poderiam acrescentar e enriquecer o atendimento, a entrevistada ressalta que a 
logística e o ambiente de trabalho são bons, mas é necessária a ampliação do Centro de Saúde, pois 
o espaço físico é insuficiente. Existe uma proposta em andamento para tal ampliação já aprovado em 
parceria Público/Privado que se encontra em fase de licitação. A empresa licitada ficará responsável 
pela construção, adequação do espaço para acomodar as equipes de trabalho e os usuários, além 
da manutenção do espaço. 
Cecília espera que a comunidade continue apoiando e acreditando nos trabalhos realizados e 
ofertados, pois a população atendida é “boa de trabalhar”. 
 
 
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72 
 
Foto 1 - Centro de Saúde Etelvina Carneiro, localizado na Rua Mar de Rosas, 140 – Bairro Etelvina 
Carneiro. 
 
Fonte: Pesquisa qualitativa PGE. Data: 02/02/2012 
 
B) EDUCAÇÃO 
A maioria26 das crianças com idade de 0 a 5 anos do Conjunto Mariquinhas são atendidas pela 
Unidade Municipal de Educação Infantil – UMEI Mariquinhas, localizada na Rua Acalifa, nº 209. De 
acordo com a secretária Cibele da Silva Bambirra, a capacidade de atendimento da instituição é de 
200 crianças, com uma lista de espera por vagas que varia de 120 a 140 crianças. 
O maior número de crianças atendidas pela UMEI reside no Conjunto Mariquinhas, as demais são 
crianças dos Bairros Juliana, Etelvina Carneiro, Jaqueline e Frei Leopoldo. 
Apesar da UMEI ser aberta para a comunidade, com a oferta de cursos e realização de festas, é 
baixa a participação dos pais e moradores do entorno. Para Cibele, este é um ponto que merece 
atenção, pois o interesse e a participação das famílias da comunidade propiciam a melhoria dos 
trabalhos oferecidos e desenvolvidos na instituição. 
Cibele considera que a qualidade do ensino é boa, mas a estrutura deixa a desejar, pois necessita de 
reformas27 que na ocasião da entrevista já estavam sendo realizadas pela Secretaria Municipal de 
Educação. 
 
26
 Uma pequena parcela estuda na UMEI Juliana, localizada na Rua Acácio Costa Júnior, Nº 1130 – Bairro Juliana. A informação foi 
repassada por Paulo Versiani, na reunião com o GR no dia 26/06/2012. Na ocasião o texto já estava concluído e a análise quantitativa 
realizada, por isto não há informações precisas sobre ela. O mesmo se aplica a Escola Municipal Acadêmico Vivaldi Moreira, localizada na 
Rua Agenor Paula Estrela, 380 – Bairro Jaqueline, que atende algumas crianças e jovens do Conjunto Marquinhas.27 Obras e infraestrutura: “A obra, iniciada no segundo semestre de 2011, tem previsão de conclusão para o segundo semestre de 
2012. São investidos cerca de R$ 1,9 milhões neste empreendimento. Está em execução a reforma geral do prédio existente, inclusive 
playground e estacionamento. Construção de um novo bloco composto por dois pavimentos com nove salas de aulas, instalações 
sanitárias, depósito e recreio coberto”. Fonte: 
http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=politicasurbanas&tax=22807&l
ang=pt_BR&pg=5562&taxp=0& Acesso em: 21/03/2012 
 
 
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Foto 2 – UMEI localizada na Rua Acalifa, 209 no Conjunto Mariquinhas, Bairro Juliana – Iniciadas 
obras de ampliação. 
 
Fonte: Pesquisa qualitativa PGE. Data: 27/02/2012 
 
Em relação ao ensino fundamental, as crianças de 6 a 14 anos são atendidas, principalmente pela 
Escola Estadual Professora Inês Geralda de Oliveira. De acordo com Frederico Maximiliano Vieira 
dos Santos, diretor desta escola, a Instituição oferta o Ensino Fundamental completo do 1º ao 9º ano. 
Oferece ainda, no período noturno, o Ensino Médio Regular, Educação de Jovens e Adultos – EJA e 
o Reinventando o Ensino Médio, novo projeto da Secretaria de Estado de Educação, que forma o 
aluno com ênfase para o trabalho. O aluno pode se formar na área de Turismo, Comunicação 
Técnica e Tecnologia da Informação. 
A escola possui capacidade para atender até 1700 alunos, contando com um quadro de 123 
funcionários. De todos os alunos atendidos, estima-se que 80% são moradores do Conjunto 
Mariquinhas. O Diretor ressalta que os temas relacionados à Educação Sexual e Preservação 
Ambiental, estão incluídos no plano curricular. Sobre o tema de Educação Sexual, a escola mantém 
uma parceria com o Centro de Saúde Etelvina Carneiro, no qual especialistas realizam palestras 
para os alunos orientando sobre doenças sexualmente transmissíveis e distribuição de preservativos. 
Posteriormente, fazem um cadastro dos alunos para que estes obtenham atendimento especial no 
Centro de Saúde. 
Em contrapartida, a escola não oferece atividades extracurriculares para seus alunos e não dispõe 
de horários nos fins de semana para realização de atividades. “Antigamente, a escola ficava aberta 
neste formato, porém devido a vários incidentes, atualmente, não abre mais.” Há relatos de que 
quando a escola era aberta aos finais de semana, havia várias brigas envolvendo pessoas de fora 
que vinham utilizar o espaço que, por este motivo, passou a ficar fechado aos finais de semana. Com 
isso, a comunidade participa apenas dos campeonatos de futebol que fazem parte das atividades da 
disciplina de Educação Física. Em alguns casos, quando algum aluno deseja jogar uma partida de 
futebol na escola no final de semana, são solicitados os nomes dos participantes com o número da 
identidade para que o porteiro identifique e libere a entrada. 
 
 
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Apesar de não oferecer atividades extracurriculares, o convívio com a comunidade é tranquilo, pois a 
violência que existe é externa, não ultrapassa os muros da escola. Todos têm conhecimento dos 
homicídios e brigas por intermédio dos comentários dos alunos. Segundo Frederico, com o passar do 
tempo, percebeu-se um aumento da violência, pois os comentários dos alunos se intensificaram. 
A qualidade do ensino e a baixa evasão escolar são pontos positivos identificados por Frederico. A 
Secretaria Estadual de Educação realiza provas de exames externo, para medir o nível de 
aprendizado do aluno, chamado nível de proficiência. A meta de proficiência da escola, para o ano 
de 2011, era de 624. Com o trabalho realizado, a escola chegou ao nível de proficiência de 670, 
considerado um avanço muito maior que o esperado. A cada ano, há pequenos avanços, 
principalmente em relação à evasão escolar que tem reduzido bastante desde 2004, com a nova 
diretoria. 
Diante da realidade apontada, o Diretor acredita que a educação é o melhor caminho para a melhoria 
da qualidade de vida da população e que a participação dos pais é fundamental. Desta forma, 
incentiva a maior participação da comunidade no espaço da escola e na vida dos alunos. “Os alunos 
com maiores dificuldades são aqueles que os pais não são presentes na escola. Por isso, a 
educação escolar da criança não depende somente da escola, depende também do suporte familiar”, 
afirma o diretor. 
 
 
Foto 3 – Escola Estadual Professora Inês Geralda de Oliveira localizada na Rua Maria Martins, 550 - 
Bairro Celestino. 
 
Fonte: Pesquisa qualitativa PGE. Data: 06/02/2012 
 
C) SEGURANÇA 
O trabalho desenvolvido pela defesa social, referente à segurança pública, visa interagir com a 
comunidade com o intuito de solucionar suas necessidades de segurança conjuntamente. Assim, a 
Polícia Militar dispõe de oito Batalhões dispersos pela cidade a fim de dar suporte na segurança da 
população, além das nove unidades do Comando de Policiamento Especializado - CPE. 
 
 
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No Conjunto Mariquinhas a 18º Companhia da Polícia Militar situada no Bairro Guarani é a 
responsável pelo atendimento da área em que está inserido. O Tenente Antunes do 13º Batalhão, 
situado no Bairro Planalto, no qual a 18º Companhia está inserida, forneceu informações sobre como 
é o realizado o trabalho na região do Conjunto. 
O Conjunto Mariquinhas não tem registros de crimes violentos, como homicídios, estupros, roubos. 
Os crimes registrados no Conjunto resumem-se a brigas, conflitos entre moradores e tráfico de 
drogas. A Polícia Militar, dessa maneira, não adota nenhum tipo de política de aproximação por não 
ser uma área violenta que demande tais medidas. O atendimento, então, é feito somente através da 
Patrulha de Atendimento Comunitário (PAC). O Grupo Especializado de Policiamento em Área de 
Risco (GEPAR) e o Tático Móvel somente realizam passagens periódicas no local, dando suporte no 
combate ao tráfico de drogas. O conjunto não possui o atendimento do GEPAR e do Programa “Fica 
Vivo”, pois somente locais com um alto índice de homicídios recebem tal atendimento. Sendo que o 
GEPAR e o Programa “Fica Vivo” trabalham sempre em parceria. 
As dificuldades apontadas pelo Tenente Antunes se referem ao pequeno número de profissionais 
para atendimento, tanto da comunidade, quanto da área. Caso o Conjunto se torne uma área 
violenta, outro fator complicador para a polícia seria o acesso até a comunidade, uma vez que ela 
está em uma área muito fechada e com poucos acessos estratégicos para a polícia. 
A comunidade não apresenta muitos problemas para a PM. Em relação ao tráfico e uso de drogas, 
algo apontado pelos moradores como problema na localidade, o Tenente Antunes diz que ajudaria 
muito a participação da comunidade levando informações e trabalhando junto com a PM. Para isso, 
utilizariam mais o serviço do 181, Disque Denúncia unificado. Seria uma forma segura de colaborar 
com o trabalho da polícia de forma sigilosa, pois faltam mais informações para que ela trabalhe no 
combate a criminalidade. A comunidade pode passar informações a que tem acesso e que a polícia 
não consegue captar, mesmo com o patrulhamento realizado no bairro. Assim, a sociedade civil 
poderia ajudar no combate à criminalidade. 
D) ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Durante o período de ocupação do Conjunto Mariquinhas a Companhia de Habitação de Minas 
Gerais - COHABconstruiu, na Rua Praça dos Touros, 281, um espaço para abrigar idosos. Mais 
conhecido como Vila Vicentina o local é composto de um salão e várias casas. A denominação é 
devido aos seus cuidadores: a Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP), entidade de assistência 
voluntária ligada ao movimento católico internacional conhecido como Vicentinos. 
O espaço foi cedido aos Vicentinos em forma de comodato, com duração de vinte anos, para que os 
mesmos cuidassem dos idosos que ali residiam. Atualmente são somente cinco idosos que residem 
no local. De acordo com Célia, Presidente da Associação Pró Melhoramento, atualmente, os 
Vicentinos, por intermédio de seu Conselho, gostariam de transferir o cuidado do local e dos idosos 
para esta Associação, mas de acordo com a Prefeitura isto só poderia acontecer se ali não residir 
mais nenhum idoso. 
Alseu de Alcântara, confrade da SSVP, responsável pelos cuidados da Vila, declarou que gostaria de 
devolver a administração do lugar para a Prefeitura ou mesmo para a Associação de Moradores e 
para a comunidade do Conjunto Mariquinhas. O Estatuto do Idoso estabelece muitas restrições e 
responsabilidades para gerir o local, o que dificulta a entrada de novos idosos para residirem na Vila. 
Pelo pouco que pode compreender e obter de informações através do Conselho Central dos 
 
 
Rua Albita, 131/328 . Cruzeiro . BH/MG . CeP-Três0.310-160 . Tel (31) 3287-0947 . orbisbh@terra.com.br 
76 
Vicentinos, Sr Alseu confirma que somente com o lugar vazio, sem residentes, é que a Vila poderia 
ser transferida para outra instituição realizar a gestão. Porém, Sr Alseu não concorda com tal 
procedimento, uma vez que não pretende e não concorda em retirar os atuais idosos que moram na 
Vila Vicentina, para só assim passar a gestão para outros interessados. 
Célia gostaria de utilizar o espaço para implementação de projetos sociais28 para a comunidade, pois 
atualmente existem 10 casas vazias e o salão é pouco utilizado. Pelo fato do local estar sem muitos 
cuidados, Dona Yvone e Célia sempre ajudaram no cuidado dos idosos e estiveram presentes na 
Vila, realizando visitas periódicas e pequenas celebrações, como almoço no dia de Natal. 
 
 
Foto 4 – Vila Vicentina localizada na Rua Praça dos Touros, 281 - Bairro Juliana. 
Fonte: Pesquisa qualitativa PGE. Data: 18/05/2012 
 
A “Escolinha de Dona Yvone” ou “Centro Educacional de Profissionalização e Formação Ambiental 
da Criança e do Adolescente” é outra instituição que presta serviços de assistência social. Aos 
sábados o espaço é cedido para a realização de atividades do Centro Espírita Manoel Felipe 
Santiago que através dos representantes Mariângela e Carlos (advogado do BDMG), realizam 
doações de cobertores e alimentos, para as famílias cadastradas e que participam dessas atividades 
promovidas. Outros usos são: atividades para os pais no galpão do Centro Educacional, atividades 
para as crianças nas salas de aula, atendimento médico aos moradores realização de reuniões da 
Associação Ação Pró Melhoramento. Como relata Dona Yvone, Carlos ainda utiliza o espaço para a 
realização de reuniões com grupos de outros bairros. 
O local ainda conta com atividades do Projeto Pão Forte Educativo realizado pelo INDEC 
(Associação de Cidadania dos Empregados do BDMG). Uma vez por mês, há a doação de farinha 
doce e de sal, para serem distribuídas para as crianças desnutridas do conjunto. 
 
28
 Projetos pretendidos: Projeto Jairzinho: Atender crianças e jovens com aulas de balé, cursos diversos, atividades em grupo; 
Projeto Resgate: Fazer com que os jovens abandonem as drogas, oferecendo cursos, atividades em grupo, aconselhamentos e empregá-
los. 
 
 
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77 
 
Foto 5 – Centro Educacional de Profissionalização e Formação Ambiental da Criança e Adolescente, 
localizada na Rua Vaqueiro de Búfalo, 275 – Conjunto Mariquinhas. 
Fonte: Pesquisa qualitativa PGE. Data: 18/05/2012 
 
Através das entrevistas realizadas, não foi verificado a atuação de nenhum CRAS-Centro de 
Referência de Assistência Social e de atividades de cunho social e comunitário de igrejas e outras 
instituições religiosas no local. 
E) EMPREGO E RENDA 
Em 1997, após a ocupação do território do Conjunto Mariquinhas, quinze moradoras iniciaram 
conjuntamente uma atividade voltada para o bordado, dentre elas Dona Yvone, responsável pela 
Escolinha. A atividade se iniciou com a oficina Memória e Cultura, dentro do projeto Arte e Criação 
da Prefeitura de Belo Horizonte, sendo as aulas realizadas no espaço do Centro Educacional. As 
moradoras desejavam realizar uma atividade que fornecesse uma renda extra, além de novamente 
reuni-las. Toda a trajetória de luta pela casa própria, os desafios de morar debaixo da lona, a 
amizade que se construiu nesse percurso, a felicidade de ter onde morar e a conquista desse sonho 
estão retratados no documentário: Vila Mariquinhas: a memória no bordado.29 
Esta atividade foi importante não só pelo resgate da memória da constituição do Conjunto, mas 
principalmente para garantir também uma forma de renda para as pessoas envolvidas. O grupo 
realizou exposições no Palácio das Artes, Celma Albuquerque Galeria de Arte na Savassi e em 
viagem para Ouro Preto. A última exposição que realizaram como grupo de bordadeiras do Conjunto 
Mariquinhas foi no restaurante Balaio de Gato em 2011. 
Atualmente, o grupo não está mais em ativa, pois a maioria das mulheres iniciou uma atividade 
remunerada fora de casa, porém Dona Yvone relata que ainda algumas bordadeiras trabalham 
sozinhas em casa, como ela mesma. Célia pretende reunir as quatro bordadeiras que ainda bordam 
e residem na comunidade, entre elas Dona Yvone, para retomar as atividades e oferecerem também 
oficinas através da Associação Ação Pró Melhoramento que venha a beneficiar a comunidade, 
 
29
 Lançamento do Documentário "Vila Mariquinhas: a memória no bordado": Fonte: http://www.overmundo.com.br 
/agenda/lancamento-do-documentario-vila-mariquinhas-a-memoria-no-bordado. Acesso em 07/02/2011. 
 
 
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garantindo uma forma de emprego e renda. Dona Yvone expressa o mesmo desejo, ao dizer que 
gostaria de realizar a oficina um dia da semana no espaço do Centro Educacional. 
F) CULTURA 
De acordo com os moradores, existiram no Conjunto Mariquinhas dois grupos que realizavam 
atividades culturais na comunidade: grupo de teatro Ver para Crer e grupo de dança Enigma. Os dois 
grupos eram abertos à participação de qualquer morador e as aulas eram realizadas dentro da 
“Escolinha da Dona Yvone”. Estes foram formados por volta de 2001 e 2002 e os professores eram 
Rogério e Simone alunos da Universidade Federal de Minas Gerais, como relata Dona Yvone. A 
moradora conta que estes alunos recebiam uma ajuda de custo pelo Centro Cultural da UFMG para 
ministrarem as aulas no conjunto. 
Nos dias atuais apenas o grupo de dança Enigma realizou um encontro para discutir a possibilidade 
de retomar as atividades. O grupo de teatro está desarticulado, já que suas atividades cessaram por 
volta de 2008. Dona Yvone relata que ambos os grupos terminaram, com a saída dos professores 
que não mais recebiam a ajuda de custo pelo Centro Cultural da UFMG, terminando assim com as 
atividades. Futuramente a Associação dos Moradores do Conjunto Mariquinhas pretende realizar 
algumas atividades iniciando com um grupo de capoeira, com professores da própria região. 
G) ESPORTE 
O esporte,assim como as atividades citadas anteriormente, também integra a história do Conjunto. 
De acordo com Paulo Versiani, na comunidade existem três times de futebol: Vinte e Dois de Julho, 
União da Vila e Juventos. 
O time Vinte e Dois de Julho foi formado em Sabará (Marzagânia - antes da ocupação do 
Mariquinhas) e hoje é composto por moradores do Conjunto e pessoas de regiões vizinhas. O 
presidente do time é Reinaldo Neves da Silva, marido de Dona Yvone. Já ganhou vários troféus e 
participou de vários campeonatos. 
 
Foto 6 – Cozinha da casa de Dona Yvone e Reinaldo Neves, localizado na Rua Serro Azul, nº 275 
com os troféus conquistados pelo time Vinte e Dois de Julho. 
Fonte: Pesquisa qualitativa PGE. Data: 18/05/2012 
 
 
 
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O time União da Vila é composto por moradores do Conjunto e é organizado por “Betinho”. O time é 
registrado em cartório e no Departamento de Futebol Amador – DFA. Concorre em vários 
campeonatos como as Copas Venda Nova e Itatiaia. Já o Juventos, time também formado por 
pessoas do Conjunto, é coordenado pelo “De Rubim” e está parado por falta de articulação. 
O morador Paulo e o próprio presidente do time Vinte e Dois de Julho ressaltam que apenas o União 
da Vila joga atualmente, mas em campeonatos e jogos fora do Conjunto. Os demais não jogam 
porque as obras no campo de futebol não estão prontas, inviabilizando, assim, os treinos. 
 
 
Foto 7 – Campo de Futebol 22 de Julho, decorrente do OP 2005/2006. 
Fonte: Pesquisa qualitativa PGE. Data: 27/02/2012 
 
Em síntese, com o levantamento dos equipamentos e instituições que atendem o Conjunto 
Mariquinhas, percebe-se que devido a sua localização e pelas mobilizações realizadas, muitas das 
demandas foram atendidas. Porém, os moradores reconhecem e denunciam as melhorias ainda 
necessárias para o desenvolvimento da comunidade. Atualmente, muitas de suas histórias e 
conquistas estão se perdendo, como os próprios espaços coletivos, que uma vez foram 
determinantes para a história do conjunto e hoje deixaram de ser referência. Mas, registra-se o 
anseio de vários moradores de construírem novos planos e projetos para tais espaços, assim como a 
construção de novos espaços. Muitos estão convictos de que estas melhorias poderão ser 
conquistadas através da conclusão do Plano Global Específico, e que além de melhorias estruturais 
seja possível conquistar, enfim, a titulação dos terrenos. 
4 – ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA 
 
A) ASSOCIATIVISMO E PRINCIPAIS LIDERANÇAS 
 
As barreiras que impedem o desenvolvimento social de qualquer segmento podem ser entendidas de 
várias maneiras, como a falta de oportunidades, descaso do governo, além da ausência de atitudes 
concentradas na mobilização e participação popular. Na atual circunstância uma comunidade que 
não se mostra raramente terá suas demandas atendidas de pronto. Desta maneira o associativismo, 
entendido como uma forma de ação participativa, impede a desigualdade, desde que seja exercitada 
 
 
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em todos os contextos a fim de manter o diálogo com o poder público na busca de atender as 
necessidades. 
 
No Conjunto Mariquinhas esta ação participativa está concentrada em pessoas isoladas que zelam 
pela melhoria da comunidade, mas a participação comunitária precisa ser resgatada e se configurar 
na união das duas Associações de Moradores que atuam no local. 
 
No que diz respeito às lideranças comunitárias, somente 50 entrevistados, isto é 36% do total (139) 
citaram algum morador do Conjunto que atua nesse sentido. Entre eles Paulo Sérgio Versiani foi o 
mais citado. O morador participou, como liderança, do movimento de ocupação da localidade na 
ocasião do surgimento da comunidade e atualmente é o Presidente da Associação de Moradores do 
Conjunto Mariquinhas. Na Tabela 37 estão identificadas as outras lideranças informadas na 
pesquisa. 
 
 
 Tabela 37 - Lideranças citadas 
 
 Frequência Porcentagem 
Célia 2 4,0 
Cláudia 1 2,0 
Geraldo 2 4,0 
Paulo 43 86,0 
Ivone 2 4,0 
Total 50 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
Durante a elaboração do PGE outras lideranças foram identificadas e entrevistadas, conforme 
especificado no Quadro 3. Além de Paulo Versianri, Célia Maria, Dona Geralda e Dona Yvone 
participaram ativamente das ações de estruturação e urbanização do Conjunto, bem como das 
primeiras conquistas que beneficiaram a comunidade. 
 
Quadro 3 – Dado dos entrevistados 
Instituição Nome do Entrevistado Cargo/Função 
Associação de Moradores do 
Conjunto Mariquinhas 
Paulo Sérgio Versiani 
Presidente e morador 
antigo 
Associação Ação Pró Melhoramento Célia Maria de Jesus 
Presidente e moradora 
antiga 
- Geralda Amaral Moradora antiga 
Centro Educacional de 
Profissionalização e Formação 
Ambiental da Criança e Adolescente 
Yvone Barbosa da Silva 
Presidente e moradora 
antiga 
Time de Futebol Vinte e Dois de 
Julho 
Reinaldo Neves da Silva Presidente 
 
 
 
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B) NÍVEL DE PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO 
 
Através das análises sobre o tempo de residência dos moradores do Conjunto Mariquinhas pode-se 
observar a solidez da comunidade nesse aspecto, porém, ao analisar a comunidade do ponto de 
vista da participação e da organização comunitária, o mesmo não pode ser afirmado. A participação 
em grupos de interesses sócio-comunitários é muito baixa. A Associação de moradores, entidade 
representativa da comunidade, é conhecida por apenas 6,5% da comunidade e dentre essas 
pessoas a maioria nunca participa das ações do grupo, como explicitado na Tabela 38. 
 
Já os grupos de interesse restrito, como as instituições religiosas e grupos de jovens, são mais 
conhecidos e contam com maior participação. A Tabela 38 apresenta os dados referentes ao 
conhecimento e participação nos grupos mencionados acima. Já a Tabela 39 apresenta os mesmos 
dados, porém acerca dos outros membros dos domicílios. 
 
 Tabela 38 - Conhecimento e participação de grupos organizativos – entrevistado 
 
 
 
 
Conhece Participa 
Frequência Porcentagem Sim Não 
Às 
vezes NR/NA 
Associação de 
Moradores 9 6,5 22,2 55,6 22,2 0,0 
Instituição religiosa 71 51,1 50,7 21,1 28,2 0,0 
Grupo de Jovens 28 20,1 17,9 78,6 0,0 3,6 
Conselho 8 5,8 12,5 62,5 12,5 12,5 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 Tabela 39 - Conhecimento e participação de grupos organizativos - por membros do domicílio 
 
 
 
Conhece Participa 
Frequência Porcentagem Sim Não Às vezes NR/NA 
Associação de 
Moradores 3 2,2 33,3 33,3 33,3 0,0 
Instituição religiosa 43 30,9 67,4 9,3 18,6 4,7 
Grupo de Jovens 13 9,4 69,2 23,1 7,7 0,0 
Conselho 3 2,2 0,0 100,0 0,0 0,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
Como verificamos anteriormente, no histórico de lutas e conquistas do Conjunto, a organização e 
participação comunitária possuía outra configuração. Ao contrário dos expostos nas Tabelas 38 e 39 
a comunidade possuia uma boa capacidade de organização com a participação de diversas pessoas 
engajadas na busca de melhores condições para a comunidade. 
 
 
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A formação das comissões, a criação da Associação de Moradores do Conjunto Mariquinhas com 
seus conselhos e departamentos, o grupo das bordadeirasbem como a constituição da Associação 
Ação Pró Melhoramento são algumas dos exemplos que deram certo, mas que atualmente perderam 
forças, pois não possuem participação ativa da população. Paulo Versiani, ao que tudo indica, é a 
liderança que possui maiores responsabilidades na busca de solução para as demandas, seguido de 
Célia Maria. 
Célia considera baixo o grau de interesse da comunidade pelas atividades do Conjunto. Segundo ela 
“[os moradores] desacreditaram nas lideranças. Antigamente todos eram unidos, preocupavam um 
como outro, mas hoje se afastaram”. 
 
C) NÍVEL DE INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO SOBRE PROJETOS E 
ATIVIDADES EXISTENTES 
 
Na Tabela 40 podemos verificar que de acordo com a visão da população entrevistada é baixa a 
oferta de projetos para a comunidade, representando apenas 1,4% dos moradores entrevistados. 
Dentre eles metade apontou a creche e a outra metade o Orçamento Participativo. 
 
Estes dados podem evidenciar uma certa desarticulação das Associações e dificuldade de 
planejamento para busca de parcerias que possam propiciar o desenvolvimento de atividades para a 
população. Informações que vão de encontro aos já apresentados no item acima referente a baixa 
participação população e organização atual. 
 
 Tabela 40 - Conhecimento sobre projetos na comunidade (%) 
 
 
 
Existe 
 
Qual (%) 
 Frequência Porcentagem Creche OP 
Sim 2 1,4 50,0 50,0 
Não 133 95,7 
 Não sabe 4 2,9 
 Total 139 100,0 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
5 – AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE VIDA PELA COMUNIDADE 
 
A) PRINCIPAIS DEMANDAS 
 
Na pesquisa amostral os entrevistados foram solicitados a indicar três principais demandas do 
Conjunto, entre elas a mais recorrente foi a melhoria do transporte público seguido da solicitação por 
espaços de lazer (Tabela 41). Também foi recorrente a demanda pela instalação de um posto 
médico e odontológico na localidade e a melhoria do policiamento e segurança. 
 
Quando solicitados a indicar a necessidade mais importante, ou seja, mais urgente, o posto médico e 
odontológico foi apontado por 55 entrevistados, ou seja, 13,2% dos deles. 
 
 
 
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Tabela 41 - Demandas da comunidade 
 
Demandas da comunidade 
Melhorias Físicas 
 Frequência Porcentagem 
Abertura / alargamento de vias 10 2,4 
Pavimentação de vias 27 6,5 
Tratamento de áreas de risco 4 1,0 
Drenagem da Rede pluvial 26 6,2 
Subtotal 67 16,1 
Melhorias Sociais 
 Frequência Porcentagem 
Creche/Escola 7 1,7 
Transporte 61 14,6 
Posto médico e odontologia 55 13,2 
Atividades culturais, esportivas e de 
lazer 20 4,8 
Policiamento e segurança 46 11,0 
Regularização Fundiária 5 1,2 
Espaços para lazer 57 13,7 
Cursos técnicos / 
profissionalizantes 15 3,6 
Subtotal 266 63,8 
Serviços Básicos 
 Frequência Porcentagem 
Rede de esgoto 40 9,6 
Abastecimento de água 4 1,0 
Limpeza urbana / Coleta de lixo 11 2,6 
Subtotal 55 13,2 
Outros 
 Frequência Porcentagem 
Outros 14 3,4 
Não respondeu 6 1,4 
Não sabe 6 1,4 
Nenhuma 3 0,7 
Subtotal 29 7,0 
Total 417 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
Se separadas entre demandas de melhorias físicas, demandas de melhorias sociais e demandas de 
ampliação da oferta de serviços básicos, podemos observar que as melhorias sociais são as mais 
demandadas, correspondendo a 64% dos entrevistados. As melhorias físicas foram requisitadas com 
16% de recorrência e os serviços básicos com 13%, como constam no Gráfico 37. 
 
