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POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 1 POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) Prezados Alunos! Segue a Aula 6 de Direitos Humanos! Bons estudos! Ricardo Gomes QUADRO SINÓPTICO DA AULA: Aplicações da perspectiva sociológica a temas e problemas contemporâneos da sociedade brasileira: a questão da igualdade jurídica e dos direitos de cidadania, o pluralismo jurídico, acesso à justiça. Práticas judiciárias e policiais no espaço público. Aula 6 POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 2 Administração institucional de conflitos no espaço público. Diretrizes Nacionais de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos dos Profissionais de Segurança Pública (continuação da aula 4) Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública (continuação da aula 4) POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 3 12. Aplicações da perspectiva sociológica a temas e problemas contemporâneos da sociedade brasileira: a questão da igualdade jurídica e dos direitos de cidadania, o pluralismo jurídico, acesso à justiça. No edital do concurso para a PRF, foram selecionados alguns temas e problemas contemporâneos que guardariam alguma relação com a carreira e que têm sido objeto de análises sob uma perspectiva sociológica. Os problemas contemporâneos listados são: Igualdade jurídica Direitos de cidadania Pluralismo jurídico Acesso à justiça Tais temas estão diretamente ligados com a nossa estrutura social, com a situação de desigualdade social que ainda marca profundamente a sociedade brasileira. Estas questões estruturais têm impactos sobre toda a política de segurança pública e sua interface com os diretos humanos. Para entendermos bem as aplicações da perspectiva sociológica a tais problemáticas, é necessário discorrer um pouco sobre esses temas, abordando conceitos e características, para então passar à abordagem sociológica no contexto dos direitos humanos. A igualdade jurídica está prevista expressamente na Constituição brasileira de 1988, destacando-se o art. 3º, IV, e o art. 5º, caput: “Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: (...) IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 4 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)” Contemporaneamente, a igualdade jurídica tem sido entendida como o tratamento dos indivíduos sem distinções, ressalvando-se os casos em que houver desigualdades estruturais ou históricas que permitirão ao Estado intervir para promover a isonomia. A IGUALDADE JURÍDICA pode ser sintetizada na seguinte fórmula criada por Aristóteles e que até hoje é atual: Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida das suas desigualdades. Na perspectiva sociológica, a noção de igualdade jurídica é uma igualdade formal, em que todos têm direito igual a sua diferença, desde que ela seja expressa em termos aceitáveis pela sociedade local. A palavra cidadania possui dois sentidos: Cidadania em sentido estrito Cidadania em sentido amplo A cidadania em sentido estrito se refere ao direito político ativo, ou seja, o direito de votar, condição que é comprovada por meio do título eleitoral ou documento equivalente (art. 1º, § 3º, da Lei nº 4.717, de 1965). Observação! Os direitos políticos podem ser: Ativo: direito de votar, ou seja, de ser alistado eleitoralmente. Passivo: direito de ser votado, ou seja, de ser candidato. A cidadania em sentido amplo se refere aos direitos que o indivíduo tem de usufruir dos direitos e garantias fundamentais, de maneira que o Estado se encontra vinculado e obrigado com respeitar tais direitos. Os DIREITOS DE CIDADANIA são definidos por Hannah Arendt como os direitos que permitem aos indivíduos obterem os direitos. É o direito a POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 5 ter direitos. São os direitos relativos à cidadania em sentido amplo. O pluralismo jurídico deriva do fato de que o Estado NÃO é a única instituição no âmbito da sociedade que tem o poder de impor uma ordem jurídica dotada de coerção, ou seja, de uma legislação de cumprimento obrigatório por todos os indivíduos de uma sociedade, estando autorizada a aplicação de sanções contra aqueles que a descumprirem. Defendem essa corrente: Antônio Carlos Wolkmer, Miguel Reale e entre outros. A perspectiva tradicional, denominada de monismo jurídico, consolida o monopólio da juridicidade por parte do Estado, ou seja, o Estado seria a única instância que estaria autorizada a produzir o direito. O principal defensor dessa corrente seria Hans Kelsen. Assim, a produção do direito compreende duas perspectivas: Monismo jurídico Pluralismo jurídico Na perspectiva do pluralismo jurídico, existem grupos específicos que produzem uma ordem jurídica aplicável a seus membros, normas jurídicas também dotadas de coerção, com a diferença que se restringem aos membros daqueles grupos específicos. Assim, de acordo com o PLURALISMO JURÍDICO, verifica-se uma coexistência, ou seja, uma existência em comum, entre a ordem jurídica estatal (criada pelo Estado conforme o disposto em uma Constituição) e as ordens jurídicas dos grupos sociais. O pluralismo jurídico propõe um novo paradigma na cultura jurídica embasado no pressuposto de que são insuficientes os modelos jurídicos oficiais em termos de participação. São exemplos de grupos específicos: a Igreja Católica que possui poder para instituir o Direito Canônico; as entidades esportivas (ex. a FIFA) que possuem normas e tribunais próprios que formam a Lex Desportiva (Direito Desportivo); os povos indígenas que têm reconhecido o direito de impor normas regulando suas comunidades, o chamado Direito Indígena. Portanto, o pluralismo jurídico NÃO é um elemento característico exclusivamente dos movimentos de esquerda, mas uma realidade reconhecida, POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 6 inclusive, por diversos autores de posições conservadoras em sua defesa, como Miguel Reale. O acesso à justiça é um conceito que evoluiu com o tempo. Segundo Mauro Cappelletti, inicialmente, ele significava o direito formal do indivíduo, que tinha seu direitoviolado, de propor ou contestar uma ação, ou seja, de ser parte em um processo judicial perante os tribunais. Na atualidade, o ACESSO À JUSTIÇA tem sido entendido como o direito ao acesso efetivo à Justiça, ou seja, o direito do indivíduo de não sofrer prejuízos durante a sua participação no processo judicial, em razão de quaisquer diferenças sociais, econômicas e culturais que existam entre as partes. O acesso à justiça teria sido influenciado por três ondas (tendências) que impactaram na construção do atual conceito: 1ª onda: assistência judiciária gratuita aos pobres. 2ª onda: proteção judicial aos interesses difusos. 3ª onda: incentivo aos meios alternativos de solução de conflitos (mediação, conciliação, arbitragem) e simplificação do direito. A primeira onda surgiu pelo fato de que os mais pobres não tinham condições financeiras para arcar com as custas processuais, bem como com os advogados. Nesse contexto, é formulada a idéia de assistência judiciária gratuita que visava incluir os desfavorecidos social e economicamente. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 7 A segunda onda surgiu em virtude das dificuldades que o processo civil e criminal tradicional colocava à proteção de alguns interesses difusos e coletivos. Assim, foram criados mecanismos judiciais para a proteção desses interesses. A terceira onda chamada de enfoque sobre o acesso à justiça surgiu em virtude do incentivo aos meios alternativos de solução de conflitos, mecanismos que seriam alternativos ao próprio processo judicial, a exemplo da mediação, da conciliação e da arbitragem, além de reformas legislativas visando a simplificação do direito. Em relação à perspectiva sociológica do acesso à justiça, houve um maior destaque para a democratização do acesso à justiça no Brasil depois de promulgada a Constituição Federal de 1988, mas este desafio persiste e é uma das preocupações dos poderes Executivo e Judiciário nos últimos anos, tendo sido reafirmada no II Pacto Republicano de Estado por um Sistema de Justiça mais Acessível, Ágil e Efetivo, pacto celebrado em 2009. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 8 13. Práticas judiciárias e policiais no espaço público. O espaço público é definido por Roberto Kant de Lima como: espaço coletivo negociado pelo público que dele faz parte, que pertence ao local e que se compromete a conviver com as diferenças “normais” num sistema de segregação dos iguais, mas diferentes, que procura, assim, prevenir explicitamente o conflito latente entre indivíduos únicos com interesses divergentes. Isto significa que a expressão espaço público vai se referir a todo “local” da sociedade em que os indivíduos, de forma coletiva, desenvolvem suas relações sociais (econômicas, políticas, culturais, etc.). Essa noção de espaço público ultrapassa a idéia de um espaço físico, ex. o exercício da liberdade de expressão em um protesto situado em uma determinada via pública, alcançando dimensões mais abstratas, ex. o exercício dessa mesma liberdade de expressão por meio de uma canção de protesto ou em uma rede social na Internet. Logo, a principal característica do conceito de espaço público é a idéia de um espaço coletivo no qual os indivíduos podem interagir entre si. Assim, podemos resumir a idéia de espaço público como o espaço da sociedade civil, ou melhor, o espaço dos cidadãos. Quando falamos de práticas judiciárias e policiais no espaço público estamos falando da presença do Poder Judiciário e do aparato policial na sociedade e a forma como essas instituições lidam com os integrantes dessa mesma sociedade na condição de cidadãos. Um outro conceito que é interessante para a compreensão dessa realidade é a idéia de domínio público. O domínio público é o local controlado pelo Estado. Portanto, temos dois conceitos antagônicos, ou seja, conflitantes POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 9 que precisam ser expostos: Espaço público = local da sociedade civil ou dos cidadãos Domínio público = local controlado pelo Estado Cada vez mais o domínio público tem sido um lugar apropriado particularizadamente, seja pelo Estado, seja por outros membros da sociedade autorizados, ou não, pelo aparato estatal, e por isso, sempre, aparentemente, esse domínio se mostra opaco, caótico e imprevisível ao olhar coletivo, dando a sensação de que a República é tudo menos uma “coisa pública”. Tradicionalmente, esse domínio público busca ter o monopólio da ordem jurídica, ou seja, do poder de criação de normas jurídicas. Todavia, com o avanço de idéias invocando o pluralismo jurídico e o destaque que a noção de espaço público tem alcançando tem repercutido na existência e no reconhecimento de ordens jurídicas locais. Assim, essas ordens jurídicas locais, longe de representarem um enfraquecimento do poder do Estado, elas contribuem para o fortalecimento da idéia de espaço público e devem ser estimuladas e NÃO reprimidas pela ação do Poder Executivo e do Poder Judiciário. De acordo com os sociólogos e antropólogos do direito, as práticas policiais estão tradicionalmente marcadas por seu caráter inquisitorial. Desse modo, até para exercer a vigilância da população, supostamente para manter a ordem pública, a polícia emprega métodos sigilosos e inquisitoriais (vigilância velada), estabelecendo uma relação de desconfiança com a população vigiada. Ainda de acordo com tal análise, haveria uma ambigüidade vivenciada pela polícia brasileira, pois, na prática, caberia às instituições policiais o desenvolvimento de duas funções sociais: Vigilância da população, empregando métodos disciplinares e poderes de polícia, discricionários; Repressão, com base em princípios e métodos inquisitoriais. Em virtude dessa realidade social institucionalizada, na qual, o aparato policial é entendido como mecanismo de repressão da criminalidade, a POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 10 simples presença de um agente policial no espaço público contribuiria para a sensação de controle do crime, mesmo em situações que estivesse à margem da lei, como o caso das milícias. Nesse contexto, a ação das milícias seria considerada uma forma legítima de controle da criminalidade nas comunidades, uma vez que envolve a presença de policiais e da própria comunidade, apesar de ser uma prática não respaldada pelo ordenamento jurídico, o direito formal. Deve ser frisado que se trata de uma legitimidade social e NÃO jurídica. Sobre esse papel social desempenhado por instituições paralelas ao Estado, como é o caso das milícias, afirma Felipe Vieira de Souza: No que toca à séria questão da adesão social por meios violentos a propostas paralelas, ou pelo menos no que se refere à leniência com tais expressões de poder, guardadas as devidas proporções e especificidades de cada contexto, semelhante ao ocorrido na Itália com relação à Máfia,verificou-se no Rio de Janeiro que a ação das milícias foi percebida com tolerância ou mesmo com apoio. Essas realidades têm despertado perante o próprio Estado o debate sobre o controle da atividade policial. Em alguns países encontram-se consolidados o instituto do Ombudsman, uma espécie de ouvidor com poderes recomendatórios e também de controle externo dos agentes públicos. No Brasil, não houve a assimilação desse instituto, de modo que instituições como as ouvidorias de polícia, junto com as corregedorias, somente poderiam realizar o controle interno das práticas violentas por parte da polícia. Pois, na realidade brasileira, a Constituição Federal de 1988 estabelece que o controle externo da atividade policial é de competência do Ministério Público conforme se observa do art. 129, inc. VII, a seguir: POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 11 Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: (...) VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior. A Lei Complementar nº 75, de 1993 (Lei Orgânica do Ministério Público - LOMP) é a lei complementar a que se refere o dispositivo constitucional citado acima e ela mantém o que consta no texto da Constituição quanto ao Ministério Público ser o único órgão expressamente mencionado como competente para o exercício do controle externo da atividade policial. Podemos concluir que a Constituição Federal de 1988 define que o Ministério Público é a ÚNICA instituição autorizada a realizar o controle externo da atividade policial. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 12 14. Administração institucional de conflitos no espaço público. Os sistemas judiciários têm uma de suas principais ênfases na administração de conflitos na sociedade. Isto significa que, na realidade brasileira, o Poder Judiciário é a principal instituição responsável pela administração institucional de conflitos no espaço público. Como o Judiciário administra os conflitos no espaço público? Inicialmente, é preciso entender as concepções sociológicas do conflito, para então, passar a ver como ocorre a administração institucional de conflitos no espaço público. Existem duas formas de se compreender os conflitos: Negativa Positiva Sob a forma negativa, os conflitos são entendidos como uma fonte de desordem e quebra da harmonia social, consequentemente, deve ser submetida à repressão ou punição exemplar. Sob a forma positiva, os conflitos são entendidos como uma realidade inevitável para a vida social que se for devidamente solucionado pode vir a se transformar em uma fonte de ordem. Em várias partes do Planeta, os conflitos são tratados em função de sua natureza. Existem conflitos classificados como "menores", produto de relações de proximidade (vizinhança, parentesco, afinidade, amizade) e aqueles considerados pelo Direito como "macrocriminalidade" ou "crime organizado". Essa divisão está relacionada ao fato de que os dois tipos de administração institucional dos conflitos: A forma desempenhada por parte das agências de Segurança Pública; POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 13 A forma desempenhada pelo Poder Judiciário. O Poder Judiciário vem buscando estar atento ao novo enfoque do acesso à justiça para fins de desenvolvimento de seu papel como administrador de conflitos. Na realidade brasileira, isto foi verificado com a Reforma do Judiciário ocorrida por meio da Emenda nº 45/2004. Ademais, a criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), proporcionada pela citada Emenda Constitucional, e o papel desempenhado pela Corregedoria do CNJ, além de algumas iniciativas como as metas do Poder Judiciário, a Semana Nacional de Conciliação, mutirões de análise do cumprimento de penas, vem contribuindo para uma busca de superação de algumas barreiras ao acesso efetivo à Justiça, bem como a redução das desigualdades sociais envolvendo as partes. Nesse sentido, aprofundando essa realidade, a socióloga Jacqueline Sinhoretto afirma que existem quatro intensidades de Justiça, ou seja, quatro modalidades de administração institucional de conflitos: Intensidades Formas de administração de conflitos Primeira - Poder Judiciário eficiente para ambas as partes (situação dos “grandes casos” nos Tribunais Superiores) Segunda - “Justiça comum”: o Poder Judiciário com suas ineficiências, formalidades, desigualdades sociais entre as partes e barreiras ao acesso à justiça. Terceira - Juizados especiais Quarta - Meios alternativos e informais de solução de conflitos recepcionados pelo Estado (conciliação, mediação...) - Meios ilegais (violência policia, milícias...) Nesse quadro, o Poder Judiciário vem promovendo mudanças na tentativa de democratizar o acesso à Justiça, NÃO sendo mais uma instituição reprodutora das desigualdades, mas um aparato estatal que busca superar as desigualdades sociais para promover o acesso à Justiça. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 14 Além da Emenda nº 45/2004, outro elemento importante foi a criação dos juizados especiais criminais, no ano de 1995, a despeito da Constituição Federal de 1988 prever a necessidade de criação desses juizados desde a data de sua promulgação. A demora para a instituição dessas instâncias judiciais ocorreu em virtude do longo debate teórico e político a respeito do que seriam delitos de menor potencial ofensivo. Apesar dos avanços que têm sido verificados, ainda há correntes tradicionais que defendem o monopólio estatal para a administração de conflitos. Dessa forma, na atualidade, verificamos uma situação curiosa em que ao mesmo tempo em que o Poder Judiciário se abre para novos modelos de administração dos conflitos no espaço público, também tem dificuldade de permitir que a sociedade civil resolva seus próprios conflitos de forma a prescindir do formalismo. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 15 15. Continuação da aula 4: Diretrizes Nacionais de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos dos Profissionais de Segurança Pública. A política setorial de promoção e defesa dos direitos humanos dos profissionais de segurança pública é desenvolvida por meio de DIRETRIZES para os órgãos de segurança pública. Neste tópico da aula iremos estudar as diretrizes previstas na Portaria Interministerial nº 2, de 15 de dezembro de 2010, que estabelece Diretrizes Nacionais de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos dos Profissionais de Segurança Pública. Essa Portaria define a competência da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e do Ministério da Justiça (MJ) para estabelecer mecanismos para estimulare monitorar iniciativas que visem à implementação de ações para efetivação destas diretrizes em todas as unidades federadas, respeitada a repartição de competências prevista no art. 144 da Constituição Federal de 1988. Mas é no Anexo da Portaria onde se encontram as 67 Diretrizes dispersas por 14 temas listados abaixo: Direitos constitucionais e participação cidadã Valorização da vida Direito à diversidade Saúde Reabilitação e reintegração Dignidade e segurança no trabalho Seguros e auxílios Assistência jurídica Habitação Cultura e lazer Educação Produção de conhecimentos Estruturas e educação em direitos humanos Valorização profissional Entre os temas acima mencionados iremos mencionar, brevemente, cada um deles. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 16 Em relação ao tema “DIREITOS CONSTITUCIONAIS E PARTICIPAÇÃO CIDADÔ, encontramos as seguintes Diretrizes: 1) Adequar as leis e regulamentos disciplinares que versam sobre direitos e deveres dos profissionais de segurança pública à Constituição Federal de 1988. 2) Valorizar a participação das instituições e dos profissionais de segurança pública nos processos democráticos de debate, divulgação, estudo, reflexão e formulação das políticas públicas relacionadas com a área, tais como conferências, conselhos, seminários, pesquisas, encontros e fóruns temáticos. 3) Assegurar o exercício do direito de opinião e a liberdade de expressão dos profissionais de segurança pública, especialmente por meio da Internet, blogs, sites e fóruns de discussão, à luz da Constituição Federal de 1988. 4) Garantir escalas de trabalho que contemplem o exercício do direito de voto por todos os profissionais de segurança pública. Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover uma inclusão democrática dos profissionais de segurança pública. Em relação ao tema “VALORIZAÇÃO DA VIDA”, encontramos as seguintes Diretrizes: 5) Proporcionar equipamentos de proteção individual e coletiva aos profissionais de segurança pública, em quantidade e qualidade adequadas, garantindo sua reposição permanente, considerados o desgaste e prazos de validade. 6) Assegurar que os equipamentos de proteção individual contemplem as diferenças de gênero e de compleição física. 7) Garantir aos profissionais de segurança pública instrução e treinamento continuado quanto ao uso correto dos equipamentos de proteção POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 17 individual. 8) Zelar pela adequação, manutenção e permanente renovação de todos os veículos utilizados no exercício profissional, bem como assegurar instalações dignas em todas as instituições, com ênfase para as condições de segurança, higiene, saúde e ambiente de trabalho. 9) Considerar, no repasse de verbas federais aos entes federados, a efetiva disponibilização de equipamentos de proteção individual aos profissionais de segurança pública. Finalidade: Estas diretrizes pretendem fornecer condições de trabalho, minimizando os riscos, para os profissionais de segurança pública. Em relação ao tema “DIREITO À DIVERSIDADE”, encontramos as seguintes Diretrizes: 10) Adotar orientações, medidas e práticas concretas voltadas à prevenção, identificação e enfrentamento do racismo nas instituições de segurança pública, combatendo qualquer modalidade de preconceito. 11) Garantir respeito integral aos direitos constitucionais das profissionais de segurança pública femininas, considerando as especificidades relativas à gestação e à amamentação, bem como as exigências permanentes de cuidado com filhos crianças e adolescentes, assegurando a elas instalações físicas e equipamentos individuais específicos sempre que necessário. 12) Proporcionar espaços e oportunidades nas instituições de segurança pública para organização de eventos de integração familiar entre todos os profissionais, com ênfase em atividades recreativas, esportivas e culturais voltadas a crianças, adolescentes e jovens. 13) Fortalecer e disseminar nas instituições a cultura de não discriminação e de pleno respeito à liberdade de orientação sexual do profissional de segurança pública, com ênfase no combate à homofobia. 14) Aproveitar o conhecimento e a vivência dos profissionais de POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 18 segurança pública idosos, estimulando a criação de espaços institucionais para transmissão de experiências, bem como a formação de equipes de trabalho composta por servidores de diferentes faixas etárias para exercitar a integração inter-geracional. 15) Estabelecer práticas e serviços internos que contemplem a preparação do profissional de segurança pública para o período de aposentadoria, estimulando o prosseguimento em atividades de participação cidadã após a fase de serviço ativo. 16) Implementar os paradigmas de acessibilidade e empregabilidade das pessoas com deficiência em instalações e equipamentos do sistema de segurança pública, assegurando a reserva constitucional de vagas nos concursos públicos. Finalidade: Estas diretrizes pretendem reduzir as desigualdades entre os profissionais de segurança pública. Em relação ao tema “SAÚDE”, encontramos as seguintes Diretrizes: 17) Oferecer ao profissional de segurança pública e a seus familiares, serviços permanentes e de boa qualidade para acompanhamento e tratamento de saúde. 18) Assegurar o acesso dos profissionais do sistema de segurança pública ao atendimento independente e especializado em saúde mental. 