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Resenha livro "JUSTIÇA" Michael J. Sandel

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE-UNIVAG
Aluno: Renan Ferreira Dos Santos.
DIR 172/AM
JUSTIÇA
 O QUE É FAZER A COISA CERTA 
CUIABÁ – MT
2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE-UNIVAG
Aluno: Renan Ferreira Dos Santos.
DIR: 172/ AM
RESENHA DO LIVRO “JUSTIÇA” O QUE É FAZER A COISA CERTA”, DE MICHAEL SANDEL. Disciplina de Direito Constitucional II, parcial de avaliação no Curso de Bacharelado em Direito.
Professor: Fabiano Cotta Mello.
CUIABÁ – MT
2018
FAZENDO A COISA CERTA 
Justiça o que é fazer a coisa certa, livro de Michael J. Sandel; o autor interpõe à refletir questões sobre moral, lei e liberdade, inicia o assunto com o ocorrido no verão de 2004 na Flórida, depois que o furacão Charley deixou um grande rastro de destruição, levando vidas e causando enormes prejuízos econômicos. A discussão abarca o tema sobre os preços extorsivos, lei e livre mercado. Ideias de justiça, de moralidade, as soluções para dilemas sociais, são pensadas, e exaustivamente discutidas: quanto as dificuldades dos habitantes daquele local ao enfrentamento à recuperação econômica, ficou respaldada na lei de preços extorsivos. “Estou impressionado com o nível de ganância que alguns certamente tem na alma ao se aproveitar de outros que sofrem em consequência de um furação” -Charlie Crist, procurador-geral do estado exigindo o cumprimento da lei sobre preços extorsivos, no entanto, porem alguns economistas argumentaram contra, “A lei e o ultraje público funda-se em um equívoco, os preços são fixados de acordo com a oferta e a procura, não existe o que se chama de preço justo; o termo –extorsão- aplicado trata-se de uma expressão emocionalmente poderosa porém economicamente sem sentido, não é extorsão cobrar o que o mercado pode suportar, não é ganância nem falta de pudor é assim que as mercadorias e serviços são oferecidos em uma sociedade livre”. -Charlie Crist- rebateu dizendo que “Não se trata de uma situação normal de livre mercado, pois as circunstâncias era de emergência, a compra de artigos básicos e abrigo tratava-se de algo que lê erra impostos e não feitos de livre vontade.
Podemos observar o debate gira em torno de três concepção do que é justiça, primeira aumentar o bem-estar; segunda respeitar a liberdade; e terceira promover a virtude. Aristóteles ensina que a justiça significa dar as pessoas o que elas merecem. E para determinar quem merece o quê, devemos estabelecer quais virtudes são dignas de honra e recompensa, ele sustenta que não podemos imaginar o que é um constituição justa sem antes refletir sobre a forma de vida desejável. Para ele a lei não pode ser neutra no que tange à qualidade de vida. Em contrapartida Kant- afirma que os princípios de justiça que define, nosso direitos não devem se basear-se em nenhuma concepção particular de virtude ou da melhor forma de vida. Podemos dizer então que as teorias sobre justiça antigas partem da virtude e as modernas da liberdade. 
Entretanto, vale notas que estas concepção podem levar a conclusões equivocadas. É verdade que a maior parte de nossas discussões é sobre como promover a liberdade individual; quais virtudes são merecedoras de horas e recompensa e que modo de viver deve ser promovido por uma boa sociedade. Questões sobre virtudes parecem ser obvias demais para serem negadas, tratando-se do debate sobre quais ferimentos merecem o coração púrpura não; o coração púrpura uma medalha que os Estados Unidos outorga aos soldados feridos ou mortos pelo inimigo durante uma batalha: propuseram que também fosse concedido o coração púrpura aos soldados diagnosticados com estresse pós-traumático; dado que as lesões psicológicas são tão debilitantes como a física. 
Depois que o pentágono analisou a questão, anuncio que o coração púrpura seria reservado aos soldados com ferimentos físicos, fornecendo duas razões; problemas de estresse pós-traumático não são causados intencionalmente pela ação do inimigo e são difíceis de diagnosticar de forma objetiva. O que foi posto em questão é o significado da condecoração e das virtudes que ela homenageia. Quais são então, as virtudes relevantes, diferentemente de outras medalhas o coração púrpura condecora o sacrifício, não a bravura; alegando que “derramar sangue’’ deveria ser uma qualificação essencial. Observando dentro dessa discursão concepções conflitantes sobre caráter moral e valor militar. “Não podemos determinar quem merece uma medalha militar sem que sejam questionadas as virtudes que tal condecoração realmente exalta” – a lógica moral da teoria de Aristóteles.
Agora vamos tratar sobre a revolta contra o socorro a bancos e instituições financeiras, mitra o que é certo e o que é errado nas decisões econômicas nos remete a questão de Aristóteles sobre o que as pessoas moralmente merecem, e por quê: W, Bush pediu 700 bilhões de dólares ao congresso para socorrer os maiores bancos e financeiras do pais; relutante o congresso autorizou o socorro a Wall Street, pouco depois as companhias socorridas com dinheiro do contribuinte estavam agraciados seus executivos com milhões de dólares em bônus. O povo reagiu furiosamente, havia um sentimento de injustiça “mais devagar, seus aproveitadores gananciosos”. A questão moral posta aqui é sobre a do merecimento, que está diretamente ligada ao sonho americano. 
As demais hipóteses colocadas pelo autor, são questões sobre virtude, honra e moral e a do bonde desgovernado em direção a um grupo de cinco operários, que, embora estando nos trilhos, não percebem a eminência do perigo. Do ponto de vista do maquinista, este vê uma alternativa: um desvio para uma pista auxiliar que só há um operário reparando os trilhos. Neste caso, seria certo desviar o trem para a pista em manutenção, sacrificando um operário com a justificativa de salvar os outros cinco?
É a partir de exemplos como os acima citados que o autor incentiva nós a pensar sobre outras abordagem de justiça: a que leva em consideração o bem estar, a que aborda as questões pela perspectiva da liberdade e a que se baseia no conceito de virtude, buscando responder aos seguintes questionamentos: 
Uma sociedade justa procura promover a virtude de seus cidadãos?
A lei deveria ser neutra quanto às concepções concernentes à virtude, deixando os cidadãos livres para escolher por sua própria conta a forma de viver?
