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Análise horizontal, análise vertical e cálculo dos índices de liquidez

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105 Aula 8: Análise horizontal, análise vertical e cálculo dos índices de liquidez
Análise horizontal, análise 
vertical e cálculo dos 
índices de liquidez
 – Apresentação
Nesta Aula 8 estudaremos os dois mais importantes métodos de análise das De-
monstrações Financeiras. Primeiro, trataremos do método de análise horizontal e ver-
tical, sua importância e aplicações no dia a dia do administrador financeiro. 
Em seguida, vamos apresentar e estudar os índices de liquidez que nos fornecem 
excelente visão do desempenho e dos números reportados pelas empresas nas suas De-
monstrações Financeiras. 
A análise dos balanços patrimoniais e dos demonstrativos de resultados depende 
enormemente da nossa capacidade em calcular estes índices, razão pela qual estudare-
mos nesta aula as fórmulas e cálculo, sua interpretação e as limitações.
AULA
8
NESTA AULA 
– Introdução aos princípios de análise das Demonstrações Financeiras
– Análise horizontal das Demonstrações Financeiras
– Análise vertical das Demonstrações Financeiras
– Análise dos índices
– Os índices de liquidez
METAS DE COMPREENSÃO 
– Compreender a importância das análises horizontal e vertical das
Demonstrações Financeiras das empresas.
– Entender as informações necessárias e os cuidados para análises e
cálculo dos índices a partir das Demonstrações Financeiras e dos
comparativos com o desempenho da empresa.
– Conhecer os principais índices de liquidez e sua utilização na análise
da capacidade de pagamento da empresa.
Fundamentos do Orçamento de Capital106
Introdução aos princípios de análise 
das Demonstrações Financeiras
Iniciaremos nosso estudo tratando dos métodos de análise horizontal 
e vertical, sua importância e aplicações no dia a dia do administrador fi-
nanceiro. Em seguida, vamos apresentar e estudar, dentro dos grupos de 
índices, os índices de liquidez, que nos fornecem excelente visão do de-
sempenho e dos números da empresa. 
Stock-xchng
Quando nos referimos aos métodos de análise horizontal e vertical, bem 
como ao cálculo e análise dos índices financeiros, estamos nos referindo 
ao estudo do desempenho a partir de dois Demonstrativos Financeiros em 
especial: o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração de Resultados do 
Exercício (DRE). 
Certamente que a análise, tanto do Balanço 
quanto da DRE, depende enormemente da correta 
capacidade de interpretação dos números publica-
dos e de suas variações período a período. Entretan-
to, se faz necessário, neste estágio de nosso estudo, 
o desenvolvimento da habilidade de cálculo e inter-
pretação de índices financeiros (também conhecidos
como indicadores financeiros) tendo como base as
fórmulas-padrão, suas aplicações e limitações em
cada empresa analisada.
A técnica de análise dos Demonstrativos Finan-
ceiros por meio do cálculo de índices é parte rele-
vante do estudo da contabilidade e finanças sendo, 
inclusive, essencial quando se deseja comparar Ba-
lanços Patrimoniais, Demonstrativos de Resultados e demais indicadores 
publicados pelas empresas no decorrer de diversos períodos de apurações. 
Assim, temos as análises horizontal e vertical das Demonstrações Finan-
ceiras como importantes instrumentos de verificação do desempenho da 
empresa em determinados períodos de apuração dos resultados, por per-
mitirem uma maior visualização das variações ocorridas ao longo do tempo, 
os valores apresentados em cada conta e suas diferenças. 
Mas qual a razão do analista financeiro precisar, muitas vezes, fazer 
também análises comparativas dos resultados publicados com os números 
divulgados em anos anteriores?
Isto ocorre em razão das Demonstrações Financeiras serem limitadas a 
apenas um exercício fiscal, ou seja, normalmente o período compreendido 
entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de determinado ano. Neste sentido, 
uma análise pontual e restrita a apenas um período de publicação é muito 
pouco reveladora da real situação da empresa, exigindo que o analista 
(muitas vezes e sempre que possível) efetue, com base nestes números 
publicados e analisados, comparações com períodos anteriores.
