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PRF Legislação Penal Aula 03 - Policia Rodoviária Federal

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Legislação Penal Especial – Teoria e exercícios comentados 
Cargo: Policial Rodoviário Federal 
Aula 03 
Prof. Leandro Igrejas 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Igrejas 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 03 
Legislação Penal Especial – Policial Rodoviário Federal 
Lei nº 10.741/2003 e alterações (Estatuto do Idoso) 
Professor: Leandro Igrejas. 
 
 Legislação Penal Especial – Teoria e exercícios comentados 
Cargo: Policial Rodoviário Federal 
Aula 03 
Prof. Leandro Igrejas 
 
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2 
 
 
 
 
Tópicos da Aula 
 
Introdução ....................................................................................................................................................... 3 
Lei n.º 10.741/03 – Estatuto do Idoso. ............................................................................................... 3 
Aspectos penais ........................................................................................................................................... 10 
Tipos penais autônomos criados pelo Estatuto ............................................................................... 18 
Alterações feitas pelo Estatuto do Idoso no Código Penal e na Legislação Especial ........ 34 
Resumo dos pontos mais importantes ............................................................................................... 36 
Questões de concursos anteriores ....................................................................................................... 38 
 
 
 
 
Aula 03 – Lei n.º 10.741/03 – Estatuto do Idoso 
 Legislação Penal Especial – Teoria e exercícios comentados 
Cargo: Policial Rodoviário Federal 
Aula 03 
Prof. Leandro Igrejas 
 
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3 
 
Introdução 
 
Olá! 
 
 Na aula de hoje, vamos tratar da Lei n.º 10.741/03, que dispõe sobre o 
Estatuto do Idoso. 
 
 O tema é amplo e comporta diversas formas de abordagem. Mesmo 
quando se cogita especificamente sobre pontos passíveis de cobrança em 
concursos públicos, devemos ter cuidado para não perder o foco do estudo: é 
necessário considerar o perfil do cargo e o histórico da banca. 
 
 Assim sendo, seguindo a estratégia definida em nossa aula 
demonstrativa, iremos abordar, com prioridade, os pontos ―preferidos‖ pelo 
CESPE, que foi a banca examinadora do último concurso (2013). 
 
 Lembrando que – em termos de probabilidade - não vale a pena investir 
muito mais tempo no aprofundamento da matéria. Em 2013, apenas uma 
questão foi cobrada sobre esse tema. No concurso de 2009, organizado pela 
FUNRIO, apesar de constar do edital, o Estatuto do Idoso não foi objeto de 
nenhuma questão. No concurso de 2008, a Lei n.º 10.741/03 não estava 
prevista no edital. 
 
Conforme combinado, não queremos que você se torne um especialista no 
assunto, mas sim que seja aprovado no concurso! 
 
 Vamos começar? 
 
Lei n.º 10.741/03 – Estatuto do Idoso. 
 
A existência de um regramento protetivo específico voltado para as 
pessoas idosas se justifica pela vulnerabilidade que o fenômeno do 
envelhecimento produz, naturalmente, no ser humano. 
 Legislação Penal Especial – Teoria e exercícios comentados 
Cargo: Policial Rodoviário Federal 
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4 
O art.230 da Constituição da República de 1988 já contemplava o dever 
de amparo às pessoas idosas, fixando, inclusive, regra específica de gratuidade 
nos transportes coletivos urbanos: 
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de 
amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na 
comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e 
garantindo-lhes o direito à vida. 
 
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados 
preferencialmente em seus lares. 
 
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a 
gratuidade dos transportes coletivos urbanos. 
 
A tutela específica desses diretos, contudo, só foi concretizada com a Lei 
n.º 10.741/03. É sob o prisma da efetividade da proteção do idoso que 
devemos interpretar os dispositivos desse Estatuto. 
A primeira noção importante é a definição legal de pessoa idosa, que vem 
estampada logo no primeiro artigo da Lei: 
 
 
 
 
Aqui já devemos ter cuidado: apesar da definição acima, o próprio 
Estatuto do Idoso estabelece que certos direitos devam ser assegurados apenas 
aos maiores de sessenta e cinco anos. Esse detalhe costuma ser explorado pela 
banca examinadora como artifício para tentar confundir o candidato. 
Veja alguns desses direitos: 
 
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam 
meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é 
assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei 
Orgânica da Assistência Social – Loas. 
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a 
gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto 
 Art.1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a 
regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 Legislação Penal Especial – Teoria e exercícios comentados 
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5 
nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos 
serviços regulares. 
 
 
 
 
 
Portanto, fique atento: o Estatuto do Idoso 
estabeleceu que, sob o aspecto jurídico (que é 
o que vale para o concurso!), pessoa idosa é 
aquela com idade igual ou superior a 60 
(sessenta) anos. 
 
No entanto, o próprio Estatuto prevê que 
certos direitos somente devem ser 
assegurados aos maiores de 65 (sessenta e 
cinco) anos. 
 
 
 
 
As estatísticas mostram que a maior parte dos crimes e violações graves 
a direitos praticados contra idosos ocorrem no âmbito familiar, o que dificulta a 
chegada desses fatos ao conhecimento das autoridades. Por essa razão, o 
legislador buscou envolver todos os cidadãos na rede de vigilância dos direitos 
da pessoa idosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art.6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade 
competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha 
testemunhado ou de que tenha conhecimento. 
 
CESPE/2013 – TJ/DFT - Analista Judiciário (adaptada) 
Com base nas disposições do Estatuto do Idoso, julgue o item subsequente. 
O Estatuto do Idoso impõe a todo cidadão que tenha testemunhado 
violações aos preceitos estabelecidos nesse estatuto ou que delas tenha 
tomado conhecimento o dever da delatio criminis perante a autoridade 
competente. 
Gabarito: Certo. 
 Legislação Penal Especial – Teoria e exercícios comentados 
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6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO X 
Do Transporte 
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica 
assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos 
e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, 
quando prestados paralelamente aos serviços regulares. 
 § 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente 
qualquer documento pessoalque faça prova de sua idade. 
 § 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este 
artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos assentos para 
os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado 
preferencialmente para idosos. 
 § 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária 
entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a 
critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício 
da gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste 
artigo. 
 
CESPE/2010 – MPU - Técnico de Apoio Especializado 
Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma situação hipotética, 
seguida de uma assertiva a ser julgada de acordo com o que dispõe o 
Estatuto do Idoso. 
Paulo, ao observar, pela janela de seu apartamento, que seu vizinho 
Mateus insultava, aos berros, o pai, idoso, e agredia fisicamente a mãe, 
também idosa, deu, imediatamente, ciência do ocorrido à autoridade 
policial. Nessa situação, a atitude de Paulo não está amparada pelo Estatuto 
do Idoso, visto que representa invasão da privacidade alheia. 
Gabarito: Errado 
 Legislação Penal Especial – Teoria e exercícios comentados 
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Aqui temos um dos direitos mais conhecidos da pessoa idosa: o da 
gratuidade nos transportes públicos. 
 
A gratuidade nos transportes é um 
daqueles direitos assegurados aos 
maiores de sessenta e cinco anos, (e 
não sessenta!). 
 
 
Apesar disso, o Estatuto do Idoso (que é uma lei federal) faculta à 
legislação local a extensão do benefício aos maiores de sessenta anos. 
 
