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PRF Direitos Humanos Aula 06 - Policia Rodoviária Federal

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POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (PRF) 
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA – TEORIA E EXERCÍCIOS 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
AULA 6 
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Prezados Alunos! 
Segue a Aula 6 de Direitos Humanos! 
Bons estudos! 
Ricardo Gomes 
 
QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
 Aplicações da perspectiva sociológica a temas e 
problemas contemporâneos da sociedade brasileira: a 
questão da igualdade jurídica e dos direitos de 
cidadania, o pluralismo jurídico, acesso à justiça. 
 Práticas judiciárias e policiais no espaço público. 
Aula 6 
 
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 Administração institucional de conflitos no espaço 
público. 
 Diretrizes Nacionais de Promoção e Defesa dos Direitos 
Humanos dos Profissionais de Segurança Pública 
(continuação da aula 4) 
 Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de 
Segurança Pública (continuação da aula 4) 
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12. Aplicações da perspectiva sociológica a temas 
e problemas contemporâneos da sociedade brasileira: a 
questão da igualdade jurídica e dos direitos de cidadania, o 
pluralismo jurídico, acesso à justiça. 
 
No edital do concurso para a PRF, foram selecionados alguns 
temas e problemas contemporâneos que guardariam alguma relação com a 
carreira e que têm sido objeto de análises sob uma perspectiva sociológica. 
Os problemas contemporâneos listados são: 
 Igualdade jurídica 
 Direitos de cidadania 
 Pluralismo jurídico 
 Acesso à justiça 
Tais temas estão diretamente ligados com a nossa estrutura social, 
com a situação de desigualdade social que ainda marca profundamente a 
sociedade brasileira. Estas questões estruturais têm impactos sobre toda a 
política de segurança pública e sua interface com os diretos humanos. 
Para entendermos bem as aplicações da perspectiva sociológica a 
tais problemáticas, é necessário discorrer um pouco sobre esses temas, 
abordando conceitos e características, para então passar à abordagem 
sociológica no contexto dos direitos humanos. 
A igualdade jurídica está prevista expressamente na Constituição 
brasileira de 1988, destacando-se o art. 3º, IV, e o art. 5º, caput: 
“Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil: 
(...) 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, 
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação. 
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: (...)” 
Contemporaneamente, a igualdade jurídica tem sido entendida 
como o tratamento dos indivíduos sem distinções, ressalvando-se os casos em 
que houver desigualdades estruturais ou históricas que permitirão ao Estado 
intervir para promover a isonomia. 
A IGUALDADE JURÍDICA pode ser sintetizada na seguinte fórmula 
criada por Aristóteles e que até hoje é atual: 
Tratar igualmente os iguais e desigualmente os 
desiguais, na medida das suas desigualdades. 
Na perspectiva sociológica, a noção de igualdade jurídica é uma 
igualdade formal, em que todos têm direito igual a sua diferença, desde que 
ela seja expressa em termos aceitáveis pela sociedade local. 
A palavra cidadania possui dois sentidos: 
 Cidadania em sentido estrito 
 Cidadania em sentido amplo 
A cidadania em sentido estrito se refere ao direito político ativo, 
ou seja, o direito de votar, condição que é comprovada por meio do título 
eleitoral ou documento equivalente (art. 1º, § 3º, da Lei nº 4.717, de 1965). 
Observação! Os direitos políticos podem ser: 
 Ativo: direito de votar, ou seja, de ser alistado 
eleitoralmente. 
 Passivo: direito de ser votado, ou seja, de ser candidato. 
A cidadania em sentido amplo se refere aos direitos que o 
indivíduo tem de usufruir dos direitos e garantias fundamentais, de maneira 
que o Estado se encontra vinculado e obrigado com respeitar tais direitos. 
Os DIREITOS DE CIDADANIA são definidos por Hannah Arendt 
como os direitos que permitem aos indivíduos obterem os direitos. É o direito a 
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ter direitos. São os direitos relativos à cidadania em sentido amplo. 
O pluralismo jurídico deriva do fato de que o Estado NÃO é a 
única instituição no âmbito da sociedade que tem o poder de impor uma ordem 
jurídica dotada de coerção, ou seja, de uma legislação de cumprimento 
obrigatório por todos os indivíduos de uma sociedade, estando autorizada a 
aplicação de sanções contra aqueles que a descumprirem. Defendem essa 
corrente: Antônio Carlos Wolkmer, Miguel Reale e entre outros. 
A perspectiva tradicional, denominada de monismo jurídico, 
consolida o monopólio da juridicidade por parte do Estado, ou seja, o Estado 
seria a única instância que estaria autorizada a produzir o direito. O principal 
defensor dessa corrente seria Hans Kelsen. 
Assim, a produção do direito compreende duas perspectivas: 
 Monismo jurídico 
 Pluralismo jurídico 
Na perspectiva do pluralismo jurídico, existem grupos específicos 
que produzem uma ordem jurídica aplicável a seus membros, normas jurídicas 
também dotadas de coerção, com a diferença que se restringem aos membros 
daqueles grupos específicos. 
Assim, de acordo com o PLURALISMO JURÍDICO, verifica-se uma 
coexistência, ou seja, uma existência em comum, entre a ordem jurídica 
estatal (criada pelo Estado conforme o disposto em uma Constituição) e as 
ordens jurídicas dos grupos sociais. 
O pluralismo jurídico propõe um novo paradigma na cultura jurídica 
embasado no pressuposto de que são insuficientes os modelos jurídicos oficiais 
em termos de participação. 
São exemplos de grupos específicos: a Igreja Católica que possui 
poder para instituir o Direito Canônico; as entidades esportivas (ex. a FIFA) 
que possuem normas e tribunais próprios que formam a Lex Desportiva 
(Direito Desportivo); os povos indígenas que têm reconhecido o direito de 
impor normas regulando suas comunidades, o chamado Direito Indígena. 
Portanto, o pluralismo jurídico NÃO é um elemento característico 
exclusivamente dos movimentos de esquerda, mas uma realidade reconhecida, 
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inclusive, por diversos autores de posições conservadoras em sua defesa, 
como Miguel Reale. 
O acesso à justiça é um conceito que evoluiu com o tempo. 
Segundo Mauro Cappelletti, inicialmente, ele significava o direito formal do 
indivíduo, que tinha seu direitoviolado, de propor ou contestar uma ação, ou 
seja, de ser parte em um processo judicial perante os tribunais. 
Na atualidade, o ACESSO À JUSTIÇA tem sido entendido como o 
direito ao acesso efetivo à Justiça, ou seja, o direito do indivíduo de não 
sofrer prejuízos durante a sua participação no processo judicial, em razão de 
quaisquer diferenças sociais, econômicas e culturais que existam entre as 
partes. 
 