Essa forma de ceder a discussão moral, como uma lógica entre nossas opiniões sobre determinadas circunstâncias e os princípios que firmamos ao refletir sobre os exemplos colocados pelo autor, faz com que o ledor pense se certas atitudes ou disposições é a coisa certa a se fazer, mesmo tendo implicações que não seriam a esperada, e essa reflexão tem uma longa tradição.
Qual é a inter-relação do conteúdo constate do capitulo com o direito constitucional? 
R. A uma relação com os princípios gerais da atividade econômica e da ordem financeira. Art. 170 CF/88.
PRINCÍPIO DA MAXIMA FELICIDADE O UTILITARISMO 
O utilitarismo parte da premissa de que nossas vidas são regidas por duas grandes áreas, uma associada à felicidade e ao prazer e outra associada à dor e ao sofrimento. E nós gostamos e sempre procuramos a felicidade enquanto, por outro lado, evitamos o sofrimento, desta maneira a coisa certa a s e fazer é aquilo que proporcione máxima felicidade para o maior número de pessoas. Este é o conceito de utilidade em Jeremy Bentham (1748 – 1832), a hegemonia do prazer sobre a dor. Bentham é o fundador da doutrina utilitarista e ele a credita que os legisladores devem levar sua filosofia em conta quando forem formular as leis, que o objetivo principal das normas e do governo deve ser de perseguir a felicidade dos cidadãos, desta maneira ele discorda completamente da ideia de uma existência de direitos naturais, que sejam inerentes às pessoas. As objeções ao pensamento de Benthan apontadas por Sandel diz em que ele não leva em conta os direitos individuais e que trata os valores como uma moeda comum, sendo resultado d e uma subtração do sofrimentopela felicidade, onde um resultado aceitável seria aquele que proporcione mais felicidade que sofrimento. Para ilustrar, Sandel utiliza alguns exemplos, um deles discute sobre os cristãos que eram jogados aos leões na antiga Roma. Qualquer pessoa sã diria que isto é uma coisa injusta, no entanto, se analisado apenas do ponto de vista utilitarista, como proposto por Benthan, não seria tanto assim, pois a vã luta pela sobrevivência daquelas pessoas frente aos leões e seus sofrimentos, eram fonte de grande prazer e felicidade para milhares de romanos daquela época, que lotavam o coliseu, logo a relação entre dor e felicidade era maior para a felicidade. Um outro exemplo foi o estudo que uma empresa fabricante de cigarros fez, que mostrava que o câncer de pulmão, que o cigarro causa aos fumantes é mais vantajoso para o governo, pois por um lado, é verdade que em vida os fumantes causam mais prejuízo aos cofres públicos, por conta da necessidade do tratamento de doenças entanto eles morrem cedo, e isso gera uma economia ao tesouro nacional em casas para idosos, previdência, entre outros gastos. De maneira que analisando assim, friamente, os fumantes causavam mais felicidade para a maioria da população, pois o governo, teoricamente, usaria o saldo causado por suas mortes precoce, em benefícios para a maioria das pessoas. Uma geração após a de Benthan, outro pensador tenta “amenizar” sua teoria, considerando sua essência, porém, se aproximando mais da defesa dos direitos individuais e propondo também que o utilitarismo não necessariamente reduz os valores uma única escala, este sujeito é John Stuart Mill (1806 – 1873). Mill defende que os cidadãos devem ser livres para fazerem o que emente derem, e o governo não deve interferir nas decisões individuais, desde que não façam mal para outras pessoas. Mas neste caso a liberdade não se justifica em si mesmo, ela é defendida como meio. Os argumentos são no sentido de que com o tempo, o respeito à liberdade individual levará à máxima felicidade humana. El e analisa a utilidade à longo prazo e não apenas caso a caso. Para isto, é necessário levar em conta outro argumento, o de que existem alguns prazeres que são mais elevados que outros, que há uma distinção qualitativa entre eles. Para exemplificar Sandel nos remete outra vez ao exemplo dos cristãos jogados aos leões. Aquele macabro espetáculo causava grande prazer para os romanos, no entanto, podemos considerar que este tipo de prazer é perverso e ruim, que não leva a sociedade para um futuro bom e feliz, logo é melhor mudar este tipo de felicidade ao invés de satisfazê-lo. Mesmo o “reformado” utilitarismo de Mill é sujeito a objeções, principalmente por tratar o não respeito aos direitos individuais como problemas da sociedade em geral, e não uma injustiça em si aos que tem suas liberdades negadas. Como no caso de uma minoria religiosa que é perseguida. Nesta situação, a perseguição merece ser combatida por ir contra a liberdade dos indivíduos de ter qualquer religião, e não por um suposto benefício geral para a sociedade.
Qual é a inter-relação do conteúdo constate do capitulo com o direito constitucional? 
R. Relaciona-se no que pulsa a respeito à liberdade individual.
SOMOS DONOS DE NÓS MESMO A IDEOLOGIA LIBERTÁRIA 
A ideologia libertária. Segundo Michael Sandel, a ideologia libertária é a que defende a liberdade que cada um tem de utilizar o que é seu como bem entender. Para os libertários, nem mesmo o Governo e as leis podem impedir o ser humano de fazer o que desejar com as coisas que estão em sua propriedade. A liberdade deve ser respeitada, pois, é um direito fundamental inerente à todos. Para os libertários “temos o direito de fazer o que quisermos com aquilo que nos pertence, desde que respeitemos os direitos dos outros de fazer o mesmo”. 
Apenas um Estado Mínimo é compatível com a teoria libertária, pois, não impede nem reprime as liberdades individuais. Qualquer Estado que vá além disso é moralmente injustificável. Os libertário rejeita três tipos de conduta e leis que o Estado moderno normalmente promulga:
A. Paternalismo;
B. Legislação sobre a moral;
C. Redistribuição de renda e riqueza.
Para muitos teóricos libertários, qualquer tentativa de forçar maior igualdade atividade estatais amplamente aceitas são infrações ilegítimas das liberdades individuais. A previdência social ou qualquer outro programa governamental obrigatório é um de seus principais exemplos. O correto deveria ser incentivar às pessoas a essas políticas, mas não obrigá-las. Alguns são contra o salário mínimo ou criar leis contra a discriminação no mercado de trabalho e, até mesmo contra a obrigatoriedade nos diplomas e exigências para o exercício de profissões, pois cada um tem o direito de escolher a que riscos aceita se sujeitar ou conter o próprio corpo que é propriedade única e exclusiva de seu possuidor.