Detalhes importantes: 
 O acesso à gratuidade se dá mediante prova da idade, por qualquer 
documento pessoal. 
 A gratuidade dos transportes não se aplica aos serviços seletivos 
e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços 
regulares. 
 
 A lei determina a reserva de 10% (dez por cento) dos assentos 
para os idosos, que deverão ser identificados com a placa de 
reservado preferencialmente (e não exclusivamente!) para 
idosos. 
 
 Nos termos do art.42 do Estatuto, o idoso tem prioridade nos 
procedimentos de embarque e desembarque nos veículos do 
sistema de transporte coletivo. 
 
Veja o que dispõe o art.42: 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do 
idoso nos procedimentos de embarque e desembarque 
nos veículos do sistema de transporte coletivo. 
 Legislação Penal Especial – Teoria e exercícios comentados 
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CESPE/2012 – MPE/TO – Promotor de Justiça (adaptada) 
Julgue o item a seguir: 
Todos os direitos reconhecidos ao idoso, incluída a gratuidade nos transportes 
coletivos urbanos e semiurbanos, aplicam-se aos indivíduos que alcancem 
sessenta anos de idade ou mais. 
Gabarito: Errado. 
Comentário: O Estatuto do Idoso, de fato, regula os direitos assegurados às 
pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. No entanto, o 
mesmo diploma estabelece que certos direitos devam ser assegurados apenas 
aos maiores de sessenta e cinco anos. Uma dessas hipóteses é o direito à 
gratuidade nos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos 
(art.39). 
 
 
CESPE/2012 – DPE/RO – Defensor Público (adaptada) 
Julgue o item a seguir acerca do Estatuto do Idoso: 
O direito a transporte urbano gratuito é restrito ao idoso cadastrado nos 
órgãos estaduais responsáveis pelo transporte urbano. 
Gabarito: Errado 
Comentário: §1o do art.39 do Estatuto do Idoso: 
 Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a 
gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, 
exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente 
aos serviços regulares. 
§ 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente 
qualquer documento pessoal que faça prova de sua idade. 
 
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Este artigo trata do sistema de transporte coletivo interestadual. Ou 
seja, são regras que não se aplicam aos sistemas urbanos municipais ou 
intermunicipais. 
 
Pontos importantes para nossa prova: 
 
 Duas vagas gratuitas por veículo para idosos; 
 
 Havendo mais de dois idosos interessados no transporte, os excedentes 
terão direito a desconto de pelo menos 50% no valor da passagem; e 
 
 Esses benefícios só valem para idosos com renda igual ou inferior a 2 
(dois) salários-mínimos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual 
observar-se-á, nos termos da legislação específica: 
 I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo 
para idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos; 
 II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, 
no valor das passagens, para os idosos que excederem as vagas 
gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos. 
 Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os 
mecanismos e os critérios para o exercício dos direitos previstos 
nos incisos I e II. 
 
 Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos 
termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos 
estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser 
posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao 
idoso. 
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Esse importante benefício, infelizmente, na prática, ainda é pouco 
respeitado. 
Detalhes importantes: 
 A lei local poderá dispor sobre o assunto; 
 O percentual de reserva será de 5% (não é até 5%); e 
 Aplica-se aos estacionamentos públicos e privados. 
Aspectos penais 
 
No que se refere aos aspectos criminais, que são o objeto de maior 
interesse para o nosso concurso, o Estatuto criou tipos penais autônomos, e 
modificou alguns já existentes no Código Penal. Além disso, tratou de 
aspectos processuais que regem a apuração dos crimes praticados contra a 
pessoa idosa. 
Passemos aos artigos da Lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para melhor entendermos este primeiro ponto, é necessário adiantar 
algumas informações sobre os Juizados Especiais Criminais (―JECrim‖) criados 
pela Lei n.º 9.099/95. 
 
 
TÍTULO VI 
Dos Crimes 
CAPÍTULO I 
Disposições Gerais 
 Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena 
máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) 
anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei nº 9.099, 
de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que 
couber, as disposições do Código Penal e do Código de 
Processo Penal. (Vide ADI 3.096-5 - STF) 
 
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De acordo com esta Lei, os JECrimtêm competência para o julgamento 
das infrações de menor potencial ofensivo 1 . Essas infrações estão assim 
definidas: 
 
 as contravenções penais; e 
 os crimes (previstos no Código Penal ou nas leis especais, 
como é o caso do Estatuto do Idoso) cuja pena máxima 
cominada em abstrato seja menor ou igual a 2 anos, 
cumulada ou não com multa. 
 
O Estatuto do Idoso (art.94), porém, determina que os crimes nele 
previstos, cuja pena máxima não ultrapasse 4 (quatro) anos, devem ser 
processados de acordo com o procedimento previsto na Lei n.9.099/95, (que 
se convencionou designar procedimento sumaríssimo2). 
Pretendeu-se, com essa medida, dar maior celeridade ao julgamento dos 
crimes praticados contra pessoas idosas. 
Conclui-se, então, que o Estatuto estendeu a aplicação do procedimento 
sumaríssimo dos JECrim (originalmente aplicável aos crimes cuja pena máxima 
em abstrato não fosse superior a dois anos) para os crimes nele previstos 
com pena máxima de 4 (quatro) anos. 
 
 
 
 
 
 
 
1
 Art. 61 da Lei n.º 9.099/95: Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, ara 
os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não 
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 
 
2
 Em razão de sua maior celeridade, quando comparado aos demais procedimentos comuns. 
 
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12 
 
Crimes previstos no Estatuto do Idoso 
 
Pena máxima cominada em 
abstrato 
Competência Procedimento 
judicial 
 
Menor ou igual a dois anos 
 
 
JECrim 
 
Lei 9.099/95 
(sumaríssimo) 
 
Superior a dois anos, mas 
menor ou igual a quatro anos 
 
 
Não pertence ao 
JECrim 
 
Lei 9.099/95 
(sumaríssimo) 
 
Superior a quatro anos 
 
 
Não pertence ao 
JECrim 
 
 
Não é o da Lei 
9.099/95 
 
Perceba que nem todos os crimes previstos no Estatuto do Idoso são de 
menor potencial ofensivo e da competência dos JECrim. 
 
 
 
 
O procedimento sumaríssimo previsto na 
Lei nº 9.099/1995 deve ser aplicado aos 
crimes previstos no Estatuto do Idoso, 
quando a pena máxima não ultrapassar 4 
(quatro) anos. 
 
 
A Lei n.º 9.099/95 também contempla medidas despenalizadoras3, que 
tem, basicamente, o objetivo de facilitar a reparação dos danos sofridos pela 
vítima e evitar a instauração do processo penal, sob determinadas condições. 
 
 
 
3
 Composição civil dos danos causados à vítima e transação penal. 
 
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13 
 
 
 
 
As medidas despenalizadoras previstas na Lei 
n.º 9.099/95, conforme entendimento do 
STF4, não se aplicam aos crimes previstos 
no Estatuto do Idoso. 
 
Esse foi o entendimento adotado pelo CESPE, 
conforme se extrai das questões a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4
 "Ação direta de inconstitucionalidade. Art. 39 e 94 da Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso). 
(...) Aplicabilidade dos procedimentos previstos na Lei 9.099/1995 aos crimes cometidos contra 
idosos. (...) Art. 94 da Lei 10.741/2003: interpretação conforme à CB, com redução de texto, 
para suprimir a expressão ‗do Código Penal e‘. Aplicação apenas do procedimento 
sumaríssimo previsto na Lei 9.099/1995: benefício do idoso com a celeridade processual. 
Impossibilidade de aplicação de quaisquer medidas despenalizadoras e de interpretação 
benéfica ao autor do crime." (ADI 3.096, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 16-6-2010, 
Plenário, DJE de 3-9-2010.) 
 