107 Aula 8: Análise horizontal, análise vertical e cálculo dos índices de liquidez
Stock-xchng
Outro ponto importante ao efetuarmos uma análise do Balanço Patri-
monial, por exemplo, é a análise e classificação de cada conta dentro dos 
grandes grupos “Circulante” e “Não-Circulante”, facilitando enormemente 
as conclusões a respeito do desempenho da empresa no período e as prin-
cipais variações nas respectivas contas. Em seguida, torna-se crucial saber 
escolher as contas que serão efetivamente foco da análise e assim facilitar 
a sua comparação com períodos anteriores.
Neste exemplo, portanto, muitas vezes, é importante saber o quanto a 
conta Caixa variou em termos de valores monetários (saldo) tanto quanto 
em porcentagem no ano (ou trimestre, ou semestre) comparativamente 
ao igual período do ano anterior. Com as informações em mãos, o analista 
pode tomar conclusões e traçar uma análise mais precisa do desempenho 
da empresa no período escolhido de análise tendo o passado como 
ponto de partida!
Somado a esses cuidados, quando 
pensamos nas informações fornecidas 
pelo Demonstrativo de Resultados, de-
vemos lembrar também que este preci-
sará ser estudado com cuidado, devendo 
o analista sempre eleger as contas que
serão objeto de análises e comparações.
Da mesma forma que o Balanço Patri-
monial, o Demonstrativo de Resultados 
(DRE) deverá ser sempre apresentado e 
analisado em sua forma mais resumida 
em grandes grupos de contas, de manei-
ra a fornecer uma análise de tendência e 
de desempenho mais eficiente, sem que 
o analista corra o risco de perder-se em
muitos detalhes analíticos a respeito dos
saldos apresentados conta a conta!
Análise horizontal das
Demonstrações Financeiras
Segundo Iudícibus (2009), a finalidade principal da análise horizontal é 
apontar o crescimento de itens dos Balanços e das Demonstrações de Resul-
tados através dos períodos, a fim de caracterizar tendências. 
Para efetuarmos as análises horizontais, normalmente utilizamos análise 
de índices, obtidos a partir dos números dos demonstrativos. 
Como exemplo deste ponto importante, veja a tabela a seguir, que mos-
tra o desempenho das vendas (em números) da Loja de Materiais Super 
Oferta Ltda.:
Fundamentos do Orçamento de Capital108
Loja de Materiais Super Oferta Ltda
Ano X1 Ano X2 Ano X3 Ano X4 Var X4/X1 (%)
Receita Líquida de Vendas (RLV) 110,00 125,00 180,00 200,00 81,8%
(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) (25) (28) (30) (31) 24,0%
‘= Lucro Operacional (LO) (85,00 97,50 150,00 169,00 98,8%
LO / RLV em % 77% 78% 83% 85%
110,00 125,00 180,00 200,00
Figura 8.1. Desempenho: Vendas, CPV e Lucro Operacional da Loja de Materiais Super Oferta Ltda.
Observe agora outra tabela que apresenta o de-
sempenho destas vendas da Loja de Materiais Super 
Oferta Ltda. sob a forma de índices (percentuais):
Loja de Materiais Super Oferta Ltda
R$ Mil Ano X1 Ano X2 Var X2/X1 (%) Ano X3
Var X3/
X2 (%) Ano X4
Var X4/
X3 (%)
Var X4/
X1 (%)
Receita Líquida de Vendas (RLV) 110 125 13,6% 180 44,0% 200 11,1% 81,8%
(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) (25) (28) 10,0 (30) 9,1% (31) 3,3% 24,0%
‘= Lucro Operacional (LO) 85 98 14,7% 150 53,8% 169 12,7% 98,8%
LO / RLV em % 77,27% 78,00% 83,33% 84,50%
Índice RLV 100 114 164 182
Índice CPV (22,7) (25,0) (27,3) (28,18)
Índice LO 77,27 88,64 136,36 153,64
Figura 8.2 Índices: Vendas, CPV e Lucro Operacional da Loja de Materiais Barateira Ltda.
Vamos agora explicar como a Figura 8.2. foi mon-
tada com base nas informações financeiras publica-
das pela Loja de Materiais Super Oferta Ltda.
Primeiramente, é necessário 
explicar cada número reportado 
pela empresa, linha a linha. 
Pense um pouco a respeito. Por 
ondevocê iniciaria seu trabalho?
