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TCC Ciências Contábeis

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
DACEC - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CARIN FERNANDA ZIMMERMANN AYRES
A CONVERGÊNCIA CONTÁBIL BRASILEIRA E A ADOÇÃO DA HARMONIZAÇÃO CONTÁBIL NO SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA
(Trabalho de Conclusão de Curso)
IJUÍ (RS) 2012
CARIN FERNANDA ZIMMERMANN AYRES
A CONVERGÊNCIA CONTÁBIL BRASILEIRA E A ADOÇÃO DA HARMONIZAÇÃO CONTÁBIL NO SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Ciências Contábeis da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, para obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis.
Professora Orientadora: Msc. Maria Margarete Baccin Brizolla
IJUÍ (RS) 2012
Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso aos meus primeiros e grandes mestres, Iria e Otalcir
(em memória), meus pais. Para minha irmã, Camila.
Ao meu companheiro de todas as conquistas,
Fernando.
DEDICATÓRIA
Agradeço primeiramente a Deus, pelas bênçãos alcançadas.
Ao meu amigo, esposo, companheiro, Fernando, pelo carinho, companheirismo, paciência e vibração em cada uma de nossas conquistas.
A minha mãe Iria e minha irmã Camila, pelo incentivo, apoio e dedicação, sempre me ajudando a superar os desafios e as dificuldades.
Aos meus amigos, que nos momentos difíceis estiveram presentes.
A direção e colegas da CERILUZ, pelo apoio, incentivo e confiança recebida durante esta jornada.
Aos professores envolvidos no desenvolvimento deste trabalho, principalmente à minha orientadora, Professora Msc. Maria Margarete Baccin Brizolla pela confiança, atenção, empenho, competência e dedicação. Sua dedicação e ensinamentos serão sempre lembrados e valorizados.
E a todos que de alguma forma contribuíram para a realização desta pesquisa.
AGRADECIMENTOS
O pensamento tem poder infinito. Ele mexe com o destino, acompanha a sua vontade. Ao esperar o melhor, você cria uma expectativa positiva que detona o processo de vitória. Ser otimista é ser perseverante, é ter uma fé inabalável e uma certeza sem limites de que tudo vai dar certo. Ao nascer o sentimento de entusiasmo, o universo aplaude tal iniciativa e conspira a seu favor, colocando-o a serviço da humanidade. Você é quem escreve a história de sua vida - ao optar pelas atitudes construtivas - você cresce como ser humano e filho dileto de DEUS. Positivo atrai positivo. Alegria chama alegria. Ao exalar esse estado otimista, nossa consciência desperta energias vitais que vão trabalhar na direção de suas metas. Seja incansavelmente otimista. Faz bem para o corpo, para a mente e para a alma. É humano e natural viver aflições, só não é inteligente conviver com elas por muito tempo.
Seja mais paciente consigo mesmo, saiba entender suas limitações. Sem esforço não existe vitória. Ao escolher com sabedoria viver sua vida com otimismo, seu coração sorri, seus olhos
brilham e a humanidade agradece por você existir.
Pablo Neruda
Figura 1: Relação mercadológica das sociedades cooperativas	27
Figura 2: Conhecimento Racional e seu Processo Normativo	37
Figura 3: Estrutura Contábil no Brasil	42
Figura 4: O CPC e a convergência aos padrões internacionais de contabilidade (IFRS)	43
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1: Diferenças de uma empresa cooperativa e não cooperativa	28
Quadro 2: Posição dos pronunciamentos, interpretações e orientações técnicas do CPC	44
Quadro 3: Comparativo do Balanço Patrimonial – BP	51
Quadro 4: Comparativo da Demonstração do Resultado do Exercício	57
Quadro 5: Comparativo das Demonstrações Contábeis Obrigatórias	58
Quadro 6: Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados	60
Quadro 7: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido	61
Quadro 8 – Demonstração do Resultado Abrangente	62
Quadro 9: Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto	64
Quadro 10: Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto	64
Quadro 11: Demonstração do Valor Adicionado (Empresas em geral)	66
Quadro 12: Teste de Recuperabilidade	70
Quadro 13 – Balanço Patrimonial de 2008	76
Quadro 14 – Demonstrativo de Sobras ou Perdas de 2008	77
Quadro 15 – Demonstrativo de Sobras ou Perdas à Disposição de 2008	78
Quadro 16 – Demonstrativo das Mutações do Patrimônio Líquido de 2008	79
Quadro 17 - Demonstração dos Fluxos de Caixa	81
Quadro 18 – Demonstração do Valor Adicionado de 2008	81
Quadro 19 – Balanço Patrimonial de 2009	83
Quadro 20 – Demonstrativo de Sobras ou Perdas de 2009	87
Quadro 21 - Demonstrativo de Sobras ou Perdas à Disposição de 2009	88
Quadro 22 – Demonstrativo das Mutações do Patrimônio Líquido de 2009	88
Quadro 23 – Demonstração dos Fluxos de Caixa de 2009	90
Quadro 24 – Demonstração do Valor Adicionado de 2009	91
Quadro 25 – Balanço Patrimonial de 2010	93
Quadro 26 – Demonstrativo de Sobras ou Perdas de 2010	94
Quadro 27 – Demonstrativo de Sobras ou Perdas à Disposição de 2010	94
Quadro 28 – Demonstrativo das Mutações do Patrimônio Líquido de 2010	94
Quadro 29 – Demonstração dos Fluxos de Caixa de 2010	96
Quadro 30 – Demonstração do Valor Adicionado de 2010	96
Quadro 31 – Comparativo do grupo Ativo do Balanço Patrimonial de 2008 e 2009	98
LISTA DE QUADROS
Quadro 32 – Comparativo do grupo Passivo do Balanço Patrimonial de 2008 e 2009	98
Quadro 33 – Comparativo da Demonstração do Resultado do Exercício de 2008 e 2009	99
Quadro 34 – Comparativo das Demonstrações Contábeis da cooperativa antes e após as alterações	102
LISTA DE SIGLAS
ABCE – Associação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica
ABRACE – Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia ABRADEE – Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas
A.G.O – Assembléia Geral Ordinária
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais
AVP – Ajuste a Valor Presente BACEN – Banco Central do Brasil
BNDE – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo
BP – Balanço Patrimonial
BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CCOI – Comitê Coordenador de Operação Interligada
CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica
Ceriluz Distribuição – Cooperativa Regional de Energia e Desenvolvimento Ijuí Ltda Ceriluz Geração – Cooperativa de Geração de Energia e Desenvolvimento Social Ltda CFC – Conselho Federal de Contabilidade
CGISE – Comitê de Gestão Integrada de Empreendimentos de Geração do Setor Elétrico CMSE – Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico
CNAE – Conselho Nacional de Águas e Energia CNPE – Conselho Nacional de Política Energética
COMASE – Comitê Coordenador das Atividades do Meio Ambiente do Setor Elétrico COOGERI – Cooperativa Central de Geração de Energia Rio Ijuí Ltda
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPFL – Companhia Paulista de Foça e Luz
CRCRS – Conselho Regional de Contabilidade do RS CTG – Comunicados Técnicos
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa
DLPA – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DOAR – Demonstração das Origens e Aplicações de Recurso DRA – Demonstração do Resultado Abrangente
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício DVA – Demonstração do Valor Adicionado
ENERAM – Comitê Coordenador de Estudos Energéticos da Amazônia ELETROBRÁS – Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
ELETRONORTE – Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A ELETRONUCLEAR – Eletrobrás Termonuclear S.A ELETROSUL – Centrais Elétricas do Sul do Brasil S.A.
EPE – Empresa de PesquisaEnergética
FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Atuariais e Financeiras da USP GCE – Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica
GCOI – Grupo Coordenador para Operação Interligada
GCPS – Grupo Coordenador de Planejamento dos Sistemas Elétricos IASB – International Accounting Standards Board
IASC – International Accounting Standards Committee IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil IFAC – International Federation of Accountants
IFRS – International Financial Reporting Standards Impairment – Valor Recuperável de Ativos
INTOSAI – International Organisation of Supreme Audit Institutions
ITG – Interpretações Técnicas
KPMG – Klynveld Peat Marwick Goerdeler
MAE – Mercado Atacadista de Energia Elétrica
MCSPEE – Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia Elétrica MME – Ministério de Minas e Energia
NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade
NBC P – Normas Brasileiras de Contabilidade Profissional
NBC PA – Normas Brasileiras de Contabilidade Profissional do Auditor Independente NBC PG – Normas Brasileiras de Contabilidade Profissional Geral
NBC PI – Normas Brasileiras de Contabilidade Profissional do Auditor Interno
NBC PP – Normas Brasileiras de Contabilidade Profissional do Perito NBC T – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica
NBC TA – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica da Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica
NBC TAG – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Auditoria Governamental ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
NBC TG – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica Geral
NBC TI – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Auditoria Interna NBC TP – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Perícia
NBC TR – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Informação Contábil História NBC TSP – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica do Setor Público
NBC TSC – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Serviço Correlato NUCLEBRÁS – Empresas Nucleares Brasileiras S.A.
OCERGS – Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do RS ONU – Organização das Nações Unidas
ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico PAC – Prestação Anual de Contas
PCH’s – Pequenas Centrais Hidrelétricas PME – Pequenas e Médias Empresas
PND – Programa Nacional de Desestatização
PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica REVISE – Revisão Institucional de Energia Elétrica
S/As – Sociedade por Ações
SEBRAE – Agência de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário SINTREL – Sistema Nacional de Transmissão de Energia Elétrica SUSEP – Superintendência de Seguros Privados
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
A contabilidade é uma ciência social que prima pela ética e transparência e procura fornecer informações seguras aos seus usuários, especialmente sobre aspectos do seu objeto de estudo, que é o patrimônio e suas variações (BASSO, 2011).
Neste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foram analisadas as mudanças ocorridas nos Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade a partir das alterações ocorridas na legislação societária, buscando compreender os efeitos que tais mudanças causaram em organizações geradoras de energia elétrica, objetivando responder a seguinte questão: Quais os impactos gerados na apresentação do conjunto de demonstrações contábeis obrigatórias de uma organização geradora de energia elétrica, no que tange as alterações trazidas pela legislação contábil societária?
Com base nesta pergunta, este estudo é motivado pela percepção das profundas transformações que a contabilidade societária está causando nas organizações. Desvendar tais transformações tornou-se, então, meu objetivo, por este motivo escolhi a Cooperativa de Geração de Energia e Desenvolvimento Social Ltda (Ceriluz Geração) para ser utilizada como meu objeto de estudo.
Hoje, no Rio Grande do Sul, existem nove cooperativas com instalação de pequenas centrais hidrelétricas que geram energia elétrica, sendo a Coprel, Cerfox, Certhil, Creluz, Cermissões, Creral, Certel, Cooperluz e a organização que será utilizada como estudo, a Ceriluz (FECOERGS, 2011).
O estudo foi estruturado em três capítulos. No decorrer do capítulo I, foi apresentada a contextualização do estudo, onde é apresentada a área do conhecimento contemplada, a caracterização da organização, a definição do problema que desencadeou o estudo, foram apontados os objetivos gerais e específicos, a justificativa, e apresentada à metodologia do trabalho, envolvendo coleta, análise e interpretação de dados.
No capítulo II consta o referencial teórico, que foi usado como suporte ao estudo aplicado realizado no TCC, apresentando o ramo da atividade da organização em estudo, conceitos sobre o universo que abrange a contabilidade; a definição e as alterações dos Princípios de Contabilidade; as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas modificações após a convergência contábil; e as principais mudanças promovidas pela alteração da Lei das Sociedades Anônimas.
No capítulo III, consta o estudo aplicado, com o desenvolvimento das mudanças de ordem contábil, trazidas a partir das alterações ocorridas na legislação societária e que impactaram as cooperativas de geração de energia elétrica, em especifico a Ceriluz Geração. Serão demonstradas as diferenças ocorridas dentro desta organização, antes e após a convergência contábil, e quais foram os seus respectivos impactos causados.
Na sequencia aparece à conclusão e por fim as referências consultadas para dar suporte à realização deste TCC.
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO
A área contemplada neste estudo são os princípios e normas contábeis e suas alterações, onde se propôs levantar as mudanças relevantes na contabilidade a partir da convergência às normas internacionais de contabilidade, emitidas pelo International Accounting Standards Board - IASB, e a sua melhoria a partir de então, quanto à relevância das informações divulgadas e como diferencial competitivo que porventura possa ocorrer na organização estudada.
Área de Conhecimento Contemplada
O Trabalho de Conclusão de Curso foi desenvolvido na área da contabilidade societária, a qual nos últimos anos vem passando por um processo de mudanças.
Há poucos anos atrás, a contabilidade era vista apenas como necessária para o cumprimento de obrigações fiscais e determinações legais, hoje, ela deve ser notada como um poderoso instrumento administrativo, capaz de controlar efetivamente todo o patrimônio da entidade, gerar informações e fazer a diferença no mercado tão competitivo.
