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Análise das 
Demonstrações Contábeis
Unidade 2
Analisando Demonstrações Contábeis
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
MICHEL TEIXEIRA PEREIRA
AUTORIA
Michel Teixeira Pereira
Sou formado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul (UFRGS) e professor do Departamento de Administração 
do Centro de Ensino Grau Técnico Curitiba, com experiência em ministrar 
as disciplinas de Contabilidade Societária, Análise das Demonstrações 
Contábeis, Economia e Mercado, Gestão da Qualidade e Contabilidade 
Introdutória. Possuo experiência profissional em empresa de gestão 
financeira, onde trabalhei com avaliação de empresas e gestão de 
recursos por meio de indicadores econômicos e financeiros. Também fui 
assistente contábil e financeiro em empresas da área de comunicação 
(TV, rádio e jornal) com ênfase em gestão contábil e financeira. Atuei no 
setor bancário com atendimento a empresas de pequeno e médio portes 
realizando visitas técnicas e negociações. Sou apaixonado pelo que faço 
e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando 
em suas profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a 
integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder 
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Processos de análise das demonstrações contábeis .................. 10
Conceitos .............................................................................................................................................. 10
Metodologias de análise das demonstrações contábeis .................................. 12
Análise por meio de índices.................................................................... 21
A função dos índices .................................................................................................................... 21
Descrição detalhada dos índices de estrutura de capital .................................23
Índices de liquidez e rentabilidade .....................................................30
Descrição detalhada dos índices de liquidez ........................................................... 30
Descrição detalhada dos índices de rentabilidade ................................................34
Quadro-resumo dos índices................................................................................................... 39
Como avaliar os índices ............................................................................................................. 39
Análise vertical e horizontal ...................................................................42
Análise Horizontal (AH) ................................................................................................................42
Análise Vertical (AV) .......................................................................................................................43
Análise horizontal e vertical do Balanço Patrimonial (BP) .................................44
Análise horizontal e vertical da Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE) ........................................................................................................................................................ 49
7
UNIDADE
02
Análise das Demonstrações Contábeis
8
INTRODUÇÃO
Esta unidade visa introduzir o leitor na Análise das Demonstrações 
Contábeis propriamente dita. Quais são as metodologias da análise das 
demonstrações contábeis? Como é feita a análise por índices? Quais 
são eles? Como são feitas a Análise Horizontal e Vertical do Balanço 
Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício? A presente 
obra foi preparada de forma bastante objetiva e direta, e busca integrar 
teoria e prática. Espero que este livro possa ser uma efetiva contribuição 
não somente para a sua formação acadêmica, leitor, mas também para 
o seu aprimoramento e evolução profissional. Quem sabe você não 
se torne um analista ou um investidor de alguma empresa? Tenha em 
mente que este conteúdo requer estudo constante e contínuo. Faça 
uma boa leitura e mergulhe de cabeça neste universo!
Análise das Demonstrações Contábeis
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo(a) à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar 
você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Defender o processo de análise das demonstrações contábeis.
2. Distinguir a função dos índices e assimilar os quocientes de 
estrutura de capital.
3. Preparar os índices de liquidez e rentabilidade.
4. Comparar como se estrutura a Análise Vertical e Horizontal do 
Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício.
Então? Preparado(a) para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
Análise das Demonstrações Contábeis
10
Processos de análise das demonstrações 
contábeis
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender os 
processos e as metodologias de análise das demonstrações 
contábeis. Quais são elas? Quais são suas finalidades? 
Motivado(a) para desenvolver esta competência? Então, 
vamos lá. Avante!
Conceitos
As demonstrações contábeis contêm diversas partes e constituem 
um conjunto de publicações das demonstações contábeis:
 • Relatório da Diretoria 
Por meio desse relatório, os diretores prestam informações aos 
acionistas sobre diversos aspectos do desempenho e de perspectivas 
da sociedade relativas a estratégias de vendas, compras, produtos, 
expansão, efeitos conjunturais, legislação, política financeira, de recursos 
humanos, resultados alcançados, planos, previsões etc. É uma forma de 
manter informados os acionistas e terceiros sobre o que se realiza na 
companhia. O Relatório da Diretoria é um instrumento em que se relata 
livremente aquilo que se julga importante e, invariavelmente, “dá um 
brilho” na empresa.
As demonstrações contábeis em si são compostas por quatro 
peças:
 • Balanço Patrimonial (BP).
 • Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
 • Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), que 
poderá ser substituída pela Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido (DMPL) – visto que esta contém aquela.
 • Demonstrações dos Fluxos de Caixa (DFC).
Análise das Demonstrações Contábeis
11
 • Demonstração do Valor Adicionado (DVA) – somente para 
companhias abertas.
 • Notas Explicativas (NE).
Figura 1 – Demonstrações contábeis
Fonte: Freepik
São dados e informações que ora complementam as demonstrações 
contábeis, trazendo informes como taxas de juros, vencimentos, garantias 
de obrigações de longo prazo etc., ora fornecem critérios contábeis 
adotados, como os de avaliação de estoques, depreciaçãoe demais 
provisões, ou, ainda, acrescentam notas, como garatias prestadas a 
terceiros, espécies de ações do capital social, eventos subsequentes à 
data do balanço que tenham efeitos relevantes sobre a situação financeira 
da companhia etc. Enfim, as NE contêm um conjunto de elementos que 
auxiliam a fazer avaliação mais ampla da empresa.
 • Parecer dos Auditores
A Lei nº 6.404/1976 obriga apenas as companhias abertas a 
serem submetidas à auditoria por auditores independentes. Os auditores 
independentes são contadores que não possuem vínculo empregatício 
com a empresa, tendo a liberdade de opinar sobre a veracidade das 
Análise das Demonstrações Contábeis
12
demonstrações contábeis. Eles buscam as informações por meio da leitura 
de pareceres de auditoria anteriores, relatórios de auditoria interna, atas 
de reuniões de acionistas, documentos auxiliares de controle, legislação 
fiscal, normas de contabilidade vigente, visitas à fábrica e aos principais 
departamentos da empresa e conversando com os gestores de cada área. 
Além de conhecer o mercado de atuação da empresa e seus principais 
concorrentes, normalmente, realizam verficações por amostragem, o que 
não necessariamente garante informações livres de erros e fraudes.
Metodologias de análise das 
demonstrações contábeis
Durante o processo de análise das demonstrações contábeis, 
o profissional poderá utilizar várias metodologias de acordo com os 
objetivos a serem alcançados.
Principais metodologias
 • Diferenças absolutas 
Essa análise normalmente é a primeira a ser feita, por meio do 
uso de planilhas eletrônicas, não necessariamente para todas as contas 
ou grupos de contas. Com essa metodologia, é possível identificar as 
diferenças mais significativas comparando-se uma mesma conta ou um 
mesmo grupo em datas diferentes. Sua limitação é visível nos casos de 
economias que estejam atravessando um processo inflacionário. Porém, 
servirá para análise de usos e fontes, uma vez que é possível evidenciar 
os montantes líquidos dos recursos obtidos e aplicados entre duas datas, 
as variações de preços de venda, compras etc. 
 • Análise horizontal 
A análise horizontal, também conhecida como análise de 
tendências, é realizada a partir da observação da evolução de uma conta 
ou de um grupo de contas ao longo de vários períodos, tendo seu foco 
nos efeitos, não revelando, entretanto, as causas das mudanças. Esse 
tipo de análise pode ser elaborado de forma evolutiva ou retrospectiva. 
Essa metodologia é importante por permitir descobrir e avaliar a estrutura 
Análise das Demonstrações Contábeis
13
e composição de itens das demonstrações e a sua evolução no tempo. 
Dessa forma, evidencia os caminhos até então trilhados pela companhia 
e serve para construção de uma série histórica, o que é fundamental para 
ajudar no estudo de tendências e na construção de cenários. 
 • Análise vertical 
Com a análise vertical, é possível identificar, no BP, a real importância 
de uma conta dentro do grupo de contas no qual está inserida. Na DRE, 
identifica-se o montante de cada componente dessa demonstração 
com as respectivas receitas e despesas, a depender do foco do analista. 
A análise vertical é também denominada de análise de estrutura das 
demonstrações contábeis e serve para estabelecer tendências, revelando, 
ainda, seus efeitos e, em alguns casos, algumas causas primárias das 
variações. 
 • Análise por meio de índices ou quocientes 
Além da análise horizontal e vertical, faz-se necessária a apuração 
de quocientes ou índices que forneçam uma ampla visão da situação 
econômica, financeira e patrimonial da empresa. A análise deve ser 
realizada por meio da construção de uma série histórica de índices, 
apurados com base na relação entre contas ou grupos de contas que 
integram as demonstrações contábeis. O analista deverá ser cuidadoso, 
não se estendendo na análise de muitos índices, pois essa prática 
tem revelado que os rendimentos nas informações obtidas não são 
proporcionais à quantidade de índices analisados. A análise por meio de 
índices é decomposta em dois grandes grupos: Indicadores de Atividade/
Rotatividade e Indicadores Financeiros.
Metodologias complementares 
Além dos indicadores básicos, o analista deverá proceder a análises 
complementares sobre a situação financeira por meio das seguintes 
metodologias:
 • Análise da Alavancagem. 
 • Análise das Necessidades de Capital de Giro (NCG). 
Análise das Demonstrações Contábeis
14
 • Determinação do grau de insolvência, por meio de modelos 
estatísticos. 
 • Análise da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). 
 • Análise da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
(DMPL).
 • Análise da Demonstração do Valor Adicionado (DVA). 
 • Análise do Balanço Social (BS). 
