Buscar

APS Privatizacao do sistema prisional no Brasil

Prévia do material em texto

UNIP- UNIVERSIDADE PAULISTA 
PRIVATIZAÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL NO BRASIL
atividades práticas supervisionadas 
GABRIELA JULIANE DE SOUZA – RA N16472-7
JEFFERSON OLIVEIRA DA SILVA ​– ​RA D334HB0
MARCOS SILVA SANTIAGO – RA D38AAF7
MARIANA VEIGA – RA D281CB7
MATHEUS MACEDO PROTÁSIO DE SOUZA – RA D162292
VINÍCIUS MORATO DE SOUZA – RA D319345
SÃO PAULO/SP 2017�
PRIVATIZAÇÃO DO SISTEMA PRISIONAL NO BRASIL
APS-Atividades Práticas Supervisionadas
Trabalho da APS- Atividades Práticas Supervisionadas sentado à Unip- Universidade Paulista como pré-requisito para obtenção parcial de créditos em Teoria Geral do Crime sob orientação do Prof ª Flaviano Pierangeli.
SÃO PAULO/2017
AGRADECIMENTOS
Foi com muita força de vontade, amizade e trabalho em grupo que conseguimos mais uma conquista, a realização desta APS- (Atividades Práticas Supervisionada).
Agradeço a Deus por ter me dado saúde e inteligência para superar todas as dificuldades e aos meus colegas de classe pelo apoio dado a esse trabalho.
	�
“Dedico este trabalho aos meus pais pelo incentivo, amor e carinho. Aos meus amigos pela paciência e apoio nos momentos difíceis.”
“Quem possui as duas asas desenvolvidas
 por igual, é chamado homem iluminado
 de cujos exemplos nosso mundo 
ainda não é pródigo”
(NOGUEIRA, 2001)
SUMÁRIO
1.0 Resumo	7
2.0 Privatização do Sistema Prisional no Brasil	8
3.0Argumentos Favoráveis à Privatização dos Presídios no Brasil:......................................11
 3.1 Argumentos Contrários à Privatização dos Presídios no Brasil	11
Conclusão	13
Considerações Finais	14
Referencias Bibliograficas..........................................................................................................15
�
1.1 Resumo 
Trata-se de uma entrevista, publicada em 23 de janeiro de 2017 na Exame.com, com Amerigo Incalcaterra, o mais alto Comissário da Onu para Direitos Humanos. Nela, ele expõe o relatório do SPT (Subcomitê sobre a Prevenção da Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos e Degradantes), suas conclusões e sua expressa opinião de que "Impunidade por torturas nas prisões é regra no Brasil”.
O relatório do STP, apresentado ao governo no Brasil, relata violações de direitos e tortura praticados no sistema prisional brasileiro (delegacias, prisões, centros de detenção provisória e hospitais penitenciários). O documento é resultado de uma visita realizada em 2015, pelo STP, a 22 locais de detenção no Brasil.
Incalcaterra expõe problemas que, por ele, só poderão ser tratados pelo mais alto nível de governança. Problemas esses que ele classifica como: “Crime do Sistema Prisional”. São alguns dos problemas citados por ele: a superlotação dos presídios, o déficit de vagas, casos de rebeliões, o controle feito pelo crime organizado, a falta de assistência médica e educação. Praticamente toda a política de encarceramento, pois expõe que a tortura é generalizada desde o momento da detenção, durante interrogatórios e presídios. Diz também que a tortura no Brasil afeta de um modo desproporcional pessoas de status sociais mais baixos, negros e minorias. 
Também relatou que dados sobre a incidência de tortura e tratamento cruel de detentos não estão disponíveis no Brasil e que, por represálias, detentos são persuadidos a não denunciar casos de tortura no Brasil. Ele reclama da falta de esforços consistentes para documentar e investigas, processar e castigar delitos de tortura e mortes em presídios.