A filosofia do livre mercado
Robert Nozick, (1974) defende os princípios libertários e faz um desafio ao conceito difundido sobre justiça distributiva. Nozick repudia a ideia de que uma distribuição justa consista em um determinado padrão. O que importa é como a distribuição é feita, sendo que deve atender a duas condições – justiça n a aquisição de posse e justiça em sua transferência. A primeira condição é que a riqueza seja obtida por meio de negociações legais no mercado e a outra é que as doações sejam voluntárias e recebidas de outras pessoas.
O dinheiro de Michael Jordan. A figura do ex-jogador de basquete, é usada para ilustrar o pensamento de Nozick acerca da redistribuição de riquezas. Partindo-se de uma distribuição igualitária, aqueles que quiserem assistir ao s jogos de Jordan, depositariam cinco dólares em uma caixa cada vez que comprassem um ingresso, dinheiro que seria dado a Jordan e que no final da temporada totalizaria em 31 milhões de dólares. O resultado disso é que a distribuição inicial não existe mais. Nozick então afirma que esse cenário demonstra dois problemas inerentes à teorias geralmente aceitas de justiça distributivas, referentes à interferência nas liberdades individuais e à violação dos direitos de Jordan, quando taxado para apoiar programas de ajuda aos necessitados. Desse modo, Nozick evidencia uma sequência lógica entre taxação, trabalho forçado e escravidão.
Somos proprietários de nós mesmos!?
Objeções, Os defensores da redistribuição da riqueza através da taxação dos ricos fazem algumas objeções à lógica libertária:
Primeira: a taxação não é tão ruim quanto o trabalho forçado!?. Quando são cobrados impostos sobre o ganho financeiro adquirido com o trabalho, há a opção de que se trabalhe menos e pague menos impostos, mas, se houver trabalho forçado, essa escolha não existirá. A ideologia libertária contra põe tal objeção utilizando o seguinte argumento: o Estado não pode forçar ninguém a fazer essa escolha. Segunda: o pobre precisa mais do dinheiro do que o rico!?. A ideologia libertária contesta esse argumento dizendo que isso não significa que homens ricos (exemplo de Michael Jordan e Bill Gates) sejam obrigados a abrir mão de sua riqueza para fazer doações de caridade. "Roubar do rico para dar ao pobre não deixa de ser um roubo”, escreve o autor, simplesmente porque esse ato viola os direitos de liberdade e de propriedade. Terceira: Michael Jordan tem uma dívida com aqueles que contribuem para seu sucesso e, consequentemente, para a riqueza adquiridaatravés do basquete!?. Segundo a ideologia libertária, aquelas pessoas que contribuíram para o sucesso de Jordan consentiram em trabalhar e receber pelo seu trabalho, segundo um valor previamente estabelecido pelo mercado. Assim, Jordan não lhes deve nada. Mesmo se devesse, não haveria justificativa para a taxação de suas riquezas em prol dos menos favorecidos financeiramente. Quarta: como parte de uma sociedade democrática, Jordan teria voz ativa para interferir na elaboração e aprovação de leis que regulamentam imposto em seu país!?. Os libertários respondem dizendo que o consentimento democrático não garante que sua posição acerca dos impostos seja respeitada. Ele teria que submeter à lei e pagar o que é devido, porque trata -se de uma determinação do Estado. Quinta: Então, é justo que a comunidade atribua taxação de seus ganhos em prol da população!?. Para contestar tal objeção, o autor faz uso de um raciocínio lógico: Se Jordan não é dono de seu próprio talento, não é dono de si mesmo; “e, se ele não é dono de si mesmo, quem o é? “A ideia de pertencer a si mesmo, e não à comunidade ou ao Estado, explica porque não é certo que alguém deixe de lado seus direitos em prol do direito alheio. 
Canibalismo consensual. Em 2001, na cidade alemã de Rotenburg, Bern -Jurgen Brandes, engenheiro de software de 43 anos, respondeu um anúncio na internet que procurava alguém que aceitasse se r morto e comido. O anúncio havia sido colocado por Amin Meiwes, técnico em informática de 42 anos Brandes resolveu aceitar a proposta e compareceu no dia e local marcado por Meiwes. O engenheiro de software foi morto e cortado em pedaços que foram guardados no freezer. Quando a polícia descobriu, Meiwes já havia comido quase 20 quilos de sua vítima voluntária. A Alemanha não possui legislação específica para canibalismo e Meiwes não poderia ser acusado de assassinato, pois a vítima participara voluntariamente da própria morte. O advogado de Meiwes alegou que seu cliente deveria ser acusado de matar por solicitação”, crime cuja pena não passa de 5 anos. No entanto, a corte o penalizou com 8 anos e meio de reclusão. Alguns anos mais tarde, a corte decidiu trocar a pena de Meiwes, pois considerou a pena muito branda e o condenou à prisão perpétua. O assassino canibal tornou -se declaradamente vegetariano, afirmando que a criação de animais de corte seria desumana. O canibalismo consensual é um desafio aos libertários como conceito de posse de si mesmo, pois, nesse caso, tanto vítima quanto assassino estavam de comum acordo sobre o feito. Para os libertários, é injusto proibir o canibalismo consensual, pois, viola um dos direitos fundamentais: a liberdade. O Estado estaria sendo injusto tanto ao punir Amin Meiwes, quanto ao cobrar altos impostos de Bill Gates e Michael Jordan para ajudar aos menos favorecidos.
Qual é a inter-relação do conteúdo constate do capitulo com o direito constitucional? 
R. Aqui já a inter-relação sobre as premissas das limitações do poder de tributar e alguns princípios gerais.
PRESTADORES DE SERVIÇOS O MERCADO E CONCEITOS MORAIS 
A questão do livre mercado fundamenta -se em duas afirmações – uma sobre liberdade e a outra sobre bem-estar social. A primeira refere-se à visão libertária dos mercados. Segundo essa ideologia, ao permitir que as pessoas realizem trocas voluntárias, estamos respeitando sua liberdade; as leis que interferem no livre mercado violam a liberdade individual. A segunda é o argumento utilitarista para os mercados. Esse argumento refere-se ao bem estar geral que os livres mercados promovem, pois, quando duas pessoas fazem livremente um acordo, ambas ganham. Se o acordo as favorece sem que ninguém seja prejudicado, ele aumenta a felicidade geral.