 • Análise Fundamentalista. 
 • Análise do EBITDA e EBIT.
 • Análise da Alavancagem 
Por meio dessa análise, é possível determinar o resultado do uso de 
ativos ou fundos a custo fixo para ampliar os retornos dos investimentos 
pelos proprietários e acionistas da empresa, medindo os graus de 
alavancagem operacional, financeira e total. 
 • Análise das Necessidades de Capital de Giro (NCG) 
A Análise da Necessidade de Capital de Giro (NCG) busca identificar 
o montante de recursos que a companhia necessita em função do seu 
ciclo financeiro. Além disso, permite identificar a situação financeira de 
uma empresa, expressando o nível de recursos necessários para a 
manutenção do giro dos negócios, pois as contas que compõem a NCG 
expressam operações de curto prazo e de efeitos rápidos. 
 • Determinação do grau de insolvência por meio de modelos 
estatísticos 
O estado de insolvência de uma empresa pode ser definido como 
a incapacidade para pagar as suas obrigações financeiras na data de seu 
vencimento, bem como quando seus ativos se mostrarem inferiores ao 
valor dos seus passivos (Passivo a Descoberto).
Análise das Demonstrações Contábeis
15
 • Análise da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) 
Essa análise permite a identificação da capacidade da empresa de 
gerar caixa por meio de suas atividades operacionais, além de demonstrar 
como a companhia está financiando as suas necessidades de capital de giro 
e investimentos. Como os fluxos de caixa são segregados em operacionais, 
financiamentos e investimentos, o analista conseguirá perceber também 
a eficiência da empresa na utilização dos recursos gerados decorrentes 
das atividades operacionais. Sua leitura é indispensável para uma boa 
compreensão dos indicadores de liquidez e de atividade. A DFC também 
pode ser examinada sob as análises horizontal e vertical.
 • Análise da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
(DMPL)
Basicamente, as técnicas de análise são compostas pelas análises 
vertical e horizontal dos saldos das contas e do total das mutações. Os 
resultados na aplicação da metodologia favorecem a compreensão da 
evolução do capital próprio em determinado período, da distribuição do 
resultado do exercício, do status das reservas obrigatórias, bem como 
determina a rentabilidade efetiva dos sócios. 
 • Análise da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 
Por meio da Análise da DVA, mensura-se a capacidade da entidade 
de gerar riqueza, bem como identifica-se a destinação dos recursos. 
Destaca-se que, por meio dessa análise, é possível: 
 • Obter o nível de contribuição de uma empresa para a riqueza 
regional ou setorial.
 • Conferir a contribuição da empresa à sociedade em geral por meio 
de pagamento de impostos ao governo. 
 • Permitir às empresas determinarem o grau de participação da 
mão de obra na geração de sua riqueza. 
As possibilidades de utilização de indicadores são variadas, como, 
por exemplo: 
Análise das Demonstrações Contábeis
16
 • Utilização do valor adicionado como medida de produtividade 
(Valor adicionado/Número de empregados): 
 • Quociente entre mão de obra e valor adicionado ouvice-versa. 
 • Quociente entre valor adicionado e faturamento. 
 • Quociente entre valor adicionado e ativo total. 
 • Quociente entre a remuneração do capital e o financiamento do 
ativo total.
 • Quociente entre gastos com pesquisa e desenvolvimento e valor 
adicionado.
 • Quociente entre valor adicionado do ano vigente e do ano anterior.
 • Quociente entre gastos com pessoal e valor adicionado.
 • Quociente entre gastos com impostos e valor adicionado.
 • Quociente entre gastos com juros e aluguéis, e valor adicionado.
 • Quociente de lucros retidos e dividendos, e valor adicionado.
Por fim, a DVA também pode ser examinada sob as análises 
horizontal e vertical.
 • Análise do Balanço Social 
Apesar do Balanço Social não ser um relatório essencialmente 
contábil, nele são inseridos dados obtidos a partir das demonstrações 
contábeis, a exemplo da própria DVA. Alguns modelos de Análise de 
Balanço Social começam a surgir, entre eles, merecem destaque os 
propostos pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas 
(IBASE), pelo Instituto Ethos e pela Global Reporting Initiative (GRI).
 • Análise Fundamentalista 
A Análise Fundamentalista é aquela realizada pelos analistas do 
mercado de capitais. Como o próprio nome sugere, é uma técnica em que 
os fundamentos econômicos da companhia (indicadores de rentabilidade) 
e o desempenho de suas ações no mercado de capitais são o alvo da 
análise. Nesse tipo de análise são realizadas também projeções quanto ao 
Análise das Demonstrações Contábeis
17
comportamento de preços de ações a partir do estudo de características 
particulares de cada empresa, com base na análise histórica da mesma. 
Para tanto, o analista deverá utilizar as demonstrações contábeis 
divulgadas pela companhia e reunir o máximo possível de informações 
setoriais, além de dados macroeconômicos. Seu principal objetivo é, 
portanto, dar suporte à tomada de decisão de investidores em relação às 
ações que devem ser compradas ou vendidas. 
Essa decisão pode estar ou não associada à Análise Gráfica ou 
Análise Técnica, realizada por meio do estudo de gráficos e tendências 
na cotação de ações (preços) e no volume de ações negociadas, 
possibilitando ao analista estabelecer, mediante a observação das curvas 
gráficas (tendências ou ciclos), suas previsões sobre o comportamento 
futuro dos preços e volume. A Análise Fundamentalista trabalha 
essencialmente com o estudo de tendências de vários indicadores, entre 
os quais destacam-se:
1. P/L (Preço/Lucro) – apurado mediante a divisão do valor da 
cotação de um determinado papel, em certo momento, pelo 
lucro líquido por ação proporcionado pela respectiva empresa. 
Esse indicador demonstra o prazo de retorno do investimento. 
Assim, quanto mais baixo o P/L, mais recomendável será realizar 
aquisições das ações analisadas e vice-versa.
P/L = (Valor da cotação da ação) / (Lucro por Ação)
2. Lucro por Ação (LPA) – demonstra a rentabilidade das ações em 
relação ao seu preço de mercado, revelando, assim, a rentabilidade 
anual do investidor. 
LPA = (Lucro Líquido) / (Número de Ações) X 100
3. Dividend Yield (DY) – permite conhecer quantas ações seria 
possível comprar em determinado momento pela sua cotação 
corrente, com o valor total da remuneração paga aos acionistas 
(dividendos). Essa é uma medida para determinar o ganho real, 
pois demonstra qual o percentual de crescimento que o acionista 
conseguiria na sua parte do capital da empresa, caso investisse 
todo aquele valor nas ações. Um maior percentual do Dividend 
Análise das Demonstrações Contábeis
18
Yield sinaliza uma política mais agressiva de distribuição de lucros 
aos acionistas ou então maior está sendo o resultado da empresa.
DY = (Dividendo por Ação) / (Valor de cotação da ação) X 100 
4. Valor Patrimonial por Ação (VPA) – demonstra a relação entre o 
Patrimônio Líquido (PL) e o número de ações do capital. Também 
é chamado de valor nominal da ação.
VPA = (Patrimônio Líquido) / (Número de Ações)
5. Payout – representa o quanto a empresa distribuiu de dividendos 
em relação ao lucro gerado. Possibilita a mensuração da 
capacidade da companhia de gerar lucros suficientes para os 
pagamentos de dividendos.
Payout = (Dividendo pago por Ação) / (Lucro por Ação)
Existem outros indicadores utilizados na análise fundamentalista 
que serão vistos mais adiante, quais sejam: 
 • Liquidez Geral. 
 • Liquidez Corrente. 
 • Composição do Endividamento. 
 • Margem Líquida. 
 • Rentabilidade do Ativo (ROA ou ROI). 
 • Rentabilidade do Patrimônio Líquido (ROE). 
 • Análise do EBITDA e EBIT
O EBITDA corresponde, em inglês, a Earnings Before Interest, 
Taxes, Depreciation and Amortization, e o EBIT a Earnings Before Interest, 
Taxes, nada mais são do que o lucro operacional ajustado. No Brasil, é 
conhecido como LAJIDA (Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e 
Amortização) e LAJIR (Lucro Antes dos Juros e Impostos sobre a Renda). 
Sua divulgação no Brasil, apesar de não obrigatória, vem sendo feita 
pela maioria das empresas de capital aberto, as quais a fazem seguindo 
orientações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
Análise das Demonstrações Contábeis
19
Ao desconsiderar todas as despesas operacionais que não afetam 
o caixa – como depreciação e amortização, por exemplo – e não levar em 
consideração os custos de financiamento representado pelas despesas 
financeiras, além dos efeitos da tributação sobre os resultados do 
exercício, o EBITDA tem sido considerado um bom indicador de geração 
de caixa operacional. Assim, o EBITDA traz a informação daquilo que a 
companhia realmente consegue gerar de resultado com a sua atividade 
principal. O EBITDA não representa o volume monetário efetivo que 
ingressou no caixa da empresa, já que pelo regime de competência nem 
todas as despesas podem estar efetivamente pagas quando da apuração 
do resultado. O EBITDA deve ser visto como um indicador do potencial de 
geração de caixa proveniente de ativos operacionais.
O potencial de geração de caixa (sendo valores antes de se 
considerarem as depreciações) produzido pelos ativos genuinamente 
operacionais (excluindo-se então as receitas financeiras que, nesse caso, 
não são o objetivo da companhia), sem os efeitos decorrentes da forma de 
financiamento da entidade (portanto, excluindo-se também as despesas 
financeiras) e antes dos efeitos dos tributos sobre o resultado (Imposto de 
Renda e Contribuição Social sobre o Lucro no caso brasileiro). 
