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Os problemas encontrados no sistema prisional Seminario paper 2022

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9
 OS PROBLEMAS ENCONTRADO NO SISTEMA
 PRISIONAL BRASILEIRO
 Brunna Alves ¹
 DouglasToledo de Lima¹
 Jonatas Oliveira de Almeida¹
 Thiago Flávio¹
 Dilberto Baltazar Chaves ²
 
 Resumo: 
O presente paper expõe os problemas encontrados no sistema prisional brasileiro e como dessa forma resulta na sua ineficácia quanto ao seu objetivo de ressocializar o egresso. Ademais, mostrar as mazelas sofridas pelos presos nos inúmeros presídios masculinos e femininos, com intuito de trazer uma discussão e entendimento de como reinserir o encarcerado na sociedade, de forma digna, a fim de oferecer oportunidades para um novo recomeço longe de crimes e, assim, sair do sistema penal de uma só vez. No entanto, será demonstrado que tal opção na atualidade muitas vezes é ineficaz, pois, devido à precariedade no sistema carcerário e, também, à inaplicabilidade da Lei 7.210, que, em conjunto com a falta de investimentos das autoridades competentes, fazem com que a própria sociedade não acredite no real sentido da prisão, que é a ressocialização.
palavras chaves: 
1. INTRODUÇÃO
	
 O presente trabalho aborda a possível realidade do sistema prisional brasileiro, demonstrando sua ineficácia na busca de sua função ressocializadora.
 São inúmeras as causas apontadas para a situação do sistema prisional brasileiro: a superlotação, a reincidência, as precárias condições de saúde, a má administração e a falta de apoio da sociedade e a má aplicação das leis penais que geram efeitos diretos nos apenados. Deixar o detento em condições desumanas e não investir em seu aprimoramento torna impossível que após o cumprimento de sua pena ele consiga um serviço digno e não volte mais a delinquir.
 Para demonstrar como o sistema corrompe seus integrantes, será exposto neste trabalho alguns dos principais problemas que têm sido encontrados na atualidade.
 O sistema penitenciário, tal como ele existe na sociedade capitalista, principalmente aqui no Brasil, é extremamente cruel, não só porque confina fisicamente o homem, sem que esse homem possa compreender o problema da liberdade, senão em relação à sua locomoção física no sentido pejorativo de não lhe oferecer nenhuma possibilidade de ressocialização da situação em que se encontra.
 A história do sistema penitenciário no Brasil revela que, desde o início, a prisão foi local de exclusão social e questão deixada em segundo plano pelas políticas públicas, importando, consequentemente, a falta de construção ou a edificação inadequada dos prédios penitenciários, na maioria das vezes improvisados. Uma situação alarmante trás o descaso por parte do Estado e dos demais envolvidos, carecendo de estrutura adequada e capacidade suficiente para o acolhimento dos presos, sobretudo a falta de investimento para melhorias nas unidades prisionais, que demonstram uma afronta aos princípios e garantias constitucionais. Este trabalho traz de forma específica uma solução justa a respeito da ressocialização dentro do sistema carcerário com o objetivo de demonstrar os estabelecimentos que são levados os detentos, prevalecendo a superlotação, a falta de higiene,a proliferação de doenças DSTs e as demais situações que demonstram claramente toda condição subumana que vivem ali. São vários os sinais de crise do sistema prisional brasileiro, como problemas de superlotação atrelados à rebeliões, evasões e fugas, e a total desumanidade e precariedade na convivência dentro do estabelecimento penitenciários, comprovando a ineficácia na aplicação da lei de Execução Penal.
Para tanto, temos por objetivo levantar as principais falhas do sistema prisional brasileiros e as prováveis causas da sua falência sistêmica.
 Quanto aos aspectos metodológicos fez-se uso de uma revisão literária, com métodos de pesquisa descritiva e explicativa com o uso de material bibliográfico e documental já publicados e com o aparato da legislação que serve de base para a construção do pensamento e da reflexão acerca de um olhar sobre as falhas do sistema prisional brasileiro.