19) Desenvolver programas de acompanhamento e tratamento destinados aos profissionais de segurança pública envolvidos em ações com resultado letal ou alto nível de estresse. 20) Implementar políticas de prevenção, apoio e tratamento do alcoolismo, tabagismo ou outras formas de drogadição e dependência química entre profissionais de segurança pública. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 19 21) Desenvolver programas de prevenção ao suicídio, disponibilizando atendimento psiquiátrico, núcleos terapêuticos de apoio e divulgação de informações sobre o assunto. 22) Criar núcleos terapêuticos de apoio voltados ao enfrentamento da depressão, estresse e outras alterações psíquicas. 23) Possibilitar acesso a exames clínicos e laboratoriais periódicos para identificação dos fatores mais comuns de risco à saúde. 24) Prevenir as conseqüências do uso continuado de equipamentos de proteção individual e outras doenças profissionais ocasionadas por esforço repetitivo, por meio de acompanhamento médico especializado. 25) Estimular a prática regular de exercícios físicos, garantindo a adoção de mecanismos que permitam o cômputo de horas de atividade física como parte da jornada semanal de trabalho. 26) Elaborar cartilhas voltadas à reeducação alimentar como forma de diminuição de condições de risco à saúde e como fator de bem-estar profissionale auto-estima. Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover um ambiente de saúde para os profissionais de segurança pública. Em relação ao tema “REABILITAÇÃO E REINTEGRAÇÃO”, encontramos as seguintes Diretrizes: 27) Promover a reabilitação dos profissionais de segurança pública que adquiram lesões, traumas, deficiências ou doenças ocupacionais em decorrência do exercício de suas atividades. 28) Consolidar, como valor institucional, a importância da readaptação e da reintegração dos profissionais de segurança pública ao trabalho em casos de lesões, traumas, deficiências ou doenças ocupacionais adquiridos em decorrência do exercício de suas atividades. 29) Viabilizar mecanismos de readaptação dos profissionais de POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 20 segurança pública e deslocamento para novas funções ou postos de trabalho como alternativa ao afastamento definitivo e à inatividade em decorrência de acidente de trabalho, ferimentos ou seqüelas. Finalidade: Estas diretrizes pretendem evitar a exclusão dos profissionais de segurança pública lesionados em virtude do ofício. Em relação ao tema “DIGNIDADE E SEGURANÇA NO TRABALHO”, encontramos as seguintes Diretrizes: 30) Manter política abrangente de prevenção de acidentes e ferimentos, incluindo a padronização de métodos e rotinas, atividades de atualização e capacitação, bem como a constituição de comissão especializada para coordenar esse trabalho. 31) Garantir aos profissionais de segurança pública acesso ágil e permanente a toda informação necessária para o correto desempenho de suas funções, especialmente no tocante à legislação a ser observada. 32) Erradicar todas as formas de punição envolvendo maus tratos, tratamento cruel, desumano ou degradante contra os profissionais de segurança pública, tanto no cotidiano funcional como em atividades de formação e treinamento. 33) Combater o assédio sexual e moral nas instituições, veiculando campanhas internas de educação e garantindo canais para o recebimento e apuração de denúncias. 34) Garantir que todos os atos decisórios de superiores hierárquicos dispondo sobre punições, escalas, lotação e transferências sejam devidamente motivados e fundamentados. 35) Assegurar a regulamentação da jornada de trabalho dos profissionais de segurança pública, garantindo o exercício do direito à convivência familiar e comunitária. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 21 Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover melhores condições de trabalho para os profissionais de segurança pública, buscando uma mudança de cultura organizacional. Em relação ao tema “SEGUROS E AUXÍLIOS”, encontramos as seguintes Diretrizes: 36) Apoiar projetos de leis que instituam seguro especial aos profissionais de segurança pública, para casos de acidentes e traumas incapacitantes ou morte em serviço. 37) Organizar serviços de apoio, orientação psicológica e assistência social às famílias de profissionais de segurança pública para casos de morte em serviço. 38) Estimular a instituição de auxílio-funeral destinado às famílias de profissionais de segurança pública ativos e inativos. Finalidade: Estas diretrizes pretendem prover para os profissionais de segurança pública, serviços de seguro e assistência securitária. Em relação ao tema “ASSISTÊNCIA JURÍDICA”, encontramos as seguintes Diretrizes: 39) Firmar parcerias com Defensorias Públicas, serviços de atendimento jurídico de faculdades de Direito, núcleos de advocacia pro bono e outras instâncias de advocacia gratuita para assessoramento e defesa dos profissionais de segurança pública, em casos decorrentes do exercício profissional. 40) Proporcionar assistência jurídica para fins de recebimento de seguro, pensão, auxílio ou outro direito de familiares, em caso de morte do profissional de segurança pública. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 22 Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover serviços de assistência judiciária para os profissionais de segurança pública. Em relação ao tema “HABITAÇÃO”, encontramos as seguintes Diretrizes: 41) Garantir a implementação e a divulgação de políticas e planos de habitação voltados aos profissionais de segurança pública, com a concessão de créditos e financiamentos diferenciados. Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover condições facilitadas de acesso à moradia para os profissionais de segurança pública. Em relação ao tema “CULTURA E LAZER”, encontramos as seguintes Diretrizes: 42) Conceber programas e parcerias que estimulem o acesso à cultura pelos profissionais de segurança pública e suas famílias, mediante vales para desconto ou ingresso gratuito em cinemas, teatros, museus e outras atividades, e que garantam o incentivo à produção cultural própria. 43) Promover e estimular a realização de atividades culturais e esportivas nas instalações físicas de academias de polícia, quartéis e outros prédios das corporações, em finais de semana ou outros horários de disponibilidade de espaços e equipamentos. 44) Estimular a realização de atividades culturais e esportivas desenvolvidas por associações, sindicatos e clubes dos profissionais de segurança pública. Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover o acesso à cultura dos profissionais de segurança pública. Em relação ao tema “EDUCAÇÃO”, encontramos as seguintes POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 23 Diretrizes: 45) Estimular os profissionais de segurança pública a freqüentar programas de formação continuada, estabelecendo como objetivo de longo prazo a universalização da graduação universitária. 46) Promover a adequação dos currículos das academias à Matriz Curricular Nacional, assegurando a inclusão de disciplinas voltadas ao ensino e à compreensão do sistema e da política nacional de segurança pública e dos Direitos Humanos. 47) Promover nas instituições de segurança pública uma cultura que valorize o aprimoramento profissional constante de seus servidores também em outras áreas do conhecimento, distintas da segurança pública. 48) Estimular iniciativas voltadas ao aperfeiçoamento profissional e à formação continuada dos profissionais de segurança pública, como o projeto de ensino a distância do governo federal e a Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (Renaesp). 49) Assegurar o aperfeiçoamento profissional e a formação continuada como direitos do profissional de segurança pública. Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover o acesso à educação dos profissionais de segurança pública. Em relação ao tema “PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS”, encontramos as seguintes Diretrizes: 50) Assegurar a produção e divulgação regular de dados e números envolvendo mortes, lesões e doenças graves sofridas por profissionais de segurança pública no exercício ou em decorrência da profissão. 51) Utilizar os dados sobreos processos disciplinares e administrativos movidos em face de profissionais de segurança pública para identificar vulnerabilidades dos treinamentos e inadequações na gestão de POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 24 recursos humanos. 