A impunidade no sistema prisional “alimenta a continuação de violações de direitos humanos nas prisões”. A falta de supervisão adequada dos presos e a impunidade dos crimes de tortura agravam diariamente o problema, criando uma atmosfera de intimidação e repressão.
Incalcaterra propõe soluções plausíveis como a pronta investigação de mortes por agentes estatais, a adoção de protocolos oficiais sobre o uso da força da polícia e a revisão de seus salários, a garantir independência nos Institutos Médicos Legais e um controle eficaz de empresas privadas que envolvidas na administração de funções policiais. 
Valorizou apenas o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (órgão é composto por 11 especialistas independentes (peritos), que têm acesso às instalações de privação de liberdade e, constatadas violações, os peritos elaboraram relatórios com recomendações às demais autoridades competentes, que poderão usá-los para adotar as devidas providências) mas alerta que não basta apenas criar esse tipo de iniciativa, deve ser implementados efetivamente e as autoridades devem garantir sua autonomia operacional e independência, bem como recursos adequados, para que seu trabalho de fiscalização possa ter um impacto verdadeiro para o melhoramento do sistema prisional brasileiro.
De acordo com os artigos 12 e 13 da Comissão do STP, o Estado deverá assegurar que suas autoridades competentes procederão imediatamente a uma investigação imparcial, sempre que houver motivos razoáveis para crer que um ato de tortura tenha sido cometido em qualquer território sob sua jurisdição. 
Era aguardado que o Brasil respondesse o relatório dentro de um prazo de 6 meses incluindo informação detalhada sobre como o país se compromete a implementar essas recomendações. Em resposta, o Brasil prometeu reduzir em até 10% a população prisional até 2019.
2.1 Privatização do Sistema Prisional no Brasil
Existem presídios privatizados no Brasil? A experiência tem sido positiva ou negativa? Por que?
Sim, não é de agora que o sistema penitenciário brasileiro faliu e que não há condições de reabilitação a ninguém. Faltam mais de 130 mil vagas só para aqueles que já estão presos, sem contar os outros 200 mil que deveriam ser presos pelos mandados de prisão expedidos. Está claro que o Estado não poderá resolver esse problema, que na verdade é de toda a sociedade. Surge então a ideia da privatização dos presídios, convocando a participação da iniciativa privada, que visa uma parceria com o Estado nessa importante função de administrar nossas prisões. 
O administrador vai regular os serviços daquela unidade prisional, como: alimentação, vestimenta, higiene, lazer, etc. Enquanto o Estado administra a pena, cuidando do homem sob o aspecto jurídico, punindo-o em caso de faltas ou premiando-o quando merecer, e sempre irá ter a função jurisdicional, continuando a determinar quando o homem vai preso e quando será libertado.
No Brasil desde 2013 funciona em Ribeirão das Neves, Região metropolitana de Belo Horizonte, a primeira iniciativa privada de sistema prisional (PPP): o Complexo Penitenciário Parceria Público-Privada (CPPP). Galgada por licitação e projeto, construídos por administração privada. No site da GPA, implantadora e administradora do Complexo e aliado do Governo do Estado de MG, é revelado que seu propósito tem total ênfase na reinserção do preso à sociedade e se baseia em respeito pelo preso e sua família e um alto grau de segurança e tecnologia, apesar de não existirem carcereiros, mas sim monitores, que trabalham com colete, sem armas letais. Os policiais, com armamento pesado, estão nas muralhas e no entorno do complexo. A segurança, em qualquer ocorrência, é feita pela PM, que faz a escolta dos presos, ações previstas no contrato da PPP. Local limpo e organizado. Experiência que resultou em diversos presos matriculados no Pronatec, cursos religiosos, aulas de música e teatro, ou seja, as estatísticas provam que a iniciativa tem diversos pontos positivos em sua atividade nesses anos, mas divide opiniões sobre o tema. 
