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MUDE SUA VIDA! 
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SUMÁRIO 
DOS CRIMES ............................................................................................................................................................... 2 
DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................................................................. 2 
DOS CRIMES EM ESPÉCIE ....................................................................................................................................... 5 
DISCRIMINAÇÃO ................................................................................................................................................ 6 
OMISSÃO DE SOCORRO ..................................................................................................................................... 8 
ABANDONO ....................................................................................................................................................... 9 
MAUS-TRATOS ................................................................................................................................................. 11 
CONDUTAS TIPIFICADAS COM PENA DE RECLUSÃO ....................................................................................... 13 
DESOBEDIÊNCIA INJUSTIFICADA DE ORDEM JUDICIAL ................................................................................... 16 
APROPRIAÇÃO OU DESVIO DE BENS ............................................................................................................... 17 
NEGATIVA DE ACOLHIMENTO OU PERMANÊNCIA EM ABRIGO ...................................................................... 19 
EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES ............................................................................................. 19 
EXPOSIÇÃO INDEVIDA DE IMAGENS OU INFORMAÇÕES DEPRECIATIVAS ...................................................... 20 
INDUÇÃO A ERRO ............................................................................................................................................ 22 
COAÇÃO ........................................................................................................................................................... 22 
PRATICA DE ATO JURÍDICO SEM REPRESENTAÇÃO LEGAL .............................................................................. 24 
IMPEDIMENTO OU EMBARAÇO DO DESEMPENHO DE FUNÇÃO DE AUTORIDADE ........................................ 24 
EXERCÍCIOS COMENTADOS...................................................................................................................................... 25 
GABARITO ............................................................................................................................................................ 45 
 
 
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DOS CRIMES 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Olá, Concurseiro! 
O Estatuto do Idoso é a lei que dispõe de forma ampla acerca da busca pela igualdade 
material em relação às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Ela tem o 
objetivo de diminuir as desigualdades em relação a esse grupo, garantir o bem-estar dos idosos, 
sua proteção e efetiva participação ao meio social. 
Segundo Norbeto Bobbio, há três perspectivas fundamentais que devem ser observadas 
com o objetivo de conceituar juridicamente o idoso: a cronológica, a biopsicológica e a 
econômico-social. 
Assim, no Brasil, é adotado pelo Estatuto do Idoso o aspecto cronológico para considerar 
um indivíduo idoso, sendo de fácil identificação no caso concreto, não considerando suas 
condições psicológicas e fisiológicas para chegarmos a tal definição, por exemplo um cidadão 
de 59 (cinquenta e nove) anos, com aspecto debilitado, doente, aparentemente mais velho, não 
pode ser considerado idoso, por não preencher o requisito cronológico. 
O critério biopsicológico procura realizar uma avaliação individualizada da pessoa, 
examinando suas condições psicológicas e fisiológicas, independente da faixa etária. 
O critério econômico-social considera o patamar social do indivíduo, partindo do 
pressuposto que o menos provido de recursos carece de proteção mais ampla pelo Estado. 
Sobre o tema, Júlio Fabbrini Mirabete explica que: 
"Ao referir-se ao maior de 60 anos, a Lei 10.741 (Estatuto do Idoso, de 1º-10-2003), que 
deu nova redação ao art. 61, inciso II, alínea h, adotou o critério cronológico, a exemplo de 
outros dispositivos (arts. 65, inciso I, 77, 2º, 115 do CP), diversamente da lei anterior, que 
previa como circunstância agravante ter sido o crime praticado contra velho, o que exigia a 
consideração da idade de 70 anos, referida em outros dispositivos, e, abaixo dessa idade, o 
exame do caso concreto para avaliação do grau de senilidade e das condições físicas e de 
resistência da vítima frente ao contendor." MIRABETE, Júlio Fabbrini, Manual de 
direito Penal, vol. 01, 21ª edição, ed. Atlas, 2004, pg. 300 
 
Ney Moura Teles discorre: 
 
"A lei 10.741, de 1º de outubro de 2003, publicada no DOU de 3-10-2003, com vigência 90 
dias após a publicação, deu nova redação à alínea h do inciso II do art. 61 do Código Penal, 
substituindo a expressão "idoso", por "maior de 60 (sessenta) anos', dispensando-se, a partir 
daí, qualquer consideração acerca do vigor físico da vítima. Assim, ainda que ela seja 
fisicamente robusta, mas tendo 61 anos de idade, incidirá a agravante". TELES, Ney Moura, 
Direito Penal, vol. 01, 1ª edição, ed. Atlas, 2004, pg. 420 
 
O doutrinador Luiz Regis Prado corrobora com a ideia de que a idade de 60 anos deve 
ser fixada para caracterização da condição da idoso, tanto em benefício da vítima quanto em 
benefício do réu: 
 
“Com a advento da Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), o 
art. 110 estabelece em 60 (sessenta) anos o marco etário para caracterização da pessoa como 
idosa. Saliente-se ainda o fato de a pessoa ser maior de sessenta anos constitui causa de 
aumento de pena prevista na parte especial do Código Penal, no caso de homicídio doloso (art. 
121, § 4º). Trata-se de circunstância agravante que atua sobre a magnitude do injusto, 
implicando maior desvalor da ação, já que a qualidade da vítima afasta a possibilidade de uma 
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028080/estatuto-do-idoso-lei-10741-03
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10632120/artigo-65-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10632098/inciso-i-do-artigo-65-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631078/artigo-77-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028080/estatuto-do-idoso-lei-10741-03
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633010/inciso-ii-do-artigo-61-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633092/artigo-61-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028080/estatuto-do-idoso-lei-10741-03
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028080/estatuto-do-idoso-lei-10741-03
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10983678/artigo-110-da-lei-n-10741-de-01-de-outubro-de-2003
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efetiva reação à ação criminosa e, consequentemente, aumenta a probabilidade de produção do 
resultado delitivo. Assim, o aumento do desvalor da ação está calcado não apenas na presumida 
vulnerabilidade da vítima, na desproporção de forças entre sujeito ativo e passivo e no 
prevalecimento voluntário e consciente pelo agente de tal superioridade, mas também na maior 
periculosidade da ação". PRADO, Luiz Regis, "Curso de Direito Penal Brasileiro", 
pág. 494, vol. 01, 4ª edição, ed. Revista dos Tribunais 
 
Paralelamente, pelos mesmos fundamentos, entende-se aqui que deve ser concedido ao 
condenado maior de 60 anos o sursis etário já que, de acordo com o Estatuto, o agente é idoso, 
e como tal, é mais vulnerável, justificando a adoção da benefício. 
 
Vamos tratar nesse tópico sobre os crimes contra os idosos, que estão tipificados no 
Título VI da lei 10.741 de 1º de outubro de 2003 (Dispõe sobre o estatuto do idoso e dá 
outras providências). 
 
 Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as 
disposições da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985. 
 
A lei 7.347, de 24 de julho de 1985 disciplina a ação civil pública de 
responsabilidade por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e 
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e dá outras 
providências. 
 
 Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima 
privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o 
procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, 
subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e 
do Código de Processo Penal. (Vide ADI 3.096-5 - STF) 
 
Observe que a lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995 que dispõe sobre os Juizados 
Especiais Civis e Criminais considera aplicável tal dispositivo somente a crimes de menor 
potencial ofensivo, sendo definidos conforme preceitua seu artigo 61 (sessenta e um): 
 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os 
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Artigo com 
redação dada pela Lei nº 11.313, de 28/6/2006) 
 
Como resolver esse conflito entre o Estatuto do Idoso e a lei dos Juizados Especiais Civis 
e Criminais? 
 