Agora, vamos fazer juntos esta análise horizontal: 
109 Aula 8: Análise horizontal, análise vertical e cálculo dos índices de liquidez
Loja de Materiais Super Oferta Ltda
R$ Mil Ano X1 Ano X2 Var X2/X1 (%) Ano X3
Var X3/
X2 (%) Ano X4
Var X4/
X3 (%)
Var X4/
X1 (%)
Receita Líquida de Vendas (RLV) 110 125 13,6% 180 44,0% 200 11,1% 81,8%
(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) (25) (28) 10,0 (30) 9,1% (31) 3,3% 24,0%
‘= Lucro Operacional (LO) 85 98 14,7% 150 53,8% 169 12,7% 98,8%
LO / RLV em % 77,27% 78,00% 83,33% 84,50%
Índice RLV 100 114 164 182
PRIMEIRO PASSO
Linha “Receita Líquida de Vendas (RLV)”
No Ano X1 a Receita Líquida de Vendas totalizou R$ 110 mil. Entretan-
to, deveremos transformar este valor em índice, por exemplo, que será 
definido como sendo 100. 
Logo, nos anos seguintes este índice será ajustado pela variação da pró-
pria Receita Líquida de Vendas.
Logo, o índice será ajustados pelas variações da Figura 8.2:
Ano X2 13,6% 114 
Ano X3 44% 164
Ano X4 11,1% 182
Sendo a variação total no período 82% 
Ou seja, matematicamente, teríamos: 
Var. X4/X1 = 1,136 x 1,44 x 1,111 
Var. X4/X1 = 1,82
Var. X4/X1 = (1,82 – 1) = 0,82 
Var. X4/X1 = 82%
Agora veja este cálculo por outra forma, conforme mostra a Figura 8.1.:
Coluna "Var. X4/X1" a seguir:
Fundamentos do Orçamento de Capital110
Loja de Materiais Super Oferta Ltda
Ano X1 Ano X2 Ano X3 Ano X4 Var X4/X1 (%)
Receita Líquida de Vendas (RLV) 110,00 125,00 180,00 200,00 81,8%
(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) (25,00) (27,50) (30,00) (31,00) 24,0%
‘= Lucro Operacional (LO) 85,00 98,00 150,00 169,00 98,8%
LO / RLV em % 77,27% 78,00% 83,33% 84,50%
SEGUNDO PASSO
Linha “Custo dos Produtos Vendidos (CPV)” 
Utilizando o primeiro exemplo de cálculo anterior com base na Figura 8.1.
Loja de Materiais Super Oferta Ltda
R$ Mil Ano X1 Ano X2 Var X2/X1 (%) Ano X3
Var X3/
X2 (%) Ano X4
Var X4/
X3 (%)
Var X4/
X1 (%)
Receita Líquida de Vendas (RLV) 110 125 13,6% 180 44,0% 200 11,1% 81,8%
(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) (25) (28) 10,0 (30) 9,1% (31) 3,3% 24,0%
‘= Lucro Operacional (LO) 85 98 14,7% 150 53,8% 169 12,7% 98,8%
LO / RLV em % 77,27% 78,00% 83,33% 84,50%
Índice RLV 100 114 164 182
Índice CPV (22,7) (25,0) (27,3) (28,18)
No Ano X1 o índice do Custo dos Produtos Vendi-
dos (CPV) deve ser definido como sendo 22,7 (seu 
valor R$ 25 dividido por R$ 110). 
Nos anos seguintes, este índice será ajustado pe-
las variações do próprio Custo dos Produtos Vendi-
dos (CPV) nos períodos analisados. 
