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Rochas e Proc. Ígneos. ENC_out.2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA
Geologia
Prof. Dr. Silvio C.O. Colturato
Out / 2014
Rochas ígneas são formadas pelo resfriamento do 
magma, que pode ser:
• na superfície da Terra: em áreas emersas ou 
submersas pelos oceanos  ROCHAS 
VULCÂNICAS
• no interior da Terra: desde poucos a até dezenas 
de quilômetros abaixo da superfície  ROCHAS 
PLUTÔNICAS
Rochas ígneas
Processos ígneos são os processos formadores 
das rochas ígneas:
Processos ígneos
LOCAL DE 
CRISTALIZAÇÃO 
ROCHA 
GERADA
PROCESSO 
ÍGNEO
M
A
G
M
A
Superfície terrestre 
(vulcões e/ou fendas)
Rocha extrusiva 
ou vulcânica
VULCANISMO
Interior da crosta
(plutons) 
Rocha intrusiva 
ou plutônica
PLUTONISMO
Mistura complexa de substâncias no estado de fusão.
Câmara magmática: espaço definido, individualizado 
no interior da crosta terrestre ocupada pelo magma.
• movimenta-se ativamente: quando acionado pela 
força expansiva de seus gases;
• movimenta-se passivamente: quando acionado por 
forças tectônicas. 
Magma: a matéria prima das 
rochas ígneas
Perda gradual de temperatura:
• no vulcanismo: resfriamento rápido, com 
dissipação de calor com hidrosfera, atmosfera e 
rochas superficiais;
• no plutonismo: resfriamento lento, com 
dissipação de calor com rochas encaixantes.
Resfriamento do magma
Seção esquemática indicando a localização dos sítios 
formadores de magma no modelo da Tectônica de Placas.
Origem do magma
Magma  extravasamento na superfície terrestre 
resfriamento  rochas extrusivas ou vulcânicas.
Tipos de erupções:
• Fissurais: não há formação de cone vulcânico, o 
extravasamento dá-se por fendas e fissuras;
• Centrais: formação de edifícios vulcânicos, o 
extravasamento dá-se por chaminés e crateras 
vulcânicas.
Vulcanismo
Esquema de erupção fissural, condicionada à 
ascensão do magmas muito fluídos e “cortina 
de fogo”. Derrames de lava em erupção fissural 
no Havaí e na Islândia.
Erupções fissurais:
Erupções centrais:
Edifício vulcânico: formado 
pelo acúmulo de fragmentos frequentemente 
intercalados com lavas. Os fragmentos são 
resultantes da pulverização de rochas pré-existentes:
• câmara magmática: situada em profundidade;
• chaminé: adutora do material vulcânico;
• cratera: boca afunilada que se comunica com o 
exterior.
Perfil esquemático de um vulcão.
• lavas: massas magmáticas em estado total ou 
parcial de fusão, que atingem a superfície terrestre e 
se derramam;
• materiais piroclásticos: fragmentos originados do 
próprio magma ou de rochas encaixantes:
• gases e vapores vulcânicos: exalações 
produzidas durante as erupções ou em períodos de 
calmarias.
Produtos vulcânicos
lavas
materiais piroclásticos:
blocos: diâmetro acima de 64mm e formas irregulares, 
já sem dos vulcões no estado sólido;
bombas: massas de lava consolidadas no ar, com 
diâmetro maior que 64mm, e formas retorcidas;
lapilis: tamanhos entre 2mm e 64mm;
cinzas: fragmentos finos, poeira, menores que 2mm de 
tamanho.
1 - Blocos e bombas (diâmetro > 64mm)
2 - Lapilli (diâmetro 2-64 mm) 
3 - Cinzas (diâmetro < 2 mm)
materiais piroclásticos
distribuição dos vulcões ativos na Terra:
associada principalmente à regiões tectonicamente 
ativas, como as fronteiras entre placas tectônicas.
Vulcões e tectônica de placas
ERA MESOZÓICA:
• maior atividade vulcânica conhecida do planeta:
• abrangeu toda Bacia Sedimentar do Paraná, cerca de 1 
milhão de km2;
• seqüência de derrames de lavas basálticas;
• ausência de materiais piroclásticos;
• espessuras de até 1.800 metros;
• origem associada à fendas de 
grandes extensões e profundidades 
da crosta (geóclases).
• Formação Serra Geral (basaltos).
Vulcanismo no Brasil
ERA CENOZÓICA: 
Período Terciário: as regiões sul, sudeste e parte do centro-
oeste do Brasil foram afetadas por atividades vulcânicas:
• em Lajes (Santa Catarina);
• Jacupiranga, São Sebastião, Ipanema (São Paulo);
• Poços de Caldas, Araçá (Minas Gerais);
• Itatiaia, Mendanha, Tinguá, Cabo Frio (Rio de Janeiro);
• Iporá (Goiás), entre outras;
Período Quaternário: vulcanismo responsável pela formação 
de diversas ilhas no Atlântico brasileiro, com idades que 
variam de 11,8 até 1,7 milhões de anos:
• Fernando de Noronha;
• Trindade;
• Rochedos de São Pedro e São Paulo;
• Abrolhos, etc.