2. Problemática no Sistema Prisional: Superlotação
	 “Devido à modificação e massificação da personalidade daquele submetido ao Cárcere, esse indivíduo carregará essa herança, ou marca do cumprimento de sua pena por muito tempo, mesmo após seu retorno ao convívio social extramuros. Isso porque, acostumado e adaptado a falar, agir, praticar e sobretudo pensar como preso, após o processo de prisionalização se solidificar, muito raro os que conseguem retornar sem grandes prejuízos a sua personalidade anterior.” (VALEJO. M; 2013)
 O Brasil é o quarto país do mundo em número de presos e o único desses quatro em que o número só aumenta. O país excede a média mundial no que diz respeito ao número de presos por habitantes. Atualmente, temos 306 pessoas presas para cada 100 mil habitantes, enquanto no mundo a média é de 144 para cada 100 mil.
 A superlotação é um dos principais fatores que geram esses transtornos, já que por falta de vontade política, demagogia, corrupção ou má gestão, os representantes do povo nunca se preocupam em melhorar, expandir ou construir novos presídios. Quando questionados, dizem que preferem construir escolas a presídios. Ora, responder uma questão dessa forma soa bonito, mas de extremo prejuízo para a sociedade. Não é que não se devam construir escolas, pelo contrário, todavia um não exclui o outro. Os dois são absolutamente necessários. As pessoas que estão restringidas de liberdade só aumentam, porque a criminalidade só aumenta. E aí, vamos apenas construir mais escolas? Deve existir maior seriedade no trato do tema e maior preocupação das autoridades, tendo em vista que aquelas pessoas que estão lá esquecidas no cárcere um dia vão sair. E saindo serão o reflexo de como o sistema penitenciário as tratou. O que a sociedade quer é uma punição severa e justa aos condenados, mas que, quando o criminoso saia, não volte a delinquir, pelo simples fato de ter “aprendido a lição”.
 “A Fundação Internacional e Penitenciária coloca o Brasil como o país da América Latina com a maior população carcerária, bem como com o maior déficit de vagas vinculadas ao sistema penitenciário, sendo apenas seguido pelo México.” (PORTO, Roberto; 2007)
 As causas das superlotações dos presídios brasileiros, os efeitos da lei antidrogas, o excesso de prisões provisórias, o uso de regime fechado mesmo quando há penas alternativas e as prisões não cumprem papel de ressocialização e fortalecem o crime.
Essa deterioração do sistema prisional, segundo o Depen, tem relação com diversos fatores, que não se resumem apenas ao aumento da criminalidade. Várias ações do Estado brasileiro nos últimos anos explicariam em grande parte os problemas que estamos vivenciando hoje. Uma observação importante: estes não são os únicos fatores que levaram à crise atual; por si só, eles não explicam totalmente o problema.Com cadeias precárias e superlotadas, é praticamente impossível pensar em políticas de ressocialização de presos no Brasil. Nesses ambientes insalubres, o crime organizado encontra espaço para se fortalecer e desenvolver suas atividades. É das cadeias que facções têm planejado e executado a venda e distribuição de drogas. As prisões também são oportunidades de aliciamento de novos traficantes. Para garantir sua própria sobrevivência, outros presos, menos perigosos, acabam se submetendo à hierarquia das ganguespresentes nos presídios. Quando tais pessoas deixam o cárcere, voltam ainda piores para o convívio social. Esse diagnóstico é trazido por diferentes especialistas. É preciso destacar que o Estado também falha em fornecer estrutura adequada nas penitenciárias, de forma que em muitos casos não ocorre separação adequada dos presidiários, nem atividades que visem à ressocialização do preso, como educação e cursos profissionalizantes, com isso não há uma ressocialização saudável nem tampouco a mudança de pensamento de cada interno que ali está.
