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Pergunta 1 0,25 em 0,25 pontos A suposição de que havia um consenso absoluto sobre a organização social e a vida cultural de cada tribo só era possível através da ideia que os administradores e cientistas europeus tinham da “tradição”. As sociedades “tribais” (ou “primitivas”) seriam, para eles, “sociedades tradicionais” — não só as regras de conduta eram pautadas rigidamente pelo costume, como esse costume era transmitido, oralmente e de forma imutável, de geração a geração, desde o princípio dos tempos. Os europeus não admitiam que os africanos pudessem refletir criticamente sobre a sua própria cultura”. FIGUEIREDO, Fábio Baqueiro. História da África. Brasília: Ministério da Educação/Secretária de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais, 2010. 144. Disponível em: Acesso em: 2 jul. 2011. O texto pontua a construção do olhar europeu sobre a África, no período colonial. A partir dos debates atuais sobre as relações étnicas no Brasil, identifique com V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas sobre o texto. ( ) O resultado sociopolítico dessa visão estereotipada ainda hoje pode ser observado em relação à população afro-brasileira. ( ) Os conflitos raciais resultam de estereótipos sociais, e não de fatos científicos. ( ) Um indivíduo etnocêntrico não tem capacidade de observar outras culturas nas próprias condições em que elas se mostram. Assinale a alternativa que contenha a sequência correta, de cima para baixo: Resposta Selecionada: e. V - V - V Resposta Correta: e. V - V - V Feedback da resposta: Todas as afirmações são corretas e estão de acordo com o texto do enunciado. O preconceito racial ainda tem grande influência na sociedade brasileira. Expressões como “isso é coisa de preto” e “neguinho” são correntemente utilizadas. Além disso, o etnocentrismo reforça as visões preconceituosas, que tendem a anular as especificidades culturais dos povos considerados inferiores. Pergunta 2 0,25 em 0,25 pontos A imagem a seguir foi extraída de um livro italiano do século XIX. O livro, sobre craniometria (pseudociência que se dedicava a definir características físicas e intelectuais das supostas diferentes raças), traz o esboço do crânio de uma pessoa branca [1]; uma pessoa negra [2] e uma pessoa asiática [3]. Observe a imagem a tradução da legenda que a acompanhava: [1] Caucasoide: prognatismo escasso, espinha nasal e superfície ocular alinhadas. [2] Negroide: prognatismo destacado, espinha nasal e superfície ocular não alinhadas, ausência de espinha nasal. [3] Mongoloide: Oclusão zigomática; testa achatada e recuada. Sobre a craniometria e suas repercussões na sociedade, observe as seguintes asserções: I. Até o século XVIII, o termo raça não estava necessariamente associado à cor da pele, ligando-se de forma mais marcada à ideia de ancestralidade comum. II. A partir do século XIX, além da cor da pele, outros traços como forma do nariz, lábios, queixo e testa passaram a ser variáveis na compreensão da ideia de raça e em sua hierarquização. Boa parte dessas análises que se propunham científicas à época, estavam baseadas em estudos como os feitos pela craniometria. III. A craniometria era utilizada não apenas para diferenciar as chamadas três grandes raças (branca, negra e amarela), mas também para discutir se, juridicamente, essas pessoas teriam a mesma capacidade de compreender as leis e regras e, por conseguinte, se deveriam ser punidas da mesma forma. IV. Hoje em dia a craniometria não é mais considerada uma ciência, por conta de sua premissa ideológica que considera o crânio “branco” como o crânio padrão, aproximando ou afastando outros crânios desse modelo e, por conseguinte, da humanidade ou animalidade. Está correto o que se afirma apenas em: Resposta Selecionada: b. I, II, III e IV Resposta Correta: b. I, II, III e IV Feedback da resposta: Vimos que o conceito de raça originalmente se associa à questão da ancestralidade comum. Com o tempo, porém, passou a ser associado à cor de pele e a outras variáveis, supostamente dela variadas, como forma de nariz, lábios, olhos etc. Boa parte dessas reflexões vieram da pseudociência da craniometria, que hoje em dia, foi abandonada pela comunidade acadêmica por seu viés ideológico e sua proposta subjacente de provar a superioridade biológica da suposta raça branca sobre as outras duas supostas grandes raças: negra e amarela. Pergunta 3 0,25 em 0,25 pontos "Uma das características das práticas de discriminação indireta vigentes no Brasil é que ela costuma aparecer de maneira dissimulada, sendo por vezes de difícil identificação mesmo para aqueles que sofrem na pele os seus efeitos. Além da discriminação ser uma prática ilegal, com penalidades previstas em lei, também é sancionada negativamente no plano moral, e não é de bom tom demonstrar preconceito. Desse modo, mesmo quando não se trata de esconder intencionalmente o preconceito, ele se manifesta freqüentemente de maneira irrefletida e a falta de consciência do ator sobre suas atitudes preconceituosas eventualmente esboçadas não é de todo surpreendente." (OLIVEIRA, Luís R. Cardoso de. Racismo, direitos e cidadania. Estud. av., São Paulo, v. 18, n. 50, p. 81-93, Abr. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142004000100009&lng=en&nrm=iso>. Acessado em 20 Mar. 2018). A partir desse assunto, analise as afirmativas a seguir: O racismo é a justificação teórica utilizada para legitimar as ações políticas de discriminação. PORQUE O racismo pode ser evidenciado por meio de ações de abominação relacionado com indivíduos que pertencem a determinados grupo raciais. Analisando as proposições acima é possível concluir que: Resposta Selecionada: c. as duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. Resposta Correta: c. as duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. Feedback da resposta: O racismo parte da premissa de que há um grupo superior ao outro. Logo, ele é a justificação teórica utilizada para legitimar as ações política de discriminação, segregação, exclusão e eliminação baseada na ideia de que existem raças humanas com características determinadas e imutáveis, ou seja, recorrem a questão biológica para legitimar as ações. O racismo tanto pode evidenciado através de uma ação de abominação, comportamento de repulsa que se dá de ódio relacionado com as pessoas que pertencem a um determinado grupo racial cujos traços fenótipos como a cor da pele, o cabelo, o formato da boca, do nariz, entre outros. Como também pode ser representado por meio de um repertório de ideias e imagens referentes à população ou grupos humanos que se orientam a partir da ideia de que existem raças diferentes, umas superiores e outras inferiores. Também pode ser compreendida como o desejo de fazer prevalecer uma verdade, uma crença particular como universal, única, verdadeira. Pergunta 4 0,25 em 0,25 pontos Considerando o debate teórico e seus conhecimentos sobre a interculturalidade como uma maneira de intervenção, assinale a alternativa correta acerca dos cinco desafios postos no campo educacional contemporâneo: Resposta Selecionada: e. desconstruir o caráter monocultural e etnocêntrico; articular igualdade e diferença; resgatar o processo de construção das nossas identidades; promover experiências de interação com os outros; reconstruir a dinâmica educacional. Resposta Correta: e. desconstruir o caráter monocultural e etnocêntrico; articular igualdade e diferença; resgatar o processo de construção das nossas identidades; promover experiências de interação com os outros; reconstruir a dinâmica educacional. Feedback da resposta: Segundo Candau (2012) os cinco desafios no campo educacionalsão: desconstruir o caráter monocultural e etnocêntrico que está presente na escola, nas políticas educativas e nos currículos, reconhecendo o caráter desigual, discriminador e racista da nossa sociedade, da educação e de cada um de nós; articular igualdade e diferença, reconhecendo e valorizando a diversidade cultural, bem como as questões relativas à igualdade; resgatar o processo de construção das nossas identidades, considerando o processo de hibridização cultural e a formação de novas identidades culturais, operando nesse cenário com um conceito dinâmico e histórico de cultura; promover experiências de interação com os outros, propondo-nos a dialogar e construir sistematicamente ações sociais, religiosas, culturais, rompendo com toda tendência à guetização nas escolas; e, por último, tudo isso só se realizará se reconstruirmos a dinâmica educacional, repensando o currículo, a organização da escola, as linguagens, práticas didáticas, atividades extraclasses, relação com a comunidade e o papel e a formação do professor. Pergunta 5 0,25 em 0,25 pontos Segundo Mandela (2005), a sociedade não nasce odiando uma pessoa ou grupo por conta da cor da sua pele e é no contexto da cultura que a sociedade aprende a odiar. Dessa feita, se nós aprendemos a odiar, também podemos aprender a respeitar, a acolher e a celebrar as diferenças, reconhecendo o outro como verdadeiramente outro, em sua diversidade (e vice-versa). A partir desse