Logo, conforme variações da Figura 8.1 apresen-
tada, os índices serão assim ajustados:
Ano X2 10% 25,0
Ano X3 9,1% 27,3
Ano X4 3,3% 28,18
Sendo a variação total no período 24%
111 Aula 8: Análise horizontal, análise vertical e cálculo dos índices de liquidez
TERCEIRO PASSO
Linha “Lucro Operacional (LO)”
No Ano X1 o índice do Lucro Operacional (LO) deve ser definido como 
sendo 77,27 conforme explicação a seguir:
 Seu valor R$ 85 dividido pela RLV de R$ 110 = 77,27
Loja de Materiais Super Oferta Ltda
R$ Mil Ano X1 Ano X2 Var X2/X1 (%) Ano X3
Var X3/
X2 (%) Ano X4
Var X4/
X3 (%)
Var X4/
X1 (%)
Receita Líquida de Vendas (RLV) 110 125 13,6% 180 44,0% 200 11,1% 81,8%
(-) Custo dos Produtos Vendidos (CPV) (25) (28) 10,0 (30) 9,1% (31) 3,3% 24,0%
‘= Lucro Operacional (LO) 85 98 14,7% 150 53,8% 169 12,7% 98,8%
LO / RLV em % 77,27% 78,00% 83,33% 84,50%
Índice RLV 100 114 164 182
Índice CPV (22,7) (25,0) (27,3) (28,18)
Índice LO 77,27 88,64 136,36 153,64
Veja as variações apresentadas na Figura 8.1 
mostrada acima. Nos anos seguintes este índice será 
ajustado pelas variações do CPV nos períodos: 
Ano X2 14,7% 88,64
Ano X3 53,8% 136,36
Ano X4 12,7% 153,64
Sendo a variação total no período 98,8%
Vamos agora fazer a análise horizontal dos números com base nas tabe-
las das Figuras 8.1 e 8.2:
– Veja e analise como variou a Receita Líquida de Vendas (RLV) ano a
ano. Perceba que do Ano X1 (R$ 110 mil) até o Ano X4 (R$ 200 mil) houve 
uma variação de 81,8% no período. Exatamente o que os índices da Figura 
8.1 nos mostram, ou seja, 182 dividido por 100 (considerar arredondamen-
tos!).
– Com relação ao CPV, analise na tabela a variação ano a ano, partin-
do de R$ 25 mil (Ano X1) para R$ 31 mil no final do Ano X4, ou seja, variação 
de 24% no período. Agora veja que a tabela com os índices nos mostra as 
mesmas variações, ou seja, 28,18 dividido por 22,7.
Fundamentos do Orçamento de Capital112
– Consequentemente, podemos concluir que o Lucro Operacional (LO)
calculado pela diferença entre a Receita Líquida de Vendas (RLV) e o CPV, 
variará neste mesmo período analisado, saindo de R$ 85 mil para R$ 169 mil, 
representando uma variação de 98,8% do ano X1 para o ano X4. 
Perceba que o CPV apresentou um crescimento pouco significativo – de 
apenas 24% - no período (de R$ 25 mil para R$ 31 mil). Este crescimento foi 
bem inferior ao crescimento de 81,8% apresentado pela Receita Líquida de 
Vendas (de R$ 110 mil para R$ 200 mil), razão pela qual a o Lucro Operacional 
cresceu tanto e a Margem calculada LO / RLV subiu de 77,27% no Ano X1 para 
84,5% no Ano X4.
Como você pode ver, esta análise horizontal permite muitas conclusões e 
variações, podendo ser aplicada a todas as linhas de uma DRE – Demonstração 
de Resultados do Exercício. É excelente para compreendermos em detalhes 
cada número e sua variação em períodos determinados.
O Balanço Patrimonial pode também ser analisado similarmente, com 
sua análise podendo ser feita também linha a linha e período contra perí-
odo. Importante destacar, entretanto, que esta análise horizontal deve 
ser feita juntamente com a análise vertical que veremos a seguir, permi-
tindo uma visualização mais detalhada dos números apresentados pela 
empresa analisada.
Análise vertical das Demonstrações 
Financeiras
Conforme mencionamos anteriormente, a análise vertical deve ser elabo-
rada em conjunto com uma análise horizontal. Este tipo de análise é valioso 
para o entendimento da evolução de cada conta de um determinado demons-
trativo de resultados ao longo de um período de tempo determinado.
Para facilitar o entendimento deste conceito e método de análise vamos 
observar a Figura 8.3 e ver como cada conta destacada do Ativo do Balanço 
Patrimonial da Cia. Industrial Alfa varia ao longo dos dois anos analisados.