O acesso à justiça teria sido influenciado por três ondas 
(tendências) que impactaram na construção do atual conceito: 
 1ª onda: assistência judiciária gratuita aos pobres. 
 2ª onda: proteção judicial aos interesses difusos. 
 3ª onda: incentivo aos meios alternativos de solução de 
conflitos (mediação, conciliação, arbitragem) e simplificação 
do direito. 
A primeira onda surgiu pelo fato de que os mais pobres não 
tinham condições financeiras para arcar com as custas processuais, bem como 
com os advogados. Nesse contexto, é formulada a idéia de assistência 
judiciária gratuita que visava incluir os desfavorecidos social e 
economicamente. 
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A segunda onda surgiu em virtude das dificuldades que o 
processo civil e criminal tradicional colocava à proteção de alguns interesses 
difusos e coletivos. Assim, foram criados mecanismos judiciais para a proteção 
desses interesses. 
A terceira onda chamada de enfoque sobre o acesso à justiça 
surgiu em virtude do incentivo aos meios alternativos de solução de conflitos, 
mecanismos que seriam alternativos ao próprio processo judicial, a exemplo da 
mediação, da conciliação e da arbitragem, além de reformas legislativas 
visando a simplificação do direito. 
Em relação à perspectiva sociológica do acesso à justiça, houve um 
maior destaque para a democratização do acesso à justiça no Brasil depois de 
promulgada a Constituição Federal de 1988, mas este desafio persiste e é uma 
das preocupações dos poderes Executivo e Judiciário nos últimos anos, tendo 
sido reafirmada no II Pacto Republicano de Estado por um Sistema de Justiça 
mais Acessível, Ágil e Efetivo, pacto celebrado em 2009. 
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13. Práticas judiciárias e policiais no espaço 
público. 
 