Magma  resfriamento e solidificação no interior da 
crosta  rochas intrusivas ou plutônicas.
• Pluton: corpos de rochas ígneas consolidadas em 
regiões profundas da crosta. 
A exposição de rochas plutônicas = levantamentos 
crustais (epirogênese ou orogênese) + erosão milenar.
• Rocha encaixante: rocha pré-existente que 
encerra o corpo ígneo.
Plutonismo
Esquema ilustrando os diversos tipos de corpos ígneos 
intrusivos.
Formas das intrusões dos plutons
Rochas ígneas
Rochas ígneas
Magma
resfriamento 
e 
solidificação
Texturas das rochas ígneas
Textura: feição da rocha que representa as 
condições de cristalização de seus constituintes 
minerais, e compreende: 
• os tamanhos dos grãos minerais; 
• as formas dos grãos; 
• o grau de cristalização e, 
• a maneira na qual os grãos individuais 
intercrescem.
Tamanho dos grãos minerais: está ligado a velocidade de 
resfriamento do magma e pode variar desde dimensões 
microscópicas até à alguns metros:
rochas vulcânicas cristalizam-se rapidamente o que conduz 
à formação de rochas de granulação fina cujos grãos 
minerais muitas vezes não podem ser vistos à olho nu;
rochas plutônicas cristalizam-se lentamente de forma que 
os minerais podem desenvolver-se e ordenar-se com o 
longo tempo de resfriamento do magma, produzindo uma 
rocha de granulação média a grossa com grãos visíveis à 
olho nu.
Texturas produzidas pelo tamanho dos 
grãos minerais:
Afanítica: textura de granulação fina cujos 
constituintes não podem ser vistos à olho nu;
Fanerítica: textura de granulação média a 
grossa onde os grãos minerais podem ser 
vistos à olho nu;
Porfirítica: textura onde ocorrem grãos 
cristais bem formados (fenocristais) imersos 
em uma rocha de granulação fina, chamada 
matriz.
Outras texturas:
Vesicular: textura caracterizada pela 
presença de cavidades pequenas deixadas 
pela expansão de gases, após seu 
desprendimento (Ex: pedra pome);
Basalto vesicular (notar a diferença 
de dimensão das vesículas de 
acordo com velocidades de 
arrefecimento diferenciadas).
Local: Ponta Furada, Ilha do Faial, Açores.
Pela cor:
Félsicas: rochas de cores claras produzidas por minerais 
como feldspatos potássicos, feldspatos plagioclásios e 
quartzo;
Máficas: rochas de cores escuras produzidas por grande 
quantidade de minerais ferromagnesianos.
Classificação das rochas ígneas
Por teor de sílica:
ácidas > que 66% de SiO2;
intermediárias entre 52 e 66% de SiO2;
básicas entre 45 e 52% de SiO2;
ultrabásicas < que 45% de SiO2.
Por seus constituintes minerais:
Diagrama 
QAPF.
plata.uda.cl/.../geologiageneral/ggcap04a.htm
Rochas de composição basáltica: basaltos e gabros:
minerais principais: plagioclásio cálcico, piroxênio, olivina 
e pouco quartzo.
Rochas de composição granítica: granitos e riolitos:
minerais principais: quartzo,feldspato potássico, 
plagioclásio sódico, e biotita.
Principais rochas ígneas
Composição 
ácida
(granítica)
(SiO2 > 66%)
Composição 
intermediária
(SiO2 52-66%)
Composição
básica
(basáltica)
(SiO2 45-52%)Composição 
ultrabásica
(SiO2 < 45%)
Texturas 
comuns
Rocha 
Vulcânica
(Extrusiva)
RIOLITO ANDESITO BASALTO
KOMATITO,
BASALTO 
PICRÍTICO
Afanítica
Rocha 
Plutônica 
(Intrusiva)
GRANITO DIORITO GABRO PERIDOTITO Fanerítica
Exemplos de rochas plutônicas: granito, diorito, gabro, peridotito (da esquerda para direita).
Granito é uma rocha intrusiva ácida (sílica > 66%), de granulação grossa 
(>0,06mm). Em geral, composto de quartzo (20-30%), K-feldspato (50-70%) e 
ferromagnesianos (5-25%) como biotita e hornblenda. Cinza a rosa-avermelhada.
Diorito é uma rocha intrusiva intermediária (sílica entre 52-66%), com granulação 
>0,06mm. Essencialmente composto por feldspato sódio-cálcico e minerais 
máficos (biotita, hornblenda e/ou piroxênio). Cinza a cinza escura.
Gabro é uma rocha plutônica básica (sílica entre 45-52%), com granulação 
grossa (> 0,06mm). Composto por plagioclásio cálcico (45-65%), augita (25-45%) 
e opacos (magnetita e/ou ilmenita). Cinza escura a preta.