Evolução, esta é a palavra para definir o que está ocorrendo com a contabilidade. As normas estão sendo alinhadas com as práticas internacionais adotadas na grande maioria dos países desenvolvidos. Essa consolidação das normas contábeis acontece a partir das International Financial Reporting Standards - IFRS, e o principal argumento a favor da
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implantação dessa nova maneira de fazer a contabilidade é de permitir uma padronização de todas as demonstrações financeiras ao redor do mundo como um único padrão de normas.
O processo de convergência contábil iniciou pela vigência da Lei nº 11.638/07 e após pela Medida Provisória (MP) nº 449/08 que foi convertida na Lei nº 11.941/09. Estas leis reformularam a parte contábil da Lei das Sociedades por Ações (SA’s), que hoje está sendo a maior alteração de práticas contábeis nos últimos 35 anos, desde a edição da Lei nº 6.404/76.
Em seguida, foi instituído pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que conta com representantes da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Nacional), Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Atuariais e Financeiras da USP (Fipecafi) e Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).
Esse comitê emitiue aprovou em 2007, dois pronunciamentos técnicos, que foram convertidos em Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), em 2008 treze pronunciamentos técnicos e duas orientações técnicas, em 2009 vinte e sete pronunciamentos técnicos, uma orientação técnica e doze interpretações técnicas e em 2010 doze pronunciamentos técnicos, duas orientações técnicas e quatro interpretações técnicas, totalizando hoje, cinquenta e quatro pronunciamentos técnicos, cinco orientações técnicas e dezesseis interpretações técnicas.
A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica (NBC T) 10.8 aprovada pelo CFC através da Resolução nº 920/01, está diretamente relacionada ao objeto de estudo, uma entidade cooperativa, que é regida pela Lei nº 5.764/71.
A NBC T 10.8.1.2 define entidades cooperativas:
Entidades cooperativas são aquelas que exercem as atividades na forma da lei específica, por meio de atos cooperativos, que se traduzem na prestação de serviços diretos aos seus associados, sem objetivo de lucro, para obterem em comum melhores resultados para cada um deles em particular. Identificam-se de acordo com o objeto ou pela natureza das atividades desenvolvidas por elas, ou por seus associados (CRCRS, 2011, p. 69).
Diante da globalização e da internacionalização dos mercados, a contabilidade se faz presente em todos os segmentos da economia, sejam empreendimentos com finalidades de lucro ou sem fins lucrativos. A contabilidade mudou o seu perfil diante dos novos fatos e da globalização, gerando novos conceitos e aperfeiçoamento nos métodos utilizados pelos profissionais da área contábil e em todos os tipos de entidades.
O objetivo deste trabalho é mostrar quais são as mudanças ocorridas na contabilidade, a partir da convergência contábil, da migração das normas contábeis brasileiras para o padrão internacional, e sua importância nas organizações.
As mudanças fazem parte de um ciclo natural de evolução. Evolução das pessoas, das sociedades, das organizações. A contabilidade não está alheia a isso, muito pelo contrário, está sempre evoluindo. E a principal evolução da contabilidade na 1ª década do século XXI no Brasil (e também no mundo) é conhecida como a Convergência para as Normas Internacionais. Tais normas vêm sendo construídas desde 1973 pelo então International Accounting Standards Committe (IASC), transformado em 2001 para International Accounting Standards Board (IASB). (IUDÌCIBUS et al, 2010, p. 725).
Em vista disso, esperam-se muitos benefícios com a adoção do IFRS como padrão contábil, tendo como resultado à padronização internacional, a linguagem contábil global para servir de base nas negociações transnacionais, à imediata utilização pelo público internacional, o aumento do fluxo de capitais para as empresas brasileiras, a redução de custos de adaptação dos relatórios financeiros e a tendência à redução de juros em captações de recursos.
Caracterização do Objeto de Estudo
A Cooperativa de Geração de Energia e Desenvolvimento Social Ltda (Ceriluz Geração) é uma sociedade de pessoas, de natureza civil, com sede na Rua do Comércio, nº 921, Sala B, Ijuí/RS, e tem como principal objetivo o desenvolvimento socioeconômico de sua área de ação de atuação básica, através da geração de energia elétrica, a prestação de outros serviços de interesse de seu quadro de associados pessoas físicas ou jurídicas, onde as operações da cooperativa são efetivadas sem qualquer objetivo de lucro.
A cooperativa surgiu em 11 de Setembro de 2006, a partir da Cooperativa Regional de Energia e Desenvolvimento Ijuí Ltda (Ceriluz Distribuição), através de uma definição legal, podendo utilizar os recursos do mercado, uma vez que a energia produzida não poderia ser fornecida pela Ceriluz Distribuição, depois que esta assinou o contrato de Permissionária de Serviços Públicos com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O desmembramento da cooperativa tornou-se necessário para atender exigências do organismo
regulador da energia elétrica em nosso país, a ANEEL, onde as atividades de distribuição e geração de energia deveriam ficar em empresas separadas.
Em muitas atividades a Ceriluz Geração une-se à Ceriluz Distribuição, uma vez que ambas são formadas pelo mesmo quadro social. É o que no cooperativismo define-se como Intercooperação, um dos sete princípios, ou seja, quando duas ou mais organizações se unem tendo um mesmo foco de ação.
Com a divisão dos setores de produção de energia e comercialização, a Ceriluz Geração passou a comercializar sua energia no mercado aberto e não mais a abastecer a Ceriluz Distribuição. Atualmente está em vigor o contrato assinado com a Companhia Paulista de Foça e Luz (CPFL), que definiu a comercialização de toda a energia gerada pelas usinas da Ceriluz Geração pelo período de dez anos. O contrato consolida a venda de energia até o dia 31 de dezembro de 2020 e foi uma decisão estratégica da direção, pois dá garantias de mercado para a produção das usinas a valores considerados positivos frente o atual cenário. Segundo a direção, esse contrato permite que a cooperativa possa projetar seu futuro com tranquilidade e definir investimentos como o que está sendo feito agora, com a construção da Usina RS155.
A organização é regida pela Lei nº 5.764 de 16 de dezembro de 1.971, que regulamenta o sistema cooperativista no país e tem como atividades preponderantes, construir, montar e operar usinas próprias de geração de energia elétrica, transformar e distribuir energia elétrica para o consumo do mercado através de contratos específicos, operar nos termos da legislação em vigor sob os mecanismos da Autorização, Permissão e Concessão no Setor Elétrico Brasileiro e no que for cabível nos serviços de eletricidade aos seus cooperados em 22 municípios e demais municípios do Brasil, aonde por ventura venha desenvolver suas atividades, conforme definido em seu estatuto social.
Atualmente, dispõe de 30 colaboradores, com diferentes especificações profissionais voltadas para os trabalhos executados dentro dos escritórios e principalmente na área técnica.
A Ceriluz Geração possui hoje três usinas, duas em pleno funcionamento e a terceira em obras, são elas: a Usina Nilo Bonfanti situada em Chiapetta, que foi construída entre 1998 e 1999, com potência instalada de 680 kW, a Usina José Barasuol situada em Ijuí, com potência instalada de 13,5 MW, juntamente com a minicentral composta por uma turbina com capacidade para gerar 830 kW. Hoje, a cooperativa está construindo a usina RS155, situada também em Ijuí, que terá capacidade instalada de 5,7 MW.
Problematização do Tema
A Prática Contábil passou a ser tratada com o padrão e entendimento mundial, sendo que esta nova linguagem universal impactou na interpretação e análise dos dados contábeis, onde as demonstrações serão mais voláteis, exigindo postura de agilidade e adaptação a essa nova realidade.
A harmonização das normas de contabilidade é um processo de extrema necessidade e relevância. Diante disto, a divulgação das informações de uma organização deve ter o respaldo das normas contábeis de alta qualidade, que garantam a comparabilidade com outras organizações e a compreensibilidade de seus usuários.
Como a própria legislação societária determina, deve haver uma harmonização contábil com as normas internacionais de contabilidade, diante disto, ocorreram várias mudanças e uma grande evolução nas cooperativas de geração de energia elétrica.
A ANEEL, órgão regulador do Setor de Energia Elétrica no Brasil, instituída pela Lei nº 9.427 de 26 de Dezembro de 1996, em sua missão institucional, vem atualizando, ao longo do tempo, os procedimentos contábeis catalogados no Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia Elétrica – MCSPEE, instituído em 2001 por meio da Resolução nº 444, a partir de uma reformulação do antigo plano de contas do Setor de Energia Elétrica, que apresenta atualmente a contabilidade regulatória.
Esses procedimentos vêm sendo utilizados pelas concessionárias do serviço públicode energia elétrica para registro de suas operações, possibilitando a ANEEL, o efetivo exercício das atribuições de regulação e fiscalização estabelecidas pela legislação aplicável às atividades do serviço público de energia elétrica (LEITE, 2010).
Considerando o exposto, tem-se o seguinte problema a responder: Quais os impactos gerados na apresentação do conjunto de demonstrações contábeis obrigatórias de uma organização geradora de energia elétrica, no que tange as alterações trazidas pela legislação contábil societária?
Objetivos
Neste tópico são apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos, os quais darão sustentação à resposta da questão de pesquisa ora proposta.
Objetivo Geral
O objetivo geral do presente estudo é identificar os impactos gerados pela alteração dos Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade, a partir da legislação societária, no conjunto das demonstrações contábeis obrigatórias de uma organização geradora de energia elétrica, situada na região noroeste (RS).
Objetivos Específicos
Os objetivos específicos do projeto de pesquisa são:
Resgatar na literatura específica, as principais abordagens relacionadas ao tema proposto, tendo como norte dar resposta à questão de pesquisa;
Identificar as mudanças ocorridas nos Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade, que impactam a escrituração contábil na organização estudada;
Identificar quais dessas mudanças são aplicadas e quais não são aplicadas nas organizações geradoras de energia elétrica;
Comparar quais as demonstrações contábeis eram obrigatórias antes e quais são após as alterações impostas pela legislação societária.
Justificativa
Concluindo o Curso de Ciências Contábeis, é necessário discorrer sobre algum tema que chamou mais a atenção durante o curso, é o denominado Trabalho de Conclusão de Curso, onde optei por falar da convergência contábil e o seu impacto na área societária, principalmente, nas organizações geradoras de energia elétrica, pois está sendo um assunto muito discutido e visto no decorrer deste ano. Tais mudanças proporcionam a valorização do profissional contábil que deve se adequar às novas exigências. Trata-se de uma área promissora e de grande importância para atuação profissional do Contador.
Enquanto aluna do Curso de Ciências Contábeis da Unijuí cabe à oportunidade de aprofundar meu conhecimento, sabedoria, erudição e também incluir competências mais amplas, como prudência, moral e experiência de vida. Para minha formação acadêmica, é o momento de aperfeiçoar o aprendizado construído no decorrer do curso, colocando em prática os conhecimentos teóricos, para mostrar que realmente vou obter êxito no curso pelo domínio do tema escolhido.
À universidade e principalmente aos alunos de Ciências Contábeis servirá como fonte de pesquisa para os interessados, com pretensão de contribuir ao crescimento profissional e aperfeiçoamento na área em estudo, que está em abrangência.
Como fonte de pesquisa, a escolha pelo tema foi em função da necessidade de melhorar meu aprendizado, pois, com tantas mudanças no decorrer dos oito semestres do curso, foi preciso aprofundar-me mais neste assunto, que está em constante mudança.
Para a organização, este trabalho visa contribuir na importância de evidenciar tais mudanças ocorridas e aplicá-las, visando fornecer uma informação fidedigna aos usuários externos e internos, através da fundamentação de estudos teóricos e práticos, baseado na ética e moral, mostrando aos seus colaboradores, parceiros e público em geral, que a organização busca a diferenciação no mercado do setor.
Metodologia do Trabalho
Neste item é explicado de que forma o trabalho foi realizado e qual o método usado no decorrer da pesquisa.
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Para definir a metodologia que será utilizada na pesquisa, fazem-se necessários os seguintes questionamentos: como, com o que ou com quem, onde? Com essas indagações, pode-se traçar os objetivos e a finalidade do projeto. A escolha da metodologia oscila de acordo com os objetivos traçados da pesquisa e o problema a ser investigado, [...] deve ser feita a formulação do problema, das hipóteses levantadas, e a delimitação do universo ou amostra (SILVA, 2003, p. 59).
As etapas seguidas para realização do estudo foi à classificação da pesquisa, onde é feita a apresentação do ponto vista da natureza, dos objetivos, dos procedimentos técnicos e quanto à forma da abordagem do problema, também é apresentado o plano de coleta de dados e o plano de análise e interpretação dos dados.
Classificação da Pesquisa
Os critérios para a classificação da pesquisa variam de acordo com o enfoque dado, os interesses, campos, metodologias, situações e objetos de estudo.
Do ponto de Vista de sua Natureza
Sob o ponto de vista da natureza as pesquisas podem classificar-se em pesquisa básica, quando gera conhecimentos, envolve verdades e interesses universais e também pesquisa aplicada, quando gera conhecimentos para a aplicação prática dirigida à solução de problemas, onde evolvem verdades e interesses locais.