CESPE/2013 – DPE/DF - Defensor Público 
Com base no que dispõem a Lei n.º 10.741/2003 e a Lei n.º 
8.069/1990, julgue o item abaixo. 
Aos crimes descritos na Lei n.º 10.741/2003 (Estatuto do Idoso) 
para os quais a pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 
quatro anos aplica-se o procedimento previsto na Lei n.º 
9.099/1995, mas não se aplicam as suas medidas 
despenalizadoras, como, por exemplo, a transação penal. 
Gabarito: Certo 
Comentário: Conforme entendimento do CESPE, as medidas 
despenalizadoras previstas na Lei n.º 9.099/95 não se aplicam aos 
crimes previstos no Estatuto do Idoso. 
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14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Voltemos ao estudo: 
 
 
 
 
Os crimes previstos no Estatuto do Idoso são de ação penal pública 
incondicionada. O ponto ―ações penais‖ certamente será tratado com maior 
detalhamento na disciplina processual penal. Mas, basicamente, pode-se dizer 
que a ação penal é: 
 pública, quando sua iniciativa cabe ao Ministério Público; e 
 
 incondicionada, quando o Ministério Público pode ajuizá-la sem 
necessidade de manifestação de vontade da vítima (no caso, a 
pessoa idosa ou seu representante legal) por meio de 
representação. Por vezes, o inicio da ação penal se dá até 
mesmo contra a vontade da vítima, que não quer ver seu agressor 
processado. 
 
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação 
penal pública incondicionada, não se lhes 
aplicando os arts.181 e 182 do Código Penal. 
 
CESPE/2013 – PC/DF – Agente de Polícia 
No que se refere ao Estatuto do Idoso, julgue o item que se segue. 
O procedimento da Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais não é 
aplicado a nenhum dos crimes previstos no Estatuto do Idoso. 
Gabarito: Errado. 
Comentário: O procedimento sumaríssimo previsto na Lei nº 
9.099/95 deve ser aplicado aos crimes previstos no Estatuto do Idoso, 
quando a pena máxima não ultrapassar 4 (quatro) anos. 
 
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15 
Perceba que é razoável que a Lei assim tenha 
determinado. As estatísticas mostram que, na maior 
parte das vezes, os crimes contra idosos são 
cometidos por seus próprios familiares. Nesse 
contexto, o idoso poderia se sentir constrangido (ou 
até mesmo com medo!) em representar contra 
algum deles. 
Tornando a ação pública incondicionada, basta que a 
notícia chegue à Autoridade Policial ou ao Ministério 
Público (por qualquer meio) para que o crime seja 
investigado e o criminoso processado, independente 
da vontade da vítima. 
 
 
 
Os crimes definidos no Estatuto do Idoso são 
de ação penal pública incondicionada. 
 
Prosseguindo no estudo do art.95: 
Não se aplicam aos crimes previstos no Estatuto do Idoso as disposições 
do art.181 e 182 do CP. 
Esses artigos cuidam de imunidades, (ora absolutas (art.181), ora 
relativas (art.182)), conferidas pelo legislador a pessoas que cometem crimes 
patrimoniais contra outras da própria família. Veja os artigos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Código Penal 
Escusas absolutórias (imunidades absolutas) 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes 
previstos neste título [crimes contra o patrimônio],em prejuízo: 
 I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; 
 II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco 
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
 III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
 
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16 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesses casos, o autor do crime: 
 estará isento de pena (art.181: imunidades absolutas, também 
chamadas de ―escusas absolutórias‖); ou 
 
 para que seja iniciada uma ação penal contra ele, a vítima deverá 
representar ao MP (art.182, imunidade relativa). Sem a 
representação da vítima, o crime não será investigado e o autor 
não será processado. 
A intenção do legislador, nitidamente, foi preservar os laços familiares, 
em detrimento do interesse público na punição do criminoso. 
Exemplo: Filho de 18 anos comete furto [crime 
contra o patrimônio] contra seu pai de 50 anos. 
Nesse caso, o filho estará isento de pena. 
Pois bem. O Estatuto do Idoso modificou o art. 183 do CP para 
expressamente vedar a aplicação dessas imunidades quando o crime 
patrimonial é praticado contra pessoa idosa. Veja: 
 
 
 
 
 
Código Penal 
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: (...) 
 III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou 
superior a 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) 
 
Código Penal 
Imunidades relativas 
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o 
crime previsto neste título é cometido em prejuízo: 
 I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; 
 II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; 
 
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17 
Exemplo: Filho de 18 anos comete furto [crime 
contra o patrimônio] contra seu pai de 60 anos. 
Nesse caso, o filho responderá pelo crime. 
 
Ok. Mas o que é importante para prova? 
Preciso decorar esses artigos do CP? 
Não. Você só precisa saber que: 
 Nos crimes patrimoniais previstos no CP, quando praticados 
contra idosos, não existem as imunidades absolutas (escusas 
absolutórias) e nem as relativas. Logo, não haverá isenção de pena 
e a ação penal, se for pública5, será incondicionada. 
 
 Da mesma forma, em todos os crimes previstos no próprio 
Estatuto do Idoso também não existem essas imunidades (art.95 
do Estatuto). Logo, não haverá isenção de pena e a ação penal 
pública será incondicionada. 
 
Da mesma forma que já comentado acima, evita-
se, com esse dispositivo, que o idoso tenha que 
representar contra seus agressores, que, muitas 
vezes, são pessoas com quem coabita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
 Existem hipóteses de crimes patrimoniais onde a ação penal é privada (exemplo: crime de 
dano, art.163 c/c art.167 do CP). 
Nos crimes contra o patrimônio previstos no Código 
Penal, quando praticados contra pessoa idosa, e nos 
crimes autônomos previstos na Lei 10.741/03, não se 
aplicam as imunidades previstas nos art.181 e 182 do CP. 
 
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18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos penais autônomos criados pelo Estatuto 
 
 A seguir apresentaremos os tipos penais ―criados‖ (descritos) pelo 
Estatuto do Idoso. 
As questões envolvendo essa parte da matéria costumam cobrar o 
conhecimento literal do texto, sem maiores aprofundamentos doutrinários. 
Assim sendo, você deve, sempre que possível, tentar memorizar as condutas. 
Lembre-se que não é necessário decorar as penas para cada crime, uma 
vez que, em regra, não caem em prova. Vamos a eles: 
 
 
 
 
CESPE/2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo 
Com relação aos crimes contra o idoso e à violência familiar e doméstica 
contra a mulher, julgue o item. 
Caso um filho, maior de dezoito anos de idade, pratique atos 
humilhantes contra seu pai — com sessenta anos de idade — e, por esse 
motivo, seja processado e condenado por crime previsto no Estatuto do 
Idoso, haverá isenção da pena prevista no Código Penal em razão de o 
condenado ser descendente da vítima. 
Gabarito: Errado. 
Comentário: De acordo com o art. 95 do Estatuto do Idoso, não se 
aplicam aos crimes nele previstos as imunidades absolutas (escusas 
absolutórias) dispostas no art.181 do Código Penal, que teriam por 
consequência a isenção de pena. 
 