 A obrigatoriedade do serviço militar atingia a tradição individualista americana em sua base, e a união abriu uma ampla concessão: quem fosse convocado e não quisesse servir poderia contratar outra pessoa para assumir seu lugar. Em março de 1963, o congresso aprovou uma nova lei relativa ao alistamento, na tentativa de solucionar o problema. Embora não abolisse o direito de contratar m substituto, a lei permitia que qualquer convocado pagasse ao governo uma taxa de 300 dólares em vez de servir. Embora a intenção fosse oferecer a isenção do serviço por um preço baixo, a taxa tronou-se mais impopular politicamente do que a substituição – talvez porque ela parecesse estabelecer um preço p ara a vida humana (ou para o risco de morte), dando a tal quantia a sanção do governo. Manchetes de jornais proclamavam; “trezentos dólares pela sua vida”. A revolta contra lei provocou episódios de violência nos postos de recrutamento. No final, foram poucos os convocados que lutaram efetivamente no exército da união. (Mesmo depois da criação do serviço militar obrigatório, a grande força do exército era constituída de voluntários que se alistavam levados pelos soldados pagos e pela ameaça de ser convocados.) Muitos foram convocados por meio de sorteios, mas fugiram ou foram dispensados por incapacidade. No caso do exército voluntário: é fácil entender como os pressupostos utilitaristas sustentarem o raciocínio de mercado. Se você partir da noção de que uma troca voluntária torna a vida de ambas as partes melhor e não prejudica ninguém, terá um bom argumento utilitarista para permitir que o mercado comande a situação. Essa objeção, no entanto, não é muito convincente, especialmente se a alternativa for alistamento compulsório (com ou s em substituição). Seria estranho aplicar o mesmo raciocínio para outros serviços do governo, como a polícia ou os bombeiros, isto é, buscar a redução dos custos para o contribuinte por meio da coerção de pessoas escolhidas aleatoriamente para desempenhar essas funções em troca de remuneração, abaixo do valor do mercado. 
Sobre equidade e liberdade; a primeiro ponto sustenta que o livre mercado, para aqueles que têm poucas alternativas, não é tão livre assim. Consideremos um caso extremo: um indivíduo sem teto, que dorme sob uma ponte, pode ter, de alguma forma, optado por isso; entretanto não podemos considerar, a princípio, que essa tenha sido uma livre escolha. Porem tratando da virtude cívica e o bem comum analisemos, por enquanto, uma segunda objeção ao uso dos mercados no recrutamento pare o serviço militar – objeção em nome da virtude cívica e do bem comum. Essa objeção alega que o serviço militar não é apenas um emprego a mais, e sim uma obrigação cívica. De acordo com esse argumento, todos os cidadãos têm o dever de servir a seu país. Já no que diz respeito a barriga de aluguel: o argumento mais forte do cumprimento do acordo é que trato é trato. Dois adultos, espontaneamente, estabeleceram um acordo que trata benefícios para ambas às partes. É verdade que essa não foi uma transação comercial comum. Assim, poderíamos hesitar em fazer com que o contrato fosse cumprido por um dos dois seguintes motivos: Primeiramente, poderíamos questionar se o fato de uma mulher aceitar ter um bebê e entrega-lo a outra pessoa por dinheiro seria um a decisão fundamentada. Estaria ela realmente segura quanto aos sentimentos que teria quando chegasse o momento de abrir mão da criança? Se isso não fosse possível, poderíamos argumentar que seu consentimento inicial teria sido prejudicado pela necessidade de dinheiro e pela falta do conhecimento adequado sobre o que representaria, na verdade, o fato de abrir mão do filho. Em segundo lugar, poderia haver objeções quanto ao fatode vender bebês ou de alugar a capacidade reprodutiva de uma mulher, ainda que ambas as partes houvessem concordado com isso conscientemente. Poderíamos ainda argumentar que essa prática transforma crianças em mercadorias e explora mulheres ao tratar a gravidez e o parto como uma transação comercial.
Qual é a inter-relação do conteúdo constate do capitulo com o direito constitucional? 
R. A conexão neste capitulo vem acerca dos direito inalienáveis e das obrigações.
O QUE IMPORTA É O MOTIVO IMMANUEL KANT 
O tema reflete a ideia de que os direitos humanos universais não se confundem Com a ideia de utilitarismo, pois não importam como vivam as pessoas, elas devem ser respeitadas. Para a corrente libertária as peso as não deve em ser tratadas como mero instrumentos para garantir a felicidade coletiva, pois dessa maneira estaria sendo violado o direito fundamental que é a propriedade de si mesmo. A ideia de ser dono de si mesmo não deve ser levada aos extremos, pois suas implicações serram consideradas apenas por um pensamento libertário convencido de seu ponto de vista. Devemos ter cuidado ao acreditarmos que podemos ser totalmente livres para fazermos o que quisermos. Nem John Locke defensor dos direitos de propriedade e da limitação, concorda com a plenitude de liberdade. Para este ter os direitos inalienáveis conjuram a Deus sendo este pensamento contrário àqueles que buscam a base moral e não religiosa. 
Na busca da felicidade coletiva, excluindo o indivíduo e utilizando-o como mero instrumento. Mas aí, se observarmos o indivíduo como mero instrumento para a obtenção do bem estar de uma coletividade, estaremos violando o direito fundamental que este indivíduo tem de propriedade sobre si mesmo, fato este que não pode ser tomado de forma radical, de modo que exista um Estado mínimo para minimizar esses efeitos. “Fundamentação”, Kant, fala de duas grandes questões. A primeira: qual é o princípio supremo da moralidade? E a segunda: Como a liberdade é possível?” Para Kant, a justiça, a moralidade e a liberdade estão associadas. A ideia utilitarista que de a felicidade de uma maioria, baseada naquilo que esta maioria acha moral e justo, não quer diz era que sempre isto será algo de fato justo. Até porque essa moralidade e felicidade estariam ligadas a um desejo interno de então para satisfazer um desejo nosso, ou até para buscar o interesse de outro, de forma que este, realmente não seria, de fato, o principio supremo da moralidade. Claro que somos humanos e temos nossas inclinações, nossos sentimentos, pelos quais queremos sentir o prazer e não a dor, mas a questão é que quando nos colocamos numa situação de agir, por muita destas vezes, esse nosso agir tende à imprimir o cunho moral, pelo fato de termos a capacidade de passa por cima dessas.