 
 
 
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Gráfico 37 - Demandas da Comunidade (%) 
 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
As principais lideranças entrevistadas também compartilharam das mesmas demandas citadas acima 
e anseiam por outros benefícios para a população. Como é o caso de Dona Geralda. 
Ela considera que a comunidade é beneficiada por se localizar próxima do centro de Venda Nova e 
da Estação do Metrô e considera um bom local para morar. Embora observe algumas necessidades 
a serem supridas tais como a realização de atividades diversas para os moradores, através de 
atividades físicas, por intermédio da Academia da Cidade30, bem como a instalação de outros 
espaços de convivência para crianças, jovens e adultos. Outro ponto citado pela moradora refere-se 
à Regularização Fundiária do assentamento. Dona Yvone compartilha semelhante desejo de Dona 
Geralda, ao querer transformar o espaço da “Escolinha” em Academia da Cidade, porém ainda não 
houve nenhuma articulação a respeito de tal proposta. 
De acordo com o Paulo Versiani, uma reivindicação atual dos moradores é a construção de um Posto 
de Saúde dentro da comunidade. Mesmo cientes do projeto de ampliação do Centro de Saúde 
Etelvina Carneiro, projeto confirmado pela gerente do Centro, os moradores pleiteiam a construção 
de um posto dentro do próprio Conjunto. Outra queixa do morador é em relação ao transporte 
coletivo, devido ao fato dos ônibus não trafegarem na área interna da comunidade, somente ao 
redor; além da fragilidade da segurança, pois não existe policiamento contínuo na comunidade 
considerando-o inexistente. (“a viatura vem e fica andando de duas em duas horas”). 
As observações de Célia vão ao encontro das de Paulo Versiani em relação à saúde e ao transporte. 
Esta afirma que as maiores necessidades estão relacionadas à área da saúde tais como uso de 
drogas, esgoto mal canalizado, lixo, demora nas consultas no Centro de Saúde e falta de médicos. 
 
30
 Desde 2006, o Projeto BH Saúde coloca em funcionamento a rede de Academias, desenvolvida pela Prefeitura de Belo Horizonte, 
por meio da Secretaria Municipal da Saúde, denominada Academia da Cidade. As atividades são gratuitas e qualquer pessoa acima de 18 
anos pode participar. Fonte: http://portalpbh.pbh.gov.br /pbh/ecp/ comunidade.do? 
evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=saude&tax=16466&lang=pt_BR&pg=5571&taxp=0&. Acesso em: 14/03/2012. 
16%
64%
13%
7%
Melhorias Físicas
Melhorias Sociais
Serviços Básicos
Outros
 
 
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Outra demandas atual é que além do título definitivo de propriedade, a comunidade pleiteia a 
mudança do nome do Conjunto Mariquinhas31. Paulo Versiani afirma que a comunidade acredita que 
o nome “Mariquinhas” seja pejorativo. Não existe nada concreto, mas 22 de Julho e Conjunto Juliana 
foram alguns nomes que surgiram como opções, mas será preciso reunir a comunidade para 
definição da mudança e sugestão de novos nomes o que deve ocorrer após a regularização do local. 
B) AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
Em relação aos serviços oferecidos à comunidade (Tabela 42), os entrevistados afirmam não 
encontrar limitação para acessar já que a maioria é oferecida dentro da própria comunidade. Isso 
abrange aos serviços de transporte, saúde, coleta de lixo, segurança, creche e escola. Somente 
quanto ao lazer a situação é inversa já que a comunidade não oferece muitos espaços dificultando o 
uso da população. 
 
Os serviços de saúde (Gráfico 38) são avaliados negativamente pela comunidade, mais uma vez 
reforçando as demandas levantadas nas entrevistas. Os de segurança não deixam os moradores 
nem satisfeitos, nem insatisfeitos. O transporte, os serviços educacionais e a coleta de lixo são 
avaliados positivamente. As áreas de lazer também foramavaliadas positivamente, porém é 
importante esclarecer que a avaliação foi realizada pelas pessoas que acessam esse serviço e que 
elas somam uma pequena parcela dos moradores do Conjunto Mariquinhas. 
 
Ainda sobre o último aspecto 55,3% da população conhece algum local interno para lazer, 
socialização, prática de atividades culturais ou de lazer. Os locais identificados pela comunidade 
estão expostos na Tabela 43 a seguir. 
 
 Tabela 42 - Serviços existentes, localização e uso 
 
 
Existe Local Utilização 
Sim (%) Não (%) 
Na Vila 
(%) 
Na 
vizinhança 
(%) Sim (%) Não (%) 
Área de 
Lazer 6,5 93,5 77,8 22,2 100,0 0,0 
Coleta de 
Lixo 100,0 0,0 99,3 0,7 100,0 0,0 
Creche 95,7 4,3 91,7 8,3 96,2 3,8 
Escolas 99,3 0,7 95,7 4,3 99,3 0,7 
Saúde 97,8 2,2 81,6 19,1 96,3 3,7 
Segurança 92,1 7,9 96,1 3,9 97,7 2,3 
Transporte 99,3 0,0 94,9 5,1 97,8 2,2 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
 
31
 Favela é Isto Aí. Fonte: http://www.favelaeissoai.com.br/comunidades_mostra.php?cod=15. Acesso: 14/03/2012. 
 
 
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86 
Gráfico 38 - Grau de satisfação com serviços (%) 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 Tabela 43 - Conhecimento de locais de socialização para atividades culturais, esportivas e de lazer 
 
 Frequência Porcentagem 
Área de esporte e lazer 2 1,4 
Área de socialização 64 46,0 
Área para atividades culturais 11 7,9 
Não conhece 62 44,6 
Total 139 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 Tabela 44 - Locais de socialização para atividades culturais, esportivas e de lazer 
 
 Frequência Porcentagem 
Área de lazer da comunidade 2 2,6 
Igreja Católica 1 1,3 
Creche 41 53,9 
Campo 6 7,9 
Quadra 3 3,9 
Escola/grupo escolar/colégio 23 30,3 
Total 76 100,0 
 Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
O Presidente da Associação de Moradores do Conjunto Mariquinhas, Paulo Vesiani, vê como 
satisfatório quase todos os aspectos de infraestrutura local, contudo, somente a área de Saúde é 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Totalmente Insatisfeito
Insatisfeito
Nem insatisfeito, nem 
satisfeito
Satisfeito
Totalmente satisfeito
 
 
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considerada insatisfatória, uma vez que não consegue atender toda a demanda do conjunto e da 
região. 
C) NÍVEL DE SATISFAÇÃO COM O CONJUNTO 
 
O nível de satisfação da população do Conjunto Marquinhas com o local é alto, 69,1% do total 
pesquisado considera Bom morar no Conjunto e 7,9% ótimo, isto é, 77% da população faz uma 
avaliação positiva do assentamento, conforme Tabela 45. 
 
De acordo com o Gráfico 40, a boa vizinhança, a tranquilidade e a localização foram motivos pela 
taxa de satisfação mais alta. Em contrapartida, e até de forma contraditória, o incômodo causado 
pela vizinhança foi indicado como motivo pelo grau de satisfação mais baixo, juntamente com a 
violência e as drogas (Gráfico 40). Porém, é importante ressaltar que a frequência absoluta de 
pessoas que indicaram a vizinhança como motivo negativo é menor que as que indicaram por motivo 
positivo. A avaliação negativa do Conjunto como local para se viver somou 5,1% do total de 
entrevistados. 
 
 Tabela 45 - Nível de satisfação com o Conjunto 
 
 Frequência Porcentagem 
Ótimo 11 7,9 
Bom 96 69,1 
Regular 25 18,0 
Ruim 4 2,9 
Péssimo 3 2,2 
Total 139 100,0 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Gráfico 39 - Nível de satisfação com a comunidade (%) 
 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
Gráfico 40 - Justificativa do por que é ótimo morar no Conjunto (%) 
 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
 
8% 
69% 
18% 
3% 2% 
Ótimo 
Bom 
Regular 
Ruim 
Péssimo 
36,4 
54,5 54,5 
27,3 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
É perto de tudo Tranquilidade Boa vizinhança / boa 
convivência 
Outros 
 
 
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89 
 
Gráfico 41 - Justificativa do por que é péssimo morar no Conjunto 
 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
Conforme Tabela 46, em geral a população espera e acredita que no futuro o Conjunto Mariquinhas 
vai reunir ainda mais motivos para alta satisfação em morar na localidade ao indicar melhorias 
físicas, sociais e de oferta de serviços básicos. As melhorias físicas se destacam, com a população 
apontando que estará melhor em relação a pavimentação das ruas e becos e demais condições, sem 
precisar muito bem os detalhes. 
 
Analisando as outras expectativas é possível inferir que a população espera que todas as 
pendências relacionadas ás questões sociais também sejam atendidas, principalmente na oferta de 
áreas de lazer, atividades culturais e esportivas para jovens e adultos, bem como melhoria do 
transporte público e segurança para a comunidade. Já no que tange aos serviços básicos oferecidos 
à comunidade, os entrevistados esperam melhorias principalmente em relação a canalização do 
esgoto. 
 
Finalizando a análise das expectativas positivas é interessante perceber que a população indica 
como expectativa futura justamente as demandas atuais. O fato leva a crer que as pessoas esperam 
que as demandas sejam atendidas. 
 
As expectativas negativas somaram 1,1%, porém não foram específicas. Os entrevistados somente 
afirmam que a situação do Conjunto vai piorar. 
 
 
 
 
 
 
33,3 33,3 33,3 33,3 
0,0 
5,0 
10,0 
15,0 
20,0 
25,0 
30,0 
35,0 
A vizinhança incomoda Violência no local Drogas Outros 
 
 
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 Tabela 46 - Expectativas em reação ao futuro do Conjunto 
 
Melhorias Físicas 
 Frequência Porcentagem 
Mais obras 1 0,5 
Melhorar as condições da vila 29 15,7 
Pavimentação de ruas e becos 31 16,8 
Urbanização da vila 15 8,1 
Subtotal 76 41,1 
Melhorias Sociais 
 Frequência Porcentagem 
Áreas de lazer 15 8,1 
Atividades para crianças e jovens 1 0,5 
Melhorar o acesso ao comércio e suas 
casas 5 2,7 
Centro Cultural/esportivo/de lazer 2 1,1 
Criar/Revitalizar a Associação de Moradores 1 0,5 
Cursos técnico-profissionalizantes 1 0,5 
Diminuir a violência 2 1,1 
Mais empregos 1 0,5 
Creche 1 0,5 
Linhas de ônibus 9 4,9 
Melhorias na área da saúde 1 0,5 
Policiamento 3 1,6 
Posto de saúde 5 2,7 
Mais escolas 1 0,5 
Mais segurança na vila 8 4,3 
Projetos para os jovens 7 3,8 
Subtotal 63 34,1 
Serviços Básicos 
 Frequência Porcentagem 
Canalização de esgoto 20 10,8 
Infraestrutura 6 3,2 
Rede de esgoto 4 2,2 
Mais limpeza 1 0,5 
Subtotal 31 16,8 
Outros 
 Frequência Porcentagem 
Vai piorar 2 1,1 
Outras 10 5,4 
Nenhuma 3 1,6 
Subtotal 15 8,1 
Total 185 100 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
 
 
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Quando analisadas as expectativas em relação à moradiapercebe-se que a maior parte das pessoas 
vislumbra permanecer residindo na comunidade e realizar obras de reforma, melhoria ou 
acabamento nos domicílios (Tabela 47). Outros pretendem comprar ou ganhar um domicílio no local. 
Apenas 1,9% das pessoas indica expectativa de mudar do domicílio. É importante pontuar que a 
questão da segurança mais uma vez aparece aqui, sendo a expectativa de 0,2% dos entrevistados. 
 
 
 
Tabela 47 - Expectativa em relação à moradia 
 
Condições da moradia 
 Frequência Porcentagem 
Acabar 15 3,6 
Aumentar 6 1,4 
Melhorar 30 7,2 
Reformar/arrumar/fazer acabamento 43 10,3 
Subtotal 94 22,54 
Outros 
 Frequência Porcentagem 
Construir/comprar uma casa 11 2,6 
Mudar 1 0,2 
Ganhar uma casa nova 1 0,2 
Indenização 1 0,2 
Mudar 8 1,9 
Segurança 1 0,2 
Vender 1 0,2 
Outras 34 8,2 
Nenhuma 1 0,2 
NS / NR 264 63,3 
Subtotal 323 77,5 
Total 417 100,00 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
 
O comércio disponível na localidade é considerado para a maioria da população de mediano a ruim, 
conforme o Gráfico 42. A maioria afirma que localmente existem poucas opções e as que existem 
não tem preços nem mercadorias competitivos. O centro comercial mais próximo é em Venda Nova. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Gráfico 42 - Grau de satisfação com o comércio local (%) 
 
 
Fonte: Pesquisa socioeconômica e organizativa 
Ainda sobre a satisfação com o local Paulo Versiani diz que o Conjunto Mariquinhas é “um paraíso”, 
devido à tranquilidade da comunidade. “Você sai da sua casa cinco horas da manhã para trabalhar e 
volta à meia-noite e sua casa vai estar do jeitinho que você deixou. Tem droga aqui sim e já morreu 
pessoa aqui também, mas nunca morreu trabalhador aqui”, exemplifica. 
6 – DIAGNÓSTICO SETORIAL 
 
A) PRINCIPAIS DEMANDAS DA COMUNIDADE 
 
Ficou claro a partir dos dados expostos, que as demandas da comunidade perpassam pelas 
questões de infraestrutura e demandas sociais como a oferta de espaços de lazer, transporte, 
segurança, ações para jovens e saúde respectivamente. Também ficou claro que a comunidade se 
preocupa com o bem estar social da população e é sobre esse ponto de vista que devem ser 
analisadas as demandas aqui apresentadas. 
 
Os serviços de saúde são oferecidos no bairro Etelvina Carneiro e a grande reivindicação é que seja 
instalada no Conjunto uma Unidade de Saúde, aproximando mais a população à equipe de saúde. A 
unidade de saúde do bairro Etelvina Carneiro atende a uma série de bairros e possui 4 equipes de 
PSF. Os programas de promoção da saúde, foco atual do trabalho de saúde pública, demandam a 
presença das pessoas e a construção de laços de confiança e reciprocidade entre equipe e 
população. Sendo assim, a implantação das ações de prevenção e acompanhamento de doenças 
crônicas localizadas no Conjunto seria uma das alternativas para satisfazer a demanda e alcançar 
melhores resultados. 
 
18,0 
22,3 
10,1 
48,9 
0,7 
0,0 
10,0 
20,0 
30,0 
40,0 
50,0 
60,0 
Totalmente 
Insatisfeito 
Insatisfeito Nem insatisfeito, 
nem satisfeito 
Satisfeito Totalmente 
satisfeito 
 
 
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O transporte público é alvo das solicitações da comunidade por não haver circulação dentro do 
Conjunto, dificultando assim, o acesso a alguns pontos. Alterar a rota do ônibus que passa no 
entorno do Conjunto para que ele passe nas vias principais certamente atenderia a comunidade. 
Outra alternativa seria a implantação de uma linha suplementar que atendesse o local garantindo o 
tráfego em mais de uma via. Os novos traços de rotas de ônibus devem estar aliados às melhorias 
de infraestrutura como pavimentação e abertura de vias. 
 
A segurança pública é uma demanda da comunidade apontada principalmente nos diversos relatos 
dos representantes do Grupo de Referência. Somente a entidade competente - Polícia Militar - 
aponta que os índices de violência no local não são representativos. Nesse sentido a segurança 
pode ser alcançada com ações de aproximação entre os órgãos de segurança, seja polícia, seja 
conselho de segurança pública ou outros, com a comunidade e seus representantes. A participação 
da Polícia Militar em encontros da Associação de Moradores e o planejamento junto a ela de ações 
de prevenção, rotina de ronda e abertura de constante diálogo com devolutiva da polícia sobre a 
segurança e demandas da comunidade seriam formas de alterar o sentimento de insegurança latente 
no Conjunto Mariquinhas. 
 
As demandas de infraestrutura abarcam alargamento de ruas, pavimentação de ruas e becos, 
ampliação e/ou construção de redes de esgotamento além da disponibilidade de espaços públicos de 
lazer, socialização e esporte. Algumas dessas ações foram alcançadas através do Orçamento 
Participativo. Algumas obras já estão concluídas outras em andamento. Porém, outras tantas não 
foram discutidas nem planejadas, o que o PGE pode realizar com excelência. 
 
É evidente a necessidade de ampliação dos espaços coletivos de socialização para realização de 
atividades culturais e esportivas. A finalização das obras do campo de futebol e a implementação de 
praças é uma das alternativas, além do melhor aproveitamento da Escolinha da Dona Ivone e da Vila 
Vicentina. Espaços que podem ser utilizados como referência para a comunidade para a oferta de 
atividades de esporte, cultura, lazer, geração de trabalho e renda, dentre outros de acordo com as 
demandas que surgirem mesmo após a elaboração do PGE. 
 
Para uma melhor utilização dos espaços é necessário também que a comunidade se envolva em 
atividades coletivas, o que não tem acontecido. O PGE pode indicar ações que provoquem o 
movimento da comunidade nesse sentido, o que pode ser anterior ou paralelo à construção dos 
espaços físicos, necessitando inicialmente promover o fortalecimento da Associação de Moradores 
com a adesão de novos integrantes e capacitação dos mesmos. Vale realçar que a existência de 
espaços físicos não determina a organização comunitária ou o envolvimento em ações de esporte e 
cultura, tampouco a inexistência dos espaços físicos determinantes para a não existência de 
movimentos coletivos. 
 
Outra ação que poderia atender a necessidade dessa mobilização comunitária seria o envolvimento 
da Escola Professora Inês Geralda, UMEI Mariquinhas, Escolinha da Dona Ivone e Vila Vicentina 
oferecendo atividades que despertassem na comunidade essa mobilização e participação. 
 
A Vila Vicentina conta com espaço ocioso e há a intenção da Associação Pró-Melhoramento de 
utilizar o espaço, porém, existe um impasse com a Prefeitura de Belo Horizonte, o que poderia ser 
tocado e resolvido com o desenvolvimento do PGE. Devido a sua localização estratégica e 
 
 
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disponibilidade de espaço a Escolinha da Dona Ivone também deve ser utilizado para benefício da 
comunidade. 
 
B) PRINCIPAIS PROBLEMAS E PONTOS POSITIVOS DA COMUNIDADE 
 
O pertencimento em uma comunidade faz emergir demandas sejam elas estruturais ou sociais 
relacionadas às melhorias que impactam visivelmente a vida das pessoas. Porém, além dessas 
demandas facilmente percebidas, como as indicadas anteriormente, cada comunidade traz pontos 
críticos e pontos fortes que devem ser analisados separadamente das demandas para primeiro 
entender a real situaçãoem que ela se encontra e, segundo, para traçar ações realmente possíveis 
com possibilidades reais de transformar a vida da comunidade de forma sustentável e duradoura. 
 
Sendo assim, o principal problema que pode ser obervado no Conjunto Mariquinhas e que não foi 
recorrente na voz dos moradores é a desarticulação comunitária. O Conjunto nasceu de um 
movimento social onde as pessoas se uniram em torno da casa dos sem casa. Através do 
movimento coletivo conseguiram a instalação das famílias no Conjunto e as primeiras melhorias do 
local. Através do histórico da comunidade fica claro o papel importante e essencial que teve a 
Associação Comunitária com seus Conselhos para a conquista de serviços e ações impactantes em 
todos os âmbitos da vida dos moradores. O que parece é que a medida que as melhorias foram 
sendo alcançadas e o Conjunto de consolidou as pessoas foram se desmobilizando. É importante 
obervar que não houve migração significante que justificasse essa desmobilização por quebra de 
laços sociais. As pessoas do Conjunto moram, em geral há muitos anos no local, o que aconteceu foi 
que as ações se tornaram personalizadas, sem a intenção aqui de discutir os pormenores desse 
movimento, e hoje somente os representantes daquela época continuam atuando. Sequer os grupos 
organizativos são conhecidos pelos moradores e a indicação das lideranças também é bastante 
tímida, considerando que se trata de uma comunidade que se constituiu a partir de um movimento 
tão marcante. A indicação se concentra apenas na figura do atual Presidente da Associação de 
Moradores, Paulo Versiani. Outro fato que chama a atenção é que os grupos não políticos, de 
cultura, esporte e geração de renda também se desfizeram na recente história do Conjunto 
Mariquinhas. 
 
Assim ação urgente que deve prever o PGE é a mobilização social para a reorganização e a 
retomada dos grupos representativos e dos grupos de lazer, cultura e geração de trabalho e renda. É 
necessário que seja resgatado na comunidade a história e os motivos que fizeram os grupos se 
unirem anteriormente. 
 
Outros problemas que parecem não ser conhecidos pela comunidade são em relação à baixa 
escolaridade da população, baixa capacitação profissional e alta taxa de desemprego, principalmente 
entre os jovens. Entre os três itens pode-se afirmar que existe relação já que baixa escolaridade e 
capacitação dificultam a inserção ou manutenção no mercado de trabalho. E para os que conseguem 
a inserção, a renda é certamente menor. Em relação à baixa escolaridade o PGE pode prever junto 
com as campanhas de organização social a inserção das pessoas nas classes de Educação de 
Jovens e Adultos disponíveis na Escola Estadual Professora Inês Geralda de Oliveira, que atende à 
comunidade. Pode-se, em relação à capacitação profissional, realizar parcerias com entidades 
privadas e públicas para oferta de cursos além de convênio com empresas e encaminhamento de 
jovens para o Programa Primeiro Emprego. 
 
 
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Outra ação que atenderia tanto os problemas referentes à organização comunitária como de trabalho 
é a mobilização da comunidade para a organização de grupos produtivos que pode, inclusive, prever 
a retomada do grupo das bordadeiras, o que já é uma demanda da líder comunitária Célia. 
 
Para a superação dos problemas e o alcance das demandas, assim como de todo o previsto no 
PGE, é imprescindível partir daquilo que a comunidade tem de positivo, dos seus pontos fortes. 
Sendo assim, é importante destacar que a própria história de constituição, ocupação e conquista de 
melhorias do Conjunto Mariquinhas através da mobilização social deve ser entendida como um ponto 
forte da comunidade a ser despertado para a retomada. Ainda com referência ao histórico, grande 
parte da população do Conjunto Mariquinhas participou da ocupação ou é descendente de quem 
participou, demonstrando que existe vínculo da população com o local, com a história e com a 
própria vizinhança. 
 
Apesar dos grupos organizativos terem se desfeito, as lideranças ainda atuam e são reconhecidas 
como lideranças. Existe o comprometimento delas com a comunidade, com os grupos e o desejo de 
reativar o trabalho iniciado anteriormente. Esse deveria ser um ponto de partida do trabalho de 
mobilização que deverá expandir as possibilidades oferecendo condições para os jovens moradores 
ocuparem posições de representantes da comunidade. 
 
Apesar de poucas as instituições que atendem ao Conjunto Mariquinhas, a avaliação dos serviços é 
na maior parte satisfatória, apontando que a população não precisa se preocupar com as 
necessidades primárias. Por um lado esse poderia ser um risco já que as necessidades primárias 
fazem com que a comunidade crie uma rede de solução de demandas, mas a característica pode ser 
utilizada como ponto forte e positivo. As instituições podem, juntamente com as lideranças locais 
formais e informais, mobilizar a participação da comunidade como um todo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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III. ASPECTOS FÍSICO-AMBIENTAIS 
 
As análises apresentadas nos aspectos físico-ambientais respaldam-se em levantamentos de campo 
e em informações fornecidas pelas concessionárias de serviços e órgãos públicos. Elas se referem à 
área de estudo determinada no Plano Global Específico do Conjunto Mariquinhas e englobam os 
aspectos urbanísticos, sanitários e geológico-geotécnicos. 
 
A) CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO 
 
A caracterização a seguir tem como objetivo contextualizar a inserção do conjunto em dois níveis de 
abordagem: suas inter-relações com o município e com o seu entorno imediato. Essa caracterização 
em relação ao contexto urbano formal explicitará as principais referências espaciais externas ao 
assentamento e de alto grau referencial para a comunidade. 
1. CARACTERIZAÇÃO DA REGIONAL 
 
O Conjunto Mariquinhas localiza-se na Região Administrativa Norte de Belo Horizonte limitando-se a 
norte com o Município de Santa Luzia, a leste e sudeste com a Regional Nordeste, a Sudoeste com a 
Regional Pampulha e a noroeste com a Regional Venda Nova. De acordo com o Censo IBGE/2010, 
a Regional Norte possui 212.953 habitantes distribuídos em uma área de 33,43 km2, o que resulta 
em uma densidade demográfica de 6.386,7 hab/km2. Essa população representa aproximadamente 
9% da população total do município e é a regional com o segundo menor número de habitantes. A 
área da regional representa perto de 10% da área total do município e é a quinta maior área dentre 
as regionais. A densidade demográfica é menor que a do município de Belo Horizonte (7.175,68 
hab/km2) e é a terceira menor densidade dentre as regionais. 
A ocupação da Regional Norte aconteceu de forma gradativa, pois a região configurou-se como zona 
de expansão de Belo Horizonte. Esta ocupação se deu por volta de 1930 em áreas públicas do que 
hoje seriam os bairros Primeiro de Maio e São Bernardo. A partir de 1930, intensificou-se a 
ocupação, devido ao grande crescimento demográfico da cidade que se expandiu para além dos 
limites da Av. do Contorno. Hoje encontramos a Regional Norte em um quadro de contrastes: de um 
lado bairros com população de melhor poder aquisitivo e infra-estrutura urbana, e de outro, bairros e 
vilas com população carente que oferecem aos seus moradores condições mínimas de moradia. 
 A Região Norte tem recebido a partir da última década empreendimentos governamentais como a 
implantação da Linha Verde e a construção do Centro Administrativode Minas Gerais, que tem 
estimulado sua ocupação, seu crescimento populacional e o deslocamento de atividades comerciais 
e de serviços antes restritas às regiões sul e centro. 
As obras do Orçamento Participativo, de 1993 até 2006, resultaram na urbanização de vários bairros 
e na construção de vários equipamentos públicos como escolas, unidades municipais de educação 
infantil, centros de saúde, áreas de lazer e esportes, e também do Centro Cultural São Bernardo. No 
total foram aprovadas 129 obras através do OP, das quais 95 já estão concluídas. A região 
apresenta possibilidades de expansão econômica e vem sendo valorizada após realizações de obras 
urbanas como a construção da Avenida Risoleta Neves (via 240) e a Linha Verde, já citada, entre 
outras. De acordo com dados da Prefeitura Municipal a Região Norte conta hoje com os seguintes 
equipamentos públicos: 
 