O espaço público é definido por Roberto Kant de Lima como: 
espaço coletivo negociado pelo público que dele faz parte, 
que pertence ao local e que se compromete a conviver com 
as diferenças “normais” num sistema de segregação dos 
iguais, mas diferentes, que procura, assim, prevenir 
explicitamente o conflito latente entre indivíduos únicos 
com interesses divergentes. 
Isto significa que a expressão espaço público vai se referir a todo 
“local” da sociedade em que os indivíduos, de forma coletiva, desenvolvem 
suas relações sociais (econômicas, políticas, culturais, etc.). 
Essa noção de espaço público ultrapassa a idéia de um espaço 
físico, ex. o exercício da liberdade de expressão em um protesto situado em 
uma determinada via pública, alcançando dimensões mais abstratas, ex. o 
exercício dessa mesma liberdade de expressão por meio de uma canção de 
protesto ou em uma rede social na Internet. 
Logo, a principal característica do conceito de espaço público é a 
idéia de um espaço coletivo no qual os indivíduos podem interagir entre si. 
Assim, podemos resumir a idéia de espaço público como o espaço 
da sociedade civil, ou melhor, o espaço dos cidadãos. 
Quando falamos de práticas judiciárias e policiais no espaço público 
estamos falando da presença do Poder Judiciário e do aparato policial na 
sociedade e a forma como essas instituições lidam com os integrantes dessa 
mesma sociedade na condição de cidadãos. 
Um outro conceito que é interessante para a compreensão dessa 
realidade é a idéia de domínio público. O domínio público é o local controlado 
pelo Estado. 
Portanto, temos dois conceitos antagônicos, ou seja, conflitantes 
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que precisam ser expostos: 
Espaço público = local da sociedade civil ou dos cidadãos 
Domínio público = local controlado pelo Estado 
 
Cada vez mais o domínio público tem sido um lugar apropriado 
particularizadamente, seja pelo Estado, seja por outros membros da sociedade 
autorizados, ou não, pelo aparato estatal, e por isso, sempre, aparentemente, 
esse domínio se mostra opaco, caótico e imprevisível ao olhar coletivo, dando 
a sensação de que a República é tudo menos uma “coisa pública”. 
Tradicionalmente, esse domínio público busca ter o monopólio da 
ordem jurídica, ou seja, do poder de criação de normas jurídicas. Todavia, com 
o avanço de idéias invocando o pluralismo jurídico e o destaque que a noção 
de espaço público tem alcançando tem repercutido na existência e no 
reconhecimento de ordens jurídicas locais. 
Assim, essas ordens jurídicas locais, longe de representarem um 
enfraquecimento do poder do Estado, elas contribuem para o fortalecimento da 
idéia de espaço público e devem ser estimuladas e NÃO reprimidas pela ação 
do Poder Executivo e do Poder Judiciário. 
De acordo com os sociólogos e antropólogos do direito, as práticas 
policiais estão tradicionalmente marcadas por seu caráter inquisitorial. Desse 
modo, até para exercer a vigilância da população, supostamente para manter a 
ordem pública, a polícia emprega métodos sigilosos e inquisitoriais 
(vigilância velada), estabelecendo uma relação de desconfiança com a 
população vigiada. 
Ainda de acordo com tal análise, haveria uma ambigüidade 
vivenciada pela polícia brasileira, pois, na prática, caberia às instituições 
policiais o desenvolvimento de duas funções sociais: 
 Vigilância da população, empregando métodos disciplinares e 
poderes de polícia, discricionários; 
 Repressão, com base em princípios e métodos inquisitoriais. 
Em virtude dessa realidade social institucionalizada, na qual, o 
aparato policial é entendido como mecanismo de repressão da criminalidade, a 
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simples presença de um agente policial no espaço público contribuiria para a 
sensação de controle do crime, mesmo em situações que estivesse à margem 
da lei, como o caso das milícias. 
Nesse contexto, a ação das milícias seria considerada uma forma 
legítima de controle da criminalidade nas comunidades, uma vez que envolve a 
presença de policiais e da própria comunidade, apesar de ser uma prática não 
respaldada pelo ordenamento jurídico, o direito formal. 
Deve ser frisado que se trata de uma legitimidade social e NÃO 
jurídica. 
Sobre esse papel social desempenhado por instituições paralelas ao 
Estado, como é o caso das milícias, afirma Felipe Vieira de Souza: 
 No que toca à séria questão da adesão social por meios 
violentos a propostas paralelas, ou pelo menos no que se 
refere à leniência com tais expressões de poder, guardadas 
as devidas proporções e especificidades de cada contexto, 
semelhante ao ocorrido na Itália com relação à Máfia,verificou-se no Rio de Janeiro que a ação das milícias foi 
percebida com tolerância ou mesmo com apoio. 
 
