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AD1 BRASILEIRA 5

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Federal Fluminense
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ
  
Disciplina: Literatura Brasileira V
Coordenador: Franklin Alves Dassie
 
AD 1 – 2018. 2
Aluno(a):  Débora Vieira Wandelli
 
Polo: Itaperuna Matrícula 15213120001
   
Respostas
Questão 1
Gregório de Mattos, embora vinculado ao Barroco, pois escreve e vive nesse período, apresenta também características modernas em suas obras, fazendo jus à dualidade própria do período a que é vinculado. O “Boca do inferno”, como ficou popularmente conhecido, não ganhou esse apelido à toa: como alguém à frente do seu tempo, o autor traz para sua poesia inovações, tal como a sátira. A zombaria e a repulsa em suas obras revelam o olhar crítico que tinha das misérias da sociedade da época, como no poema “Triste Bahia”, em que critica o governo e a situação econômica da Bahia e lamenta sua situação. Além disso, Gregório trabalha com a linguagem coloquial e o jogo de palavras, como no soneto encomiástico “Ao mesmo por suas altas prendas”, que, mesmo não sendo uma inovação (já que outros autores também o fizeram), antecipa traços que só seriam vistos séculos depois e rompe, em certa medida, com padrões de escrita pré-estabelecidos.
Questão 2 
A obra de Augusto dos Anjos, um autor cheio de originalidade, resiste até os dias de hoje a um enquadramento estilístico, tamanha é sua criatividade. O único livro do autor, intitulado “Eu”, pode ser associado a vários estilos, dentre eles o Modernismo, pois o teor de sua obra foge radicalmente do que era considerado “boa leitura” naquele período. A poesia parnasiana trazia de volta ideais clássicos e louvava a arte em si, com um vocabulário poético e nobre; Augusto, por sua vez, diferente da escola a que é comumente associado, traz em seus versos o pessimismo, a doença, o preconceito, a dor, bem como o vocabulário cientificista e imagens muito expressivas. No poema “Psicologia de um vencido”, por exemplo, o autor cita palavras como “carbono”, “amoníaco” e “hipocondríaco”. Ainda nesse poema, na segunda estrofe, pode-se extrair uma imagem excessivamente sombria em “Monstro de escuridão e rutilância”. Conservando a forma fixa convencionada na época, Augusto dos Anjos inova no que diz respeito ao fazer poético e se caracteriza em uma verdadeira inspiração para os autores posteriores a ele.
Questão 3
A obra de Álvarez de Azevedo divide-se em duas partes: a primeira, tal como é mais conhecida, carregada de sentimentalismo, pessimismo, atração pela morte, amor não concretizado, etc. A segunda, uma fase mais amadurecida do autor, traz um senso maior de realidade, erotismo e até uma ambiente sola em detrimento da pureza intimista. Com esse amadurecimento, surgem outras características, além das já citadas, que só apareceriam no século XX, como ironia, sátira, uso de coloquialismos e palavras do cotidiano. Nesse momento se sua escrita, o autor consegue ser irônico e zombador de si mesmo ao reconhecer sua ingenuidade anterior. No poema satírico “Vagabundo”, ele traz à tona vários desses elementos que o tornam um autor á frente do seu tempo: a autoironia, quando critica os próprios atos com palavra como “vagabundo”, “vadio” e “preguiçoso”; o uso de linguagem coloquial em “Fumando meu cigarro vaporoso” e a “sátira” em um viés de malandragem quando diz “Uma criada Abrasada de amor por um soneto, Já um beijo me deu subindo a escada...”.
Questão 4
Cruz e Souza não se limita às regras do fazer poético simbolista, mas vai além da tradição. No entanto, é possível identificar elementos que revelam a cor Simbolista em sua escrita, como o uso e “abuso” de figuras de linguagem para expressar o “Absoluto” (metáforas, antíteses, anacoluto, etc.), como no soneto “Encarnação” em que, para enfatizar o materialismo da palavra carnais, usa o anacoluto: “Carnais, sejam carnais tantos desejos, Carnais, sejam carnais tantos anseios”; destaque das palavras-tema com a inicial maiúscula, como no poema “Livre”, em que as palavras “Dons”, “Natureza” e “Grandeza” são iniciadas com maiúscula e fazem referência ao tema do poema; a obsessão pelo branco, como apalavras como “palidez”, “luz”, “alvo”, “claridade” para fazer referência à cor; e o uso de palavras que simbolizam uma ideia.

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