 Não é de hoje que o sistema carcerário do Brasil é um desastre, na verdade, encontra-se falido. Basta acompanhar os telejornais que todos os dias mostram rebeliões, mortes entre os detentos, facções dominando a cadeia, chegando ao cúmulo de comandar crimes de dentro dos presídios. As condições as quais os presos são submetidos são absolutamente desumanas e degradantes, prejudicando sobremaneira a ressocialização, fazendo com que, na maioria das vezes, haja reincidência e voltem às ruas mais violentos e especializados, já que lá dentro se misturam, independente do delito cometido. Tal situação colabora para que haja uma “universidade do crime”, onde muitos criminosos primários e/ou de baixa periculosidade vivem cotidianamente com criminosos de altíssima periculosidade. Muito pior que isso é quando são obrigados a se “filiar” a alguma facção criminosa para ter proteção, não morrer ou não ser abusado sexualmente. A realidade brasileira é deplorável e precisa urgentemente ser mudada, até mesmo porque são décadas de descaso e esquecimento, que não poderia terminar diferentemente do que é hoje.
 “A crise carcerária é o resultado, principalmente, da inobservância pelo Estado de algumas exigências indispensáveis ao cumprimento da pena privativa de liberdade” (Ibidem, p. 225)
3-Assistência médica, juridica e outras
 “A expressão direitos humanos é hoje mal vista pela sociedade, pois esta se contenta – e de alguma forma alegra-se – quando alguém que praticou um crime é preso e experimenta os sofrimentos de um sistema penitenciário como o brasileiro, mesmo que de forma ilegal.” (Ibidem, p. 220)
 Como parte do seu objetivo na reabilitação e ressocialização, a LEP determina que os presos tenham acesso a vários tipos de assistência, inclusive assistência médica, assessoria jurídica e serviços sociais. Na prática, nenhum desses benefícios são oferecidos na extensão contemplada pela lei, sequer a assistência médica--o mais básico e necessário dos três serviços é oferecida em níveis mínimos para a maior parte dos presos. Populações carcerárias em toda parte tendem a requerer mais assistência médica do que a população como um todo. Não apenas os presídios mantêm uma grande proporção de pessoas com maior risco de adoecer, como usuários de drogas injetáveis, mas também o próprio ambiente prisional contribui para a proliferação de doenças. 
 Dentre os fatores que favorecem a alta incidência de problemas de saúde entre os presos está o estresse de seu encarceramento, condições insalubres, celas superlotadas com presos em contato físico contínuo e o abuso físico.Violência nos presídios às vezes resulta em ferimentos graves infligidos por facas ou balas e que requerem de tratamento médico emergencial. Mas as doenças graves mais comuns entre os presos são a tuberculose e a Aids. Geralmente, essas doenças são simultâneas, pois quando uma pessoa está com Aids torna-se mais vulnerável à tuberculose. As reclamações dos presos sobre a ausência de assistência médica são bastante frequentes,mesmo nos hospitais penitenciários separados, presos recebem um tratamento médico bastante deficiente.ão possuem médicos ou enfermeiros. Para atender as necessidades de assistência médica dos presos, eles normalmente contam com os medicamentos mais básicos, como aspirina, creme para pele e remédio para o estômago.
 “A falta de ventilação é pressuposto para a proliferação de doenças que, se adquiridas por somente um dos presos, podem ser transmitidas facilmente aos outros que convivem juntos. Segundo uma especialista do Ministério da Saúde, as principais doenças nos presídios são: tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis (DST), hepatites e dermatoses.” (KALLAS. Matheus Rodrigues, p.76)
 Sobre a assistência jurídica do internado traz uma razão pela qual muitos presos não obtêm os benefícios disponíveis previstos pela LEP é a escassez de assistência jurídica. Embora os defensores públicos devessem prestar assistência jurídica aos presos, eles pouco aparecem em muitos dos estabelecimentos prisionais do país, para compensar em parte a falta de assistência jurídica, muitos sistemas prisionais estaduais promovem mutirões através dos quais grupos de advogados e estudantes de Direito visitam os presídios e avaliam a condição legal dos presos, determinando se eles qualificam-se para benefícios de livramento condicional ou outros. A OAB normalmente promove tais eventos assim como Faculdades de Direito do próprio estado ou município onde fica sediado as penitenciárias. 
