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TCC sobre burocracia

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INTRODUÇÃO
Segundo Pier P. Girglioli, o conceito de Burocracia foi usado pela primeira vez em meados do século XVIII pelo economista fisiocrático Vincent de Gournay para designar o poder exercido pelos funcionários e empregados da administração estatal sobre a monarquia absolutista francesa.
Como afirma Chiavenato (2003), Max Weber foi o primeiro teórico que, em uma análise voltada para a estrutura, acreditava que a burocracia era a organização por excelência.
A burocracia, segundo Weber, traz consigo diversas vantagens. Primeiramente, a sua racionalidade, o que significa dizer que procura os meios mais eficientes para atingir as metas da organização. A precisão com que cada cargo é definido proporciona o conhecimento exato de cada responsabilidade. Como as atividades são organizadas em rotinas e realizadas metodicamente, tornam-seconsequentemente previsíveis, o que aumenta a sua confiabilidade. A rapidez nas decisões é obtida pela tramitação de ordens e papéis e pela uniformidade de rotinas e regulamentos que colaboram para a redução de erros e custos. A facilidade de substituição daquele que é afastado e os critérios de seleção apenas pela competência técnica garantem a continuidade do sistema burocrático. O trabalho é profissionalizado, e os funcionários são treinados e especializados, trazendo inúmeros benefícios para as organizações.
Porém, a burocracia é combatida por muitas organizações, em homenagem ao princípio da eficiência, o excesso de formalismo é apontado como o grande problema atual da gestão burocrática, pois é responsável por um grande número de processos paralisados, enquanto se aguarda justificativas intermináveis visando demonstrar a regularidade do processo, enquanto se refazem os procedimentos viciados, enquanto exige-se do administrador muito mais do que o previsto na legislação, e assim por diante. Diante disso, o excesso de formalismo tem sido confundido com a Teoria da Burocracia, atribuindo a ela, equivocadamente, a culpa pela aplicação engessada de seus conceitos e finalidades. 
Problema
Qual é o peso/ importância da eficiência e da eficácia nas organizações? Ter a certeza do alcance dos seus objetivos através de um alto nível burocrático custará insumos que poderiam ter sido economizados, ou a melhor utilização desses insumos através de um baixo nível burocrático poderá gerar uma incerteza em relação à conquista da missão da organização.Então, como definir o nível de burocratização de uma organização?
Objetivo geral
Demonstrar cientificamente que a burocracia é uma ferramenta essencial na condução de uma organização.
Objetivos específicos
1- Burocracia.
Demonstrar cientificamente a eficácia do sistema burocrático quando usado corretamente, e abordar alguns pontos questionáveis relacionados à sua eficiência.
2-A influência da Burocracia.
Demonstrar cientificamente o nível de influência exercido pelo sistema burocrático em diversos tipos de organizações.
Justificativa
Diante de um quadro de incompreensão atualmente estabelecido em relação à burocracia, foi constatada a necessidade da execução de um estudo, visando esclarecer as reais características e formas de aplicação do sistema burocrático.
Metodologia
Nessa pesquisa, foi utilizada uma abordagem descritiva, pois, segundo Gil (1991) a pesquisa descritiva expõe características de determinadas população ou de determinado fenômeno, levantando informações sobre situações específicas e relacionadas de forma a proporcionar a visualização de uma totalidade.
Quanto aos meios, a pesquisa é bibliográfica, pois busca referências em autores diversos, com enfoque qualitativo.
A seguir será desenvolvido o histórico e o conceito sobre a burocracia.
CAPÍTULO 1: HISTÓRIA E CONCEITO DA BUROCRACIA.
1-1 História da burocracia
Segundo Pier P. Girglioli, o conceito de Burocracia foi usado pela primeira vez em meados do século XVIII pelo economista fisiocrático Vincent de Gournay para designar o poder exercido pelos funcionários e empregados da administração estatal sobre a monarquia absolutista francesa. A partir de então o termo tem sido utilizado tanto pelo vocabulário comum quanto pelo discurso político, social e acadêmico, sempre sofrendo importantes variações de significado. O conceito de burocracia, e o que ele representa, vem sendo contemplado pela ciência política, pela sociologia, e também é abordado pela administração. Provenientes destes vários campos de estudos, importantes trabalhos acadêmicos produzidos no século XX sobre o tema da burocracia, remetem as análises originais de Max Weber, que lançou um olhar penetrante sobre a questão, produzindo textos de qualidade incontestável e ainda insuperados.