Inclinações. Ou seja, ao invés de ter essas atitudes por “inclinação” pela maior parte do tempo, deveríamos nos colocar no papel de seres racionais (e por esta razão merecedores de respeito), capazes de pensar, e daí retirarmos as atitudes que realmente importa, ou seja, de atingir a moralidade, e automaticamente a justiça e a liberdade, pela nossa “pura razão prática, que cria suas leis a pior, a despeito de quaisquer objetivos empíricos.”, e na medida em que e criamos essas leis, nós nos afastamos de nossos interesses particulares, levando em conta a racionalidade de toda humanidade. E ainda assim, A ideia de liberdade de Kant, é interessantíssima, pelo fato de que lê, ao fazer escolhas para satisfazer algum desejo, não temos liberdade, pois esta está presa a esse desejo. Ou seja, fazemos aquilo que nosso desejo quer, obedecendo-os e agindo de forma “heterônoma”, e que sempre será uma atitude feita por causa de outra coisa. De fato, consiste no oposto: na autonomia de dependência de fatos externos, mas sim, por leis que imponho a mim mesmo, e estas leis são retiradas da nossa própria razão. Independente dos ditames da natureza ou das inclinações. Dessa ideia, tiramos que aquilo que é moral, é aquilo que fazemos não por intenções internas, mas por ser a coisa certa a se fazer, pelo fato de ser o certo a se fazer. 
Immanuel Kant apresenta proposta ativa para a questão dos direitos e deveres sendo que essa proposta firma-se na ideia de que somos seres racionais e que merecemos dignidade e respeito. A abordagem trata da dignidade humana define as concepções atuais dos direitos humanos universais. Seu conceito de liberdade reflete em conceitos contemporâneos debatidos sobre justiça. 
Qual é a inter-relação do conteúdo constate do capitulo com o direito constitucional? 
R. A sua inter-relação constate com direitos humanos.
A QUESTÃO DA EQUIDADE 
O Sexto Capitulo da referida obra, intitulado “A questão da equidade”, se inicia abordando aspectos de disponibilidade dos cidadãos americanos a seguir os ditames da Constituição sem que nunca tenham realizado um contrato social ou se obrigado a obedecer às leis, afirma John Lucke tratar-se de um consentimento tácito, pois todo aquele que goza dos benefícios de um governo concorda implicitamente a obedecer a lei. Por outro lado, cita o autor Emmanuel Kant, que afirma tal consentimento ser hipotético, por ser a constituição uma lei justa para o todo. Indica John Rawls, que a maneira de se entender a justiça é se perguntando com quais princípios norteadores dessa justiça o indivíduo, destituído de seus dogmas e convicções morais e religiosas, e sem saber em que categoria social está enquadrado, velado por um “véu de ignorância”, e de uma posição de real equidade, seria capaz de concordar, já que não haveria uma situação superior de barganha. Rawls acredita que, partindo-se de um ponto de real equidade, os indivíduos optariam por dois princípios fundamentais de justiça para o contrato hipotético: a) liberdade básica a para todos os cidadãos; b) equidade social e econômica; e se propõe a responder como tais princípios poderiam resultar em um acordo que jamais ocorreu de fato.
Os contratos reais não são instrumentos morais autossuficientes, com os quais por ter tido encontro de vontades entre as partes para que se alcance a justiça. Desse modo, questiona o autor, onde poderíamos encontrar tal referência, em retorica afirma, que em um contrato anterior, maior e mais complexo, a Constituição. De todo modo, o consentimento deve ser respeitado, porém em se tratando da moralidade dos contratos, o consentimento pode criar uma obrigação por si só, sem que haja necessidade de benefício ou expectativa pois concretizam dois ideais: autonomia e reciprocidade.
Para analisar que o consentimento por si só não é suficiente o autor analisa duas situações: a) a troca de figurinha de beisebol entre seu filho mais novo e o mais velho, este último detinha mais conhecimento sobre o valor das figurinhas e levava vantagem nas trocas ; b) O caso de uma senhora idosa que fora enganada por um bombeiro hidráulico que lhe cobrou 50 mil dólares para reparar um vazamento no banheiro; tudo com a finalidade de demostrar que o simples consentimento ou encontro de vontades, não garante equidade e não é o suficiente par a realização da um contrato moral. A concepção de Rawls de um acordo hipotético baseado na equanimidade, reside em um acordo entre partes que tenham o mesmo nível de poder e conhecimento, e que se situem de forma idêntica, não abrindo margem para coibição, cujo objeto seja os princípios que governam nossa vida em conjunto e determine nossos direito e deveres como cidadãos. Já Sandel Afirma, que um acordo firmado sob o “véu da ignorância” seria uma forma pura do contrato real e, portanto, moralmente mais forte firma Rawls, que as sociedades de mercado abrandam essas diferenças, por garantirem a mesmas liberdades básicas, são uma evolução, mas ainda assim estão longe de serem justas, considerando que os indivíduos advindos de famílias com melhor posição social iniciama “corrida” pela ascensão social alguns passos à frente dos demais. Uma das objeção de Sandel sobre a teoria de Rawls é a indagação de que se os impostos forem mais altos, ou se a diferença salarial for pequena que garantia teríamos como sociedade de que os mais talentosos se esforçariam para desenvolver suas habilidades em prol dos menos favorecidos e não optariam por profissões que detivessem menos grau de exigência?
Os adeptos da meritocracia na realidade, não considerariam que um jogador de basquete menos talentoso que Jordan que realiza-se muito mais esforço que ele para jogar, deveria ganhar mais que Jordan, assim na verdade é na contribuição ou na conquista que os favoráveis da meritocracia acreditam. Rawls propõe que lidemos com esses fatos aceitando compartilhar nosso destino com o próximo e só tiramos proveito das casualidades da natureza e das circunstancias sociais quando isso proporcionar o bem de todos. 
Qual é a inter-relação do conteúdo constate do capitulo com o direito constitucional? 