52) Aprofundar e sistematizar os conhecimentos sobre diagnose e prevenção de doenças ocupacionais entre profissionais de segurança pública. 53) Identificar locais com condições de trabalho especialmente perigosas ou insalubres, visando à prevenção e redução de danos e de riscos à vida e à saúde dos profissionais de segurança pública. 54) Estimular parcerias entre universidades e instituições de segurança pública para diagnóstico e elaboração de projetos voltados à melhoria das condições de trabalho dos profissionais de segurança pública. 55) Realizar estudos e pesquisas com a participação de profissionais de segurança pública sobre suas condições de trabalho e a eficácia dos programas e serviços a eles disponibilizados por suas instituições. Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover a produção de conhecimento sobre a realidade dos profissionais de segurança pública. Em relação ao tema “ESTRUTURAS E EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS”, encontramos as seguintes Diretrizes: 56) Constituir núcleos, divisões e unidades especializadas em Direitos Humanos nas academias e na estrutura regular das instituições de segurança pública, incluindo entre suas tarefas a elaboração de livros, cartilhas e outras publicações que divulguem dados e conhecimentos sobre o tema. 57) Promover a multiplicação de cursos avançados de Direitos Humanos nas instituições, que contemplem o ensino de matérias práticas e teóricas e adotem o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos como referência. 58) Atualizar permanentemente o ensino de Direitos Humanos nas academias, reforçando nos cursos a compreensão de que os profissionais de segurança pública também são titulares de Direitos Humanos, devem agir POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 25 como defensores e promotores desses direitos e precisam ser vistos desta forma pela comunidade. 59) Direcionar as atividades de formação no sentido de consolidar a compreensão de que a atuação do profissional de segurança pública orientada por padrões internacionais de respeito aos Direitos Humanos não dificulta, nem enfraquece a atividade das instituições de segurança pública, mas confere-lhes credibilidade, respeito social e eficiência superior. Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover uma cultura de direitos humanos para os profissionais de segurança pública. Em relação ao tema “VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL”, encontramos as seguintes Diretrizes: 60) Contribuir para a implementação de planos voltados à valorização profissional e social dos profissionais de segurança pública, assegurado o respeito a critérios básicos de dignidade salarial. 61) Multiplicar iniciativas para promoção da saúde e da qualidade de vida dos profissionais de segurança pública 62) Apoiar o desenvolvimento, a regulamentação e o aperfeiçoamento dos programas de atenção biopsicossocial já existentes. 63) Profissionalizar a gestão das instituições de segurança pública, fortalecendo uma cultura gerencial enfocada na necessidade de elaborar diagnósticos, planejar, definir metas explícitas e monitorar seu cumprimento. 64) Ampliar a formação técnica específica para gestores da área de segurança pública. 65) Veicular campanhas de valorização profissional voltadas ao fortalecimento da imagem institucional dos profissionais de segurança pública. 66) Definir e monitorar indicadores de satisfação e de realização profissional dos profissionais de segurança pública. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 26 67) Estimular a participação dos profissionais de segurança pública na elaboração de todas as políticas e programas que os envolvam. Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover uma valorização das carreiras dos profissionais de segurança pública. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 27 16. Continuação da aula 4: Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública. Como foi citado no tópico anterior, a política setorial de promoção e defesa dos direitos humanos dos profissionais de segurança pública é desenvolvida por meio de DIRETRIZES para os órgãos de segurança pública. Agora, neste tópico da aula iremos estudar as diretrizes previstas na Portaria Interministerial nº 4.226, de 31 de dezembro de 2010 que estabelece Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública. Antes, importa trazer alguns dados. Atualmente, mais de 20% dos 35 mil homicídios anuais registrados no Brasil resultam de confrontos entre criminosos e policiais ou de balas perdidas nesses confrontos. Este índice poderia ser reduzido à metade caso fossem utilizados instrumentos de menor potencial ofensivo em rotinas operacionais voltadas para preservar a vida e minimizar os danos à integridade dos cidadãos. Em virtude dessa realidade, o Governo Federal decidiu editar uma Portaria Interministerial envolvendo o MJ e a SDH/PR para disciplinar o uso da força pelos órgãos e agentes de segurança pública (Portaria Interministerial nº 4.226, de 31 de dezembro de 2010). Essa Portaria é formada por cinco artigos e dois anexos: Anexo I: contém as 25 Diretrizes. Anexo II: contém um glossário (mini “dicionário”) As Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública são de observância obrigatória pelo: Departamento de Polícia Federal (DPF) Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF) Departamento Penitenciário Nacional (DPN) Força Nacional de Segurança Pública (FNSP). A SDH/PR e o MJ estabelecerão mecanismos para estimular e POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 28 monitorar iniciativas que visem à implementação de ações para efetivação das diretrizes tratadas na Portaria pelos entes federados, respeitada a repartição de competências prevista no art. 144 da Constituição Federal. A Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (SENASP/MJ) levará em consideração a observância das diretrizes tratadas nesta portaria no repasse de recursos aos entes federados. De acordo com a Portaria, a expressão “força” significa a “Intervenção coercitiva imposta à pessoa ou grupo de pessoas por parte do agente de segurança pública com a finalidade de preservar a ordem pública e a lei” (Anexo II). Conforme se observa da Diretriz 1, a Portaria deverá ser interpretada e aplicada em conjunto com alguns dos tratados internacionais de defesa dos direitos humanos assinados pelo Brasil, principalmente: Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pelaAplicação da Lei, adotado pela Assembléia Geral das Nações Unidas (1979); Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adotada pela Assembléia Geral das Nações Unidas (1984); Princípios orientadores para a Aplicação Efetiva do Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (1989); Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Oitavo Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinqüentes (1999). De acordo com a Diretriz 2 da Portaria, o uso da força deverá obedecer aos seguintes princípios: Legalidade Necessidade POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 29 Proporcionalidade Moderação Conveniência O princípio da legalidade significa que os agentes de segurança pública SÓ poderão utilizar a força para a consecução de um objetivo legal e nos estritos limites da lei. O princípio da necessidade significa que determinado nível de força só pode ser empregado quando níveis de menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos. O princípio da proporcionalidade significa que o NÍVEL da força utilizado deve sempre ser compatível com a gravidade da ameaça representada pela ação do opositor e com os objetivos pretendidos pelo agente de segurança pública. O princípio da moderação significa que o emprego da força pelos agentes de segurança pública deve sempre que possível, além de proporcional, ser moderado, visando sempre reduzir o emprego da força. O princípio da conveniência significa que a força NÃO poderá ser empregada quando, em função do contexto, possa ocasionar danos de maior relevância do que os objetivos legais pretendidos. Segundo a Diretriz 3, os agentes de segurança pública NÃO deverão disparar armas de fogo contra pessoas, EXCETO nos seguintes casos: Legítima defesa própria Legítima defesa de terceiro Contra perigo iminente de morte Contra perigo iminente de lesão grave Também NÃO é legítimo o uso de armas de fogo: Contra pessoa em fuga que esteja desarmada ou que, mesmo na posse de algum tipo de arma, não represente risco imediato de morte ou de lesão grave aos agentes de segurança pública ou terceiros (Diretriz 4). POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 30 Contra veículo que desrespeite bloqueio policial em via pública, a não ser que o ato represente um risco imediato de morte ou lesão grave aos agentes de segurança pública ou terceiros (Diretriz 5). Os chamados "disparos de advertência" NÃO são considerados prática aceitável, por não atenderem aos princípios elencados na Diretriz n.