O presente estudo caracteriza-se como pesquisa aplicada, pois está ligada diretamente à área da contabilidade, e objetiva gerar informações para aplicação prática dirigida à solução da problemática em estudo. “A pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática’’ (VERGARA, 2009, p. 43).
“O propósito da pesquisa aplicada é entender como lidar com o problema, refere-se à discussão de problemas, utilizando o referencial teórico e a apresentação de soluções alternativas” (ROESCH, 2006, p. 60).
Do ponto de seus Objetivos
Segundo Gil (2002), toda e qualquer classificação deve ser feita mediante algum critério, sendo assim, referindo-se a pesquisas considera-se como base os objetivos gerais do trabalho.
Com base nesta citação, quanto aos objetivos, o estudo classifica-se como pesquisa exploratória e descritiva. Através de uma metodologia exploratória, tem como objetivo aprimorar idéias e proporcionar maior familiaridade com o assunto, que na maioria das vezes se desenvolve em uma pesquisa bibliográfica e um estudo de caso. E pela metodologia explicativa, identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos e aprofundar o conhecimento da realidade.
De acordo com Cervo e Bervian (2006), a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona os fatos ou fenômenos sem manipulá-los e procura descobrir a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e suas características. Já a pesquisa exploratória, realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre seus elementos componentes, onde há pouco conhecimento sobre o problema a ser estudado.
Quanto à Forma de Abordagem do Problema
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, existem dois tipos: a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa. O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, feita mediante uma análise bibliográfica.
Pesquisa qualitativa “responde a questões muito particulares. Ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes” (MINAYO, 2008, p. 21).
Esta pesquisa enquadra-se nesta tipologia pelo fato de não serem utilizados métodos estatísticos na coleta e análise de dados. Neste trabalho, conforme se pode descrever, os dados e informações foram coletados em material bibliográfico e pesquisas em meios eletrônicos, interpretados e analisados pela pesquisadora de acordo com seus conhecimentos.
Do ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos
Os procedimentos técnicos conforme Gil (2002), são o delineamento que se referem ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, que envolve tanto a diagramação quanto a previsão de análisee interpretação de coleta de dados.
Nesse caso, o estudo classifica-se nos seguintes procedimentos técnicos:
Pesquisa Bibliográfica: “é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral” (VERGARA, 2009, p. 43).
A pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema. O estudo de literatura pertinente pode ajudar a planificação do trabalho, evitar publicações e certos erros, e representa uma fonte indispensável de informações, podendo orientar as indagações (MARCONI e LAKATOS, 2006, p. 25).
Utiliza-se de materiais já elaborados, como livros e artigos científicos, tendo como principal vantagem à possibilidade da ampla cobertura de fenômenos (GIL, 2002).
Levantamento: envolve a interrogação direta de pessoas cujo comportamento se deseja conhecer acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, chegar as conclusões correspondentes aos dados coletados (GIL, 2002).
Pesquisa Documental: quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico, documentos de primeira mão, como documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias e gravações, ou ainda documentos de segunda mão, que de alguma forma já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas e tabelas estatísticas (GIL, 2002).
Estudo de Caso: “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento” (GIL, 2002, p. 54).
“É um estudo que analisa um ou poucos fatos com profundidade. A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias e no início de pesquisas mais complexas” (SILVA, 2003, p. 63).
Coleta de Dados
Quanto à coleta dos dados, os mesmos foram feitos a partir de bibliografias já disponíveis a cerca do tema proposto; artigos literários; artigos, documentos e legislação em periódicos eletrônicos; e também material literário da organização em estudo.
Foram levantadas as diretrizes e os programas do Governo Federal, as leis, decretos, portarias e outros documentos oficiais publicados no Diário Oficial, a fim de serem identificadas e analisadas as políticas e os recursos adotados acerca da convergência contábil no Brasil.
Também foi feita uma pesquisa documental nos arquivos da organização em estudo, como a lei que regulamenta a organização, órgão fiscalizador, porte da empresa, regime de tributação, entre outros dados e documentos necessários, para que pudesse ser feita a análise quanto às mudanças e os impactos nas demonstrações financeiras da organização em estudo.
O plano de coleta de dados é a “etapa da pesquisa em que se inicia aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos” (MARCONI e LAKATOS, 1985, p. 157).
Nesta etapa estão descritos os métodos utilizados para a obtenção de dados.
a) Instrumentos de Coleta de Dados
Quando se busca coletar dados é importante definir as formas e os meios de coleta de dados, onde para o estudo proposto é utilizada a observação de forma sistemática e individual. Observação: “é o elemento fundamental para a pesquisa. Desde a formulação do problema, passando pela construção de hipóteses, coleta, análise e interpretação dos dados”
(GIL, 1999, p. 110).
Quanto aos instrumentos de coleta de dados, o trabalho foi desenvolvido através de bibliografias, artigos literários, artigos, documentos e legislação em periódicos eletrônicos que permitiu abordar e analisar o tema proposto.
A partir do tema proposto, descreveu-se quais eram as demonstrações contábeis vigentes e quais foram suas alterações na legislação societária, e a partir desse fundamento foram descritos os impactos causados para as organizações geradoras de energia elétrica.
Análise e Interpretação dos Dados
A pesquisa bibliográfica objetiva organizar, esclarecer e levantar informações sobre as principais idéias do tema proposto, tendo em vista, a sua aplicação na parte prática para alcançar os objetivos propostos.
Segundo Roesch (2006) na pesquisa de caráter qualitativo, o pesquisador, ao encerrar sua coleta de dados, se depara com uma quantidade imensa de notas de pesquisa, que se materializam na forma de textos, os quais terão de organizar para depois interpretar.
Na análise o propósito é ir além do descrito, fazendo uma decomposição dos dados e buscando as relações entre as partes que foram decompostas. Na interpretação buscam-se sentidos das falas e das ações para se chegar a uma compreensão ou explicação que vão além do descrito e analisado (MINAYO, 2008, p. 80).
Neste tópico, foram analisadas quais eram as demonstrações contábeis vigentes e quais foram suas alterações na legislação societária, e a partir desse fundamento descrever os impactos causados para as organizações geradoras de energia elétrica.
REFERENCIAL TEÓRICO
No referencial teórico é feito um estudo aprofundado de pesquisa bibliográfica sobre os temas abordados no TCC, visando à compreensão e análise à problemática definida, para que se possa chegar aos objetivos propostos.
COOPERATIVISMO
A cooperação sempre existiu nas sociedades humanas, desde as eras mais remotas, estando sempre associada às lutas pela sobrevivência, às crises econômicas, políticas e sociais, bem como às mudanças (OCERGS, 2011).
Define-se cooperativismo como sendo a união de pessoas voltadas para um objetivo comum, é a busca da constituição de uma sociedade justa, livre e fraterna, através da organização social e econômica da comunidade em bases democráticas, para atender suas necessidades reais, remunerando adequadamente o trabalho de cada um dos seus cooperantes (OCERGS, 2011).
O cooperativismo brasileiro atua em vários setores da economia, e atualmente estão denominados em ramos: Agropecuário; Consumo; Crédito; Educacional; Especial; Habitacional; Infraestrutura, que é o ramo da entidade em estudo, a energia elétrica; Mineral; Produção; Saúde; Trabalho; Transporte; Turismo e Lazer.
Ele visa às necessidades do grupo e não ao lucro, busca prosperidade conjunta e não individual. Por sua natureza e particularidades, tem papel determinante na promoção do desenvolvimento sustentável. O cooperativismo alia o economicamente viável ao ecologicamente correto e ao socialmente justo.
Sociedades Cooperativas
Cooperativas são organizações constituídas legalmente, onde um grupo de pessoas se une em torno de um bem comum, tendo como finalidade, produzir e colocar os produtos ou
serviços de seus cooperados no mercado, com condições mais vantajosas do que os mesmos teriam isoladamente, tornando os empreendimentos mais competitivos e gerando maiores oportunidades de negócios. A cooperativa é então, um meio para que um determinado grupo de indivíduos atinja objetivos específicos, através de um acordo voluntário para cooperação recíproca.
Abaixo, segue uma figura onde é demonstrado este ciclo: Figura 1: Relação mercadológica das sociedades cooperativas.
Fonte: SEBRAE, 2011.
As sociedades cooperativas fundamentam-se na economia solidária e se propõe a obter um desempenho eficiente, com qualidade e valorização dos serviços que presta e seus próprios associados e usuários. A principal característica é de oferecer aos seus cooperados melhores condições econômicas e sociais, uma vez que a cooperativa, em si, não possui finalidade lucrativa (OCERGS, 2011).
Ainda o CFC, através da Norma Brasileira de Contabilidade - NBCT 10.8.1.2, define:
Entidades Cooperativas são aquelas que exercem as atividades na forma da lei específica, por meio de atos cooperativos, que se traduzem na prestação de serviços diretos aos seus associados, sem objetivo de lucro, para obterem emcomum melhores resultados para cada um deles em particular. Identificam-se de acordo com o objeto ou pela natureza das atividades desenvolvidas por elas, ou por seus associados (CRCRS, 2011, p. 69).
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As cooperativas estão regulamentadas pela Lei Federal nº 5.764/71, pela Constituição Federal, em seu art. 5º, incisos XVII e no art. 174, § 2º do Código Civil, pela NBC T 10.8 e pelas legislações específicas.
As informações geradas pela contabilidade das cooperativas devem estar de acordo com os princípios de contabilidade, para poder atender a legislação e gerar informações adequadas aos seus usuários, sendo os princípios os responsáveis por não deixar que a contabilidade fuja do seu objetivo. Também para que as cooperativas cumpram o seu papel com eficácia, devem seguir os sete princípios cooperativistas, que são à base do cooperativismo, eles são: Adesão voluntária; Gestão democrática; Participação econômica dos membros; Autonomia e Independência; Educação, formação e informações; Intercooperação; e Interesse pela comunidade.
As sociedades cooperativas possuem características que lhe são peculiares e isso já é o bastante para diferenciá-la das demais sociedades, como pode-se observar no quadro abaixo:
Quadro 1: Diferenças de uma empresa cooperativa e não cooperativa.
	Empresa cooperativa
	Empresa não cooperativa
	É uma sociedade de pessoas
	É uma sociedade de capital
	Objetivo principal é a prestação de serviços
	Objetivo principal: lucro
	Número ilimitado de associados
	Número limitado de acionistas
	Controle democrático - um homem, um voto
	Cada ação um voto
	Assembléia: quórum baseado no número de associados
	Assembléia: quórum baseado no capital
	Não é permitida a transferência das quotas-partes a terceiros, estranhos à sociedade
	Transferências das ações a terceiros
	Retorno proporcional ao valor das operações
	Dividendo proporcional ao valor das ações
Fonte: Portal do Cooperativismo (2011).
Sociedade cooperativa e não cooperativa apresentam diversos pontos em comum e outros divergentes, porém, ambas possuem diferentes classificações e um tratamento legislativo característico. O que se deve levar em consideração são as finalidades almejadas por cada uma.
A sociedade cooperativa tem a forma, obrigatoriamente, de uma sociedade simples e não dispõe de alternativas para a sua regulamentação, como ocorre com outros tipos societários, exceto com as sociedades anônimas.
Tendo como base a atual situação do nosso país, as cooperativas podem ser uma ótima saída, pelo seu princípio doutrinário e pelo seu pensamento democrático, tidas como norteadores desse tipo societário.
2.1.2. Norma Brasileira de Contabilidade T 10.8 – Entidades Cooperativas
O CFC aprovou a Resolução n° 920/01 que através da NBCT 10.8 regulamenta as entidades cooperativas. Esta norma estabelece “critérios e procedimentos de avaliação, registro das variações patrimoniais, estrutura das demonstrações contábeis e informações a serem incluídas em notas explicativas para as entidades cooperativas” (CRCRS, 2011, p. 64).
As normas são criadas para que se estabeleçam regras e procedimentos com o propósito contábil de fornecer aos seus usuários informações de acordo com a necessidade. A norma busca facilitar as decisões da sociedade. Sua característica fundamental é a evidenciação e a transparência na apuração e demonstração do resultado das atividades relacionadas entre a cooperativa e o associado.
A complexidade de informações que as sociedades cooperativas devem gerar para atender as necessidades de seus associados e de outros usuários tem merecido de fato uma norma contábil moderna e eficiente, que veio ajudar expressivamente para o crescimento das entidades cooperativas e também para a ciência contábil.
Os resultados mostram que a NBC T 10.8 preencheu uma lacuna histórica que interviu a prática da atividade contábil nas cooperativas, cujos procedimentos contábeis, que estão contidos em conteúdos técnicos e científicos na NBC T 10.8, são apresentados de forma detalhada.
RAMO DA ATIVIDADE