R. A mencionar autonomia e consentimento tácito estamos inter-relacionados com a carta magna.
A AÇÃO AFIRMATIVA EM QUESTÃO 
Um bonde desgovernado e a difícil decisão entre não fazer nada, deixar o bonde seguir seu percurso e cinco pessoas morrerem ou agir e mudar a rota do bonde e assim fazer com que morra apenas uma. É certo o casamento entre pessoas do mesmo sexo? E o aborto? Quais os limites do livre mercado, se é que existem? São essas e muitas outras questões que o livro “JUSTIÇA” de Michael J. Sandel trazem à tona para colocar em discussão vários pontos de vista de filósofos de diferentes épocas e que apresentam maneiras de observar tais questões. Aristóteles, Kant, Jeremy, John Rawls, são alguns dos pensadores que têm suas obras explicitadas e colocadas em análise por Sandel em seu livro, de forma simples e acessível. O fator importante são as objeções que cada linha de pensamento recebe no decorrer dos capítulos, que fazem com que o leitor analise de maneira crítica cada uma delas, pois mostra a complexidade dos dilemas sociais, e as maneiras de pensar, por sua vez, são da mesma maneira complicadas. São apresentadas três concepções de justiça na obra: a utilitarista, a ideia de que justiça começa pela liberdade e a de justiça associada à virtude.
O utilitarismo parte da premissa de que nossas vidas são regidas por duas grandes áreas, uma associada à felicidade e ao prazer e outra associada à dor e ao sofrimento. E nós gostamos e sempre procuramos a felicidade enquanto, por outro lado, máxima felicidade para o maior número de pessoas. Este é o conceito de utilidade em Jeremy (1748 – 1832), a hegemonia do prazer sobre a dor. Jeremy é o fundador da doutrina utilitarista e ele acredita que os legisladores devem levar sua filosofia em conta quando forem formular as leis, que o objetivo principal das normas e do governo deve ser de perseguir a felicidade dos cidadãos, desta maneira ele discorda completamente da ideia de uma existência de direitos naturais, que sejam inerentes às pessoas.
A outra grande linha de pensamento apresentada no livro é a ideologia libertária, que supõe que justiça sempre deve estar associada à liberdade. Os libertários defendem um Estado mínimo, que tenha influência nas decisões individuais apenas no indispensável, que mantenha a paz, que faça com que os contratos sejam cumpridos e que proteja a propriedade privada, ou seja, o necessário para manter e sustentar uma sociedade de livre mercado. Eles são contra qualquer tipo de paternalismo estatal, ou alguma legislação sobre a moral e principalmente são contra qualquer tipo de redistribuição de renda. Argumentam que não cabe ao Estado obrigar alguém a ajudar outras pessoas, nem que seja por meio de impostos com a finalidade de Kant parte da premissa de que somos seres racionais, merecedores de dignidade e respeito. Desta forma não somos meios para a felicidade, algo não deve ser bom por ser melhor para a sociedade, a finalidade sempre deve ser o indivíduo em si. 
Quando agimos livremente fazemos algo por fazer algo e não como uma maneira para alcançar outra coisa. Esta capacidade de agir autonomamente, pela racionalidade, para Kant, é o que confere a vida humana sua dignidade especial. Ela diferencia pessoas de coisas. É colocado em contraposição a ideia de imperativo categórico e a de imperativo hipotético. Sendo este último uma ação que visa atingir outra determinada coisa, e o imperativo categórico uma ação que é boa em si. Categórico aqui é algo que seja incondicional, que possa ser usado sempre, ele é uma lei moral. Desta maneira, o imperativo categórico é uma máxima universalizada. Sua conclusão foi de que neste caso não optaríamos pelo utilitarismo, pois poderíamos pertencer a uma minoria oprimida que poderia ser extinguida para a felicidade da maioria. Não optaríamos também por uma sociedade regulada quase que exclusivamente pelo mercado, pois poderíamos ser Silvio Santos, mas também poderíamos ser um sem-terra, e ninguém arriscaria. Para ele, sairia deste contrato hipotético dois princípios fundamentais, que seria por um lado, assegurar liberdades básicas para todos, por ninguém querer ser oprimido por suas escolhas, e por outro, que permitiria que as desigualdades econômicas existissem somente na medida em que os mais pobres também fossem beneficiados por elas, este último é chamado de princípio da diferença. Nesta perspectiva altos salários, e altos ganhos em geral só existiriam caso se justificassem socialmente. Se um melhor salário para médicos fizesse com que as regiões mais pobres tivessem um bom atendimento na saúde pública, seria justificável a diferença salarial. No entanto, seria mais difícil justificar tal diferença se os médicos ganhassem melhor para fazer somente cirurgias plásticas. Essa distinção é feita por Rawls para esclarecer que sua proposta não é de uma sociedade igualitária, mas sim equânime. Pois objeções a sua teoria partem de que, colocadas em pratica suas ideias as pessoas não teriam incentivos para produzirem mais e por isso não se esforçariam tanto. No entanto ele diz essa diferença permitida é exatamente a nível de incentivo, mas apenas na medida em que isso beneficie as demais pessoas, e não da maneira quase sem limites de uma sociedade mercadológica. 
Acredito ser este o télos da filosofia, o de levantar questionamentos, e não certezas. E se durante milênios as ideias de justiça, de moralidade, as soluções para dilemas sociais, são pensadas, e exaustivamente discutidas, por geniosos pensadores e não se chegou a um consenso, não é na leitura de um livro que um estudante vai chegar, seria no mínimo presunçoso da parte de quem pretendesse tal feita.
Qual é a inter-relação do conteúdo constate do capitulo com o direito constitucional? 