Muito se tem comentado sobre os cuidados na utilização do valor 
do EBITDA, e sobre a consideração quanto à visão desse indicador como 
uma medida confiável. Isso porque em seu valor, lembre-se, não estão 
computados os efeitos do endividamento da empresa e as despesas 
financeiras a ele associadas, o que pode levar a uma falsa ideia de 
rentabilidade e potencial de geração de caixa quando ocorrerem situações 
em que os valores de financiamento sejam relevantes em relação ao 
volume total de capital de terceiros à disposição da empresa. O uso do 
EBITDA como medida de valor deve ser tomado com reservas, pois, ao 
analisar as contas que compõem a DRE, verifica-se que, após o EBITDAk 
há uma variada gama de contas que devem ser consideradas durante um 
processo de análise. 
Por exemplo, em determinado momento, a economia brasileira 
pode ser vigorosamente influenciada pelas variações cambiais, levando 
a situações de distorções no caso de companhias com estrutura de 
Análise das Demonstrações Contábeis
20
financiamento diferenciadas. O câmbio e as taxas de juros contratadas 
podem ter um impacto bastante relevante ao serem comparados 
concorrentes que tenham contraído dívidas apenas em moeda nacional 
ou dívidas em moeda estrangeira. 
Numa comparação entre empresas do mesmo segmento 
com percentual similar de EBITDA em relação ao lucro 
bruto, podemos estar diante de uma situação em que 
algumas delas nãosejam tão sólidas em relação a 
outras em razão do impacto das despesas financeiras e 
variações cambiais sobre o lucro líquido decorrentes dos 
financiamentos contraídos. (SILVA, 2000, p. 115)
Outra situação a ser considerada na utilização do EBITDA é quando 
o lucro líquido estiver influenciado por incentivos fiscais relacionados a 
tributos incidentes sobre o resultado do exercício que proporcionam 
carga tributada diferenciada. Como qualquer indicador, sua análise deve 
ser feita considerando uma série histórica, correlacionando-o com outras 
medidas de desempenho. 
A ocorrência prolongada de EBITDA negativo pode sugerir que a 
empresa esteja consumindo caixa ao invés de gerá-lo de forma suficiente 
para manter suas atividades, acarretando uma situação de overtrade 
(consiste em procurar manter um certo nível de operações comerciais 
sem recursos financeiros suficientes). 
Em uma situação ideal, o EBITDA gerado deveria ser suficiente o 
bastante para o pagamento das despesas com juros e impostos sobre 
os lucros e ainda sobrar para remunerar os sócios com a distribuição de 
dividendos. A despeito dessas e outras situações, o EBITDA ainda tem sido 
uma medida bastante divulgada entre as companhias de capital aberto.
RESUMINDO:
Neste capítulo, vimos quais são os processos e as 
metodologias de análise das demonstrações contábeis e 
metodologias complementares. Vimos ainda os conceitos 
das demonstrações contábeis.
Análise das Demonstrações Contábeis
21
Análise por meio de índices
OBJETIVO:
Neste capítulo são apresentados a função dos índices e 
seus principais aspectos. Além disso, são evidenciados os 
principais índices de estrutura de capital que constituem 
o instrumento básico da análise das demonstrações 
contábeis, a função de cada índice, sua fórmula, 
seu significado e sua interpretação. Motivado(a) para 
desenvolver essa competência? Então, vamos lá. Avante!
A função dos índices
De acordo com o interesse do usuário ao qual será dirigido o 
Relatório de Análise, é possível extrair das demonstrações contábeis um 
número maior ou menor de índices para analisar.
Os índices são extraídos das demonstrações contábeis por meio de 
confrontos entre grupos de contas.
Índice é a relação entre contas ou grupo de contas das demonstrações 
contábeis, que visa a evidenciar determinado aspecto da situação 
econômica ou financeira de uma entidade. Os índices constituem a técnica 
de análise mais utilizada. Sua característica fundamental é fornecer uma 
visão ampla da situação econômica ou financeira da companhia.
Os índices ou indicadores são úteis para analisar diversos aspectos 
econômicos e financeiros das companhias. Um médico, por exemplo, 
usa certos indicadores, como temperatura e pressão, para examinar o 
quadro clínico de um paciente. Da mesma forma, os índices extraídos das 
demonstrações contábeis permitem verificar a situação empresarial. 
No caso médico, existe a certeza de que há algo errado com o 
paciente que apresenta pressão alta. Nas companhias, um endividamento 
elevado não significa que esteja à beira da insolvência (MATARAZZO, 
2010). Há outros fatores que devem ser observados antes de se definir a 
situação empresarial.
Análise das Demonstrações Contábeis
22
Quando os indicadores genéricos não são suficientes, o médico 
solicita novos exames. Da mesma maneira, para um conhecimento mais 
aprofundado da companhia, além do conjunto de índices, podem-se 
utilizar outras técnicas de análise.
O importante não é o cálculo de um grande número de índices, 
mas de um conjunto de índices que permita conhecer a situação da 
companhia, segundo o grau de profundidade desejada pelo analista. 
Sendo assim, a profundidade da análise é variável para cada usuário. 
O fornecedor, por exemplo, pode apenas querer rápidas informações 
sobre a empresa, a respeito de sua rentabilidade, de seu índice de 
liquidez. Se esse mesmo fornecedor estiver interessado não em vender 
mercadoria, mas em adquirir a própria empresa-cliente ou fundi-la com 
a sua, evidentemente desejará uma análise muito mais aprofundada. 
Portanto, a quantidade de índices que deverá ser utilizada dependerá 
exclusivamente da profundidade que se deseja com a análise.
O aumento da quantidade de índices é também o aumento de 
custos. Portanto, a análise de índices entra em rendimentos decrescentes 
a partir de certo ponto, ou seja, a análise de índices é do tipo que começa 
muito bem e vai perdendo o fôlego à medida que se acrescentam novos 
índices, isto é, há um redimento decrescente.
Inicialmente, analisa-se a situação financeira separadamente da 
situação econômica. No momento seguinte, juntam-se as conclusões 
dessas duas análises. Assim, os índices são divididos em índices que 
evidenciam aspectos da situação financeira e índices que evidenciam 
aspectos da situação econômica. Os índices da situação financeira, por 
sua vez, são divididos em índices de estrutura de capitais e índices de 
liquidez, conforme a Figura 2.
Figura 2 – Principais aspectos revelados pelos índices financeiros
Situação 
econômica
Situação 
financeira
Rentabilidade
Estrutura
Liquidez
Fonte: Elaborada pelo autor (2021).
Análise das Demonstrações Contábeis
23
Embora, profissionais e analistas concordem em alguns pontos 
quanto aos principais índices, existem algumas diferenças em suas 
análises. Há índices que são interessantes apenas em determinadas 
análises e para determinado usuário. É comum os bancos se interessarem 
por certas informações que incluem o relacionamento da companhia 
com instituições financeiras, como, por exemplo, quanto estas financiam 
do Ativo Total da empresa ou do Ativo Circulante, qual o percentual 
de Duplicatas Descontadas etc. Enfim, trata-se de índices para avaliar 
particularmente o relacionamento com aquele usuário e não com a 
situação da empresa.
Descrição detalhada dos índices de 
estrutura de capital
Os Índices de Estrutura de Capital servem para evidenciar o grau 
de endividamento da companhia em decorrência das origens dos capitais 
investidos no patrimônio. Esses indicadores estão ligados às decisões 
de financiamento e investimento, servindo, portanto, para demonstrar 
as grandes linhas de decisões financeiras adotadas pela companhia 
em termos de obtenção e aplicação de recursos. Ao se analisar as 
políticas de financiamento adotadas por uma entidade, é preciso levar 
em consideração, além do custo, o impacto das modificações sobre 
a estrutura de capital, ou seja, a proporção da participação de capitais 
próprios e de terceiros no financiamento dos ativos. 
Para uso interno da companhia, os indicadores de endividamento 
sinalizam o grau de risco acarretado pelos financiamentos. A administração 
financeira (a ciência que trata dos assuntos relacionados à administração 
das finanças das organizações) também se preocupa com os níveis de 
endividamento porque fornecedores, bancos, clientes e concorrentes 
também avaliam a solidez financeira da empresa com base nesses 
indicadores. 
Não existem padrões universais para os índices de endividamento. 
A melhor forma de interpretá-los é compará-los com a média setorial, 
e avaliar o impacto que essa estrutura pode impactar o resultado da 
companhia, ao se incorporarem eventuais despesas financeiras. 
Análise das Demonstrações Contábeis
24
Quando os investimentos na companhia são financiados pelos 
Capitais de Terceiros em proporção maior do que pelos Capitais Próprios, 
é possível afirmar que, em princípio, a empresa está endividada. 
 • Participação de capital de terceiros (grau de endividamento) 
Os Capitais de Terceiros compreendem o somatório do Passivo 
Circulante (PC) e Passivo Não Circulante (PNC), representando, portanto, 
o endividamento da empresa. Pode ser vantajoso trabalhar com Capitais 
de Terceiros, desde que seu custo seja inferior ao lucro conseguido com 
a sua aplicação nos negócios. Por outro lado, do ponto de vista financeiro,pode ser preocupante, porque revela uma menor liberdade de decisões 
financeiras da empresa ou uma maior dependência em relação a terceiros.
Grau de endividamento = Capital de Terceiros (PC + PNC) / 
Patrimônio Líquido (PL)
Interpretação: Quanto menor, melhor.