 
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O bem jurídico protegido por este dispositivo é a liberdade de exercício 
dos atos da vida civil e de exercício da cidadania. 
Para que se configure o crime previsto no caput do art.96, a conduta do 
agente deve ter tido uma motivação específica, que é a idade da vítima, 
pessoa idosa. 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum). 
Importante tentar memorizar os pontos que podem ser cobrados em 
prova: 
 Acesso a operações bancárias; 
 Acesso aos meios de transporte; 
 Ao direito de contratar; 
 Ao exercício da cidadania. 
 
A Lei também pune aquele que desdenha, humilha, menospreza ou 
discrimina pessoa idosa, independente do motivo (qualquer motivo). 
Causa de aumento de pena: quando o idoso se encontra sob os cuidados 
ou responsabilidade do criminoso. Naturalmente, o legislador procurou punir 
de forma mais grave aquele que tinha a missão justamente de proteger a 
pessoa idosa. 
Trata-se de crime de menor potencial ofensivo. 
 
Discriminação em razão da idade 
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu 
acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito 
de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário 
ao exercício da cidadania, por motivo de idade: 
 Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
 § 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, 
menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo. 
 § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se 
encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente. 
 
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 Omissão de socorro à pessoa idosa 
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando 
possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de 
iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua 
assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses 
casos, o socorro de autoridade pública: 
 Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
 Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da 
omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e 
triplicada, se resulta a morte. 
 
 
CESPE/2013 – PC/DF - Escrivão de PolíciaJulgue os itens subsecutivos, referentes ao Estatuto do Idoso (Lei n. o 
10.741/2003) e ao Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Lei 
n. o 11.343/2006). 
Quando uma pessoa dificulta o acesso de idoso a determinado meio de 
transporte por motivo de sua idade, incide em crime previsto no Estatuto do 
Idoso. Nessa situação, para que o Ministério Público proponha a ação penal 
correspondente, haverá a necessidade da representação do ofendido. 
Gabarito: Errado. 
Comentário: mesmo que você não lembrasse que dificultar o acesso de 
idoso a meio de transporte é conduta criminalizada pelo Estatuto do 
Idoso, você acertaria essa questão. Bastaria lembrar um conceito básico já 
estudado: os crimes definidos no Estatuto do Idoso são de ação penal 
pública incondicionada. Ou seja, não há necessidade de representação do 
ofendido, o que torna a assertiva errada. 
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Esse tipo penal, que visa à proteção da vida e da saúde da pessoa idosa6, 
foi tema da única questão cobrada na prova da PRF/2013. 
Note que no caso de iminente perigo para o idoso, para que se configure 
o crime é necessário que o agente possa prestar o socorro sem correr risco 
pessoal. Não sendo possível, o crime se consumará pela falta de pedido de 
socorro à autoridade pública. 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum). 
Trata-se de crime omissivo próprio7, e logo não admite tentativa. 
Na modalidade do caput, é crime de menor potencial ofensivo. 
Causas de aumento de pena: caso da omissão resulte lesão corporal 
grave ou a morte da pessoa idosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6
 Caso a vítima não seja pessoa idosa (60 anos ou mais) então o crime poderá ser, em tese, a 
omissão de socorro comum prevista no Código Penal (art.135) e não o crime aqui analisado. 
Este tipo penal também constou do edital do concurso PRF/2013. 
 
7
 Crimes omissivos , como o nome diz, são cometidos por meio de uma omissão. Crimes 
comissivos são aqueles praticados por meio de uma ação. Os crimes omissivos se subdividem 
em omissivos próprios e impróprios. 
 
Nos omissivos próprios, a consumação ocorre com o simples ―deixar de fazer‖ alguma coisa, 
independentemente de acontecer um resultado posterior. Basta a omissão do agente. Qualquer 
pessoa pode cometê-lo. Exemplo: omissão de socorro (art.135 do CP). 
 
Já os omissivos impróprios a consumação se dá com a produção do resultado que o agente 
tinha o dever de evitar. Exemplo: mãe que deixa de alimentar o filho recém-nascido que, em 
consequência dessa omissão, morre. A mãe tinha o dever de evitar esse resultado e responderá 
pelo homicídio. 
 
CESPE/2013 – PRF – Policial Rodoviário Federal 
 
Acerca do Estatuto do Idoso e dos juizados especiais criminais, julgue os itens 
subsecutivos. 
 
Se alguém deixar de prestar assistência a idoso, quando for possível fazê-lo sem 
risco pessoal, em situação de iminente perigo, cometerá, em tese, crime de 
menor potencial ofensivo. 
Gabarito: Certo 
 
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Esse tipo penal descreve duas condutas distintas. A primeira é o 
abandono do idoso propriamente dito, que apesar de gerar um sério problema 
social, não oferece maior dificuldade de entendimento para o nosso concurso. 
A segunda é ―não prover‖ as necessidades básicas (alimentação, moradia, 
saúde, etc.) do idoso, que só se configura quando o agente estiver obrigado 
a isso pela Lei ou por mandado. 
Trata-se de crime próprio, que pode ser cometido por aqueles que 
tenham o dever de cuidar do idoso (―não abandonar‖ e ―prover as 
necessidades‖). 
Observe que este crime não é de menor potencial ofensivo. 
 
 
 
 
Abandono de idoso 
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de 
saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou 
não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por 
lei ou mandado: 
 Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e 
multa. 
 
Comentário: aplicação literal do art.97 da Lei n.º 10.741/03. Conforme já 
dissemos, o ideal é que você tente memorizar os principais detalhes dos tipos 
penais, já que a cobrança, normalmente, é literal. Nesta questão, contudo, o 
CESPE fugiu à regra e exigiu que o candidato conhecesse também a pena máxima 
fixada em abstrato para o crime. No caso, a pena é menor que 2 anos. Então, o 
crime deve ser considerado de menor potencial ofensivo, nos termos da Lei n.º 
9.099/95. 
 
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23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse tipo penal criminaliza a exposição a perigo da saúde física e 
psíquica do idoso 8 . A conduta pode se dar pela submissão a condições 
desumanas ou degradantes; pela privação de alimentos e cuidados 
indispensáveis ou pela sujeição a trabalho excessivo ou inadequado. 
Na modalidade ―privar de alimentos e cuidados indispensáveis‖, o crime 
será próprio9 , já que somente poderá ser sujeito ativo aquele que estiver 
obrigado a fazê-lo. 
Na modalidade do caput, é crime de menor potencial ofensivo. 
 
8
 Caso a vítima não seja pessoa idosa (60 anos ou mais) então o crime poderá ser, em tese, o 
de maus tratos previsto no art.136 do Código Penal, e não o aqui analisado. O crime do art.136 
do CP constou do edital 2013/PRF. 
 
9 Crimes comuns são aqueles que podem ser praticados por qualquer pessoa, independente de 
ser possuidora de alguma qualificação especial. Por exemplo: qualquer pessoa pode cometer 
homicídio, roubo, furto, etc. 
 