“Quanto mais discriminatório, arbitrário e brutal é seu exercício, maior poder reclamam os controlados para o funcionamento do aparato punitivo. A perversidade se institui e expande por intermédio do “aparato de publicidade” do Estado, que projeta a ilusão de um poder punitivo igualitário, não seletivo, não discriminador, disfarçando de conjuntural ou circunstancial aquilo que é estrutural e permanente, isto é, inerente ao próprio poder.” (ESPINOZA, 2004, p. 53-54)
Um obstáculo final que os presos enfrentam para obter o livramento condicional ou outros benefícios é a escassez de assistência social. Para qualificarem-se para o livramento condicional, os presos devem ser avaliados por assistentes sociais que avaliam se eles preenchem requisitos ou não para tal benefício. Neste caso também a demanda por tais serviços em muitos presídios supera a oferta, como evidenciado pela falta de gestão que é um dos problemas do sistema carcerário no Brasil. A superlotação pode existir nos vários segmentos da administração pública, portanto é preciso direcionar verbas para equipar o sistema penitenciário de uma estrutura apta a oferecer essas atividades, porque os presídios não podem ser gaiolas com um amontoado de humanos. Isso jamais terá resultado positivo se não houver uma ótima gestão.
Não se pode exigir que o infrator pague pelos seus erros, se o sistema que lhe aplica a sua pena não oferece estrutura e condições mínimas para que ele a cumpra com dignidade. Essa exigência se torna um tanto quanto cômica, pois a punição, leia-se privação da liberdade, não se limita somente à liberdade do infrator, ela se estende à sua pessoa por completo no momento em que lhe priva de condições básicas de sobrevivência.
 4- Reincidência
Outro problema grave que encontrado no sistema prisional é a reincidência. Como explicar uma pena que, na teoria, seria para ressocialização do condenado, mas o que acontece constantemente é o preso retornar ao sistema carcerário por cometer outro crime; esse tema deve ser amplamente debatido com intuito de repensar como o esquema punitivo tem sido empregado.
O conceito de reincidência dignifica que determinado indivíduo comete um novo ilícito penal após o transito em julgado da sua sentença condenatória, não tendo ainda completado o período de cinco anos entre o cumprimento ou a extinção da pena, conforme está descrito no Código Penal de 1940, nos artigos 63 e 64.
A partir da ineficácia da pena, as cadeias prisionais passam a ser uma faculdade para o crime, na qual os indivíduos primários voltam a ocupar o sistema muito piores do que antes, agora se tornam verdadeiros criminosos extremamente perigosos para a sociedade. Sendo assim, aparece o assunto abordado agora: a reincidência posto a ineficiência da pena de prisão.
“O reincidente, portanto, fruto daquilo que vivenciou enquanto preso, potencializando o mal nele latente, é uma pessoa endurecida, perversa,rancorosa, ávida por retribuir à sociedade que o alijou, tudo aquilo que lhe foi proporcionado.” (LUZ, 2000, p.114)
O sistema se importa mais em reparar os danos causados pelo crime (não apenas às vítimas, mas também à sociedade e ao criminoso) do que de punir pessoas. Logo, preocupa-se, em reabilitar os prisioneiros. Contudo, afastado do convívio social e adaptado forçosamente à rotina do cárcere, o egresso possivelmente apresentará um grau de dificuldade em readaptar-se à vida social.
 Assim, reforçando o exposto, está claramente previsto na LEP, no art.25:
 Da Assistência ao Egresso: A assistência ao egresso consiste-se em orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade e na concessão, se necessária, de alojamento e alimentação em estabelecimento adequado, por dois meses, prorrogável por uma única vez mediante comprovação idônea de esforço na obtenção de emprego (MARCÃO, 2013).
Logo, enquanto o sistema continuar fomentando esse tipo de pena aos infratores da lei, continuará sustentando esse ciclo entre colocar na prisão, sair e cometer mais crimes, e retornar ao presídio novamente. Repensar todo esse posicionamento é primordial para a evolução e manutenção da paz e convívio social.
