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Conteudo EAD em PDF Apostila LOGISTICA HOSPITALAR

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LOGÍSTICA HOSPITALAR 1 
Apresentação ................................................................................................................................ 8 
Aula 1: Logística e a logística hospitalar ........................................................................................ 9 
 ............................................................................................................................. 9 Introdução
 .............................................................................................................................. 10 Conteúdo
Histórico da logística ....................................................................................................... 10 
Origem e definição .......................................................................................................... 10 
Importância da logística na guerra .............................................................................. 11 
Na prática .......................................................................................................................... 11 
Exemplo prático ............................................................................................................... 12 
Quatro pilares interdependentes .................................................................................. 13 
Gestão hospitalar ............................................................................................................. 14 
Importância da logística empresarial ........................................................................... 14 
Atividades logísticas ........................................................................................................ 15 
Atividades primárias ........................................................................................................ 15 
Atividades de apoio ......................................................................................................... 17 
Competência logística .................................................................................................... 18 
Missão da logística ........................................................................................................... 19 
Serviço Logístico .............................................................................................................. 19 
Nível de Serviço ............................................................................................................... 20 
Relação Nível de Serviço x Custo ................................................................................. 20 
Logística hospitalar .......................................................................................................... 21 
A cadeia de suprimentos hospitalar ............................................................................. 22 
Encerramento ................................................................................................................... 23 
Atividade proposta .......................................................................................................... 23 
........................................................................................................................... 24 Referências
 ......................................................................................................... 25 Exercícios de fixação
Notas ........................................................................................................................................... 29 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 29 
 ..................................................................................................................................... 29 Aula 1
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 29 
Aula 2: Planejamento do suprimento ......................................................................................... 32 
 ........................................................................................................................... 32 Introdução
 .............................................................................................................................. 33 Conteúdo
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 2 
Contextualização ............................................................................................................. 33 
O nível estratégico ........................................................................................................... 33 
O nível estratégico ........................................................................................................... 36 
Nível estrutural ou tático ................................................................................................ 36 
O sistema produtivo de uma OH .................................................................................. 36 
Nível operacional ............................................................................................................. 38 
Razões para a previsão das necessidades de uma organização hospitalar ......... 38 
Gestão da demanda ........................................................................................................ 39 
Métodos quantitativos de previsão da demanda ...................................................... 42 
Reflexão ............................................................................................................................. 45 
Atividade proposta .......................................................................................................... 45 
Atividade proposta .......................................................................................................... 46 
........................................................................................................................... 47 Referências
 ......................................................................................................... 47 Exercícios de fixação
Notas ........................................................................................................................................... 52 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 53 
 ..................................................................................................................................... 53 Aula 2
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 53 
Aula 3: Gestão dos estoques ....................................................................................................... 56 
 ........................................................................................................................... 56 Introdução
 .............................................................................................................................. 57 Conteúdo
Gerência de estoque ....................................................................................................... 57 
Visão financeira dos estoques ....................................................................................... 58 
Função dos estoques ...................................................................................................... 59 
Planejamento dos estoques .......................................................................................... 59 
Classificação dos estoques ............................................................................................ 60 
Ferramentas para a gestão dos estoques ...................................................................61 
Metodologia de construção – curva ABC ................................................................... 63 
Criticidade ......................................................................................................................... 64 
Métodos para controle de estoques ............................................................................ 65 
Métodos das quantidades fixas ..................................................................................... 66 
Método das revisões periódicas .................................................................................... 69 
Avaliação de estoques .................................................................................................... 69 
Exemplo prático ............................................................................................................... 70 
Encerramento ................................................................................................................... 72 
Atividade proposta .......................................................................................................... 72 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 3 
........................................................................................................................... 72 Referências
 ......................................................................................................... 73 Exercícios de fixação
Notas ........................................................................................................................................... 77 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 77 
 ..................................................................................................................................... 77 Aula 3
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 77 
Aula 4: Gestão dos estoques ....................................................................................................... 81 
 .............................................................................................................................. 82 Conteúdo
Função de compras ......................................................................................................... 82 
Objetivos principais ......................................................................................................... 82 
O Papel estratégico de compras ................................................................................... 83 
Centralização e descentralização de compras .......................................................... 85 
Duas estratégias básicas ................................................................................................. 86 
O perfil do setor de compras ......................................................................................... 87 
Compradores: reativos ou proativos ........................................................................... 87 
Atributos desejáveis ao perfil dos profissionais ......................................................... 88 
Consultor interno ............................................................................................................ 89 
O Processo de compras.................................................................................................. 90 
Recebimento e análise das requisições de compras ................................................ 90 
Seleção de fornecedores ................................................................................................ 91 
Mapa comparativo ........................................................................................................... 91 
Negociação das condições ............................................................................................ 92 
Emissão da documentação ........................................................................................... 93 
Gestão do Fornecimento ou Diligenciamento .......................................................... 94 
Recebimento e aceitação ............................................................................................... 94 
Compras no setor público ............................................................................................. 95 
Atividade proposta .......................................................................................................... 95 
........................................................................................................................... 96 Referências
 ......................................................................................................... 97 Exercícios de fixação
Notas ......................................................................................................................................... 100 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 100 
 ................................................................................................................................... 100 Aula 4
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 100 
Aula 5: Licitações ....................................................................................................................... 104 
 ............................................................................................................................ 105 Conteúdo
Considerações iniciais .................................................................................................. 105 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 4 
Aquisições em instituições públicas .......................................................................... 105 
Três pilares básicos ....................................................................................................... 106 
A legislação ainda contempla circunstâncias especiais ......................................... 107 
Quadro-resumo das principais características ........................................................ 108 
O edital ............................................................................................................................. 109 
Na aquisição de medicamentos - edital ................................................................... 109 
Editais para a compra de equipamentos ................................................................... 110 
Especificação dos bens ................................................................................................. 110 
Edital de pregão eletrônico nº 012/2013 ................................................................... 111 
Sistema de Registro de Preços .................................................................................... 111 
Hipóteses ......................................................................................................................... 112 
Do Procedimento e Julgamento das Licitações ...................................................... 113 
O Portal de Compras do Governo Federal (Comprasnet) ..................................... 114 
O portal de compras do Governo Federal (Comprasnet) ...................................... 114 
Encerramento ................................................................................................................. 115 
Atividade proposta ........................................................................................................ 115 
......................................................................................................................... 116 Referências....................................................................................................... 117 Exercícios de fixação
Notas ......................................................................................................................................... 122 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 122 
 ................................................................................................................................... 122 Aula 5
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 122 
Aula 6: Terceirização aplicada à área de saúde ........................................................................ 125 
 ............................................................................................................................ 126 Conteúdo
Custos operacionais (eficiência) e eficácia (competitividade) .............................. 126 
A Terceirização .............................................................................................................. 126 
A Terceirização sob o Enfoque das Empresas Modernas ...................................... 126 
Atividades mais indicadas para a terceirização ....................................................... 127 
Fundamento teóricos .................................................................................................... 128 
Início da terceirização no Brasil .................................................................................. 128 
Empresas brasileiras e a terceirização ....................................................................... 129 
Porque Terceirizar? ....................................................................................................... 129 
Flexibilidade gerencial ................................................................................................... 130 
Problemas frequentes ................................................................................................... 130 
Qualidade, preço, prazo, e inovação.......................................................................... 131 
Concentração de Fornecedores x Relacionamento ............................................... 131 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 5 
Consenso na literatura.................................................................................................. 132 
Alguns problemas enfrentados ................................................................................... 132 
Profissionais com o perfil exigido ............................................................................... 133 
Os contratos e sua gestão ............................................................................................ 134 
O Contrato, e a sua importância ................................................................................ 134 
O Contrato ...................................................................................................................... 135 
Elementos Essenciais do Contrato ............................................................................. 135 
A Importância da Gestão de Contratos ..................................................................... 137 
Tipos de contratos ......................................................................................................... 137 
Integração entre Gestão e Fiscalização de Contratos ............................................ 138 
Quem Cala Consente? .................................................................................................. 139 
Integração entre Gestão e Fiscalização de Contratos ............................................ 140 
A Fiscalização de Contratos na Lei nº 8.666/1993 (Administração Pública) ...... 141 
Atividade proposta ........................................................................................................ 142 
Atividade proposta ........................................................................................................ 142 
Atividade proposta ........................................................................................................ 142 
......................................................................................................................... 143 Referências
 ....................................................................................................... 143 Exercícios de fixação
Notas ......................................................................................................................................... 147 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 147 
 ................................................................................................................................... 147 Aula 6
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 147 
Aula 7: Armazenamento e distribuição ..................................................................................... 150 
 ............................................................................................................................ 151 Conteúdo
Armazenar ou estocar? ................................................................................................. 151 
Armazenagem de produtos ......................................................................................... 151 
Instalações de armazenagem ..................................................................................... 152 
Centros de distribuição ................................................................................................ 152 
Crossdocking: o que é? ................................................................................................ 152 
Principais vantagens da utilização de centros de distribuição ............................. 154 
Layout dos centros de distribuição ............................................................................ 155 
Esquema lógico .............................................................................................................. 156 
Tecnologia aplicada às organizações de saúde .......................................................... 161 
Códigos de barras ........................................................................................................... 162 
Como é feita a codificação em barras? ........................................................................ 164 
Estrutura do código de barras ..................................................................................... 165 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 6 
RFID (Radio Frequency Identification) ....................................................................... 166 
Recursos de rastreamento de cargas via satélite .................................................... 168 
Reflexão ........................................................................................................................... 169 
Sistemas de Gestão de Centros de Distribuição ou Warehouse Management 
System (WMS) ................................................................................................................. 170 
Objetivos básicos de um WMS .................................................................................... 170 
Input x Output de um WMS ......................................................................................... 171 
Implantação de um WMS ............................................................................................. 172 
Atividade proposta ........................................................................................................173 
......................................................................................................................... 173 Referências
 ....................................................................................................... 174 Exercícios de fixação
Notas ......................................................................................................................................... 177 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 177 
 ................................................................................................................................... 177 Aula 7
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 177 
Aula 8: Controle de materiais .................................................................................................... 181 
 ............................................................................................................................ 182 Conteúdo
A armazenagem de materiais ..................................................................................... 182 
Área de carga e descarga ............................................................................................. 182 
A central .......................................................................................................................... 182 
Recepção de medicamentos ....................................................................................... 183 
Materiais médico-hospitalares .................................................................................... 184 
Embalagem de materiais .............................................................................................. 185 
Características das embalagens mais comuns ........................................................ 185 
Alguns cuidados com a forma de manusear e de acondicionar o estoque ...... 187 
Guarda e preservação de materiais na farmácia hospitalar .................................. 188 
Principais aspectos relacionados ao armazenamento de medicamentos na 
farmácia hospitalar ........................................................................................................ 188 
Controle de material ..................................................................................................... 189 
Inventários ...................................................................................................................... 193 
Definição de inventários ............................................................................................... 194 
Acurácia do estoque ..................................................................................................... 194 
Tipos de inventários ...................................................................................................... 195 
Finalidade dos inventários ........................................................................................... 196 
Procedimentos ............................................................................................................... 196 
Atividade proposta ........................................................................................................ 196 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 7 
......................................................................................................................... 197 Referências
 ....................................................................................................... 197 Exercícios de fixação
Notas ......................................................................................................................................... 202 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 202 
 ................................................................................................................................... 202 Aula 8
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 202 
Conteudista ............................................................................................................................... 205 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 8 
 