Há hoje duas experiências de privatização de presídios, na modalidade de terceirização, existentes no país. A primeira na cidade de Guarapuava (PR), onde se instalou, há dois anos, a primeira unidade prisionalterceirizada. Registre-se que, em dois anos, nenhuma rebelião ou fuga ocorreram. Todos os presos trabalham, muitos estudam e todas as condições de higiene e saúde são garantidas pelo Estado e fornecidas pela administradora privada.
A segunda experiência no Brasil ocorre em Juazeiro do Norte (CE), com os mesmos resultados satisfatórios, destacando-se que os presos, que também trabalham, o fazem confeccionando jóias, sem que tenha havido qualquer incidente.
Porém, prisões “terceirizadas” já existem em pelo menos outras 22 localidades, hoje existem no mundo aproximadamente 200 presídios privados, sendo metade deles nos Estados Unidos.
O projeto de lei do Sr. Alexandre Leite N.º 3.123, DE 2012, proposta pela Câmara dos Deputados, expõe em sua justificativa que diversos países já fazem a privatização do sistema penitenciário e que visa desafogar a máquina estatal e desonerar os cofres públicos, tornando a execução das penas mais humanitárias, feita em condições mais dignas e, por conseguinte, atingindo um nível maior de ressocialização e reintegração do condenado, assim como demonstrado nos processos atualmente existente. Diz também que a construção de novas Penitenciárias, a par da readequação e reforma de outras, geram o problema de falta de servidores públicos treinados para o exercício das inúmeras funções necessárias para seu adequado funcionamento, nos termos do que estabelece a Constituição Federal e a Lei de Execuções Penais. 
Especialistas rebatem e dizem que o projeto de lei viola frontalmente o disposto no art. 144 da Constituição Federal, que acomete ao Estado para Bruno Shimizo “do ponto de vista da Constituição Federal, a privatização das penitenciárias é uma excrescência”, totalmente inconstitucional, afirma, já que o poder punitivo do Estado não é delegável. 
Foi divulgado recentemente, que o Brasil foi denunciado pela ONU pela impunidade que predomina nos crimes cometidos pela polícia e por agentes de segurança penitenciaria no Brasil. O Conselheiro de Direitos Humanos do órgão, o relator Juan Mendez divulgou que “Os casos de agentes de segurança que cometem abusos contra prisioneiros ou detidos não são investigados de maneira correta e os tais autores raramente são levados à Justiça”. 
O preso deve apenas perder sua liberdade e nada mais. Todas as atrocidades e humilhações sofridas por ele são de responsabilidade do Estado e têm de ser evitadas. As unidades prisionais privadas podem preservar a dignidade do preso, de modo especial se estivermos tratando do provisório, que ainda não foi julgado e que pode ser absolvido.
 3.1 Argumentos Favoráveis à Privatização dos Presídios no Brasil:
Maior possibilidade de reintegração a sociedade, maior controle e melhor eficácia nas soluções da crise que vivemos no momento, garantia da dignidade dos presos, preservação dos direitos humanos e humanização dos presídios.
Eficácia administrativa quanto ao pessoal envolvido, só há vantagens. Se houver qualquer irregularidade, corrupção ou outro desvio, o funcionário é demitido, resolvendo-se o problema. Diferentemente do espaço estatal, onde tudo depende de sindicância e processos prolongados, diminuindo a corrupção dos órgãos públicos.
Também é um tipo de vantagem da privatização, na modalidade da terceirização, é que ela faz cumprir a lei, dando efetivas condições de o preso se recuperar, dando melhores condições de ressocialização do apenado e melhorando a sua imagem perante a sociedade.
3.2	Argumentos Contrários à Privatização dos Presídios no Brasil:
Fins lucrativos e meios de cárcere em massa, (a privatização não pode ser objeto de lucro). A maior contradição esta no fato da privatização pois, quanto mais presos então, maior a lucratividade, o maior perigo desse modelo é o encarceramento em massa. Ou seja, começa-se a prender mais e o tempo de permanência na prisão só aumenta. 