Consoante ao exposto temos a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 3096) ajuizada 
pelo procurador-geral da República contra o artigo 94 do Estatuto do Idoso (Lei nº 
10.741/03), que determina a aplicação dos procedimentos e benefícios relativos aos Juizados 
Especiais aos crimes cometidos contra idosos, cuja pena máxima não ultrapasse quatro anos. 
 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7347consol.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=3096&processo=3096
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(ADI-3096) 
 
ADI 3096/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 16.6.2010. 
 
(ADI-3096) [“Aos crimes 
previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não 
ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 
9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as 
disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.”], no 
sentido de que aos crimes previstos nessa lei, cuja pena máxima 
privativa de liberdade não ultrapasse 4 anos, aplica-se a Lei 9.099/95 
apenas nos aspectos estritamente processuais, não se admitindo, em favor 
do autor do crime, a incidência de qualquer medida despenalizadora — v. 
Informativo 556. Concluiu-se que, dessa forma, o idoso seria 
beneficiado com a celeridade processual, mas o autor do crime não seria 
beneficiado com eventual composição civil de danos, transação penal ou 
suspensão condicional do processo. Vencidos o Min. Eros Grau, que 
julgava improcedente o pleito, e o Min. Marco Aurélio, que o julgava 
totalmente procedente. ADI 3096/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 16.6.2010. (ADI-
3096) 
 
 
O entendimento do STF é de que o dispositivo legal deve ser interpretado em favor do 
seu específico destinatário (o próprio idoso) e não de quem lhe viole os direitos. 
 
Assim, os infratores não poderão ter acesso aos benefícios de direito material, como 
conciliação, transação penal, composição civil de danos ou conversão da pena. Somente se 
aplicam as normas estritamente processuais para que o processo termine mais rapidamente, 
em benefício do idoso. 
 
Com isso, o artigo 94 (noventa e quatro) do Estatuto do Idoso se refere à celeridade do 
processo e não a seus benefícios. 
 
 
 
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DOS CRIMES EM ESPÉCIE 
 
 Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública 
incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código 
Penal. 
 
Todos os delitos aqui previstos são de ação penal pública incondicionada! 
 
 
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
- Obrigatoriedade: a propositura da ação penal, uma vez preenchidos os requisitos 
legais, é obrigatória. Não pode, portanto, o Ministério Público recusar-se a dar início à ação. 
- Indisponibilidade: Assim como em toda relação processual contenciosa, no processo 
penal há uma lide, manifestada através do “jus puniendi” do Estado versus a pretensão de 
liberdade do réu, na qual o Estado exerce sua pretensão punitiva. 
- Oficialidade: a persecução deve ser realizada e fiscalizada pelos órgãos oficiais, que 
são públicos, tendo em vista que a pretensão punitiva só pode ser satisfeita mediante o 
devido processo legal. 
- Autoritariedade: somente as autoridades públicas são responsáveis pela persecução 
penal. 
- Indivisibilidade: a ação penal deve abranger todos aqueles que cometeram a ação 
penal, sem exceção. Assim, não pode o Ministério Público escolher contra qual suspeito vai 
intentar a ação, posto que todos suspeitos deverão figurar no polo passivo, conjuntamente. 
- Intranscendência: a ação penal será promovida somente contra a pessoa a quem se 
imputa a prática da infração. 
Aplicação da lei nº 9.099, 
de 26 de setembro de 
1995 aos crimes previstos 
no Estatuto do Idoso
Aplica-se somente no que 
se refere à celeridade do 
processo
Não se aplica no que 
tange aos benefícos
previstos para o agente 
ativo da Infração
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art181
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art182
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- Suficiência da ação penal: mesmo que haja ação pendente na esfera cível, sobre o 
reconhecimento da existência da infração penal, pode o juiz criminal dar prosseguimento a 
ação, já que esta é suficiente para resolver questão prejudicial não ligada ao estado de pessoas 
(art. 93 do CPP). 
- Oficiosidade: os encarregados devem agir de ofício para dar andamento da ação 
penal, salvo no caso de ação penal pública condicionada. 
 
Os artigos 181 e 182 do Código Penal Brasileiro tratam da isenção de pena aos agentes 
que cometem crimes Contra o Patrimônio, quando o delito não é de roubo ou de extorsão ou, 
em geral, quando não há emprego de grave ameaça ou violência à pessoa: 
 
 em prejuízo do cônjuge, na constância da sociedade conjugal 
 de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou 
natural. 
Exigindo-se representação quando for em prejuízo: 
 do cônjuge desquitado ou judicialmente separado. 
 de irmão, legítimo ou ilegítimo. 
 de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. 
 
Tais dispositivos, no entanto, não se aplicam, dentre outras situações, quando a vítima 
tiver idade igual ou maior do que 60 (sessenta anos), trazendo assim uma proteção maior ao 
idoso.Vamos agora analisar os crimes em espécie. 
 
DISCRIMINAÇÃO 
 
Caso a discriminação crie dificuldade ou obstáculo ao idoso no acesso a operações 
bancárias de qualquer natureza, ocorrerá o delito. Temos como exemplo: empréstimos, 
financiamentos, saques ou, até mesmo, o mero acesso físico às dependências do 
estabelecimento bancário. 
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Nenhuma instituição ou estabelecimento comercial, de qualquer natureza, pode se 
recusar a celebrar contrato com o idoso, somente sob o fundamento de ter idade avançada, 
garantindo assim, o direito de contratar. 
Incorrerá também nesse delito quando o impuser exigências descabidas para dificultar 
ou impedir o aluguel do imóvel, pelo simples fato da pessoa ser idosa. Lembremos, agora, da 
discriminação que impede o idoso, ou dificulta, o acesso aos meios de transporte. Como por 
exemplo o motorista do ônibus não parar no ponto onde um idoso o aguarda, por não desejar 
esperar a demorada entrada do indivíduo maior ou igual a 60 anos. 
 
 Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando 
seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito 
de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário 
ao exercício da cidadania, por motivo de idade: 
 
 Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
 
 
 
 O bem jurídico tutelado é a dignidade do idoso. 
 Conduta típica: desdenhar, humilhar, menosprezar e discriminar. 
 Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
 Crime formal: para que haja a consumação não é necessário que a 
vítima tenha se sentido menosprezada ou humilhada. 
 Sujeito passivo: Exige-se uma qualidade especial do agente passivo, 
qual seja, o delito só pode ser cometido contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 Exige-se apenas o dolo como elemento subjetivo. 
 Consumação: acontece com a realização das condutas descritas no 
tipo: impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos 
meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro 
Discriminar pessoa 
idosa
Impedindo ou 
Dificultando
acesso a operações 
bancárias
aos meios de 
transporte
ao direito de 
contratar 
qualquer outro meio 
ou instrumento 
necessário ao 
exercício da cidadania
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meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por 
motivo de idade. 
 Tentativa: admite-se tentativa 
 Observação importante: Entende-se cidadania como a aptidão para 
o exercício dos direitos políticos, decorrente do direito de votar, se 
filiar, criar partido político, etc. 
Garante-se a liberdade de exercer os atos da vida civil e de cidadania. 
No caput do artigo 96, podemos analisar que exige-se que o impedimento ou dificuldade 
devem ser impostos exclusivamente por motivo de sua idade, caso em que, na ausência dessa 
motivação, o agente incorrerá em um tipo penal diverso. 
§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, 
menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo. 
§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se 
encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente. 
No § 1o , é suficiente a conduta de desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar 
pessoa idosa, não exigindo qualquer motivação, bastando somente a identificação da vítima 
como idoso pela sua carteira de identidade, não cabendo, por exemplo, sua desclassificação 
para o crime de injúria. 
Enquanto no § 2o , tem-se um aumento de pena em razão da responsabilidade do agente 
ativo da conduta delituosa. 
OMISSÃO DE SOCORRO 
A negligência com a alimentação, amparo, responsabilização, higiene, limpeza, 
abandono e falta de assistência à saúde, estão dispostas nos artigos 97, 98 e 99 do texto do 
estatuto do Idoso. 
O disposto no artigo 97, dispõe sobre a negligência quanto a prestação de assistência à 
saúde do idoso. 
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível 
fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, 
retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou 
não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública: 
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão 
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a 
morte. 
 