R. A analogia vem à mitra a questão do estado assegurar os direitos básicos da população.
QUEM MERECE O QUÊ ARISTÓTELES 
Callei Smarrt, aluna do primeiro ano do ensino médio, era popular na escola e participava da torcida organizada da Andrews High Sachool, no oeste do Texas. O que inspirava os jogadores e fãs de futebol americano, com sua presença sempre animada à beira do campo nos jogos do time de juniores da escola. No final da temporada, no entanto, Callei foi expulsa da torcida organizada. A história de Callie levanta duas questões. Primeiramente, uma questão de equidade. Ela deveria ter de fazer ginástica para participar da torcida organizada ou esse requisito seria injusto considerando sua deficiência? Uma forma de se responder a essa pergunta seria invocar o princípio da não discriminação: desde que desempenhasse bem seu papel, Callie não deveria ser excluída da torcida apenas por não ter, embora não fosse culpa sua, capacidade física para desenvolver os movimentos. Callei está apta a participar da torcida organizada porque então, apesar da deficiência, as qualidades adequadas ao desempenho da função, sua permanência realmente significa uma certa ameaça ao mérito das demais participantes.Suas aptidões para as acrobacias já não parece tão essencial para a excelência da função, parece ser apenas uma das maneiras, entre outras, de animar a multidão. Ainda que tenha sido egoísta, o pai da líder da torcida abordou a questão com propriedade. Uma prática social que antes tinha um propósito definido e que delegava honras definidas a quem a desempenhava bem era agora, graças a Callei, redefinida. Ela demonstrou que há mais de um requisito para ser uma líder de torcida. Vista dessa forma, a discussão sobre as líderes de torcida no oeste do Texas leva-nos diretamente as duas concepções centrais da filosofia política de Aristóteles estão presentes no caso de Callei: 
1. A justiça é teleológica. Para definir os direitos, é preciso o saber qual é o télos (palavra grega que significa propósito, finalidade ou objetivo) da prática social em questão. 
2. A justiça é honorífica. Compreender o télos de uma prática, ou discutir sobre ele, significa, compreender ou discutir as virtudes que ela deve honrar e recompensar. Entender por que Aristóteles acredita que justiça e a vida boa devem estar ligadas nos ajudará a entender o que está em jogo. Para Aristóteles, justiça significa dar às pessoas o que elas merecem, dando a cada um o que lhe é devido. Mas o que uma pessoa merece? Quais são as justificativas relevantes para o merecimento? Isso depende do que está sendo disseminado. A justiça envolve dois fatores: “as coisas e as pessoas a quem elas são destinadas”. E geralmente dizemos que “pessoas iguais devem receber coisas também iguais”. No entanto, surge aí uma questão difícil: Iguais em que sentido? Isso depende do que está sendo distribuído, e das virtudes relevantes em cada caso. Imaginemos que estamos distribuindo flautas. Quem deve ficar com as melhores? A resposta de Aristóteles: os melhores flautistas. A justiça discrimina de acordo com o mérito, de acordo com a excelência relevante. E, no caso das flautas, o mérito relevante é a aptidão para tocar bem. Seria injusto basear a discriminação em qualquer outro fator, como riqueza, berço, beleza física ou sorte (como na loteria). 
O objetivo das flautas é produzir excelente música. Aqueles capazes de melhor cumprir esse propósito devem receber os melhores instrumentos. Mas também é verdade que dar os melhores instrumentos aos melhores músicos terá o efeito agradável de produzir a melhor música, o que todos apreciarão produzindo a maior felicidade para o maior número de pessoas. No entanto, é importante notar que a razão de Aristóteles ultrapassa essa consideração utilitarista. Seu modo de raciocinar a partir do propósito de um bem para a devida alocação desse bem é um exemplo do raciocínio teleológico. (Teleológico vem da palavra grega télos, que significa propósito, fim ou objetivo.) Aristóteles argumenta que, para determinar a justa distribuição de um bem, temos que procurar o télos, ou propósito, do bem que está sendo distribuído.
Podemos ver agora com mais clareza por que, para Aristóteles, a política não é mais um ofício entre outros, mas uma atividade essencial para a vida boa. Primeiramente, as leis do Estado incutem bons hábitos, formam o bom caráter e nos colocam no caminho da virtude cívica. Em segundo lugar, a vida do cidadão nos permite exercitar capacidades de deliberação e sabedoria prática que, de outra forma, ficariam adormecidas. Isso não é o tipo de coisa que podemos fazer em casa. Podemos nos sentar em um canto e meditar sobre que tipo de diretriz adotaríamos se tivéssemos de decidir. Mas isso não é o mesmo que participar de uma ação significativa e assumir a responsabilidade pelo destino da comunidade como um todo. Só nos tornamos eficientes para deliberar quando entramos em campo, avaliando as alternativas, discutindo nosso argumento, governando e sendo governados, em suma, praticando a cidadania. A ideia de cidadania de Aristóteles é mais abrangente e exigente do que a nossa. Para ele, a política não é a economia praticada por outros meios. Ela tem um propósito mais elevado do que a maximização da utilidade ou o estabelecimento de regras justas para que se alcancem os interesses individuais. Ela é uma expressão de nossa natureza, uma oportunidade para expandirmos nossas faculdades humanas, um aspecto essencial da vida boa.
Qual é a inter-relação do conteúdo constate do capitulo com o direito constitucional? 
R. A afinidade vem acerca de quais princípios democráticos regem a organização fundamental do estado, Art. 1° a 4° da constituição federal de 1988.
O QUE DEVEMOS UNS AOS OUTROS? DILEMAS DE LEALDADE 
O que devemos uns aos outros? / Dilemas da lealdade, a exposição de fatos do passado, de atrocidades cometidas, erros históricos pelos governantes anteriores e como se pode reparar estes erros, e se devem ou não se desculpar os atuais governantes e cidadãos. O capítulo começa relembrando alguns fatos históricos como a Segunda Guerra Mundial, abusos sexuais cometidos pelos japoneses na época da guerra, e também as atrocidades cometidas contra os índios na América, e retrata que atualmente os governantes destes países tem se desculpado e agido de forma a indenizar as pessoas que sofreram no passado por culpa de governantes antepassados. As justificativas de desculpas, seriam em memória daqueles que sofreram no passado, todavia ainda há uma grande rejeição hoje em dia quanto a estes, nem todos os líderes e determinados países são a favor desta indenização e desculpas. 