113 Aula 8: Análise horizontal, análise vertical e cálculo dos índices de liquidez
CIA. INDUSTRIAL ALFA
BALANÇO PATRIMONIAL - Ativo e Passivo
A B C D
R$ mil Ano 2007 %
Ano 
2008 %
Ano 
2009 %
Ano 
2010 %
ATIVO
CIRCULANTE
Caixa 7.500 83% 6.250 72% 7.250 73% 9.500 76%
Estoques 500 6% 950 11% 1.000 10% 1.250 10%
Duplicatas a Receber 1.000 11% 1.500 17% 1.750 18% 1.750 14%
TOTAL DO ATIVO CIRCULANTE 9.000 100% 8.700 100% 10.000 100% 12.500 100%
REALIZÁVEL LONGO PRAZO 4.500 100% 5.000 100% 6.000 100% 100%
PASSIVO
CIRCULANTE
Contas a Pagar Curto Prazo 1.500 43% 3.000 62% 4.000 68% 4.500 64%
Obrigações Trabalhistas 2.000 57% 1.875 38% 1.875 32% 2.500 76%
TOTAL DO PASSIVO CIRCULANTE 3.500 100% 4.875 100% 5.875 100% 7.000 100%
EXIGÍVEL LONGO PRAZO 4.000 100% 2.500 100% 3.250 100% 5.000 100%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 6.000 6.325 6.875 7.000
Figura 8.3. Balanço Patrimonial da Cia. Industrial Alfa
Observe nas contas do Balanço Patrimonial da Cia. Industrial Alfa.
Observe também que todas as contas apresentadas variam ano a 
ano, ou seja, de 2007 a 2010.
Veja que estas variações são positivas ou negativas, dependendo 
da conta analisada.
Perceba que as colunas A, B,C e D mostram a porcentagem que 
cada conta representano seu Grupo. Por exemplo, no Ano de 2007, 
a conta “Caixa” (R$ 7.500 mil) representa 83% do “Total do Ativo 
Circulante” (R$ 9.000 mil). Este raciocínio é válido para todas as 
contas e grupos. Verifique!
Vamos agora, por exemplo, analisar a conta “Estoques” 
dentro do grupo “Total do Ativo Circulante”:
Veja que o seu saldo varia ano a ano. Em 2007 era de R$ 
500 mil e representava 6% do total do Ativo Circulante. Se 
você verificar esta mesma conta no ano de 2010, verá que 
o seu saldo subiu para R$ 1.250 mil e passou a representar
apenas 10% do total do Circulante.
Fundamentos do Orçamento de Capital114
Vamos a uma atividade?
ATIVIDADES
Explique as participações das seguintes contas no Balanço Patrimonial da Cia. 
Industrial Alfa conforme discutimos anteriormente. 
• Explicação	da	participação	da	“Contas	a	Pagar	Curto	Prazo”	no	Grupo	Passivo
do Balanço Patrimonial da Cia. Industrial Alfa no Ano de 2008 comparativamente ao 
Ano de 2010.
• Explicação	da	participação	da	“Exigível	de	Longo	Prazo”	no	Grupo	Passivo	do
Balanço Patrimonial da Cia. Industrial Alfa comparativamente à conta “Patrimônio 
Líquido”	no	Ano	de	2009	comparativamente	ao	Ano	de	2008.	
Houve melhoria ou piora deste indicador?
Perceba que diversas análises poderão ser efetuadas, linha a linha, co-
luna a coluna, oferecendo a você inúmeras possibilidades de indagar a 
respeito de variações e participações de cada uma das contas publicadas 
pela empresa.
Até este ponto de nossa aula, vimos que os Demonstrativos Financeiros 
podem ser estudados por meio de um método de análise horizontal ou ver-
tical. Por essas análises, você poderá efetuar diversas perguntas aos admi-
nistradores da empresa, e assim entender melhor seus resultados, linha a 
linha e coluna a coluna!
115 Aula 8: Análise horizontal, análise vertical e cálculo dos índices de liquidez
PENSE NISSO
Quais	 são	os	pré-requisitos	para	 você	 fazer	
uma análise como a apresentada?
Análise dos índices 
Quando efetuamos análises de índices (também chamados de quocientes), 
normalmente fazemos uso dos balanços, demonstrativos de resultados e de-
mais demonstrações financeiras disponibilizadas pela empresa, além de outras 
informações adicionais possíveis de serem fornecidas pelos administradores e 
pela Contabilidade.
As análises dos indicadores (índices) são possíveis de serem efetuadas pela 
simples divisão de dois números reportados nos demonstrativos. Em seguida, 
certamente o analista precisará interpretar este índice, explicá-lo e manter a 
sua memória de cálculo guardada. 
Em uma segunda etapa de análise, o analista precisará avaliar o índice de 
forma a classificá-lo como bom, ruim ou razoável para a empresa em questão, 
compará-lo com as suas parceiras no mercado ou mesmo com suas concorren-
tes, por exemplo.