 
 
 
Deixar de prestar 
assistência ao 
idoso
quando possível 
fazê-lo sem risco 
pessoal
em situação de 
iminente perigo
Recusar, retardar 
ou dificultar sua 
assistência à saúde
sem justa causa
ou não pedir, nesses 
casos, o socorro de 
autoridade pública
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 O bem jurídico tutelado é a saúde e a vida do idoso. 
 Conduta típica: deixar, recusar, retardar ou dificultar a assistência a 
saúde ou deixar de pedir socorro de autoridade pública. 
 Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
 Sujeito passivo: Exige-se uma qualidade especial do agente passivo, 
qual seja, o delito só pode ser cometido contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 Crime omissivo próprio (deixar de prestar assistência ao idoso). 
 Exige-se apenas o dolo como elemento subjetivo. 
 Consumação: a omissão do agente, independente da ocorrência do 
resultado. 
 Tentativa: não admite tentativa. 
Veja que o Parágrafo Único trata de um aumento de pena, atenção para não confundir 
com uma qualificadora. 
 Se resulta lesão corporal grave: aumentada de metade. 
 Se resulta morte: triplicada. 
Temos uma tímida familiaridade do art. 97 do Estatuto do Idoso com o delito de Omissão de 
socorro, visto abaixo: 
Omissão de Socorro (Código Penal) 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao 
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da 
autoridade pública: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão 
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. 
Se a vítima ainda não atingiu a idade de 60 (sessenta) anos, a conduta não será atípica 
pois está prevista no Código Penal (Art. 135 – omissão de socorro), assim, em relação ao idoso 
aplicamos o Princípio da Especialidade (aplica-se a lei mais específica, no caso, o Estatuto do 
Idoso), previsto no artigo 12 do Código Penal: 
Legislação especial 
 Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por 
lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. 
ABANDONO 
Todo aquele que realizar essa conduta, deixando de promover as necessidades básicas 
do idoso (incluindo também de zelo e promoção da convivência familiar e social), quando 
obrigado por lei ou mandado, cometerá o delito previsto no artigo 98. 
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 Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades 
de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas 
necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado: 
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa. 
 
 
 
 O bem jurídico tutelado é a saúde e a vida do idoso. 
 Conduta típica: abandonar, desamparar, largar. 
 Sujeito ativo: somente as pessoas que abandonam ou são obrigadas a 
prover a necessidade básica do idoso, quando obrigado por lei ou 
mandado (crime próprio). 
 Sujeito passivo: Exige-se uma qualidade especial do agente passivo, 
qual seja, o delito só pode ser cometido contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 Exige-se apenas o dolo como elemento subjetivo. 
 Consumação: com a prática “abandonar” e “não prover”. 
 Tentativa: admissível apenas na conduta comissiva. Observação importante: Se o próprio idoso não aceita receber os 
cuidados ou assistência devidos, não haverá crime. 
No caput do artigo 98, podemos analisar que temos os verbos: 
 Abandonar 
 Não prover 
Na segunda parte (não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou 
mandado), temos a caracterização de um crime omissivo. 
Na primeira parte (Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de 
longa permanência, ou congêneres), temos alguns entendimentos doutrinários quanto a sua 
Abandonar o idoso 
em hospitais
casas de saúde
entidades de longa 
permanência
ou congêneres
ou não prover suas necessidades 
básicas, quando obrigado por lei ou 
mandado
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classificação como crime comissivo (mediante ação) ou omissivo (mediante omissão), o 
entendimento majoritário é que seja um tipo penal comissivo, pois o verbo abandonar exige 
uma ação. 
MAUS-TRATOS 
O tipo penal em questão não trata do abandono, mas de uma exposição do idoso a perigo 
à sua integridade e saúde, física ou psíquica. Trata do abuso físico e do abuso psicológico 
contra o idoso. 
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do 
idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou 
privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando 
obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou 
inadequado: 
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa. 
 
 
 
 
 
 O bem jurídico tutelado é a vida ou a saúde física e psíquica do idoso. 
 Conduta típica: expor a perigo. 
 Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa (Expor a perigo a 
integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o 
a condições desumanas ou degradantes) ou exigir uma qualidade 
específica (privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, 
quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo 
ou inadequado) 
 Sujeito passivo: Exige-se uma qualidade especial do agente passivo, 
qual seja, o delito só pode ser cometido contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 Exige-se apenas o dolo genérico de perigo como elemento 
subjetivo. 
Expor a perigo
a integridade e a saúde, 
física ou psíquica, do idoso, 
submetendo-o
a condições 
desumanas
a condições 
degradantes
ou privando-o de 
alimentos e cuidados 
indispensáveis
a trabalho excessivo 
ou inadequado
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12 
 
 Consumação: com a prática das condutas de “expor a perigo” “privar 
de alimentos ou cuidados” ou “sujeitar a trabalho excessivo ou 
inadequado”. 
 Tentativa: admissível apenas nas condutas comissivas. 
A primeira parte do caput do artigo 99 (Expor a perigo à integridade e à saúde, física ou 
psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes) do Estatuto do 
Idoso trata-se de um crime de perigo, bastando a mera exposição a perigo para a consumação 
do delito. 
Vejamos as diferenças entres os tipos de crimes de: 
 Dano: exige efetiva ocorrência de lesão ou dano ao bem jurídico tutelado. 
Exemplo: Infanticídio. 
 Perigo concreto: exige a comprovação do risco ao bem protegido. O tipo penal 
requer a exposição a perigo da vida ou da saúde de outrem. 
Exemplo: Incêndio. 
 Perigo abstrato: não exige a comprovação do risco ao bem protegido. Há uma 
presunção legal do perigo, que, por isso, não 
precisa ser provado. 
 Exemplo: Associação criminosa. 
 § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
 Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
 § 2o Se resulta a morte: 
 Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
Previsão de duas qualificadoras nos parágrafos § 1o e § 2o do artigo 99 nos casos de: 
 Lesão corporal grave 
 Morte 
No que concerne o art. 99 da Lei 10.741/2003, o Superior Tribunal de Justiça 
assim decidiu: 
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ART. 99 DA LEI 
N. 
10.741/2003 (ESTATUTO DO IDOSO). REGIME SEMIABERTO. 
SUBSTITUIÇÃO. 
REGIME MAIS GRAVOSO FIXADO COM BASE NA GRAVIDADE CONCRETA DO 
DELITO. 
POSSIBILIDADE. 
Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime 
prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base 
apenas na gravidade abstrata do delito (enunciado n. 440 da Súmula do STJ) e, no 
mesmo sentido, os enunciados n. 718 e 719 da Súmula do STF. 
O Tribunal a quo […] utilizou de fundamentação idônea, não podendo ser 
considerada genérica ou ilegal, visto que baseada nas circunstâncias fáticas da 
prática delitiva, consistente no fato do delito ter sido praticado contra a própria 
genitora, de idade avançada, que veio a falecer no curso do processo, demonstrando 
a especificidade da situação e a gravidade concreta do delito, que desborda das 
comumente verificadas para o crime do art. 99 do Estatuto do Idoso […]. 
 