Karl Emil Maximilian Weber viveu entre 1864 e 1920, ele foi um intelectual, jurista e economista alemão considerado um dos fundadores da Sociologia. Seu irmão foi o também famoso sociólogo e economista Alfred Weber. A esposa de Max Weber, Marianne Weber, biógrafa do marido, foi uma das alunas pioneiras na universidade alemã e integrava grupos feministas de seu tempo. Sua influência também pode ser sentida na economia, na filosofia, no direito, na ciência política e na administração. Max Weber começou sua carreira acadêmica na Universidade Humboldt de Berlim e, posteriormente, trabalhou na Universidade de Freiburg, na Universidade de Heidelberg, na Universidade de Vienae e na Universidade de Munique. Personagem influente na política alemã da época, foi consultor dos negociadores alemães no Tratado de Versalhes em 1919 e da comissão encarregada de redigir a Constituição de Weimar.
Grande parte de seu trabalho como pensador e estudioso foi reservado para o estudo do capitalismo e do chamado processo de racionalização e desencantamento do mundo. Mas seus estudos também deram contribuição importante para a economia. Sua obra mais famosa são os dois artigos que compõem  a obra “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, com o qual começou suas reflexões sobre a sociologia da religião. Weber argumentou que a religião era uma das razões das culturas do Ocidente e do Oriente terem se desenvolvido de formas diversas, e salientou a importância de algumas características específicas do protestantismo, que levou ao nascimento do capitalismo, da burocracia e do estado racional e legal nos países ocidentais. Em outro trabalho importante, “A política como vocação”, Weber definiu o Estado como "uma entidade que reivindica o monopólio do uso legítimo da força física", uma definição que se tornou central no estudo da moderna ciência política no Ocidente.
Max Weber integrou o estudo das organizações ao desenvolvimento histórico-social. Na relação hierarquia social e autoridade, segundo ele, cada época social foi caracterizada por um determinado sistema político e por uma elite dentro de determinada cultura que, para manter essa cultura e consequentemente o poder dessa cultura estatal, desenvolveu um determinado aparelho ou estabelecimento administrativo para servir de suporte à sua autoridade.De acordo com Chiavenato (2003), na teoria da administração, a abordagem estruturalista surgiu com o crescimento dasburocracias, em uma perspectiva de análise que vai além dos fenômenos internos da organização, visão pela qual as escolas de até então se restringiam. Essa abordagem sintetiza as teorias clássicas e as de relações humanas, porém ganhando novas dimensões que envolvem todas as variáveis da organização.
1-2 Conceito de burocracia
Como afirma Chiavenato (2003), Max Weber foi o primeiro teórico que, em uma análise voltada para a estrutura, acreditava que a burocracia era a organização por excelência. Segundo Motta (1975), a preocupação de Weber está na racionalidade, entendida como a adequação dos meios aos fins. E uma organização é racional quando é eficiente. Assim, para Weber, a burocracia era a forma mais eficiente de uma organização. Ele descreveu um tipo de estrutura burocrática acreditando que fosse comum à maioria das organizações formais. No entanto, como ressalta Maximiano (2000), Weber não definiu um modelo
padrão para ser aplicado, apenas esquematizou as principais características da burocracia existente. Ao sistematizar seu estudo da burocracia, Weber começa com a análise dos processos dedominação ou autoridade, segundo ele, a autoridade é a probabilidade de haver obediência dentro de um grupo determinado. Weber distinguiu três tipos de sociedade e autoridade:
Tradicional: também chamada de feudal, ou patrimonial, em que a aceitação da autoridade se baseia na crença de que o que explica a legitimidade é a tradição e os costumes. Em suma, os subordinados aceitam como legítimas as ordens superiores que emanam dos costumes e hábitos tradicionais ou de fatos históricos;
Exemplo de sociedade tradicional:
Fonte: Elaborado pelo autor.
Na sociedade tradicional (tribo, clã, família) predominam as características conservacionistas, patriarcais e patrimonialistas, a autoridade que a preside é dita tradicional, na qual a obediência é justificada pela tradição, pelo hábito ou pelo costume.
Carismática: em que a aceitação advém da lealdade e confiança nas qualidades normais de quem governa. Em presença de um líder ou chefe que personifique um carisma excepcional, qualquer subordinado aceitará a legitimidade da sua autoridade.
Exemplo de sociedade carismática:
Fonte: Elaborado pelo autor.
Na sociedade carismática (partidos políticos, grupos revolucionários, nações em revolução), geralmente existem características místicas, arbitrárias e personalísticas; a autoridade carismática que a preside é justificada pela influência de um líder detentor de qualidades que o destacam.