Segundo Gitman (2009, p. 42), a análise de índices envolve métodos de 
cálculo e interpretação de índices financeiros visando analisar e acompanhar 
o desempenho da empresa. Para ele, os elementos básicos desta análise são o
Demonstrativo de Resultados e o Balanço Patrimonial da empresa.
Por outro lado, segundo análise de Iudícibus (2009), os índices têm como 
finalidade principal permitir ao analista extrair tendências e comparar os quo-
cientes com padrões preestabelecidos, oferecendo algumas bases para inferir 
o que poderá acontecer no futuro.
TROCANDO IDEIAS
Pense	em	alguma	pergunta	a	fazer	sobre	o	Balanço	da	Cia.	Industrial	Alfa.	
Lembre-se,	portanto,	que	quanto	mais	detalhada	a	informação	fornecida	pela	
empresa,	maiores	são	as	possibilidades	de	fazermos	perguntas.	Vamos	ao	Fórum	
Virtual discutir os números apresentados?
Será que uma empresa que publica suas informações com pouco detalhe, 
permite	que	você	faça	uma	análise	horizontal	e	vertical	adequada?	
Caso você tenha acesso a um Balanço Patrimonial ou Demonstrativo de 
Resultados da empresa onde você trabalhe, ou empresa que divulgue informações 
nos jornais ou internet, procure calcular estas porcentagens na coluna vertical 
dos demonstrativos e efetue uma análise dos números publicados.
Discuta essas questões no ambiente virtual.
Fundamentos do Orçamento de Capital116
Contudo, temos sempre que ficar atentos às limitações de tais análises 
por meio de índices, pois sabemos que cada empresa utiliza um método 
diferente para contabilizar suas operações e movimentos, o que pode cau-
sar grandes discrepâncias quando comparamos uma empresa de um mesmo 
setor e atividade com outra. 
Assim, apesar deste detalhe que merece atenção, devemos sempre sa-
ber que a análise de indicadores financeiros é de enorme valor ao analista 
e ao mercado, sendo fonte preciosa de informações, razão pela qual é sem-
pre necessário dar periodicidade a estas análises e, sempre que possível, 
o analista deve atualizar as informações e calcular novos índices sempre
que novas informações e demonstrativos Financeiros forem disponibiliza-
dos pela empresa estudada.
Os índices de liquidez
Segundo Marion (2009), os índices de liquidez são utilizados para avaliar 
a capacidade de pagamento da empresa e constituem uma apreciação so-
bre a capacidade da empresa em conseguir saldar seus compromissos. Esta 
capacidade de pagamento pode ser avaliada considerando: longo prazo, 
curto prazo ou prazo imediato.
Capacidade de pagamento a curto prazo
Índice de Liquidez Corrente – ou Liquidez Comum (ILC)
 Este Índice de Liquidez Corrente é um valioso instrumento de análise da 
empresa e mostra a capacidade de pagamento da empresa no curto prazo 
e para esta análise utilizamos o seguinte índice: 
Indíce de Liquidez Corrente (ILC)
Importante lembrar que ele não permite que você analise a qualidade 
das contas do ativo circulante ou do passivo circulante que utilizamos para 
seu cálculo. 
Por exemplo, se os estoques estão obsoletos ou não, se o conta a rece-
ber considera ou não os devedores duvidosos, entre outros detalhes. Por-
tanto, fique atento ao calculá-lo!
Além disso, não é possível saber a respeito de prazos de pagamento e de 
recebimento, ou se os estoques encontram-se bem avaliados ou não e por 
qual método a empresa efetuou a avaliação.
117 Aula 8: Análise horizontal, análise vertical e cálculo dos índices de liquidez
Para o ano de 2007 ILC = 9.000 / 3.500 = 2,57
Para o ano de 2010 ILC = 12.500 / 7.000 = 1,78
Uma pergunta: esses índices são bons ou ruins? 
Normalmente ILC acima de 1,0 é considerado bom (exatamente por 
representar o Ativo Circulante maior que o Passivo Circulante!).
Entretanto, como citamos anteriormente, é sempre importante e neces-
sário verificar em detalhes a composição de cada conta, entender o setor 
onde a empresa trabalha e, se possível, comparar este ILC com o de empre-
sas concorrentes antes de tirar conclusões e tomar decisões.
Índice de Liquidez Seca (ILS)
Este Índice de Liquidez Seca avalia se, caso a empresa parasse de 
operar imediatamente, conseguiria pagar suas dívidas com seu caixa 
e contas a receber. 
