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Resumo Matrizes Do Pensamento Psicológico Capítulo II – A Ocupação do Espaço Psicológico Na história da Psicologia, a ordenação no tempo das inovações teóricas e das descobertas empíricas só é tarefa razoável dentro dos co ntornos bem definidos de um cor po teórico ou na investigação de uma p roblemática particular. Isso d evido ao aglomerado de dout rinas e teorias, irredut íveis umas às outras, que se t ornou a psicologia e q ue devem ser estudadas à luz do contexto cult ural de que fazem parte e nas suas relações com o processo de constituição da psicologia como ciência ind ependente. No primeiro momento encontramos dois grandes gru pos de matrizes do pensamento p sicológicos: matrizes cientificistas que se apegam aos modelos e práticas das ciências naturais e matrizes ro mânticas qu e valoriz am a subjetividade e a experiência individual do sujeito. São matrizes cientificistas: Matriz nomotét ica e quantificadora – Presente em todas as tentativas de se fazer da Psicologia uma ciê ncia natural, essa matriz orienta o Pe squisador para a busca da ordem natural dos fenômenos psicológicos e comportamentais na forma de classificações e leis gerais com caráter preditivo. As operações legítimas são a construção de hipóteses formais, a deduç ão exata das conseqüências destas hipóteses, na forma de previsões condicionais e o teste. Matriz atomicista e mecanicista – Orient a o pesquisador para a procura de relações deterministas ou probabilísticas, segundo uma concepção linear e unidirecional de causalidade.. A concepção do real é atomística: o real é os elementos que, em combinações diferentes, mecanicamente “ causam” os fenômenos complexos, de natureza derivada. O futuro se torna previsível e o passado dedutível. Matriz funcionalista e o rganicista – caracteriza-se por uma noção de causalidade funcional. Os fenômenos incorporam os efeitos em suas próprias definições. A subdivisão da matéria na tentativa de detectar os elementos mínimos é subst ituída pela análise que pro cura identificar e respeitar os sistemas funcionais. Divide-se em duas submatrizes: ambientalista (influência do meio sobre a ação) e n ativista (natureza herdada das fu nções adaptativas). São matrizes românticas e pós-românticas: Matriz Vitalista e Naturalista – V aloriza o qualitativo, o indeterminado, o criativo, o espiritual, e etc. No lugar do interesse tecnológico domina aqui o interesse estético, contemplativo e apaixonado, em qu e se anulam as diferenças entre sujeito e objeto do conhecimento e a diferença entre ser e conhecer. Matrizes Compreensivas –Visam a experiência humana inserida no universo cultural, estruturada e definida por ele, manifesta simbolicamente. Dividem-se em: Historicismo Ideográfico – Busca a captação da experiência tal como se constitui na vivência imediata do sujeito, com su a estrutura suigeneris de significados e valores, irredutível a esquemas formais e generalizantes. Utiliza o método das reconstruções do sentido. Estruturalismo – Objetivo a re- construção das estrut uras geradoras das “ mensagens”, as regras qu e inconscientemente controlam a organização das formas simbólicas e a emissão dos discursos. Fenomenologia – Busca a fundamentação do conhecimento qu e deve ser procurado do lado da consciência pura, do sujeito transcendental que determina as condições de existência para a consciência de todos os objetos da vida es piritual. Trata -se de efetuar a descrição das estruturas apriorísticas da consciência. As matrizes científicas secretam ideologias científicas ( t odos se preocupam com a produção do conheciment o út il), já as românticas produzem freqüentemente ideologias pararreligiosas. E, enquanto as cientificistas enfatizam o lado objeti vo dos fenômenos e as românticas o lado subjetivo, essas matrizes, mais do qu e opostas, seriam complementares. Atualmente, em relação à aplicabilidade dessas várias linhas de p ensamento, reina o ecletismo. Sua principal desvantagem é que as contradições ficam, quase sempre, camufladas, travestidas em complementaridade.
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