 Já os crimes próprios são aqueles que exigem uma determinada qualidade do sujeito ativo. 
Por exemplo: infanticídio (art.123), onde o sujeito ativo deve ser a mãe. 
Exposição a perigo e maus tratos à pessoa idosa 
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou 
psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou 
degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados 
indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a 
trabalho excessivo ou inadequado: 
 Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa. 
 § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
 Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
 § 2o Se resulta a morte: 
 Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
 
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24 
Qualificadoras: caso da omissão resulte lesão corporal grave ou a morte 
da pessoa idosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este artigo criminaliza várias condutas capazes de ofender direitos 
garantidos pelo Estatuto do Idoso. Todos os delitos aqui previstos são de menor 
potencial ofensivo. Vejamos os detalhes importantes para nossa prova: 
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade; 
Obviamente, esta conduta somente será considerada crimenos casos 
onde não houver justificativa para limitação de idade para ingresso no cargo 
público. O Estatuto do Idoso contém uma determinação específica a esse 
respeito: 
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou 
emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite 
máximo de idade, inclusive para concursos, 
ressalvados os casos em que a natureza do cargo o 
exigir. 
Crimes diversos 
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) 
ano e multa: 
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de 
idade; 
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho; 
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar 
assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa; 
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução 
de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei; 
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura 
da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério 
Público. 
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25 
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em 
concurso público será a idade, dando-se preferência ao 
de idade mais elevada. 
Veja também o que dispõe a súmula 683/STF sobre o assunto: 
 
 
 
 
SÚMULA 683/STF 
 
O LIMITE DE IDADE PARA A INSCRIÇÃO EM 
CONCURSO PÚBLICO SÓ SE LEGITIMA EM FACE 
DO ART. 7º, XXX10, DA CONSTITUIÇÃO, QUANDO 
POSSA SER JUSTIFICADO PELA NATUREZA DAS 
ATRIBUIÇÕES DO CARGO A SER PREENCHIDO. 
 
 
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho; 
Aqui a lei alcança as atividades laborais na esfera privada. Perceba que a 
negativa tem um motivo específico: a idade. Vale a mesma ressalva do inciso 
anterior: a conduta somente será considerada criminosa nos casos onde não 
houver justificativa para limitação de idade para exercício do emprego ou 
trabalho. 
Por exemplo: para trabalhos onde seja 
necessária uma capacidade física incompatível 
com as condições de pessoa idosa, em tese, é 
possível limitação de idade. 
 
Veja que o Estatuto, além do já citado art.27, dispõe também: 
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de 
atividade profissional, respeitadas suas 
condições físicas, intelectuais e psíquicas. 
 
 
 
10
 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria 
de sua condição social: (...) XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e 
de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
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26 
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de 
ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei; 
O Estatuto do Idoso prevê a possibilidade de ajuizamento de ação civil 
pública para a proteção de direitos e interesses do idoso (art.81 11 ). A 
obstrução da execução de ordem judicial expedida no curso desta ação civil é 
que configura este crime. 
 
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da 
ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público. 
O Estatuto do Idoso estabelece a competência do Ministério Público para 
ajuizamento da ação civil pública visando à proteção dos direitos e interesses 
do idoso (art.7412). 
Por vezes, é preciso que instituições públicas ou privadas forneçam dados 
(laudos, pareceres, prontuários médicos, etc.) para que o MP reúna elementos 
de prova necessários ao ajuizamento da medida judicial. 
A recusa, o retardamento ou a omissão – injustificada - no fornecimento 
de tais dados ao MP é que configura o crime. 
Neste caso, somente o responsável pelo fornecimento dos dados poderá 
ser o sujeito ativo do delito (crime próprio). 
 
 
 
 
11
 Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou 
homogêneos, consideram-se legitimados, concorrentemente: 
I – o Ministério Público; 
II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
III – a Ordem dos Advogados do Brasil; 
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e que incluam entre os fins 
institucionais a defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a autorização da assembléia, se 
houver prévia autorização estatutária. 
 
12 Art. 74. Compete ao Ministério Público: I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção 
dos direitos e interesses difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos do idoso; 
 
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27 
 
 
 
 
 
 
 
Este tipo penal protege a regularidade da Administração da Justiça, 
especificamente no que se refere ao cumprimento das ordens judiciais. 
Perceba que para configuração deste crime (art.101) o idoso deve ser 
parte ou interveniente na ação. Diferentemente, no crime previsto no 
art.100, IV, a ação civil é proposta pelo MP ou pelas instituições listadas no 
art.81 do Estatuto do Idoso. 
Trata-se de crime de menor potencial ofensivo. 
 
 
 
 
 
 
Este tipo penal visa à proteção do patrimônio da pessoa idosa. 
Note que a última parte desse artigo é desnecessária. Isso porque ao se 
―apropriar‖ ou ―desviar‖ os bens do idoso, já estará configurada a aplicação 
diversa. 
 Desobediência 
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, 
sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida 
nas ações em que for parte ou interveniente o idoso: 
 Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e 
multa. 
 
 Apropriação Indébita 
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, 
pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes 
aplicação diversa da de sua finalidade: 
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. 
 
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28 
Caso a vítima não seja pessoa idosa (60 anos ou mais) então o crime 
poderá ser, em tese, o de apropriação indébita comum prevista no art.168 do 
Código Penal13, e não o crime aqui analisado. 
Da mesma forma que na apropriação indébita comum, o sujeito ativo 
deste crime do art.102 deve ter, inicialmente, a posse/detenção lícita dos 
bens/proventos/pensão/outros rendimentos do idoso. 
Em momento posterior ao recebimento, o agente “inverte o ânimo da 
posse ou da detenção”. Essa é a expressão que pode aparecer em concursos 
para designar a alteração na forma como o agente se relaciona com a coisa. Ou 
seja, deixa de se comportar como mero possuidor/detentor e passa a se portar 
como se fosse o proprietário. 
 
 
 
 
 
 
 
Este tipo penal visa garantir o respeito à vontade do idoso em outorgar 
procuração a quem bem entender. 
Muitas entidades de atendimento solicitam ao idoso que lhes outorgue 
procuração de modo a facilitar as tarefas rotineiras de assistência,por exemplo, 
junto a órgãos públicos, entidades de previdência, instituições financeiras, etc. 
 
13
 A apropriação indébita (art.168 do CP) ocorre quando alguém recebe licitamente a 
posse/detenção de coisa alheia móvel, mas, posteriormente, passa a se comportar como se 
fosse o ―dono‖ dessa coisa. O agente, inicialmente, recebe o bem de boa-fé (ou seja, não tem 
a intenção de se apropriar), mas, em momento posterior, abusa dessa condição de mero 
possuidor/detentor, passando a se relacionar com a coisa como se fosse o seu proprietário. 
Exemplo: funcionário de uma empresa recebe desta um carro para uso em suas funções. Em 
momento posterior, passando por dificuldades financeiras, decide vender o carro e ficar com o 
dinheiro resultante da venda. Nessa situação, em tese, o funcionário cometeu o crime de 
apropriação indébita previsto no Código Penal. 
 
Negativa de acolhimento ou permanência por falta de 
procuração 
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do 
idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar 
procuração à entidade de atendimento: 
 Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e 
multa. 
 