A partir deste ponto, o autor traz este questionamento, se devemos ou não pagar pelos pecados de nossos antecessores, traz o lado do individualismo moral em que a oposição da moral cai somente aos erros que nós cometemos no presente, todavia se este ponto de vista estiver certo, então não há porque pagarmos pelos pecados de nossos predecessores, todavia esta visão está equivocada de acordo com o autor, pois desta forma não estamos pensando em nossa vida pública. Alguns filósofos são citados como Immanuel Kant e John Locke para explicar a livre escolha do indivíduo e as várias concepções formadas sobre o que significaria a liberdade do indivíduo. O autor conclui que a noção de que somos seres livres e independentes reforça a ideia de que os princípios de justiça não devem ser baseados em nenhuma concepção moral ou religiosa específica, ao contrário devemos ser neutros para se ter uma vida boa. Partindo deste ponto, o autor traz como título a pergunta: o governo deve ser moralmente neutro? Afirma que a liberdade de escolha e o Estado neutro caminham juntos, pois podermos ser livres e independentes necessitamos de uma estrutura neutra de direitos quanto às finalidades. Para Kant e Rawls, o correto tem primazia sobre o que é bom, os princípios que especificam nossos direitos e deveres não devem se basear em nenhuma concepção particular do que seja uma vida boa. Um terceiro ponto retratado neste capítulo é a concepção de justiça e liberdade, em que o autor chega à conclusão que nem sempre à liberdade de escolha, mesmo que seja justa, leva a uma sociedade justa, pois explica que o ponto fraco do liberalismo é justamente o que ele propõe, pois se nos considerarmos livres e independentes, sem as amarras morais e valores de que não escolhemos, não terão sentido para nós algumas obrigações morais e políticas que muitas vezes aceitamos e valorizamos. Incluindo aí, as obrigações de solidariedade e memória histórica que constroem nossa identidade. Pergunta-se que concepção voluntarista do indivíduo não se aguenta, pois, nossas obrigações não são produto da nossa vontade, como poderemos nos sentir inseridos na sociedade e ainda assim ser livres? Esta resposta pode ser respondida por Aldair MacIntyre que escreveu o livro After Virtue, em que afirma que jamais poderá buscar o bem ou a virtude somente como indivíduo, só entenderemos a narrativa de nossas vidas se pudermos vê-la como parte das histórias que fazemos parte, está ligado ao grupo em que está inserido. Portanto, minha história de vidaestá ligada na história das comunidades de onde vem minha identidade. Pois se romper com seu passado é como desvirtuar seus relacionamentos atuais. Assim afirma MacIntyre. Portanto há três categorias de responsabilidade moral: Deveres naturais-não requerem consentimento; Obrigações voluntárias- particulares, requerem consentimento; Obrigações de solidariedade particulares, não requerem consentimento. Alguns exemplos de obrigações solidárias são mostrados pelo autor, como as obrigações de família em que os pais ao terem filhos têm o dever de cuidar deles, assim como os filhos em retribuição, têm o dever de zelar pelos pais. Partindo disto, ele segue das relações de família para as obrigações em relação à comunidade. Como exemplo, citou um fato da Segunda Guerra Mundial, em que um piloto foi incumbido de bombardear a cidade em que pertencia, e recusou-se já que não suportaria fazê-lo sabendo que seus amigos e vizinhos estariam ali. Seguindo, ele fala de outro exemplo, referindo-se ao ato patriota em que os judeus somente resgataram os refugiados judeus, e faz a reflexão sobre o patriotismo, perguntando se é ou não uma virtude, pois muitas vezes o amor à pátria é uma virtude inquestionável, mas muitas vezes tenta à guerra. Alguns críticos sustentam que essas supostas obrigações de solidariedade são egoístas, pois só favorecem o grupo ou comunidade a que pertencemos. Mas não é necessariamente assim, pois pode ser ter responsabilidades com comunidades ao qual não pertenço como a relação dos alemães com os judeus e dos brancos com os índios, as desculpas e as indenizações coletivas são bons exemplos disto. Muitas vezes a solidariedade pode nos dar um motivo especial para não concordamos com decisões de nosso povo ou governo, e o patriotismo a dissensão. A capacidade de sentir vergonha ou orgulho por atos de membros de nossa família ou como cidadãos revela a responsabilidade coletiva. Na maioria dos casos relatados, é possível perceber que a solidariedade é complementar aos direitos naturais e aos direitos humanos, em vez de competir com eles, reforçando o conceito dos filósofos liberais em que é possível respeitar o direito dos outros e também os mais próximos de nós. Após estas conclusões o autor traz exemplos que demonstram exatamente isto, os conflitos entre as obrigações. Os argumentos de solidariedade vistos nesses exemplos têm a ver com as características comuns de nossas experiências morais e políticas. Conclui o autor que uma política sem um comprometimento moral resulta em uma vida cívica pobre, é também um convite aberto a moralismos limitados e intolerantes. Portanto, este capítulo trouxe uma importante reflexão quanto a nossos deveres enquanto pertencentes a um grupo e uma sociedade. Traz também a reflexão de como nossos atos passados afetam o futuro e a importância das desculpas e indenizações que devemos a gerações passadas, já que nossa identidade deriva destas. Avisando a moral individual e a solidariedade em prol do grupo em que vivemos e além deles.
Qual é a inter-relação do conteúdo constate do capitulo com o direito constitucional? 
R. A relação aqui trata-se de direitos iguais, Art. 5°, inc. I da constituição federal de 1988.
A JUSTIÇA E O BEM COMUM 
O último capitulo visa discorrer sobre legitimidade do argumento público contra moralidade do indivíduo. Rawls, apesar de ter reconhecido que somos seres que agem segundo princípios morais, afirma que não devemos levar essas concepções para o discurso público; o cidadão deve deixar seus valores morais antes de decidir coisas concernentes a toda comunidade. Sandel discorda desse argumento, dizendo que ele é errado por dois motivos: “primeiro porque nem sempre é possível decidir questões sobre justiça e direitos sem resolver importantes questões morais; segundo porque, mesmo quando isso é possível, pode não ser desejável”. A questão da moralidade no discurso público fica claro quando se toca em assuntos como aborto ou casamento entre homossexuais. 
Em ambos os acasos, o argumento só tem peso (tanto para defender, quanto para contestar) quando avalia questões morais (quando começa a vida? Homossexuais são dignos para que seus casamentos sejam reconhecidos?). Sobre todas as teorias demonstradas durante o desenvolvimento do livro, Sandel é adepto da ideia de justiça teleológica de Aristóteles. 
Para ele, alcançar uma sociedade justa significa raciocinar acerca do significado de uma vida boa e criar uma cultura pública que aceite as divergências que invariavelmente ocorrerão. O desafio é imaginar uma política que leve a sério as questões morais e espirituais, mas que as aplique em interesses econômicos e cívicos, e não apenas a sexo e aborto.
Qual é a inter-relação do conteúdo constate do capitulo com o direito constitucional? 
R. Inter-relaciona-se no que tange sobre a liberdade de expressão. Art. 5°, inc. IX da constituição federal de 1988.

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