 
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- Educação: 19 Escolas Municipais, 7 Unidades Municipais de Educação Infantil ( UMEI),20 Creches 
conveniadas. 
- Saúde: 19 Centros de Saúde, 01 Unidade de Pronto Atendimento, 01 Central de Esterilização, 01 
Centro de Controle de Zoonoses, 01 Laboratório de Zoonoses, 01 Farmácia Distrital, 01 Centro de 
Convivência, 06 Academias da Cidade, 01 Centro de Especialidades Médicas (CEM Norte), Hospital 
Maternidade Sofia Feldman, Hospital Risoleta Tolentino Neves (Pronto Socorro Venda Nova) 
- Social: 4 Espaços de BH Cidadania - (CRAS Conjunto Jardim Felicidade, Providência, Zilah Spósito 
e Brasilina Maria de Oliveira, no bairro Novo Aarão Reis), 3 Centros Culturais (São Bernardo, Ziláh 
Spósito e Jardim Guanabara), 10 Centros de convivência para a 3ª idade. 
- Estrutura Urbana: 2 Estações BH BUS (São Gabriel e Vilarinho), 3 Estações de Metrô (1º de Maio, 
Waldomiro Lobo e Floramar), 5 Parques (Madri, Planalto, Nossa Senhora da Piedade, Vila Clóris e 1º 
de Maio), 5 Conjuntos Habitacionais populares, 1 Abrigo municipal – Abrigo São Vicente de Paula, no 
bairro 1° de Maio, 7 Campos de futebol, 62 Praças e logradouros públicos, 3 Unidades de 
Recebimento de Pequenos Volumes URPV), 1 Cemitério público – Cemitério Nossa Senhora da 
Consolação, 1 Cemitério particular - Cemitério Parque Bosque da Esperança 
Situada entre os aeroportos Confins e Pampulha, a região obteve um eixo de integração com a 
implantação da linha do metrô, que liga a estação Minas Shopping à Venda Nova. Apesar da região 
ter sofrido uma ocupação gradativa e desordenada, possui ainda um razoável número de lotes vagos 
(aproximadamente 1.700).”32 
O acesso viário à região é feito pelas avenidas Cristiano Machado e Vilarinho, pelo corredor viário 
formado pelas avenidas Pedro I e Antônio Carlos, pela Rodovia MG-20 e pela Avenida Risoleta 
Neves (via 240). Atendida por um grande número de linhas de transportes coletivos a região que já 
era atendida pela linha de metrô São Gabriel foi também beneficiada pela implantação da ligação da 
linha do metrô a Venda Nova. 
As principais centralidades da Regional coincidem com alguns dos equipamentos urbanos já citados, 
destacando-se o Hospital Risoleta Tolentino Neves, o Cemitério Bosque da Esperança, a Linha 
Verde e as estações de metrô. 
Quanto às atividades econômicas, até a década passada houve um predomínio de pequenos 
comércios e serviços e algumas indústrias de médio porte. Esse cenário tem sofrido alterações a 
partir dos empreendimentos implantados recentemente, conforme dito anteriormente, e já é possível 
observar o aparecimento de comércios e indústrias de médio e grande porte. 
O Vetor Norte da RMBH passa por grandes transformações desde a instalação da Cidade 
Administrativa na região. A presença da sede do Governo de Minas Gerais está estimulando uma 
série de novas oportunidades de investimentos privados no entorno, que compreendem o comércio, 
serviços, habitação, dentre outros, que possibilitarão a essa região crescer rapidamente. Dentre os 
projetos já previstos, o mais próximo ao Conjunto Mariquinhas é o da Catedral Metropolitana Cristo 
Rei, idealizado pela Arquidiocese de Belo Horizonte. Prevista para ser erguida no mesmo bairro da 
área de estudo, em terreno lindeiro à Av. Cristiano Machado, com mais de 50.000 metros quadrados, 
a catedral contará com espaço para acolher até 20.000 pessoas. Há uma grande especulação e 
 
32
 Fonte: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Dados disponíveis em: 
http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=regionalnort
e&tax=6729&lang=pt_BR&pg=5501&taxp=0& (pesquisa realizada em 17/04/2012) 
 
 
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temor entre os moradores do entorno de que sejam necessárias remoções de famílias para a 
execução de obras viárias para comportar o fluxo de trânsito de um equipamento desta natureza. 
Estão previstas na Lei 7.165/96, com alterações da Lei 9.959/10, as Operações Urbanas 
Consorciadas para Reestruturação no Vetor Norte de Belo Horizonte. Segundo o Anexo IV da 
referida Lei, a área do Conjunto Mariquinhas está inserida na Área de Influência Indireta dessa 
Operação Urbana, ficando submetido a critérios especiais de ocupação.33 
A Região Norte é dividida em 8 Unidades de Planejamento – UPs, subdivididas em 42 bairros e vilas 
distribuídos em uma área de 34,32 km². Nela estão catalogadas 87 áreas de matas naturais, 62 
praças e logradouros públicos, 12 canteiros centrais e cinco parques ecológicos. Importantes cursos 
d’água do município passam pela Regional Norte como os córregos Vilarinho e Isidoro e o Ribeirão 
do Onça. Limita-se com as regionais Nordeste, Pampulha e Venda Nova e com os municípios de 
Santa Luzia e Vespasiano. 
As oito UPs da Regional Norte são: Jaqueline, Isidoro Norte, Furquim Werneck, Planalto, São 
Bernardo, Tupi/Floramar, Primeiro de Maio e Jardim Felicidade. O Conjunto Mariquinhas localiza-se 
na UP Jaqueline, composta também pelos bairros Canaã, Jaqueline, Juliana, Frei Leopoldo, Etelvina 
Carneiro, Marize, Madri, Xodó, Celestino e pelo Conjunto Habitacional Zilah Spósito. O Índice de 
Qualidade de Vida Urbana – IQVU (2006) da UP Jaqueline é 0,52, classificado como médio. Medido 
pela Prefeitura de Belo Horizonte,o IQVU é um instrumento fundamental de monitoramento dos 
impactos das ações e intervenções públicas, previsto no Plano Diretor do Município34. Ele foi medido 
considerando-se onze variáveis: abastecimento, assistência social, educação, esportes, cultura, 
habitação, infra-estrutura urbana, meio ambiente, saúde, serviços urbanos e segurança urbana, cada 
uma com um peso diferente. Este conjunto de indicadores foi processado através de um modelo 
matemático para se obter uma "nota" final única para cada UP, ou seja, o IQVU do lugar. 
 
 
 
33
 Lei no 9959/10, Art.14 – Ficam acrescentados à Lei 7.165/96 os seguintes arts. 69-A a 69-O. 
(...) 
Art. 69-B – A Operação Urbana nas áreas em Reestruturação no Vetor norte de Belo Horizonte tem as seguintes 
finalidades: 
I – ordenar a ocupação do solo, visando a estruturar nova centralidade no entorno da Cidade Administrativa do Estado de 
Minas Gerais; 
II – assegurar condições para a expansão do uso institucional de interesse publico, complementar às atividades da Cidade 
Administrativa do Estado de Minas Gerais; 
III – garantir a proteção e a valorização do patrimônio arquitetônico, cultural e paisagístico; 
IV – ordenar o crescimento urbano na região; 
V - permitir a implantação de quipamentos estratégicos para o desenvolvimento urbano;VI – implantar espaços públicos; 
VII – ampliar e melhorar a rede viária estrutural e local; 
VIII – proteger as áreas de fragilidade ambiental; 
IX – otimizar as áreas envolvidas em intervenções urbanísticas de porte; 
X – reciclar as áreas consideradas subutilizadas 
(...) 
Art. 69-G – Fica criada a Subárea IV – Área de Influência Indireta, integrante das Áreas em Reestruturação no vetor Norte 
de Belo Horizonte, configurada pelas áreas inseridas em regiões potencialmente beneficiadas e valorizadas por 
intervenções urbanísticas públicas, e com capacidade para reciclar as áreas consideradas subutilizadas. 
 
34
 Fonte: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Dados disponíveis em: www.pbh.gov.br/planejamento/iqvu (pesquisa 
realizada em 17/04/2012) 
 
 
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Figura 1 - Localização da Regional Figura 2 - Localização da UP na Regional 
 Fonte mapas base: www.pbh.gov.br 
 
 
2. CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO IMEDIATO 
 
Essa caracterização tem como objetivo contextualizar a inserção do Conjunto Mariquinhas no 
entorno imediato, a partir da identificação de quatro aspectos: uso e ocupação do solo, malha viária e 
sistema de transporte, centralidades e equipamentos de uso coletivo, além de elementos que se 
caracterizam como barreiras. 
O Conjunto Mariquinhas está situado no Bairro Juliana e tem como limítrofes a norte o Bairro Frei 
Leopoldo, a nordeste o Bairro Etelvina Carneiro, a Sudeste o Bairro Marize, a sul o Bairro Xodó-
Marize, a sudoeste o Bairro Vila Clóris e a noroeste o Bairro Satélite. De acordo com a Lei de 
Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo - LPOUS, a área em estudo é classificada como Zona 
Especial de Interesse Social 3 - ZEIS 3. Em seu entorno imediato há áreas classificadas como Zona 
de Adensamento Restrito 2 - ZAR-2, Zona de Proteção 2 – ZP2, e como Zona de Proteção Ambiental 
– ZPAM e Zona de Grandes Equipamentos.35 
 
 
35
 - ZEIS-3 são regiões edificadas em que o Executivo tenha implantado conjuntos habitacionais de interesse social.; 
 
 
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100 
Figura 3 – Zoneamento, Hierarquização do Sistema Viário e Áreas de Diretrizes Especiais – LPOUS 
7.166/1996. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo de Belo Horizonte No 7.166/1996 
 
Figura 4 - Zoneamento, Hierarquização do Sistema Viário e Áreas de Diretrizes Especiais – LPOUS 
8.137/200036 
 
 
 
 
 
 
 
 
- São ZEs as regiões ocupadas por grandes equipamentos de interesse municipal ou a eles destinadas. 
Capítulo II, Art, 14, § 3º : As áreas classificadas como ZE no Anexo II são destinadas, prioritariamente , a: 
I - pólo industrial, a do Serra Verde, localizada em Venda Nova e identificada às folhas 4 e 5;(...) 
- ZAR-2 são regiões em que as condições de infra-estrutura e as topográficas ou de articulação viária exigem a restrição 
da ocupação. 
- São ZPAMs as regiões que, por suas características e pela tipicidade da vegetação, destinam-se à preservação e à 
recuperação de ecossistemas, visando a: 
I - garantir espaço para a manutenção da diversidade das espécies e propiciar refúgio à fauna; 
II - proteger as nascentes e as cabeceiras de cursos d'água; 
III - evitar riscos geológicos. 
Parágrafo único - É vedada a ocupação do solo nas ZPAMs, exceto por edificações destinadas exclusivamente ao seu 
serviço de apoio e manutenção. 
- São ZPs as regiões sujeitas a critérios urbanísticos especiais, que determinam a ocupação com baixa densidade e maior 
Taxa de Permeabilidade, tendo em vista o interesse público na proteção ambiental e na preservação do patrimônio 
histórico, cultural, arqueológico ou paisagístico, e que se subdividem nas seguintes categorias: 
(...) 
ZP-2, regiões, predominantemente ocupadas, de proteção ambiental, histórica, cultural, arqueológica ou paisagística ou em 
que existam condições topográficas ou geológicas desfavoráveis, onde devem ser mantidos baixos índices de densidade 
demográfica; 
 
*Fonte: Lei de Parcelamento Ocupação e Uso do Solo, N
o
. 7166/96, com alterações introduzidas pela Lei 8137 /00 
36
 As partes em branco no mapa identificam as áreas que não sofreram alterações pela Lei 8.137/2000 e que devem ser 
consideradas conforme o estabelecido pela Lei 7.166/1996. 
 
 
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101 
 
 
Fonte: Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo de Belo Horizonte No 8.137/2000 
Figura 5 - Zoneamento, Hierarquização do Sistema Viário e Áreas de Diretrizes Especiais – LPOUS 
9.959/201037 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo de Belo Horizonte No 9.959/2010 
 
Para fins do PGE foi definida como área de estudo a área constante no Universo de Atuação da 
Urbel (2010) para o Conjunto Mariquinhas, incorporando-se as quadras situadas a oeste deste 
assentamento, ao longo da Rua Dez, Avenida B e em parte das ruas Caliandra, Barretos e Vaqueiro 
de Búfalo, atualmente identificadas como quadras 4 e 5, em que foram observados problemas de 
saneamento relacionados à presença de córrego. 
Na área à esquerda da Rua Estrela, abaixo da área de estudo a ocupação se assemelha à ZEIS, 
mas ela não está incluída no estudo já que passou por intervenções feitas pela SUDECAP e é 
considerada cidade formal, classificada como ZAR-2. 
Há uma grande área verde no entorno que não tem infra-estrutura para ser utilizada pela 
comunidade, mas que possui potencial para se transformar em uma área de lazer. 
No Conjunto e no seu entorno há apenas comércio local, composto por bares, padarias e mercearias 
em sua maioria. Os moradores costumam buscar comércio e serviços em Venda Nova e no Bairro 
São Benedito, em Santa Luzia, locais distantes e para os quais não há linhas diretas de transporte 
coletivo. Entretanto, as principais áreas de comércio e serviços que atendem ao assentamento se 
localizam nas ruas Maria Martins, Serro Azul, Barretos e Praça dos Touros. 
 
37
 As partes em branco no mapa identificam as áreas que não sofreram alterações pela Lei 8.137/2000 e que devem ser 
consideradas conforme o estabelecido pela Lei 7.166/1996 e pela Lei 8.137/2000. 
 
 
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O uso no entorno é composto principalmente por edificações residenciais unifamiliares, de padrão 
construtivo bom, construídas em alvenaria e predominantemente rebocadas, pintadas e com telhado, 
com alguma presença de comércios localizados pontualmente. 
As áreas livres existentes correspondem a áreas de preservação ou de altas declividades e se 
localizam próximas à Avenida Cristiano Machado e a leste do assentamento. 
As principais vias de acesso ao assentamento são a Avenida Cristiano Machado e o corredor viário 
formado pelas avenidas Antônio Carlos e Pedro I, dando acesso a praticamente todas as regiões da 
cidade e a outros municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Outra importante 
via é a Rodovia Professor Américo Renê Gianetti (MG-10), que consiste na continuação da Av.Cristiano Machado, dando acesso à Cidade Administrativa do Estado de Minas Gerais e ao vetor 
norte da RMBH. Acessar o assentamento por veículo, a partir de todos estes acessos, é possível 
pela Rua Maria Martins, via esta que tangencia o conjunto. 
A Avenida Cristiano Machado é classificada pela Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo – 
LPUOS, de Belo Horizonte, como uma Via Arterial devido a sua importância dentro do sistema viário 
da cidade e da região metropolitana como um todo. Tem fluxo diário de 80 mil carros, entre 
automóveis, ônibus e veículos de carga, e concentra cinco estações do metrô. Apresenta, em seu 
trecho próximo ao Conjunto Mariquinhas, largo canteiro central que divide a via em duas pistas, 
contando cada uma com duas faixas de tráfego, o que se caracteriza como estrangulamento da via, 
tendo em vista que no restante de sua extensão ela possui quatro ou mais pistas por sentido. São 
constantes congestionamentos e retenção de trânsito neste trecho nos horários de pico. Há calçadas 
para pedestres ao longo de toda a Avenida, com exceção do trecho em viaduto que atravessa a Av. 
Pedro I, próximo ao Hospital Risoleta Tolentino Neves. 
A Avenida Pedro I é uma importante via que divide as regionais Norte e Venda Nova. Atualmente, ela 
está em processo de duplicação com o intuito de constituir, juntamente com a Avenida Antônio 
Carlos, um importante corredor de transporte coletivo da cidade, adotando o modal de transporte 
rápido sobre ônibus (BRT). Após duplicada, ela terá seis faixas de rolamento por sentido, sendo duas 
destas segregadas e exclusivas para o sistema BRT. A maior parte das interseções e cruzamentos 
em nível da via serão extintos através da construção de diversos viadutos para a sua transposição, 
tornando o trânsito mais rápido e diminuindo o tempo de deslocamento entre o Vetor Norte e o 
Centro de Belo Horizonte. 
A Rodovia Professor Américo Renê Gianetti (MG-010) compõe a Linha Verde, que liga Belo 
Horizonte ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves – Confins. Ela possui importância regional 
uma vez que interliga diversos municípios da Região Metropolitana, tais como Santa Luzia, 
Vespasiano, Lagoa Santa e Confins. Além disso, ela também possibilita o acesso à Cidade 
Administrativa Presidente Tancredo Neves, nova sede oficial do Governo do Estado de Minas Gerais. 
O complexo abriga todas as Secretarias de Estado e conta com o trânsito de mais de 16.000 
pessoas, entre servidores, funcionários e público flutuante. 
A Rua Maria Martins interliga o assentamento aos três grandes corredores viários descritos acima, 
sendo o seu principal acesso. Nela estão localizados alguns poucos comércios, tais como mercados 
e padarias, e a Escola Estadual Professora Inês Geralda de Oliveira. Essa via apresenta geometria 
com alta declividade, principalmente considerando que pela via trafegam ônibus do sistema de 
transporte público. 
 
 
 
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Figura 6 - Principais Vias de Acesso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atualmente, o Conjunto Mariquinhas está integrado à Estação BHBUS de Integração Metrô-Ônibus 
Vilarinho, localizada na via de mesmo nome, próximo ao entroncamento com a Av. Cristiano 
Machado e a MG-010. A operação é de forma intermodal (integrando ônibus e metrô), que possibilita 
viagens mais rápidas e com novas opções de deslocamento pagando apenas uma passagem. As 
linhas que conectam o assentamento à Estação Vilarinho são: 601, 735 e 736. As duas últimas 
operam apenas nos domingos e feriados. As duas outras linhas que atendem a estação são a 607 
(Pedra Branca / Jaqueline) e a 637 (Canaã / Estação Vilarinho – Via Bairro Serra Verde). Estas 
linhas operam em regime de laboratório para análise de sua operação, bem como dos tempos de 
viagem e demanda. 
 
 
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A Estação de Integração Vilarinho ainda está em fase de construção e a expectativa é de que se 
transforme na maior estação intermodal (metrô/BRT/ônibus) do sistema de transporte coletivo da 
RMBH. Ela será a última estação do corredor Antônio Carlos/ Pedro I do BRT e terá linhas 
alimentadoras para os bairros lindeiros e municípios vizinhos. Os bairros previstos para a integração 
na Estação Vilarinho são: Jaqueline, Juliana, Serra Verde, Minas Caixa, Jardim Europa, Conjunto 
Caieiras, Jardim da Glória, Vila Esportiva, Morro Alto, Vila Califórnia, Vila Clóris, Vila Satélite e São 
Pedro, entre outros.38 Também está prevista a construção de um grande centro de compras nos 
pavimentos superiores da estação, o Shopping Estação BH, o qual será administrado pela empresa 
BR Malls. Estima-se que, quando terminada, a Estação Vilarinho tenha uma demanda diária de mais 
de 120 mil passageiros, contra os atuais 30 mil. 
A proximidade do Conjunto Mariquinhas à Avenida Cristiano Machado, onde circula um grande 
número de linhas de transporte coletivo, e a integração com a Estação Vilarinho, possibilita aos 
moradores acesso a todas as regiões da cidade e, inclusive, a municípios vizinhos, na região 
Metropolitana. Esta conexão tende a ser ampliada com a implantação do BRT na mesma estação. 
Há duas linhas de ônibus que atendem diretamente o Conjunto Mariquinhas, todas passando pelas 
ruas Maria Martins, dos Toureiros e Praça dos Touros, sendo elas: 
- 5513 (Juliana via Etelvina Carneiro): Liga o assentamento ao Centro de Belo Horizonte, via Av. 
Cristiano Machado, passando próximo à Rodoviária e ao Mercado Central. 
- 601(Nova York/ Juliana): Integração com Estação Vilarinho. Somente nos dias úteis e aos sábados. 
Aos domingos e feriados a linha 601 é substituída pelas linhas 735 (Estação Vilarinho/ Juliana A) e 
736 (Estação Vilarinho/ Juliana B), ambas de integração com a Estação Vilarinho. 
As distâncias entre a região central do conjunto e os pontos de ônibus são de no máximo 400m, 
como se observa na figura a seguir. Os pontos mais próximos localizam-se nas vias limítrofes do 
assentamento e os caminhos a serem percorridos pelos moradores são dificultados apenas em sua 
área central, onde há declividades elevadas em algumas vias ou becos não pavimentados. 
Considera-se que a distância a ser percorrida pelos moradores do Conjunto Mariquinhas até os 
pontos de ônibus do entorno é pequena, mas prejudicada pela precariedade de algumas vias 
internas ao assentamento. O número de linhas de ônibus é pequena e não atende as áreas de 
comércio e serviços utilizadas pelos moradores, como Venda Nova e o Bairro São Benedito em 
Santa Luzia.Além disso, as linhas existentes não passam pelo corredor viário formado pelas 
avenidas Pedro I e Antônio Carlos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
38
 Fonte: www.metrobh.gov.br (consulta: abril/2012) 
 
 
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Figura 7 - Principais Linhas de Transporte Coletivo 
 
 
 
 
 
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O conjunto Mariquinhas tem pouco destaque na paisagem urbana, tendo em vista suas 
características semelhantes às do entorno, principalmente em relação ao uso, à ocupação, ao 
padrão construtivo e à verticalização. Entretanto, em algumas porções é possível visualizar padrões 
de assentamento informal, manifestadas, principalmente, pela maior densidade, pelo pior padrãoconstrutivo e pela descontinuidade do sistema viário. Esses padrões não estão concentrados em um 
único setor do assentamento, mas localizados em diferentes pontos, sendo mais evidente na sua 
porção norte. 
Os principais equipamentos coletivos que atendem ao Conjunto Mariquinhas são: 
- Escola Estadual Professora Inês Geralda de Oliveira, localizada na Rua Maria Martins no 550, 
Bairro Celestino; 
- Unidade Municipal de Ensino Infantil do Conjunto Mariquinhas – UMEI Mariquinhas, localizada na 
Rua Acalifa, no 209, Conjunto Mariquinhas 
- Posto de Saúde Etelvina Carneiro, localizado na Rua Mar de Rosas, n°140 – Bairro Etelvina 
Carneiro; 
Há ainda um campo de futebol que está passando por obras de urbanização que incluem colocação 
de gramado, alambrado, arquibancada, vestiário, demarcação e pavimentação de vias ao redor. 
A principal referência e centralidade do entorno é o Cemitério Bosque da Esperança. 
 O mapa com os principais equipamentos coletivos, áreas de concentração de comércio, áreas 
verdes, de lazer e centralidade citadas, encontra-se a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 8 - Equipamentos de Uso Coletivo, Comércio, Área Verde e de Lazer e Centralidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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B) EMPREENDIMENTOS GOVERNAMENTAIS 
 
Conforme pode ser observado no Mapa – Empreendimentos Governamentais, na área de estudo do 
Conjunto Mariquinhas houve a implantação /execução de alguns empreendimentos vinculados ao 
Orçamento Participativo – OP, além da previsão de outros conquistados recentemente através deste 
e, também, de intervenções relativas ao Programa de Vias Urbanas Prioritárias - VIURBS39, aos 
Projetos Viários Prioritários (Anexo II da Lei 7.165/96), ao Programa de Recuperação Ambiental e 
Saneamento dos Fundos de Vale dos Córregos em Leito Natural (DRENURBS40), e ao Programa de 
Aceleração do Crescimento (PAC2). Ainda foram previstas para a Regional Norte, através da lei 
9.959/2010, as seguintes Operações Urbanas Consorciadas41, cujas implementações trarão 
consequências para o assentamento em estudo: Operação Urbana nas Áreas em Reestruturação no 
Vetor Norte de Belo Horizonte (Anexo IV da Lei 9.959/10), e Operação Urbana do Isidoro (Anexo 
XXXI da Lei 9.959/10). 
 
A área de estudo do Conjunto Mariquinhas tem já executado, em andamento e em vias de serem 
implantados os seguintes empreendimentos: 
- OP 95, empreendimento nº 102: previa obras de contenção, construção de escadaria e 
pavimentação nas ruas 10, Alpinea, Malva Rosa, Caliandra e Ardísia, localizadas no Bairro Juliana. 
Esse empreendimento foi executado pela SUDECAP; 
- OP 2003/2004, empreendimento nº 67: previa a urbanização de vias (pavimentação, contenção, 
drenagem e construção de escada) no complexo da Rua Vaqueiro de Búfalo, incluindo os seguintes 
trechos: Rua Vaqueiro de Búfalo entre as ruas Tamarix e Barretos; Rua Tamarix entre a Avenida B e 
a Rua Maria Martins; Rua Cruzeiro entre as ruas Tamarix e Estrela; Rua Brilhantina entre as ruas 
Cruzeiro e Maria Martins; Rua Barretos entre a Avenida C e Praça dos Touros; Rua Estrela entre as 
 
39
 O Programa de Vias Urbanas Prioritárias (VIURBS) tem como um dos principais objetivos melhorar o sistema 
de vias da cidade e otimizar o transporte coletivo. Consiste em um conjunto de propostas que prevê 148 
intervenções para criar alternativas de trânsito de uma região a outra, descongestionando o hipercentro da 
capital. Conceitualmente o VIURBS enfatiza o planejamento para médio e longo prazo, com intervenções 
previstas em cerca de 10 anos. 
 
40
 O DRENURBS tem como alguns dos principais objetivos promover a despoluição dos cursos d'água, a 
redução dos riscos de inundação, o controle da produção de sedimentos e a integração dos recursos hídricos 
naturais ao cenário urbano. 
 
41 Operação Urbana Consorciada é o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Executivo 
Municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, 
com o objetivo de alcançar transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental, 
podendo ocorrer em qualquer área do Município. Possui, entre outras, as seguintes finalidades: implantação de 
equipamentos estratégicos para o desenvolvimento urbano; otimização de áreas envolvidas em intervenções 
urbanísticas de porte e reciclagem de áreas consideradas subutilizadas; implantação de Programas de 
Habitação de Interesse Social; ampliação e melhoria da Rede Estrutural de Transporte Público Coletivo; 
implantação de espaços públicos; valorização e criação de patrimônio ambiental, histórico, arquitetônico, 
cultural e paisagístico; melhoria e ampliação da infraestrutura e da Rede Viária Estrutural; dinamização de 
áreas visando à geração de empregos. Poderão ser previstas nas Operações Urbanas Consorciadas: a 
modificação de índices e características de parcelamento, ocupação e uso do solo e subsolo, bem como as 
alterações das normas edilícias, considerando-se o impacto ambiental delas decorrente e o impacto de 
vizinhança; e a regularização de construções, reformas ou ampliações executadas em desacordo com a 
legislação vigente. 
 