Sabemos que as Organizações Hospitalares (OHs) têm como principal objetivo 
prover o bem-estar e a recuperação da saúde de seus pacientes. Em termos 
logísticos, uma OH não difere muito dos demais tipos de organização. O que as 
distingue é o grau de prioridade atribuído a uma ou a outra atividade, pois a 
falta de um recurso (profissional, equipamento, suprimentos, e outros) pode 
inviabilizar as atividades e causar danos irreparáveis à vida de um ser humano. 
Nesse contexto, a logística será tratada de modo geral, mas com uma 
abordagem voltada para a gestão de OHs, principalmente nas questões que 
envolvam prioridades nas decisões gerenciais e a otimização de recursos, cada 
vez mais escassos. 
 
Nesta aula, abordaremos diversos aspectos da logística hospitalar, 
principalmente os relacionados à administração de materiais dos sistemas de 
saúde, desde o levantamento das necessidades até a efetiva entrega aos 
usuários, com foco em definições, conceitos, princípios modelos, métodos e 
ferramentas destinados a racionalizar as operações e otimizar os resultados. 
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 
 
1. Aplicar os fundamentos da gestão de logística hospitalar; 
2. Analisar os processos para aquisição, armazenamento, distribuição e controle 
de insumos e equipamentos hospitalares com qualidade, eficiência e segurança; 
3. Identificar as principais ferramentas de apoio à gestão da logística 
hospitalar. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 9 
Introdução 
Nesta aula, abordaremos o tema “Planejamento do Suprimento” a partir da 
divisão clássica dos níveis estratégico, tático e operacional em organizações 
hospitalares. A partir daí, começaremos a tratar de questões mais técnicas 
relacionas à logística, em que analisaremos as demandas de uma OH e os 
métodos quantitativos adotados para a sua previsão. Por fim, apresentaremos 
um caso ilustrativo que servirá de base para uma atividade prática. 
 
Objetivo: 
1. Apresentar noções gerais sobre o planejamento da atividade de suprimento 
nas organizações em geral e nas organizações hospitalares, especificamente; 
2. Conhecer as demandas de uma Organização Hospitalar e os métodos 
quantitativos adotados para a sua previsão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 10 
Conteúdo 
Histórico da logística 
Nos dias atuais, muito se tem ouvido falar sobre o tema logística, mas o que 
realmente significa essa palavra? As literaturas disponíveis apresentam uma 
rápida evolução do tema. 
 
Na prática, a logística representa o elo entre todas as expectativas geradas 
pelos demais setores das organizações, inclusive das pertencentes ao setor de 
saúde, uma vez que durante todo o processo de desenvolvimento ou na fase 
final de qualquer produto e/ou serviço, está sempre presente e à disposição 
todos os dias da semana, durante todo ano. 
 
Na prática, a logística representa o elo entre todas as expectativas geradas 
pelos demais setores das organizações, inclusive das pertencentes ao setor de 
saúde, uma vez que durante todo o processo de desenvolvimento ou na fase 
final de qualquer produto e/ou serviço, está sempre presente e à disposição 
todos os dias da semana, durante todo ano. 
 
Podemos comparar a logística ao lubrificante de um equipamento, de cuja 
importância somente lembramos quando este parapor falta de lubrificação. 
Nesse contexto, percebe-se claramente a importância do tema para a 
continuidade das atividades das organizações em geral, uma vez que a logística 
se apresenta como uma atividade fundamental para garantir a sobrevivência de 
qualquer empresa, em qualquer segmento que esteja atuando. 
 