º 2 e em razão da imprevisibilidade de seus efeitos (Diretriz 6). O ato de apontar arma de fogo contra pessoas durante os procedimentos de abordagem NÃO deverá ser uma prática rotineira e indiscriminada (Diretriz 7). Todo agente de segurança pública que, em razão da sua função, possa vir a se envolver em situações de uso da força, DEVERÁ portar no mínimo 2 (dois) instrumentos de menor potencial ofensivo e equipamentos de proteção necessários à atuação específica, independentemente de portar ou não arma de fogo (Diretriz 8). De acordo com a Diretriz 9, os órgãos de segurança pública deverão editar atos normativos disciplinando o uso da força por seus agentes, definindo objetivamente: os tipos de instrumentos e técnicas autorizadas; as circunstâncias técnicas adequadas à sua utilização, ao ambiente/entorno e ao risco potencial a terceiros não envolvidos no evento; o conteúdo e a carga horária mínima para habilitação e atualização periódica ao uso de cada tipo de instrumento; a proibição de uso de armas de fogo e munições que provoquem lesões desnecessárias e risco injustificado; e o controle sobre a guarda e utilização de armas e munições pelo agente de segurança pública. Atenção! Quando o uso da força causar a lesão ou morte de pessoa, existem duas diretrizes que determinam condutas específicas para o agente de segurança pública (Diretriz 10) e para os órgãos de segurança pública (Diretriz 11). POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 31 De acordo com a Diretriz 10, quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o AGENTE de segurança pública envolvido deverá realizar as seguintes ações: facilitar a prestação de socorro ou assistência médica aos feridos; promover a correta preservação do local da ocorrência; comunicar o fato ao seu superior imediato e à autoridade competente; e preencher o relatório individual correspondente sobre o uso da força, disciplinado na Diretriz n.º 22. De acordo com a Diretriz 11, quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o ÓRGÃO de segurança pública deverá realizar as seguintes ações: recolher e identificar as armas e munições de todos os envolvidos, vinculando-as aos seus respectivos portadores no momento da ocorrência; solicitar perícia criminalística para o exame de local e objetos bem como exames médico-legais; comunicar os fatos aos familiares ou amigos da(s) pessoa(s) ferida(s) ou morta(s); iniciar, por meio da Corregedoria da instituição, ou órgão equivalente, investigação imediata dos fatos e circunstâncias do emprego da força; promover a assistência médica às pessoas feridas em decorrência da intervenção, incluindo atenção às possíveis seqüelas; promover o devido acompanhamento psicológico aos agentes de segurança pública envolvidos, permitindo-lhes superar ou minimizar os efeitos decorrentes do fato ocorrido; e afastar temporariamente do serviço operacional, para POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 32 avaliação psicológica e redução do estresse, os agentes de segurança pública envolvidos diretamente em ocorrências com resultado letal. Os critérios de recrutamento e seleção para os agentes de segurança pública deverão levar em consideração o perfil psicológico necessário para lidar com situações de estresse e uso da força e arma de fogo (Diretriz 12). Os processos seletivos para ingresso nas instituições de segurança pública e os cursos de formação e especialização dos agentes de segurança pública devem incluir conteúdos relativos a direitos humanos (Diretriz 13). As atividades de treinamento fazem parte do trabalho rotineiro do agente de segurança pública e não deverão ser realizadas em seu horário de folga, de maneira a serem preservados os períodos de descanso, lazer e convivência sócio-familiar (Diretriz 14). A seleção de instrutores para ministrarem aula em qualquer assunto que englobe o uso da força deverá levar em conta análise rigorosa de seu currículo formal e tempo de serviço, áreas de atuação, experiências anteriores em atividadesfim, registros funcionais, formação em direitos humanos e nivelamento em ensino. Os instrutores deverão ser submetidos à aferição de conhecimentos teóricos e práticos e sua atuação deve ser avaliada (Diretriz 15). Deverão ser elaborados procedimentos de habilitação para o uso de cada tipo de arma de fogo e instrumento de menor potencial ofensivo que incluam avaliação técnica, psicológica, física e treinamento específico, com previsão de revisão periódica mínima (Diretriz 16). Nenhum agente de segurança pública deverá portar armas de fogo ou instrumento de menor potencial ofensivo para o qual NÃO esteja devidamente habilitado e sempre que um novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial ofensivo for introduzido na instituição deverá ser estabelecido um módulo de treinamento específico com vistas à habilitação do agente (Diretriz 17). A renovação da habilitação para uso de armas de fogo em serviço deve ser feita com periodicidade mínima de 1 (um) ano (Diretriz 18). POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 33 Deverá ser estimulado e priorizado, sempre que possível, o uso de técnicas e instrumentos de menor potencial ofensivo pelos agentes de segurança pública, de acordo com a especificidade da função operacional e sem se restringir às unidades especializadas (Diretriz 19). Deverão ser incluídos nos currículos dos cursos de formação e programas de educação continuada conteúdos sobre técnicas e instrumentos de menor potencial ofensivo (Diretriz 20). As armas de menor potencial ofensivo deverão ser separadas e identificadas de forma diferenciada, conforme a necessidade operacional (Diretriz 21). O uso de técnicas de menor potencial ofensivo deve ser constantemente avaliado (Diretriz 22). Os órgãos de segurança pública deverão criar comissões internas de controle e acompanhamento da letalidade, com o objetivo de monitorar o uso efetivo da força pelos seus agentes (Diretriz 23). De acordo com a Diretriz 24, Os agentes de segurança pública deverão preencher um relatório individual todas as vezes que dispararem arma de fogo e/ou fizerem uso de instrumentos de menor potencial ofensivo, ocasionando lesões ou mortes. O relatório deverá ser encaminhado à comissão interna mencionada na Diretriz n.º 23 e deverá conter no mínimo as seguintes informações: circunstâncias e justificativa que levaram o uso da força ou de arma de fogo por parte do agente de segurança pública; medidas adotadas antes de efetuar os disparos/usar instrumentos de menor potencial ofensivo, ou as razões pelas quais elas não puderam ser contempladas; tipo de arma e de munição, quantidade de disparos efetuados, distância e pessoa contra a qual foi disparada a arma; instrumento(s) de menor potencial ofensivo utilizado(s), especificando a freqüência, a distância e a pessoa contra a qual foi utilizado o instrumento; POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 6 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 34 quantidade de agentes de segurança pública feridos ou mortos na ocorrência, meio e natureza da lesão; quantidade de feridos e/ou mortos atingidos pelos disparos efetuados pelo(s) agente(s) de segurança pública; número de feridos e/ou mortos atingidos pelos instrumentos de menor potencial ofensivo utilizados pelo(s) agente(s) de segurança pública; número total de feridos e/ou mortos durante a missão; quantidade de projéteis disparados que atingiram pessoas e as respectivas regiões corporais atingidas; quantidade de pessoas atingidas pelos instrumentos de menor potencial ofensivo e as respectivas regiões corporais atingidas; ações realizadas para facilitar a assistência e/ou auxílio médico, quando for o