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13 
 
Agravo regimental não provido. 
(STJ, 5ª Turma, AgRg no REsp 1747466/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares 
da Fonseca, julgado em 02/10/2018, publicado em 11/10/2018) 
A diferenciação elementar do crime de Maus tratos previsto no Código Penal para o 
crime do artigo 99 do Estatuto do Idoso é que, 
Maus Tratos (CP): 
 O sujeito passivo pode ser qualquer pessoa. 
 Crime próprio, pois o sujeito ativo deve ter a pessoa sob sua autoridade, guarda ou 
vigilância. 
Artigo 99 (Estatuto do Idoso): 
 O sujeito passivo deve ser pessoa Idosa. 
 Exige somente que, na modalidade de “privando-o de alimentos e cuidados 
indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo...”, o sujeito ativo tivesse na obrigação de 
provê-los. 
Vejamos a letra de lei do artigo 136 do Código Penal: 
Maus-tratos 
 Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, 
guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer 
privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho 
excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa 
menor de 14 (catorze) anos. 
CONDUTAS TIPIFICADAS COM PENA DE RECLUSÃO 
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 
(um) ano e multa: 
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo 
de idade; 
 O bem jurídico tutelado é o direito do acesso a cargo público. 
 Conduta típica: obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público 
por motivo de idade. 
 Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa que tenha condições de impor 
o obstáculo mencionado pela lei. 
 Sujeito passivo: Exige-se uma qualidade especial do agente passivo, 
qual seja, o delito só pode ser cometido contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 Exige-se apenas o dolo como elemento subjetivo. 
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 Consumação: com a imposição do obstáculo. 
 Tentativa: admissível apenas nas condutas comissivas. 
O artigo 100 estabelece no seu inciso I o crime de obstrução do acesso de idoso a cargos 
públicos, tal inciso tem um entendimento relativo visto que existem alguns cargos da 
administração pública (previsão em lei) que exigem uma idade mínima como por exemplo o 
ingresso aos cargos militares, tanto militares dos Estados como também da União. 
Porém é preciso ficar atento na hora do certame, pois na maioria das vezes a banca cobra 
a literalidade da lei e sua regra geral. 
O texto constitucional prevê tais regramentos no seu artigo 37, caput, e inciso I, no que 
estabelece: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios 
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao 
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros 
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na 
forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
 II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho; 
A norma acima visa proteger o direito ao trabalho e à cidadania do idoso, podendo 
qualquer pessoa incidir como sujeito ativo da conduta delituosa. 
 O bem jurídico tutelado é o direito ao acesso ao mercado de trabalho. 
 Conduta típica: negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou 
trabalho. 
 Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa que enseje na modalidade de 
empregador. 
 Sujeito passivo: Exige-se uma qualidade especial do agente passivo, 
qual seja, o delito só pode ser cometido contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 Exige-se apenas o dolo como elemento subjetivo. 
 Consumação: com a negativa do trabalho ou emprego, por esse 
motivo. 
 Tentativa: admissível apenas nas condutas comissivas. 
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de 
prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa; 
 
Nesse caso a proteção é para a vida e saúde do idoso. O crime é definido como comum 
e o pratica quem recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à 
saúde, sem justa causa, a pessoa idosa, como descrito acima. 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3
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 O bem jurídico tutelado é o direito a saúde. 
 Conduta típica: recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar 
de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa. 
 Sujeito ativo: aqui existe uma divergência na doutrina, a primeira 
corrente diz que pode ser qualquer pessoa, a segunda diz que deve ser 
pessoa relacionada à prestação de serviço de saúde. 
 Sujeito passivo: Exige-se uma qualidade especial do agente passivo, 
qual seja, o delito só pode ser cometido contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 Exige-se apenas o dolo como elemento subjetivo. 
 Consumação: com a ação ou omissão típicas, independentemente de 
superveniência de qualquer resultado lesivo. 
 Tentativa: admissível apenas nas condutas comissivas. 
 
 IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo 
motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que 
alude esta Lei; 
 
 O bem jurídico tutelado é a administração da justiça. 
 Conduta típica: assemelha-se ao crime de desobediência, com uma 
diferença, é necessário que deixe de cumprir ordem judicial expedida 
em ação civil pública relativa ao próprio Estatuto do Idoso. 
 Sujeito ativo: aqui existe uma divergência na doutrina, a primeira 
corrente diz que pode ser qualquer pessoa, a segunda diz que deve ser 
pessoa relacionada à prestação de serviço de saúde. 
 Sujeito passivo: É primeiramente o Estado, visto que o bem jurídico 
ofendido é a administração da justiça, e subsidiariamente o idoso 
(pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos). 
 Exige-se apenas o dolo genérico como elemento subjetivo. 
 Consumação: com o efetivo descumprimento, retardamento ou 
frustação, com uma ressalva para a modalidade retardar que impõe-se 
que tenha havido o desrespeito ao prazo estabelecido para o 
cumprimento da ordem judicial. 
 Tentativa: admissível apenas nas condutas comissivas. 
 
 V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis 
à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo 
Ministério Público. 
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 O bem jurídico tutelado é a administração da justiça. 
 Conduta típica: recusar (negar-se a fornecer), retardar (não fornecer 
no momento devido) ou omitir (não revelar) dados técnicos 
indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando 
requisitados pelo Ministério Público. 
 Sujeito ativo: todo aquele que tiver sido requisitado os devidos dados. 
 Sujeito passivo: É primeiramente o Ministério Público, e 
subsidiariamente o idoso (pessoa com idade igual ou superior a 60 
(sessenta) anos). 
 Exige-se apenas o dolo que deve abranger a consciência de que os 
dados se destinam a embasar ação civil pública relativa aos 
direitos da pessoa idosa. 
 Consumação: comas omissões típicas. 
 Tentativa: inadmissível a tentativa. 
 
DESOBEDIÊNCIA INJUSTIFICADA DE ORDEM JUDICIAL 
 
Nesse tipo penal temos a tutela da administração da justiça, a autoridade que emana 
as ordens judiciais e a efetividade e eficiência das ações. 
 
 Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo 
motivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em que 
for parte ou interveniente o idoso: 
 
 Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
 
 
 
 
 
 
 O bem jurídico tutelado é a regularidade da Administração da Justiça. 
 Conduta típica: Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, desde que 
inexista motivo justo. 
Deixar de 
cumprir, retardar 
ou frustrar
sem justo motivo a execução de ordem judicial
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 Sujeito ativo: qualquer pessoa, inclusive o destinatário ou 
responsável pelo cumprimento e execução da ordem judicial. 
 Sujeito passivo: O Estado (administração da justiça) e também pessoa 
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 Exige-se apenas o dolo como elemento subjetivo, inexistindo 
modalidade culposa. 
 Consumação: ocorre com a prática das condutas de “deixar de 
cumprir” “ retardar”, “frustrar”, sem justo motivo. 
 Tentativa: é admissível apenas nas práticas comissivas. 
 
Atenção! 
 
Quando faltarem elementos para adequar-se perfeitamente ao modelo típico, poderá 
configurar simplesmente o crime de desobediência, previsto no Código Penal Brasileiro. 
 
Desobediência 
 Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: 
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. 
 
APROPRIAÇÃO OU DESVIO DE BENS 
 
Discorre acerca da apropriação ou desvio de bens do idoso. Trazendo a figura do abuso 
financeiro. Assim, comete o crime, aquele que se apropria, desvia ou dá aplicação diversa da 
de sua finalidade. 
 
 Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou 
qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa 
da de sua finalidade: 
 
 Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. 
 
 
 
 
 
 O bem jurídico tutelado é a proteção do patrimônio do idoso (bens, 
proventos, pensão ou qualquer outro rendimento). 
Apropriar-se de ou 
desviar
bens, proventos, 
pensão ou qualquer 
outro rendimento do 
idoso
dando-lhes aplicação 
diversa da de sua 
finalidade
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 Conduta típica: apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão 
ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa 
da de sua finalidade. 
 Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
 Sujeito passivo: Exige-se uma qualidade especial do agente passivo, 
qual seja, o delito só pode ser cometido contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 Exige-se apenas o dolo como elemento subjetivo. 
 Consumação: com a prática das condutas descritas (Apropriar-se de 
ou desviar...) e o surgimento efetivo do resultado lesivo. 
 Tentativa: é admissível. 
 