Esse quociente (índice) revela qual a proporção existente entre 
Capitais de Terceiros e Capitais Próprios, ou seja, quanto a companhia 
utiliza de Capitais de Terceiros para cada R$ 1 de Capital Próprio.
Uma das marcas das empresas falidas é o seu alto grau de 
endividamento. Porém, a causa da falência não se restringe ao 
endividamento, mas a uma série de outros fatores, como, por exemplo 
má gestão, falta de organização, má aplicação dos recursos disponíveis 
(próprios ou de terceiros), projetos malsucedidos, entre outros. 
Variáveis a serem ponderadas ao analisarmos a capacidade de 
endividamento:
 • Geração de recursos – capacidade de gerar recursos para 
amortizar as dívidas (ver índices de rentabilidade). 
 • Liquidez – permite analisar o perfil da dívida (objetivos, volume, 
prazos). Quais as razões que levaram a empresa a contrair 
dívidas: complemento do capital próprio (ampliação, expansão, 
modernização etc.) ou reforço do caixa para saldar dívidas? Qual 
sua proporção em relação ao Capital Próprio? Quando vencerá a 
dívida? 
Análise das Demonstrações Contábeis
25
 • Renovação – a capacidade de renovação dos empréstimos está 
associada à capacidade da empresa de gerar recursos e do seu 
grau de liquidez.
 • Composição do endividamento 
Por meio dessa análise, é possível mensurar o volume de dívidas da 
empresa com vencimento no curto prazo em relação à dívida total.
Composição do endividamento = Passivo Circulante (PC) / Capital 
de Terceiros (PC + PNC)
Interpretação: Quanto menor, melhor.
Esse índice revela qual a proporção existente entre Obrigações de 
Curto Prazo e Obrigações Totais, ou seja, quanto a companhia terá de 
pagar a curto prazo para cada R$ 1 do total de obrigações existentes.
O estudo desse indicador nos permite visualizar o perfil da dívida 
da entidade. O alongamento do perfil da dívida pode ser explicado 
pela renegociação de dívidas antigas vencíveis no curto prazo ou pela 
contratação de novos empréstimos com prazos de vencimento mais 
dilatados. O que deve ser observado em relação ao perfil da dívida 
identificado durante a extração dos índices:
 • Perfil de dívidas de curto prazo – refere-se às dívidas que 
precisam ser pagas com recursos já disponíveis ou que venham 
a ser gerados em curto prazo. O analista deverá levantar a 
composição dessa dívida (onerosa ou não onerosa), possibilitando, 
assim, a identificação do volume dos custos com os encargos que 
incidirão até o pagamento. 
 • Perfil de dívidas de longo prazo – nesse caso, a companhia dispõe 
de maior prazo para gerar recursos para quitação. Geralmente, aqui 
são classificadas as dívidas onerosas e captadas para investimentos 
de caráter permanente, a exemplo de Ativo Imobilizado. 
Os Passivos não Onerosos são aqueles inerentes à atividade da 
empresa, como salários, fornecedores, impostos e outros que normalmente 
não costumam apresentar, de forma explícita, custos financeiros embutidos. 
Caso contrário, deverão ser classificados como Passivos Onerosos.
Análise das Demonstrações Contábeis
26
Pontos importantes a considerar:
 • Quanto menor for o valor a pagar a curto prazo em relação às 
Obrigações Totais, maior tempo terá a companhia para obter 
recursos financeiros visando a saldar todos os seus compromissos.
 • Para gerar recursos a curto prazo visando a cobrir os 
compromissos do Passivo Circulante, a companhia poderá realizar 
várias operações, como levantar empréstimos para pagamento 
a longo prazo, oferecer descontos especiais para promover 
vendas, incentivar seus clientes a pagar as duplicatas antes dos 
vencimentos, concedendo-lhes vantagens etc. Essas operações, 
entretanto, nem sempre oferecem resultados satisfatórios, pois 
dependem de fatores externos que fogem do controle da empresa, 
como a existência de disponibilidades nos estabelecimentos 
bancários para oferecer empréstimos a longo prazo.
 • Gerar recursos financeiros a curto prazo nem sempre é tarefa fácil 
de realizar por parte da administração.
 • Recursos financeiros para cobrir os compromissos de longo 
prazo poderão surgir em função do desenvolvimento normal 
das atividades da companhia, sem a necessidade de recorrer a 
operações que gerem recursos imediatos. Nem sempre essas 
operações são benéficas para a saúde financeira da empresa.
Quanto menor for esse índice, maiores serão os prazos que a 
companhia terá para saldar seus compromissos e, consequentemente, 
melhor será sua situação financeira atual.
 • Composição da Participação de Terceiros sobre Recursos Totais 
(Debt Ratio)
Esse quociente, também conhecido como Debt Ratio, relaciona o 
Capital de Terceiros com os Fundos Totais Providos (por capitais próprios 
e capitais de terceiros).
Debt Ratio = Capital de Terceiros (PC + PNC) / Passivo Total
Interpretação: Quanto menor, melhor.
Análise das Demonstrações Contábeis
27
Expressa o endividamento sobre os fundos totais e também 
representa qual o percentual do Ativo Total é financiado com recursos de 
terceiros.
No longo prazo, o percentual de capitais de terceiros sobre os 
fundos totais não poderia ser muito grande, pois isso iria progressivamente 
aumentar as despesas financeiras, prejudicando a rentabilidade da 
empresa. Entretanto, muito irá depender da taxa de retorno ganha pelo 
giro do ativo dos recursos tomados por empréstimo, quando comparada 
com a taxa de despesas financeiras sobre o endividamento. 
Se a taxa de depesas financeiras sobre o endividamento médio se 
mantiver menor que a taxa de retorno obtida pelo uso dos fundos obtidos 
por empréstimo, a participação de capitais de terceiros será benéfica para 
a empresa, desde que isso não prejudique sua liquidez.
Alguns autores também utilizam a terminologia de Capital de 
terceiros como Dívida Total. Como sabemos que o Passivo Total é igual ao 
Ativo Total, podemos reescrever a fórmula da seguinte forma:
Debt Ratio = Dívida Total / Ativo Total
Um índice maior que 1 mostra que uma parcela considerável da 
dívida é financiada por ativos. Em outras palavras, a empresa tem mais 
passivos que ativos. Um alto índice também indica que uma empresa 
pode estar se colocando em risco de inadimplência em seus empréstimos 
se as taxas de juros subirem repentinamente. Uma proporção abaixo de 1 
se traduz no fato de que uma parcela maior dos ativos de uma empresa é 
financiada pelo patrimônio líquido.
 • Imobilização do patrimônio líquido 
Quanto mais uma empresa investir no Ativo Imobilizado (AI), mais 
ela se tornará dependente de capitais de terceiros para o seu capital 
de giro. A análise desse índice possibilita a identificação de quanto do 
Patrimônio Líquido (PL) da empresa está aplicado no AI, revelando, assim, 
o volume de Capital Circulante Próprio (CCP = Patrimônio Líquido – Ativo 
Imobilizado):
Análise das Demonstrações Contábeis
28
Imobilização do Patrimônio Líquido = Ativo Imobilizado (AI) /
Patrimônio Líquido (PL)
Interpretação: Quanto menor, melhor.
Havendo real necessidade de investimento no AI, a empresa 
deverá sempre buscar a melhor forma de financiamento. Normalmente, 
são financiamentos com longo prazo de vencimento cujas taxas de juros 
tendem a ser menores, em razão dos bens financiados servirem como 
garantia, deixando os recursos próprios para serem aplicados no Capital 
de Giro.
 • Imobilização dos recursos não correntes 
Esse indicador permite identificar quanto dos Recursos não 
Correntes da empresa (Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo) 
está aplicado no Ativo Permanente, evidenciando o quanto a empresa 
possui de Capital Circulante Próprio (CCP = Patrimônio Líquido – Ativo 
Permanente).
Imobilização dos Recursos não Correntes
Ativo Imobilizado(AI) / Patrimônio Líquido (PL) + Passivo Não 
Circulante (PNC)
Interpretação: Quanto menor, melhor.
Quando esse indicador for superior a 100%, teremos a evidenciação 
de que o PL + PNC não apresenta valor suficiente para cobrir os 
investimentos no AI, o que logicamente nos leva a concluir que estes 
foram adquiridos com recursos do Disponível ou, ainda, financiados com 
recursos de terceiros com vencimento no curto prazo, trazendo reflexo 
para o nível de liquidez da empresa. 
Por outro lado, quando o índice se apresentar igual ou inferior a 
100%, teremos a evidência de que a empresa vem financiando seu Capital 
de Giro com recursos de longo prazo. Como os elementos do AI possuem, 
normalmente, uma vida útil muito elástica, pode não ser viável a sua 
aquisição com recursos próprios. Os investimentos no AI devem ser feitos, 
preferencialmente, com recursos captados por meio de financiamento de 
longo prazo, devendo ser observados pelo menos dois aspectos:
Análise das Demonstrações Contábeis
29
 • O prazo de vencimento da dívida deve ser compatível com o 
tempo de vida útil do bem financiado. 
 • O período de carência e de vencimento das prestações oferecido 
pelo agente financeiro deve ser suficiente para que a companhia 
possa gerar recursos capazes de quitar essas dívidas de longo 
prazo.
RESUMINDO:
Neste capítulo, vimos a função dos índices e seus principais 
aspectos. Estudamos a descrição detalhada dos índices 
de estrutura de capital, tais como participação de capital 
de terceiros (grau de endividamento), composição do 
endividamento, composição da participação de terceiros 
sobre recursos totais (debt ratio), imobilização do patrimônio 
líquido e imobilização dos recursos não correntes.