A Ceriluz Geração tem na sua política de gestão o respeito e a preservação do meio ambiente, afinal, é da natureza que vem a matéria prima para a geração de seu produto: a energia elétrica. É a água que movimenta as turbinas formando a eletricidade que chega as casas dos consumidores, portanto, ela opta pela construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s) pelas características fluviais da região onde atua, mas também pelo baixo impacto ambiental que elas geram, produzindo energia limpa. Juntas as PCH’s da Ceriluz Geração jogam no sistema elétrico 16,2 MW, a um baixo impacto ambiental. Graças a isso a cooperativa é geradora de créditos de carbono, com participação no mercado de Emissões Certificadas de Carbono autorizado no início de 2008 pela ONU.
Segundo, Wikipédia (2011), “a energia elétrica é uma forma de energia baseada na geração de diferenças de potencial elétrico entre dois pontos, que permitem estabelecer uma corrente elétrica entre ambos”.
As empresas de geração vendem energia principalmente para empresas distribuidoras, mas concorrem com estas e com as comercializadoras nas vendas para consumidores livres, esta operação é coordenada pelo ONS, que é o operador responsável pelo planejamento e operações da operação elétrica de médio prazo (ONS, 2011).
Setor Elétrico Brasileiro
Abaixo, se pode analisar a evolução do Setor Elétrico Brasileiro conforme algumas pesquisas em meios eletrônicos, pelo site da ANEEL; EDP no Brasil, que é um site sobre Geração, Comercialização e Distribuição de Energia Elétrica; Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS); Ministério de Minas e Energia (MME); Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (ELETROBRÁS); e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE):
1879: Inauguração, na Estação Central da Estrada de Ferrovia Dom Pedro II, da primeira instalação de iluminação elétrica permanente do país.
1881: Instalação, pela Diretoria Geral dos Telégrafos, da primeira iluminação externa pública do país, em trecho da atual Praça da República, na cidade do Rio de Janeiro.
1883: Entra em operação a primeira usina hidrelétrica brasileira. A usina está localizada no Ribeirão do Inferno, cidade de Diamantina. Inauguração do primeiro serviço público municipal de iluminação elétrica do Brasil e da América do Sul.
1887: Entra em operação a usina termoelétrica da Fiat Lux.
1890 a 1900: Criação de várias usinas de geração de energia elétrica.
1903: Aprovação, pelo Congresso Nacional, do primeiro texto de lei disciplinando o uso de energia elétrica no país.
1908: Entra em operação à hidrelétrica Fontes Velha, a maior usina do Brasil e uma das maiores do mundo na época.
1934: Promulgação do Código de Águas, pelo presidente Getúlio Vargas, que atribui ao poder público a possibilidade de controle das concessionárias de energia elétrica.
1936: Criada a ABCE (Associação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica).
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1937: Inauguração do primeiro trecho eletrificado da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro.
1939: Criação, por Vargas, do CNAE (Conselho Nacional de Águas e Energia), que tem como objetivo sanear os problemas de suprimento, regulamentação e tarifa referentes à indústria de energia elétrica do país.
1943: Início da criação de companhias estaduais e federais.
1952: Criação do BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico), com foco nas áreas de energia e transporte.
1954: Entra em operação a usina Paulo Afonso I. Pertencente à Chesf é a primeira grande hidrelétrica construída no rio São Francisco. Também inicia operações a usina Piratininga, a primeira termelétrica de grande porte do Brasil.
1957: Criada a Central Elétrica de Furnas S.A., com o objetivo de aproveitar o potencial hidrelétrico do Rio Grande e solucionar, assim, a crise de energia na Região Sudeste.
1960: Criação do Ministério das Minas e Energia, pelo presidente Juscelino Kubitschek.
1961: Criaçãoda Eletrobrás pelo presidente João Goulart, com o objetivo de coordenar o Setor de Energia Elétrica Brasileiro.
1963: Entra em operação a hidrelétrica de Furnas, maior usina do Brasil na época de sua construção.
1965: Criação do Departamento Nacional de Águas e Energia, encarregado da regulamentação dos serviços de energia elétrica no país.
1968: Criação da Eletrosul (Centrais Elétricas do Sul do Brasil S.A.); Início da operação da maior termelétrica do país, a usina Santa Cruz, de Furnas Centrais Elétricas S.A.; Criação do Eneram (Comitê Coordenador de Estudos Energéticos da Amazônia).
1969: Criação do CCOI (Comitê Coordenador de Operação Interligada) para diminuir os problemas operativos e aperfeiçoar o processo de interação das empresas do setor.
1973: Criação da Itaipu Binacional, a partir do tratado firmado entre Brasil e Paraguai para regulamentação da construção e operação de hidrelétricas no rio Paraná. Criação da Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A); Criação da Nuclebrás (Empresas Nucleares Brasileiras S.A.); Criação do Cepel (Centro de Pesquisas de
Energia Elétrica) para desenvolvimento de tecnologia em equipamentos e em sistemas elétricos.
1982: Criação do GCPS (Grupo Coordenador de Planejamento dos Sistemas Elétricos).
1984: Entra em operação a usina hidrelétrica Itaipu, a maior hidrelétrica do mundo; Criação da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia).
1985: Criação do Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), com o objetivo de incentivar a racionalização do uso da energia elétrica, combatendo o desperdício. Inicia operação a usina termonuclear Angra I, primeira usina nuclear do Brasil.
1986: Entra em operação o sistema de transmissão Sul-Sudeste, transportando energia elétrica de Itaipu para a Região Sudeste.
1988: Criação da Revise (Revisão Institucional de Energia Elétrica). Criação do Comase (Comitê Coordenador das Atividades do Meio Ambiente do Setor Elétrico).
1990: O presidente Fernando Collor de Mello sanciona a Lei nº 8.031, que cria o PND (Programa Nacional de Desestatização); Criado o Sintrel (Sistema Nacional de Transmissão de Energia Elétrica), que viabiliza a competição na geração, distribuição e comercialização de energia.
1994: Inicio da nova fase do Setor Elétrico, marcado por privatizações e o estado virando órgão regulador dos serviços.
1995: Criação da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica).
1996: Surge a ANEEL e o ONS, criados com os objetivos de regular e fiscalizar a geração, a transmissão, a distribuição e a comercialização da energia elétrica.
1997: Criada a Eletronuclear (Eletrobrás Termonuclear S.A.), responsável pelos projetos das usinas termonucleares brasileiras. Nova constituição do órgão regulador do Setor de Energia Elétrica, sob a denominação de ANEEL.
1998: Regulamentação do MAE (Mercado Atacadista de Energia Elétrica), consolidando a distinção entre as atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica. Estabelecimento das regras de organização do ONS, em substituição ao GCOI (Grupo Coordenador para Operação Interligada).
2002: Em junho, é extinta a GCE (Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica), substituída pela CGSE (Câmara de Gestão do Setor Elétrico), vinculada ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). A CGSE tem a incumbência de propor ao CNPE diretrizes para a elaboração da política do Setor de Energia Elétrica, além de gerenciar o Programa Estratégico Emergencial para o aumento da oferta de energia.
2004: Concessão do Departamento Municipal de Eletricidade de Poços de Caldas. Aprovado o novo modelo do Setor Elétrico, com a promulgação, em março, das Leis nº 10.847 e nº 10.848, que definem as regras de comercialização de energia elétrica e criam a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), com a função de subsidiar o planejamento técnico, econômico e socioambiental dos empreendimentos de energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados e de fontes energéticas renováveis. Criados a CCEE, o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) e o CGISE (Comitê de Gestão Integrada de Empreendimentos de Geração do Setor Elétrico).
2005: Sistema elétrico passa a contar com caminhos alternativos para o suprimento de energia. São assinados os contratos de concessão para a implantação de 2.747 quilômetros de 10 novas linhas de transmissão. A primeira usina brasileira de produção do biodiesel é inaugurada em março, em Cássia/MG.
A organização utilizada como estudo, a Ceriluz Geração, tem um órgão responsável pela regulação, que é a ANEEL. A regulação é uma condição essencial para que o sistema funcione cumprindo seus objetivos com eficiência e eficácia.
A partir da Lei nº 9.427/96, foi criado o órgão regulador do Setor Elétrico Brasileiro - a ANEEL, que tem como atribuições:
Regular e fiscalizar a geração, a transmissão, a distribuição e a comercialização da energia elétrica, atendendo reclamações de agentes e consumidores com equilíbrio entre as partes e em beneficio da sociedade; mediar os conflitos de interesses entre os agentes do Setor Elétrico e entre estes e os consumidores; conceder, permitir e autorizar instalações e serviços de energia; garantir tarifas justas; zelar pela qualidade do serviço; exigir investimentos; estimular a competição entre os operadores e assegurar a universalização dos serviços.
A responsabilidade deste órgão atuante no Setor Elétrico Brasileiro é a mediação, regulação e fiscalização do funcionamento do sistema elétrico; realização de leilões de concessão de empreendimentos de geração e transmissão por delegação do MME; e realização de licitação para aquisição de energia para os distribuidores (ANEEL, 2011).
CONTABILIDADE
“Uma das ciências mais antigas que se conhece é a ciência contábil, e, segundo o historiador Aristóteles, há mais de 2.000 anos, já refletia acerca de uma ciência que controlaria a riqueza” (CREPALDI, 2003, p. 15).
“A contabilidade é tão remota quanto o homem que pensa, ou, melhor dizendo, que conta. A necessidade de acompanhar a evolução dos patrimônios foi o grande motivo para seu desenvolvimento” (IUDÍCIBUS, 2009, p. 29).
A contabilidade surgiu em função de uma característica utilitária, de sua capacidade de responder a questionamentos sobre um determinado patrimônio. Utilidade esta que contribuiu não somente com o seu surgimento, mas também com a sua própria evolução (FERNANDES, 2003, p. 06).
A contabilidade é definida como uma ciência social, pois discorre de um patrimônio que envolve um conjunto de pessoas, dentro de uma sociedade, com implicações internas e externas e, igualmente, as variações nesse patrimônio afetam de alguma forma o meio em que está inserido.
É uma ciência que cuida da área de finanças de empresas por meio de registros, informando sobre a gestão do patrimônio e dando subsídios para tomada de decisão acerca das diretrizes e dos rumos desejados.
Para Basso (2011), contabilidade é uma ciência social, que tem como objeto de estudo o patrimônio das entidades, seus fenômenos e variações, tanto no aspecto quantitativo quanto qualitativo. O patrimônio é definido como um conjunto de bens, direitos e obrigações.
Sá (2002, p. 46), define “contabilidade como uma ciência que estuda os fenômenos patrimoniais, preocupando-se com realidades, evidências e comportamentos dos mesmos, em relação à eficácia funcional das células sociais”.
Não obstante a essas informações, Iudícibus (2009, p. 14) observa que “o objetivo principal da contabilidade é fornecer informação econômica relevante para cada usuário para tomar suas decisões e realizar seus julgamentos com segurança”.
Como as outras ciências, a contabilidade:
possui fontes de informação organizadas sistematicamente;
pode enunciar verdades sobre fatos verificáveis;
tem condições de descobrir novos fatos e de estabelecer modelos de situações ainda não constatáveis;
por meio de sua doutrina e da experimentação,pode enunciar leis científicas, válidas universalmente;
contribui para a evolução da humanidade por seus postulados de eficácia no uso da riqueza, militando em favor do bem-estar material das células sociais, de seus componentes e de toda a sociedade; (SÁ, 2002, p. 40).
A importância da contabilidade é a essência e não a forma que se utiliza para que a essência seja conhecida, ou seja, se estuda o comportamento dos fenômenos e não os próprios fenômenos (SÁ, 2002).
A finalidade da contabilidade é fornecer informações econômicas e financeiras acerca da entidade. “A finalidade básica da contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento – processo decisório” (BASSO, 2011, p. 28).
Para Iudícibus (2009, p. 04), “a finalidade da contabilidade é prover os usuários dos demonstrativos financeiros com informações que os ajudarão a tomar decisões”.
“Os principais fins da contabilidade são os de assegurar o controle do patrimônio e fornecer informações sobre sua composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pelas entidades” (SANTOS et al, 2004, p. 28).
No que tange aos objetivos da contabilidade, entende-se revelar como se encontra e quais os fatores que proporcionaram mutações no patrimônio, fornecendo assim, informações úteis à tomada de decisões.
Para Iudícibus (2009, p. 04), “o objetivo da contabilidade é fornecer aos usuários, independente de sua natureza, um conjunto básico de informações, que presumivelmente, deveria atender igualmente a todos os tipos de usuários”.
Todavia, para Basso (2011, p. 28), os principais objetivos da contabilidade podem ser assim explicados:
Controlar (física e monetariamente) os elementos patrimoniais e suas variações;
Apurar os resultados decorrentes das variações ocorridas no patrimônio da entidade;
Evidenciar a situação patrimonial, econômica e financeira da entidade, bem como suas tendências;
Atender para o cumprimento de normas, leis e demais dispositivos emergentes da legislação aplicável aos negócios da entidade;
Fornecer informações sobre o patrimônio aos seus usuários, de acordo com suas necessidades;
“Com base nesses pressupostos, o objetivo é o de permitir, para cada usuário, a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer conclusões sobre suas tendências futuras” (SANTOS et al, 2004, p. 28).