Há uma possibilidade de manipulação do perfil do preso (escolhas como: presos não adeptos a facções e com bom comportamento) a ser encaminhado para o Complexo, de forma a camuflar os resultados de privatização do sistema penitenciário e relatos de presos com penas cumpridas, que ainda não saíram do Complexo.
Também há o fato da delegação de poder punitivo do estado, quando a empresa privada ao fazer a vigilância interna, ficando responsável, por registrar desvios de conduta e comportamento sendo capaz de ampliar de ampliar o tempo de pena, tarefa esta que é considerada imprópria para um trabalhador privado.
�
Conclusão
A impunidade nos casos de tortura apresentados por Américo Incalterra denuncia o caos que o sistema penitenciário brasileiro vem enfrentando, a constante violação dos Direitos Humanos daqueles que em vez de se ressocializarem para sua nova inserção na vida em sociedade, se aprofunda cada vez mais no mundo do crime que a cada dia que se passa ganha mais forças dentro das casas de detenções do país.
Conforme passado em Teoria Geral do Crime, Pelegrino Rossi um dos precursores da escola clássica entendia a pena como a retribuição do mal pelo mal. O reestabelecimento da paz social, violada pelo cometimento do crime é a função da pena, assim sendo um bom operador do direito, acredita que a pena tem por função a defesa da sociedade e a de prevenir que o criminoso cometa novos delitos
Com o tema proposto para este trabalho, e conforme discutido em grupo os prós e os contras da privatização do sistema carcerário no Brasil, concluímos que a possibilidade de um maior controle e maior eficácia no caos que o Brasil enfrenta no sistema carcerário, é garantindo os direitos básicos do preso como: sua dignidade, preservação dos direitos humanos e a humanização dos presídios. Acreditamos que a parceria do Governo com a iniciativa privada arrecadara mais forças e amenizaremos esse quadro dramático que o Brasil enfrenta atualmente, tendo mais eficácia em sua administração, dando efetivas condições do preso se recuperar em seu processo de ressocialização para retornar ao seio da sociedade de onde saiu.
�
Considerações finais
O propósito deste trabalho foi o de apresentar a impunidade em casos de tortura praticados por agentes públicos contra presos no sistema penitenciário brasileiro, denunciado pelo representante regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Américo Incalterral, em visita a presídios brasileiros ele afirma que o clima de impunidade nas prisões do Brasil alimenta a continuação de violações de direitos humanos nas prisões.
Realizamos também, pesquisas e boas discussões quanto aos prós e contras do processo de privatização do sistema carcerário brasileiro, processo esse que nos ajudaria e muito a contribuir com o sistema de combate e prevenção à tortura, o que inclui o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, órgão criado para dar resposta ao Sub-comitê da ONU.
Enfim, finalizando o nosso trabalho, pesquisamos e debatemos sobre o tema, um pouco complexo, que é a impunidade e a constante violação dos Direitos Humanos dentro das casas de detenção do nosso país, e acreditamos que a parceria da iniciativa privada com o Governo contribuirá para uma grande melhoria no sistema carcerário brasileiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://apublica.org/2014/05/quanto-mais-presos-maior-o-lucro/ 
https://oglobo.globo.com/brasil/com-tres-anos-presidio-privado-em-minas-gerais-nao-teve-rebelioes-20740890#ixzz4sE2szExO
https://oglobo.globo.com/brasil/com-tres-anos-presidio-privado-em-minas-gerais-nao-teve-rebelioes-20740890 
http://www.gpappp.com.br/index.php/br/sobre-a-gpa/about-us 
https://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/02/como-funciona-o-primeiro-presidio-privado-do-brasil.html
https://super.abril.com.br/ciencia/a-privatizacao-dos-presidios/
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/13/politica/1484329171_917474.html

Continue navegando