Essas realidades têm despertado perante o próprio Estado o debate 
sobre o controle da atividade policial. 
Em alguns países encontram-se consolidados o instituto do 
Ombudsman, uma espécie de ouvidor com poderes recomendatórios e também 
de controle externo dos agentes públicos. 
No Brasil, não houve a assimilação desse instituto, de modo que 
instituições como as ouvidorias de polícia, junto com as corregedorias, 
somente poderiam realizar o controle interno das práticas violentas por parte 
da polícia. 
Pois, na realidade brasileira, a Constituição Federal de 1988 
estabelece que o controle externo da atividade policial é de competência do 
Ministério Público conforme se observa do art. 129, inc. VII, a seguir: 
 
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Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
(...) VII – exercer o controle externo da atividade policial, 
na forma da lei complementar mencionada no artigo 
anterior. 
A Lei Complementar nº 75, de 1993 (Lei Orgânica do Ministério 
Público - LOMP) é a lei complementar a que se refere o dispositivo 
constitucional citado acima e ela mantém o que consta no texto da 
Constituição quanto ao Ministério Público ser o único órgão expressamente 
mencionado como competente para o exercício do controle externo da 
atividade policial. 
Podemos concluir que a Constituição Federal de 1988 define que o 
Ministério Público é a ÚNICA instituição autorizada a realizar o controle externo 
da atividade policial. 
 
 
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14. Administração institucional de conflitos no 
espaço público. 
 
Os sistemas judiciários têm uma de suas principais ênfases na 
administração de conflitos na sociedade. Isto significa que, na realidade 
brasileira, o Poder Judiciário é a principal instituição responsável pela 
administração institucional de conflitos no espaço público. 
Como o Judiciário administra os conflitos no espaço público? 
Inicialmente, é preciso entender as concepções sociológicas do 
conflito, para então, passar a ver como ocorre a administração institucional de 
conflitos no espaço público. 
Existem duas formas de se compreender os conflitos: 
 Negativa 
 Positiva 
Sob a forma negativa, os conflitos são entendidos como uma fonte 
de desordem e quebra da harmonia social, consequentemente, deve ser 
submetida à repressão ou punição exemplar. 
Sob a forma positiva, os conflitos são entendidos como uma 
realidade inevitável para a vida social que se for devidamente solucionado 
pode vir a se transformar em uma fonte de ordem. 
Em várias partes do Planeta, os conflitos são tratados em função 
de sua natureza. Existem conflitos classificados como "menores", produto de 
relações de proximidade (vizinhança, parentesco, afinidade, amizade) e 
aqueles considerados pelo Direito como "macrocriminalidade" ou "crime 
organizado". 
Essa divisão está relacionada ao fato de que os dois tipos de 
administração institucional dos conflitos: 
 A forma desempenhada por parte das agências de Segurança 
Pública; 
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 A forma desempenhada pelo Poder Judiciário. 
O Poder Judiciário vem buscando estar atento ao novo enfoque do 
acesso à justiça para fins de desenvolvimento de seu papel como 
administrador de conflitos. Na realidade brasileira, isto foi verificado com a 
Reforma do Judiciário ocorrida por meio da Emenda nº 45/2004. 
Ademais, a criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 
proporcionada pela citada Emenda Constitucional, e o papel desempenhado 
pela Corregedoria do CNJ, além de algumas iniciativas como as metas do Poder 
Judiciário, a Semana Nacional de Conciliação, mutirões de análise do 
cumprimento de penas, vem contribuindo para uma busca de superação de 
algumas barreiras ao acesso efetivo à Justiça, bem como a redução das 
desigualdades sociais envolvendo as partes. 
Nesse sentido, aprofundando essa realidade, a socióloga Jacqueline 
Sinhoretto afirma que existem quatro intensidades de Justiça, ou seja, 
quatro modalidades de administração institucional de conflitos: 
Intensidades Formas de administração de conflitos 
Primeira - Poder Judiciário eficiente para ambas as partes (situação 
dos “grandes casos” nos Tribunais Superiores) 
Segunda - “Justiça comum”: o Poder Judiciário com suas 
ineficiências, formalidades, desigualdades sociais entre as 
partes e barreiras ao acesso à justiça. 
Terceira - Juizados especiais 
Quarta - Meios alternativos e informais de solução de conflitos 
recepcionados pelo Estado (conciliação, mediação...) 
- Meios ilegais (violência policia, milícias...) 
 