Origem e definição 
A logística é conceituada de diversas formas, desde o conceito tradicional de 
administração de material, vigente nos anos 1970, até a visão contemporânea 
da gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management). De que a 
logística está associada às grandes estratégias de guerra e conquistas não 
temos dúvidas, não é mesmo? 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 11 
Nesse contexto, surge uma primeira definição: 
Logística Militar é a componente da arte da guerra que tem como propósito 
obter e distribuir às Forças Armadas os recursos de pessoal, material e serviços 
em quantidade, qualidade, momento e lugar por elas determinados, 
satisfazendo as necessidades na preparação e na execução de suas operações 
exigidas pela guerra. 
 
Importância da logística na guerra 
Mas qual a importância da logística na guerra? 
Para responder a essa pergunta, vamos recorrer a algumas frases de famosos e 
dados reais: 
 
“Estive a 12 Km de Bologna. Não a tomei por dez razões. A primeira: porque 
não tinha munição nem combustível. As outras nove são secundárias”. 
(PATTON, II Guerra Mundial) 
 
“Na realidade, as batalhas começam, terminam e são decididas pela Logística. 
Eu perdi a da África porque não a tinha.” 
(ROMMEL, II Guerra Mundial) 
 
Dos U$ 28 Bilhões gastos na operação “IraqiFreedom” (Guerra do Iraque em 
2003), U$ 14,2 Bi foram para operações de suprimento e U$ 4,9 Bi para custos 
de transporte.”... Ou seja, 70%! 
 
“Na Prática: 
A Logística não ganha a guerra, mas ajuda a perder!” 
 
Na prática 
Saindo do campo militar e adentrando ao campo empresarial, a logística, 
apesar de conceitualmente, um pouco diferente, assume igual e relevante papel 
estratégico: 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 12 
 
1 -“A Logística Estratégica é um processo de planejamento, implementação e 
controle da eficiência e eficácia do fluxo e armazenamento de materiais 
(matéria-prima, em processo, e acabados) e informação relacionada do ponto 
de origem ao ponto de destino com o propósito de satisfazer as necessidades 
do consumidor”. 
 
2 - Tradicionalmente, a logística é entendida como o processo de planejar, 
implementar e controlar, eficientemente, a aquisição, a estocagem, a 
movimentação de materiais e as informações relativas a essas atividades, desde 
o surgimento das necessidades, até o atendimento destas, finalizando com o 
descarte do material requisitado, após a sua utilização, a um custo mínimo. 
 
3 - Outro conceito mais amplo da logística trata do movimento, em todos os 
sentidos, de materiais, serviços, recursos financeiros, pessoas e informações, 
nos ambientes inter e intraempresarial, com eficácia (alcance de objetivos), 
eficiência (otimização de recursos) e efetividade (compromisso com o social e 
com o meio ambiente). 
 
Exemplo prático 
Para ilustrar melhor os conceitos de eficácia, eficiência e efetividade, vamos a 
um exemplo prático: 
 
Determinado governo, ao detectar o grave problema na área de saúde 
relacionado à precariedade dos serviços prestados aos cidadãos, elaborou um 
Planejamento Estratégico contemplando o seguinte objetivo: “Melhorar os 
atendimentos até ano X.” 
 
Meta traçada: Construir 100 novos hospitais em todo o país até ano X, a um 
custo estimado de R$ 100.000.000,00. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 13 
Ao chegar no ano X, o governo fez um levantamento e obteve a informação de 
que foram construídos 100 hospitais a um custo de R$ 80.000.000,00. 
 
Conclusões: 
Em relação à construção dos hospitais, podemos afirmar que o Governo foi 
eficaz, pois alcançou a meta estipulada. Foi eficiente, pois o fez utilizando 
menos recursos. Entretanto, não foi efetivo, pois constatou que a simples 
construção dos hospitais, não significou, na prática, melhoria de atendimentos, 
que envolve outros fatores até então não contemplados. 
 
Quatro pilares interdependentes 
Retomando aos conceitos de logística, outra forma de abordá-la é visualizá-la 
segundo quatro pilares interdependentes: 
 
A infraestrutura é o pilar físico desse conceito, significando a disponibilidade de 
meios de transportes, de comunicações, de energia, e de outros componentes 
que possibilitam alcançar os objetivos logísticos. 
 
Em linhas gerais, tomando como base o setor de transportes, é necessário que 
as organizações, inclusive as de saúde, disponham de rodovias, ferrovias, 
hidrovias e aerovias operantes e a custos competitivos. 
 
Tecnologia engloba os recursos que tornam possível o melhor uso da 
infraestrutura logística. Dentre as principais aplicações utilizadas podemos 
destacar: o código de barras, as etiquetas inteligentes (RFID), os satélites de 
comunicação, os softwares embarcados em veículos e conectados via satélite 
(GPS), os sistemas integrados de gestão (ERP) e outros que vêm surgindo 
graças à velocidade da TI moderna. 
 
Abordaremos mais aprofundadamente essas tecnologias na nossa aula 7 
quando tratarmos das suas aplicabilidades voltadas, principalmente, à 
Armazenagem e Distribuição. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 14 
 
De todos, o mais importante é o dono do conhecimento: as pessoas, sem as 
quais não seria possível utilizar a tecnologia para movimentar a Cadeia de 
Suprimentos dentro da infraestrutura logística. 
 
No setor de saúde, essas pessoas, de formação diferenciada – médicos, 
enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, farmacêuticos, bioquímicos, 
psicólogos, assistentes sociais, instrumentadores, auxiliares de enfermagem, 
técnicos de laboratórios, operadores de Raio-X, motoristas de ambulância, 
administradores, engenheiros, mecânicos e muitos outros profissionais – são os 
responsáveis pelo alcance dos objetivos da logística na área de saúde: prestar o 
melhor serviço ao cliente, sendo eficaz e eficiente, e com responsabilidade 
social. 
 
Gestão hospitalar 
Na gestão hospitalar, é essencial que todas essas pessoas trabalhem em 
equipe, de modo que o resultado individual de seus esforços seja apenas parte 
de um conjunto sinérgico, como estabelece o modelo conceitual apresentado. 
 
E você, sabe o que é sinergia? 
É somar forças, buscando a integração entre as partes envolventes de uma 
organização, fazendo com que todos foquem no mesmo objetivo, de forma que 
o todo seja maior que o somatório das partes. 
 
Importância da logística empresarial 
Ballou (2011) evidencia a importância da logística empresarial da seguinte 
maneira: 
 
A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível 
de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, 
através do planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de 
movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 15 
A logística é um assunto vital. 
 
É um fato econômico que tanto os recursos quanto os seus consumidores estão 
espalhados numa ampla área geográfica. Além disso, os consumidores não 
residem próximos donde os bens ou produtos estão localizados. 
 
Este é o problema enfrentado pela logística: diminuir o hiato entre a 
produção e a demanda, de modo que os consumidores tenham bens e 
serviços quando e onde quiserem, e na condição física que desejarem. 
 
Atividades logísticas 
As atividades a serem gerenciadas que compõem a logística empresarial variamde acordo com cada organização, mas de uma forma geral, podem ser 
classificadas em: 
 
Primárias (ou Atividades-Chaves), que envolvem: 
 Transportes; 
 Manutenção de Estoques; 
 Processamento de Pedidos. 
 