 
 
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ruas Maria Martins e Vaqueiro de Búfalo; Rua 10 entre as ruas Vaqueiro de Búfalo e Caliandra. O 
órgão executor desse empreendimento foi SCOMURBE/SMEU; 
- OP 2005/2006, empreendimento nº 75: previa a ampliação do campo de futebol, a construção de 
vestiários (115,00 m2) e vias de acesso nas ruas 4, 6, Maria Martins e Praça dos Touros. O órgão 
responsável por esse empreendimento foi SCOMURBE/SMEU SCOMPS/SMES; 
- OP 2009/2010, empreendimento nº 70: prevê a elaboração de PGE e abertura de via de acesso 
(ligação entre a Rua Acalifa e a Rua Barretos), conforme PGE. Órgão executor: Urbel; 
- OP 2011/2012, empreendimento nº 64: prevê a urbanização das Ruas Goiatuba, Malva Rosa e 
Beco Sem Nome, conforme diretrizes do PGE. Órgão Executor: Urbel; 
- VIURBS: prevê o alargamento da Rua Maria Maria Martins, entre a Rua dos Toureiros e a Praça 
dos Touros, de forma que opere como via veicular de mão-dupla, e a abertura de via veicular, na 
porção norte do assentamento, ligando a Rua Cheflera à Avenida A; 
- Projetos Viários Prioritários: incide sobre a área de intervenção do VIURBS, com uma abrangência 
um pouco maior que esta, o instrumento de Operação Urbana Consorciada no entorno dos 
Corredores Viários Prioritários. Esta Operação Urbana tem a finalidade de permitir a implantação de 
equipamentos estratégicos para o desenvolvimento urbano, implantar novos espaços públicos, 
ampliar e melhorar a rede viária estrutural e otimizar áreas envolvidas em intervenções urbanísticas 
de porte e a reciclagem de áreas consideradas subutilizadas; 
- DRENURBS: prevê intervenções no Córrego Floresta e seus afluentes, que terão interferências na 
área do Conjunto Mariquinhas. Compreende a implantação de: um bueiro na Rua Maria Martins 
paralelo ao existente, que foi considerado insuficiente, com as mesmas dimensões, ou seja, 2,50m 
de largura por 2,90m de altura; de canal revestido aberto com descidas d’água em degraus, no 
trecho próximo à Rua 10, localizado no Córrego Sem Nome, margem esquerda do Córrego Floresta, 
com o objetivo de promover a dissipação de energia no local e conformar o córrego para implantaçãode vias marginais; de parque, que visa resguardar a área da surgência do Córrego da Rua 10 de 
invasão que já se delineia de modo incipiente, pelo seu uso como área de depósito de resíduos de 
espécies variadas, com a revitalização da vegetação ciliar existente e a criação de áreas de lazer e 
descanso compostas de bancos e mesas de jogos. A área aproximada do parque é de 6.232 m²; e 
de um interceptor de esgoto na Rua 10, que se desenvolve na margem esquerda do córrego Sem 
Nome, que tem suas nascentes nas imediações da Rua 10. Em relação ao sistema viário, são 
propostas implantações de ruas, avenidas e alteamento de greide de ruas existentes. Todas essas 
intervenções estão situadas na área de estudo do conjunto próxima à Avenida B, Rua 10 e Rua 
Maria Martins; 
- Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2): Contratação de elaboração de anteprojetos, 
projetos básicos e serviços preliminares – estudos geotécnicos, topográficos e outros de Engenharia 
– para eliminação de risco geológico, que consiste em contenção e tratamento de encosta, em área 
situada, ao longo da Rua Praça dos Touros, entre as ruas Maria Martins e Corridas de Touros (Setor 
S4); 
- Operação Urbana nas Áreas em Reestruturação no Vetor Norte de Belo Horizonte: compreende um 
conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Executivo Municipal, com as finalidades de 
ordenar a ocupação do solo, visando a estruturar nova centralidade no entorno da Cidade 
Administrativa do Estado de Minas Gerais; assegurar condições para a expansão do uso institucional 
de interesse público, complementar às atividades da Cidade Administrativa do Estado de Minas 
 
 
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Gerais; garantir a proteção e a valorização do patrimônio arquitetônico, cultural e paisagístico; 
ordenar o crescimento urbano na região; permitir a implantação de equipamentos estratégicos para o 
desenvolvimento urbano; implantar espaços públicos; ampliar e melhorar a rede viária estrutural e 
local; proteger as áreas de fragilidade ambiental; otimizar as áreas envolvidas em intervenções 
urbanísticas de porte; reciclar as áreas consideradas subutilizadas. Cria a Subárea IV - Área de 
Influência Indireta, integrante das Áreas em Reestruturação no Vetor Norte de Belo Horizonte, 
configurada pelas áreas inseridas em regiões potencialmente beneficiadas e valorizadas por 
intervenções urbanísticas públicas, e com capacidade para reciclar as áreas consideradas 
subutilizadas. Segundo o Anexo IV da Lei 9.959/2010, incluído como Anexo IV-A à Lei 7.165/1996, a 
área do Conjunto Mariquinhas está inserida na Área de Influência Indireta da Operação Urbana. As 
Áreas de Influência Indireta ficam submetidas aos seguintes critérios especiais de ocupação: adoção 
de parâmetros urbanísticos estabelecidos para Zona de Adensamento Restrito - ZAR-2 -, excetuadas 
as áreas de Zonas de Preservação Ambiental - ZPAMs -; Zonas de Proteção - ZPs - e Zonas de 
Especial Interesse Social - ZEISs -, que mantêm os parâmetros urbanísticos de seus respectivos 
zoneamentos; possibilidade de alteração dos parâmetros urbanísticos de empreendimentos 
caracterizados como de interesse público, observado o seguinte: lotes mínimos de 1.000 m² (um mil 
metros quadrados); outorga onerosa de potencial construtivo adicional para usos não residenciais em 
imóveis situados em vias coletoras, arteriais e de ligação regional, limitado ao Coeficiente de 
Aproveitamento Máximo igual a 4,0 (quatro), mediante avaliação prévia do Conselho Municipal de 
Política Urbana quanto à pertinência do uso e à capacidade da infraestrutura no local do 
empreendimento, estando sujeito ao licenciamento especial ambiental ou urbanístico, conforme o 
caso; 
- Operação Urbana do Isidoro: compreende um conjunto integrado de intervenções com o objetivo de 
promover a proteção e a recuperação ambiental da Região do Isidoro, por meio de processo de 
ocupação ordenado e sustentável, que proporcione a preservação de áreas de grande relevância 
ambiental e paisagística, em especial, das nascentes e dos cursos d’água, e de áreas de vegetação 
expressiva e de cerrado. A área é definida por parte das bacias hidrográficas do ribeirão de mesmo 
nome e do baixo Ribeirão do Onça, conforme delimitação constante do Anexo XXXI da Lei 
9.959/2010. Essa região é lindeira ao Conjunto Mariquinhas, em sua porção leste e, portanto, a 
implantação da operação urbana trará consequências para o assentamento em estudo, objeto deste 
PGE. Considerando a relevância ambiental que caracteriza a região objeto da Operação Urbana do 
Isidoro, em especial o grande número de nascentes e cursos d’água, a presença de vegetação 
expressiva, a incidência de áreas de alta declividade e de risco geológico, o Plano Urbanístico em 
que se fundamenta essa Operação Urbana tem como pressupostos: instituir classificação das áreas, 
de forma a identificar aquelas passíveis de ocupação e as que devem ser preservadas; permitir o 
adensamento das áreas propícias à ocupação, concentrando nelas o potencial construtivo das áreas 
a serem preservadas; assegurar a ampliação de áreas não parceláveis permeáveis com relação aos 
parâmetros vigentes na legislação atual; viabilizar a manutenção e a proteção de áreas vegetadas 
contínuas e integradas ao longo dos cursos d’água principais existentes na área, em especial o 
Ribeirão do Isidoro, o Córrego dos Macacos e o Córrego da Terra Vermelha; promover a 
recuperação ambiental das áreas de preservação, incluindo revegetação, contenção de erosão, 
despoluição dos cursos d’água e conservação das encostas; garantir a preservação das visadas de 
topo e de fundo de vale da Região do Isidoro e entorno e assegurar que os novos assentamentos 
disponham de padrões ambientais e paisagísticos de boa qualidade; promover a transformação das 
grandes áreas vegetadas em parques públicos ou Reservas Particulares Ecológicas de caráter 
 
 
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perpétuo e abertas ao público, que contribuam para a melhoria das condições de lazer da população, 
em especial dos moradores da Região Norte do Município; assegurar que o processo de expansão 
urbana na região ocorra de modo sustentável, contemplando a implantação de toda infraestrutura 
necessária, bem como a construção de equipamentos urbanos e comunitários para atendimento à 
demanda da população local; criar condições efetivas para que os investidores e proprietários de 
imóveis beneficiados com os parâmetros urbanísticos excepcionais previstos para a Operação 
Urbana contribuam com recursos necessários à sua viabilização; implantar o sistema viário 
estruturante na região, de modo a garantir a implantação de corredores viários e de transporte 
coletivo integrados ao sistema existente; viabilizar a oferta de terrenos urbanizados para implantação 
de unidades habitacionais, bem como para instalação de atividades econômicas compatíveis com as 
características de ocupação predominantemente residencial proposta para a área. 
 
Figura 9- Anexo IV – Operação Urbana Consorciada das Áreas em Reestruturação do Vetor Norte 
de Belo Horizonte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 10 Anexo XXXI – Plano Urbanístico da Operação Urbana do Isidoro 
 
 
 
C) ESTRUTURA DO ASSENTAMENTO 
 
1. DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA DO SÍTIO (INSERIDO) 
 
A Vila Mariquinhas encontra-se inserida na bacia hidrográfica do Ribeirão do Onça e corresponde a 
cabeceira de um curso d’água afluente do Córrego Lagoa do Motaque pertence a bacia do Ribeirão 
Isidoro. 
Para uma melhor compreensão da geomorfologia da área, elaborou-se o mapa de declividades da 
vila (Mapa L4 – Declividades). Este mapa foi confeccionado a partir de uma modelagem numérica de 
terreno representada por um modelo de malha triangular - TIN (Triangular Irregular Network), que foi 
gerado no software ArcGIS Desktop®, versão 9.3/2008, utilizando-se a base cartográfica elaborada 
para o presente Plano Global Específico - PGE, que foi importada do AutoCAD® para o ArcGIS®. 
Para a simbolização deste TIN, definiu-se uma rampa de cores graduadas composta por cinco 
classes de declividade (0 a 15%; 16 a 20%; 21% a 30%, 31 a 47% e acima de 47%), conforme 
estabelecido no Termo de Referencia deste PGE. Posteriormente, estas classes constituíram bases 
para a criação de shapes com as informações referidas. Estes shapes, então, foram convertidos em 
arquivos DWG (AutoCAD®) para confecção final do layout do mapa. 
 
 
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Vale ressaltar que, durante aetapa de campo foi constatado que em algumas áreas a topografia 
realizada na vila gerou uma base topográfica incompatível com a realidade de campo e que, em 
geral, ela não representa os patamares das edificações. Estas situações podem, por exemplo, ser 
observadas na Quadra 6 entre o cruzamento da Rua Cruz das Almas com a Rua Barretos. Nesta 
quadra, o mapa mostra declividades maiores que 47% o que não coincide com o visualizado na vila. 
Na região compreendida pelas quadras 7, 8, 9 e 10o mapa topográfico e o mapa de declividade não 
mostram a ocorrência de aterros e cortes, muito comum neste local. 
Conforme pode ser observado no Mapa L4 – Declividades, o relevo da Vila Mariquinhas é 
caracterizado por um talvegue, onde se encaixa o curso d’água existente, que divide a área da vila 
em duas partes principais. Na margem esquerda predominam encostas mais inclinadas e na margem 
direita encostas mais suavese extensasqueprolongam-se até a Rua Acalifa. Este talvegue possui 
direção aproximada NW/SE,se estendendo desde próximo ao campo de futebol até a Rua Dez. 
Na margem esquerda, na região delimitada pelo campo de futebol e pelas ruas Maria Martins e 
Vaqueiro de Búfalo, o relevo é mais heterogêneo que na margem direita, apresentando porções de 
vertentes retilíneo-convexas e maior ocorrência de trechos de declividades entre 21% e 47%. A partir 
da Rua dos Toureiros em direção à Rua Estrela, a encosta deixa de ter características retilíneas 
predominando, assim, vertentes convexas com declividades variando entre 16% e 30%. Declividades 
maiores do que as anteriormente citadas acontecem nas encostas existentes nas proximidades da 
Rua Planeta. 
A região do campo de futebol compreende uma área plana com um aterro de grandes proporções a 
jusante, sem compactação e com lançamento de entulho, caracterizando um bota-fora. A montante 
do campohá um anfiteatro com vertentes retilíneas e declividade de 21% a 30%, 
predominantemente. 
Na porção da vila compreendida entre as ruas Cassiolândia, Vaqueiro de Búfalo e Caliandra, o relevo 
é formado por vertentes medianas a pouco inclinadas que gradam para uma estreita planície de 
inundação cuja declividade não passa de 15%.Em torno desta planície, nas proximidades da Rua 
Barretos, existem encostas pouco expressivas que apresentam baixa inclinação.O curso d’água, 
nesta região,é canalizado desdea Rua Vaqueiro de Búfalo até a Rua Tamarix. Próximo à praça 
existente na Rua Vaqueiro de Búfalo há um anfiteatro com encostas côncavas, desnível de 
aproximadamente 8m de altura e declividade entre 21% e 47%, predominando declividades maiores 
que 30%. Na quadra 5, dentro do terreno da edificação de selo 390 cuja entrada é pela Rua 
Caliandra, constatou-se a existência de uma lago artificial de dimensões 9x4m (Foto 35),no entanto, 
não foi possível identificar o curso d’água formador deste lago. 
A região a norte da Rua Barretos, entre as ruas Cruz das Almas e Vaqueiro do Pantanal, é a área de 
relevo mais acidentado e heterogêneo da margem direita do talvegue principal. Apesar da 
possibilidade de erros localizados da topografia, as declividades deste trecho são menores que 30% 
e as encostasapresentam-se bastante ocupadas com significativa presença de cortes e aterros. 
Nas demais áreas da vila onde se encontram as quadras 12 a 17, o relevo é composto por encostas 
suaves, com no máximo 15% de declividade e apresentam uma ocupação ordenada com 
praticamente todos os lotes ocupados. 
 
 
 
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2. DIAGNÓSTICO URBANÍSTICO 
 
a) ANÁLISE DOS ACESSOS 
 
A caracterização dos acessos leva em consideração as características físicas e funcionais do 
sistema viário. A caracterização física considera a dimensão e a declividade das vias, a 
pavimentação e os elementos/obstáculos que influenciam na acessibilidade, comprometendo a 
entrada de serviços diversos e a mobilidade das pessoas. A caracterização funcional e dos aspectos 
físicos leva a uma hierarquização específica, para efeito do PGE, das vias que compõem o sistema 
viário da área ocupada irregularmente Para as vias internas ao conjunto e ainda não classificadas 
pela legislação municipal, foram adotados critérios específicos para as áreas de ZEIS, baseados 
principalmente na Lei 9.959/10. Quanto às vias do entorno, foi considerada a classificação definida 
pela LPOUS (Leis 7.166/96 e 9.959/10).42 
A partir da caracterização dos acessos do conjunto será possível avaliar as incompatibilidades 
existentes entre os aspectos funcionais e as características físicas das vias, bem como as 
deficiências do sistema viário em relação à acessibilidade e articulação, sejam essas internas ao 
conjunto ou em relação ao seu entorno. A caracterização dos acessos baseou-se em levantamentos 
 
42 A partir da Lei 9.959/2010, as vias veiculares internas às ZEIS passaram a ser denominadas Vias Coletoras e Vias 
Locais, considerando os aspectos físicos e funcionais, a exemplo do que já ocorre no restante da cidade, porém com 
parâmetros mais flexíveis, adequando-se à realidade das áreas de ZEIS. 
Como a transposição dos conceitos de vias coletoras e locais para o sistema viário das vilas e favelas apresenta alguns 
problemas, com inadequações em relação a alguns aspectos, no âmbito do PGE é utilizada a seguinte adaptação desses 
conceitos: 
Via Coletora é aquela que tem como função estruturar o sistema viário da vila e integrá-lo ao entorno, e que atenda às 
características físicas definidas em lei, de forma a permitir o acesso de veículos de serviço. 
Via Local Principal é aquela que tem como função estruturar o sistema viário da vila e integrá-lo ao entorno, mas que não 
atende às características físicas definidas em lei para vias coletoras, ou que promova o acesso a locais que constituam 
referências significativas para a população, tais como centralidades, áreas de convívio coletivo e equipamentos 
comunitários, e que, por isso, recebe maior volume de veículos e/ou pedestres. 
Via Local Secundária é aquela que exerce papel complementar no sistema viário do assentamento, proporcionando 
acessibilidade local ou restrita às diversas áreas da vila, caracterizada pelo baixo volume de tráfego. 
Quanto aos aspectos físicos, a nova lei define os seguintes parâmetros para as vias internas às ZEIS: 
Vias coletoras: mínimo de 2 faixas (largura mínima de 6m) e declividade máxima de 22%; 
Vias locais: 1 ou 2 faixas (larguras mínimas de 3m e de 6m, respectivamente) e declividade máxima de 30%; 
Vias de acesso restrito:pista com largura mínima de 5m, declividade máxima de 35% e extensão máxima de 100m. 
Como a lei 9.959/2010 não define parâmetros para passeios, considerando que esses detalhamentos serão feitos por decreto 
específico, utilizam-se nos PGEs os parâmetros de referência baseados na proposta anterior de revisão da Lei 8.137/00: 
passeio de um dos lados (largura mínima de 1m para vias de duas faixas e largura mínima de 0,85m para vias de uma 
faixa); faixa de proteção de 0,50m no lado oposto. 
No caso de via de pedestres, além da largura mínima de 1,20m, a nova lei instituiu a faixa de alargamento de 0,80m para 
que as vias alcancem no futuro a largura mínima de 2m. No âmbito do PGE, as vias de pedestres são subdivididas em dois 
grupos: 
Via de pedestres principal é aquela que exerce papel fundamental na articulação do sistema viário do assentamento, 
proporcionando articulação com outras vias importantes ou acesso a referências significativas para a população, tais como 
centralidades, áreas de convívio coletivo e equipamentos comunitários, e que, por isso, recebe maior volume de pessoas. 
Via de pedestres secundária é aquela que exerce papel complementar no sistema viário do assentamento, proporcionando 
acessibilidade local ou restrita às diversas áreas da vila, caracterizada pelo baixo volume de pessoas. 
Como na nova lei foram suprimidos os detalhamentos quanto ao tratamento das declividades, optou-se por utilizar, nos 
PGEs, os parâmetros da Regulamentação do Código de Posturas (Decreto 11.601/04 – Título II, cap. 1, art. 19), que 
permite rampas com inclinação de até 25% e escadas para inclinações a partir de 14%. 
 
 
 
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realizados in loco e está representada nos Mapas LD5 – Usos das Vias, L6 – Características Físicas 
das Vias e L7 – Pavimentos do Sistema Viário 
Os limites do Conjunto Mariquinhas não coincidem com o sistema viário e alguns lados do polígono 
que definem esse limite localizam-se no interior de quadras. Algumas vias periféricas fazem a 
articulação do assentamento com seu entorno, como as ruas Maria Martins, Praça dos Touros, 
Cheflera, Acalifa, Malva Rosa, Caliandra e Vaqueiro de Búfalo. 
Internamente à Área de Estudo, o sistema viário se divide em dois subsistemas, definido por suas 
características físicas, sendo um veicular e outro de pedestre. 
As vias veiculares possuem características semelhantes às da cidade formal e, inclusive, ajudam na 
articulação de todo o entorno. São todas pavimentadas com asfalto, como se observa no mapa L7-
Pavimentos do Sistema Viário, e a maioria delas possui largura suficiente para mão dupla. Apenas 
alguns trechos das ruas Estrela, Vaqueiro de Búfalo, Barretos, Caliandra e Praça dos Touros 
possuem largura suficiente para mão única, mas operam em toda sua extensão como mão dupla. As 
vias veiculares internas ao Conjunto, apesar da importância que tem para a articulação da região, 
não possuem classificação dada pela LPOUS. 
Nas vias de pedestres as larguras são, de modo geral, irregulares; não há pontos de 
estrangulamento43, mas sim, pequenos trechos com largura menor que 1,20m como acontece na 
ramificação da Rua Barretos e no Ramo 2 da Rua Dez, como se observa no mapa L06-
Características Físicas das Vias. A maioria das vias de pedestres não são pavimentadas. Os becos 
com declividades elevadas não possuem escada, tornando o percurso menos confortável e 
prejudicando a acessibilidade. O Beco que dá continuidade à Rua Planeta possui uma escadaria 
pavimentada no seu trecho de maior declividade, mas com tamanhos diferentes de pisos e espelhos, 
sem patamares e guarda-corpos. A localização de alguns postes, fora do alinhamento dos becos, é 
um tipo de obstrução que dificulta o acesso. Contudo, considera-se que os principais problemas dos 
becos dizem respeito à falta de escada nos trechos mais íngremes e de pavimentação. 
É comum algumas vias de pedestre receberem o mesmo nome de uma outra via de referência 
gerando conflitos de dados e de localização das mesmas. Os casos mais significativos são das ruas 
Acalifa, Barretos e Dez, em que todas as suas continuações e ramificações recebem a mesma 
denominação. Para o PGE as vias sem nome receberam uma denominação provisória para melhor 
orientar o trabalho. 
Não há transporte coletivo no interior do assentamento e os pontos de ônibus mais próximos 
localizam-se nas ruas Maria Martins e Praça dos Touros. O atendimento deste serviço é 
considerado satisfatório com relação à distância a ser percorrida até os pontos de ônibus, já que o 
trajeto não ultrapassa os 400 m. Os problemas quanto ao atendimento do transporte coletivo dizem 
respeito ao pequeno número de linhas existentes – somente duas, que limitam as possibilidades de 
 
43 São considerados pontos de estrangulamento aqueles locais onde, devido à redução pontual na largura da via, esta muda 
de categoria ou deixa de atender aos parâmetros mínimos definidos pela legislação de ZEIS, como nos casos abaixo: 
- Locais onde a largura de uma via de pedestre reduz, pontualmente, para menos de 1,20m, não atendendo ao parâmetro 
mínimo para via de pedestre; 
- Locais onde a largura de uma via com caixa para mão-dupla reduz, pontualmente, para menos de 7,5m, mudando a 
categoria de via de mão dupla para via de mão única; 
- Locais onde a largura de uma via com caixa para mão única reduz, pontualmente, para menos de 4,35m, não atendendo ao 
parâmetro mínimo para via veicular. 
 
 
 
 
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acesso às áreas de comércio e serviços utilizadas pelos moradores como Venda Nova e o Bairro 
São Benedito em Santa Luzia. O mapa com indicação dos pontos de ônibus está representado na 
Figura 4, no ítem Caracterização do Entorno. 
Algumas vias operam como mistas, ou seja, são de pedestres, mas alguns moradores utilizam-nas 
como veicular, de trânsito local, principalmente para acessar garagens. Isso ocorre na Ramificação 
da Rua Dez e na Rua Maria Martins. Essa última, em seu trecho pertencente ao Conjunto, possui 
largura suficiente para uma via veicular de mão única em praticamente toda a sua extensão, 
conforme parâmetros para áreas de ZEIS. No entanto, ela não possui saída devido a uma barreira 
colocada pelos próprios moradores próxima à Rua Praça dos Touros. 
A ausência de áreas de lazer no Conjunto Mariquinhas e no entorno faz com que os moradores 
utilizem as ruas e becos para esse fim, conferindo-lhes também uma função social. 
Ainda quanto ao sistema viário, a área de estudo do PGE do Conjunto Mariquinhas pode ser dividido 
em quatro setores, com características viárias distintas, sendo: 
- Setor 1: a sul do conjunto, abrange a quadra 1; 
- Setor 2: a oeste do assentamento, abrange as quadras 2 a 5; 
- Setor 3: a norte, abrangendo as quadras 7 a 10; 
- Setor 4: localizado na região centro-leste do assentamento, abrange as quadras 11 a 17; 
 
Figura 11 - Setorização da Área de Estudo do PGE do Conjunto Mariquinhas 
 
 
No Setor 1 o sistema viário é periférico, predominantemente veicular, à exceção da Rua Maria 
Martins. Possui poucas articulações internas, constituídas por vias de pedestres em sua maioria. No 
seu interior há um campo de futebol, referência para toda a comunidade, em fase final de 
urbanização que incluiu além de melhorias no próprio campo, com sua demarcação, colocação de 
arquibancada, gramado e tela de proteção, abertura de vias veiculares que dão acesso aos 
 
 
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domicílios ao seu redor e pavimentação da Rua do Campo, sua principal via de acesso.Tanto a via 
de acesso quanto as novas vias são mistas. 
A Rua Estrela apresenta um trecho com largura suficiente para mão dupla e outro com largura para 
mão única, mas opera como mão dupla em toda a sua extensão. Sua declividade elevada, mas 
dentro dos parâmetros legalmente permitidos, dificulta o acesso de veículos, especialmente os de 
grande porte, como o caminhão de lixo. Há escada para pedestres no passeio de um dos lados da 
via o que facilita a acessibilidade. 
A Rua Maria Martins, no trecho pertencente à área de estudo, é veicular, mas, devido aos trechos de 
largura reduzida e ao fato de não possuir saída, ela é mais utilizada como via de pedestres. Sua 
largura é variável, sendo na maior parte de sua extensão suficiente para trânsito veicular de mão 
dupla. Entretanto, há trechos com largura para mão única ou somente para pedestres. Em uma de 
suas extremidades, próxima à Rua Praça dos Touros, há uma barreira colocada pelos moradores 
que permite o acesso apenas de pedestres, motos e bicicletas refletindo um desejo para que não 
exista trânsito veicular. A rua é bastante utilizada por crianças para lazer e pelos adultos para 
encontros. O movimento de pedestres também é intenso nos horários de entrada e saída da Escola 
Estadual Prof. Inês Geralda de Oliveira já que é utilizada tanto por moradores do assentamento 
quanto do entorno para acessá-la. 
A Rua Praça dos Touros tem um movimento intenso se comparado com outras vias do Conjunto, 
tanto de veículos quanto de pedestres, devido aos estabelecimentos comerciais aí presentes e por 
ser trajeto de ônibus que atendem a região. No seu trecho pertencente ao Setor 1 possui largura 
para mão única, mas opera como mão dupla. Os passeios são estreitos, com pisos irregulares e 
postes bloqueando o caminho, tornando o percurso desconfortável e fazendo com que os pedestres 
muitas vezes tenham que andar na pista de veículos. No trecho dessa via pertencente ao Setor 4 a 
largura é maior e suficiente para mão dupla, mas quanto ao passeio os problemas se repetem. 
A Rua Vaqueiro de Búfalo é uma importante articuladora interna do Conjunto Mariquinhas, fazendo a 
ligação entre os quatro setores. Possui largura suficiente para mão-dupla em praticamente todo o 
seu percurso, com exceção do trecho pertencente ao Setor 2 cuja largura é suficiente apenas para 
mão única. Há um movimento constante, mas pouco intenso de veículos e é utilizada como área de 
lazer e encontro no trecho que separa os setores 1 e 2. 
As ruas Serro Azul, Cassiolândia, Vaqueiro do Pantanal, Barretos (na maior parte do percurso, como 
se verá adiante) e Cruz das Almas possuem a mesma tipologia. Todas elas possuem largura para 
mão dupla, passeios e pouco movimento tanto de veículos como de pedestres, sendo um pouco 
mais significativo na Rua Barretos. 
A Rua Planeta possui um trecho veicular e outro de pedestre. O primeiro, menor, possui largura 
suficiente para trânsito veicular de mão única, mas também há um trecho com largura insuficiente 
para trânsito de veículos. Ao final desse trecho inicia-se a via de pedestre que se bifurca com um 
ramo em direção à Rua Estrela (Beco Planeta 1) e outro ao campo de futebol (Beco Planeta 2). O 
primeiro ramo possui uma escada na sua porção inicial com pisos e espelhos irregulares, ausência 
de patamares, corrimão e guarda-corpo, prejudicando a acessibilidade, o conforto e a segurança. No 
percurso restante o beco não possui pavimentação, a declividade é suave e não há necessidade de 
escada. O segundo ramo também se bifurca e ambos os caminhos (Becos Planeta 1 e 2) levam ao 
campo de futebol. Assim como no primeiro ramo aqui também não há pavimentação; a largura é 
suficiente para via de pedestre e há trechos com declividades elevadas e sem escada. Mesmo 
 
 
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precários esses dois ramos são importantes para a articulação do Setor 1, especialmente como 
acesso secundário ao campo. 
A Rua do Campo foi recentemente asfaltada e sua largura permite o trânsito veicular de mão única, 
apesar de operar como mão dupla. Com as recentes obras de urbanização do campo foi implantada 
uma via ao seu redor como continuação da Rua do Campo. Nesse novo trecho a via possui largura 
para operar em mão única e é pavimentada com piso intertravado. Desde sua implantação tem sido 
muito utilizado para lazer e encontro. 
O Setor 2 pode ser subdividido em duas partes, denominadas aqui de Setor 2A e Setor 2B, ambas 
com a característica de ter tido a ocupação orientada pela presença de um córrego. Essas 
subdivisões do Setor 2 possuem articulação interna precária, seja pela presença de curso d’água e 
nascentes, seja pela topografia acidentada. Os sub-setores são separados pela Rua Barretos no 
trecho onde sua largura sofre variações, sendo a maior parte de seu percurso suficiente para mão 
única, apesar de operar como mão dupla. O trânsito de veículos é intenso se comparado a outras 
vias do Conjunto. O movimento de pedestres é freqüente devido à presença de bares e também pela 
importância dessa via como ligação tanto interna ao Conjunto quanto com o entorno. Há também a 
presença constante de crianças brincando. A partir do cruzamento com a Rua Vaqueiro de Búfalo a 
Rua Barretos passa a se chamar Avenida B, mas suas características permanecem as mesmas. 
O Setor 2A, à direita da Rua Barretos é cortada transversalmente pelo córrego, ao longo do qual foi 
aberto um beco. No trecho inicial o córrego encontra-se canalizado e o beco está sobre ele. Na parte 
não canalizada o beco se desenvolve na margem esquerda do córrego e não possui pavimentação. 
Um pequeno trecho da parte não pavimentada possui largura menor que 1, 20m. Não há ocupação 
na margem direita desse fundo de vale. Esse beco é conhecido pelos moradores como Beco 509 já 
que todos os domicílios situados aí possuem esse número e a identificação deles é feita por uma 
letra, gerando uma certa confusão para quem não conhece a região. 
O Setor 2B localiza-se à esquerda da Rua Barretos. Ele é cortado pela Rua 10 que liga as ruas 
Barretos e Caliandra, possuindo um trecho veicular e outro de pedestre. O trecho veicular é 
pavimentado com asfalto e opera como mão dupla. Não há área própria para retorno, entretanto, isso 
não tem causado transtornos já que a circulação de veículos na via é pequena e a largura da via é 
suficiente para se fazer manobras. Possui também um trecho com declividade elevada e sem escada 
no passeio o que torna o percurso desconfortável para os pedestres. O trecho de pedestres foi 
construído sobre a laje de canalização do córrego. Sua largura não permite o trânsito de veículos, 
mas observa-se, além de pedestres, o trânsito de motos. 
A Rua 10 possui um Ramo que margeia um trecho do córrego a partir da sua mudança de percurso. 
Esse ramo é de pedestres, mas permite o acesso veicular local devido à sua largura suficiente para 
mão única. Por ser um trecho pequeno, com poucos domicílios e sem saída o volume de carros é 
pequeno, sendo o beco utilizado apenas por alguns moradores. O movimento principal é de crianças 
brincando e moradores conversando. 
Há ainda no Setor 2 um Beco Sem Nome paralelo ao trecho de pedestres da Rua 10. Ele é 
praticamente plano, pavimentado com concreto e possui aproximadamente metade de sua extensão 
com largura menor que 1,20m. 
O Setor 2B é limitado a norte pela Rua Caliandra, via veicular que opera em mão dupla, apesar de no 
seu trecho pertencente ao Conjunto Mariquinhas possuir uma extensão com largura suficiente 
 
 
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apenas para mão única. Devido ao pequeno trânsito de veículos esse fato não causa transtornos 
significativos. 
O Setor 3 possui um sistema veicular periférico e internamente a articulação é feita por vias de 
pedestres precárias, sem pavimentação e com trechos de altas declividades onde não há escada, 
como acontece na continuação das ruas Acalifa e Malva Rosa, prejudicando a acessibilidade. A 
ausência de vias veiculares internas prejudica a integração do Conjunto Mariquinhas e dele com o 
entorno, tornando o Setor 3 uma barreira para o sistema viário do Conjunto Mariquinhas, levando a 
um aumento do percurso para motoristas que desejam transpô-lo. Essa integração do Setor 3 aos 
demais setores do Conjunto e com o entorno seria importante porque é nele que se encontra a 
Unidade Municipal de Educação Infantil Mariquinhas – UMEI Mariquinhas, referência em educação 
para os moradores daquelas áreas. Os becos desse setor não possuem nomenclatura oficial e são 
identificadas pelos moradores com o nome da via mais próxima. Para efeito dos estudos do PGE, 
eles receberam a seguinte denominação: Beco Acalifa, Ramos 1, 2, 3 e 4 do Beco Acalifa, Beco 
Malva Rosa e Ramo 1 da Rua Barretos. Os becos podem ser considerados como extensões dos 
domicílios já que muitos moradores os utilizam para desempenhar atividades domésticas como lavar 
e secar roupas. 
A Rua Acalifa em seu trecho pertencente ao Conjunto Mariquinhas, denominado nesse estudo como 
Beco Acalifa, é de pedestres, sem pavimentação e sem escada, tornando o deslocamento por essa 
via desconfortável e perigoso, especialmente em épocas de chuva quando o chão fica escorregadio. 
É o principal acesso à UMEI Mariquinhas para os moradores do Conjunto. Será implantada uma 
escada para essa via, conquistada no Orçamento Participativo – OP 2009/2010, que está em fase de 
projeto. 
O traçado viário do Setor 4 é composto por vias veiculares, articuladas entre si e com características 
físicas similares à da cidade formal, com larguras suficientes para mão dupla, passeios dos dois 
lados e declividades suaves. Em todas elas é possível a entrada de caminhões de lixo, facilitando o 
acesso deste serviço. As vias configuram quadras, facilitando a orientação dos transeuntes. O fato 
de todas as vias do Setor 4 serem veiculares e articuladas entre si faz com que ele tenha uma boa 
integração interna. 
O trânsito tanto de veículos como de pedestres é maior na Rua Praça dos Touros, importante ligação 
do Conjunto com o entorno, onde há pontos de ônibus e comércio. 
As ruas Barretos e Cassilândia, Corrida de Touro e Vaqueiro do Pantanal são importantes 
articuladoras internas e em vários pontos delas é possível encontrar crianças brincando e pessoas 
conversando, especialmente próximo a comércios. 
Os mapas L05, L06 e L07 mostram, respectivamente, a classificação viária quanto ao uso, às 
características físicas e a pavimentação das vias. 
De uma forma geral, a articulação viária permite uma boa penetração e acessibilidade à maior parte 
do assentamento. 
 O assentamento é bem integrado ao entorno, especialmente devido às boas condições de 
articulação viária. Ele é circundado por vias veiculares na maior parte de seu perímetro e há pontos 
de ônibus em duas delas fazendo com que os percursos feitos para alcançá-los sejam relativamente 
curtos, facilitando o deslocamento dos moradores para outras partes da cidade. 
 