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29 
Alguns responsáveis por essas entidades, porém, fazem uso indevido 
dessa procuração para se apropriar de pensões, aposentadorias e outras rendas 
dos idosos lá acolhidos. 
Nesse sentido, o idoso pode se recusar a outorgar procuração, sendo 
vedado à entidade de atendimento negar o acolhimento ou a sua permanência 
por esse motivo. 
Note que para configuração do crime deve existir uma razão específica 
para negativa de acolhimento ou permanência: a recusa do idoso em outorgar 
procuração à entidade de atendimento. 
O sujeito ativo do crime é o responsável pela entidade de atendimento 
(crime próprio). 
Trata-se de crime de menor potencial ofensivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este tipo penal visa impedir que o credor de pessoa idosa retenha seu 
cartão bancário ou outro documento a fim de garantir o pagamento de dívida. 
O sujeito ativo é o credor da pessoa idosa (crime próprio). O agente 
atua com finalidade específica: assegurar o recebimento ou ressarcimento de 
dívida. 
Trata-se de crime de menor potencial ofensivo. 
Retenção indevida de cartão magnético ou outro 
documento 
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta 
bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do 
idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo 
de assegurar recebimento ou ressarcimento de 
dívida: 
 Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e 
multa. 
 
 
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30 
Este crime é uma variante daquele previsto no art.345 do Código Penal: o 
―exercício arbitrário das próprias razões” 14 . Aqui, contudo, o objetivo do 
legislador foi proteger, especificamente, o patrimônio do idoso. 
 
 
 
 
 
 
 
Este tipo penal visa à proteção da imagem da pessoa idosa e de sua 
honra. Por ―qualquer meio de comunicação‖ inclui-se, obviamente, a divulgação 
pela internet. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum). 
Veja o que dispõe especificamente o Estatuto: 
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, 
assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a 
dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos 
civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na 
Constituição e nas leis. (...) 
§2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da 
integridade física, psíquica e moral, abrangendo a 
preservação da imagem, da identidade, da 
autonomia, de valores, ideias e crenças, dos espaços e 
dos objetos pessoais. 
. 
 
 
 
14
 Art. 345 do CP: ―Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora 
legítima, salvo quando a lei o permite‖. Esse tipo penal constou do edital do concurso da 
PRF/2013. 
Exposição de imagens ou informações depreciativas 
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de 
comunicação, informações ou imagens depreciativas ou 
injuriosas à pessoa do idoso: 
 Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. 
 
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Este tipo penal visa à proteção do patrimônio da pessoa idosa. 
O agente induz o idoso que não disponha do perfeito discernimento 
dos seus atos a outorgar procuração (para o próprio agente ou mesmo para 
terceiro) para que esse administre seus bens ou deles disponha (por exemplo: 
venda ou faça doações). 
Perceba que o crime só se configura se o idoso não possuir 
discernimento de seus atos. 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum). 
A consumação se dá com o simples induzimento, já que a redação do 
dispositivo não exige que tenha ocorrido efetivo prejuízo para o idoso. 
No induzimento, o agente incita, faz nascer a ideia no 
idoso. Já na coação, que é o próximo tipo penal 
(art.107 do Estatuto), o idoso é forçado a outorgar 
procuração. 
 
 
 
 
 
Este tipo penal também visa à proteção do patrimônio da pessoa idosa. 
No entanto, é mais grave do que aquele previsto no art.106, já que aqui 
também a liberdade de escolha do idoso é ofendida pelo ato de coação. Note 
que a pena máxima cominada no art.106 é de 4(quatro) anos. No art.107, é de 
5 (cinco) anos. 
Induzimento à outorga de procuração 
Art.106. Induzir pessoa idosa sem 
discernimento de seus atos a outorgar procuração 
para fins de administração de bens ou deles dispor 
livremente: 
 Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
Coação 
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a 
doar, contratar, testar ou outorgar procuração: 
 Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
 
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O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum). 
A consumação se dá com a doação, contratação, efetivação do 
testamento ou com a outorga da procuração. Caso o idoso não ceda à coação, 
ou, mesmo cedendo, se a doação/contratação/testamento/procuração não se 
efetiva por razões alheias à vontade do agente, estará configurara a tentativa. 
Repare que, para configuração deste crime, que não importa que o idoso 
tenha ou não o pleno discernimento de seus atos. 
 
 
 
 
 
 
 
Este tipo penal, que também visa à proteção do patrimônio da pessoa 
idosa, se destina ao tabelião de notas, bem como a seus prepostos, que são 
os potenciais sujeitos ativos do crime. 
Trata-se, portanto, de crime próprio. 
Estes funcionários públicos15 somente poderão lavrar atos notariais com a 
participação de pessoa idosa sem discernimento de seus atos caso esta esteja 
devidamente “representada” 16, na forma da Lei. 
 
15
 Lembre-se do conceito amplo de funcionário público para fins penais constante do art.327 do 
Código Penal: 
Art.327. Considera-sefuncionário público, para os efeitos penais, quem, 
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou 
função pública. 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou 
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de 
serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da 
Administração Pública. 
Lavratura de ato notarial sem representação 
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa 
idosa sem discernimento de seus atos, sem a 
devida representação legal: 
 Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
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A representação é uma forma de proteger os interesses daquele que não 
tem o pleno discernimento de seus atos. 
Perceba que o crime só se configura se o idoso não possuir 
discernimento de seus atos. Isso porque, do contrário, não precisaria ser 
representado. 
 
 
 
 
 
 
Este tipo penal visa proteger a atuação dos agentes de fiscalização17 dos 
direitos da pessoa idosa, entre os quais se insere o Ministério Público18. 
Trata-se de crime de menor potencial ofensivo. 
Perceba que o crime pode se consumar com a não realização da 
fiscalização (impedimento) ou com a sua realização dificultada por algum 
obstáculo imposto pelo fiscalizado (embaraço). 
 
 
 
16 Aqui temos um exemplo de norma penal em branco, que são aquelas que precisam ser 
complementadas por outras para que tenham sentido completo. No caso do art.108 do Estatuto 
do Idoso, a ―devida representação‖, ou seja, a regularidade ou não da representação deve ser 
feita à luz da legislação civil que rege o assunto. 
 
17 Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais de atendimento ao idoso serão 
fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros previstos 
em lei. 
 
18 Art. 74. Compete ao Ministério Público: (...) VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e 
garantias legais assegurados ao idoso, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais 
cabíveis. 
Impedimento ou embaraço à fiscalização 
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante 
do Ministério Público ou de qualquer outro agente 
fiscalizador: 
 Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e 
multa. 
 
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34 
Alterações feitas pelo Estatuto do Idoso no Código Penal e na 
Legislação Especial 
 
Conforme dissemos, o Estatuto do Idoso, além de criar (descrever) os 
tipos penais autônomos que acabamos de estudar, também modificou alguns 
dispositivos do Código Penal e da legislação especial. Os pontos que constaram 
do edital do concurso da PRF/2013 são os seguintes: 
 
Dispositivo 
do CP 
 
Redação atual 
 (modificada pelo Estatuto do Idoso) 
 
 
 
 
Homicídio 
doloso 
Art. 121. Matar alguém: 
 
§ 4o (...). Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 
(um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
 
 
 
 
Abandono de 
incapaz 
 
 
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, 
vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de 
defender-se dos riscos resultantes do abandono: 
 
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: 
(...) 
 
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos 
 
 
 
 
 
Injúria 
 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o 
decoro:(...) 
 