5- Falta de apoio da sociedade
O papel da sociedade quando se fala em apoio ao egresso é de extrema importância para a ressocialização; mas a proporção é inversa quando se fala no assunto, pois o a necessidade do apoio é grande, contudo a sociedade fomenta muito mais um discurso de ódio do que de ajuda aos presos ou os que já cumpriram suas penas.
"Em todo o mundo, e talvez em maior grau no Brasil, discursos políticos que apelam para um endurecimento do combate ao crime ganham votos, não o oposto", afirma Scandurra, do Observatório Europeu das Prisões. Juntando a isso, é importante destacar que: 
A individualização, personalização e humanização da pena são garantias constitucionais que asseguram ao delinquente um tratamento mais justo e racional. São princípios fundamentais da pena, assegurados nas normas constitucionais e imprescindíveis para que o Direito Penal alcance seus objetivos, se é que se pretende que esse Direito possa ser algo mais do que o mero exercício da força e da brutalidade (OLIVEIRA, 2010, p. 8).
Continuando seu relato ele ainda destaca que: "E por causa disso, mesmo políticos que sabem muito bem que esse tipo de política é cara e fadada ao fracasso, a acabam apoiando porque têm medo de perder eleitores".
Sendo assim, fica claro que os problemas prisionais vão além das suas grades e portões de ferro, é um todo uma organização que engloba família, sociedade, Estado, poder público, polícia, sistema prisional, saúde, educação e tudo que envolver vida humana, liberdade e crime.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
	A Lei de Execução Penal (Lei 7.210/1984) determina, entre outras coisas, que os estabelecimentos penais do Brasil devem cumprir uma série de obrigações e condições para garantir o bem-estar dos presos. No entanto, esta não é a realidade das penitenciárias do país. 
De acordo com o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), baseado em dados de junho de 2016, a população prisional chegou a 726.712 presos para 368.049 vagas disponíveis – um déficit de 358.663 vagas. Mas esse não é o único problema.
“Outra questão é fazer com que essas novas unidades tenham condições dignas para tratar os presos, o que é algo que a sociedade infelizmente não valoriza”, diz Carneiro. Para ele, o Brasil vive um momento de aumento da violência, com a expansão de drogas como o crack. E essas condições pressionam o crescimento da população carcerária. 
Assim como a direção de cadeia tem suas regras de funcionamento e as impõe com rigor aos presos, estes também dispõem de um conjunto próprio de regras que tem vigência entre eles e são aplicáveis por uns presos sobre os outros, somente. As regras da cadeia, assim como as leis de justiça de país, têm autoridades reconhecidas como tais às quais é atribuído o poder de aplicá-las, poder que paira acima das partes envolvidas. Na massa cada um é „juiz de sua própria causa‟,e a ninguém é atribuído o poder de arbitrar as questões de outros. Os presos referem-se a tais regras como as leis de massa. São elas que regulam a ordem na vida do crime.
O crescimento vertiginoso da população prisional e do déficit de vagas, a despeito dos esforços dos governos dos estados e da federação para a geração de novas delas, é por seu turno um elemento revelador de que a construção de novas unidades não pode mais ser o componente fundamental das políticas penitenciárias, senão que apenas mais um componente, dentro de um mosaico bem mais amplo. É bem verdade que entre a superlotação de estabelecimentos penitenciários e a qualidade desses serviços subsiste uma relação de mútua implicação. Mas ainda assim, restam ainda outros fatores que devem ser trabalhados junto à gestão dos sistemas penitenciários estaduais, como estratégias para torná-los melhores.
As superlotações, os envolvimentos de presos em organizações criminosas e a falha de pessoal, são os principais problemas enfrentados pelas penitenciárias brasileiras. Outro fator que estamos acostumados a ver nos noticiários é a questão das rebeliões em presídios, sempre com resultados lastimáveis de sentenciados que são mortos por seus próprios companheiros, funcionários e familiares de detentos transformados em reféns, resgates e fugas audaciosas e espetaculares realizadas por criminosos, e por fim, a incapacidade das autoridades em face de organizações de criminosos, cada vez mais presente nos Estados brasileiros.