Peridotito é uma rocha plutônica ultrabásica (sílica < 45%). De granulação fina a 
grossa. Composta por ferromagnesianos (olivina, piroxênio) e até 10% de 
plagioclásio. Cor preta a esverdeada.
Principais tipos de rochas e texturas vulcânicas (da esquerda p/ a direita) riolito e 
andesito com textura porfirítica afanítica e basalto com textura vesicular afanítica.
Riolito é o equivalente extrusivo da rocha granítica (composição ácida, 
com teor de sílica > que 66%), com a mesma mineralogia essencial. De 
granulação finíssima e com presença de vidro.
Andesito é uma rocha extrusiva de composição intermediária (teor de 
sílica de 52 a 66%), com granulação fina (< 0,06mm).
Basalto é uma rocha extrusiva básica (teor de sílica entre 45 e 52%).De 
granulação fina (< 0,06mm).
Rochas ígneas na Eng. Civil
Bom comportamento mecânico
Plutônicas: alta resistência mecânica, forte coesão dos 
minerais de granulação grossa.
Vulcânicas: podem apresentar maior resistência mecânica 
que as plutônicas. Texturas vesiculares e amigdaloidais 
diminuem resistência mecânica.
Quartzo: maiores quantidades aumentam resistência
mecânica, e também a abrasividade.
A unidade de 1 Pascal é definida como a pressão exercida por uma força de 1 Newton, uniformemente distribuída 
sobre uma superfície plana de 1 metro quadrado de área, perpendicular à direção da força.
Mega Pascal (MPa) = 1 milhão de Pascal = 10,1972 Kgf/cm².
COSTA, W. D. Geologia de barragens. 
Oficina de Textos. São Paulo, 2012.
MORAES, J. M. (Org.) Geodiversidade do 
estado do Mato Grosso. Goiânia: CPRM, 2010.
Usos
Agregados: britas usadas em concreto hidráulico, concreto 
betuminoso, lastro de ferrovia, enrocamento (muros de 
arrino, gabiões), drenagens: filtro de barragem, etc.
Rochas para cantaria: ou pedras-de-talhe, são rochas 
dimensionadas, utilizadas, com pouca ou nenhuma 
elaboração, na construção civil, como paralelepípedos, 
guias, etc. 
Revestimento/Ornamental: rochas usadas como elemento 
durável e decorativo em revestimentos verticais de 
exteriores e interiores e de piso de edificações.
Rochas ígneas na Eng. Civil
Brita: Fragmentos de rochas duras, originário de processo 
de beneficiamento (britagem e peneiramento) de blocos 
maiores, resultantes do desmonte com explosivos de 
maciços rochosos ( ex: granito, basalto, gnáisse e calcário).
Rochas ígneas na Eng. Civil
Brita
Tamanho (mm)
Uso geral
Mínimo Máximo
1 4,8 12,5
Estruturas de concreto armado2 12,5 25,0
3 25,0 50,0
4 50,0 76,0 Pavimentações, madacames hidráulicos e gabiões
5 76,0 100,0
Lastro para estruturas de concreto armado, preenchimento de gabiões, 
concreto ciclópico (c/ blocos “de mão” e matacões)
Pedrisco 0,07 4,8
Concreto asfáltico, artefatos de concreto, blocos e guiasPó-de-
pedra
- -
Fonte: IPT (1993)
SINTONI, A. Mineração e Município: bases para planejamento e gestão dos 
recursos minerais. São Paulo: IPT, 2003. (Publicação IPT 2850).
Funções do lastro:
• distribuir as cargas sobre a plataforma.;
• suprimir irregularidades da plataforma;
• garantir a elasticidade da via;
• manter firme a posição dos dormentes; 
• facilitar a restauração e manutenção da geometria da via; 
• melhorar a permeabilidade (drenagem) e ventilação e evitar bolsas de 
lama. 
Lastro de ferrovia
Pavimento betuminoso
Gabiões
Rochas de cantaria
Rochas ornamentais
Rochas ornamentais
Rochas ornamentais
COSTA, W.D. Geologia de barragens. Oficina de Textos. São Paulo, 2012.
GASS, L.G. et al. Vamos compreender a Terra. Almedina. Coimbra, 
Portugal, 1984.
LUDMAN A. & COCK, N.K. Physical geology. McGraw-Hill Book Company. 
USA, 1982.
LEINZ, V. & AMARAL, S.E. Geologia geral. Nacional. São Paulo, 1980.
MORAES, J. M. (Org.) Geodiversidade do estado do Mato Grosso. 
Goiânia: CPRM, 2010.
OLIVEIRA, A.M.S. & BRITO, S.N.A. (Eds). Geologia de Engenharia. ABGE. 
São Paulo, 1998.
SINTONI, A. (Org.) Mineração e Município: bases para planejamento e 
gestão dos recursos minerais. IPT. São Paulo, 2003. (Publicação IPT 
2850).
TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. Nacional. São Paulo, 2008.
Referências bibliográficas

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