Os usuários da contabilidade são todas as pessoas físicas ou jurídicas que, direta ou indiretamente, tenham interesse no desenvolvimento da entidade, ou seja, administradores, diretores e executivos; sócios e acionistas da entidade; bancos, financiadores e investidores; fornecedores; governos federal, estaduais e municipais; (BASSO, 2011).
“Atualmente todas as pessoas, físicas ou jurídicas, que direta ou indiretamente tenham interesse na situação da empresa, são ou podem vir a ser usuários das informações contábeis” (ALVES e BATISTA, 2001, p. 29).
“A ampliação do leque dos usuários potenciais da contabilidade decorre da necessidade de uma empresa evidenciar suas realizações para toda a sociedade” (CREPALDI, 2003, p. 29).
PRINCÍPIOS CONTÁBEIS
“Os princípios simplesmente são e, portanto, preexistem às normas, fundamentando e justificando a ação, enquanto aquelas a dirigem na prática [...], os princípios refletem o estágio em que se encontra a ciência da contabilidade” (BASSO, 2011, p. 350).
Os princípios de contabilidade representam o núcleo central da própria contabilidade, na sua condição de ciência social, sendo a ela inerentes. Os princípios constituem sempre as vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos da neutralidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância (BASSO, 2011, p. 349).
Os princípios são revestidos de universalidade e generalidade, elementos que caracterizam o conhecimento científico, justamente com a certeza, o método e a busca das causas primeiras.
O CRCRS (2011, p. 17) em disposto à Lei nº 750/93 art. 2º, estabelece que os princípios de contabilidade: “representam a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País”.
Os denominados Princípios Fundamentais de Contabilidade são macro regras para a política informativa patrimonial das aziendas ou entidades, baseados em doutrinas e teorias científicas, tendo por objetivos básicos uniformizar a terminologia, aproximar a imagem fiel do patrimônio e guiar as normas gerais reguladoras dos sistemas normativos (SÁ, 2000, p. 23).
“O critério hoje aceito pela maioria dos grandes expoentes da contabilidade é o de que os princípios devem apoiar-se em doutrinas e teorias e as normas devem apoiar-se em princípios” (SÁ, 2000, p. 16).
Normas Brasileiras de Contabilidade
Princípios de Contabilidade
Doutrinas e TeoriasFigura 2: Conhecimento Racional e seu Processo Normativo.
Fonte: Elaborado pela autora a partir do livro Princípios Fundamentais de Contabilidade (Sá 2000, p. 16).
A partir das doutrinas e teorias é que se deduzem os princípios e estes orientam as normas contábeis, pois, o cumprimento aos princípios representa condição de conformidade às normas contábeis, ou seja, os princípios são para as normas o que a constituição é para as leis de um país, ou ainda, as normas não podem contrariar os princípios (SÁ, 2000).
O CFC, como órgão normativo da atividade contábil do Brasil, em 1981 decidiu rever os denominados princípios de contabilidade geralmente aceitos, que resultou na publicação da Resolução CFC nº 530/81, instituindo os princípios fundamentais de contabilidade. Onze anos depois, em decorrência de uma avaliação dos mesmos, instituiu novos princípios, totalizando então, em sete princípios fundamentais de contabilidade, regidos pela Resolução CFC nº 750/93 (BASSO, 2011).
Após a reformulação da contabilidade societária em decorrência da vigência das leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09, estão organizados em seis, chamados de princípios de
contabilidade, revogado, o princípio da atualização monetária pela Resolução CFC nº 1.282/10.
Os princípios da contabilidade são:
Entidade
Continuidade
Oportunidade
Registro pelo valor original
Competência
Prudência
Eles devem ser obrigatoriamente observados no exercício da profissão contábil, para registro dos fatos contábeis e elaboração das demonstrações contábeis, prevalecendo à essência sobre a forma, com o objetivo de tornar as informações uniformes, confiáveis e úteis para os seus usuários.
“A inobservância dos princípios de contabilidade constitui infração às alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei n° 9.295/46 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista” (CRCRS, 2011, p. 21).
Princípio da Entidade
O princípio da entidade reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade, onde o patrimônio da entidade jamais se confunde com o dos sócios.
Conforme o CRCRS (2011) em disposto à Lei nº 750/93, art. 4º, o patrimônio pertence à entidade e nela deve haver a diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes do patrimônio da entidade.
“O que a Resolução fixa, portanto, como bases, são as seguintes razões: a entidade é autônoma; o patrimônio da entidade é objeto da ciência contábil e não se confunde com aquele de seus proprietários; e o patrimônio é parte da entidade” (SÁ, 2000, p. 56).
Como por exemplo, observa-se uma ação trabalhista, onde deve ser proposta pelo empregado contra a entidade, e não contra seus sócios.
Princípio da Continuidade
O princípio da continuidade reconhece que a entidade existirá infinitamente, onde, este princípio deixará de existir se cessarem total ou parcial as atividades da entidade.
Conforme o CRCRS (2011, p. 18) em disposto à Lei nº 750/93, art. 5º, “pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuraçãoe a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância”.
“Tal princípio baseia-se na premissa de que as demonstrações contábeis devem identificar o estado especial pelo qual a empresa passa e, não o fazendo, é de supor-se que a atividade continua normalmente e não tem intenções de paralisar” (SÁ, 2000, p. 79).
Como exemplo, pode ocorrer de haver contrato ou lei, que determinam o prazo de duração da entidade, ou de as evidências nos levarem à conclusão de que ela não continuará a desenvolver suas operações por muito tempo.
Princípio da Oportunidade
O princípio da oportunidade determina que os registros contábeis sejam feitos no momento em que ocorrem, imediatamente e de forma integral.
Conforme o CRCRS (2011, p. 19) em disposto à Lei nº 750/93, art. 6º, “este princípio refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas”.
“Tal princípio preocupa-se com a matéria relativa ao registro contábil e com as caracterizações precisas das dimensionalidades relativas aos diversos fatos patrimoniais” (SÁ, 2000, p. 97).
Um exemplo é o registro da depreciação, onde o tempo de vida útil de um bem é baseado numa hipótese mais ou menos fundamentada tecnicamente e dependente de diversos fatores aleatórios. Apesar disso, a depreciação deve ser registrada no momento em que há a perda de valor do bem.
Princípio do Registro pelo Valor Original
O princípio do registro pelo valor original determina que os registros da contabilidade devem ser feitos pelos valores originais das transações (BASSO, 2011).
Conforme o CRCRS (2011, p. 19) em disposto à Lei nº 750/93, art. 7º, “determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional”.
Para este princípio apresentam-se as seguintes bases de mensuração, as quais são usadas e combinadas de diferentes formas: (Resolução CFC nº 1.282/10).
Custo histórico: Os ativos são registrados desembolsados no presente ou no futuro em caixa ou equivalente de caixa pelo valor justo na data de aquisição. Já os passivos pelos valores de recursos recebidos em troca da obrigação, ou pelos valores de caixa ou equivalente que serão necessários para liquidar o passivo.
O custo histórico apresenta as seguintes variações:
Custo corrente: Os ativos são reconhecidos pelos valores de caixa ou equivalentes de caixa, os quais deveriam ser pagos se fossem adquiridos na data de levantamento das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, necessários para liquidar a obrigação na data de levantamento das demonstrações contábeis;
Valor realizável: Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, que poderiam ser obtidos na venda. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, que seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da entidade;
Valor presente: Os ativos são reconhecidos pelo valor presente de entrada líquida de caixa que se espera ser gerado no curso normal das operações da entidade. Os passivos reconhecidos pelo valor presente, do fluxo futuro de saída líquida de caixa que será necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da entidade;
Valor justo: É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre as partes dispostas a transação sem favorecimentos; e
Atualização monetária: Os impactos de mudança do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento formal dos valores dos componentes patrimoniais.
O referido princípio “cuida da formação e da conservação do valor, aceitando o misto conceitual de valor histórico e valor ajustado ou competente para espelhar proximidade com a atualidade” (SÁ, 2000, p. 117).
No caso de aquisição de um ativo, por exemplo, deve-se adotar o seu custo histórico para efeito de registro, ou seja, o valor pago ou a pagar em dinheiro ou o valor justo dos recursos a serem transferidos ao fornecedor na data da aquisição.
40
Princípio da Competência
O princípio da competência determina que as despesas e receitas devem ser contabilizadas no momento da sua ocorrência, independente do recebimento ou pagamento.
Conforme o CRCRS (2011, p. 21) em disposto à Lei nº 750/93, art. 9º, “determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento”.
“O princípio tem como fundamentos: a temporalidade de receita e despesa; a correlação entre receita e despesa; e a independência entre sistema de resultado e sistemas outros” (SÁ, 2000, p. 172).
Por exemplo, realizada a receita da venda de mercadoria ou da prestação de serviços, devem ser consideradas incorridas, simultaneamente, as despesas relativas aos custos das mercadorias vendidas ou serviços prestados.
Princípio da Prudência
O princípio da prudência especifica que entre duas alternativas igualmente válidas, seja adotado o menor valor para os bens e direitos e o maior valor para as obrigações e exigibilidades, portanto, a que apresentará um menor Patrimônio Líquido.
Conforme o CRCRS (2011, p. 21) em disposto à Lei nº 750/93, art. 10º, “pressupõe certo grau de precaução no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade”.
Por exemplo, se a companhia é acionada judicialmente, isso não é suficiente para seu contabilista constituir provisão. Com base na avaliação de casos semelhantes, caso se conclua que a Justiça tende a dar ganho de causa para a empresa, não deverá ser lançada provisão.
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
Segundo CRCRS (apud UFSM, 2011), norma é uma indicação de conduta obrigatória. São regras e procedimentos para a uniformização dos entendimentos e interpretações na contabilidade. Precisam ser fixadas por doutrinadores ou profissionais de forma convencional e tomadas impositivas na execução prática das atividades de natureza contábil.
As normas dirigem a ação, são proposições com carga de ordem e comando, leis que se não forem obedecidas levam risco ao comportamento. São editadas pelo CFC, e concomitantemente estão sendo ajustadas aos padrões internacionais, pela necessidade de ter um único padrão de normas ao redor do mundo. Atualmente elas estão normatizadas e continuarão vigendo com a identificação que foi definida pelas Resoluções CFC nº 751/93, 1.156/09, 1.298/10, 1.328/11 e 1.329/11.
“Com a adoção de um único conjunto de pronunciamentos contábeis, aumenta-se a comparabilidade entre países e reduz-se o risco, há uma melhor comparação entre empresas, por exemplo, de um mesmo setor, em países diferentes” (GIROTTO, 2001, p. 08).
As NBC estão alicerçadas em seis princípios de contabilidade, citados anteriormente, que segundo a Resolução CFC n° 750/93, representam a essência das doutrinas e teorias predominantes nos universos científicos e profissionais do país.
Tendo em vista a demanda da globalização, as NBC estão num processo de harmonização entre elas, e o órgão que está comandando este processo é o IASB – Comitê Internacional de Padrões Contábeis – a partir das IFRS.
Abaixo, pode-se observar a estrutura contábil no Brasil, a partir da convergência contábil brasileira aos padrões internacionais:
Figura 3: Estrutura Contábil no Brasil.
Fonte: CIESPSOROCABA, 2011
O processo da convergência aos padrões internacionais está sendo tratado pelo CPC, que foi idealizado a partir da união de esforços do CFC com as entidades: ABRASCA,
APIMEC NACIONAL, BOVESPA, FIPECAFI e IBRACON, e conta ainda com a
participação ativa do Banco Central do Brasil (BACEN), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e da Receita Federal, como estão expostos na figura abaixo:
Figura4: O CPC e a convergência aos padrões internacionais de contabilidade (IFRS).
Fonte: CIESPSOROCABA, 2011
O CPC foi instituído em função da convergência internacional das normas contábeis; centralização na emissão de normas dessa natureza; e representação e processo democráticos na produção dessas informações (CPC, 2011).
Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo o estudo, o preparo e a emissão de pronunciamentos técnicos sobre procedimentos de contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais (CRCRS, 2011, p. 34).
São produtos do CPC:
Pronunciamentos técnicos – são as normas propriamente ditas.
Interpretações – são os documentos complementares a serem emitidos quando, espera- se surgir dúvidas quanto ao efetivo entendimento do que estiver contido num pronunciamento técnico.
Orientações – documentos relativos a assuntos que não devam pelo seu alcance ou algum outro motivo sair na forma de pronunciamento técnico, ou que exijam algum nível de rapidez na sua emissão.
As NBC devem seguir os mesmos padrões de elaboração e estilo utilizados nas normas internacionais e compreendem as normas propriamente ditas, as interpretações técnicas (ITG) e os comunicados técnicos (CTG).
No quadro 2, pode-se observar a posição atual dos pronunciamentos, interpretações e orientações técnicas do CPC, de acordo com as NBC e resoluções do CFC:
Quadro 2: Posição dos pronunciamentos, interpretações e orientações técnicas do CPC.
	CPC
	CONCEITO
	NBC
	RESOLUÇÃO CFC
	