Assistência ao Preso, ao Internado, ao Egresso e aos seus Dependentes faz referência a um movimento de promoção dos direitos dos apenados, internados, egressos, dependentes e familiares, criando condições para que estes possam exercer a sua autonomia. Esse processo deve ser mediado pela inclusão dos beneficiários na agenda das políticas públicas de governo e pelo apoio a ações de instituições públicas e privadas, de caráter permanente, que tenham como objetivo prestar atendimento aos beneficiários, na forma e nos limites da lei: material, jurídica, educacional, social, religiosa e principalmente à saúde ao egresso, após a edição do Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário.
O sistema penitenciário, tal como ele existe na sociedade capitalista, principalmente aqui no Brasil, é extremamente cruel, não só porque confina fisicamente o homem, sem que esse homem possa compreender o problema da liberdade, senão em relação à sua locomoção física, mas ele destrói a subjetividade do homem, no sentido de não lhe oferecer nenhuma possibilidade de racionalização da situação em que se encontra.
De acordo com Foucault (1987) a prisão também se fundamenta pelo papel de “aparelho para transformar os indivíduos”, servindo desde os primórdios como uma:
 Detenção legal encarregada de um suplemento corretivo, ou ainda uma empresa de modificação dos indivíduos que a privação de liberdade permite fazer funcionar no sistema legal. Em suma o encarceramento penal, desde o início do século XIX, recobriu ao mesmo tempo a privação de liberdade e a transformação técnica dos indivíduos”.
A história do sistema penitenciário no Brasil revela que, desde o início, a prisão foi local de exclusão social e questão relegada a segundo plano pelas políticas públicas, importando, consequentemente, a falta de construção ou a edificação inadequada dos edifícios penitenciários, na maioria das vezes improvisados.
É importante destacar que o Objetivo da Lei de Execução Penal é fazer com que o criminoso cumpra sua pena e que ao cumprir o mesmo não venha cometer outro delito. Por isso, o intuito de ressocializar o preso para que o indivíduo tenha uma nova chance de permanecer na sociedade, porém fazer com que o mesmo não seja reincidente, ou seja, não venha a praticar nenhuma ilicitude novamente. A função de ressocializar do preso foi enfatizada no presente artigo, haja vista a finalidade de reintegrar o agente criminoso na sociedade.como foi apresentado no artigo o sistema prisional brasileiro muitas vezes é precário e contraria o previsto na Lei de Execução Penal. Sendo evidente que o tratamento dos presos influencia para a sua ressocialização. Outro grande problema é a superlotação carcerária, tendo em vista, que muitos presos convivem juntos em uma cela que não supre o número de presos, tampouco segue o devido cumprimento legal estabelecido na Lei de Execução Penal. Ambiente esse, onde o mais forte prevalece sobre o mais fraco, gerando muito abalo físico e moral, além da falta de privacidade, presença de doença, sujeira e estresse, local este que a lei prevê total subsídio ao preso. Um verdadeiro reflexo desumano que se depara na sociedade quando o preso estiver inserido nela.
4. REFERÊNCIAS
	KALLAS, Matheus Rodrigues. A Falência do Sistema Prisional Brasileiro. Disponível em: http://emerj.com.br/ojs/seer/index.php/direitoemmovimento/article/view/76/36 . Acesso em: 01 jun. 2022.
PEREIRA, Emily Lopes. A Ineficácia da Pena Privativa de Liberdade no Sistema Prisional Brasileiro. Disponível em: https://rdu.unicesumar.edu.br/bitstream/123456789/9141/1/TRABALHO%20CONCLUS%c3%83O%20DE%20CURSO.pdf . Acesso em: 08 jun. 2022.
RIBEIRO e OLIVEIRA. As Mazelas do Sistema Prisional Brasileiro. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/234551465.pdf . Acesso em: 03 jun. 2022.
BARRUCHO e BARROS. 5 problemas crônicos das prisões brasileiras ─ e como estão sendo solucionados ao redor do mundo. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-38537789. Acesso em: 01 jun. 2022.
1 Nome dos acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (FLC4530PEN) )– Módulo V -Seminário Interdisciplinar Serviços Penais (20177)- 21/06/2022

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