entendimento, assinale a alternativa correta: Resposta Selecionada: c. racismo pode ser expresso de maneira individual ou institucional, sendo que no individual é caracterizado por atos de uma pessoa contra outra. Resposta Correta: c. racismo pode ser expresso de maneira individual ou institucional, sendo que no individual é caracterizado por atos de uma pessoa contra outra. Feedback da resposta: É comum observar que, no geral, as pessoas costumam negar que são preconceituosas. Mas, tem dificuldade em dizer que são negras, ao olharem para um indivíduo negro num carro de luxo imaginam que ele é motorista, numa abordagem policial, a pessoa negra é a primeira a ser revistada. Essas são ações que resultam do preconceito que permeia o nosso imaginário. O nosso processo de socialização que começa na nossa família e se amplia no convívio na escola, no espaço religioso que frequentamos, com os amigos, através das propagandas, novelas, filmes nos acompanha também na nossa vida profissional. Nesse contexto, as crianças aprendem com os adultos as práticas racistas. Pergunta 6 0,25 em 0,25 pontos A respeito dos conceitos de raça e etnia, avalie as proposições a seguir: I. No que diz respeito aos seres humanos, o termo raça não pode ser avaliado em seu sentido biológico, tendo em vista que, nesse aspecto, só existe a raça humana. II. Raça e etnia referem-se à constituição física de uma determinada população. Os europeus nórdicos, australianos e estadunidenses pertencem a uma mesma raça, pois possuem características físicas semelhantes, como cor da pele, cabelo e olhos. III. Quando se utiliza o termo raça para se referir a uma ou mais populações humanas, deve-se estar atento, pois o enfoque, nesses casos, é o aspecto sociocultural para diferenciar os grupos populacionais por características físicas e históricas. IV. O termo raça tem origem biológica, diferentemente do termo etnia, que tem origem biológica, religiosa e cultural. V. O termo etnia corresponde aos indivíduos que se diferenciam por sua especificidade sociocultural, refletida principalmente na língua, religião e maneiras de agir. Estão corretas as alternativas: Resposta Selecionada: d. I, III e V Resposta Correta: d. I, III e V Feedback da resposta: I, III e V. Quando se refere a grupos humanos, o termo “raça” não é compreendido em seu sentido biológico, mas em seus aspectos socioculturais. Já o termo “etnia” costuma definir as populações com base também em suas diferenciações culturais e linguísticas, envolvendo também tradições, religiões e outros elementos. Pergunta 7 0,25 em 0,25 pontos Leia o texto abaixo: “Na segunda metade do século XX, a tendência à superação das ideias racistas permitiu que diferentes povos e culturas fossem percebidos a partir de suas especificidades. Grupos de negros pressionaram pela adoção de medidas legais que garantissem a eles igualdade de condições e combatessem a segregação racial. Chegamos então ao ponto em que nos encontramos, tendo que tirar o atraso de décadas de descaso por assuntos referentes à África”. Marina de Mello e Souza. A descoberta da África. RHBN, ano 4, n. 38, novembro de 2008, p.72-75. Com esse texto e o conteúdo da Unidade 4 a respeito da questão racial em nosso país, é possível afirmar que: Resposta Selecionada: c. A autora quer dizer que devemos hoje operar cada vez mais com categorias além da especificidade da raça negra, da raça branca, da raça amarela e outras mais. Resposta Correta: c. A autora quer dizer que devemos hoje operar cada vez mais com categorias além da especificidade da raça negra, da raça branca, da raça amarela e outras mais. Feedback da resposta: O estudo da África passou a fazer sentido quando o racismo e as ideias de raça deixaram de fazer parte da linguagem científica, sendo considerados como mera construção ideológica. Pergunta 8 0 em 0,25 pontos Observe a imagem a seguir: Em 3 de julho de 2015, a jornalista Maria Julia Coutinho (Maju) sofreu ataques racistas na internet. Imediatamente muitos (famosos e anônimos) se mobilizaram em solidariedade, com a hasthag “Somos todos Maju” (#somostodosmaju). A tirinha acima mostra como esse episódio (que se repetiu com contornos parecidos desde então), embora aponte para a articulação das resistências por parte da população negra, trouxe também à tona outras faces de nosso racismo. As imagens que, na tirinha, retratam os dias 04 e 05 de julho nos colocam frente à maneira como lidamos com a alteridade no Brasil e nos levam a pensar sobre como podemos, a partir da educação mudar essa situação. Sobre esse processo, leia as assertivas