 
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120 
As vias mais utilizadas pelos moradores são aquelas onde há comércio e pontos de ônibus e as de 
acesso à Escola Estadual Prof. Inês Geralda de Oliveira e à UMEI Mariquinhas, destacando-se as 
ruas Maria Martins, Praça dos Touros, Serro Azul, Barretos e Acalifa. 
Internamente, o assentamento apresenta locais de difícil acesso, especialmente nos Setores 1 e 3, 
dificultando a acessibilidade e a entrada de serviços, especialmente de coleta de lixo. A integração 
viária também é pior nesses setores, devido não só ao menor número de conexões viárias, mas 
também em função de suas precariedades internas. 
O Setor 1 possui facilidades de acesso em relação ao entorno, o que lhe confere bom potencial de 
integração à malha urbana. O sistema viário interno é estruturado em um número pequeno de vias 
de pedestres com deficiências em suas características físicas, comprometendo a acessibilidade local 
e a integração interna. Esse setor contem em seu interior um campo de futebol que é o principal 
equipamento comunitário do assentamento, com acesso principal pela rua do campo e secundário 
pelo Ramo da Rua Planeta, esse último bastante precário. 
O Setor 2 apresenta boas condições de acessibilidade e de integração com o entorno e com outros 
setores em função da sua grande área contato e da existência de pontos de conexão do sistema 
viário. O Setor 2A possui uma via de penetração, de pedestres, bastante precária quanto às 
características físicas. No Setor 2B a articulação interna é prejudicada pelas altas declividades e pela 
presença de nascentes e curso d’água. 
O Setor 3 é o que apresenta as piores condições de integração com o entorno, devido à sua 
pequena área de contato com ele e ao número reduzido de vias transversais ao caimento 
predominante das encostas, capazes de fazer essa ligação. As vias internas existentes são precárias 
quanto à declividade elevada e sem tratamento e à ausência de pavimentação. É um setor muito 
importante no contexto do Conjunto Mariquinhas por fazer sua ligação com a UMEI Mariquinhas 
através da Rua Acalifa. Essa via, entretanto, possui declividade acentuada e não há escadaria nem 
pavimento, prejudicando a acessibilidade. 
O Setor 4 é o melhor em relação à acessibilidade e à integração da malha urbana, devido às 
características do sistema viário, semelhante ao do entorno e bem articulado com as vias limítrofes. 
Todas as suas vias são veiculares, articuladas entre si, conformando quadras semelhantes às da 
cidade formal. Os problemas são muito localizados, limitando-se basicamente à largura de alguns 
passeios e ausência de arborização pública. 
 
 
b) ANÁLISE DAS QUADRAS 
 
A área de estudo do Conjunto Mariquinhas foi dividida no presente estudo em dezessete quadras, 
definidas principalmente pelo sistema viário, com a finalidade de fazer uma ordenação do território, 
criando, assim, um sistema de referências para o trabalho. 
Nessa área, estão distribuídas 818 edificações, 1022 domicílios e 2.996 habitantes, conforme tabela 
1.44 
 
44
 De acordo com a metodologia do PGE, considera-se como domicílio não só as unidades de uso residencial e misto, mas 
também as unidades de uso não residencial (comércio, serviço, indústria e equipamento coletivo); 
 
 
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121 
Figura 12 – Delimitação da Quadras 
 
 
Tabela 48 – Área das Quadras, Número Total de Domicílios e Número de Moradores 
 
Quadra Área (ha) 
Número Total de 
Domicílios 
Número de 
Moradores 
1 4,4 184 510 
2 0,7 58 160 
3 0,9 65 204 
4 1,1 72 234 
5 0,4 27 83 
6 0,2 20 67 
7 0,6 69 203 
8 0, 2 40 130 
9 0, 3 7 33 
10 0, 4 62 199 
11 0,4 39 121 
12 0,9 100 272 
13 0,4 40 112 
14 0,5 52 157 
15 0,4 58 147 
16 0,5 47 144 
17 0,6 82 220 
Total setor 1 4,4 184 510Total setor 2 3,3 222 681 
Total setor 3 1,5 198 632 
Total setor 4 3,7 418 1173 
Total 12,9 1022 2996 
Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 
 
 
 
 
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122 
 
A partir da definição das quadras e da posterior contagem dos domicílios, foi feita uma pesquisa 
censitária do padrão habitacional e sanitário nos setores considerados atípicos do Conjunto 
Mariquinhas, englobando as quadras 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10. As demais quadras (6, 11, 12, 13, 14, 
15, 16 e 17) não foram incluídas nessa pesquisa por apresentarem características que se 
assemelham à cidade formal, como por exemplo, boa integração à malha urbana e com o entorno, 
lotes definidos e padrão habitacional superior ao restante do assentamento. Os problemas existentes 
nessas quadras são pontuais e, por isso, no PGE, optou-se por tratar dos setores que apresentam 
um número maior de questões a serem resolvidas. 
No total da área de estudo do Conjunto Mariquinhas, considerando as 17 quadras, foram contados 
1.022 domicílios, sendo 584 nos setores atípicos (quadras 1 a 5 e 7 a 10) e 438 nos setores 
consolidados (quadras 6 e 11 a 17). Dos 584 domicílios dos setores atípicos, 28 foram 
desconsiderados na pesquisa do padrão habitacional porque foram selados erroneamente devido 
aos seguintes motivos: 
- 6 domicílios que foram construídos após o levantamento topográfico do PGE; 
- 1 domicílio que havia sido demolido pelo setor de risco da Urbel; 
- 17 domicílios que estavam em construção; 
- 2 domicílios que não existem; 
- 2 construções que não possuem cozinha e, por isso, não podem ser caracterizados como domicílio; 
Restaram, então, 556 domicílios para a pesquisa do padrão habitacional. Em 61 desses domicílios 
não foi possível realizar tal pesquisa devido a morador ausente. Ou seja, a pesquisa foi feita em 494 
domicílios, correspondendo a 88,8% dos 556 domicílios. 
Em cada domicílio pesquisado foram levantados dados sobre o número de moradores, número de 
pavimentos das edificações, uso, regime de ocupação, bem como, as etapas construtivas como 
estrutura, laje, telhado, alvenaria, instalações elétricas, telefônicas e hidro-sanitárias, esquadrias, 
revestimentos e pisos, dentre outros. 
Para a análise das quadras, foi utilizada a mesma divisão de setores considerada para a análise dos 
acessos desconsiderando-se, entretanto, a Quadra 6 do Setor 3 e todo o Setor 4, que não fazem 
parte dos Setores Atípicos. 
 
b.1- DENSIDADE POPULACIONAL 
O cálculo da densidade populacional, bem como o estudo da densidade construtiva e da taxa de 
ocupação do solo, possibilita avaliar a condição de saturação do espaço ocupado e analisar o 
comprometimento e salubridade das quadras. 
A tabela a seguir, mostra os valores encontrados no Conjunto Mariquinhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Tabela 49 – Densidade populacional, taxa de ocupação e densidade construtiva por quadra 
 
Quadra 
Densidade 
populacional 
(hab/ha) 
Taxa de ocupação 
do solo 
(área ocupada/ área 
total) 
Densidade 
construtiva 
(área edificada/ área 
total) 
1 115,91 0,18 0,22 
2 228,57 0,36 0,43 
3 226,67 0,26 0,33 
4 212,73 0,35 0,39 
5 207,50 0,29 0,31 
6 335,00 0,36 0,55 
7 338,33 0,49 0,53 
8 650,00 0,65 0,60 
9 110,00 0,18 0,12 
10 497,50 0,47 0,63 
11 302,50 0,46 0,68 
12 302,22 0,47 0,60 
13 280,00 0,47 0,67 
14 314,00 0,49 0,75 
15 367,50 0,49 0,67 
16 288,00 0,49 0.67 
17 366,67 0,54 0,77 
Total setor 1 115,91 0,18 0,22 
Total setor 2 206,36 0,32 0,36 
Total setor 3 421,33 0,43 0,47 
Total setor 4 317,03 0,49 0,68 
Total 232,25 0,34 0,43 
 Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 
A densidade populacional bruta45 encontrada na área de estudo do Conjunto Mariquinhas é mais alta 
que a mesma densidade em Belo Horizonte e na Regional Norte, onde ele está inserido. No entanto, 
considerando a realidade dos assentamentos informais essas densidades podem ser consideradas 
baixas. Isso se deve a fatores como as baixas densidades construtivas e taxas de ocupação do solo, 
 
45
 Densidade populacional bruta = n
o
 de habitantes/ área de estudo 
 Densidade populacional bruta = 2.996hab/16ha = 187,25hab/ha 
 
 
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cujas médias das quadras são 0,34 e 0,43, respectivamente, e à média de 2,9 moradores por 
domicílio, valor abaixo da média de Belo Horizonte, que é de 3,5 hab./dom., dentre outros. 
 
Tabela 50 – Densidade Bruta 
 
 Densidade Bruta 
(hab/ha) 
Conjunto Mariquinhas 187,25 
Regional Norte 63,86 
Belo Horizonte 67,65 
 
Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 e Prefeitura Municipal de Belo 
Horizonte (WWW.pbh.gov.br) 
A densidade demográfica líquida do Conjunto Mariquinhas, de 232,25 hab/ha, foi obtida através da 
divisão do número total de habitantes pela área total das 17 quadras. Nos setores atípicos as 
densidades populacionais bruta e líquida são, respectivamente, 175,6 hab/ha e 195,11 hab/ha. 
 
Tabela 51 – Área Média dos Domicílios Residenciais 
 
Quadra Área média dos domicílios (m2) 
1 53,21 
2 56,17 
3 47,32 
4 60,57 
5 54,41 
6 69,40 
7 47,76 
8 37,55 
9 55,87 
10 45,62 
11 70,97 
12 60,38 
13 77,14 
14 73,74 
15 59,76 
16 72,28 
17 61,07 
Total setor 1 53,21 
Total setor 2 51,24 
Total setor 3 49,29 
Total setor 4 67,90 
Total 55,41 
 Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 
 
 
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125 
A quadra 1 possui baixos índices de densidade construtiva, taxa de ocupação do solo e densidade 
construtiva, superiores apenas em relação aos índices da quadra 9. No entanto, esses números não 
refletem bem a realidade do local já que há uma grande área não ocupada no interior da quadra, 
correspondente ao campo de futebol e às áreas de encostas com declividades muito elevadas, que 
levam a uma concentração da ocupação e, consequentemente, da população, nas áreas mais 
externas à quadra. Ao mesmo tempo, os vazios internos contribuem para uma boa qualidade 
ambiental, proporcionando boa ventilação e insolação aos domicílios. No cruzamento das ruas Serro 
Azul e Vaqueiro de Búfalo a área desocupada pertencente à quadra 1 foi recentemente invadida, 
mas seus domicílios não estão sendo contabilizados já que sua ocupação ocorreu após o início do 
PGE. Especialmente entre a Rua Maria Martins e a área do campo, observam-se altas taxas de 
ocupação e de densidade construtiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 8 – - Vista parcial do setor 1, a partir do campo de futebol (em primeiro plano). Observa-se a 
presença de encosta desocupada no canto esquerdo da foto. 
 
No Setor 2 a taxa de ocupação relativamente baixa se deve, dentre outros fatores, à presença de um 
córrego que separa as quadras 2 e 3 e que passa pela quadra 4, além de encostas com altas 
declividades, desocupadas, nas quadras 4 e 5. Nas quadras 2 e 3, apesar dos índices relativamentebaixos de densidade populacional, taxa de ocupação e densidade construtiva se comparados a 
outras quadras do Conjunto Mariquinhas, eles não refletem a realidade. A taxa de ocupação e a 
densidade construtiva são altas na porção oeste das quadras, no entorno do trecho canalizado do 
córrego e mais baixa nas demais áreas, com ocupação esparsa ou mesmo inexistente, devido à 
presença do córrego em leito aberto, da alta declividade do terreno e da praça existente no 
cruzamento entre as ruas Vaqueiro de Búfalo e Serro Azul. 
 
 
 
 
 
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Foto 9 – Vista parcial do setor 2, no trecho ao longo do córrego, entre as quadras 2 e 3. 
 
O Setor 3 é o menor quanto à área e apresenta os maiores índices de densidade populacional e 
construtiva e taxa de ocupação do solo dentre os setores atípicos, impulsionados pelos mesmos 
índices também elevados das quadras 7, 8 e 10. À primeira vista não há uma justificativa para que 
essa área tenha sido tão densamente ocupada, já que possui pouca infra-estrutura instalada e 
acesso difícil em relação a outras áreas do assentamento, à exceção dos trechos das Quadras 7 e 
10 voltados para as ruas Barretos e Cheflera. Além disso, observa-se que com exceção desses 
últimos trechos citados, é uma área de ocupação recente, com algumas edificações ainda em 
construção. A Quadra 9, ao contrário, possui os menores índices do assentamento, justificados 
parcialmente pelo fato de que grande parte da quadra é ocupada pelo terreno da UMEI Mariquinhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 10 – Vista parcial do setor 3, onde se observa o elevado grau de densidade construtiva 
 
 
 
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As boas condições topográficas e a infra-estrutura instalada contribuem para que o Setor 4 apresente 
altos índices de densidade populacional, taxa de ocupação do solo e densidade construtiva. 
 
Figura 13 – Área construída X Àrea livre 
 
 
 
b.2- PADRÃO HABITACIONAL 
 
Para a análise do padrão construtivo das moradias foram levantados dados referentes às 
características construtivas dos domicílios e às condições de habitabilidade proporcionadas por eles. 
Em relação às características construtivas foi analisada a existência de elementos como alvenaria, 
estrutura, cobertura, instalações elétricas e hidrossanitárias, esquadrias, revestimento, pintura, piso, 
vidros e metais. Em relação às condições de habitabilidade foram avaliados: a qualidade da 
iluminação e ventilação internas, o aspecto do telhado e das instalações elétricas e sanitárias e a 
presença de infiltrações e trincas/rachaduras. O padrão construtivo permite também a estimativa de 
custos para cada domicílio, necessária no caso de uma possível remoção da benfeitoria. 
De maneira geral, as concentrações de padrões construtivos superiores ocorrem nas áreas que 
possuem condições mais favoráveis à ocupação, como boa acessibilidade e boas condições 
topográficas. Além disso, há áreas que são influenciadas positivamente pela relação com o entorno e 
pelo maior tempo de ocupação. O maior tempo de ocupação é determinante na caracterização de 
uma área mais consolidada, já que com o passar do tempo há uma tendência para que as famílias 
 
 
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adquiram melhorias para suas moradias, visando maior conforto. Para tanto, além do aumento da 
área construída, é comum um incremento no padrão construtivo. 
Os dados apresentados a seguir são resultantes da pesquisa censitária de padrão habitacional e 
sanitária que considerou o universo dos domicílios das quadras 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9 e 10, que 
integram os setores atípicos. 
No Setor 1, os domicílios com melhor padrão construtivo se concentram nos limites da quadra, 
especialmente aqueles localizados nas ruas Vaqueiro de Búfalo, Serro Azul e Corrida de Touros. Os 
domicílios com padrões construtivos inferiores concentram-se ao longo dos ramos da Rua Planeta. 
No setor 2 essa concentração de padrões construtivos superiores se localiza nas áreas limítrofes, a 
norte do assentamento, especialmente nas ruas Dez e Caliandra onde, inclusive, as características 
construtivas são semelhantes daquelas da cidade formal. Os padrões construtivos inferiores se 
localizam nas quadras 2 e 3, nas áreas próximas ao córrego. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Foto 11 – Padrão construtivo inferior na quadra 3, às margens do córrego, Setor 2 
 
O Setor 3 é o que apresenta o maior número de domicílios com padrões construtivos inferiores. Nas 
quadras 7 e 10, os domicílios voltados para as ruas Barretos e Cheflera apresentam padrões 
construtivos superiores, semelhantes aos da cidade formal. Nas demais áreas da quadra 7 e nas 
quadras 8 e 9, os padrões construtivos não são bons, com grande ocorrência do ruim/péssimo, 
influenciados pela ocupação recente e pelo fato de que muitos domicílios ainda estão em construção. 
Na parte interna da Quadra 10 há a presença de domicílios construídos com lona e compensados de 
madeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Foto 12 – Domicílios com padrões construtivos inferiores no Ramo 4 do Beco Acalifa, Setor 3 
 
Dentre os domicílios pesquisados, é equilibrada a porcentagem de domicílios com padrão ótimo, 
bom, regular e ruim, predominando, entretanto, os domicílios de padrão regular que constituem 
27,12% do total de domicílios pesquisados. 
Para promover uma fácil leitura das diferentes concentrações de padrão construtivo da área de 
estudo do Conjunto Mariquinhas, foram identificadas na figura a seguir áreas onde há maior 
concentração de domicílios com padrões construtivos ruins ou péssimos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 14 - Predominância de Padrão Construtivo 
 
Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 
 
Quanto à consolidação das quadras, vê-se na figura a seguir que a maioria delas apresenta grau de 
consolidação regular quanto ao padrão construtivo, com exceção das quadras 4 e 5, com padrão 
bom, e da quadra 8, com padrão ruim. Isso implica que o padrão construtivo poderá ser um fator 
determinante na definição das propostas que deverão apresentar soluções capazes de elevar essa 
classificação e, consequentemente, proporcionar melhor qualidade de vida aos moradores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 15 – Consolidação das Quadras em Relação ao Padrão Construtivo 
 
 
 
Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 
 
O resultado final da análise desses dados, conforme representado na figura acima mostra que nas 
quadras pesquisadas da área de estudo do Conjunto Mariquinhas, a média predominante do padrão 
construtivo é regular. Esse perfil define, de modo geral, quadras constituídas por domicílios de 
padrão médio, com algumas deficiências construtivas que podem estar relacionadas ao acabamento 
das edificações ou, ainda, ao conforto ambiental das mesmas.Nas quadras 4 e 5 os domicílios com 
padrões construtivos superiores, localizados em suas áreas limítrofes, contribuíram para que na 
análise final elas sejam classificadas como de padrão habitacional bom. Na quadra 8 a qualidade 
ruim das habitações aliada ao grande adensamento, que prejudica o conforto ambiental, contribuem 
para que ela seja considerada ruim. É importante ressaltar que os resultados apresentados 
consideram a média do padrão construtivo em cada quadra, o que não significa a inexistência de 
domicílios com características construtivas e condições da habitabilidade satisfatórias nas quadras 
onde o padrão é dado como ruim ou regular. 
 
VERTICALIZAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES 
Os domicílios pesquisados nos setores atípicos ocupam 472 edificações, sendo a grande maioria de 
1 pavimento em todos os setores e quadras. De uma maneira geral há um equilíbrio entre o número 
 
 
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de edificações de 1 pavimento e as edificações com 2 ou mais pavimentos, salvo algumas exceções 
como se vê a seguir: 
 
Tabela 52 - Verticalização das edificações 
 
QUADRA EDIFIC. 
VERTICALIZAÇÃO (%) 
1 PVTO 2 PVTO 3 PVTO 4 PVTO 5 PVTO 
 
 
 
 
1 128 53,91 42,19 3,91 
2 45 57,78 40 2,22 
3 56 75 17,86 7,14 
4 58 53,45 43,1 3,45 
5 23 78,26 21,74 
6 19 63,16 36,84 
 
7 64 70,31 26,56 1,56 1,56 
8 38 81,58 18,42 
9 7 71,43 28,57 
10 53 83,02 16,98 
11 32 59,38 37,50 3,13 
 
12 85 75,29 22,35 2,35 
 
13 31 64,52 32,26 3,23 
 
14 37 56,76 40,54 2,70 
 
15 44 77,27 13,64 6,82 2,27 
 
16 39 71,79 23,08 5,13 
 
17 59 50,85 45,76 3,39 
 
TOTAL 818 62,23 31,60 2,34 2,27 1,56 
 Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 
 
No setor 1, 53,91% das edificações possuem 1 pavimento, 42,19% são de 2 pavimentos e 3,91% são 
de 3 pavimentos. Observa-se nessa quadra um aproveitamento dos desníveis do terreno para a 
implantação de pavimentos abaixo do nível da rua, sendo que esse número elevado de edificações 
com mais de dois pavimentos não é percebido in loco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Foto 13 – Ocupação no Setor 1 com aproveitamento dos desníveis 
 
 
No setor 2 as quadras 3 e 5 possuem um percentual menor, se comparadas às demais quadras, de 
edificações com 2 ou mais pavimentos. 
O setor 3 é o que possui o maior percentual de edificações de 1 pavimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 14 – Edificações horizontais no Ramo 2 do Beco Acalifa. O padrão construtivo inferior é fator 
condicionante para a verticalização 
 
 
No setor 4 todas as quadras possuem edificações com 3 pavimentos, ainda que em uma 
porcentagem pequena se comparada com as edificações de 1 e 2 pavimentos. Isso pode revelar 
uma tendência à verticalização nessa área impulsionada pela melhor infra-estrutura instalada. 
 
 
 
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134 
A existência de áreas livres dentro do Conjunto Mariquinhas contribui para que a expansão vertical 
não seja tão expressiva quanto em outros assentamentos em que a elevada taxa de ocupação, os 
afastamentos muitas vezes inexistentes e a insuficiência de áreas livres dificultam uma expansão 
horizontal e impulsionam o crescimento vertical. 
A verticalização das edificações, associada à alta taxa de ocupação do solo, ao sistema viário com 
vias estreitas e à pequena quantidade de áreas livres, contribui para o aumento do adensamento 
construtivo e populacional, gerando problemas como dificuldade de aeração, iluminação e insolação. 
 
Figura 16 – Verticalização das Edificações 
 Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 
 
A figura a seguir apresenta o grau de consolidação das quadras quanto à verticalização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 17 – Consolidação das Quadras em Relação à Verticalização 
 
 
Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 
 
USOS DOS DOMICÍLIOS 
Os usos dos domicílios foram levantados, identificando-se a existência de usos residencial, misto, 
serviços, comércio e equipamentos coletivos. O uso misto foi considerado apenas quando em um 
mesmo domicílio, o uso residencial foi associado a uma atividade comercial, de prestação de 
serviços ou equipamento coletivo. A pouca diversificação de usos indica uma menor consolidação da 
quadra/conjunto e também uma menor autonomia das diversas áreas do assentamento46. Em todo o 
 
46 De acordo com a metodologia do PGE, a interpretação dos dados relacionados ao uso dos domicílios indica estágios 
diferenciados de consolidação, sendo que: 
Baixo – indica predomínio do uso residencial, ou equilíbrio entre usos residencial e misto, com baixíssima presença de usos 
não residenciais; 
Intermediário – indica uma maior diversidade de usos, com presença mais expressiva de usos não residenciais ou forte 
incidência de uso misto 
 Alto – indica predomínio de usos não residenciais. 
 
 
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conjunto o comércio é representado por bares ou pequenas mercearias e observa-se que ele ocorre 
nas áreas periféricas das quadras. 
No setor 1, 93,37% dos domicílios pesquisados são residenciais, 5,30% são comerciais e 0,66% é 
equipamento coletivo e 0,66 é de uso industrial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 15 – Comércio local na Rua Vaqueiro de Búfalo, 224, Setor 1 
(Fonte: Google street view, imagem de julho de 2011, pesquisada em junho de 2012) 
 
No setor 2, a quadra 5 possui domicílios exclusivamente residenciais. Nas demais quadras, mesmo 
com o percentual de domicílios residenciais ultrapassando 90%, há a presença de comércio em 
todas elas. Nas quadras 2 e 3, há equipamentos coletivos e domicílios de uso misto e na quadra 2 há 
ainda o uso industrial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Foto 16 – Comércio local na Rua Barretos, 241, Setor 2 
 
(Fonte: Google street view, imagem de julho de 2011, pesquisada em junho de 2012) 
O setor 3 é o que apresenta a segunda a maior diversificação quanto ao uso. Isso se deve à 
presença da UMEI Mariquinhas na quadra 9 e dos comércios localizados em sua maioria na Rua 
Barretos. A UMEI Mariquinhas atrai diariamente um grande movimento de pessoas, especialmente 
nos horários de entrada e saída de crianças na instituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 17 – UMEI Mariquinhas 
(Fonte: Google street view, imagem de julho de 2011, pesquisada em junho de 2012) 
 
O setor 4 é o que apresenta a maior diversificação quanto ao uso. O acesso facilitado contribui para 
o maior número de domicílios de uso não residencial, especialmente o comercial. 
 
 
 
 
 
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Tabela 53 - Uso dos domicíliosQUADRA 
USO (%) 
COM. SERV. IND EQ. COL. MISTO RESID. 
 1 4,40 
 
1,10 
 
94,51 
2 5,17 
 
1,72 1,72 1,72 89,66 
3 1,54 
 
1,54 1,54 95,38 
4 2,78 
 
97,22 
5 
 
100 
6 
 
100 
7 5,80 4,35 
 
89,96 
8 2,50 
 
97,50 
9 
 
14,29 
 
85,71 
10 4,84 
 
95,16 
11 2,56 
 
97,44 
12 6 1 
 
1 1 91 
13 7,50 5,00 
 
87,50 
14 3,85 
 
96,15 
15 12,07 3,45 
 
1,72 82,76 
16 6,38 
 
2,13 
 
91,49 
17 4,88 
 
95,12 
 Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 
 
A figura a seguir, mostra a localização dos domicílios de uso não residencial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 18 - Usos Não Residenciais e Mistos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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140 
 
Figura 19 – Consolidação das Quadras em Relação ao Uso 
Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 
 
REGIME DE OCUPAÇÃO DOS DOMICÍLIOS 
Os regimes de ocupação adotados pela pesquisa foram: proprietário, cedido, alugado e desocupado. 
Os critérios estabelecidos para estes dados, principalmente no que diz respeito ao proprietário, 
referem-se à propriedade da benfeitoria e não à propriedade formal e/ou jurídica da terra. O critério 
estabelecido para determinar o nível de consolidação das quadras quanto ao seu regime de 
ocupação baseou-se nas ponderações dos resultados, sendo que quanto maior a concentração de 
ocupação pelos proprietários e, em seguida, por cessão ou aluguel, maior o grau de consolidação da 
quadra47. 
 