Exemplo: Nos números que apresentamos sobre a empresa Cia. Indus-
trial Alfa temos, do ano de 2007 para o ano de 2010, os seguintes saldos 
para análise:
– Ativo Circulante: R$ 9.000 R$ 12.500
– Passivo Circulante: R$ 3.500 R$ 7.000
Logo,
Indíce de Liquidez Corrente (ILC)
Importante lembrar que nem sempre um ILS baixo é sinônimo de situ-
ação financeira ruim para a empresa. É sempre necessário avaliar bem os 
estoques, sua qualidade, seu método de avaliação e ver, também, a quali-
dade dos recebíveis. 
Além disso, sempre se faz necessário comparar o índice com o de em-
presas concorrentes no mesmo mercado de atuação da empresa analisada.
O segundo ponto importante é analisar o ILS de uma empresa em 
conjunto com os seus demais índices disponíveis, evitando conclu-
sões equivocadas. 
Fundamentosdo Orçamento de Capital118
PENSE NISSO
Ano de 2007 ILS = (9.000 – 500) / 3.500 = 2,42
Ano de 2010 ILS = (12.500 – 1.250) / 7.000 = 1,61
A	 partir	 da	 análise	 desses	 índices,	 você	
considera	que	eles	são	bons	ou	ruins?	
Vejamos a resposta:
Para cada R$ 1,00 em dívida, a empresa tem R$ 2,42 em ativo em 2007. 
Ou seja, estava em excelente estado financeiro nesta primeira análise, mas 
é sempre bom lembrar a importância de comparar e agregar novas informa-
ções antes de tomarmos conclusões! Em 2010 este índice deprecia um pouco, 
caindo para R$ 1,61 em ativo por dívida, mas ainda é confortável a situação!
Capacidade de Pagamento a Longo prazo
Índice de Liquidez Geral (ILG): Este Índice de Liquidez Geral mede a capa-
cidade de pagamento da empresa no longo prazo com base em todos os ativos 
conversíveis em dinheiro, curto e longo prazos, comparado aos seus compro-
missos assumidos (dívidas) no curto e longo prazos:
Índice de Liquidez Geral (ILG)
RLP - Realizável L-Prazo
ELP - Exigível L-Prazo
Exemplo: Com base nos números que apresentamos acima sobre a em-
presa Cia. Industrial Alfa. Veja e analise a variação dos saldos apresentada 
do ano de 2007 para o ano 2010:
– Ativo Circulante: R$ 9.000 R$ 12.500
– Estoques: R$ 500 R$ 1.250
– Passivo Circulante: R$ 3.500 R$ 7.000
119 Aula 8: Análise horizontal, análise vertical e cálculo dos índices de liquidez
Índice de Liquidez Geral (ILG)
Por considerar dados de longo prazo, trata-se de um índice que exige 
cuidado na sua análise e percepção de que as características do negócio e 
suas dinâmicas mudam muito no futuro. Sendo assim, sempre estude o ILG 
em conjunto com os demais índices da empresa, e compare-o também com 
os índices de empresas concorrentes. 
Exemplo: Nos números que apresentamos acima sobre a empresa Cia. 
ABC Comercial, temos do ano de 2007 para o ano de 2010, os seguintes 
saldos para análise:
– Ativo Circulante: R$ 9.000 R$ 12.500
– Realizável Longo Prazo: R$ 8.000 R$ 6.500
– Passivo Circulante: R$ 3.500 R$ 7.000
– Exigível Longo Prazo: R$ 4.000 R$ 5.000
PENSE NISSO
Agora fica a pergunta: esses 
índices	são	bons	ou	ruins?	
Vejamos a resposta:
Para cada R$ 1,00 em dívida de curto e longo prazo, a empresa tem R$ 
1,8 em ativo no ano 2007, caindo para R$ 1,58 em 2010. Dessa forma, está 
em bom estado financeiro nesta primeira análise, mas piorando ano a ano. 
Por isso é sempre bom lembrar a importância de comparar e agregar novas 
informações antes de tomarmos conclusões!
Capacidade de Pagamento em prazo imediato
Índice de Liquidez Imediata (ILI)
Este Índice de Liquidez Imediata mede a capacidade de pagamento do 
endividamento da empresa de curto prazo.