 
Aprofundando mais sobre o delito em questão, faça a análise do Informativo 547 do 
STJ. 
REsp 1.358.865-RS, Rel.Min. Sebastião 
Reis Júnior, julgado em 4/9/2014. 
 
STJ/INFO/547: Incorre no tipo penal previsto no art. 102 da Lei 
10.741/2003 (Estatuto do Idoso) e não no tipo penal de furto (art. 155 do CP) o 
estagiário de instituição financeira que se utiliza do cartão magnético e da 
senha de acesso à conta de depósitos de pessoa idosa para realizar transferências 
de valores para sua conta pessoal. O tipo penal previsto no art. 102 da Lei 
10.741/2003 tem a seguinte 
redação: Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão 
ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua 
finalidade. Na hipótese, o autor do delito desviou bens da 
vítima. Para essa conduta, não há necessidade de prévia posse por parte do 
agente, restrita à hipótese de apropriação. Da mesma forma, é evidente que a 
transferência dos valores da conta bancária da vítima para 
conta pessoal do autor desviou os bens de sua finalidade. Não importa perquirir 
qual seria a real destinação desses valores (finalidade), pois, independente de 
qual fosse, foram eles dela desviados, ao serem, por meio de fraude, 
transferidos para a conta do autor. REsp 1.358.865-RS, Rel. Min. Sebastião 
Reis Júnior, julgado em 4/9/2014. 
Caso a vítima seja menor de 60 anos o crime será a apropriação do 
art. 168 do Código Penal Brasileiro: 
Apropriação indébita 
 Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a 
detenção: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10617844/artigo-168-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
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Aumento de pena 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: 
I - em depósito necessário; 
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, 
testamenteiro ou depositário judicial; 
III - em razão de ofício, emprego ou profissão. 
NEGATIVA DE ACOLHIMENTO OU PERMANÊNCIA EM ABRIGO 
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como 
abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de 
atendimento: 
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
 
 O bem jurídico tutelado é a à liberdade individual do idoso, que pode 
outorgar procuração quando e a quem desejar, há também a proteção 
de sua vida e integridade corporal, representada pelo direito ao abrigo, 
caso necessite. 
 Conduta típica: negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como 
abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de 
atendimento. 
 Sujeito ativo: é o responsável pela entidade que promoveu a recusa. 
 Sujeito passivo: Exige-se uma qualidade especial do agente passivo, 
qual seja, o delito só pode ser cometido contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 Exige-se apenas o dolo como elemento subjetivo. 
 Consumação: com a negação do acolhimento ou com a expulsão da 
vítima do estabelecimento. 
 Tentativa: admite-se a tentativa apenas na modalidade comissiva. 
EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES 
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a 
benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro 
documento com objetivo de assegurar recebimento ou 
ressarcimento de dívida: 
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. 
 
 
Negar o 
acolhimento ou a 
permanência
do idoso
como abrigado, por 
recusa deste em 
outorgar procuração 
à entidade de 
atendimento
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 O bem jurídico tutelado é a administração da justiça e o patrimônio 
do idoso. 
 Conduta típica: consiste em reter, ou seja, na posse ilícita da coisa 
retida, caso contrário estaria tipificado crime mais grave, como de 
furto ou estelionato. 
 Sujeito ativo: deve ser o credor da vítima. 
 Sujeito passivo: pessoa idosa devedora do agente. 
 O tipo exige o elemento subjetivo especial, consubstanciado no 
objetivo de assegurar o recebimento ou ressarcimento da dívida. 
 Consumação: no momento da efetiva retenção do cartão magnético, 
pensão do idoso, bem como qualquer outro documento. 
 Tentativa: a tentativa não é admissível, uma vez que a retenção é uma 
conduta omissiva. 
No tipo penal em questão temos a finalidade/objetivo de assegurar recebimento ou 
ressarcimento de dívida, o que se torna obrigatório para consumar-se o tipo penal em questão. 
EXPOSIÇÃO INDEVIDA DE IMAGENS OU INFORMAÇÕES 
DEPRECIATIVAS 
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, 
informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do 
idoso: 
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. 
 
 O bem jurídico tutelado é a dignidade, imagem e honra da pessoa 
idosa. 
 Conduta típica: exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, 
informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso. 
Reter o cartão magnético
de conta bancária relativa 
a benefícios, proventos 
ou pensão do idoso, ou 
qualquer outro 
documento
com o 
objetivo
de assegurar 
recebimento ou 
ressarcimento 
de dívida
Exibir ou 
veicular
por qualquer meio 
de comunicação
informações ou
imagens depreciativas 
ou injuriosas à pessoa
do idoso
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 Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
 Sujeito passivo: Exige-se uma qualidade especial do agente passivo, 
qual seja, o delito só pode ser cometido contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 Elemento subjetivo é dolo de expor a imagem do idoso, depreciá-
lo e injuriá-lo. 
 Consumação: no momento da efetiva exibição ou veiculação das 
informações ou imagens. 
 Tentativa: é admissível, por exemplo, na sua forma escrita. 
 Observação Importante: Em relação a imagem, o dispositivo alcança 
qualquer foto, desenhos ou vídeos, de forma depreciativa ou injuriosa 
por qualquer meio de comunicação. 
No tipo penal em questão, podemos perceber que guarda grande similaridade com os 
crimes contra honra do Código Penal, trazendo a condição especial de ter como agente 
passivo, a pessoa idosa. 
Aplicando o princípio da especialidade. 
Vejamos os crimes contra honra, previstos no Código Penal Brasileiro: 
DOS CRIMES CONTRA A HONRA 
Calúnia 
 Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido 
como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou 
divulga. 
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
Exceção da verdade 
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi 
condenado por sentença irrecorrível; 
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; 
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido 
por sentença irrecorrível. 
Difamação 
 Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua 
reputação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Exceção da verdade 
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é 
funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. 
Injúria 
 Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
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 INDUÇÃO A ERRO 
 Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a 
outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles 
dispor livremente: 
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
 O bem jurídico tutelado é o patrimônio de pessoa idosa. 
 Conduta típica: induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos 
a outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles 
dispor livremente. 
 Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
 Sujeito passivo: exige-se uma qualidade especialdo agente passivo, 
qual seja, o delito só pode ser cometido contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos, sem discernimento. 
 O tipo penal objetivo consiste em induzir por persuasão, pessoa idosa, 
sem a perfeita compreensão de seus atos, a outorgar procuração 
para fins de administração de bens ou deles dispor livremente. 
 Consumação: ocorre com a efetiva outorga, de forma que o mero 
induzimento é irrelevante. 
 Tentativa: é admissível, por exemplo quando o idoso não consegue, 
por outras circunstâncias (alheias), outorga-lhe a procuração. 
 