Análise das Demonstrações Contábeis
30
Índices de liquidez e rentabilidade
OBJETIVO:
Neste capítulo são apresentados a função dos índices 
de liquidez e rentabilidade e seus principais aspectos, 
a função de cada índice, sua fórmula, seu significado e 
sua interpretação. Por fim, é apresentado um tópico de 
como analisar e comparar os quocientes. Motivado(a) para 
desenvolver esta competência? Então, vamos lá. Avante!
Descrição detalhada dos índices de 
liquidez
O analista deve ficar atento para o fato de que a capacidade de 
pagamento da empresa deve ser avaliada considerando-se a qualidade 
e os graus de conversibilidade para moeda corrente dos direitos (venda 
de estoques e recebimentos de duplicatas), bem como das dívidas 
existentes, já que estas também podem ter prazos diferenciados de 
vencimento, além de serem passíveis ou não de atualização, a exemplo 
dos financiamentos bancários. 
O objetivo do estudo da liquidez é avaliar o grau de solvência da 
empresa, ou seja, a capacidade financeira para saldar seus compromissos. 
A confusão feita por alguns entre liquidez e capacidade de 
pagamento foi apropriadamente abordada por Matarazzo (2010, p. 99) ao 
comentar que:
muitas pessoas confundem índices de liquidez com os 
índices de capacidade de pagamento. Os índices de 
liquidez não são índices extraídos do fluxo de caixa que 
comparam as entradas com as saídas de dinheiro. São 
índices que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes 
com as Dívidas, procuram medir quão sólida é a base 
financeira da empresa. Uma empresa com bons índices de 
liquidez tem condições de ter boa capacidade de pagar 
suas dívidas, mas não estará, obrigatoriamente, pagando 
suas dívidas em dia em função de outras variáveis como 
prazo, renovação de dívidas etc. 
Análise das Demonstrações Contábeis
31
Os índices de liquidez visam fornecer um indicador da capacidade 
da companhia de pagar suas dívidas, a partir da comparação entre os 
direitos realizáveis e as exigibilidades. Em razão disso, pode parecer 
que quanto maior o índice de liquidez, melhor a situação financeira da 
empresa. Todavia, o crescimento demasiado dos quocientes de liquidez 
pode indicar sérias dificuldades em relação à estrutura dos negócios, 
tais como a elevação da liquidez imediata, acima das necessidades 
operacionais; estoques elevados, em decorrência de itens invendáveis 
ou baixa capacidade de comercialização; e grande volume de contas 
a receber, por dilatação de prazos concedidos a clientes etc. Por isso, 
há a necessidade de examinar cada componente dos ativos e passivos 
(Circulante e Não Circulante).
É importante que a análise da liquidez seja efetuada de forma 
comparativa com vários exercícios ou períodos, não apenas da mesma 
companhia, mas de seus principais concorrentes, pois somente dessa 
forma será possível identificar o nível de comprometimento do capital 
de giro, de modo a melhor determinar a capacidade de contrair novas 
obrigações. 
O estudo da análise horizontal e vertical, que veremos adiante, 
em conjunto com a análise dos indicadores de rentabilidade, permitirá 
ao analista identificar as principais causas das variações ocorridas nos 
indicadores de liquidez da empresa. A leitura da Demonstração do Fluxo 
de Caixa (DFC) não deve ser desconsiderada, pois é possível identificar as 
causas determinantes da falta ou do excesso de disponibilidades.
 • Liquidez Geral ou Total 
Por meio desse índice, é possível perceber toda a capacidade de 
pagamento da empresa a longo prazo, considerando tudo o que ela 
converterá em dinheiro (a curto e a longo prazo), relacionando-se com 
tudo o que já assumiu como dívida (a curto e a longo prazo). 
Liquidez Geral = Ativo Circulante (AC) + Ativo Não Circulante (ANC) /
Passivo Circulante (PC) + Passivo Não Circulante (PNC)
Interpretação: Quanto maior, melhor.
Análise das Demonstrações Contábeis
32
Não se deve esquecer que, existindo a possibilidade de divergência 
entre as datas de recebimentos e de pagamentos, a análise de longo 
prazo pode gerar distorções bastante acentuadas. Nesse caso, é 
interessante obter a composição e a finalidade dos créditos a receber e 
dos financiamentos de longo prazo, com vistas a determinar seus prazos 
de realização.
No longo prazo, devem estar consignadas todas as operações 
entre empresas coligadas e controladas, e os financiamentos de longo 
prazo para investimento no Ativo Imobilizado. A verificação dos dados da 
DFC pode subsidiar uma melhor análise, já que será possível identificar 
as origens e as aplicações de recursos que efetivamente transitaram no 
caixa da companhia. 
 • Liquidez Imediata ou Instantânea
Há de se ressaltar que esse não é um dos mais importantes índices 
de liquidez, pois, normalmente, as empresas mantêm poucos valores 
disponíveis em caixa, bancos e, em contrapartida, suas dívidas podem ter 
vencimento de até 360 dias.
Liquidez Imediata = Disponibilidades / Passivo Circulante (PC)
Interpretação: Quanto maior, melhor.
Deve-se considerar, ainda, que os valores apresentados no Balanço 
Patrimonial (BP), em determinado momento, podem não representar a 
média dos saldos verificados ao longo do exercício financeiro. 
Portanto, esse índice tem maior significado quando analisado de 
forma conjunta com o fluxo de caixa da empresa ou utilizada a média dos 
saldos mensais das contas, fugindo, assim, de situações anormais que, 
porventura, tenham ocorrido à véspera do levantamento do BP.
 • Liquidez Corrente 
Esse índice demonstra quanto a empresa possui em dinheiro, em 
bens e em direitos realizáveis no curto prazo, comparando com suas 
dívidas a serem pagas no mesmo período. É o índice mais utilizado para 
medir a situação (saúde) financeira das empresas.
Análise das Demonstrações Contábeis
33
Liquidez Corrente = Ativo Circulante (AC) / Passivo Circulante (PC)
Interpretação: Quanto maior, melhor.
Alguns aspectos restritivos a serem considerados:
 • O índice não revela a qualidade dos itens no Ativo Circulante 
(os Estoques estão superavaliados, são obsoletos, os Títulos a 
Receber são totalmente recebíveis?).
 • O índice não revela a sincronização entre recebimentos e 
pagamentos, ou seja, por meio dele nãoidentificamos se 
os recebimentos ocorrerão em tempo para pagar as dívidas 
vincendas.
 • O índice pode estar distorcido em razão dos critérios para avaliação 
dos Estoques.
Considerando o primeiro aspecto, podemos concluir que esse 
índice tende a ser mais preciso quando existe um equilíbrio entre os 
índices que apuram o Prazo Médio de Rotação dos Estoques (PMRE) e o 
Prazo Médio de Recebimento das Vendas (PMRV). Para isso, utilizamos a 
Liquidez Seca.
 • Liquidez Seca 
O analista deve considerar que existe forte relação desse indicador 
com o de Liquidez Corrente. Esse indicador é muito útil quando é preciso ver 
a capacidade de pagamento da empresa nas situações em que esta tem 
uma rotação de estoque muito baixa, o que pode refletir uma má gestão 
sobre o volume de compras de material para revenda ou industrialização. 
No cálculo desse indicador, devem-se eliminar os estoques do total do 
Ativo Circulante. Esse indicador é denominado também como Acid Test 
Ratio (Prova Ácida) ou Quociente Absoluto de Liquidez.
Liquidez Seca = Ativo Circulante (AC) - Estoques / Passivo Circulante 
(PC)
Interpretação: Quanto maior, melhor.
Análise das Demonstrações Contábeis
34
Não podemos nos esquecer de que os estoques também são 
investimentos e que o fato do Balanço apresentar saldos significativos 
pode ser consequência da sazonalidade dos negócios, o que pode 
levar a empresa a manter altos investimentos ao final do exercício social, 
para fazer frente à grande demanda no início do exercício seguinte. O 
conhecimento do negócio da companhia é fundamental na análise desse 
e dos demais indicadores de liquidez e dos indicadores de atividade. 
Um exemplo seria o caso de um supermercado ou loja de 
departamento que tende a ter um elevado saldo de Estoque e pequeno 
saldo de Duplicatas a Receber de clientes, já que suas vendas ocorrem 
geralmente à vista ou por meio de cartões de crédito com reduzido prazo 
de recebimento. Caso o quociente de Liquidez Seca demonstre que uma 
empresa é capaz de saldar seus compromissos sem contar com a venda 
de estoques, deve-se observar o prazo de realização dos seus créditos e 
do pagamento dos seus compromissos, para que se possa estabelecer a 
real medida de solvência da empresa. 
Com relação aos estoques, geralmente é o item menos líquido 
do Ativo Circulante e para o qual o valor contábil é o menos confiável 
como medida de valor de mercado, uma vez que as condições do 
Estoque não são consideradas. Além disso, parte do Estoque pode ter 
estragado, tornando-se obsoleta ou perdida. Mais exatamente, Estoques 
relativamente grandes geralmente são sinal de problemas a curto prazo. 
A empresa pode ter superestimado as vendas e, consequentemente, 
comprado ou produzido em excesso. Assim, a companhia pode ter uma 
porção substancial de sua liquidez em estoque de giro muito lento.
Descrição detalhada dos índices de 
rentabilidade
Todo empresário ou investidor espera que o capital investido 
seja adequadamente remunerado. Por outro lado, os financiadores ou 
fornecedores de capital desejam ter a certeza de que o financiado é 
capaz de gerar lucro suficiente para remunerar seus ativos e honrar os 
financiamentos. 