47 De acordo com a metodologia do PGE, a interpretação dos dados relacionados ao regime de ocupação dos domicílios 
indica estágios diferenciados de consolidação, sendo que 
Baixo: forte incidência de domicílios desocupados, ou equilíbrio entre domicílios desocupados e alugados 
Médio Baixo: indica forte incidência de domicílios alugados ou equilíbrio entre os domicílios cedidos, alugados e 
desocupados, com baixa presença de proprietários. 
Médio Alto: indica forte incidência de domicílios cedidos ou equilíbrio entre os diversos regimes de ocupação 
Alto: Indica predomínio de ocupação por proprietários. 
 
 
 
 
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Em nenhum setor e em nenhuma quadra o número de domicílios próprios é inferior à soma dos 
domicílios alugados, cedidos ou desocupados. Apenas a quadra 2 apresenta grau de consolidação 
médio alto quanto ao regime de ocupação. Todas as demais possuem grau de consolidação alto. 
 
Tabela 54 - Regime de ocupação dos domicílios 
 
QUADRA 
REGIME DE OCUPAÇÃO (Número de domicílios) 
PROP. CEDIDO ALUGUEL DESOC. 
1 69,23 3,85 18,13 8,79 
2 56,90 1,72 27,59 13,79 
3 83,08 3,08 10,77 3,08 
4 87,50 1,39 5,56 5,56 
5 85,19 3,70 7,41 3,70 
6 85,00 5,00 5,00 5,00 
7 75,36 5,80 8,70 10,14 
8 87,50 2,50 0 10,00 
9 100 0 0 0 
10 87,10 1,61 3,23 8,06 
11 79,49 10,26 7,69 2,56 
12 75,00 7,00 4,00 14,00 
13 85,00 0 7,50 7,50 
14 92,31 1,92 1,92 3,85 
15 68,97 3,45 12,07 15,52 
16 82,98 2,13 6,38 8,51 
17 75,61 3,66 8,54 12,20 
 Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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142 
Figura 20 – Consolidação das Quadras em Relação ao Regime de Ocupação 
 
Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 
 
A análise final das quadras é apresentada no mapa D08-Diagnóstico Urbanístico, sintetizando as 
avaliações anteriores e indicando o Grau de Consolidação Habitacional das quadras 48. As análises 
finais do padrão construtivo e da verticalização dos domicílios são, nessa ordem, os principais 
indicadores que influenciam nesse resultado. O uso predominantemente residencial, pouco 
diversificado, influencia negativamente o padrão final das quadras, mas esta influência é menor do 
 
48
 O grau de consolidação é o resultado da síntese das avaliações temáticas das quadras, a partir da ponderação dos 
resultados obtidos nas análises de padrão construtivo, de verticalização, do uso e do regime de ocupação, para indicação do 
caráter mais provisório/precário ou mais definitivo da ocupação: 
- padrão construtivo (peso=0,55): quanto melhor o padrão da quadra, maior a consolidação 
- verticalização (peso=0,25): a maior ou menor verticalização contribui para a consolidação de maneiras distintas, 
dependendo do padrão construtivo: 
 - para as quadras com padrão construtivo entre ótimo e regular positivo, quanto maior a verticalização, maior a 
consolidação; 
 - para as quadras com padrão construtivo entre regular negativo e péssimo, quanto maior a verticalização, menor a 
consolidação, uma vez que a verticalização agrava o problema. 
- uso (peso=0,15): quanto maior a concentração de usos não residenciais e, em seguida, de mistos, maior a consolidação 
- regimes de ocupação (peso=0,05): quanto maior a concentração de ocupação pelos proprietários e, em seguida, por cessão 
e aluguel, maior a consolidação 
 
 
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143 
que os itens anteriormente citados. O regime de ocupação é o que menos impacta o resultado da 
análise final das quadras, já que possui o menor peso dentre os quatro itens analisados. 
Embora, tenham sido apresentados os dados relativos à verticalização, usos e regime de ocupação 
para todas as quadras da área de estudo do Conjunto Mariquinhas, a análise final considera apenas 
as quadras que integram os setores atípicos, para as quais foi realizada a pesquisa censitária de 
padrão habitacional e sanitária. 
Todas as quadras que integram os setores atípicos (1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9 e 10) do Conjunto 
Mariquinhas são classificadas, na análise final, como de grau de consolidação habitacional médio. 
O resultado geral pode ser considerado como positivo, especialmente para o Setor 3, onde a 
ocupação se deu de forma informal, e onde há tantos problemas como os já descritos e analisados, 
especialmente na quadra 8. 
 
c) ANÁLISE DAS RELAÇÕES ESPACIAIS 
 
A análise das relações espaciais tem por objetivo avaliar a qualidade dos ambientes públicos e 
privados do Conjunto Mariquinhas e as condições de vida proporcionadas aos seus habitantes 
considerando suas demandas habitacionais, de acessibilidade, de convivência, de comércio e 
serviços, dentre outros aspectos. Pretende-se assim diagnosticar os principais problemas e 
potencialidades do assentamento, tendo em vista os desafios para o seu processo de consolidação, 
para a melhoria do ambiente urbano e para a reversão da situação de segregação sócio-espacial. 
O entorno do Conjunto Mariquinhas é diversificado quanto ao uso. Há uma predominância de 
edificações residenciais unifamiliares, mas verifica-se também a presença de alguns comércios e 
serviços. O espaço urbanodo entorno é dividido em quatro zoneamentos distintos, sendo eles: Zona 
de Adensamento Restrito 2 – ZAR-2, Zona de Preservação Ambiental – ZPAM, Zona de Proteção 2 – 
ZP2, além de Zona de Grandes Equipamentos – ZE, em áreas mais a norte. Esse zoneamento indica 
situações diferentes, definidas por lei para o desenvolvimento regional. O primeiro zoneamento, que 
pela proximidade física e maior área de abrangência interfere mais no assentamento, prevê o 
controle do adensamento. O segundo diz respeito a uma grande área a leste do assentamento em 
que há restrições à ocupação. O terceiro diz respeito a duas áreas verdes que devem ser 
preservadas a sudoeste e leste do assentamento, sendo a última envolta pela área classificada como 
ZP2. O quarto zoneamento indica que a área poderá contar com a presença de empreendimentos 
de grande porte, seguindo a tendência de investimentos na Região Norte de Belo Horizonte. Com 
isso prevê-se que no entorno imediato do Conjunto não haverá um grande adensamento, 
respeitando-se os limites e parâmetros da legislação vigente. 
A região classificada como ZP2 tem potencial para se tornar uma área de lazer que poderá atender 
tanto aos moradores do Conjunto Mariquinhas quanto de seu entorno. 
Os principais acessos são feitos através da Avenida Cristiano Machado e do eixo formado pelas 
avenidas Pedro I e Antônio Carlos. A proximidade do assentamento a esses dois corredores viários 
permite à comunidade o acesso a um grande número de linhas de ônibus, que fazem a ligação do 
assentamento com todas as regiões de Belo Horizonte e com outros municípios da Região 
Metropolitana. Além disso, a região é atendida também pelo metrô, através da Estação Vilarinho. 
 
 
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144 
O Conjunto Mariquinhas pouco se destaca na paisagem urbana pelo fato de ocupar encostas e um 
fundo de vale. Além disso, sua ocupação se assemelha à do entorno imediato no que se refere ao 
uso, à verticalização e ao padrão construtivo em suas áreas limítrofes. 
A articulação com o entorno é feita principalmente através das ruas Maria Martins, Praça dos Touros, 
Cheflera, Acalifa, Malva Rosa, Caliandra e Vaqueiro de Búfalo. O Beco Acalifa também é uma 
importante via tanto de integração com o entorno quanto de articulação do Setor 3. Além disso, faz a 
ligação com a UMEI Mariquinhas, principal equipamento comunitário pertencente ao Conjunto. 
O assentamento é dividido em 17 quadras, delimitadas pelo sistema viário, com tamanhos variados e 
formas orgânicas, típicas de assentamentos informais. De acordo com suas características físicas, as 
quadras foram divididas em setores, sendo: 
- setor 1: quadra 1; 
- setor 2: quadras 2, 3, 4 e 5; 
- setor 3: quadras 6, 7, 8, 9, e 10; 
- setor 4: quadras, 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17. 
No PGE, os setores 1, 2 e 3, com exceção da quadra 6 estão sendo considerados prioritários, já que 
o setor 4 se encontra em área já urbanizada, dotadas de infra-estrutura, sem situações de risco, bom 
padrão construtivo e que, por não precisar de intervenções estruturais é indicado como preparado 
para o processo de regularização fundiária. 
O sistema viário do conjunto se divide em dois subsistemas, o veicular e o de pedestres. O veicular 
tem características semelhantes ao do entorno e permite uma boa integração com este entorno e 
uma boa penetração e articulação no conjunto. 
O sistema viário de pedestres se soma ao veicular, promovendo articulações no interior do conjunto 
e a penetração nas quadras. 
No Setor 1 o sistema viário é periférico, predominantemente veicular, à exceção da Rua Maria 
Martins. Possui poucas articulações internas, constituídas por vias de pedestres em sua maioria, o 
que prejudica sua integração interna e reduz as possibilidades de acesso ao campo de futebol, 
referência para toda a comunidade. Esse campo está em fase final de urbanização que incluiu além 
de melhorias no próprio campo, com sua demarcação, colocação de arquibancada, gramado e tela 
de proteção, abertura de vias veiculares que dão acesso aos domicílios ao seu redor e pavimentação 
da Rua do Campo, sua principal via de acesso. 
O Setor 2 pode ser subdividido em duas partes, denominadas aqui de Setor 2A e Setor 2B, ambas 
com a característica de ter tido a ocupação orientada pela presença de um córrego. Os dois sub-
setores possuem articulação interna precária, seja pela presença de curso d’água e nascentes, seja 
pela topografia acidentada. 
O Setor 3 possui um sistema veicular periférico e internamente a articulação é feita por vias de 
pedestres precárias, sem pavimentação e com trechos de altas declividades onde não há escada, 
como acontece na continuação das ruas Acalifa e Malva Rosa, prejudicando a acessibilidade. A 
ausência de vias veiculares internas prejudica a integração do Conjunto Mariquinhas e dele com o 
entorno, tornando o Setor 3 uma barreira para o sistema viário do Conjunto Mariquinhas, levando a 
um aumento do percurso para motoristas que desejam transpô-lo. Essa integração do Setor 3 aos 
demais setores do Conjunto e com o entorno seria importante porque é nele que se encontra a 
 
 
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Unidade Municipal de Educação Infantil – UMEI Mariquinhas, referência em educação para os 
moradores daquelas áreas. Os becos desse setor não possuem nomenclatura oficial e são 
identificadas pelos moradores com o nome da via mais próxima. Os becos podem ser considerados 
como extensões dos domicílios já que muitos moradores os utilizam para desempenhar atividades 
domésticas como lavar e secar roupas. 
O Setor 4 possui um traçado viário composto por vias veiculares, articuladas entre si e com 
características físicas similares à da cidade formal, com larguras suficientes para mão dupla, 
passeios dos dois lados e declividades suaves. Em todas elas é possível a entrada de caminhões de 
lixo, facilitando o acesso deste serviço. As vias configuram quadras, facilitando a orientação dos 
transeuntes. O fato de todas as vias do Setor 4 serem veiculares e articuladas entre si faz com que 
ele tenha uma boa integração interna. 
De um modo geral o sistema viário atende bem as suas funções de articulação, penetração e 
integração do Conjunto e dele com seu entorno, salvo algumas situações pontuais. 
O campo de futebol e a UMEI Mariquinhas são importantes equipamentos de uso coletivo, 
localizados nas quadras 1 e 9, respectivamente. O campo se destaca também pela sua importância 
como único espaço de lazer e convivência. 
Não obstante a presença de áreas desocupadas no interior do assentamento, principalmente pela 
presença de curso d’água e encostas com altas declividades, o Conjunto Mariquinhas é bastante 
adensado em relação à ocupação do solo. Essas áreas vazias no interior das quadras contribuem 
para uma melhor qualidade ambiental dos domicílios, especialmente nos setores 1 e 2. 
Na quadra 1, os baixos índices de densidade populacional, taxa de ocupação do solo e densidade 
construtiva se devem às áreas desocupadas no seu interior (campo de futebol e encostas). 
Entretanto, esses índices são mais elevados nas partes limítrofes da quadra e especialmente entre a 
Rua Maria Martins e a área do campo, observam-se altas taxas de ocupação e de densidade 
construtiva. 
No Setor 2 a taxa de ocupação relativamente baixa se deve, dentre outros fatores, à área 
desocupada referente ao córrego e às encostas com altas declividades, desocupadas, nas quadras 
4 e 5. 
O Setor 3 é o que apresenta, dentre os setores prioritários, o maior adensamento construtivo o que, 
aliado à poucae precária infra-estrutura instalada, prejudica o conforto ambiental dos domicílios. 
Do ponto de vista do uso e da ocupação, não há tantas diferenças entre as quadras do Conjunto 
Mariquinhas. Os espaços privados de todas as quadras são predominantemente residenciais, 
unifamiliares, com um ou dois pavimentos, em sua maioria. A quadra 4 é a que apresenta o maior 
índice de domicílios com padrão construtivo ótimo. A quadra 10 é a que apresenta o maior índice de 
domicílios com padrão construtivo péssimo. Na quadra 8, 72,73% dos domicílios apresentam padrão 
construtivo ruim ou péssimo, fazendo com que essa quadra tenha a pior classificação. 
Apenas no Setor 3 é perceptível que o padrão construtivo é inferior ao do entorno. Nos demais 
setores os padrões construtivos superiores se concentram nas áreas limítrofes e se assemelham 
com o padrão construtivo do entorno. No entorno verifica-se a presença em maior número de 
comércios, mas, ainda assim, predominam as residências unifamiliares de um ou dois pavimentos e 
lotes vagos. Os comércios encontrados no Conjunto Mariquinhas localizam-se predominantemente 
nas vias veiculares, em especial nas ruas Serro Azul, Barretos e Praça dos Touros. 
 
 
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Podem ser consideradas centralidades, seja pelo número de pessoas que atraem, seja por 
representarem referências para a comunidade, o campo de futebol, a UMEI Mariquinhas e a praça no 
cruzamento das ruas Serro Azul e Vaqueiro de Búfalo. 
Ainda há um número significativo de áreas livres no Conjunto Mariquinhas, sendo que muitas delas 
são impróprias para ocupação por estarem em área de proteção de cursos d’água ou por possuírem 
declividades elevadas. As áreas livres que poderiam ser destinadas para ocupação localizam-se na 
quadra 1, mas estão sendo invadidas em ritmo acelerado. 
As densidades populacionais encontradas no Conjunto Mariquinhas são muito mais altas que as de 
Belo Horizonte e da Regional Norte, onde ele está inserido. No entanto, considerando a realidade 
dos assentamentos informais, as densidades, tanto do conjunto como um todo, quanto da maioria 
das quadras, podem ser consideradas baixas. Isso se deve a fatores como as baixas densidades 
construtivas e taxas de ocupação do solo, cujas médias das quadras são 0,43 e 0,34, 
respectivamente, e à média de moradores por domicílio, que é de 2,9, valor abaixo da média de Belo 
Horizonte, que é de 3,5 hab./dom., dentre outros. 
 
Figura 21 - Iluminação e Ventilação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Pesquisa censitária de Padrão Habitacional – ORBIS/PGE 2011 
 
 
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d) SÍNTESE 
A síntese do diagnóstico urbanístico tem por objetivo apontar os principais problemas e 
potencialidades do assentamento, tendo como referência as análises dos espaços públicos e 
privados apresentados anteriormente, focando nas condições de habitabilidade, acessibilidade e 
qualidade ambiental, atualmente proporcionadas pelo Conjunto Mariquinhas. Pretende-se assim 
definir quais situações demandam intervenções para a melhoria dos espaços do assentamento e 
para sua integração no contexto urbano do município, eliminando ou contornando os condicionantes 
físicos que caracterizam as condições de segregação espacial. 
Com base nestas demandas, foram definidas categorias diferenciadas de áreas: consolidadas ou 
consolidáveis com pequenas intervenções, e consolidáveis com intervenção estruturante, como pode 
ser observado no Mapa 08 – Diagnóstico Urbanístico. 
Na área de estudo do Conjunto Mariquinhas, as áreas consolidadas ou consolidáveis com pequenas 
intervenções englobam toda parte do assentamento. Essa classificação se justifica pelo fato de não 
terem sido diagnosticados problemas graves relacionados aos aspectos habitacionais e viários 
nessas regiões, o que por sua vez não demanda a execução de obras de grande porte, causando 
assim poucos impactos no assentamento e na vida comunitária. 
De maneira geral, os problemas físico-ambientais das áreas consolidadas ou consolidáveis com 
pequenas intervenções não comprometem de modo significativo a consolidação do assentamento, e 
podem ser resolvidos através de intervenções pontuais articuladas às intervenções estruturantes. 
Há trechos pontuais do sistema viário veicular insuficientes ou insatisfatórios. Quanto ao sistema de 
pedestres as inconformidades são mais frequentes, principalmente no que se refere à ausência de 
tratamento em trechos de altas declividades, como ocorre nos becos Acalifa e Planeta, incluindo 
suas ramificações. 
Todas as vias, ou trechos de vias, classificados como insuficientes, por possuírem características 
físicas que não atendem aos parâmetros mínimos legais e que, por isso, não desempenham suas 
funções de acessibilidade satisfatoriamente, são áreas que necessitam de intervenções. 
A Rua Maria Martins, considerada como via veicular, é classificada como insuficiente devido à 
existência de trechos com larguras reduzidas, inferiores aos parâmetros mínimos legais. Além disso, 
não possui saída nem área de retorno. 
A Rua do Campo está sendo considerada como insatisfatória por possuir largura suficiente para mão 
única e operar como mão dupla. Entretanto, o trânsito nela é local, com baixo tráfego de veículos e 
possui área de manobras e retorno, fazendo com que sua largura não prejudique sua função de 
acessibilidade ao campo e aos domicílios voltados para ele. Mesmo sendo pequena em extensão, 
essa via se tornou um importante acesso ao interior da quadra 1 após as obras de melhorias do 
campo de futebol. 
No setor 3 há vários trechos de vias veiculares classificados como insatisfatórios por operarem como 
mão dupla, mas possuírem largura suficiente apenas para mão única. Mesmo atendendo às suas 
funções, já que o trânsito nesses locais não é intenso, esses trechos merecem atenção por serem 
importantes para a integração do assentamento e dele com o entorno. As vias são as seguintes: 
Avenida B, ruas Vaqueiro de Búfalo, Barretos e Caliandra. Nesse setor também há vias de pedestres 
consideradas insuficientes, como o ramos da Rua 10. O Beco 509, apesar de ser uma via veicular de 
mão única, é utlizada somente por pedestres. 
 
 
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148 
A Rua Estrela possui uma declividade muito elevada, acima do permitido por lei. Está sendo 
considerada como insatisfatória porque atende às suas funções com restrições, limitando o acesso 
de veículos de grande parte. 
A Rua Planeta, em seu trecho veicular, apesar de operar como mão dupla apresenta largura 
suficiente para mão única. Isso, no entanto, não traz prejuízos já que é um trecho pequeno que 
atende apenas a uma área restrita. Foi considerada como insatisfatória, principalmente por não 
apresentar área apropriada para manobra, restringindo o acesso de veículos de grande porte. O 
trecho em escadaria do Beco Planeta foi considerado insatisfatório devido às inadequações de pisos 
e espelhos, além da ausência de patamares, corrimão e guarda-corpo. Todas as ramificações do 
Beco Planeta foram consideradas insuficientes por possuírem trechos com larguras inferiores a 
1,20m e/ou declividades elevadas sem tratamento adequado. 
Visando à melhoria da segurança e da qualidade ambiental dos espaços públicos, é necessária a 
implantação e a adequação da iluminação pública, a arborização nos locais onde houver espaço 
suficiente, bem como a implantação de mobiliáriourbano. 
Quanto aos espaços privados, as principais intervenções relacionam-se à melhoria das condições de 
insolação, iluminação e ventilação natural das edificações. Em algumas áreas, é necessário diminuir 
o adensamento construtivo, como na quadra 8, principalmente, onde a ocupação densa, sem 
afastamentos, compromete o conforto ambiental e a salubridade dos domicílios. Há ainda áreas com 
deficiência na insolação, iluminação e ventilação natural devido aos problemas construtivos. No setor 
3 há ainda um número elevado de domicílios com padrão construtivo péssimo. 
As áreas consolidáveis com intervenções estruturantes são aquelas onde existem problemas 
maiores ou conjunção de problemas referentes aos aspectos urbanísticos, nas quais devem ser 
realizadas intervenções que gerarão maior impacto no assentamento. 
A área A1 abrange o setor 3 da área de estudo do Conjunto Mariquinhas. Essa área configura-se 
como uma barreira que prejudica a integração do Conjunto com seu entorno a norte devido à 
ausência de ligações viárias veiculares. A precariedade do sistema viário, principalmente no que diz 
respeito à falta de pavimentação, torna mais difícil o deslocamento e o acesso para a UMEI 
Mariquinhas, principal equipamento público do Conjunto, localizada na quadra 9. Além disso, há 
áreas com conforto ambiental deficiente devido ao elevado adensamento construtivo e à 
concentração de padrões construtivos inferiores, e, por último, a ocorrência de ocupação típica de 
assentamentos informais, com lotes de tamanhos e formas variadas, sem respeitar áreas de 
afastamento. 
A área A2 engloba parte das quadras 2, 3, 4, 5 e 6. O sistema viário insatisfatório prejudica a 
acessibilidade e a integração do assentamento com o seu entorno a oeste. As intervenções 
necessárias para melhorar esse acesso trarão grande impacto à área devido à elevada densidade 
construtiva. 
A análise final das quadras é apresentada no mapa D08-Diagnóstico Urbanístico, sintetizando as 
avaliações anteriores e indicando o Grau de Consolidação Habitacional das quadras49. As análises 
 
49
 O grau de consolidação é o resultado da síntese das avaliações temáticas das quadras, a partir da ponderação dos 
resultados obtidos nas análises de padrão construtivo, de verticalização, do uso e do regime de ocupação, para indicação do 
caráter mais provisório/precário ou mais definitivo da ocupação: 
- padrão construtivo (peso=0,55): quanto melhor o padrão da quadra, maior a consolidação 
 
 
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149 
finais do padrão construtivo e da verticalização dos domicílios são, nessa ordem, os principais 
indicadores que influenciam nesse resultado. O uso predominantemente residencial, pouco 
diversificado, influencia negativamente o padrão final das quadras, mas esta influência é menor do 
que os itens anteriormente citados. O regime de ocupação é o que menos impacta o resultado da 
análise final das quadras, já que possui o menor peso dentre os quatro itens analisados. 
Do ponto de vista urbanístico não há áreas consideradas “não consolidáveis”, ou seja, não existem 
impedimentos físicos à consolidação do assentamento. 
No entorno há um número significativo de áreas que podem ser estudadas para os possíveis 
reassentamentos decorrentes do PGE. Algumas delas estão representadas na figura a seguir e 
foram escolhida devido à proximidade do assentamento. Além disso, dentro do Conjunto 
Mariquinhas, nos setores 1 e 3, há áreas que são potenciais para troca de tecido por não serem 
muito adensadas, possuírem padrão construtivo inferior e serem de topografia suave. 
 
Figura 22 - Áreas Possíveis para Reassentamento 
 
 
 
 
 
 
 
- verticalização (peso=0,25): a maior ou menor verticalização contribui para a consolidação de maneiras distintas, 
dependendo do padrão construtivo: 
 - para as quadras com padrão construtivo entre ótimo e regular, quanto maior a verticalização, maior a consolidação; 
 - para as quadras com padrão construtivo entre regular e péssimo, quanto maior a verticalização, menor a consolidação, 
uma vez que a verticalização agrava o problema. 
- uso (peso=0,15): quanto maior a concentração de usos não residenciais e, em seguida, de mistos, maior a consolidação 
- regimes de ocupação (peso=0,05): quanto maior a concentração de ocupação pelos proprietários e, em seguida, por cessão 
e aluguel, maior a consolidação 
 
 
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150 
3. DIAGNÓSTICO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO 
 
A análise do risco geológico-geotécnico compreende o estudo das características físicas de uma 
área e a identificação do comportamento deste ambiente morfo-geológico frente à ocupação 
instalada. 
Torna-se fundamental, portanto, identificar os processos geodinâmicos presentes na área e verificar 
quais impactos da ocupação humana atuam de forma a potencializar ou até mesmo minimizar esses 
processos. 
A descrição dos aspectos geomorfológicos e geológicos do Conjunto Mariquinhas fornece, então, os 
subsídios básicos para essa análise. A geomorfologia da área já está descrita em item anterior (item 
x- Descrição geomorfológica do sítio), neste trabalho, e as características geológicas serão 
apresentadas a seguir. 
 
a) GEOLOGIA 
 
O Conjunto Mariquinhas encontra-se sobre rochas do embasamento cristalino integrantes do 
Complexo Belo Horizonte, domínio geológico representado por rochas gnáissico-migmatíticas de 
idade arqueana. O litotipo amplamente dominante neste complexo é um gnaisse cinza-claro, 
frequentemente exibindo bandamento composicional e feições de migmatização. Esta rocha é 
geralmente biotítica, ortoderivada, de bandamento grosseiro, com faixas miloníticas e migmatíticas 
cuja intensidade varia de forma muito irregular. 
Na área do conjunto não ocorrem afloramentos de rocha são deste complexo, somente solo 
saprolítico onde ainda podem ser observadas a composição mineral alterada e estruturas gnáissicas. 
As rochas gnáissicas formam manto de alteração muito desenvolvido. Entretanto, na área do 
Conjunto Mariquinhas, não há muita exposição deste material devido à consolidação urbana de 
grande parte do assentamento e da espessura dos solos sobrepostos. 
Na porção sudoeste do conjunto, em um corte próximo ao selo 139, é possível verificar a presença 
do solo residual do gnaisse migmatítico no talude de corte (Foto 18). Este foi um dos poucos locais 
em que este solo pôde ser observado. O saprólito/solo residual do gnaisse migmatítico apresenta 
coloração rósea esbranquiçada e granulometria argilo-arenosa (bem graduada), mantendo veios de 
quartzo incólumes e planos de bandamento visíveis pela variação composicional. 
O substrato de todo o Cojunto Mariquinhas é constituído, então, por gnaisses do Complexo Belo 
Horizonte recobertos localmente por depósitos superficiais de colúvio. Além desse recobrimento 
coluvial, ocorrem diversos pontos com presença de aterros/bota-foras lançados e existem extensas 
áreas com a presença de corpos de aterro expressivos, como a jusante do campo de futebol 
existente no conjunto (Foto 19). 
 
 
 
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Foto 18– Corte existente ao lado do selo 139. 
 
 
 
Foto 19– Corpo de aterro próximo ao campo de futebol. 
 
 
b) CARACTERÍSTICAS GEOTÉCNICAS E PROCESSOS GEODINÂMICOS ASSOCIADOSO solo residual de gnaisse, material geológico predominante no Conjunto Mariquinhas, apresenta 
características geotécnicas em geral desfavoráveis à deflagração de processos geodinâmicos. 
Entretanto, aliado às condições geomorfológicas e ao padrão da ocupação, podem formar ambientes 
propícios a sediar tais processos. O ambiente morfo-geológico encontrado na área confere a este 
material as seguintes características geotécnicas: 
Boa escavabilidade. A ausência de afloramentos rochosos ou de rocha pouco alterada garante a 
possibilidade de escavações manuais em toda a área desta ocupação. Mesmo a ocorrência pontual 
de saprólito encontrada corresponde a um material em avançado estágio de alteração que também 
apresenta franca escavabilidade. 
 