Veja que é necessário, para a consumação do delito, que a pessoa idosa não tenha 
discernimento dos seus atos. 
Geralmente as questões de concurso tentam fazer uma analogia entre pessoa com idade 
avançada e pessoa sem discernimento, devemos lembrar que não necessariamente a idade 
avançada gera falta de discernimento, devemos analisar se há ou não, no caso concreto, a 
lucidez. 
COAÇÃO 
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar 
ou outorgar procuração: 
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
 
 
Induzir pessoa 
idosa
sem discernimento 
de seus atos
para fins de 
administração de 
bens ou deles 
dispor livremente
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23 
 
 
 
 
 O bem jurídico tutelado é a liberdade de escolha e o patrimônio do 
idoso. 
 Conduta típica: coagir, constranger, forçar o idoso à prática de 
determinados atos jurídicos específicos, quais sejam: doar, contratar, 
testar ou outorgar procuração. 
 Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
 Sujeito passivo: exige-se uma qualidade especial do agente passivo, 
qual seja, o delito só pode ser cometido contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos, com ou sem discernimento. 
 O tipo penal objetivo consiste em coagir, que significa 
constranger ou forçar o idoso a doar, contratar, testar ou 
outorgar procuração. 
 Consumação: aqui há duas posições da doutrina: 
1. O crime é material de modo que a consumação se dá quando o 
ofendido faz aquilo a que foi constrangido. 
2. O crime é formal e se consuma com o ato de constrangimento, 
independentemente de qualquer resultado. 
 Tentativa: é, em tese, admissível. 
 Observação importante: O tipo penal é mais grave que o descrita no 
artigo anterior (106) ‘’Induzir pessoa idosa sem discernimento de 
seus atos a outorgar procuração para fins de administração de bens 
ou deles dispor livremente’’ pois neste caso a pessoa idosa será 
também impedida de se autodeterminar e dispor de forma livre de 
seus bens sendo esta coagia a doar, contratar, testar ou outorgar 
procuração. A coação não exige a necessidade de uma determinada 
condição psicológica por parte do idoso, ou seja, ele (o idoso) pode ter 
discernimento ou não. 
 
Coagir o idoso
a doar
a contratar
a testar
a outorgar 
procuração
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A coação pode se dar de diversas formas, inclusive sobre forma de chantagem como por 
exemplo a proibição de ver os netos em razão de uma exigência de doação em desfavor do idoso. 
PRATICA DE ATO JURÍDICO SEM REPRESENTAÇÃO LEGAL 
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem 
discernimento de seus atos, sem a devida representação legal: 
 
 Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
 
 
 
 O bem jurídico tutelado é a fé pública. 
 Conduta típica: lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem 
discernimento de seus atos, sem a devida representação legal. 
 Sujeito ativo: o tabelião de notas, oficial/escrevente/responsável, que 
no caso tem equiparação com funcionário público nos termos do 
art. 327 do CP, poderão ser sujeitos ativos do crime. 
 Sujeito passivo: Exige-se uma qualidade especial do agente passivo, 
qual seja, o delito só pode ser cometido contra pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 O elemento subjetivo é o dolo, exigido para a consumação da 
conduta. 
 Consumação: com a efetiva lavratura do ato notarial (mesmo que não 
haja prejuízo para o idoso). 
 Tentativa: Tentativa é admissível. 
Observamos a existência de um crime próprio, pois somente pode ser agente ativo 
notários públicos. No momento que o ato notarial é gravado, tem-se a sua consumação. 
IMPEDIMENTO OU EMBARAÇO DO DESEMPENHO DE FUNÇÃO DE 
AUTORIDADE 
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério 
Público ou de qualquer outro agente fiscalizador: 
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
 
Lavrar ato 
notarial que 
envolva pessoa 
idosa
sem discernimento 
de seus atos 
sem a devida 
representação 
legal
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http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10597902/artigo-327-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
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 O bem jurídico tutelado é a Administração da Justiça. 
 Sujeito ativo: Qualquer pessoa. 
 Sujeito passivo: aqui há duas posições da doutrina: 
1. É o membro do ministério público ou qualquer outro agente 
fiscalizador. 
 2. É o idoso e o Estado, e não o membro do ministério público 
 O elemento subjetivo é o dolo, inexistindo modalidade culposa. 
 Consumação: com o efetivo impedimento ou embaraço à atividade 
fiscalizatória 
 Tentativa: não é admissível, já que, logicamente, não logrando o ato 
de impedir, o agente já terá ao menos o embaraçado. 
 Observação Importante! O tipo penal tem o objetivo de garantir a 
normalidade dos serviços de fiscalização que estão descritos 
no Estatuto do Idoso, garantindo sua efetividade e livre exercício das 
atribuições conferidas ao Ministério Público ou outro servidor público 
que tem a atribuição desta atividade prevista em lei. 
EXERCÍCIOS COMENTADOS 
1. MPE – PR – 2019 – PROMOTOR DE JUSTIÇA 
a) O Estatuto do Idoso alterou o prazo prescricional constante do Código Penal, reduzindo 
pela metade a sua contagem para os maiores de 60 anos na data da sentença. 
b) Na hipótese de cometimento de crime de lesão corporal contra pessoa idosa, incidirá 
tipo penal específico previsto na Lei n. 10.741/03 (Estatuto do Idoso) e não as 
disposições do art. 129 do Código Penal. 
c) O crime de reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos 
ou pensão de idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar 
recebimento ou ressarcimento de dívida é de ação pública condicionada à 
representação. 
d) O Estatuto do Idoso considera crime impedir ou embaraçar ato do representante do 
Ministério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador. 
e) Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou 
congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou 
mandado é considerado crime de menor potencial ofensivo. 
 
Impedir ou 
embaraçar
ato do representante do 
Ministério Público
ato de qualquer outro 
agente fiscalizador
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028080/estatuto-do-idoso-lei-10741-03
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Gabarito: Alternativa D. 
Item Incorreto. 
a) O Estatuto do Idoso alterou o prazo prescricional constante do Código Penal, 
reduzindo pela metade a sua contagem para os maiores de 60 anos na data da 
sentença. 
 Código Penal Brasileiro prevê: 
 Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o 
criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos ou, na 
data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. 
O Estatuto do Idoso não discorre acerca dessa prescrição. 
Item Incorreto. 
b) Na hipótese de cometimento de crime de lesão corporal contra pessoa idosa, 
incidirá tipo penal específico previsto na Lei n. 10.741/03 (Estatuto do Idoso) e não 
as disposições do art. 129 do Código Penal. 
Os delitos dos artigos 97 e 99 do Estatuto do Idoso não trazema lesão 
corporal como ação principal e sim como consequência. 
Item Incorreto. 
c) O crime de reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, 
proventos ou pensão de idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo 
de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida é de ação pública condicionada 
à representação. 
Os crimes definidos nesta Lei do Estatuto do Idoso são de ação penal 
pública incondicionada. 
 Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a 
benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro 
documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de 
dívida: 
 Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. 
Item Correto. 
d) O Estatuto do Idoso considera crime impedir ou embaraçar ato do 
representante do Ministério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador. 
 Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério 
Público ou de qualquer outro agente fiscalizador: 
 Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
Item Incorreto. 
e) Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa 
permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando 
obrigado por lei ou mandado é considerado crime de menor potencial ofensivo. 
Na verdade, a conduta em si não é considerada de menor potencial 
ofensivo, deve-se aplicar somente a parte procedimental da Lei dos Juizados 
Especiais, como vimos anteriormente. 
Consoante ao exposto temos a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 3096) 
ajuizada pelo procurador-geral da República contra o artigo 94 do Estatuto do Idoso 
(Lei nº 10.741/03), que determina a aplicação dos procedimentos e benefícios 
relativos aos Juizados Especiais aos crimes cometidos contra idosos, cuja pena 
máxima não ultrapasse quatro anos. 
 