Análise das Demonstrações Contábeis
35
É possível avaliar o desempenho global de um empreendimento por 
meio do estudo das taxas de retorno. Essa análise busca a identificação 
do retorno sobre o investimento total, o retorno sobre as vendas e o 
retorno sobre o capital próprio. Portanto, é uma avaliação não apenas da 
produtividade, mas, sobretudo, da lucratividade do negócio. 
Uma das alternativas para eliminar os efeitos dos benefícios fiscais 
relacionados ao Imposto de Renda e às demais contribuições sobre o 
lucro, inclusive nos casos de impostos diferidos, é calcular os indicadores 
de rentabilidade tomando por base o lucro antes desses tributos, sempre 
que houver grande distorção sobre a carga tributária final entre as 
empresas analisadas. 
Determinadas questões devem ser consideradas quando da análise 
da rentabilidade de uma empresa, pois algumas ações poderão repercutir 
de forma significativa no lucro líquido exercício, como:
 • Diminuir o valor das despesas de depreciação alongando a 
vida útil do bem, o que levará a uma redução da taxa anual a 
ser contabilizada. Esse é um aspecto altamente subjetivo, bem 
característico da essência sobre a forma, no qual, deixando de 
lado os critérios da legislação do imposto de renda, a empresa 
passará a contabilizar a depreciação de acordo com taxas que 
entenda ser as corretas. 
 • Superestimar o valor dos estoques, não contabilizando a baixa de 
itens considerados, por exemplo, obsoletos ou danificados, ou, 
ainda, não reconhecendo o valor de mercado, quando este estiver 
abaixo do preço de custo de aquisição ou produção. 
 • Ignorar novas obrigações, as quais deveriam estar contabilizadas 
na forma de provisões para cobrir demandas judiciais e passivos 
contingentes.
 • Superestimar vendas, naqueles casos em que são realizadas de 
forma desmedida para clientes cuja capacidade de pagamento 
não foi devidamente avaliada.
Análise das Demonstrações Contábeis
36
 • Giro do Ativo 
Esse indicador estabelece a relação entre as vendas do período 
e os investimentos totais efetuados na empresa, expressando o nível 
de eficiência com que são utilizados os recursos aplicados, ou seja, a 
produtividade dos investimentos totais (Ativo Total).
EXPLICANDO MELHOR:
No cálculo, deve ser usado o Ativo Médio (em vez do AT) 
quando ocorrer discrepância significativa entre os dois 
saldos (ano corrente e ano anterior), o qual é obtido pela 
soma do Ativo Total do ano anterior com o Ativo Total do 
ano em curso, dividido por dois.
Giro do Ativo = Vendas Líquidas (ou Receita Líquida) / Ativo Total 
(AT) ou Ativo Médio
Interpretação: Quanto maior, melhor.
É necessário atentar-se aos seguintes aspectos:
 • Quais são os critérios de avaliação dos ativos, especialmente 
os integrantes do ativo permanente, observando-se: efeitos da 
inflação e reavaliação de ativos.
 • Itens representativos, que não estejam relacionados com produção 
e vendas, pois estes podem superavaliar o ativo e distorcer o 
indicador. 
 • Nos anos em que a empresa estiver em fase de ampliação e 
expansão, o indicador poderá apresentar distorções. 
 • Nos casos em que ocorra mudança significativa no valor do saldo 
do ativo total de um exercício para o outro, deve-se utilizar o saldo 
médio destes na composição do índice. 
 • Margem Líquida 
Conhecido também como Retorno sobre as Vendas (RV), esse 
índice compara o Lucro Líquido (LL) em relação às Vendas Líquidas do 
período, apresentando o percentual de lucratividade gerado. Não existe 
Análise das Demonstrações Contábeis
37
um índice ideal, o analista deverá comparar o índice apurado com a média 
verificada no segmento ou região em que opera a empresa. 
Muitos fatores podem influenciar a rentabilidade sobre as vendas, 
entre os quais destacam-se o ramo de atividade, a rotação dos estoques, 
mercados, custos de produção, produtividades. Atuando a companhia em 
um segmento em que a margem de lucro seja curta, não adiantará tentar 
aumentar seus lucros com aumento do preço de venda. Nessa situação, o 
aumento no faturamento deverá ocorrer por meio da conquista de novos 
mercados.
Margem Líquida = Lucro Líquido (LL) / Vendas Líquidas (ou Receita 
Líquida)
Interpretação: Quanto maior, melhor.
É necessário atentar-se aos seguintes aspectos:
 • Volume de despesas ou receitas não operacionais, os quais 
podem distorcer o resultado.
 • Os critérios de avaliação de estoques e de apropriação de custos 
podem interferir no valor do CMV (ou CPV) e, portanto, no lucro.
 • Rentabilidade ou Retorno do Ativo (ROA) 
Também denominado Taxa de Retorno sobre o Ativo Total (ROA, 
do inglês Return On Assets), esse indicador tem por objetivo medir a 
eficiência global da alta direção da empresa nageração de lucros com 
seus investimentos totais. Não havendo variações significativas nos saldos 
do Ativo, o analista poderá optar por mediar a relação direta entre o Lucro 
Líquido (LL) do Exercício e o saldo do Ativo. 
Caso contrário, utiliza-se o Ativo Médio, que é obtido pela soma do 
Ativo Total do ano anterior com Ativo Total do ano em curso, dividido por 
dois.
ROA = Lucro Líquido (LL) / Ativo Total (AT)
Interpretação: Quanto maior, melhor.
Análise das Demonstrações Contábeis
38
O Ativo Total nada mais é do que o capital econômico da empresa, 
em que parte desse capital refere-se ao aporte dos sócios e a outra parte 
é captada com terceiros, além das parcelas de lucros incorporados ao 
capital dos sócios. 
 • Rentabilidade do Patrimônio Líquido ou Retorno do Capital 
Próprio (ROE)
Também denominado Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido 
(ROE, do inglês Return On Equity), esse indicador apresenta o retorno 
que os acionistas ou quotistas da empresa estão obtendo em relação 
aos seus investimentos na companhia. Fica evidente o prêmio que o 
investidor paga pelo risco de seu empreendimento, devendo esse índice 
ser superior à taxa média de juros do mercado. Caso contrário, seria mais 
vantajoso investir em uma aplicação de renda fixa com retorno na média 
do mercado. Sendo assim, o investidor espera receber um prêmio maior 
que a média do valor aplicado em negócio arriscado.
ROE = Lucro Líquido (LL) / Patrimônio Líquido (PL)
Interpretação: Quanto maior, melhor.
Observe-se que, se não ocorrer aporte de capital ao longo do 
exercício ou outras modificações significativas na estrutura do PL, o 
analista poderá optar por mediar a relação direta entre o LL e o saldo 
do PL. Caso contrário, pode-se usar o Patrimônio Líquido Médio, que é 
obtido pela soma do Patrimônio Líquido do ano anterior com o Patrimônio 
Líquido do ano em curso, dividido por dois.
Análise das Demonstrações Contábeis
39
Quadro-resumo dos índices
Quadro 1 – Resumo dos índices
Nota: (1) Quanto menor, melhor; (2) Quanto maior, melhor.
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
Como avaliar os índices
Há três tipos básicos de avaliações de um índice:
 • Pelo significado intrínseco.
Análise das Demonstrações Contábeis
40
 • Pela comparação ao longo de vários exercícios.
 • Pela comparação com índices de outras empresas/índices-
padrão.
 • Avaliação intrínseca de um índice
Pode-se tentar qualificar a situação financeira de uma companhia 
com base no Índice de Liquidez Corrente: se apresentar valor de 1,5, sabe-
se que, para cada R$ 1 de dívida a curto prazo, há R$ 1,5 de investimento a 
curto prazo. A folga de 50% pode ser considerada suficiente com margem 
de segurança à entidade. Conclusão feita por intuito do analista ou por ter 
trabalhado em empresas que conseguiram operar bem com esse nível de 
Liquidez Corrente.
 • Comparação dos índices ao longo do tempo
Comparar os índices de uma empresa com valores observados nos 
anos anteriores revela-se bastante útil por mostrar tendências seguidas 
pela companhia, se por um lado a empresa endividar-se mais a cada 
exercício e, simultaneamente, apresentar aumento de sua rentabilidade 
e, ainda, ocorrer a redução dos índices de liquidez. Essas informações 
permitem ao analista formar uma opinião a respeito de diversas políticas 
seguidas pela companhia, bem como das tendências que estão sendo 
registradas. É fundamental que os índices sejam analisados conjuntamente.
 • Comparação com padrões
A avaliação de um índice e sua conceituação como ótimo, 
bom, satisfatório, razoável ou deficiente só pode ser feita por meio 
da comparação com padrões. O bem só é bom em relação a outros 
elementos. É preciso definir um conjunto e, em seguida, comparar um 
elemento com os demais do conjunto para atribuir-lhe determinada 
qualificação. Esse é um processo natural do raciocínio humano em que 
todas as avaliações são feitas por comparações, ainda que quase nunca 
tabuladas metodologicamente (daí as divergências de opiniões). 
Suponha-se que uma companhia possua Índice de Liquidez Corrente 
de 1,93. Se 80% das empresas do ramo possuem índice menor do que o 
dessa companhia e se a Liquidez Corrente é do tipo quanto maior, melhor, 
Análise das Demonstrações Contábeis
41
a conclusão é de que a empresa possui bom Índice de Liquidez Corrente 
em relação às demais empresas do ramo. Uma conclusão objetiva. Não 
é possível conceber uma boa análise sem a comparação dos índices da 
empresa analisada com padrões.