caso; e se houve preservação do local e, em caso negativo, apresentar justificativa. Os órgãos de segurança pública deverão, observada a legislação pertinente, oferecer possibilidades de reabilitação e reintegração ao trabalho aos agentes de segurança pública que adquirirem deficiência física em decorrência do desempenho de suas atividades (Diretriz 25). POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 6 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 35 EXERCÍCIOS COMENTADOS QUESTÃO 86 (CNJ – Analista Judiciário – 2012 - CESPE): No que se refere a monismo e a pluralismo jurídico, julgue o item subsecutivo: O pluralismo jurídico é característico dos movimentos de esquerda, o que inviabiliza a existência de posições conservadoras em sua defesa. COMENTÁRIOS: Na perspectiva do pluralismo jurídico, existem grupos específicos que produzem uma ordem jurídica aplicável a seus membros, normas jurídicas também dotadas de coerção, com a diferença que se restringem aos membros daqueles grupos específicos. São exemplos de grupos específicos: a Igreja Católica que possui poder para instituir o Direito Canônico; as entidades esportivas (ex. a FIFA) que possuem normas e tribunais próprios que formam a Lex Desportiva (Direito Desportivo); os povos indígenas que têm reconhecido o direito de impor normas regulando suas comunidades, o chamado Direito Indígena. Portanto, o pluralismo jurídico NÃO é um elemento característico exclusivamente dos movimentos de esquerda, mas uma realidade reconhecida, inclusive, por diversos autores de posições conservadoras em sua defesa, como Miguel Reale. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 87 (CNJ – Analista Judiciário – 2012 - CESPE): No que se refere a monismo e a pluralismo jurídico, julgue o item subsecutivo: O pluralismo jurídico propõe um novo paradigma na cultura jurídica embasado POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 6 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 36 no pressuposto de que são insuficientes os modelos jurídicos oficiais em termos de participação. COMENTÁRIOS: Na perspectiva do pluralismo jurídico, existem grupos específicos que produzem uma ordem jurídica aplicável a seus membros, normas jurídicas também dotadas de coerção, com a diferença que se restringem aos membros daqueles grupos específicos. Assim, de acordo com o PLURALISMO JURÍDICO, verifica-se uma coexistência, ou seja, uma existência em comum, entre a ordem jurídica estatal (criada pelo Estado conforme o disposto em uma Constituição) e as ordens jurídicas dos grupos sociais. O pluralismo jurídico propõe um novo paradigma na cultura jurídica embasado no pressuposto de que são insuficientes os modelos jurídicos oficiais em termos de participação. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 88 (CNJ – Analista Judiciário – 2012 - CESPE): No que se refere a monismo e a pluralismo jurídico, julgue o item subsecutivo: A perspectiva tradicional, denominada de monismo jurídico, consolida o monopólio da juridicidade por parte do Estado. COMENTÁRIOS: O pluralismo jurídico deriva do fato de que o Estado NÃO é a única instituição no âmbito da sociedade que tem o poder de impor uma ordem jurídica dotada de coerção, ou seja,de uma legislação de cumprimento obrigatório por todos os indivíduos de uma sociedade, estando autorizada a POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 6 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 37 aplicação de sanções contra aqueles que a descumprirem. Defendem essa corrente: Antônio Carlos Wolkmer, Miguel Reale e entre outros. A perspectiva tradicional, denominada de monismo jurídico, consolida o monopólio da juridicidade por parte do Estado, ou seja, o Estado seria a única instância que estaria autorizada a produzir o direito. O principal defensor dessa corrente seria Hans Kelsen. Assim, a produção do direito compreende duas perspectivas: Monismo jurídico Pluralismo jurídico RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 89 (CNJ – Analista Judiciário – 2012 - CESPE): Algumas recentes políticas de inclusão social do governo federal foram objeto de críticas reveladoras de perspectivas teórico-ideológicas, concepções econômicas, padrões culturais e preconceitos sociais presentes na sociedade brasileira. Acerca desse assunto, julgue o seguinte item: Houve um maior destaque para a democratização do acesso à justiça no Brasil depois de promulgada a Constituição Federal de 1988, mas este desafio persiste e é uma das preocupações dos poderes Executivo e Judiciário nos últimos anos, tendo sido reafirmada no II Pacto Republicano de Estado por um Sistema de Justiça mais Acessível, Ágil e Efetivo. COMENTÁRIOS: Em relação à perspectiva sociológica do acesso à justiça, de fato, houve um maior destaque para a democratização do acesso à justiça no Brasil depois de promulgada a Constituição Federal de 1988, conforme se infere do art. 5º, XXXV. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 6 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 38 Mas este desafio persiste e é uma das preocupações dos poderes Executivo e Judiciário nos últimos anos, tendo sido reafirmada no II Pacto Republicano de Estado por um Sistema de Justiça mais Acessível, Ágil e Efetivo, pacto celebrado em 2009. Logo, o enunciado está correto. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 90 (PRF - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): Na perspectiva sociológica, a noção de igualdade jurídica é uma igualdade material, em que todos têm direito igual a sua diferença, desde que ela seja expressa em termos aceitáveis pela sociedade local. COMENTÁRIOS: Igualdade material significa a igualdade real. Não é o que ocorre com a igualdade jurídica, pois, na perspectiva sociológica, a noção de igualdade jurídica é uma igualdade formal, em que todos têm direito igual a sua diferença, desde que ela seja expressa em termos aceitáveis pela sociedade local. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 91 (PRF - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): O acesso à justiça teria sido influenciado por quatro ondas que impactaram na construção do atual conceito: 1ª onda: assistência judiciária gratuita aos pobres; 2ª onda: proteção judicial aos interesses difusos; 3ª onda: meios POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 6 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 39 alternativos de solução de conflitos; 4ª onda: simplificação do direito. COMENTÁRIOS: O acesso à justiça é um conceito que evoluiu com o tempo. Segundo Mauro Cappelletti, inicialmente, ele significava o direito formal do indivíduo, que tinha seu direito violado, de propor ou contestar uma ação, ou seja, de ser parte em um processo judicial perante os tribunais. Na atualidade, o ACESSO À JUSTIÇA tem sido entendido como o direito ao acesso efetivo à Justiça, ou seja, o direito do indivíduo de não sofrer prejuízos durante a sua participação no processo judicial, em razão de quaisquer diferenças sociais, econômicas e culturais que existam entre as partes. O acesso à justiça teria sido influenciado por três ondas (tendências) que impactaram na construção do atual conceito: 1ª onda: assistência judiciária gratuita aos pobres. 2ª onda: proteção judicial aos interesses difusos. 3ª onda: incentivo aos meios alternativos de solução de conflitos (mediação, conciliação, arbitragem) e simplificação do direito. A primeira onda surgiu pelo fato de que os mais pobres não POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 6 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 40 tinham condições financeiras para arcar com as custas processuais, bem como com os advogados. Nesse contexto, é formulada a idéia de assistência judiciária gratuita que visava incluir os desfavorecidos social e economicamente. A segunda onda surgiu em virtude das dificuldades que o processo civil e criminal tradicional colocava à proteção de alguns interesses difusos e coletivos. Assim, foram criados mecanismos judiciais para a proteção desses interesses. A terceira onda chamada de enfoque sobre o acesso à justiça surgiu em virtude do incentivo aos meios alternativos de solução de conflitos, mecanismos que seriam alternativos ao próprio processo judicial, a exemplo da mediação, da conciliação e da arbitragem, além de reformas legislativas visando a simplificação do direito. Não existe uma quarta onda. O que o enunciado da questão chama de quarta onda são desdobramento da terceira onda. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 92 (PRF - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): A primeira onda do acesso à justiça surgiu pelo fato de que os mais pobres não tinham condições financeiras para arcar com as custas processuais, bem como com os advogados. Nesse contexto, é formulada a idéia de assistência judiciária gratuita que visava incluir os desfavorecidos social e economicamente. COMENTÁRIOS: Questão correta, pois o acesso à justiça teria sido influenciado por três ondas (tendências) que impactaram na construção do atual conceito: POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 6 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 41 1ª onda: assistência judiciária gratuita aos pobres. 2ª onda: proteção judicial aos interesses difusos. 3ª onda: incentivo aos meios alternativos de solução de conflitos (mediação, conciliação, arbitragem) e simplificação do direito. A primeira onda surgiu pelo fato de que os mais pobres não tinham condições financeiras para arcar com as custas processuais, bem como com os advogados. Nesse contexto, é formulada a idéia de assistência judiciária gratuita que visava incluir os desfavorecidos social e economicamente. A segunda onda surgiu em virtude das dificuldades que o processo civil e criminal tradicional colocava à proteção dealguns interesses difusos e coletivos. Assim, foram criados mecanismos judiciais para a proteção desses interesses. A terceira onda chamada de enfoque sobre o acesso à justiça surgiu em virtude do incentivo aos meios alternativos de solução de conflitos, mecanismos que seriam alternativos ao próprio processo judicial, a exemplo da mediação, da conciliação e da arbitragem, além de reformas legislativas visando a simplificação do direito. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 93 (PRF - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes). Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): A segunda onda surgiu em virtude dos incentivos que o processo civil e criminal tradicional colocava à proteção de alguns interesses difusos e coletivos. Assim, foram ampliados os mecanismos judiciais para a proteção desses interesses. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 6 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 42 COMENTÁRIOS: A segunda onda surgiu em virtude das dificuldades, verdadeiras barreiras, que o processo civil e criminal tradicional colocava à proteção de alguns interesses difusos e coletivos. Assim, foram criados mecanismos judiciais para a proteção desses interesses. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 94 (PRF - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes). Considere a afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): O incentivo ao uso de meios alternativos à solução de conflitos como a mediação e a conciliação constituem tendências da chamada terceira onda do acesso à justiça. COMENTÁRIOS: Como já vimos anteriormente, a terceira onda chamada de enfoque sobre o acesso à justiça surgiu em virtude do incentivo aos meios alternativos de solução de conflitos, mecanismos que seriam alternativos ao próprio processo judicial, a exemplo da mediação, da conciliação e da arbitragem, além de reformas legislativas visando a simplificação do direito. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 95 (CNJ – Analista Judiciário – 2012 – CESPE - Adaptada): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): A existência e o reconhecimento de ordens jurídicas locais enfraquecem o poder do Estado e devem ser reprimidos pela ação do Poder Executivo e do POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 6 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 43 Poder Judiciário. COMENTÁRIOS: Um outro conceito que é interessante para a compreensão dessa realidade é a idéia de domínio público. O domínio público é o local controlado pelo Estado. Portanto, temos dois conceitos antagônicos, ou seja, conflitantes que precisam ser expostos: Espaço público = local da sociedade civil ou dos cidadãos Domínio público = local controlado pelo Estado Cada vez mais o domínio público tem sido um lugar apropriado particularizadamente, seja pelo Estado, seja por outros membros da sociedade autorizados, ou não, pelo aparato estatal, e por isso, sempre, aparentemente, esse domínio se mostra opaco, caótico e imprevisível ao olhar coletivo, dando a sensação de que a República é tudo menos uma “coisa pública”. Tradicionalmente, esse domínio público busca ter o monopólio da ordem jurídica, ou seja, do poder de criação de normas jurídicas. Todavia, com o avanço de idéias invocando o pluralismo jurídico e o destaque que a noção de espaço público tem alcançando tem repercutido na existência e no reconhecimento de ordens jurídicas locais. Assim, essas ordens jurídicas locais, longe de representarem um enfraquecimento do poder do Estado, elas contribuem para o fortalecimento da idéia de espaço público e devem ser estimuladas e NÃO reprimidas pela ação do Poder Executivo e do Poder Judiciário. RESPOSTA CERTA: E POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 6 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 44 QUESTÃO 96 (CNJ – Analista Judiciário – 2012 – CESPE - Adaptada): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): A criação dos juizados especiais criminais, em 1995, ocorreu a partir de longo debate teórico e político a respeito do que seriam delitos de menor potencial ofensivo. COMENTÁRIOS: Além da Emenda nº 45/2004, outro elemento importante foi a criação dos juizados especiais criminais, no ano de 1995, a despeito da Constituição Federal de 1988 prever a necessidade de criação desses juizados desde a data de sua promulgação. A demora para a instituição dessas instâncias judiciais ocorreu em virtude do longo debate teórico e político a respeito do que seriam delitos de menor potencial ofensivo. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 97 (CNJ – Analista Judiciário – 2012 – CESPE - Adaptada): Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): Embora o Poder Judiciário tenha promovido mudanças na tentativa de democratizar o acesso à Justiça, considera-se que esse ainda atue como reprodutor de desigualdades sociais. COMENTÁRIOS: O Poder Judiciário vem buscando estar atento ao novo enfoque do acesso à justiça para fins de desenvolvimento de seu papel como administrador de conflitos. Na realidade brasileira, isto foi verificado com a Reforma do Judiciário ocorrida por meio da Emenda nº 45/2004. POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL TEORIA E EXERCÍCIOS AULA 6 PROF: RICARDO GOMES www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Ricardo Gomes 45 Ademais, a criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), proporcionada pela citada Emenda Constitucional, e o papel desempenhado pela Corregedoria do CNJ, além de algumas iniciativas como as metas do Poder Judiciário, a Semana Nacional de Conciliação, mutirões de análise do cumprimento de penas, vem contribuindo para uma busca de superação de algumas barreiras ao acesso efetivo à Justiça, bem como a redução das desigualdades sociais envolvendo as partes. Nesse sentido, aprofundando essa realidade, a socióloga Jacqueline Sinhoretto afirma que existem quatro intensidades de Justiça, ou seja, quatro modalidades de administração institucional de conflitos: Intensidades Formas de administração de conflitos Primeira - Poder Judiciário eficiente para ambas as partes (situação dos “grandes casos” nos Tribunais Superiores) Segunda - “Justiça comum”: o Poder Judiciário com suas ineficiências, formalidades, desigualdades sociais entre as partes e barreiras ao acesso à justiça. Terceira - Juizados especiais Quarta - Meios alternativos e informais de solução de conflitos recepcionados pelo Estado (conciliação, mediação...) - Meios ilegais (violência policia, milícias...) Nesse quadro, o Poder Judiciário vem promovendo mudanças na tentativa de democratizar o acesso à Justiça, NÃO sendo mais uma instituição reprodutora das desigualdades, mas um aparato estatal que busca superar as desigualdades sociais para promover o acesso à Justiça. RESPOSTA CERTA: E POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL TEORIA E EXERCÍCIOS AULA