Racional-legal ou burocrática: em que a aceitação da autoridade se baseia na crença, na legalidade das leis e regulamentos. Esta autoridade pressupõe um tipo de dominação legal que vai buscar a sua legitimidade no caráter prescritivo e normativo da lei;
Exemplo de sociedade racional-legal ou burocrática:
Fonte: Elaborado pelo autor.
Nas sociedades burocráticas (as grandes empresas, os estados modernos, os exércitos) são caracterizadas pelo predomínio de normas impessoais racionalmente definidas. O tipo de autoridade (burocrática ou racional-legal) é justificado pela técnica, pela justiça, pela lei e pela meritocracia. A autoridade racional-legal prevalece nas sociedades ocidentais. Este modelo, também chamado burocrático, caracteriza-se pelos seguintes elementos:
A lei representa o ponto de equilíbrio, ao qual se deve reportar as regras e regulamentos, constituindo aplicações concretas de normas gerais e abstratas;
A burocracia, em qualquer organização, é estabelecida seguindo o princípio da hierarquia. As relações hierárquicas entre superiores e subordinados são preenchidas por cargos de direção e chefia e cargos subalternos claramente definidos, de forma que a supervisão, a ordem e a subordinação sejam plenamente assimiladas e realizadas;
A avaliação e a seleção dos funcionários são feitas em função da competência técnica. Daí a exigência de exames, concursos e diplomas como instrumentos de base à admissão e promoção;
As relações informais não têm razão de existir. O funcionário burocrático é uma peça de uma máquina, esperando-se dele um comportamento formal, de forma a cumprir com exatidão as tarefas e funções que lhes estão destinadas;
O funcionário recebe regularmente um salário, não determinado pelo trabalho realizado, mas segundo as funções que integram esse trabalho e o tempo de serviço;
O funcionário burocrata não é proprietário do seu posto de trabalho, as funções que executa e o cargo que ocupa são totalmente independentes e separados da posse privada dos meios de produção da organização onde trabalha;
A profissão de funcionário de tipo burocrático supõe um emprego fixo e uma carreira regular;
O desempenho de cada cargo por parte dos funcionários burocráticos pressupõe uma grande especialização na execução das suas tarefas e trabalho.
Exemplos da implantação bem sucedida na história do sistema burocrático são as forças armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), e as igrejas cristãs (Católicas, Protestantes, etc.)que através de séculos de tradição e história, comprovaram a eficácia, eficiência e efetividade desse sistema administrativo.
CAPÍTULO 2: ESTUDO DO SISTEMA BUROCRÁTICO
A burocracia, segundo Weber, traz consigo diversas vantagens. Primeiramente, a sua racionalidade, o que significa dizer que procura os meios mais eficientes para atingir as metas da organização. A precisão com que cada cargo é definido proporciona o conhecimento exato de cada responsabilidade. Como as atividades são organizadas em rotinas e realizadas metodicamente, tornam-seconsequentemente previsíveis, o que aumenta a sua confiabilidade. A rapidez nas decisões é obtida pela tramitação de ordens e papéis e pela uniformidade de rotinas e regulamentos que colaboram para a redução de erros e custos. A facilidade de substituição daquele que é afastado e os critérios de seleção apenas pela competência técnica garantem a continuidade do sistema burocrático. O trabalho é profissionalizado, e os funcionários são treinados e especializados, trazendo inúmeros benefícios para as organizações.
Como descrito por Chiavenato (2003), o tipo ideal de burocracia weberiana tinha como uma das características a previsibilidade do seu funcionamento contribuindo para a obtenção de maior eficiência organizacional. Porém, autores como Merton, encontraram limitações na obra de Weber, partindo para uma análise crítica da realidade descrita por ele. Para Merton, não existe uma organização completamente racional, como proposto por Weber. Ele notou que a burocracia leva também a consequências imprevistas que conduzem a ineficiências e imperfeições, e denominou esse fenômeno de disfunções da burocracia, citando como exemplo a internalização das regras e o apego aos regulamentos, o excesso de formalismo, a resistência a mudanças, a dificuldade no atendimento a clientes e os conflitos com o público. Assim pode-se dizer que para outros estudiosos a burocracia não é tão eficiente como Weber apresenta, levando ao excesso de formalismo, de documentação e de papel, acarretando em baixa eficiência.