Processo de avaliação de índices
Uma vez calculados os índices e comparados com padrões, 
podem-se fazer primeiro uma avaliação individual de cada índice, depois 
uma avaliação conjunta e, assim, avaliar a empresa e sua administração.
Ordem do processo de avaliação
1. Descoberta dos índices.
2. Definição do comportamento do indicador (quanto maior, melhor; 
quanto menor, melhor; ponto ótimo em torno de um parâmetro).
3. Tabulação de padrões (índices de empresas do mesmo ramo, de 
maneira que permita a comparação dos índices de uma empresa 
com os das demais).
4. Escolha dos melhores índices e atribuição de importância tais.
RESUMINDO:
Neste capítulo estudamos a função dos índices de 
liquidez e rentabilidade e seus principais aspectos, a 
função de cada índice, sua fórmula, seu significado e sua 
interpretação. Vimos a Descrição detalhada dos índices 
de liquidez, tais como liquidez geral ou total, liquidez 
imediata ou instantânea, liquidez corrente e liquidez seca. 
Compreendemos ainda a descrição detalhada dos índices 
de rentabilidade, como giro do Ativo, margem líquida, 
rentabilidade ou retorno do ativo (ROA) e rentabilidade 
do patrimônio líquido ou retorno do capital próprio (ROE). 
Por fim, estudamos como avaliar os índices por meio da 
avaliação intrínseca de um índice, comparação dos índices 
ao longo do tempo e comparação com padrões.
Análise das Demonstrações Contábeis
42
Análise vertical e horizontal
OBJETIVO:
Neste capítulo são apresentadas as Análises Vertical e 
Horizontal. Por intermédio desse tipo de análise, podem-
se conhecer pormenores das demonstrações contábeis 
que escapam à análise genérica por meio de índices. 
Motivado(a) para desenvolver esta competência? Então, 
vamos lá. Avante!
As Análises Horizontal e Vertical são as formas mais comuns de 
expressar a análise de demonstrações contábeis, pois, apesar de sua 
simplicidade, irão destacar as variações mais importantes no BP e na DRE. 
Isso significa que é mais adequado fazer a análise com grupos de contas 
os mais resumidos possíveis. Identificando-se algum indício de problema, 
o analista poderá efetuar uma análise detalhada, buscando identificar 
as contas que compõem o grupo de conta preliminarmente analisado e 
verificar seu peso em relação ao todo. 
Análise Horizontal (AH)
A Análise Horizontal permite analisar a evolução de uma conta 
ou de um grupo de contas ao longo de períodos sucessivos. Trabalha 
fundamentalmente com efeitos e dificilmente revela as causas das 
mudanças e pode ser evolutiva ou retrospectiva. Essa análise é muito 
importante para a construção de uma série histórica, o que é fundamental 
para ajudar no estudo de tendências. 
Metodologia de cálculo 
1. Considerar todas as contas do ano mais distante como base 100%. 
2. Para cada conta, calcular primeiramente o número-índice da 
seguinte forma: 
Dividir o valor/saldo da conta do período mais recente pelo do 
período mais distante, diminuir 1 e multiplicar por 100, para encontrar o 
percentual de variação.
Análise das Demonstrações Contábeis
43
Fórmula = AnoSeguinte (Ano 2) / AnoBase (Ano 1) – 1 x 100
É recomendável que o analista proceda ao arredondamento dos 
índices apurados em duas casas decimais. Quando o valor do item 
correspondente ao ano-base for zero, o número-índice não poderá ser 
calculado, pois os números não são divisíveis por zero. Da mesma forma, 
quando o ano-base apresentar um número negativo e, noano seguinte, 
o número ficar positivo (e vice-versa), o número-índice não poderá ser 
calculado. Convém observar que os efeitos inflacionários podem distorcer 
as conclusões obtidas na análise. 
Análise Vertical (AV)
A Análise Vertical pode ser entendida como a análise da estrutura 
das demonstrações, pois permite a identificação da real importância de 
uma conta dentro do conjunto de contas ao qual pertence no BP ou na 
estrutura da DRE. A Análise Vertical espelha os efeitos e, em algumas 
demonstrações, por meio dela é possível descobrir algumas das causas 
primárias. 
Uma vez efetuado o levantamento dos percentuais, o analista focará 
sua análise nestes percentuais, deixando para trás os valores monetários 
absolutos, sendo possível verificar as tendências de forma mais objetiva, 
uma análise limitada a expressões monetárias – sejam elas expressas 
em valores históricos ou corrigidos – não permitiria uma visualização dos 
impactos de cada conta patrimonial ou de resultado no conjunto das 
respectivas demonstrações.
Metodologia de cálculo
1. BP – dividir o valor de cada conta ou grupo de contas pela 
totalização do ativo ou passivo, conforme o caso, multiplicando 
por 100, obtendo-se a participação de cada conta ou grupo de 
conta em relação ao total. 
2. DRE – dividir o valor de cada item (ou parcela) da demonstração 
pelo valor da Receita Operacional Líquida (ou Bruta) e multiplicar 
por 100, obtendo-se a participação de conta na formação do 
resultado. 
Análise das Demonstrações Contábeis
44
É recomendável que o analista proceda ao arredondamento dos 
índices apurados em duas casas decimais. A comparabilidade na Análise 
Vertical pode ser prejudicada sempre que houver a incorporação de 
valores significativos no ativo ou passivo, bem como eventos anormais 
que alterem as relações estruturais.
Análise horizontal e vertical do Balanço 
Patrimonial (BP)
Alguns dos aspectos que podem ser observados a partir das 
Análises Horizontal e Vertical das principais contas e grupos patrimoniais. 
No Quadro 2, observa-se a extração dos percentuais que comporão as 
Análises Horizontal e Vertical das contas do ativo de uma companhia 
fictícia.
Quadro 2 – Padronização do balanço patrimonial
Análise das Demonstrações Contábeis
45
Simbologia: AV = Análise Vertical; AH = Análise Horizontal. Obs.: Valores fictícios.
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
 • Ativo Circulante (AC) 
As variações identificadas no Ativo Circulante (AC) devem ser 
comparadas com os percentuais de variação (horizontal) do Ativo não 
Circulante (ANC). Uma empresa que aumenta o ANC em bases superiores 
ao AC poderá estar apresentando problemas com liquidez. É importante, 
ainda, verificar a composição do Circulante e do não Circulante (Análise 
Vertical), pois um excessivo aumento nos Estoques e nas Contas a 
Receber também compromete a Liquidez Imediata e Seca. 
Na análise do AC, não se deve deixar de verificar o outro lado da 
equação patrimonial, no caso o Passivo Circulante (PC). Essa análise deve 
ser feita por meio do estudo dos indicadores de liquidez e do Capital 
Circulante Líquido, que será visto adiante. Uma observação criteriosa 
do Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC) pode explicar as variações 
ocorridas nesse grupo patrimonial. 
 • Contas a receber a curto prazo – deve ser observado como se 
comportou a evolução dessas contas em relação aos períodos 
anteriores, bem como em relação à sua participação dentro do 
AC (por meio da Análise Vertical). Mudanças significativas na 
representatividade dessas contas em relação ao total do Circulante 
podem revelar, por exemplo, mudanças na política de vendas a 
prazo. Convém observar se as notas explicativas trazem alguma 
informação adicional sobre os critérios e o saldo da Provisão 
para Devedores Duvidosos (PDD). Deve ser observado ainda se o 
crescimento nos saldos das contas a receber acompanha a taxa 
Análise das Demonstrações Contábeis
46
de crescimento das vendas (DRE). Qualquer descompasso deve 
ser analisado para identificar se houve mudanças na política de 
prazos concedidos, por meio do estudo do indicador de prazos de 
pagamento que será visto adiante.
 • Estoques – aqui o analista deve estar atento ao saldo dos estoques 
sob dois aspectos: Índice de Liquidez Seca e Giro dos Estoques. 
Uma empresa que possui boa Liquidez Corrente pode ter sérios 
problemas se tiver uma baixa rotação do estoque, daí a importância 
da análise da Liquidez Seca das demais empresas do setor ou 
segmento para atestar se não há algum desvio no indicador da 
empresa em relação a estas. Uma empresa que possui o estoque 
muito alto em relação às demais contas do circulante, bem como 
em relação à concorrência, pode sinalizar um excesso de compra 
ou produção, ou existência de itens obsoletos. 
As notas explicativas podem trazer informações sobre os critérios 
de avaliação dos estoques. Em uma análise comparativa com outros 
exercícios, é preciso estar seguro de que a empresa não tenha mudado 
os critérios de avaliação dos seus estoques, pois, caso o tenha feito, o 
analista deverá apurar os possíveis efeitos dessa mudança. Por outro lado, 
é importante saber se os concorrentes utilizam os mesmos critérios de 
avaliação.
O comportamento do indicador que mede o prazo médio de 
recebimento das contas a receber e do giro dos estoques deve ser 
levado em consideração nesse momento, já que ele demonstra o “Ciclo 
Operacional e Financeiro” da empresa (serão vistos adiante).
O analista deverá ter cuidado na utilização de valores extraídos 
de BP iniciais e finais, principalmente na área de Contas a Receber e 
Estoques, visto que muitas vezes tais contas, nas datas de balanço, não 
são representativas das médias reais do período.