 
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Boas características geotécnicas para suporte de fundações. A presença de espessos pacotes de 
solo residual que apresentam granulometria bem graduada confere a este material a possibilidade, 
em geral, de utilização de fundações rasas. As exceções se fazem em situações de terrenos de 
maior declividade, sujeitos ao processo de escorregamento ou em obras de engenharia que exijam 
fundações mais profundas. 
Boa estabilidade para taludes de corte inclinados e de pequena altura. O solo residual do gnaisse 
apresenta, aparentemente, uma boa coesão, já que não se trata de um material predominantemente 
arenoso (apresenta granulometria bem graduada), possuindo assim, características favoráveis à 
estabilidade de taludes. Entretanto, quando associado a encostas de declividade acentuada, 
extensas e/ou com corte verticais em sua base, tende a instabilizar-se quando de sua saturação. O 
fato do conjunto apresentar pacotes espessos de solo residual determina a ocorrência de 
escorregamentos do tipo circular, que normalmente mobilizam volumes expressivos de material. 
Baixa a média predisposição a processos erosivos. A presença de solo residual com boa coesão e 
predominância de encostas de baixa declividade conferem uma baixa predisposição da área aos 
processos erosivos. No entanto, quando em ambientes de encostas íngremes e na presença de 
concentração de escoamentos pluviais, o solo residual de gnaisse apresenta resistência mediana à 
erosão e pode desenvolver feições erosivas do tipo sulco ou ravina. 
As coberturas coluviais existentes na área não apresentam cobertura areal ou espessuras relevantes 
para serem descritas como um material geotécnico. Entretanto, os corpos de aterro de maior 
expressão podem sediar processos de escorregamentos e erosão independentes do escorregamento 
do solo subjacente. As principais características geotécnicas para este material antrópico são: 
Franca escavabilidade em função da desagregação do material correspondente à falta de 
compactação na execução destes corpos de aterro. 
Péssimas condições para suporte de fundações em função da elevada possibilidade de ocorrência 
de adensamento/recalque já que se trata de um material inconsolidado. 
Péssima estabilidade para taludes de corte em função da baixa ou inexistente (quando da presença 
de um grande percentual de entulho associado) coesão do material. Não se recomenda, portanto, a 
execução de cortes verticais neste material sem as devidas medidas de contenção. 
Elevada predisposição a processos erosivos em função da baixa coesão do material. Torna-se 
necessário o recobrimento dos taludes de aterro e desvio da drenagem superficial para se evitar o 
desenvolvimento de feições erosivas. 
Embora não seja um processo geodinâmico, a inundação é um processo destrutivo existente no 
Conjunto Mariquinhas e, apesar de ter ocorrência restrita à região próxima ao talvegue existente 
entre as ruas Vaqueiro de Búfalo e Barretos, merece atenção principalmente pelo fato de já ter 
sofrido intervenção para sua minimização (canalização) sem, entretanto, eliminar o problema. 
Relatos de moradores e marcas de cheias observáveis nas paredes das edificações denotam 
eventos inundatórios que chegam a atingir alturas de lâmina d’água de cerca de 0,50m nas 
edificações. 
Apesar desta lâmina d’água representar um valor passível de convivência com a situação, o principal 
problema enfrentado pela população é a inexistência de outra rota de acesso (para entrada ou saída 
de suas moradias) em eventos de inundação já que além da lâmina d’água que se forma por cima da 
 
 
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canalização, a velocidade do fluxo de água do córrego (segundo relato dos moradores) impede 
transitar com segurança no local. 
 
c) ÁREAS DE RISCO 
 
A metodologia utilizada para a identificação e mapeamento das áreas de risco geológico-geotécnico 
do Conjunto Mariquinhas cumpriu os seguintes procedimentos: (1) identificação de evidências de 
movimentação do terreno e de eventos inundatórios, (2) análise dos condicionantes geológico-
geotécnicos e das características da ocupação do assentamento, (3) avaliação da probabilidade de 
ocorrência de processos associados a escorregamentos de encostas, erosão, solapamento de 
margens de córregos e inundação com potencial para afetar a segurança de moradias, (4) 
delimitação dos setores com probabilidade de sediar os processos destrutivos identificados e, (5) 
estimativa do número de domicílios de cada setor de risco classificado como muito alto, alto ou 
médio. 
Os trabalhos de campo para elaboração do diagnóstico constituíram-se basicamente em 
investigações geológico-geotécnicas de superfície, buscando identificar condicionantes dos 
processos de instabilização, existência de agentes potencializadores e indícios do desenvolvimento 
de processos destrutivos e foi realizado em uma escala de 1:1.250. Os resultados desse 
mapeamento estão apresentados no Mapa LD-09 – Diagnóstico do risco geológico-geotécnico. 
Adotaram-se os níveis de risco preconizados pela URBEL (URBEL, 2009) tendo sido identificadas, 
na área, situações de risco geológico-geotécnico muito alto, alto, médio e baixo. Delimitou-se 
também as áreas que atualmente não apresentam predisposição ao risco geológico (sem risco) e as 
áreas desocupadas que podem desencadear, rapidamente, o desenvolvimento de processos 
geodinâmicos caso venham a ser ocupadas. 
Alguns setores foram divididos em subsetores em função de apresentarem mais de um processo 
predominante em uma mesma mancha de um determinado nível de risco. 
No Mapa LS-09 - Diagnóstico do risco geológico-geotécnico, as áreas mapeadas como de risco 
geológico-geotécnico muito alto, alto e médio foram setorizadas, ou seja, cada mancha de risco 
recebeu uma numeração precedida da sigla “MQ” - “Mariquinhas”. Identificou-se 20 setores que 
serão descritos a seguir. O quadro 4 mostra uma síntese dos resultados obtidos, apresentando os 
processos atuantes em cada setor e o número de domicílios expostos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Quadro 4- Síntese dos setores de risco do Conjunto Mariquinhas 
DIAGNÓSTICO DE RISCO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO 
CONJUNTO MARIQUINHAS 
Setor 
Tipo de processo No de domicílios em risco 
Eso Eat So Er In 
Muito 
Alto Alto Médio 
MQ - 1 x - - - - - - 6 
MQ - 2 x - - - - - - 2 
MQ - 3 x - - x - - 1 - 
MQ - 4 - - - x - - 1 - 
MQ - 5 x x - - - - - 33 
MQ - 6 - x - - - - 3 - 
MQ - 7 x - - - - - - 1 
MQ - 8 x - - - - - - 13 
MQ - 9 x - - - - - - - 
MQ - 10 x - - - - - - 13 
MQ - 11 x - - - - - 4 - 
MQ - 12 x - - - - - -68 
MQ - 13 A x - - - - - 2 - 
MQ - 13 B - - x - - - 1 - 
MQ - 14 x x - - - - 14 - 
MQ - 15 - x - - - - - 1 
MQ - 16 A x - - - - - - 10 
MQ - 16 B - - - - x - - 28 
MQ - 16 C x - - - - - - 8 
MQ - 17 x - x - x - 2 - 
MQ - 18 - x - - - 4 - - 
MQ - 19 x - - - - - 2 - 
MQ - 20 A x - - - - - - 5 
MQ - 20 B - - x - - - - 2 
TOTAL 17 5 3 2 2 4 30 190 
 
 
Setor MQ-1 
Setor localizado próximo ao encontro da Rua Caliandra com a Rua Dez. É representado por um platô 
alteado seguido de uma encosta de média declividade que se finda numa região rebaixada onde foi 
observada a existência de um lago, já descrito em item anterior (item x- Descrição geomorfológica do 
sítio). Este lago possui dimensões 4,00x9,00m e corresponde a um barramento artificial. 
 
 
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Neste setor também foi identificado um muro de contenção rompido na divisa entre os selos 386/387 
e 384/385 sem, entretanto, causar danos aos selos 386/387. Na edificação dos selos 384/385 há 
muita umidade no muro que divisa com o selo 390. Estes fatores, juntamente com acumulação de 
lixo nas encostas e bananeiras, indicam risco médio para este setor. 
O setor apresenta os atributos mostrados no quadro 5. 
 
Quadro 5 - Atributos do setor MQ- 1 
Setor MQ – 1 
Nível de risco Médio 
Processos atuantes Escorregamento de solo 
Número de domicílios expostos 6 
 
Setor MQ-2 
O setor se encontra próximo ao limite do conjunto, na Rua Cruz das Almas. É formado por uma 
encosta de declividade média na qual observa-se a presença de uma cicatriz de escorregamento e a 
concentração de água pluvial que escoa pela Rua Malva Rosa. O quadro 6 apresenta os atributos 
deste setor que foi considerado como de risco médio avaliando a situação em que as duas casas, 
posicionadas na crista e no sopé da encosta, se encontram. 
 
Quadro 6 - Atributos do setor MQ- 2 
Setor MQ– 2 
Nível de risco Médio 
Processos atuantes Escorregamento de solo 
Número de domicílios expostos 2 
 
Setor MQ-3 
Localizado no interior da Quadra 7 no final do Beco X, na direção da rua Cruz das Almas, este setor 
abrange somente uma edificação (selo 445) que possui, adjacente a uma das paredes externas, um 
sulco erosivo profundo formado pela concentração de água pluvial, o que já provocou 
escorregamentos superficiais, denotado por cicatriz de escorregamento. A situação de risco foi 
classificada como alta em função de parte da edificação ter ficado sem nenhum afastamento da 
crista desta cicatriz de escorregamento/feição erosiva (Foto 20). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Foto 20– Cicatriz de escorregamento muito próxima a uma das paredes externas da edificação de 
selo 445. 
 
O setor apresenta os atributos mostrados no quadro 7. 
 
Quadro 7 - Atributos do setor MQ- 3 
Setor MQ – 3 
Nível de risco Alto 
Processos atuantes Escorregamento e Erosão 
Número de domicílios expostos 1 
 
Setor MQ-4 
Este setor é localizado no interior da Quadra 7 no Beco X e corresponde a uma moradia (selo 454) 
para a qual escoa parte da água pluvial concentrada pela Rua Malva Rosa. Este fluxo de água passa 
ao lado da edificação de selo 452 e depois por baixo da casa 454, provavelmente através de uma 
canaleta escavada em solo (Foto 21). Esta situação está causando várias trincas e abatimento de 
parte do chão. Apesar deste processo não corresponder exatamente a um processo geodinâmico, a 
possibilidade de movimentações do terreno do tipo abatimento/recalque, provocado pelo processo de 
erosão da canaleta escavada, levou à classificação do nível de risco como alto. 
 
 
 
 
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Foto 21 – Abatimento do chão da casa causado pela erosão. 
 
O setor apresenta os atributos mostrados no quadro 8. 
 
Quadro 8 - Atributos do setor MQ- 4 
Setor MQ – 4 
Nível de risco Alto 
Processos atuantes Erosão 
Número de domicílios expostos 1 
 
 
Setor MQ-5 
O setor MQ-5 representa grande parte das edificações da Quadra 7 com algumas da quadra 8, 
compreendendo quase toda a encosta existente entre a Rua Barretos e o Beco X. É uma área que 
apresenta como agente potencializador a possibilidade de extravasamento da água pluvial conduzida 
através da canaleta existente ao longo do beco, que também é usada para drenar esgoto. Além 
disso, a presença de aterros lançados para a conformação deste beco representa um material 
instável que pode escorregar sobre as casas de jusante e também obstruir a canaleta existente. 
Aterros e bota-foras misturados a lixo e entulho em depósitos pontuais, aliados a cortes executados 
pelos moradores são elementos importantes para interpretação do risco médio neste trecho. O setor 
apresenta as características mostradas no quadro 9. 
 
 
 
 
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Quadro 9 - Atributos do setor MQ- 5 
Setor MQ – 5 
Nível de risco Médio 
Processos atuantes Escorregamento de solo e aterro 
Número de domicílios expostos 33 
 
Setor MQ-6 
Setor situado próximo ao encontro da Rua Barretos com a Rua Vaqueiro de Búfalo. O nível de risco, 
dado como alto, tem como principal agente potencializador a presença de canaleta pluvial 
descalçada (canaleta do Beco X) em função de escorregamentos que já ocorreram no local. Em dias 
de chuvas intensas esta pode ceder e provocar o escorregamento do aterro existente em toda a 
encosta dos fundos dos selos que compõem este setor. Segundo relato dos moradores, já ocorreu 
transbordamento de água pluvial desta canaleta, provocando alagamento da moradia de selo 463. O 
quadro 10 apresenta os atributos deste setor e a seção 1 representa um perfil típico da área (em 
anexo). 
 
Quadro 10 - Atributos do setor MQ- 6. 
Setor MQ – 6 
Nível de risco Alto 
Processos atuantes Escorregamento de aterro 
Número de domicílios expostos 3 
 
Setor MQ-7 
Corresponde a uma edificação implantada próximo à base de um talude de corte expondo a moradia 
ao risco de escorregamento. Este setor, cujas informações são apresentadas no quadro 11, está 
localizado próximo ao final da Rua Acalifa e seu nível de risco foi interpretado como médio, no 
entanto, o expressivo escoamento de água pluvial (relatado pelos moradores) vindo da Rua Acalifa 
através de uma tubulação pode ser um agravante desta situação. 
 
Quadro 11 - Atributos do setor MQ- 7. 
Setor MQ – 7 
Nível de risco Médio 
Processos atuantes Escorregamento de solo 
Número de domicílios expostos 1 
 
Setor MQ-8 
Mancha de risco médio situada na encosta da Quadra 9 em área bastante adensada. Algumas 
moradias do setor, que possuem entrada pelo Beco Sem Nome, são precárias e edificadas em 
 
 
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madeirite. Nota-se, a presença de pequenos cortes subverticais neste setor, o que pode potencializar 
as situações de risco geológico, além de encostas entre as casas sem contenção necessária para 
segurança das edificações. Suas características são apresentadas no quadro 12. 
 
Quadro 12 - Atributos do setor MQ- 8. 
Setor MQ – 8 
Nível de risco Médio 
Processos atuantesEscorregamento de solo 
Número de domicílios expostos 13 
 
Setor MQ-9 
Situa-se na encosta da margem direita do anfiteatro a montante do campo de futebol e possui uma 
edificação exposta ao risco alto. Esta moradia é precária e utiliza fossa localizada bem próxima a 
casa, além de ser observado muito lixo no seu entorno. A presença de um corte para acesso a esta 
casa constitui importante elemento para a potencialização do risco para a mesma. As características 
do setor são apresentadas no quadro 13. Ressalta-se que não foi contabilizado nenhum domicílio no 
local em função do mesmo não possuir selo. 
 
Quadro 13 - Atributos do setor MQ- 9. 
Setor MQ – 9 
Nível de risco Alto 
Processos atuantes Escorregamento de solo 
Número de domicílios expostos - 
 
Setor MQ-10 
Setor constituído por trecho onde as moradias estão estabelecidas no topo da encosta a direita do 
anfiteatro do campo de futebol. Apesar do padrão construtivo destas edificações ser mais alto, a 
extensão da encosta, a presença de cortes no sopé e de bananeiras a meia encosta potencializa o 
risco de escorregamentos no local, processo este considerado como de risco médio. O quadro 14 
apresenta o resumo de suas características. 
 
Quadro 14 - Atributos do setor MQ- 10. 
Setor MQ – 10 
Nível de risco Médio 
Processos atuantes Escorregamento de solo 
Número de domicílios expostos 13 
 
Setor MQ-11 
Este setor compreende uma área que possui muitos elementos potencializadores do risco e 
evidências de movimentação de terra. Encontra-se na margem esquerda do anfiteatro do campo de 
 
 
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160 
futebol, adjacente à Rua Praça dos Touros. Inclui uma edificação (selo 2) que já foi parcialmente 
demolida pela Prefeitura devido a um escorregamento de solo possivelmente gerado pelo corte feito 
no sopé da encosta para locação do campo de futebol. Na encosta a jusante, há degraus de 
abatimento, fossas e bananeiras que podem potencializar as situações de risco geológico (Foto 22). 
Nas moradias deste setor existem trincas, principalmente nas paredes externas e no piso, o que 
evidencia processos de movimentação da encosta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto 22 – Situação da encosta atrás das edificações de selos 181 e 182. 
 
 
O quadro 15 apresenta os atributos deste setor e a seção 2 representa o perfil típico da área (em 
anexo). 
 
Quadro 15 - Atributos do setor MQ- 11. 
Setor MQ – 11 
Nível de risco Alto 
Processos atuantes Escorregamento de solo 
Número de domicílios expostos 4 
 
Setor MQ-12 
Este setor se estende pela região da Rua Maria Martins até as proximidades da Rua Planeta, 
abrangendo os domicílios de uma extensa encosta. Estes domicílios se encontram sob risco de 
escorregamento de solo principalmente na área pouco adensada. Nesta região comprovou-se a 
existência de uma casa parcialmente demolida por este motivo e também a precariedade das 
edificações. É possível observar nesta encosta acumulação de lixo/entulho, bananeiras e casas com 
trincas (Selo 32 e 33). 
Em uma porção desta mesma encosta onde o adensamento da ocupação propiciou a 
impermeabilização completa da área e não se observou agentes que porventura pudessem deflagrar 
processos geodinâmicos, o nível de risco foi classificado como baixo, apesar das edificações se 
situarem em um ambiente de encosta. As características deste setor são apresentadas no quadro 16. 
Selo 182 
 Selo 181 
 
 
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161 
 
 
Quadro 16 - Atributos do setor MQ- 12. 
Setor MQ – 12 
Nível de risco Médio 
Processos atuantes Escorregamento de solo 
Número de domicílios expostos 68 
 
Setor MQ-13A 
Este setor foi subdividido em função de possuir duas tipologias diferentes de processos atuantes, 
sendo ambos classificados como risco alto, o que gerou uma mancha contínua. 
O subsetor A, descrito no quadro 17, se localiza no sopé da encosta a direita do talvegue principal e 
próximo ao final do campo de futebol. Encontra-se sob risco alto devido à concentração de água nas 
proximidades do selo 140, escoamento este que desce de uma extensa encosta bem próxima à base 
das casas. Esta encosta possui declividades superiores a 31%, além da existência de um corte ao 
lado do selo 139 (foto 18) que pode provocar instabilidade desta encosta causando 
escorregamentos. As bananeiras viventes atrás do selo 140 aumentam a acumulação da água 
agindo como potencializador do risco. 
A seção 3 (em anexo) representa o perfil típico da área. 
 
Quadro 17 - Atributos do setor MQ- 13A. 
Setor MQ – 13A 
Nível de risco Alto 
Processos atuantes Escorregamento de solo 
Número de domicílios expostos 2 
 
Setor MQ-13B 
As moradias do subsetor 13B estão sujeitas ao processo de solapamento e se localizam próximas ao 
curso d’água do talvegue principal. Somente uma casa foi cadastrada neste setor (vide quadro 18) 
apesar de existirem mais moradias. As outras edificações não foram identificadas na base 
cartográfica por se tratarem de moradias recentes. Em uma delas há uma feição de solapamento que 
evidencia o processo que ocorre nesta área. 
Destaca-se que essa região sofreu processo de ocupação recente que vem se adensando e 
consolidando. 
 
 Quadro 18 - Atributos do setor MQ- 13B. 
Setor MQ – 13B 
Nível de risco Alto 
Processos atuantes Solapamento 
Número de domicílios expostos 1 
 
 
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Setor MQ-14 
A região entre as ruas Estrela e Planeta engloba domicílios sob risco alto como caracterizado no 
quadro 19. Nesta área pode haver escorregamento de solo devido à elevada inclinação 
predominando declividades entre 21% e 30% mas, ocorrendo maiores. A proximidade das casas da 
base da encosta com existência de aterros aumenta o risco e um dos indicadores de movimentação 
de terra neste setor são trincas observadas, principalmente, no selo 70 (Foto 23). Estes fatores se 
juntam neste setor à acumulação de lixo/entulho nas encostas e presença de bananeiras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Foto 23 – Trincas na edificação de selo 70 indicando movimentação de terra. 
 
A seção 4, em anexo, representa um perfil típico da área. 
 
Quadro 19 - Atributos do setor MQ- 14. 
Setor MQ – 14 
Nível de risco Alto 
Processos atuantes Escorregamento de solo e aterro 
Número de domicílios expostos 14 
 
Setor MQ-15 
A única casa descrita neste setor na Rua Serro Azul possui como principal transtorno o alagamento 
por água pluvial devido a sua posição topográfica mais baixa em relação às edificações adjacentes. 
Como o alagamento não é um processo mapeável pelo diagnóstico, o setor foi classificado como de 
 
 
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escorregamento, que também existe no local. Há a possibilidade de escorregamento da saia/talude 
de um grande aterro executado a jusante do campo de futebol, que pode atingir a moradia. O quadro 
20 apresenta o resumo de suas características. 
 
Quadro 20 - Atributos do setor MQ- 15. 
Setor MQ – 15 
Nível de risco Médio 
Processos atuantes Escorregamento de aterro 
Número de domicílios expostos 1 
 
Setor MQ-16A 
Este setor foi subdividido em três porções em função de possuir tipologias diferentes de processos 
atuantes em um mesmo nível de risco. 
O subsetor 16Ase encontra entre a encosta direita do curso d’água existente no conjunto e a Rua 
Vaqueiro de Búfalo. É formado por uma encosta de declividade média na qual observa-se a presença 
de alguns domicílios sob risco de escorregamento com lançamento de lixo/entulho o que potencializa 
o risco. O quadro 21 apresenta os atributos deste subsetor que foi considerado como de risco médio. 
 
Quadro 21 - Atributos do setor MQ- 16A. 
Setor MQ – 16A 
Nível de risco Médio 
Processos atuantes Escorregamento de solo 
Número de domicílios expostos 10 
 
Setor MQ-16B 
Este subsetor engloba os arredores do curso d’água principal do conjunto, onde parte deste córrego 
foi canalizado. Na região há evidências de inundação como marcas nas paredes (foto) além de 
depoimentos dos moradores quanto à situação do lugar em dias de chuva forte. O risco pode ser 
potencializado pelo assoreamento do córrego devido à grande quantidade de aterro a montante. 
Parte dos domicílios que formam este subsetor ainda possuem risco baixo de escorregamento por 
causa da proximidade com o setor de risco muito alto e alto (adjacentes) e se encontram na direção 
da concentração de água que ocorre ao lado do selo 302. 
Apesar do nível da inundação no local não ser muito alto, cerca de 0,50m, relato dos moradores 
apontam para um escoamento de grande velocidade em dias de chuva o que, aliado à ausência de 
outra via de acesso aos domicílios que não o beco existente às margens do córrego, propicia uma 
situação de risco para moradores que tentem transitar na área durante a chuva. O quadro 22 
apresenta os atributos deste subsetor que foi, portanto, considerado como de risco médio. 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 22 - Atributos do setor MQ- 16B. 
Setor MQ – 16B 
Nível de risco Médio 
Processos atuantes Inundação 
Número de domicílios expostos 28 
 
Setor MQ-16C 
O subsetor MQ-16C representa a região da encosta da margem direita do curso d’água na quadra 3. 
Os domicílios que compõem esta mancha se apresentam sob risco médio para escorregamento de 
solo como observado no quadro 23. A encosta possui declividades médias e bananeiras que podem 
acumular água no solo agravando o risco. 
Observou-se, próximo ao selo 259, afloramento do lençol freático cuja água é captada pelos 
moradores e direcionada para o córrego, passando pelas edificações do subsetor MQ-16B o que, 
entretanto, não interfere de forma significativa na análise do risco geológico. Observa-se, entretanto, 
que em toda essa planície fluvial (entre o córrego e a porção onde a encosta assume declividades 
medianas) existe a possibilidade de se encontrar o lençol freático raso. 
 
 Quadro 23 - Atributos do setor MQ- 16C. 
Setor MQ – 16C 
Nível de risco Médio 
Processos atuantes Escorregamento de solo 
Número de domicílios expostos 8 
 
Setor MQ-17 
Corresponde às edificações de selos 241 e 242 que estão sujeitas a serem atingidas por 
escorregamentos da encosta a montante e também estão sujeitas aos riscos de solapamento e 
inundação devido a proximidade do curso d’água em um trecho de meandro (margem côncava), já 
ocorrendo feições de solapamento em uma casa não identificada na base topográfica, provavelmente 
correspondente a uma nova construção (Foto 24), o que define uma situação de risco alto. 
 
 
 
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Foto 24 – Edificação sem selo situada às margens do curso d’água. A feição de solapamento na 
frente da casa foi ocultada pelo lançamento de entulho pelo morador. 
 
Suas características são apresentadas no quadro 24. 
 
Quadro 24 - Atributos do setor MQ- 17. 
Setor MQ – 17 
Nível de risco Alto 
Processos atuantes Escorregamento, Inundação e 
Solapamento 
Número de domicílios expostos 2 
 
Setor MQ-18 
Único setor de risco muito alto do Conjunto Mariquinhas. Situa-se entre a Rua Cassiolândia e o curso 
d’água que divide as quadras 2 e 3 e foi assim classificado em função da conjugação de fatores 
morfológicos com a presença de diversos agentes potencializadores do risco, além da ocorrência de 
indícios de movimentação do terreno em estágio avançado de evolução. 
Os três domicílios situados na porção a montante da encosta que compõe este setor encontram-se a 
cerca de 0,50m de distancia da crista da encosta. O lançamento de pacote expressivo de 
entulho/aterro, existência de bananeiras, lançamento de água pluvial concentrada através de uma 
canaleta da Rua Cassiolândia, a presença de trincas no terreno e nas edificações com relato de 
evolução contínua e a observação de pequenos volumes de aterro já mobilizados (massa rompida) 
são os fatores que levaram à classificação do risco como muito alto. 
A edificação situada na base dessa encosta compartilhou da classificação do risco em função de 
localizar-se a menos de 0,50m dessa encosta instável. 
A foto 25, o quadro 25 e a seção 5 (em anexo) retratam a situação do local. 
 
 
 
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Foto 25 – Detalhe da encosta do setor MQ-18 no qual se observa a péssima qualidade do material 
de aterro lançado sobre a encosta e a proximidade das moradias da crista e da base do talude. 
 
 
 
Quadro 25 - Atributos do setor MQ- 18. 
Setor MQ – 18 
Nível de risco Muito Alto 
Processos atuantes Escorregamento de Aterro 
Número de domicílios expostos 4 
 
Setor MQ-19 
Esta área de risco alto se encontra junto à mancha de risco muito alto e possui como principal fator 
agravante o direcionamento da água pluvial concentrada pela canaleta que vem da Rua 
Cassiolândia. Isto contribui para a saturação a encosta e formação de feições erosivas 
potencializando o risco desta encosta escorregar. A presença de bananeiras pode agravar a 
situação. As características do setor são apresentadas no quadro 26. 
 
Quadro 26 - Atributos do setor MQ- 19. 
Setor MQ – 19 
Nível de risco Alto 
Processos atuantes Escorregamento de solo 
Número de domicílios expostos 2 
 
Setor MQ-20A 
A divisão deste setor em dois subsetores deve-se ao fato de possuírem processos atuantes 
diferentes mesmo fazendo parte de uma só macha. 
 
 
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O subsetor MQ-20A compreende domicílios que possuem entrada pela Avenida B e os fundos para o 
córrego. Estas edificações estão sob risco de escorregamento e possuem acumulação de 
lixo/entulho tanto na beira da drenagem quanto dentro dela, vide quadro 27. 
 
Quadro 27 - Atributos do setor MQ- 20A. 
 
Setor MQ – 20A 
Nível de risco Médio 
Processos atuantes Escorregamento de solo 
Número de domicílios expostos 5 
 
Setor MQ-20B 
Este subsetor está sob risco de solapamento, evidenciado pela observação de uma feição de 
solapamento próximo ao limite da ZEIS com o bairro. Possui muita acumulação de lixo em toda a 
beira do córrego. Esta área se localiza próxima ao encontro da Rua Tamarix com a Avenida B. 
 
 
 
 
Quadro 28 - Atributos do setor MQ- 20B. 
 
Setor MQ – 20B 
Nível de risco Médio 
Processos atuantes Solapamento 
Número de domicílios expostos 2 
 
 
d) SÍNTESE 
O diagnóstico de risco geológico do Conjunto Mariquinhas mostrou que a situação geral de risco 
encontra-se em patamares passíveis de serem sanados através de intervenções de redução de 
risco. 
A presença de taludes íngremes e ocupados desordenadamente caracteriza a maior parte dapredisposição ao risco nos ambientes de encosta e o curso d’água que inicia próximo ao campo de 
futebol proporciona, a jusante, predisposição ao desenvolvimento do processo de solapamento em 
suas margens e inundação. A potencialização dos eventos inundatórios em épocas de cheias é dada 
pelo material lançado na cabeceira do córrego, por grandes aterros não compactados que pode levar 
ao assoreamento, além da grande quantidade de lixo e entulho no leito do curso d’água. 
A intervenção antrópica na área contribui para o desencadeamento, a aceleração e a potencialização 
dos processos citados à medida que concentra as águas pluviais, realiza cortes no terreno, executa 
aterros mal compactados, ocupa as planícies de inundação, entre tantas outras ações que 
caracterizam o risco geológico-geotécnico nos aglomerados urbanos. 
 