Nesse quadro, o Poder Judiciário vem promovendo mudanças na 
tentativa de democratizar o acesso à Justiça, NÃO sendo mais uma instituição 
reprodutora das desigualdades, mas um aparato estatal que busca superar as 
desigualdades sociais para promover o acesso à Justiça. 
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Além da Emenda nº 45/2004, outro elemento importante foi a 
criação dos juizados especiais criminais, no ano de 1995, a despeito da 
Constituição Federal de 1988 prever a necessidade de criação desses juizados 
desde a data de sua promulgação. 
A demora para a instituição dessas instâncias judiciais ocorreu em 
virtude do longo debate teórico e político a respeito do que seriam delitos de 
menor potencial ofensivo. 
Apesar dos avanços que têm sido verificados, ainda há correntes 
tradicionais que defendem o monopólio estatal para a administração de 
conflitos. 
Dessa forma, na atualidade, verificamos uma situação curiosa em 
que ao mesmo tempo em que o Poder Judiciário se abre para novos modelos 
de administração dos conflitos no espaço público, também tem dificuldade de 
permitir que a sociedade civil resolva seus próprios conflitos de forma a 
prescindir do formalismo. 
 
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15. Continuação da aula 4: Diretrizes Nacionais de 
Promoção e Defesa dos Direitos Humanos dos Profissionais 
de Segurança Pública. 
 
A política setorial de promoção e defesa dos direitos humanos dos 
profissionais de segurança pública é desenvolvida por meio de DIRETRIZES 
para os órgãos de segurança pública. 
Neste tópico da aula iremos estudar as diretrizes previstas na 
Portaria Interministerial nº 2, de 15 de dezembro de 2010, que estabelece 
Diretrizes Nacionais de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos dos 
Profissionais de Segurança Pública. 
Essa Portaria define a competência da Secretaria de Direitos 
Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e do Ministério da Justiça (MJ) 
para estabelecer mecanismos para estimulare monitorar iniciativas que visem 
à implementação de ações para efetivação destas diretrizes em todas as 
unidades federadas, respeitada a repartição de competências prevista no art. 
144 da Constituição Federal de 1988. 
Mas é no Anexo da Portaria onde se encontram as 67 Diretrizes 
dispersas por 14 temas listados abaixo: 
 Direitos constitucionais e 
participação cidadã 
 Valorização da vida 
 Direito à diversidade 
 Saúde 
 Reabilitação e reintegração 
 Dignidade e segurança no 
trabalho 
 Seguros e auxílios 
 Assistência jurídica 
 Habitação 
 Cultura e lazer 
 Educação 
 Produção de conhecimentos 
 Estruturas e educação em 
direitos humanos 
 Valorização profissional 
 