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O entendimento do STF é de que o dispositivo legal deve ser interpretado em 
favor do seu específico destinatário (o próprio idoso) e não de quem lhe viole os 
direitos. 
Assim, os infratores não poderão ter acesso a benefícios de direito material, 
como conciliação, transação penal, composição civil de danos ou conversão da pena. 
Somente se aplicam as normas estritamente processuais para que o processo termine 
mais rapidamente, em benefício do idoso. 
Com isso, o artigo 94 (noventa e quatro) do Estatuto do Idoso se refere a 
celeridade do processo, e não a seus benefícios. 
2. CESPE – 2018 – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 
Em cada item que se segue, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma 
assertiva a ser julgada com relação a crime de tortura, crime hediondo, crime previdenciário e 
crime contra o idoso. 
Atuando como procurador de sua tia Bernardete — senhora aposentada de sessenta e três 
anos de idade, que se encontrava em pleno gozo de suas faculdades mentais —, Arquimedes, 
para satisfazer suas necessidades pessoais, passou a se apropriar dos valores da aposentadoria 
da tia. Nessa situação, o ato praticado por Arquimedes não caracteriza crime de apropriação 
indébita previdenciária, tipificado pelo Código Penal, mas sim crime contra o idoso, tipificado 
pelo Estatuto do Idoso. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: CERTO. 
O artigo 102 do Estatuto do Idoso configura especialidade em relação ao delito 
de apropriação indébita, previsto no art. 168 do Código Penal. 
Informação importante: A subtração de valores da conta bancária de idoso, por 
meio de transferência fraudulenta também configura o art. 102 do Estatuto do Idoso, 
e não furto (art. 155 do CP), por força do princípio da especialidade. 
Informativo 547 do STJ: "(...) estagiário de instituição financeira que 
se utiliza do cartão magnético e da senha de acesso à conta de depósitos de pessoa 
idosa para realizar transferência de valores para sua conta pessoal. (...) Para essa 
conduta, não há necessidade de prévia posso por parte do agente, restrita à hipótese 
de apropriação. Da mesma forma, é evidente que a transferência dos valores da 
conta bancária da vítima para conta pessoal do autor desviou os bens de sua 
finalidade." 
 
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3. MPDFT – 2015 – PROMOTOR DE JUSTIÇA ADJUNTO 
Assinale a afirmativa INCORRETA: 
a) O Supremo Tribunal Federal admite a responsabilidade penal da pessoa jurídica, ainda 
que a pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa não seja simultaneamente 
investigada ou processada criminalmente. 
b) Especificamente quanto aos crimes previstos no Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03), é 
cabível transação penal quando a pena máxima privativa de liberdade cominada não 
superar o patamar de 4 anos. 
c) Para o Superior Tribunal de Justiça, sem o intuito deliberado de causar prejuízo ao erário 
e a efetiva ocorrência de prejuízo aos cofres públicos, não se configura o crime de 
dispensa ou inexigibilidade indevida de licitação. 
d) Comete crime ambiental, previsto na Lei 9.605/98, o agente que picha muro de 
residência com o objetivo de valorizar o patrimônio privado mediante manifestação 
artística, mas sem consentimento do proprietário. 
e) Pratica crime eleitoral o eleitor que se inscreve, simultaneamente, em dois partidos 
políticos. 
Gabarito: Alternativa B. 
Consoante ao exposto temos a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 3096) 
ajuizada pelo procurador-geral da República contra o artigo 94 do Estatuto do Idoso 
(Lei nº 10.741/03), que determina a aplicação dos procedimentos e benefícios 
relativos aos Juizados Especiais aos crimes cometidos contra idosos, cuja pena 
máxima não ultrapasse quatro anos. 
O entendimento do STF é de que o dispositivo legal deve ser interpretado em 
favor do seu específico destinatário (o próprio idoso) e não de quem lhe viole os 
direitos. 
Assim, os infratores não poderão ter acesso aos benefícios de direito material, 
como conciliação, transação penal, composição civil de danos ou conversão da pena. 
Somente se aplicam as normas estritamente processuais para que o processo termine 
mais rapidamente, em benefício do idoso. 
Com isso, o artigo 94 (noventa e quatro) do Estatuto do Idoso se refere a 
celeridade do processo, e não a seus benefícios. 
 
4. FGV – POLÍCIA CIVIL - AP – DELEGADO DE POLÍCIA - 2010 
Relativamente ao Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003), analise as afirmativas a 
seguir: 
 
I. O Estatuto do Idoso é destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade 
igual ou superior a 65 (sessenta e cinco) anos. 
 
II. Os crimes definidos no Estatuto do Idoso são de ação penal pública incondicionada, 
não se lhes aplicando os artigos 181 e 182 do Código Penal. 
 
III. Aos crimes previstos no Estatuto do Idoso, cuja pena máxima privativa de liberdade 
não ultrapasse 2 (dois) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei nº 9.099, de 26 de 
setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e 
do Código de Processo Penal. 
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Assinale: 
a) Se somente a afirmativa I estiver correta. 
b) se somente a afirmativa II estiver correta. 
c) se somente a afirmativa III estiver correta. 
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 Gabarito: Alternativa B. 
I. O Estatuto do Idoso é destinado a regular os direitos assegurados às 
pessoas com idade igual ou superior a 65 (sessenta e cinco) anos. 
Item incorreto. Correção: 60 (sessenta) anos. 
 II. Os crimes definidos no Estatuto do Idoso são de ação penal 
pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código 
Penal. 
Item Correto. 
III. Aos crimes previstos no Estatuto do Idoso, cuja pena máxima 
privativa de liberdade não ultrapasse 2 (dois) anos, aplica-se o 
procedimento previsto na Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, 
subsidiariamente, no quecouber, as disposições do Código Penal e do 
Código de Processo Penal. 
Item incorreto. Correção: não ultrapasse 4 (quatro) anos. 
 
5. ACAFE – DELEGADO DE POLÍCIA – PC SP - 2014 
 
Analise as afirmações a seguir, identifique o que constitui crime praticado contra o idoso 
e assinale a alternativa correta. 
 
l. Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade. 
 
ll. Recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, 
sem justa causa, a pessoa com mais de 55 anos. 
 
lll. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem 
judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente pessoa com mais de 65 
anos. 
 
lV. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão 
de pessoa com mais de 70 anos, bem como qualquer outro documento, com objetivo de 
assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida. 
 
a) Todas as afirmações estão corretas. 
b) Apenas II e III estão corretas. 
c) Apenas I, II e III estão corretas 
d) Apenas I, III e IV estão corretas. 
e) Apenas III e IV estão corretas. 
 
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Gabarito: Alternativa D. 
 
l. Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade. 
 
Item correto. 
 
ll. Recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência 
à saúde, sem justa causa, a pessoa com mais de 55 anos. 
 
Item incorreto. Idoso é considerado o indivíduo com idade igual ou 
maior do que 60 (sessenta) anos. 
 
lll. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de 
ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente pessoa com 
mais de 65 anos. 
 
Item correto. Pessoa com mais de 65 (sessenta e cinco) anos também 
é considerada idosa. 
 
lV. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos 
ou pensão de pessoa com mais de 70 anos, bem como qualquer outro documento, 
com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida. 
 
Item correto. Pessoa com mais de 70 (setenta) anos também é 
considerada idosa. 
 
 
6. MPE – PR – 2014 – PROMOTOR DE JUSTIÇA 
 
Assinale a alternativa incorreta: 
 
a) O direito ao respeito consiste também na preservação de objetos pessoais do idoso; 
b) Com a finalidade de coibir o preconceito, constitui infração administrativa negar a 
alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho; 
c) É correto afirmar que o conjunto legislativo priorizou o atendimento do idoso em sua 
família, seguido das formas alternativas ao asilamento e, por último, a 
institucionalização; 
d) O envelhecimento é um direito personalíssimo; 
e) Dificultar o acesso do idoso a operações bancárias, por motivo de idade, é crime com 
pena de 6 (seis) meses a 1(um) ano e multa. 
 
Gabarito: Alternativa B 
 
Item Correto. 
 
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a) O direito ao respeito consiste também na preservação de objetos 
pessoais do idoso; 
 
art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa 
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-
lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para 
preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, 
espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. 
 
Item Incorreto. 
 
 
b) Com a finalidade de coibir o preconceito, constitui infração 
administrativa negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho; 
 
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa: 
 I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade; 
 II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho; 
 III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à 
saúde, sem justa causa, a pessoa idosa; 
 IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem 
judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei; 
 V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação 
civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público. 
 