Entretanto, para Weber a burocracia é exatamente o contrário: é a organização eficiente por excelência e, para conseguir esta eficiência, a burocracia precisa detalhar antecipadamente e nos mínimos detalhes como as coisas devem acontecer. Tornando assim a organização eficiente e eficaz, garantindo rapidez, racionalidade, homogeneidade na interpretação das normas, redução dos atritos ou discriminações e padronização, buscando amenizar as influências externas à organização, harmonizar a especialização dos seus colaboradores e o controle das suas atividades através da competência e eficiência, sem considerações de ordem pessoal.
Weber identifica três fatores principais que favorecem o desenvolvimento da moderna burocracia:
O desenvolvimento de uma economia monetária: na Burocracia, a moeda assume o lugar da remuneração em espécie para os funcionários, permitindo a centralização da autoridade e o fortalecimento da administração burocrática.
O crescimento quantitativo e qualitativo das tarefas administrativas do Estado Moderno.
A superioridade técnica, em termos de eficiência, do tipo burocrático de administração servindo como uma força autônoma para impor sua supremacia.
O desenvolvimento tecnológico fez as tarefas administrativas tenderem ao aperfeiçoamento para acompanhá-lo. Assim, os sistemas sociais cresceram, as grandes empresas passaram a produzir em massa, sufocando as pequenas. Além disso, nas grandes empresas há uma necessidade crescente de cada vez mais se obter um controle e uma maior previsibilidade do seu funcionamento.
A análise weberiana da burocracia foi posteriormente ampliada pelo sociólogo e filósofo Arnold Gehlen em sua teoria das instituições. Para Gehlen, a burocracia é apenas uma modalidade de instituição social. Nossa vida seria impossível sem a existência de tais dispositivos, uma vez que eles disponibilizam previamente aos indivíduos determinados
protocolos de ação, ou seja, orientação. Para Gehlen a razão de ser mais profunda da existência das instituições é que elas nos proporcionam não apenas eficácia, mas também um tipo específico de alívio psicológico pelo fato de não termos de decidir, a cada momento e sempre novamente, como orientar nossas decisões.
CAPÍTULO 3: A EFICIÊNCIA E A EFICÁCIA DO SISTEMA BUROCRÁTICO
A demonstração científica da eficácia e da eficiência do sistema burocrático é abordada por estudioso como Max Weber, Arnold GehleneAntonioMaximiano. Estando o conceito de eficácia diretamente relacionado ao alcance dos objetivos, e o de eficiência à forma como foram consumidos os insumos para alcançar esses objetivos, é necessário, para definir o índice de efetividade do sistema burocrático, analisar os resultados obtidos e a forma como foram aplicados os recursos disponíveis.
Diante de um histórico de séculos de utilização desse sistema, é notória a contribuição da burocracia para com a sociedade, empresas públicas, privadas e organizações militares, porém, na visão Weberiana nenhum sistema conceitual pode reproduzir fielmente a realidade, bem como, nenhum conceito tem a capacidade de captar totalmente a diversidade presente em um fenômeno particular. O tipo ideal Weberiano ilustra esta questão claramente, pois é uma construção instrumental criada para ser usada pelo cientista como uma espécie de guia, através das diversas situações e para permitir a comparação do modelo com a realidade. Sendo assim, o sistema burocrático apresenta algumas disfunções.
Disfunções da burocracia:
Internalização das regras: As regras passam de "meios para os fins", ou seja, é dada mais importânciaas regras do que às metas.
Excesso de formalismo e papelório: Torna os processos mais lentos.
Resistências às mudanças.
Despersonalização: Os funcionários se conhecem pelos cargos que ocupam.
Categorização como base no processo decisório: O que tem um cargo maior toma decisões, independentemente do que conhece sobre o assunto.
Conformidade as rotinas: Traz muita dificuldade de inovação e crescimento.
Exibição de poderes de autoridade e pouca comunicação dentro da empresa.
Dificuldade com os clientes: o funcionário está voltado para o interior da organização, torna difícil realizar as necessidades dos clientes tendo que seguir as normas internas.
A Burocracia não leva em conta a organização informal e nem a variabilidade humana.
A maior parte dessas disfunções afeta diretamente os índices de eficiência de um sistema altamente burocratizado, pois estão atreladas a dificuldades causadas pela rigidez exigida no cumprimento das regras e funções pré-estabelecidas. Porém a eficácia não é comprometida, pois apesar dos percalços encontrados durante a execução das regras e caminhos determinados pela burocracia os objetivos fins não deixam de ser alcançados. Diante disso, deve-se avaliar o peso/ importância da eficiência e da eficácia para definir o nível de burocratização da organização, onde, ter a certeza do alcance dos seus objetivos através de um alto nível burocrático custará insumos que poderiam ter sido economizados, ou a melhor utilização desses insumos através de um baixo nível burocrático poderá gerar uma incerteza em relação à conquista da missão da organização.Ineficiente 
Fonte: Elaborado pelo autor.