CPC 00
	Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis
	NBC TG
ESTRUTURA CONCEITUAL
	
1.374/11
	CPC 01
	Redução ao Valor Recuperável de Ativos (Impairment)
	NBC TG 01
	1.292/10
	CPC 02
	Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e
Conversão de Demonstrações Contábeis
	NBC TG 02
	1.295/10
	CPC 03
	Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
	NBC TG 03
	1.296/10
	CPC 04
	Ativos Intangíveis
	NBC TG 04
	1.303/10
	CPC 05
	Divulgação sobre Partes Relacionadas
	NBC TG 05
	1.297/10
	CPC 06
	Operações de Arrendamento Mercantil
	NBC TG 06
	1.304/10
	CPC 07
	Subvenção e Assistência Governamentais
	NBC TG 07
	1.305/10
	CPC 08
	Custos de Transação e Prêmios na Emissão de
Títulos e Valores Mobiliários
	NBC TG 08
	1.313/10
	CPC 09
	Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
	NBC TG 09
	1.138/08 e 1.162/09
	CPC 10
	Pagamento Baseado em Ações
	NBC TG 10
	1.314/10
	CPC 11
	Contratos de Seguro
	NBC TG 11
	1.150/09
	CPC 12
	Ajuste a Valor Presente
	NBC TG 12
	1.151/09
	CPC 13
	Adoção Inicial da Lei nº 11.638/07 e da Medida
Provisória nº 449/08
	NBC TG 13
	1.152/09
	