 • Ativo Não Circulante
Quando o saldo das contas que compõem esse grupo patrimonial 
aumenta de um exercício para outro, pode estar representando a 
transferência de recursos do curto prazo e, quando diminui, representa 
Análise das Demonstrações Contábeis
47
remessas para o curto prazo. Seu aumento pode decorrer também do 
aumento das vendas a prazo, do aumento dos prazos concedidos ou do 
baixo giro (ineficácia) da carteira de cobrança. Na redução, raciocina-se de 
forma inversa. Por isso, é importante ser criterioso ao avaliar os índices de 
Liquidez e de Prazo Médio de Recebimento de Duplicatas sem mensurar 
os efeitos dessa classificação contábil, ou trabalhar apenas com balanços 
consolidados. 
 • Ativo Imobilizado (AI)
O Ativo Imobilizado (AI) deve ser analisado juntamente com o 
Patrimônio Líquido (PL) e PNC, por meio da análise da estrutura de capital. 
Com a análise do grau de imobilização, é possível identificar quanto dos 
recursos não correntes da empresa estão aplicados no AI. 
Quanto mais uma empresa investir no AI, mais ela se torna 
dependente de capitais de terceiros para o seu capital de giro. Dessa 
forma, havendo uma real necessidade de investimento no AI, a empresa 
deverá sempre buscar uma melhor forma de financiamento (custo 
financeiro × prazo de pagamento), tendo em vista que o aumento esperado 
da produtividade deve ser confrontado com a margem de remuneração 
desse capital imobilizado (rentabilidade). 
 • Passivo Circulante (PC) 
As variações identificadas no PC devem ser comparadas com os 
percentuais de variação (horizontal e vertical) do PNC. A análise do PC 
está diretamente relacionada à análise daquele grupo de contas, por 
meio dos índices de Liquidez. 
O comportamento do indicador que mede o Prazo Médio do 
Pagamento das Compras (Fornecedores), conta esta que integra o PC, 
é muito importante, pois é elemento integrante na composição e análise 
do “Ciclo Operacional e Financeiro” da empresa. Nas notas explicativas, é 
possível obter informações quanto à natureza das provisões (contingências 
trabalhistas, tributárias e judiciais), além das taxas de juros e moedas dos 
financiamentos contraídos, sejam elesde curto ou de longo prazo. 
Análise das Demonstrações Contábeis
48
 • Passivo não Circulante (PNC) 
O aumento no saldo das contas que compõem esse grupo 
patrimonial, de um exercício para outro, pode ser decorrente da obtenção 
de novos recursos de longo prazo e sua diminuição da reclassificação de 
valores para o curto prazo. 
Uma companhia que tenha aumentado o seu PNC demonstra sua 
capacidade na obtenção de financiamentos de longo prazo. O analista 
deverá identificar o destino dos financiamentos de longo prazo, os 
quais são recomendados para projetos de ampliação das instalações, 
aquisição de máquinas e equipamentos ou renovação da sua frota, ou 
seja, imobilizações (AI). Assim como na análise do ANC, o analista deve 
procurar identificar as contas que compõem esse grupo por meio da 
análise vertical, o que lhe permitirá conhecer a natureza das dívidas. 
A leitura das notas explicativas pode fornecer informações quanto 
ao objetivo da captação de recursos em instituições financeiras, taxas de 
juros aplicadas, moeda de contratação, prazo e carências para pagamento, 
o que pode ser muito útil, por exemplo, para efeito de comparativos com 
o perfil das dívidas dos concorrentes.
 • Patrimônio Líquido (PL) 
Deverá ser identificada a evolução dos saldos das contas do PL, 
bem como da participação destas dentro do referido grupo patrimonial, 
por meio da leitura da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
(DMPL), a qual detalha as modificações ocorridas durante o exercício 
social nas contas do PL. Por trazer informações que complementam os 
demais dados constantes do BP e da DRE, a DMPL é imprescindível na 
análise da evolução do PL. 
Deve-se observar que o crescimento do PL de um exercício para 
outro já é indicativo positivo, que se destaca na análise econômica, 
sabendo, entretanto, que a forma como se processa o crescimento do PL 
deve ser o foco da análise econômica. A evolução do PL pode ser avaliada 
como favorável nos casos de incorporação dos lucros ou de integralização 
do capital em dinheiro ou outros bens. Por outro lado, se o aumento for 
provocado por reavaliações, terá ocorrido apenas evolução nominal, ou 
Análise das Demonstrações Contábeis
49
seja, simples atualização do valor monetário desses bens, sem que se 
tenha aumentado a capacidade produtiva da empresa, ou sua liquidez. 
É importante considerar, na análise, a relação entre as fontes 
de recursos, pois, quanto maior for a participação do PL nas fontes de 
recursos da empresa, menor será a dependência de capitais de terceiros
Análise horizontal e vertical da 
Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE)
A análise deve se iniciar com a observação da evolução de seu 
comportamento, bem como dos indicadores a ela relacionados. Na 
Análise Vertical da DRE, devem ser considerados não apenas o controle 
sobre os custos e despesas, mas, sobretudo, o aumento das receitas, 
descontada a inflação do período ou variação da moeda estrangeira, nos 
casos em que a empresa opere no mercado externo. Alguns relatórios de 
administração trazem informações sobre o quantitativo comercializado e 
o volume de vendas no mercado interno e externo. 
Já começa a ser difundida também a informação segregada do 
faturamento, demonstrando o volume de produção ou de vendas do 
exercício findo proporcionado por unidades da companhia já existente, 
desde os exercícios anteriores, e o volume proporcionado pelas unidades 
inauguradas ao longo do exercício findo, de forma a deixar transparente o 
real fator de acréscimo no faturamento. 
O analista deve estar bastante atento ao nível de variação horizontal 
no volume de faturamento bruto, pois é necessária extrema cautela 
para extrair conclusões quando houver uma variação brusca das vendas 
quando não houver proporcionalidade com a evolução dos custos e 
despesas. 
No Quadro 3, apresenta-se a extração dos percentuais que 
comporão as Análises Horizontal e Vertical das contas do Ativo da DRE de 
uma companhia fictícia.
Análise das Demonstrações Contábeis
50
Quadro 3 – Padronização da demonstração do resultado do exercício
Simbologia: AV = Análise Vertical; AH = Análise Horizontal. Obs.: Valores fictícios.
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).
 • Receita líquida
A análise da evolução da receita bruta ao longo dos períodos sob 
análise (horizontal) busca identificar os motivos que determinaram seu 
crescimento (novos mercados, novos produtos, aumento considerável 
no volume de vendas ou dos preços das mercadorias, incorporação de 
outras empresas etc.) ou quedas (perda de grandes clientes, fechamento 
de filiais, sinistros etc.). 
 • Custo dos produtos vendidos 
Sua análise busca verificar se a empresa manteve o mesmo patamar 
dos custos em relação à sua receita bruta (Análise Vertical). Havendo 
variações, o analista deve identificar as possíveis causas determinantes. 
Um aumento no faturamento com redução dos custos revela que a 
empresa experimenta uma boa gestão, significando, ainda, que as 
mercadorias adquiridas para revenda ou matérias-primas e secundárias 
e demais custos foram devidamente considerados pelos administradores.
 • Lucro bruto 
Sua análise é decorrente das ocorrências verificadas com os dois 
elementos anteriores. 
Análise das Demonstrações Contábeis
51
 • Despesas operacionais 
Revelam de forma direta a preocupação da empresa em lidar com 
a gestão dos negócios. O analista deve observar as variações ocorridas 
nas principais contas demonstradas. Normalmente, é nesse grupo de 
contas que se percebe a capacidade dos administradores de promover 
os saneamentos porventura necessários. 
 • Lucro operacional 
É o resultado das políticas de vendas, de custos e de controle das 
despesas, demonstrados nos itens anteriores. É interessante a análise 
do Lucro Operacional expurgando os efeitos das Receitas e Despesas 
Financeiras, já que uma empresa pode possuir uma forte lucratividade 
operacional e, ao finalizar a apuração do resultado, apresentar uma 
forte redução no seu lucro líquido ou até mesmo findar o exercício com 
prejuízos em decorrência da má gestão dos custos operacionais, inclusive 
dos encargos financeiros.
 • Receitas e despesas financeiras 
Refletem a política de captação de recursos junto a terceiros, sendo 
bastante acentuadas nas empresas com problemas de capital de giro 
próprio.
 • Lucro líquido (LL)
Aqui o analista encontra o elemento-chave para apurar o nível 
de rentabilidade da empresa, fazendo as devidas comparações com 
as vendas líquidas, PL e Ativo Total. Ao analisar a rentabilidade de uma 
empresa, sendo esta adequada e a liquidez não, deverão ser verificados 
atentamente os quocientes de rotatividade (giro de estoques, contas a 
receber e fornecedores) e endividamento. 
 • Lucros distribuídos (após o LL)
Uma empresa que enfrenta problemas com seu capital de giro 
normalmente não deveria promover distribuição de lucros, à exceção, é 
claro, da distribuição obrigatória por determinação legal ou estatutária.
Análise das Demonstrações Contábeis
52
RESUMINDO:
Neste capítulo estudamos as análises vertical e horizontal 
e suas metodologias de cálculo. Compreendemos as 
análises horizontal e vertical do Balanço Patrimonial (BP) e 
da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Análise das Demonstrações Contábeis
53
REFERÊNCIAS
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem 
básica e gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
SILVA, A. A. da. Estrutura, análise e interpretação das 
demonstrações contábeis. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. Disponível em: 
https://ebookcentral.proquest.com. Acesso em: 01 jul. 2021.
Análise das Demonstrações Contábeis
https://ebookcentral.proquest.com
	Processos de análise das demonstrações contábeis
	Conceitos
	Metodologias de análise das demonstrações contábeis
	Análise por meio de índices
	A função dos índices
	Descrição detalhada dos índices de estrutura de capital
	Índices de

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