Ou Atividades de Apoio (ou de Suporte), que envolvem: 
 Transporte; 
 Movimentação de materiais; 
 Armazagem; 
 Processamento de pedidos; 
 Gerenciamento de informações. 
 
Atividades primárias 
Também chamadas de atividades-chave, correspondem às mais relevantes no 
ambiente da Logística e, que, além disso, participam com os maiores 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 16 
percentuais nos custos logísticos, abrangendo as atividades de transportes, 
manutenção de estoques e processamento de pedidos. 
 
Transportes 
É a atividade relacionada à movimentação de itens (matérias-primas ou 
produtos). Sua importância é percebida, também por assumirem, em geral, o 
maior percentual dos custos logísticos totais. 
 
Geralmente nos referimos aos transportes como uma atividade que agrega 
valor de “lugar” ao produto, pois posiciona-o para atender a demanda. 
 
Existem vários sistemas para se movimentar produtos: o sistema rodoviário, o 
sistema ferroviário e o sistema aeroviário. Tais sistemas e seus subsistemas 
serão estudados posteriormente. 
 
Manutenção de Estoques 
É a atividade relacionada à disponibilização de produtos aos clientes, a imediata 
entrega, de acordo com suas necessidades (demanda), o que só é possível, 
normalmente, com a manutenção de níveis mínimos de estoques dos produtos. 
Pode-se dizer que os estoques funcionam como “amortecedores” entre a oferta 
e a demanda, pois evitam que pedidos efetuados pelos clientes deixem de ser 
atendidos (quebra ou ruptura de estoque). 
 
Geralmente nos referimos à manutenção de estoques como uma atividade que 
agrega valor de “tempo”, pois disponibiliza o produto na hora que o cliente o 
deseja. 
 
Processamento de Pedidos 
Em linhas gerais, corresponde à atividade que dá partida ao fluxo e 
movimentação de produtos em razão dos pedidos dos clientes. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 17 
Essa atividade associada ao transporte e à manutenção de estoques forma o 
que pode ser denominado de: “Ciclo Crítico das Atividades Logísticas”. 
 
Atividades de apoio 
Corresponde às atividades que dão o suporte às atividades primárias, visando 
ao atendimento do objetivo da redução de distâncias entre a demanda e a 
produção, para a perfeita satisfação dos clientes. São atividades de apoio: 
 
Armazenagem 
Os dois papéis da Armazenagem são: 
O papel operacional (visão interna): englobando os processos voltados para 
estocagem, movimentação e processamento de produtos e informações. 
 
O papel estratégico (visão externa): visando a atender de forma eficaz 
mercados geograficamente distantes, procurando criar valor para os clientes. 
 
Segundo Ballou (2011), “refere-se à administração do espaço necessário para 
manter estoques”. Tal administração de espaços busca a otimização, 
transitando, em consequência, em discussões que envolvem problemas de: 
localização, dimensionamento de área, arranjo físico, configuração de 
armazéns, entre outros. 
 
Manuseio de Materiais 
Basicamente, corresponde à atividade de movimentação dos produtos no local 
da armazenagem, desde o recebimento de mercadorias, no ponto de 
recebimento do depósito, sua movimentação até o local de armazenagem e, 
por fim, a movimentação do ponto de armazenagem até o ponto de despacho. 
 
Embalagem de Proteção 
Tem como finalidade a proteção dos produtos e das mercadorias, 
possibilitando: 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 18 
• A movimentação de produtos sem quebras ou danos; e 
 
• A otimização das atividades de Manuseio e Armazenagem. 
 
Obtenção 
Corresponde ao fluxo de entrada dos produtos, deixando-os disponíveis para o 
sistema logístico. 
 
Segundo Ballou (2011), “a obtenção trata da seleção das fontes de suprimento, 
das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma 
pela qual o produto é comprado”. 
 
Programação do Produto 
Corresponde ao “fluxo de saída” (distribuição), atentando para as quantidades 
que devem ser produzidas, quando e onde devem ser fabricadas. 
 
Manutenção da Informação 
Em linhas gerais, corresponde à manutenção de uma base de dados para o 
planejamento e o controle da logística, envolvendo, entre outros, informação 
sobre clientes, volume de vendas, níveis de estoque etc. 
 
Trabalhando integradas, o bom desempenho das atividades de apoio e as 
atividades primárias da logística responsáveis pela excelência logística de 
qualquer organização. 
 
Competência logística 
É decorrente de uma avaliação comparativa entre organizações da capacidade 
de fornecer ao cliente um serviço superior ao menor custo total possível. O 
pacote de serviços oferecidos por empresas que apresentam uma logística de 
vanguarda é tipicamente caracterizado por capacitações logísticas alternativas, 
com ênfase no controle operacional, flexibilidade, capacidade de postergação, 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 19 
agilidade e acima de tudo, no compromisso de atingir um nível de desempenho 
que implique em um serviço perfeito. (BOWERSOX; CLOSS, 2001). 
 
Missão da logística 
Atingir uma qualidade predefinida de serviço ao cliente por meio de uma 
competência operacional no seu estado da arte é uma tarefa árdua. O desafio é 
equilibrar as expectativas de serviço e os gastos de modo a alcançar os 
objetivos do negócio (Serviço Logístico x custos). 
 
“Dispor a mercadoria ou o serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas 
condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à 
empresa” (BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J., 2010; BALLOU, 2001). 
 
Serviço Logístico 
O Serviço Logístico é o conjunto de atividades realizadas para atender às 
necessidades de clientes, que as empresas procuram a diferenciação, 
principalmente em pontos como cumprimento de prazos, entregas sem erros, 
pedidos perfeitos e uma ampla gama de atributos de serviço que vão além dos 
requisitos convencionais ligados a prazos e quantidades atendidas. 
 
Disponibilidade do Produto: Dispor de estoques para atender às constantes 
necessidades dos clientes em termos de materiais e produtos (BOWERSOX e 
CLOSS, 2011). 
 
Desempenho Operacional: O desempenho operacional refere-se ao tempo 
incorrido desde o pedido da mercadoria até a entrega da mesma ao consumidor 
final (BOWERSOX e CLOSS, 2011). 
 
Confiabilidade do Serviço: mede a pontualidade das entregas, isto é, o 
efetivo cumprimento dos prazos de entregas previamente acordados com os 
clientes (BOWERSOX e CLOSS, 2011). 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 20 
Em suma, o serviço logístico representa um equilíbrio entre prioridade e custo. 
 
Nível de Serviço 
Poderíamos citar definições diferenciadas para Nível de Serviço, porém 
escolhemos a de Ronald H. Ballou (2011), que afirma: 
 
“Nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é 
gerenciado”, “é o tempo necessário para se entregar um pedido ao cliente”. 
 
Fica evidente, então, que o Nível de Serviço pode ser o grande diferencial entre 
concorrentes que atuam no mesmo ramo. 
 
Dentre os fatores que ratificam a importância do nível de serviço, podemos 
destacar o fato de: 
 
• Influenciar a escolha do cliente; 
• Ser elemento de satisfação do cliente; 
• Impactar nas vendas em comparação com os níveis oferecidos pela 
concorrência; em geral, corresponderem a menores custos de estoque; etc. 
 
Importante: Quando o nível de serviço já se encontrar em patamar elevado,sua melhoria, em geral, pode ser mais custosa, devendo ser analisada quanto a 
ser ou não implementada. 
 
Relação Nível de Serviço x Custo 
Diante de critérios competitivos, custo e nível de serviço, encontramos um 
exemplo clássico de trade-off logístico. 
 