 
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Assim, compreendida as características que regem os processos geodinâmicos e inundatórios 
encontrados torna-se possível propor medidas compensatórias e mitigadoras para promover a 
redução do risco geológico-geotécnico no Conjunto Mariquinhas. 
Como resultado da análise do mapeamento do risco geológico-geotécnico no Conjunto Mariquinhas 
definiu-se as porções do assentamento que, a princípio, necessitam de intervenções para que se 
possa permitir a consolidação/ocupação. 
Registrou-se, então, sobre o mapeamento da situação de risco geológico, a delimitação dessas 
áreas com condicionantes para a consolidação gerando, assim, o Mapa de Diagnóstico do Risco 
Geológico-geotécnico (LD-09). 
Foram representadas no mapa as “áreas consolidáveis com intervenção estrutural”. Não houve 
interpretação de “áreas não consolidáveis” e as demais áreas representam as “áreas consolidadas 
ou consolidáveis com pequenas intervenções”. 
Considerou-se como “áreas consolidáveis mediante intervenção estrutural” as áreas ocupadas onde 
a implantação de intervenções geotécnicas pode reduzir o risco a níveis aceitáveis. Foram incluídas, 
então, nesta categoria as seguintes áreas: 
Ocupações da encosta na margem direita do talvegue principal (Quadra 7) onde intervenções como 
o tratamento da drenagem pluvial, reparação da canaleta de drenagem juntamente com a contenção 
dos aterros existentes na área diminuiria o risco geológico no local. Esta área corresponde aos 
setores MQ-3, MQ-4, grande parte do setor MQ-5 e o setor MQ-6. 
Área compreendida pela crista do anfiteatro que circunda o campo de futebol, correspondente aos 
setores MQ-9, MQ-10 e MQ-11. Nesta área será necessária uma avaliação da estabilidade da 
encosta como um todo para definir tipologia de intervenções de redução do risco, além de 
intervenções pontuais para garantir a estabilidade das moradias embora, provavelmente, haja 
necessidade de remoções pontuais. 
Região da encosta próxima ao final da Rua Planeta (Quadra 1), inserida nos setores MQ-13, MQ-14 
e parte do MQ-12, e que corresponde a uma área sem nenhuma infraestrutura urbana instalada. 
Dessa forma, é indicado para esta área a urbanização visando a implantação de sistema viário, de 
drenagem, esgotamento sanitário dentre outros, visando uma melhor utilização do espaço. 
Ocupação ao longo do curso d’água inserida no subsetor MQ-16B que somente é consolidável a 
partir de medidas para a eliminação dos eventos inundatórios tais como limpeza, esgotamento 
sanitário, aumento da área permeável. As intervenções necessárias para a eliminação do risco de 
inundação serão elaboradas pela área de saneamento/drenagem deste Plano Global Específico – 
PGE. 
Região pertencente à parte mais crítica do mapeamento de risco geológico. Para sua consolidação é 
necessário tratamento da drenagem para conduzir de modo seguro o grande volume de água pluvial 
que desce pela encosta até o curso d’água. Faz parte desta área o único setor de risco alto MQ-18 e 
os setores MQ-17e MQ-19. Obras pontuais também serão indispensáveis para erradicar todo o risco 
nesta região. 
Área inserida na quadra 4 cujo setor foi denominado MQ-20 englobando as margens sujeitas a 
solapamento e demandando o tratamento do curso d’água e limpeza das suas margens, o que 
caracteriza uma intervenção estruturante para esta região do conjunto. 
 
 
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4. DIAGNÓSTICO SANITÁRIO 
 
O presente trabalho apresenta o levantamento de dados e o diagnóstico dos aspectos de 
saneamento do Conjunto Mariquinhas, localizada na Região Administrativa Norte de Belo Horizonte, 
entre os bairros Juliana e Etelvina Carneiro. A Figura 23 apresenta a vista aérea com delimitação da 
área de estudo e o limite da vila. 
Figura 23 – Vista aérea da área de estudo 
 
 
 
 
Nesta versão, priorizam-se análises e mapas dos sistemas de drenagem, esgotamento sanitário, 
abastecimento de água e limpeza urbana, elaborados a partir de dados cadastrados disponíveis e 
visitas de reconhecimento de campo. O levantamento de dados e o diagnóstico têm como prioridade 
identificar os principais problemas existentes no assentamento, bem como apontar as áreas críticas 
em termos das condições sanitárias locais. Essas abordagens subsidiarão o Diagnóstico Integrado 
que, por sua vez, possibilitará uma visão complementar das diversas áreas através de uma leitura 
interdisciplinar, identificando os pontos críticos, as potencialidades e as perspectivas de evolução do 
assentamento. 
Neste processo foi garantida a efetiva participação dos moradores, de forma a cumprir o objetivo 
precípuo do Plano: a melhoria da qualidade de vida no Conjunto Mariquinhas, contribuindo para a 
formação dos seus moradores enquanto cidadãos conscientes e participativos. 
 Limite de universo de atuação da Urbel (2010)
 
 
 
 
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a) DRENAGEM (MAPAS LD-10 e LD-11) 
Este estudo tem como objetivo evidenciar a situação do assentamento em relação ao seu sistema de 
drenagem urbana, verificando quais as demandas geradas pelo assentamento e/ou os impactos que 
o mesmo gera ou sofre em relação ao seu entorno e à bacia no qual o mesmo está inserido. 
Para realização deste trabalho, além da complementação do cadastro das redes existentes 
(fornecidos pelo levantamento topográfico e vistorias de campo), os dispositivos de drenagem foram 
avaliados quanto ao seu funcionamento e, quanto ao seu estado de conservação. 
 
a.1- CARACTERIZAÇÃO DA BACIA ELEMENTAR 
O Plano Diretor de Drenagem Urbana de Belo Horizonte dividiu a área municipal em bacias e sub-
bacias elementares, como mostra a Figura 24. 
 
 
 
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Figura 24 – Situação das bacias hidrográficas de Belo Horizonte 
 
O Conjunto Mariquinhas insere-se na bacia hidrográfica elementar do Córrego Floresta (Nº 
4140305), pertencente à macrobacia do Ribeirão Isidoro. A Figura 25 – Bacia Elementar do Córrego 
Floresta – apresentada a seguir, mostra a área da sub-bacia em que a mesma está inserida. 
 
 
 
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Figura 25 – Bacia elementar do córrego Floresta 
 
a.2- INTERVENÇÕES PREVISTAS 
Não existem intervenções previstas no sistema de drenagem para a área de estudo. 
 
a.3- ANÁLISE DO SISTEMA DE DRENAGEM EXISTENTE NA VILA 
O sistema de drenagem existente na vila é uma obra realizada pela SUDECAP. Os estudosdo 
sistema de drenagem do Conjunto Mariquinhas foram baseados no cadastro da SUDECAP, no 
levantamento topográfico e nas visitas de campo. Como muitas estruturas e dispositivos não 
Conjunto 
Mariquinhas 
4140305 
 
 
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173 
estavam cadastrados na topografia e nos documentos da SUDECAP, essas foram levantadas em 
campo. Ressalta-se que em alguns casos as dimensões não puderam ser aferidas, sendo, portanto, 
estimadas suas dimensões. 
 
I – Sistema de Macrodrenagem 
No interior da vila, há um córrego que foi canalizado em alguns trechos. Sua nascente fica no 
talvegue próximo a Rua Vaqueiro de Búfalo, no ponto de lançamento da rede de drenagem existente 
à montante (Foto 26). 
 
 
 
Foto 26 – Nascente próxima a Rua Vaqueiro 
de Búfalo 
Foto 27 – Córrego em leito natural 
 
O córrego percorre um pequeno trecho em leito natural (Foto 27) e então é captado em uma ala com 
gradeamento (Foto 28). Nesse trecho, em período de chuvas, ocorrem inundações atingindo o 
interior das casas edificadas no leito. 
Ele segue canalizado pelas vias de pedestres por duas galerias circulares em tubos de concreto de 
DN 600, consideradas insuficientes, de acordo com o estudo hidráulico. Na Rua Dez, ele deságua 
em um canal aberto (Foto 29), com proteção nas margens em um primeiro trecho em bolsacreto e 
depois em gabião (Fotos 30 e 31). Então passa novamente a ter seu curso em leito natural. Ressalta-
se que o trecho em gabião não apresenta revestimento de fundo e está ocorrendo a erosão do leito e 
conseqüentemente o recalque dos gabiões. 
 
 
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Foto 28 – Ala de captação com gradeamento Foto 29 – Ala de lançamento da Rua Dez 
 
 
 
 
Foto 30 – Córrego em canal aberto – proteção 
em bolsacreto 
 
Foto 31 – Córrego em canal aberto – proteção 
em gabião 
 
Nota-se a construção de casas por cima desses canais (selos 367 e 368) devido à ocupação 
irregular. Em outro trecho a jusante, em leito natural, o córrego foi canalizado em duas galerias 
circulares de tubo de concreto DN 800 (Foto 32), entre os selos 340 e 360. 
 
 
 
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Foto 32 – Pequeno trecho em galeria celular circular entre os selos 340 e 360. 
 
O córrego recebe as contribuições geradas na área de estudo e há relatos de inundações nos 
trechos em leito natural e canal aberto, principalmente no interior das quadras 2, 3 e 4. Além disso, 
como mostram as figuras acima, é possível ver a contribuição de esgoto e lançamento indevido de 
resíduos. 
Outra nascente foi identificada próxima ao córrego, no interior do selo 259 (Foto 33). A residência 
não se aproveita desse recurso e lança a vazão gerada no córrego. 
 
Foto 33 – Nascente identificada no interior do 
selo 259. 
 
 
Segundo os moradores, existia ainda outra nascente que foi extinta devido à construção do campo 
de futebol. Em campo, não foi possível identificar essa nascente, porém verificou-se a presença de 
um pequeno córrego, em leito natural, no interior da Quadra 1 (Foto 34). Este também recebe 
contribuição de efluentes e as águas pluviais coletadas na área circunvizinha do campo de futebol. 
Com a ocupação irregular dos moradores (Aglomerado Tijolinho), não foi possível verificar o destino 
dessa vazão, apurando-se com os moradores apenas que essas águas são coletadas e 
encaminhadas por tubulação até o ponto da nascente da Quadra 3. 
 
 
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Foto 34 – Córrego em leito natural identificado no 
interior da Quadra 1. 
 
 
De acordo com o mapa Indicador de Drenagem, disponibilizado no Plano Municipal de Saneamento 
de Belo Horizonte (ver Figura 25), verifica-se que existe outro córrego na área, localizado na Quadra 
5. Esse curso d’água foi verificado em campo e identificado no Mapa LD11. Sua nascente está 
localizada dentro do lote do selo 390. O morador aproveitou o recurso d’água e construiu um lago 
artificial de dimensões 9x4m (Foto 35). 
 
 
Foto 35 – Lago artificial no interior do selo 390 
(Quadra 5). 
 
 
Tal lago interfere no curso natural da água, e conseqüentemente na vazão de escoamento. Essa, por 
sua vez, passa por uma vala em terreno natural que corta o interior dos selos de jusante (381, 382, 
384 e 385), com vazão reduzida. Nota-se a presença constante de água no lote e construções (Foto 
36). Essa água já ocasionou até a queda do muro vizinho. Em época de chuva, os moradores 
reclamam do volume de água que acaba inundando as casas do lote. A água chega à Rua Dez e 
escoa superficialmente até atingir o canal aberto do córrego principal da vila. 
 
 
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Foto 36 – Curso d’água identificado no interior do lote dos selos 381, 382, 384 e 385 - Quadra 5 
 
II – Sistema de Microdrenagem 
O sistema de micro-drenagem do Conjunto Mariquinhas é composto, basicamente, por dispositivos 
de condução do escoamento superficial (canaletas e sarjetas), dispositivos de captação superficial 
(bocas de lobo e caixas coletoras com grelhas) e também por redes tubulares. 
No ponto baixo existente na Rua Maria Martins, há um ponto de captação que conduz a água pluvial 
por uma escada hidráulica construída no interior do quarteirão, localizada entre os selos 15 a 21, 143 
e 144 (Fotos 37 e 38). 
 
 
Foto 37 – Captação no ponto baixo da Rua 
Maria Martins 
Foto 38 – Escada hidráulica localizada entre 
os selos 15 a 21, 143 e 144 
 
Nessa estrutura, além da disposição irregular de lixo, é possível identificar a presença de uma rede 
condominial de coleta de esgoto, que lança os efluentes nessa estrutura. 
 
 
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O morador do selo 143 fechou essa estrutura com uma laje de concreto, como pode ser visto na Foto 
39. 
 
Foto 39 – Início da laje de concreto da escada 
hidráulica. 
 
 
Segundo os moradores, em períodos de chuvas intensas, o nível d’água atinge o limite máximo da 
estrutura, mas não chega a atingir suas residências. 
A água pluvial coletada pela escada hidráulica segue por tubulação até uma caixa existente próxima 
ao campo de futebol, que segue por tubulação até desaguar no córrego em leito natural identificado 
no interior da Quadra 1 (Foto 40), sem qualquer tipo de proteção. 
 
 
Foto 40 – Ponto de deságüe do sistema de 
drenagem da escada hidráulica da Quadra 1. 
 
 
A SUDECAP executou obras no local, durante o ano de 2011, que consistem no sistema de captação 
e condução das águas de chuva do campo de futebol existente na vila. Não foi possível ter acesso 
 
 
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ao projeto, sendo que as estruturas identificadas em campo foram locadas sem precisão topográfica 
e interligadas conforme dito pelo encarregado da obra. 
Está sendo executada uma caixa de passagem que recebe a contribuição do sistema de drenagem 
do campo de futebol e lança a vazão no córrego em leito natural identificado no interior da Quadra 1 
(Foto 41). A rede supracitada também será interligada nessa caixa, conforme informações obtidas 
com a equipe de trabalho da obra. Nota-se no interiorda tubulação de drenagem (tubo de concreto 
DN600) uma rede em PVC que se trata de rede condominial de esgoto. Porém, o mestre de obra não 
soube dizer se era a mesma rede identificada na escada hidráulica ou se tratava de outro sistema de 
coleta. 
 
 
Foto 41 – Caixa de passagem sendo implantada 
pela SUDECAP para coleta do sistema de 
drenagem do campo de futebol e lançamento no 
córrego da Quadra 1. 
 
 
No final da Rua Planeta (ponto baixo), há uma captação da água de chuva por boca-de-lobo que 
segue por uma canaleta implantada no interior do quarteirão (Foto 42). As águas seguem por essa 
estrutura e são lançadas no córrego do interior da Quadra 1. Porém só foi possível identificar em 
campo seu trecho inicial. Também foram identificados pontos de lançamento irregular de esgotos 
nesta. De acordo com os moradores, não há relatos de inundação dessa área nem extravasamento 
de água de chuva da canaleta. Para seu estudo hidráulico, foi considerada a dimensão de 40x40cm. 
 
 
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Foto 42 – Canaleta da Rua Planeta. 
 
Há bocas-de-lobo nas ruas Barretos, Cassilândia, Serro Azul e Vaqueiro de Búfalo para a coleta das 
águas pluviais nessa área. Elas são interligadas a redes de drenagem que chegam até o PV da 
esquina das ruas Serro Azul e Vaqueiro de Búfalo. Nesse ponto, uma tubulação de concreto DN800 
lança as águas coletadas no ponto da nascente da Quadra 3, juntamente com o córrego da Quadra 1 
(Foto 43). 
 
 
Foto 43 – Nascente do córrego da Quadra 3 e 
ponto de lançamento do sistema de drenagem 
das ruas Barretos, Cassilândia, Serro Azul e 
Vaqueiro de Búfalo e do córrego da Quadra 1. 
 
 
 
Tubulação que vem do 
córrego da Quadra 1 
Tubulação que vem do PV da 
esquina das ruas Serro Azul 
e Vaqueiro de Búfalo 
 
 
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Na rede de drenagem da Rua Barretos ainda há outra contribuição de águas pluviais referente a 
canaleta existente no beco paralelo a mesma rua, mostrada na Foto 44. Essa canaleta foi construída 
pela COHAB e recebe manutenção da Regional. 
 
 
Foto 44 – Canaleta implantada no beco paralelo à Rua Barretos. 
 
Esta canaleta recebe as águas de chuva das quadras 7 e 8 e também a contribuição da bacia de 
drenagem da Rua Malva Rosa. Elas chegam por meio de uma tubulação que passa por baixo dos 
selos 452 e 454 e deságuam em uma valeta em terreno natural (Foto 45). Então chegam à canaleta 
após passar por um pequeno trecho de escada hidráulica (Foto 46). 
 
Foto 45 – Valeta em terreno natural que recebe 
a rede de drenagem da Rua Malva Rosa na 
canaleta do beco paralelo à Rua Barretos. 
Foto 46 – Trecho de escada hidráulica que 
interliga a rede de drenagem da Rua Malva 
Rosa na canaleta do beco paralelo à Rua 
Barretos. 
 
 
A canaleta percorre o beco bem próxima às residências e recebe o esgoto gerado nas casas das 
quadras 7 e 8. Além disso, ela está em estado precário e o trecho entre os selos 467 e 462 está 
descalçada, correndo risco de ceder (ver diagnóstico geológico). 
 
 
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A canaleta interliga-se em uma escada hidráulica que passa no terreno do selo 460 (Foto 47). 
 
 
Foto 47 – Escada hidráulica localizada no terreno do selo 460. 
 
Outros pontos de captação (bocas-de-lobo) foram identificados: (i) na Rua Barretos, cuja rede lança 
em um PV da galeria do córrego da Quadra 1; e (ii) na Rua Vaqueiro de Búfalo/Avenida B, cuja rede 
lança diretamente no mesmo córrego próximo ao selo 340. 
Essa segunda rede apresenta duas peculiaridades. A primeira refere-se à caixa de passagem 
construída recentemente no interior do lote dos selos 336 e 337 (Foto 48). E a segunda, é o 
lançamento realizado diretamente no córrego (Foto 49), sem estruturas de proteção, que vem 
ocasionando a erosão do terreno da margem contrária. 
 
Foto 48 – Caixa de passagem do sistema de 
drenagem da Rua Vaqueiro de Búfalo, 
construída no interior dos selos 336 e 337. 
Foto 49 – Lançamento da rede de drenagem 
da Rua Vaqueiro de Búfalo/Avenida B no 
córrego da Quadra 1 
 
Um dos grandes problemas identificados na vila refere-se ao acúmulo de lixo disposto de forma 
irregular nos dispositivos de captação (bocas-de-lobo e caixas coletoras com grelhas) e condução de 
água pluvial (canaletas, redes, canais e galerias). Isto gera a redução da capacidade de engolimento 
e condução das mesmas além do entupimento das redes de drenagem. Além disso, há o lançamento 
Caixa de passagem no 
interior dos selos 336 e 337 
 
 
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irregular de esgotos nesses dispositivos de drenagem, gerando mau cheiro, foco de doenças além de 
contaminação do curso d’água receptor. 
Conforme indicado no Mapa LD-11, o Conjunto Mariquinhas dispõe de uma cobertura abrangente de 
sistema de drenagem, principalmente nas vias veiculares. Os becos e vias de pedestre que não 
possuem dispositivos de drenagem apresentam, segundo o estudo hidrológico, vazões de chuva 
relativamente baixas (menor que 0,5m³/s), o que não geraria nenhum desconforto para a população 
residente. Este fato confirma-se em campo, uma vez que os moradores não queixaram problemas de 
inundações recorrentes, exceto nas áreas próximas aos cursos d’água (quadras 2, 3 e 4), ou outros 
problemas relacionados à chuva. 
Para efeito de cálculo, a área de estudo foi subdividida em 42 sub-bacias de drenagem, conforme 
Mapa LD-10 – Divisão de Bacias de Drenagem. Nessa vila, a área de drenagem apresenta-se maior 
que a área do assentamento. A partir do estudo hidrológico então realizado, foi feita a verificação 
hidráulica da capacidade do sistema de drenagem existente no Conjunto Mariquinhas, apresentado 
no Anexo I e sintetizado no quadro 29. Nota-se que os dispositivos de drenagem são suficientes para 
a vazão calculada, sendo que, em alguns casos, em decorrência do lançamento irregular de esgoto e 
de resíduos, esses dispositivos foram considerados inadequados. 
Vale lembrar que foram consideradas como áreas com drenagem insuficiente e/ou inadequada 
aquelas que não possuem rede subterrânea e cuja vazão superficial foi superior a 0,5m³/s, pontos 
baixos e locais onde a população relatou problemas de inundação. Estas áreas são identificadas no 
mapa LD-11. 
 
Quadro 29 – Análise do sistema de drenagem local 
Rede de drenagem 
Diagnóstico 
Localização DN 
Rua Barretos 
600 Suficiente 
600 Suficiente 
canaleta Inadequada (lançamento de esgoto) 
Beco Cassilândia 600 Suficiente 
Beco Serro Azul 500 Suficiente 
Campo de futebol 600 Inadequada (lançamento de esgoto) 
Rua Vaqueiro de Búfalo 600 Suficiente 
Rua Dez 
galeria 2xΦ600 
Insuficiente e Inadequada (lançamento de 
esgoto/disposição de resíduos) 
canal aberto 100x100 
Inadequada (lançamento de 
esgoto/disposição de resíduos) 
Rua Maria Martins Escada hidráulica Inadequada (disposição de resíduos) 
 
 
b) ESGOTAMENTO SANITÁRIO (MAPA LD-13) 
Este estudo tem como objetivo evidenciar a situação do assentamento em relação ao seu sistema de 
esgotamento sanitário, verificando quais as contribuições geradas e/ou recebidas no assentamento 
e/ou os impactos que o mesmo gera ou sofre em relação ao seu entorno. 
Para realização deste trabalho, além da complementação do cadastro das redes existentes, foram 
também avaliadas as redes implantadas quanto ao seu funcionamentoe ao seu estado de 
 
 
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conservação. Adicionalmente, essas análises foram confrontadas com as informações fornecidas 
pela pesquisa de padrão habitacional da área de estudo. 
O cadastro das redes de esgoto foi feito por meio das informações obtidas na COPASA, associadas 
à topografia e visita de campo. 
 
b.1- CARACTERIZAÇÃO GERAL 
O Conjunto Mariquinhas apresenta uma ampla cobertura por rede oficial da COPASA nas vias 
veiculares. Porém, conforme a pesquisa de padrão habitacional, apenas 47,7% dos domicílios alegou 
ser atendida por rede oficial. As redes coletoras implantadas pela COPASA são de PVC, recebem 
manutenção e, de forma geral, encontram-se em bom estado de conservação. 
 
b.2- INTERVENÇÕES PREVISTAS 
A COPASA não prevê programas/projetos específicos de esgotamento sanitário a serem implantados 
na vila. 
 
b.3- ANÁLISE DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO EXISTENTE 
I – Atendimento aos domicílios 
Segundo as informações censitárias fornecidas por pesquisa de campo (padrão habitacional), 
conforme quadro 30, cerca de 47,7% dos domicílios avaliados são atendidos por redes da COPASA 
e 32,3% lançam seus esgotos em redes não oficiais. Lançamentos a céu aberto ou em cursos 
d’água correspondem a 17,7% dos domicílios pesquisados. Tem-se, ainda, que 10 domicílios 
declararam em visita de campo a existência de fossas negras. Estas fossas são identificadas no 
mapa LD-13 e correspondem aos selos: 131, 136, 137, 183, 184, 454, 455, 525, 543 e 562. Todas 
elas estão ativas e não recebem manutenção adequada. 
 
Quadro 30 – Situação de atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário* 
 Lançamento 
oficial 
Lançamento não oficial 
Rede COPASA 
Rede não 
oficial 
Fossa 
Céu 
aberto/Sist. de 
drenagem 
Total 
número de 
domicílios 
208 141 10 77 228 
porcentagem (%) 47,7 32,3 2,3 17,7 52,3 
Fonte: Pesquisa de campo PGE – Conjunto Mariquinhas, 2011 
*OBS: Esta tabela considera apenas os selos que foram obtidas respostas sobre as condições de esgotamento 
sanitário na pesquisa habitacional (436 domicílios). Ressalta-se que a pesquisa habitacional cadastrou 600 
selos sendo que apenas 444 foram pesquisados. 
 
Como indicado no mapa LD-13, os becos do interior das quadras 7, 8, 9 e 10 apresentam rede de 
esgotamento sanitário não oficial, sendo que os moradores afirmaram que tais redes estão 
quebradas. Há uma rede oficial da COPASA que atravessa esses becos, ligando a rede da Rua 
Acalifa com a rede da Rua Barretos. 
 
 
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Na escada hidráulica existente no interior da quadra 1 pode ser visualizada a rede condominial 
construída pelos moradores, que atende todas as casas com greide negativo da área (Foto 50). Essa 
rede condominial é lançada no sistema de drenagem do campo de futebol, como já relatado no item 
anterior. 
 
 
Foto 50 – Rede condominial construída pelos moradores para atender as casas com greide 
negativo da quadra 1. 
 
No final da Rua Planeta foi identificada uma rede da COPASA que lança o esgoto coletado na 
canaleta existente. Porém, os moradores do entorno alegaram na pesquisa de campo que lançam 
seus efluentes em redes condominiais, que não foram identificadas em campo. Em alguns casos, o 
lançamento dos efluentes ocorre diretamente na canaleta (ver foto 51). 
 
 
Foto 51 – Pontos de lançamento de efluentes na canaleta de drenagem da Rua Planeta 
 
 
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Já nas quadras próximas ao córrego (2, 3, 4 e 5), há lançamento de efluentes diretamente nos curso 
d’água. 
Ressalta-se que as redes condominiais não são adequadas, uma vez que foram executadas pelos 
moradores e são de responsabilidade dos mesmos a manutenção e conservação da mesma. 
Segundo a COPASA, os moradores são orientados a respeito desta manutenção. 
O quadro 31 apresenta os quantitativos do sistema de esgotamento sanitário relativos às quadras 
integrantes do conjunto. 
 
Quadro 31 – Situação de atendimento pelo sistema de esgotamento sanitário relativa às quadras 
Quadra 
N° de 
domicílios 
Rede oficial Rede não oficial Fossa 
Céu aberto/Sist. de 
drenagem 
N° de 
domicílios 
% 
N° de 
domicílios 
% 
N° de 
domicílio
s 
% 
N° de 
domicílios 
% 
1 136 71 52,2 61 44,9 3 2,2 1 0,7 
2 52 19 36,5 11 21,2 2 3,8 20 38,5 
3 52 16 30,8 26 50,0 0 0 10 19,2 
4 47 4 8,5 16 34,0 0 0 27 57,4 
5 19 0 0 4 21,1 0 0 15 78,9 
7 49 45 91,8 0 0 2 4,1 2 4,1 
8 29 14 48,3 12 41,4 1 3,4 2 6,9 
9 4 4 100 0 0 0 0 0 0 
10 48 35 72,9 11 22,9 2 4,2 0 0 
TOTAL 436 208 47,7 141 32,3 10 2,3 77 17,7 
Fonte: Pesquisa de campo PGE – Conjunto Mariquinhas, 2010 
 
Pela análise da síntese da pesquisa de campo apresentada no quadro 31 verifica-se que apenas as 
quadras 7, 9 e 10 apresentam elevadas porcentagens de atendimento por rede oficial. As demais 
quadras apresentam lançamento em redes não oficiais ou em sistemas de drenagem/cursos d’água. 
Ressalta-se que há uma cobertura ampla de redes oficiais na área, principalmente nas vias 
veiculares. O que falta é a implantação de redes nos becos e a solução do esgotamento sanitário nas 
casas com greide negativo. 
Outro problema identificado no Conjunto Mariquinhas refere-se à falta de instalações sanitárias 
(banheiros) nas casas. Foram identificados diversos selos nessa situação, citando: 
 Quadra 1 – 10 domicílios (2, 42, 76, 83, 85, 121, 151, 160, 161, 177) 
 Quadra 2 – 1 domicílio (187) 
 Quadra 3 – 3 domicílios (243, 244, 275) 
 Quadra 4 – 3 domicílios (313, 360, 375) 
 Quadra 7 – 4 domicílios (428, 450, 464, 491) 
 Quadra 10 – 6 domicílios (554, 571, 583, 592, 596, 599) 
 
 
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II – Estado de funcionamento das redes 
As redes coletoras da COPASA recebem manutenção periódica e, na grande maioria, encontram-se 
em bom estado de conservação. 
Um dos problemas observados nas redes condominiais implantadas nos becos é que estas não 
recebem manutenção adequada, criando condições ambientais e sanitárias adversas. Inclusive 
algumas estão quebradas, ocasionando a percolações do efluente no solo. 
Ressalta-se que, apesar do cadastro da COPASA apresentar diversos lançamentos da rede de 
esgotamento sanitário no sistema de drenagem, foi verificado em campo que as redes são 
interligadas até a Avenida B e então segue para o interceptor construído às margens do córrego (não 
apresentado no cadastro). 
O quadro 32 resume as contribuições conforme as quadras. 
 
 
Quadro 32 – Quadro resumo das contribuições de esgoto sanitário conforme as quadras 
Quadra Moradores Vazão (L/s) 
1 182 0,32 
2 60 0,10 
3 63 0,11 
4 71 0,12 
5 27 0,05 
7 69 0,12 
8 40 0,07 
9 6 0,01 
10 62 0,11 
 OBS: Considerando per capita de 150 L/habxdia 
 
Portanto, as vazões atuais contribuintes de cada bacia são perfeitamente compatíveis com os 
diâmetros (150mm) das tubulações existentes nas vias consolidadas do entorno. 
O grande impacto do esgotamento sanitário do Conjunto Mariquinhas refere-se às redes 
condominiais existentes no interior da vila e ao lançamento inadequado de esgotos no sistema de 
drenagem/curso d’água. 
 
c) ABASTECIMENTO DE ÁGUA (MAPA LD-14) 
Este estudo tem como objetivo verificar a situação atual do sistema de abastecimento de água do 
Conjunto Mariquinhas. Serão avaliadas as condições

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