CPC 14
	Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação (Revogado CVM nº 566/2008)
	Este Pronunciamento foi atualizado e corresponde à Orientação OCPC 03 e deixa de ter aplicabilidade após a
utilização do CPC 38, CPC 39 e CPC 40.
	CPC 15
	Combinação de Negócios
	NBC TG 15
	1.350/11
	CPC 16
	Estoques
	NBC TG 16
	1.170/09 alt. 1.273/10
	CPC 17
	Contratos de Construção
	NBC TG 17
	1.171/09
	CPC 18
	Investimento em Coligada e em Controlada
	NBC TG 18
	1.241/09
	CPC 19
	Investimento em Empreendimento Controlado
em Conjunto (Joint Venture)
	NBC TG 19
	1.242/09 alt. 1.351/11
	CPC 20
	Custos de Empréstimos
	NBC TG 20
	1.172/09 alt. 1.359/11
	CPC 21
	Demonstrações Contábeis Intermediárias
	NBC TG 21
	1.174/09 alt. 1.359/11
	CPC 22
	Informações por Segmento
	NBC TG 22
	1.176/09
	CPC 23
	Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e
Retificação de Erro
	NBC TG 23
	1.179/09
	CPC 24
	Evento Subsequente
	NBC TG 24
	1.184/09
	CPC 25
	Provisões, Passivos e Ativos Contingentes
	NBC TG 25
	1.180/09
	CPC 26
	Apresentação das Demonstrações Contábeis
	NBC TG 26
	1.185/09 alt. 1.376/11
	CPC 27
	Ativo Imobilizado
	NBC TG 27
	1.177/09
	CPC 28
	Propriedade para Investimento
	NBC TG 28
	1.178/09
	CPC 29
	Ativo Biológico e Produto Agrícola
	NBC TG 29
	1.186/09
	CPC 30
	Receitas
	NBC TG 30
	1.187/09
	CPC 31
	Ativo Não Circulante Mantido para Venda e
Operação Descontinuada
	NBC TG 31
	1.188/09
	CPC 32
	Tributos sobre o Lucro
	NBC TG 32
	1.189/09
	CPC 33
	Benefícios a Empregados
	NBC TG 33
	1.193/09
	CPC 35
	Demonstrações Separadas
	NBC TG 35
	1.239/09 alt. 1351/11
	CPC 36
	Demonstrações Consolidadas
	NBC TG 36
	1.240/09 alt. 1.273/10
e 1.351/11
	CPC 37
	Adoção Inicial das Normas Internacionais de Contabilidade - (IFRS)
	NBC TG 37
	1.306/10
	CPC 38
	Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e
Mensuração
	NBC TG 38
	1.196/09
	CPC 39
	Instrumentos Financeiros: Apresentação
	NBC TG 39
	1.197/09
	CPC 40
	Instrumentos Financeiros: Divulgação
	NBC TG 40
	1.198/09
	CPC 41
	Resultado por Ação
	NBC TG 41
	1.287/10
	CPC 43
	Adoção inicial dos Pronunciamentos Técnicos
CPC 15 a 40
	NBC TG 43
	1.315/10
	CPC PME
	Contabilidade para Pequenas e Médias
Empresas
	NBC TG 1000
	1.255/09, 1.285/10 e
1.319/10
	ICPC 01
	Contratos de Concessão
	ITG 01
	1.261/09 alt. 1.376/11
	ICPC 02
	Contrato de Construção do Setor Imobiliário.
	ITG 02
	1.266/09
	ICPC 03
	Aspectos Complementares das – Operações de
Arrendamento Mercantil
	ITG 03
	1.256/09
	