Trade-off: análise ou troca compensatória, na sua forma básica. O resultado 
incorre em um aumento de custos em determinada área com o intuito de obter 
uma vantagem em relação à outras. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 21 
A relação nível de serviço-custos logístico é claramente um exemplo de trade-
off, uma vez que a busca por maiores níveis de serviço provocará, em geral, 
aumento dos custos.” 
 
Logística hospitalar 
Sabemos que a logística tem cumprido papel fundamental na gestão hospitalar, 
seja na redução de custos, seja no aumento da confiabilidade do sistema de 
abastecimento hospitalar. 
 
Diante desse cenário, podemos conceituar a logística hospitalar como sendo o 
processo de gerenciamento estratégico de diversas atividades logísticas como 
compras, movimentação e armazenagem de materiais médico-hospitalares (por 
exemplo, medicamentos) e outros materiais necessários ao funcionamento da 
unidade hospitalar, visando à restauração da saúde ou à preservação da vida 
dos clientes (pacientes) com qualidade, custo baixo e retorno satisfatório para a 
organização. 
 
É fácil perceber que os hospitais precisam estar prontos para cuidar de suas 
demandas e que, em situações críticas, a competência da organização 
hospitalar é testada. 
 
Como exemplos práticos, podemos citar a área de gerenciamento de estoque 
que deve estar preparada para responder às necessidades de todos pacientes, 
em especial dos que ingressam pela porta da emergência, sem marcar hora. 
 
Essa demanda, praticamente imprevisível, dá a complexidade da atividade 
médico-hospitalar. Nesse contexto, essa responsabilidade é que torna a 
eficiência e eficácia do gerenciamento de estoques essencial para o sucesso dos 
objetivos de um hospital. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 22 
Nesse contexto, a necessidade de inovar a logística de qualquer hospital 
relaciona-se intimamente a um fato vital: vida do paciente muitas das vezes 
depende da eficiência e da eficácia da logística hospitalar. 
 
Aliado a tudo isso, para o sucesso da logística hospitalar, principalmente para 
as organizações de grande porte, é fundamental a existência de um eficiente 
sistema informatizado para gerenciar as suas diversas atividades logísticas. 
 
A cadeia de suprimentos hospitalar 
 
 
Ao observamos um sistema de saúde a partir do complexo hospitalar, podemos 
associar a maioria de suas atividades de natureza logística a uma cadeia típica 
da maioria das organizações, como ilustra a figura a seguir. 
 
Entretanto, na cadeia de suprimentos de uma organização de saúde existem 
características que a tornam complexa, principalmente relacionadas à(s): 
 
• Necessidades de produtos que envolvam alta tecnologia; 
• Aquisição ou manutenção de equipamentos específicos; 
• Armazenagem, manuseio e gestão de itens especiais; 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 23 
• Prazos de validade de medicamentos; 
• Serviços de hospedagem, lavanderia e outros. 
 
Encerramento 
Nesta aula, compreendemos a importância da Logística para as organizações 
em geral e, principalmente, para as organizações da área de saúde. 
 
Na próxima aula, serão apresentadas as características mais importantes do 
suprimento nos sistemas de saúde, incluindo desde considerações sobre 
questões estratégicas até uma visão macro do funcionamento do sistema 
hospitalar. 
 
Atividade proposta 
Leia a reportagem a seguir e discorra sobre a importância da logística na área 
de saúde. 
 
MP processa Londrina por falta de medicamentos e irregularidades 
 
Havia também armazenagem inadequada de soro fisiológico vencido. 
 
Prefeitura se manifestou formalmente, mas não convenceu Promotoria. 
 
A Prefeitura de Londrina, no norte do Paraná, foi acionada pelo Ministério 
Público (MP) do estado por falta de medicamentos da Relação Nacional. Havia 
também armazenagem inadequada de, por exemplo, soro fisiológico vencido. A 
lista de irregularidades redigida pela Promotoria soma 17 itens, retirados 
principalmente de relatórios da Vigilância Sanitária. 
 
As denúncias contra a Central de Abastecimento Farmacêutico de Londrina 
(Centrofarma) chegaram ao MP, segundo a Promotoria, em setembro de 2011. 
A prefeitura chegou a se manifestar formalmente, mas as explicações foram 
consideradas insuficientes. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 24 
O promotor de defesa de saúde pública Paulo Tavares pediu à Justiça que haja 
decisão liminar. 
Fonte: G1 
 
Chave de resposta: Com base no pequeno texto que evidencia equívocos 
logísticos, percebemos o quão importante é a logística hospitalar. Primeiro, sob 
a ótica comum a qualquer organização, em termos de custos envolvidos. 
Segundo, e mais importante, porque problemas como esse podem custar a 
saúde ou a vida de um paciente (cliente). 
 
A Atividade de Transplante de Órgãos é um dos produtos da organização 
hospitalar de ponta. Envolve uma logística complexa, coordenada em conjunto 
pela Central de Notificação, Capacitação e Distribuição de Órgãos ou Central de 
Transplantes (CNCDO), e pela Organização de Procura de Órgãos (OPO). Com 
base no exposto, reflita sobre as atividades de uma ação logística relacionada a 
um transplante de órgão, focando os integrantes da cadeia logística, bem como 
os principais processos logísticos envolvidos. 
 
Chave de resposta: Numa ação logística de referente à cadeia de suprimento 
de um transplante de órgãos, devemos considerar a participação dos seguintes 
integrantes da Cadeia Logística: Doador, Receptor, Equipe Médica, Hospitais, 
CNCDO, OPO e Equipe de Transplante. Além disso, diversas são as atividades 
que devem ser objeto de preocupação por parte dos gestores, desde a remoção 
do doador, passando pela mobilização, desmobilização e transporte da equipe 
de transplante, por atuação de fornecedores e prestadores de serviços afins 
(materiais e equipamentos para retirada do órgão), até o transplante em si. 
Nesse contexto, destacam-se algumas atividades logísticas relacionadas a 
aquisições, transportes e armazenagem. 
 
Referências 
BALLOU, R.H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais 
e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2011. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 25 
BOWERSOX, D.; CLOSS, D. Logística empresarial, São Paulo: Atlas, 2004. 
MACHLINI, C.; BARBIERI, J. Logística hospitalar. São Paulo: Saraiva, 2009. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
No ambiente hospitalar, assim como em diversos outros tipos de organizações, 
há que se gerenciar estrategicamente diversas atividades como aquisição, 
movimentação e armazenagem de materiais, de forma que estejam no 
momento certo, disponíveis para a utilização, preferencialmente, a o menor 
custo possível. Essas são preocupações constantes do(a): 
a) Administração da Produção 
b) Gestão em Projetos Industriais 
c) Logística 
d) Suprimentos 
e) Gestão em Vendas 
 
Questão 2 
“É a rede que integra os atores dos processos logísticos das organizações, 
levando-os a colaborarem para que a gestão dessa cadeia seja benéfica para o 
elo final, o cliente”. Estamos nos referindo ao conceito de: 
a) Logística 
b) Trade-off 
c) Nível de Serviço 
d) Cadeia de Suprimentos 
e) Supply Chain 
 
Questão 3 
As atividades de apoio são atividades que dão o suporte às atividades 
primárias, visando ao atendimento do objetivo da redução de distâncias entre a 
demanda e a produção,para a perfeita satisfação dos clientes. Dentre as 
atividades de apoio podemos destacar, exceto: 
a) Transportes 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 26 
b) Armazenagem 
c) Manuseio de materiais 
d) Obtenção 
e) Manutenção da informação 
 