Fonte: Elaborado pelo autor.
	Analisando os dados apresentados, é notório que o princípio do formalismo moderado é, de fato, o melhor caminho a ser seguindo. Tendo em vista que tanto o alto nível de burocratização, quanto o baixo nível de burocratização, trazem consequências prejudiciais as organizações, a moderação em relação as diretrizes e procedimentos exigidos otimiza e flexibiliza a administração do sistema, possibilitando o alcance da máxima eficiência e eficácia em uma organização.
Fonte: Elaborado pelo autor.
3-1 O equívoco cultural sobre a burocracia
A burocracia é combatida por muitas organizações, em homenagem ao princípio da eficiência, o excesso de formalismo é apontado como o grande problema atual da gestão burocrática, pois é responsável por um grande número de processos paralisados, enquanto se aguarda justificativas intermináveis visando demonstrar a regularidade do processo, enquanto se refazem os procedimentos viciados, enquanto exige-se do administrador muito mais do que o previsto na legislação, e assim por diante. De maneira equivocada, o excesso de formalismo tem sido confundido com a Teoria da Burocracia, por sua herança administrativa na organização pública, atribuindo a ela a culpa pela aplicação engessada de seus conceitos e finalidades. 
Segundo o conceito popular, a burocracia é visualizada geralmente como uma empresa, repartição ou organização onde o papel se multiplica e se avoluma, impedindo as soluções rápidas e eficientes. O termo é empregado também com o sentido de apego dos funcionários aos regulamentos e rotinas, causando ineficiência à organização, sendo assim, o leigo passou a dar o nome de burocracia aos defeitos do sistema.
Apesar de a teoria administrativa revelar a burocracia como fonte de objetivos e vantagens positivas para a gestão de empresas, por força das críticas e do desempenho das organizações públicas, o termo passou a ser usado com sentido pejorativo, rotulando uma administração com muitas divisões, regras, controles e procedimentos redundantes e desnecessários ao funcionamento do sistema. Aliás, na atualidade, este tem sido o único significado popularmente disseminado, prejudicando o desempenho das organizações, que se confundem quanto ao verdadeiro sentido da burocracia, buscando somente bani-la. Tais queixas são provenientes das disfunções da teoria da burocracia e não dela própria, tendo em vista que existem muitos administradores que aplicam de maneira exagerada os seus conceitos, obtendo em consequência resultados desvantajosos. Diante disso, conclui-se que a má aplicação do sistema burocrático é que resulta na ineficiência, e consequentemente no conceito equivocado estabelecido atualmente sobre o sistema burocrático.
CONCLUSÃO
Conclui-se que uma análise dos princípios envolvidos, dos objetivos teóricos e do nível de formalismo exigidos pelas organizações, éessencial para que se possa evidenciar, na prática, a problemática que envolve o sistema burocrático. Também é necessário que seja disseminado corretamente o conceitoe a estrutura ideal de um sistema burocrático junto aos administradores, de maneira que possa se iniciar uma revolução cultural sobre a ideia de burocracia e da sua aplicação nas atividades administrativas.
Nasce então o maior desafio, que é ultrapassar a barreira cultural que se estabeleceu e possibilitar uma nova análise de processos e releitura de procedimentos, que não deve ser rígida e fixa, mas sim, revisada e nunca ir além das exigências legais mínimas, e que visem à segurança jurídica e administrativa dos processos. É nesse contexto que este estudo consolida a melhor doutrina burocrática a ser aplicada, e apresenta o princípio do formalismo moderado como ferramenta de gestão, capaz de restabelecer a eficiência na administração burocrática, e de dosar a formalidade exigida.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública. 3ª Tiragem. São Paulo: Elsevier, 2003.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. Revisada e atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
GIL, Antonio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2001.
MAXIMIANO, Antônio C. Teoria geral da administração: da escola científica acompetitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2000.
PRESTES MOTTA, Fernando Cláudio. O que é burocracia. São Paulo: Brasiliense, 1981.
VERGARA, Sylvia Constant, Projetos e relatórios de pesquisa em administração, 15ª Ed. São 
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito capitalista. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
WEBER, Max. Ciência e Política: duas
vocações. São Paulo: Cultrix, 2000.
WEBER, Max. Sociologia. São Paulo: Atlas, 1979.

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