DISPONIBILIDADES
PASSIVO CIRCULANTE
Índice de Liquidez Imediata (ILI)
Fundamentos do Orçamento de Capital120
Embora nos mostre os pagamentos de curto prazo, ou seja, os compro-
missos junto a empresas e bancos, o ILI deve ser analisado com cautela pois 
nem sempre a queda das Disponibilidades significa insolvência. Logo, deve 
ser sempre analisado em conjunto com contas a receber, por exemplo.
Exemplo: Nos números que apresentamos acima sobre a empresa Cia. 
ABC Comercial, temos do ano de 2007 para o ano de 2010, os seguintes 
saldos para análise:
– Disponibilidade: R$ 7.500 R$ 9.500
– Passivo Circulante: R$ 3.500 R$ 7.000
Ano de 2007 ILI = (7.500) / (3.500) = 2,14
Ano de 2010 ILI = (9.500) / (7.000) = 1,36
Insolvência: 
Incapacidade 
de pagamento.
Vejamos a resposta:
Para cada R$ 1,00 em passivo circulante, a empresa tem R$ 2,14 em 
caixa no ano 2007, caindo para R$ 1,36 em 2010. Considera-se, então, que 
está em bom estado financeiro nesta primeira análise, mas piorando ano a 
ano. Por isso, é sempre bom lembrar a importância de comparar e agregar 
novas informações antes de tomarmos conclusões!
Os	temas	desta	aula,	ou	seja,	a	análise	horizontal,	análise	vertical	
e	 o	 cálculo	 dos	 Índices	 de	 Liquidez	 é	 extremamente	 relevante	 e	
importante para o estudante ou profissional de finanças. 
É importante uma leitura mais aprofundada de textos mais 
abrangentes sobre o assunto, de forma a completar nosso estudo. 
Assim,	 sugiro	 ler	 o	 Capítulo	 11,	 “Análise	 das	 Demonstrações	
Contábeis”, em que você encontrará um excelente material de suporte 
ao	seu	aprendizado!
HOJI,	M.	Administração	 Financeira	 e	Orçamentária.	 São	 Paulo:	
Editora	Atlas,	2008,	p.259-288.
SAIBA
PENSE NISSO
Pergunta:	 esses	 índices	 são	
bons ou ruins? 
121 Aula 8: Análise horizontal, análise vertical e cálculo dos índices de liquidez
LEITURAS INDICADAS
Sugiro	ir	à	nossa	biblioteca	virtual	e	veja	no	livro	Princípios	de	Administração	Financeira,	de	
L.J.	Gitman,	na	página	46,	o	conceito	e	os	exemplos	de	cálculo	do	Índice	de	Liquidez.	Em	seguida,
veja	também	uma	tabela	resumo	com	todos	os	índices	da	Bartlett	Company,	nas	páginas	58	e	59.
GITMAN,	L.J.	Princípios	de	Administração	Financeira.	10.	Ed.	São	Paulo:	Pearson,	2007.
SÍNTESE
Nesta	 Aula	 estudamos	 os	 dois	 mais	 importantes	 métodos	 de	 análise	 das	
Demonstrações	Financeiras.	Primeiro,	o	método	de	análise	horizontal	e	vertical,	
sua importância e aplicações no dia a dia do administrador financeiro. 
Em	seguida,	 estudamos	os	 índices	de	 liquidez	que	nos	 fornecem	excelente	
visão	 do	 desempenho	 e	 dos	 números	 reportados	 pelas	 empresas	 nas	 suas	
Demonstrações	Financeiras,	especificamente	neste	caso	o	Balanço	Patrimonial.	
Aprendemos que a análise dos balanços patrimoniais e dos demonstrativos de 
resultados	depende	enormemente	da	nossa	capacidade	em	calcular	estes	índices	
e	analisar	as	variações	dos	números	reportados,	período	a	período.	
ATIVIDADES
2. Agora	que	concluímos	os	estudos	a	respeito	dos	Índices	de	Liquidez,	seria	interessante
verificar	se	você	conseguiria	calcular	alguns	destes	índices,	ou	mesmo	todos	eles,	com	base	nas	
informações	disponibilizadas	pela	contabilidade	da	empresa	onde	você	trabalha,	ou	ainda	de	
uma empresa de capital aberto e cujo Balanço Patrimonial você conseguiria obter via internet.
De	posse	deste	Balanço	em	mãos,	calcule	os	seguintes	índices:	ILC,	ILS,	ILG	e	o	ILI.
Fundamentos do Orçamento de Capital122

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