Item Correto. 
 
c) É correto afirmar que o conjunto legislativo priorizou o atendimento 
do idoso em sua família, seguido das formas alternativas ao asilamento e, 
por último, a institucionalização; 
 
 Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização de longa 
permanência adotarão os seguintes princípios: 
 
 I – preservação dos vínculos familiares; 
 II – atendimento personalizado e em pequenos grupos; 
 III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior; 
 IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo; 
 V – observância dos direitos e garantias dos idosos; 
 VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e 
dignidade. 
 
 Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso 
responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem prejuízo 
das sanções administrativas. 
 
Item Correto. 
 
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d) O envelhecimento é um direito personalíssimo; 
 
 Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um 
direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente. 
 
Item Correto. 
 
e) Dificultar o acesso do idoso a operações bancárias, por motivo de 
idade, é crime com pena de 6 (seis) meses a 1(um) ano e multa. 
 
 Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações 
bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou 
instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade: 
 
 Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
 
 § 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar 
pessoa idosa, por qualquer motivo. 
 
 § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os 
cuidados ou responsabilidade do agente. 
 
7. MPE – SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA 
A Lei n. 10.741/03 (Estatuto do Idoso) possui tipo penal específico para punir tabelião 
que lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos e sem a devida 
representação legal. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Gabarito: Certa. 
Letra de lei. 
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de 
seus atos, sem a devida representação legal: 
 Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
8. VUNESP – POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DA BAHIA – PC BA – 2018 
A respeito dos crimes previstos no Estatuto do Idoso (Lei n° 10.741/03), assinale a 
alternativa correta. 
a) Constitui crime negar acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por 
recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento. 
b) Constitui crime deixar de prestar assistência ao idoso em situação de iminente perigo, 
independentemente do risco pessoal. 
c) Constitui crime negar a alguém emprego ou trabalho por motivo de idade, salvo se 
houver justa causa. 
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d) Constitui crime deixar de cumprir, retardar ou frustrar, mesmo com justo motivo, a 
execução de ordem judicial expedida na ação civil prevista na Lei n° 10.741/03. 
e) Constitui crime lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa com discernimento de seus 
atos. 
 
Gabarito: Alternativa A. 
 
a) Constitui crime negar acolhimento ou a permanência do idoso, como 
abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento. 
 
Alternativa correta. 
 
b) Constitui crime deixar de prestar assistência ao idosoem situação de 
iminente perigo, independentemente do risco pessoal. 
 
Alternativa incorreta. 
 
 Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível 
fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, 
retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, 
nesses casos, o socorro de autoridade pública: 
 
 Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
 
c) Constitui crime negar a alguém emprego ou trabalho por motivo de idade, 
salvo se houver justa causa. 
 
Alternativa incorreta. 
 
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 
(um) ano e multa: 
 
 II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho; 
 
d) Constitui crime deixar de cumprir, retardar ou frustrar, mesmo com justo 
motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil prevista na Lei n° 
10.741/03. 
 
Alternativa incorreta. 
 
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 
(um) ano e multa: 
 
 IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a 
execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei; 
 
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e) Constitui crime lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa com 
discernimento de seus atos. 
 
Alternativa incorreta. 
 
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem 
discernimento de seus atos, sem a devida representação legal: 
 
 Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 
 
9. CESPE – PC – SE – DELEGADO DE POLÍCIA – 2018 
 
Considerando o disposto no Estatuto do Idoso acerca de crimes, julgue o item a seguir. 
 
Situação hipotética: Um empregado de uma instituição financeira, aproveitando-se do 
acesso aos dados bancários e à senha de acesso à conta de depósitos de uma pessoa idosa, 
desviou vultosos valores da correntista, aplicando-lhes, em proveito próprio, destinação 
diversa da sua finalidade. 
 
Assertiva: Nessa situação, o empregado incorreu no tipo penal de furto mediante fraude 
previsto no Código Penal, afastando-se a aplicação de tipo incriminador do Estatuto do 
Idoso, porquanto o agente não detinha a prévia posse da res furtiva. 
 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
Gabarito: Errado. 
 
Como vimos no início do material, aplica-se ao caso o Principio da Especialidade que 
está previsto no artigo 12 do Código Penal Brasileiro. 
 
Sendo tal delido enquadrado no Estatuto do Idoso, conforme: 
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro 
rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade: Pena – 
reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. 
 
10. NUCEPE – PC – PI – DELEGADO DE POLÍCIA – 2018 
 
Recentemente foi sancionada a Lei nº 13.466/2017, que concede preferência especial, 
nos atendimentos de saúde, aos maiores de 80 (oitenta) anos. A referida lei veio alterar 
o Estatuto do Idoso, pois o Estado tem a obrigação de garantir políticas públicas e 
proteção ao idoso. Segundo o Estatuto do Idoso, marque a alternativa que constitui crime 
punível com reclusão. 
 
a) Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens 
depreciativas ou injuriosas à pessoa idosa. 
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b) Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão 
do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento 
ou ressarcimento de dívida. 
c) Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em 
outorgar procuração à entidade de atendimento. 
d) Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou 
congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou 
mandado. 
e) Negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho. 
 
Gabarito: Alternativa E. 
 
a) Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou 
imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa idosa. 
 
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, 
informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso: 
 
 Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. 
 
 b) Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos 
ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar 
recebimento ou ressarcimento de dívida. 
 
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a 
benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro 
documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de 
dívida: 
 
 Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. 
 
 c) Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa 
deste em outorgar procuração à entidade de atendimento. 
 
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como 
abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de 
atendimento: 
 
 Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
 
 d) Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa 
permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando 
obrigado por lei ou mandado. 
 
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Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de 
longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades 
básicas, quando obrigado por lei ou mandado: 
 
 Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa. 
 
 e) Negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho. 
 
Art. 100 do Estatuto do Idoso: Constitui crime punível com reclusão de 
6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa: 
 
 II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho. 
 
11. FUNCAB – PC – PA – DELEGADO DE POLÍCIA – 2016 
 
A pessoa que se apropria de pensão de idoso, dando-lhe destinação diversa daquela 
definida como sua finalidade: 
 
a) comete crime previsto na Lei nº 10.741, que respeitará o procedimento comum 
ordinário, embora com a possibilidade de aplicação de transação penal. 
b) comete crime previsto na Lei nº 10.741. que respeitará o procedimento comum 
ordinário, sendo vedada a transação penal. 
c) comete crime previsto na Lei nº 10.741, que respeitará o procedimento previsto na Lei 
n° 9.099, de 1995, inclusive quanto à transação penal. 
d) comete crime previsto no Código Penal, que respeitará o procedimento comum 
ordinário. 
e) comete crime previsto na Lei nº 10.741. que respeitará o procedimento previsto na Lei 
n° 9.099, de 1995, sendo vedada a transação penal. 
 
Gabarito: Alternativa E. 
 
Aprofundando um pouco mais! 
 
De acordo com a Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI 3.096-5 – STF, O 
entendimento é de que tal regulamentação deve ser aplicada em benefício do idoso. 
 
Assim, os agentes ativos não poderão ter acesso a benefícios despenalizadores 
de direito material, como transação penal, conciliação, composição civil de danos ou 
conversão da pena. 
 
12. VUNESP – PC – SP – DELEGADO DE POLÍCIA – 2014 
 
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Aos crimes previstos na Lei n.º 10.741, de 2003 – Estatuto do Idoso –, aplica-se o 
procedimento previsto na Lei n.º 9.099, de 26 de setembro de 1995, desde que a pena 
máxima privativa de liberdade não ultrapasse 
 
a) 6 (seis) anos. 
b) 8 (oito) anos. 
c) 4 (quatro) anos. 
d) 1 (um) ano. 
e) 2 (dois) anos. 
 
Gabarito: Alternativa C. 
 
 Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de 
liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto 
na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as 
disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. (Vide ADI 3.096-5 
- STF) 
 
13. ACAFE – PC – SC – DELEGADO

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