Questão 4 
A confiabilidade mede a pontualidade das entregas, isto é, o efetivo 
cumprimento dos prazos de entregas previamente acordados com os clientes. 
Nesse contexto, podemos afirmar que a confiabilidade é um atributo: 
a) Operacional 
b) Externo, alheio à gestão logística 
c) Do Serviço Logístico 
d) De um trade-off logístico 
e) Relacionado à função compras, somente 
 
Questão 5 
É fator-chave do conjunto de valores logísticos que as empresas oferecem a 
seus clientes para assegurar sua fidelidade: 
a) Preço 
b) Nível de serviço 
c) Demanda 
d) Formas de pagamento 
e) Multimodalidade 
 
Questão 6 
“É o processo de gerenciamento estratégico de diversas atividades logísticas 
como compras, movimentação e armazenagem de materiais médico-
hospitalares (por exemplo, medicamentos) e outros materiais necessários ao 
funcionamento da unidade hospitalar, visando a restauração da saúde ou a 
preservação da vida dos clientes (pacientes) com qualidade, custo baixo e 
retorno satisfatório para a organização”. Esta é a definição clássica de: 
a) Cadeia de Suprimentos 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 27 
b) Trade-off 
c) Nível de Serviço 
d) Logística Hospitalar 
e) Supply Chain 
 
Questão 7 
Em vez de focar os relacionamentos individuais, o conceito de cadeia de 
suprimentos, inclusive na área hospitalar: 
a) Propõe uma redução do número de fornecedores do processo de 
compras. 
b) Dá uma visão geral do fluxo de bens e serviços do fornecedor ao usuário 
final e o fluxo de pagamentos e informações em direção oposta. 
c) Evidencia a necessidade de desenvolvimento conjunto (fornecedores e 
compradores) de novos produtos e o trabalho com fornecedores 
responsivos. 
d) Indica o uso de bancos de dados integrados e a orientação de 
fornecedores-chave. 
e) promove o trabalho do comprador junto aos seus principais 
fornecedores, concentrando-se na eliminação dos custos desnecessários 
de toda a cadeia e, dessa forma, os preços podem ser razoavelmente 
reduzidos. 
 
Questão 8 
Para atingir os objetivos logísticos de custo e nível de serviço, existem 
atividades-chave e atividades de apoio. Acerca disso, considere as afirmativas 
abaixo: 
1 - Transporte é uma atividade-chave. 
2 - Manutenção de estoques é uma atividade de apoio. 
3 - Armazenagem é uma atividade-chave. 
4 - Embalagem é uma atividade de apoio. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 28 
b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras 
c) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras 
d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras 
e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras 
 
Questão 9 
Numa Cadeia de Suprimentos de uma organização de saúde existem 
características que a tornam complexa. Dentre algumas dessas características, 
destaca-se, exceto: 
a) Necessidades de produtos que envolvam alta tecnologia. 
b) Aquisição ou manutenção de equipamentos específicos. 
c) Armazenagem, manuseio e gestão de itens especiais. 
d) Prazos de validade de medicamentos. 
e) Facilidade da gestão de hotelaria e hospedagem. 
 
Questão 10 
Sobre a Logística Hospitalar foram feitas as seguintes afirmações: 
I - A logística tem cumprido papel fundamental na gestão hospitalar, seja na 
redução de custos, seja no aumento da confiabilidade do sistema de 
abastecimento hospitalar. 
II - A demanda por serviços hospitalares é perfeitamente previsível, o que 
facilita a gestão de sua cadeia de suprimentos. 
III - A necessidade de inovar a logística de qualquer hospital relaciona-se 
intimamente a um fato vital: a vida do paciente muitas das vezes depende da 
eficiência e da eficácia da logística hospitalar. 
Está(ão) correta(s): 
a) Somente I 
b) Somente II 
c) Somente III 
d) Somente I e III 
e) I, II e III 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 29 
Armazenagem: “Segundo Ballou (2011), “refere-se à administração do espaço 
necessário para manter estoques”. Tal administração de espaços busca a 
otimização, transitando, em consequência, em discussões que envolvem 
problemas de: localização, dimensionamento de área, arranjo físico, 
configuração de armazéns, entre outros.” 
 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - C 
Justificativa: Como vimos na nossa primeira aula, o conceito de Logística 
evoluiu ao longo do tempo. Entretanto, jamais se distanciou da lógica de prever 
e prover os recursos necessários no momento, local e quantidade certos, ao 
menor custo possível. 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: A Cadeia de Suprimentos é um conjunto de unidades produtivas 
unidas por um fluxo de materiais e informações com o objetivo de satisfazer às 
necessidades de usuários ou clientes específicos. 
 
Questão 3 - A 
Justificativa: A atividade “Transportes” é uma atividade primária relacionada à 
movimentação de itens (matérias-primas ou produtos). Sua importância é 
percebida, também, por assumir, em geral, o maior percentual dos custos 
logísticos totais. 
 
Questão 4 - C 
Justificativa: Disponibilidade do Produto, Desempenho Operacional e 
Confiabilidade do Serviço são os atributos do nível de serviço, entendido como 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 30 
o conjunto de atividades realizadas para atender às necessidades de clientes, 
que as empresas procuram a diferenciação, principalmente em pontos como 
cumprimento de prazos, entregas sem erros, pedidos perfeitos e uma ampla 
gama de atributos de serviço que vão além dos requisitos convencionais ligados 
a prazos e quantidades atendidas. 
 
Questão 5 - B 
Justificativa: Nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e 
serviços é gerenciado”, “é o tempo necessário para se entregar um pedido ao 
cliente”. Pode ser o grande diferencial entre concorrentes que atuam no mesmo 
ramo. 
 
Questão 6 - D 
Justificativa: Sabemos que a logística tem cumprido papel fundamental na 
gestão hospitalar, seja na redução de custos, seja no aumento da confiabilidade 
do sistema de abastecimento hospitalar. É fácil perceber que os hospitais 
precisam estar prontos para cuidar de suas demandas e que, em situações 
críticas, a competência da organização hospitalar é testada. Esse é o contexto 
da Logística Hospitalar. 
 
Questão 7 - B 
Justificativa: Cadeia de suprimentos é a rede que integra os atores dos 
processos logísticos das organizações, levando-os a colaborarem para que a 
gestão dessa cadeia seja benéfica para o elo final, o cliente. 
 
Questão 8 - A 
Justificativa: As atividades primárias correspondem às mais relevantes no 
ambiente da Logística e, que, além disso, participam com os maiores 
percentuais nos custos logísticos, abrangendo as atividades de transportes, 
manutenção de estoques e processamento de pedidos. São atividades de apoio: 
armazenagem; manuseio de materiais; embalagem de proteção; obtenção; 
programação do produto e manutenção da informação. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 31 
Questão 9 - E 
Justificativa: Serviços de hospedagem, lavanderia e afins são, assim como os 
itens elencados nas demais alternativas, características que tornam a gestão da 
cadeia de suprimentos hospitalar uma atividade complexa, uma vez que estão 
revestidos de peculiaridades. 
 