§3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a 
raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou 
portadora de deficiência: 
 
Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
 
 
 
 
Disposições 
comuns aos 
crimes contra a 
honra 
 
 
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um 
terço, se qualquer dos crimes é cometido: (...) 
 IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de 
deficiência, exceto no caso de injúria. 
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35 
 
 
Sequestro e 
cárcere privado 
 Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou 
cárcere privado: (...) 
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: 
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro 
do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
 
 
 
 
Extorsão 
mediante 
sequestro 
 
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para 
outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: 
(...) 
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o 
sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) 
anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. 
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
 
 
Dispositivos da legislação especial de interesse para o nosso concurso, e 
que também foram alteradas pelo Estatuto do Idoso: 
 
Legislação 
Especial 
 
Redação atual 
 (modificada pelo Estatuto do Idoso) 
 
 
Lei das 
Contravenções 
Penais 
(Decreto-Lei n.º 
3.688/41) 
 
Art. 21. Praticar vias de fato contra alguém: (...) 
 Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a 
metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. 
 
 
Lei dos Crimes 
de Tortura 
(Lei n.º 9.455/97) 
 
Art. 1º Constitui crime de tortura: (...) 
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: 
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de 
deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
 
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36 
 
Resumo dos pontos mais importantes 
 
 O Estatuto do Idoso estabeleceu que, sob o aspecto jurídico, pessoa idosa 
é aquela com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. No entanto, 
o próprio Estatuto prevê que certos direitos somente devem ser 
assegurados aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos. 
 
 Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente 
qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que 
tenha conhecimento. 
 
 A gratuidade nos transportes é um direito assegurado aos maiores de 
sessenta e cinco anos, (e não sessenta). 
 
 Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer 
documento pessoal que faça prova de sua idade. 
 
 O procedimento sumaríssimo previsto na Lei nº 9.099/1995 deve ser 
aplicado aos crimes previstos no Estatuto do Idoso, quando a pena 
máxima não ultrapassar 4 (quatro) anos. 
 
 As medidas despenalizadoras previstas na Lei n.º 9.099/95, conforme 
entendimento do STF (e do próprio CESPE), não se aplicam aos crimes 
previstos no Estatuto do Idoso. 
 
 Os crimes previstos no Estatuto do Idoso são de ação penal pública 
incondicionada. 
 
 Nos crimes contra o patrimônio previstosno Código Penal, quando 
praticados contra pessoa idosa, e nos crimes autônomos previstos na Lei 
10.741/03, não se aplicam as imunidades previstas nos art.181 e 182 
do CP. 
 
 A Lei também pune aquele que desdenhar, humilhar, menosprezar ou 
discriminar pessoa idosa, independente do motivo (qualquer motivo). 
Art.96 do Estatuto. 
 
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 Aquele que deixa de prestar assistência ao idoso, quando possível 
fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, 
retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não 
pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública, comete o crime 
previsto no art.97 do Estatuto. 
 
 SÚMULA 683/STF: "O LIMITE DE IDADE PARA A INSCRIÇÃO EM 
CONCURSO PÚBLICO SÓ SE LEGITIMA EM FACE DO ART. 7º, XXX, DA 
CONSTITUIÇÃO, QUANDO POSSA SER JUSTIFICADO PELA NATUREZA DAS 
ATRIBUIÇÕES DO CARGO A SER PREENCHIDO". 
 
 Aquele que se apropria ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer 
outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua 
finalidade, comete o crime previsto no art.102 do Estatuto. 
 
 Aquele que retiver o cartão magnético de conta bancária de pessoa 
idosa com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida, 
não comete o crime de exercício arbitrário das próprias razões previsto no 
art.345 do CP, mas sim aquele previsto no art.104 do Estatuto do Idoso. 
 
 O crime previsto no art.106 do Estatuto (Induzimento à outorga de 
procuração) só se configura se a vítima idosa não possuir discernimento 
de seus atos. 
 
 
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38 
Questões de concursos anteriores 
 
1. CESPE/2010 – MPE/SE - Promotor de Justiça (adaptada) 
No que tange às leis penais especiais, julgue o item abaixo. 
Tratando-se de crimes praticados contra os idosos, não se admite a aplicação 
do procedimento da Lei dos Juizados Especiais Criminais, por expressa vedação 
contida no Estatuto do Idoso. 
Gabarito: Errado. 
Comentário: Pelo contrário! O art. 94 do Estatuto do Idoso dispõe que aos 
crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade prevista 
em abstrato não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto 
na Lei nº 9.099/95. Não há, portanto, ―expressa vedação‖. 
 
2. CESPE/2010 – DPE/BA - Defensor Público 
Acerca da aplicação do direito penal e do entendimento jurisprudencial firmado 
nos tribunais superiores, julgue o item seguinte. 
 
Aos crimes previstos no Estatuto do Idoso é vedada a aplicação das medidas 
despenalizadoras da composição civil dos danos e da transação, bem como a 
incidência das imunidades penais absolutas ou escusas absolutórias. 
 
Gabarito: Certo. 
Comentário: O procedimento previsto na Lei nº 9.099/95 deve ser aplicado 
aos crimes do Estatuto do Idoso, quando a pena máxima não ultrapassar 4 
(quatro) anos. Já as medidas despenalizadoras previstas na Lei n.º 
9.099/95, conforme jurisprudência do STF19, (e entendimento do CESPE), não 
se aplicam aos crimes previstos no Estatuto do Idoso. 
 
3. CESPE/2011 – DPE/MA - Defensor Público (adaptada) 
Com base no Estatuto do Idoso, julgue o item a seguir. 
 
19
 ADI 3.096, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 16-6-2010, Plenário, DJE de 3-9-2010. 
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Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a 
discriminação e a fixação de limite máximo de idade, ressalvados os casos em 
que a natureza do cargo o exigir. 
Gabarito: Certo. 
Comentário: A questão praticamente reproduz o art.27 do Estatuto. Note que 
os incisos I e II do art.100 criminalizam a inobservância desse direito da pessoa 
idosa. 
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou 
emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite 
máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os 
casos em que a natureza do cargo o exigir. 
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) 
meses a 1 (um) ano e multa: 
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por 
motivo de idade; 
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou 
trabalho; 
 
4. CESPE/2012 – DPE/RO - Defensor Público (adaptada) 
Com relação ao Estatuto do Idoso, julgue os itens a seguir. 
 
I. Ao indivíduo que se aproprie de pensão de pessoa idosa, dando-lhe 
aplicação diversa da de sua finalidade, aplica-se o procedimento 
previsto na Lei n.º 9.099/1995. 
 
II. Considere que Pedro desdenhe de seu pai, Antônio, de sessenta anos 
de idade, chamando-o de ―velho gagá‖ na frente de seu grupo de 
amigos. Nessa situação, embora cometa crime, Pedro ficará isento de 
pena. 
 
Gabarito: I. Certo, II. Errado. 
Comentário: 
I. Trata-se do crime de apropriação indébita contra idoso previsto no 
art.102 do Estatuto do Idoso, com pena máxima cominada em abstrato 
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de 4 (quatro) anos. Logo, de acordo com o art.94 do mesmo diploma, 
aplica-se o procedimento previsto na Lei n.º 9.099/1995. Veja os 
dispositivos aplicáveis: 
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima 
privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-
se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de 
setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as 
disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. 
 Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão 
ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação 
diversa da de sua finalidade: 
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. 
 