ICPC 04
	Alcance do Pronunciamento Técnico CPC 10 – Pagamento Baseado em Ações
	O texto desta Interpretação está contido no Pronunciamento Técnico CPC 10 –
Pagamento Baseado em Ações
	
ICPC 05
	Pronunciamento Técnico CPC 10 – Pagamento
Baseado em Ações – Transações de Ações do Grupo e Em Tesouraria
	O texto desta Interpretação está contido no
Pronunciamento Técnico CPC 10 – Pagamento Baseado em Ações
	ICPC 06
	Hedge de Investimento Líquido em Operação
no Exterior
	ITG 06
	1.259/09
	ICPC 07
	Distribuição de Lucros in Natura
	ITG 07
	1.260/09
	ICPC 08
	Contabilização da Proposta de Pagamento de Dividendos
	ITG 08
	1.195/09
	
ICPC 09
	Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação do Método de
Equivalência Patrimonial
	
ITG 09
	
1.262/09
	
ICPC 10
	Interpretação sobre a Aplicação Inicial ao Ativo Imobilizado e à Propriedade para Investimento dos Pronunciamentos Técnicos CPCs 27, 28, 37
e 43
	
ITG 10
	
1.263/09
	ICPC 11
	Recebimento em Transferência de Ativos dos
Clientes
	ITG 11
	1.264/09
	ICPC 12
	Mudanças em Passivos por Desativação,
Restauração e Outros Passivos Similares
	ITG 12
	1.265/09
	
ICPC 13
	Direitos a Participações Decorrentes de Fundos de Desativação, Restauração e Reabilitação
Ambiental
	
ITG 13
	
1.288/10
	
ICPC 15
	Passivo Decorrente de Participação em Mercado Específico – Resíduos de Equipamentos
Eletroeletrônicos
	
ITG 15
	
1.289/10
	ICPC 16
	Extinção de Passivos Financeiros com Instrumentos Patrimoniais
	ITG 16
	1.316/10
	ICPC 17
	Contatos de Concessão: Evidenciação
	ITG 17
	1.375/11
	ICPC 2001
	Entidade Fechada de Previdência Complementar
	ITG 2001
	1.272/10
	OCPC 01
	Entidades de Incorporação Imobiliária
	CTG 01
	1.154/09 e 1.273/10
	OCPC 02
	Esclarecimentos sobre as Demonstrações Contábeis de 2008
	CTG 02
	1.157/09
	OCPC 03
	Instrumentos Financeiros: Reconhecimento,
Mensuração e Evidenciação
	CTG 03
	1.199/09
	OCPC 04
	Aplicação da Interpretação Técnica IT 13 -
Contrato de Construção do Setor Imobiliário
	CTG 04
	1.317/10
	OCPC 05
	Contratos de Concessão
	CTG 05
	1.318/10
	OCPC 2000
	Ajustes às Novas Práticas Contábeis Adotadas
no Brasil - Lei nº 11.638/07 e MP nº 449.
	CTG 2000
	1.159/09
	
OCPC 2001
	Define as formalidades da escrituração contábil
em forma digital para fins

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