Questão 10 - D 
Justificativa: As opções I e III estão corretas, porque como sabemos, uma das 
principais preocupações dos gestores das organizações hospitalares,além de 
prestar bons serviços, é fazê-los a um menor custo possível. Além disso, fato é 
que faltas de materiais ou de manutenção de equipamentos, por exemplo, 
podem ser danosas às atividades, podendo pôr em risco, inclusive, vidas 
humanas. Nesse contexto, a logística é fundamental! A opção II é incorreta, 
porque, como sabemos, a demanda por serviços hospitalares é, praticamente 
imprevisível, o que dá a complexidade à gestão de sua Cadeia de Suprimentos. 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 32 
Introdução 
Nesta aula, abordaremos o tema “Planejamento do Suprimento” a partir da 
divisão clássica dos níveis estratégico, tático e operacional em organizações 
hospitalares. A partir daí, começaremos a tratar de questões mais técnicas 
relacionas à logística, em que analisaremos as demandas de uma OH e os 
métodos quantitativos adotados para a sua previsão. Por fim, apresentaremos 
um caso ilustrativo que servirá de base para uma atividade prática. 
 
Objetivo: 
1. Apresentar noções gerais sobre o planejamento da atividade de suprimento 
nas organizações em geral e nas organizações hospitalares, especificamente; 
2. Conhecer as demandas de uma Organização Hospitalar e os métodos 
quantitativos adotados para a sua previsão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 33 
Conteúdo 
Contextualização 
O planejamento do suprimento é o processo de formulação de políticas, 
estratégias, objetivos, táticas e procedimentos para a área de suprimentos da 
organização, visando a otimizar a utilização de seus recursos logísticos. 
 
Para uma visualização desse conceito, observe a figura. Em seguida 
analisaremos cada um dos níveis. 
 
Os Níveis de Planejamento do Suprimento 
 
 Nível estratégico 
 Políticas e objetivos 
 Nível estrutural 
 Projetos e programas 
 Nível operacional 
 Procedimentos 
 
O nível estratégico 
Nesse nível ocorrem os processos relacionados aos objetivos a serem 
alcançados pela organização. Em se tratando de uma OH, devemos estabelecer 
com precisão o tipo de demanda que devemos atender, ou seja, o perfil do 
nosso cliente. 
 
Essa definição também é válida para organizações públicas, onde devem existir 
diferentes níveis de atendimento, desde os hospitais para operar com grande 
risco até os postos de saúde periféricos, que poderiam funcionar como triagem 
do cliente a ser atendido pelo sistema. A definição estratégica poderá estar 
relacionada, também, à especialidade funcional do hospital. Em ambos os 
casos, a logística desempenha papel relevante. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 34 
 
Atenção 
 Imaginemos, por exemplo, que certo hospital pretenda atuar 
prioritariamente na realização de tratamentos ortopédicos. Para 
que a ação seja bem-sucedida é essencial que o processo 
logístico contribua com ações específicas como, por exemplo, a 
aquisição de próteses, para que o objetivo estratégico seja 
alcançado. 
 
Imaginemos, por exemplo, que certo hospital pretenda atuar prioritariamente 
na realização de tratamentos ortopédicos. Para que a ação seja bem-sucedida é 
essencial que o processo logístico contribua com ações específicas como, por 
exemplo, a aquisição de próteses, para que o objetivo estratégico seja 
alcançado. 
 
Em termos de política, o hospital poderá definir que o atendimento obedecerá, 
rigorosamente, às necessidades do paciente, à sua ordem de chegada para 
atendimento. 
 
Para que muitas políticas funcionem é necessário, igualmente, que certos 
procedimentos logísticos sejam observados com rigor, envolvendo aspectos 
materiais e de informação. Em suma, os objetivos definidos no nível estratégico 
devem: 
 
Ajustar as ações a serem executadas pelo sistema de suprimentos às diretrizes 
estratégicas da organização. 
 
Definir as diretrizes estratégicas para o suprimento de materiais, focando as 
relações com clientes, parceiros e fornecedores. 
 
Determinar os objetivos, metas e políticas operacionais para o processo de 
suprimento. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 35 
Estabelecer as normas e procedimentos para a realização das atividades em 
todas as funções do sistema de suprimentos. 
 
Estabelecer as bases para a organização funcional do sistema de suprimentos, 
levando em consideração as disponibilidades e necessidades de recursos 
humanos e materiais, a formalização do processo logístico, a flexibilidade 
operacional, os controles e o desempenho operacional requerido. 
 
Outro ponto importante no nível estratégico são as definições da natureza 
logística relativa ao canal de suprimentos da Organização Hospitalar, o que 
envolve decisões sobre questões como: 
 
Quantas instalações de armazenagem são necessárias na OH ou no sistema a 
que ela pertence? 
 
As instalações devem ser próprias ou de terceiros? Terceirizaremos ou não? 
Total ou parcialmente? 
 
Qual o nível de estoques de itens como sobressalentes, componentes, 
medicamentos e outros produtos? 
 
Em caso de uma OH com diversas unidades separadas geograficamente, 
convém manter um Centro de Distribuição? 
 
Qual o nível de estoques a ser mantido na OH para atendimento de demandas 
internas? 
 
As farmácias hospitalares devem ter um tratamento diferenciado no 
atendimento de suas demandas? 
 
Que recursos de TI devem ser empregados para garantir certo nível de 
qualidade? 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 36 
Como atuar em relação à Logística Reversa? 
 
O nível estratégico 
Finalmente, cabe ao nível estratégico definir as linhas mestras a serem 
observadas na elaboração dos orçamentos de investimentos e operações da 
Organização hospitalar. 
 
Definidos os objetivos e as políticas do nível estratégico, passaremos ao seu 
detalhamento no nível estrutural ou tático. 
 
Nível estrutural ou tático 
Esse nível considera a análise acurada dos componentes funcionais da 
estratégia logística adotada pela OH, envolvendo compras, estoques, 
armazenagem, transporte e distribuição, logística reversa e tecnologia da 
informação. 
 
Vimos na nossa primeira aula um exemplo de estrutura de uma cadeia de 
suprimentos voltada para uma OH. Outra maneira de visualizar essa estrutura é 
sob a forma de uma estrutura sistêmica, o que permite a identificação de 
alguns componentes-chave: 
 
• Sistema produtivo; 
• Sistema de abastecimento; 
• Sistema de informação; 
• Funções administrativas. 
 
O sistema produtivo de uma OH 
O Sistema Produtivo de uma OH é o componente onde estão 
desempenhadas as atividades finalísticas dos serviços de saúde. 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 37 
Atividade-Fim 
Aquela ligada à missão da organização, ou seja, é a atividade principal ou 
central (core business) que justifica a sua existência. No caso de OHs, 
equivalem às diretamente ligadas ao atendimento das necessidades 
diagnósticas, terapêuticas e de recuperação de pacientes. 
 
Atividades-Meio 
Aquelas que não estão diretamente relacionadas com as atividades finalísticas 
da OH, mas que possibilitam executá-las com eficácia e eficiência, como por 
exemplo, a manutenção de equipamentos. 
 
O Sistema de Abastecimento é o que dá suporte às atividades desempenhadas 
no Sistema Produtivo, sendo responsável pelas atividades logísticas, dentre as 
quais podemos destacar: 
 
• Previsão de necessidades; 
• Compra e recebimento; 
• Guarda e a gestão dos estoques; 
• Disponibilização de insumos (materiais, serviços, medicamentos, 
equipamentos e outros), para que os profissionais da área de saúde possam 
prestar seus serviços aos pacientes. 
 