II. Pedro cometeu o crime previsto no §1º do art.96 do Estatuto do Idoso, 
não se aplicando o disposto nos art. 181 e 182 do Código Penal. 
Estatuto do Idoso, Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de 
ação penal pública incondicionada, não se lhes aplicando 
os arts. 181 e 182 do Código Penal. 
Código Penal, art.181. É isento de pena quem comete qualquer 
dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (...) 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo 
ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
 
5. CESPE/2013 – PD/DF - Escrivão de Polícia 
Julgue os itens subsecutivos, referentes ao Estatuto do Idoso (Lei n. o 
10.741/2003) e ao Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Lei n. o 
11.343/2006). 
Quando uma pessoa dificulta o acesso de idoso a determinado meio de 
transporte por motivo de sua idade, incide em crime previsto no Estatuto do 
Idoso. Nessa situação, para que o Ministério Público proponha a ação penal 
correspondente, haverá a necessidade da representação do ofendido. 
Gabarito: Errado. 
Comentário: O enunciado, de fato, narra a conduta descrita no art.96 do 
Estatuto do Idoso. Contudo, as ações penais para todos os crimes previstos no 
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Estatuto são de ação penal pública incondicionada (art.95). Não há, portanto, 
que se falar em necessidade da representação do ofendido. Perceba que nem 
seria necessário saber se a conduta descrita, de fato, corresponderia a algum 
tipo do Estatuto. Bastaria lembrar que as ações penais são públicas 
incondicionadas. 
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal 
pública incondicionada, não se lhes aplicando os art. 
181 e 182 do Código Penal. 
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou 
dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios 
de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer 
outro meio ou instrumento necessário ao exercício da 
cidadania, por motivo de idade: 
Pena – reclusão de seis (seis) meses a um (um) ano e 
multa. 
 
6. CESPE/2014 - TJ/DFT - Juiz 
Em relação a comportamentos subsumíveis a diversos tipos penais previstos no 
CP e em legislação extravagante, assinale a opção correta. 
Em virtude de exceção expressa no Estatuto do Idoso, não incide a escusa 
absolutória prevista na parte especial do CP em relação ao furto praticado pelo 
neto contra o avô. 
Gabarito: Errado. 
Comentário: O furto é crime contra o patrimônio, previsto no art.155 do 
Código Penal. A prática desse crime por neto contra avô, em princípio, 
configuraria a situação prevista no art.181, II do CP. Veja: 
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos 
crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 
10.741, de 2003). 
(...) 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco 
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
 
No entanto, nas hipóteses de crimes patrimoniais previstos no CP, quando 
praticados contra idosos, não se aplicam as imunidades absolutas (ou escusas 
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absolutórias, art.181 do CP) e nem as relativas (art.182 do CP), por força do 
disposto no art.183 do CP. Veja: 
 Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos 
anteriores: 
 (...) 
 III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 
10.741, de 2003). 
 
Logo, a questão encontra-se errada por dois motivos: (i) a exceção não está 
expressa no Estatuto do Idoso, mas sim no próprio CP (art.183); (ii) ainda que 
você não se lembrasse disso, perceba que em momento algum a questão 
informa a idade do ―avô‖. Não se tem certeza, portanto, que se trata de pessoa 
maior de 60 anos. 
 
7. CESPE/2014 – Polícia Federal – Assistente Social 
 
Pedro, de setenta e cinco anos de idade, viúvo, aposentado, além de apresentar 
vários problemas de saúde, foi diagnosticado com demência. O único bem que o 
idoso possui é um veículo, e, por isso, reside com a filha Maria, o genro João e 
os três netos em uma casa alugada, próxima a uma escola. Eventualmente, os 
alunos dessa escola praticam atitudes preconceituosas contra o idoso. 
Com base nessa situação hipotética e nas disposições do Estatuto do Idoso e da 
Política Nacional do Idoso, julgue os itens a seguir. 
Considere que João, sem o consentimento de Maria, tenha induzido Pedro a 
outorgar uma procuração em seu nome para a venda do veículo, o único bem 
do idoso. Nesse caso, a ação do genro não caracteriza crime passível de 
reclusão, já que, além de ajudar a esposa nos cuidados com o sogro, ambos 
residem na mesma casa. 
Gabarito: Errado. 
Comentário: Trata-se do crime previsto no art.106 do Estatuto. Repare que o 
enunciado informa que o Pedro foi diagnosticado com demência. Logo, não 
dispõe, em tese, do perfeito discernimento dos seus atos. 
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de 
seus atos a outorgar procuração para fins de 
administração de bens ou deles dispor livremente: 
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43 
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
8. CESPE/2014 - Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo 
Paulo e João foram surpreendidos nas dependências da Câmara dos Deputados 
quando subtraíam carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali 
transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve acesso ao local por intermédio de 
João, que é servidor da Casa. 
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir. 
Se uma das vítimas for idosa, as condutas praticadas por Paulo e João deverão 
ser enquadradas em tipo penal específico previsto no Estatuto do Idoso, 
afastando-se a incidência do Código Penal. 
 
Gabarito: Errado. 
Comentário: O enunciado narra o cometimento do crime de furto previsto no 
art.155 do Código Penal. Não há previsão análoga no Estatuto do Idoso para 
essa conduta. 
 
9. CESPE/2014 - Câmara dos Deputados – Analista Legislativo 
Com relação aos crimes contra o idoso e à violência familiar e doméstica contra 
a mulher, julgue o item. 
Caso um filho, maior de dezoito anos de idade, pratique atos humilhantes 
contra seu pai — com sessenta anos de idade — e, por esse motivo, seja 
processado e condenado por crime previsto no Estatuto do Idoso, haverá 
isenção da pena prevista no Código Penal em razão de o condenado ser 
descendente da vítima. 
 
Gabarito: Errado. 
Comentário: O enunciado narra a conduta prevista no art.96 do Estatuto do 
Idoso. Não se aplicam os art.181 e 182 do CP aos crimes definidos no citado 
Estatuto (art.95). 
Estatuto do Idoso, art. 96. Discriminar pessoa idosa, 
impedindo ou dificultando seu acesso a operações 
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44 
bancárias, aos meios de transporte, ao direito de 
contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento 
necessário ao exercício da cidadania, por motivo de 
idade: 
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, 
menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer 
motivo. 
Estatuto do Idoso, Art. 95. Os crimes definidos nesta 
Lei são de ação penal pública incondicionada, não se 
lhes aplicando os art. 181 e 182 do Código Penal. 
Código Penal, art.181. É isento de pena quem comete 
qualquer dos crimes previstos neste título, em 
prejuízo: (...) 
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco 
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
 
10. FCC/2014 – DPE/PB - Defensor Público 
O Estatuto do Idoso define o idoso como aquele com idade igual ou superior a: 
 a) 60 (sessenta) anos, garantindo a ele todos os direitos previstos no 
respectivo diploma legal. 
 b) 65 (sessenta e cinco) anos, garantindo a ele todos os direitos previstos no 
respectivo diploma legal. 
 c) 70 (setenta) anos, garantindo a ele todos os direitos previstos no respectivo 
diploma legal. 
 d) 60 (sessenta) anos, mas estabelecendo idades e circunstâncias 
diferenciadas para o exercício pleno de todos os direitos previstos no respectivo 
diploma legal. 
 e) 65 (sessenta e cinco) anos, mas estabelecendo idades e circunstâncias 
diferenciadas para o exercício pleno de todos os direitos previstos no respectivo 
diploma legal. 
 
Gabarito: D. 
Comentário: De fato, o Estatuto do Idoso define pessoa idosa como sendo 
aquela com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos (art.1º). No entanto,

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