a seguir: I. De forma geral, podemos dizer que lidamos com a alteridade (o outro) de três maneiras: como fonte de todo o mal; como sujeito pleno de um grupo cultural ou como alguém a ser tolerado. As imagens dos dias 04 e 05 de julho nos encaminham a pensar na primeira das três formas, a fonte de todo o mal. II. A escola, descolonizada em suas propostas pedagógicas, poderia levar, aos poucos, os estudantes a se afastarem dessa leitura do outro como a fonte de todo o mal e passarem a enxerga-lo como sujeito pleno de um grupo cultural. III. As mobilizações virtuais em relação a casos como o de Maju não têm papel eficaz nesse processo e não estão articuladas, de forma alguma, à questão da escola e seu papel na descolonização da leitura de mundo de nossa sociedade. Está correto apenas o que se afirma em: Resposta Selecionada: a. I e III Resposta Correta: c. I e II Feedback da resposta: Podemos pensar na questão da relação com o outro a partir de três prismas: o outro como fonte de todo o mal, como algo a ser tolerado ou sujeito pleno de um grupo cultural. Na tirinha, o dia 03 de julho e as manifestações geradas pelo ato racista, nos fazem pensar na terceira definição; já os dias 04 e 05 de julho, nos levam a pensar na primeira (fonte de todo o mal). A escola é um espaço em que podemos desconstruir esse pensamento sobre o outro como fonte de todo o mal e pode, efetivamente, ser auxiliada pela mídia e pelas redes sociais – que, por outro lado, podem também esconder a superficialidade do discurso. Pergunta 9 0,25 em 0,25 pontos Observe a imagem a seguir: Sobre ela, podemos afirmar que: Resposta Selecionada: c.Denuncia o espaço institucional do racismo brasileiro, que torna afrodescendentes mais vulneráveis socialmente e mais expostos à violência cotidiana. Resposta Correta: c. Denuncia o espaço institucional do racismo brasileiro, que torna afrodescendentes mais vulneráveis socialmente e mais expostos à violência cotidiana. Feedback da resposta: Ao se concentrar nos desejos das mães, a imagem traz uma denúncia do espaço institucional do racismo brasileiro, que torna afrodescendentes mais vulneráveis socialmente e mais expostos à violência cotidiana, inclusive por parte do Estado. Pergunta 10 0,25 em 0,25 pontos Pensado na “diversidade étnica, leia o texto a seguir. “[...] Na verdade, raça, no Brasil jamais foi um termo neutro; ao contrário, associou-se com frequência a uma imagem particular do país. Muitas vezes, na vertente mais negativa de finais do século XIX, a mestiçagem existente no país parecia atestar a falência da nação [...]” SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na intimidade. In: NOVAIS, Fernando & SCHWARCZ, Lilia Moritz (orgs.) História da Vida Privada no Brasil. Contrastes da intimidade contemporânea, São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 177. Marque V para as asserções verdadeiras e F para as falsas, assinalando, em seguida a alternativa que contenha a ordem correta de cima para baixo. ( ) Vigorou no Brasil, do século XIX, uma visão elitista que privilegiava a cor branca e via na mistura de raças a causa de seu atraso. ( ) Os termos raça e etnia se equivalem. Ambos fazem referência à composição de grupos de pessoas com características fisiológicas e biológicas comuns. ( ) Os estudos centrados na noção de raça classificam a humanidade por meio da seleção natural e da organização genética. ( ) Por ser o Brasil o país com o maior número de negros e afrodescendentes depois do continente africano, não é pertinente discutir no Brasil o racismo. ( ) Nas décadas seguintes à abolição da escravatura, a integração dos negros à sociedade brasileira foi marcada pela adoção de mecanismos de inclusão que resultaram, recentemente, na implantação das chamadas políticas de ação afirmativa. Resposta Selecionada: b. V, F, V, F, F Resposta Correta: b. V, F, V, F, F Feedback da resposta: V, F, V, F, F. O termo “raça” corresponde ao um conceito ideológico muito utilizado entre os séculos XIX e XX para diferenciar as populações por meio de critérios fenotípicos. Tal conceito caiu em desuso na medicina, por se demonstrar equivocado, mas continua presente no imaginário social. Sendo assim, a luta contra o racismo acontece colocando o termo em debate e demonstrando o quanto que ele carrega em si uma visão elitista e preconceituosa. Como nunca houve, no Brasil, políticas que impedissem a reprodução da pobreza da população de cor negra gerada pela escravidão, atualmente tem-se lutado pela implantação das políticas afirmativas. Quinta-feira, 13 de Setembro de 2018 00h19mi