O Sistema de Informaçõesé o responsável pelo processamento, armazenagem, 
fluxo e troca de dados e informações entre os atores que integram a OH, sendo 
um dos grandes responsáveis pelo sincronismo entre os sistemas produtivo e 
de abastecimento. 
 
As Funções Administrativas compreendem, as atividades de 
contabilidade/finanças, jurídicas, de cadastramento e alta de pacientes, dentre 
outras. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 38 
A partir dessa visão estrutural, os componentes mencionados detalham 
políticas, diretrizes e estratégias definidas pela alta administração da OH, no 
nível estratégico. Assim, cabe a esse nível, por exemplo, a elaboração 
orçamentária, a definição e execução de políticas de terceirização (em geral dos 
transportes e armazenagem). 
 
Cabe destacar que esse nível é responsável pela “tradução” da estratégia, 
definida no nível estratégico, para a perfeita compreensão pelo nível 
operacional. 
 
A seguir, abordaremos o terceiro e último nível de planejamento que 
corresponde ao conjunto das ações operacionais que levam à consecução dos 
objetivos propostos, com base nas táticas estabelecidas para tanto. 
 
Nível operacional 
Este é o nível responsável pela execução das tarefas determinadas pelo nível 
estrutural a partir das políticas e diretrizes superiores. Trata da aplicação de 
procedimentos, protocolos e outras medidas que transformem em resultados as 
operações logísticas da organização. 
 
Razões para a previsão das necessidades de uma organização 
hospitalar 
A partir de agora veremos as técnicas de previsão de demandas aplicáveis às 
organizações hospitalares, desde as mais simples às mais complexas. 
 
Sabemos que nas organizações hospitalares não podem ocorrer falhas no 
suprimento de medicamentos ou de serviços essenciais como água e 
eletricidade. Além disso, a manutenção dos equipamentos para exames de 
pacientes é fundamental e depende principalmente dos estoques de peças de 
reposição. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 39 
Nesse contexto, na gestão de estoques, uma das principais providências é 
estabelecer modelos de previsão de demandas adequados às características da 
logística da organização. Em uma OH existem demandas em diversos níveis, 
como: 
 
Demanda global do sistema; 
 
Demandas setoriais (farmácias, clínicas, enfermagem etc.); 
 
Compra (ou aluguel) de equipamentos para exames, centros cirúrgicos e 
produção de serviços internos de emergência. 
 
Gestão da demanda 
O estudo do tema “Gestão da Demanda” deve iniciar pela definição do que 
vem a ser “Demanda”, que corresponde à quantidade de material necessária 
ao atendimento dos clientes, relacionada a uma determinada unidade de 
tempo. Nesse contexto, algumas macroatividades se destacam: 
 
Previsão da Demanda 
É a função que se preocupa em predizer o consumo dos medicamentos ou a 
necessidade de serviços, por exemplo, de forma que as aquisições e 
contratações possam ser efetivadas nas quantidades e momentos apropriados. 
 
Comunicação com o Cliente 
Através dessa atividade colhemos e analisamos informações que podem ser 
úteis para as estimativas de novas solicitações. 
 
Priorização e Alocação 
O ideal é que toda a demanda seja atendida. Caso o estoque existente seja 
insuficiente para atendimento de toda a demanda, devemos priorizar os 
atendimentos, decidindo, por exemplo, sobre qual paciente deve ser atendido e 
qual terá condições de esperar ou ter seu medicamento substituído. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 40 
Planejamento e Distribuição 
A distribuição é planejada a partir dos períodos preestabelecidos, das 
solicitações de ressuprimento de estoques e da capacidade de estocagem. 
 
O conhecimento do tipo de demanda é outro ponto fundamental, porque para 
cada uma delas deve haver diferentes: 
 
Critérios de formação de estoques; 
 
Critérios de ressuprimentos; 
 
Responsabilidades pelas informações; 
 
Métodos de controle de estoques; 
 
Parâmetros de avaliação; 
 
Ações gerenciais. 
 
Com base nas suas leis de formação, as demandas podem ser classificadas em 
dependentes e independentes, conforme a seguir: 
 
Demanda dependente 
Este tipo de demanda decorre do fato gerador conhecido. 
 
Exemplo 
Na montagem de veículos existe uma lista de amterial perfeitamente conhecida 
para a conclusão de um unidade. 
 
Demanda independente 
Este tipo de demanda decorre de fato gerador desconhecido, de natureza 
aleatória. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 41 
Exemplo 
O consumo de medicamentos pela população e em uma OH em particular é de 
natureza independente. 
 
 
 
Atenção 
 A diferença básica entre a demanda dependente e a demanda 
independente é que a demanda da primeira não necessita ser 
prevista, pois sendo dependente de outra pode ser calculada 
com base na demanda desta e a demanda da segunda tem de 
ser prevista com base nas características de consumo. 
 
O principal objetivo de qualquer método aplicado à previsão de demandas, 
principalmente as de natureza independente, é reduzir incertezas. Portanto, não 
existe método infalível para prever o futuro da ocupação de uma OH, dos 
preços de medicamentos, do consumo, dos tempos de ressuprimentos 
(lead time) ou de qualquer outra forma de necessidade. 
 
Para a previsão de demanda, a literatura conta com diversas técnicas, 
umas puramente quantitativas (objetivas) e outras qualitativas (subjetivas). 
 
Enquanto o primeiro grupo trabalha com dados históricos e técnicas 
estatísticas, que dependem de fatores como o comportamento usual dos itens e 
de alguns fatores externos, como Regulação Governamental, por exemplo, o 
segundo se baseia em uma análise mais subjetiva, por meio de opiniões, 
intuições, experiência ou julgamentos pessoais, praticados individualmente ou 
em grupo. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 42 
 
 
Métodos quantitativos de previsão da demanda 
É preciso escolher um dos métodos de previsão de demanda, que pode ser um 
método simples ou um método que exige algum tratamento matemático, mas 
estejamos certos de uma coisa: cada situação exigirá a aplicação de um dos 
métodos e caberá ao gestor decidir qual método melhor se aplica na situação 
em análise. Os métodos mais comuns são: 
 
Método do Último Período 
 
Este método é simples e não tem qualquer embasamento matemático, pois 
simplesmente prevê a demanda do período seguinte tomando por base o 
período imediatamente anterior. 
Exemplo: A tabela a seguir ilustra os consumos históricos de determinado 
medicamento e devemos prever o consumo para o mês de agosto (AGO). 
 
 
 
Por esse método, o consumo previsto para agosto equivaleria ao mesmo 
consumo do mês de julho (período anterior), ou seja, 3.000 unidades. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 43 
É o processo mais comum, muito empregado, apesar da distorção que 
geralmente apresenta. Partindo da mesma tabela de consumo histórico: 
 
 
 
Cálculo: 
 
Agosto = (2500 + 2200 + 2650 + 2800 + 2850 + 2900 + 3000) / 7 
 = 2700 
 
Este método equivale ao método da média aritmética, excetuando-se pelo fato 
de que, a cada nova previsão, exclui-se do cálculo o dado mais antigo. 
 
Para agosto, pelo método da média aritmética, chegamos ao valor de 2700. 
Então, para setembro, calcularíamos da mesma forma, excluindo o dado de 
janeiro. 
 
 
 
Cálculo: 
 
Setembro = (2200 + 2650 + 2800 + 2850 + 2900 + 3000 + 2700) / 7 
 = 2729 (aproximadamente). 
 
Trata-se de um método similar ao método da média móvel, onde os valores 
mais próximos do período atual recebem pesos maiores que os valores mais 
antigos.

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