Entre os temas acima mencionados iremos mencionar, 
brevemente, cada um deles. 
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Em relação ao tema “DIREITOS CONSTITUCIONAIS E 
PARTICIPAÇÃO CIDADÔ, encontramos as seguintes Diretrizes: 
1) Adequar as leis e regulamentos disciplinares que versam sobre 
direitos e deveres dos profissionais de segurança pública à Constituição 
Federal de 1988. 
2) Valorizar a participação das instituições e dos profissionais de 
segurança pública nos processos democráticos de debate, divulgação, estudo, 
reflexão e formulação das políticas públicas relacionadas com a área, tais como 
conferências, conselhos, seminários, pesquisas, encontros e fóruns temáticos. 
3) Assegurar o exercício do direito de opinião e a liberdade de 
expressão dos profissionais de segurança pública, especialmente por meio da 
Internet, blogs, sites e fóruns de discussão, à luz da Constituição Federal de 
1988. 
4) Garantir escalas de trabalho que contemplem o exercício do 
direito de voto por todos os profissionais de segurança pública. 
Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover uma inclusão 
democrática dos profissionais de segurança pública. 
 
Em relação ao tema “VALORIZAÇÃO DA VIDA”, encontramos as 
seguintes Diretrizes: 
5) Proporcionar equipamentos de proteção individual e coletiva aos 
profissionais de segurança pública, em quantidade e qualidade adequadas, 
garantindo sua reposição permanente, considerados o desgaste e prazos de 
validade. 
6) Assegurar que os equipamentos de proteção individual 
contemplem as diferenças de gênero e de compleição física. 
7) Garantir aos profissionais de segurança pública instrução e 
treinamento continuado quanto ao uso correto dos equipamentos de proteção 
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individual. 
8) Zelar pela adequação, manutenção e permanente renovação 
de todos os veículos utilizados no exercício profissional, bem como assegurar 
instalações dignas em todas as instituições, com ênfase para as condições de 
segurança, higiene, saúde e ambiente de trabalho. 
9) Considerar, no repasse de verbas federais aos entes federados, 
a efetiva disponibilização de equipamentos de proteção individual aos 
profissionais de segurança pública. 
Finalidade: Estas diretrizes pretendem fornecer condições de 
trabalho, minimizando os riscos, para os profissionais de segurança pública. 
 
Em relação ao tema “DIREITO À DIVERSIDADE”, encontramos as 
seguintes Diretrizes: 
10) Adotar orientações, medidas e práticas concretas voltadas à 
prevenção, identificação e enfrentamento do racismo nas instituições de 
segurança pública, combatendo qualquer modalidade de preconceito. 
11) Garantir respeito integral aos direitos constitucionais das 
profissionais de segurança pública femininas, considerando as especificidades 
relativas à gestação e à amamentação, bem como as exigências permanentes 
de cuidado com filhos crianças e adolescentes, assegurando a elas instalações 
físicas e equipamentos individuais específicos sempre que necessário. 
12) Proporcionar espaços e oportunidades nas instituições de 
segurança pública para organização de eventos de integração familiar entre 
todos os profissionais, com ênfase em atividades recreativas, esportivas e 
culturais voltadas a crianças, adolescentes e jovens. 
13) Fortalecer e disseminar nas instituições a cultura de não 
discriminação e de pleno respeito à liberdade de orientação sexual do 
profissional de segurança pública, com ênfase no combate à homofobia. 
14) Aproveitar o conhecimento e a vivência dos profissionais de 
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segurança pública idosos, estimulando a criação de espaços institucionais para 
transmissão de experiências, bem como a formação de equipes de trabalho 
composta por servidores de diferentes faixas etárias para exercitar a 
integração inter-geracional. 
15) Estabelecer práticas e serviços internos que contemplem a 
preparação do profissional de segurança pública para o período de 
aposentadoria, estimulando o prosseguimento em atividades de participação 
cidadã após a fase de serviço ativo. 
16) Implementar os paradigmas de acessibilidade e 
empregabilidade das pessoas com deficiência em instalações e 
equipamentos do sistema de segurança pública, assegurando a reserva 
constitucional de vagas nos concursos públicos. 
Finalidade: Estas diretrizes pretendem reduzir as desigualdades 
entre os profissionais de segurança pública. 
 
Em relação ao tema “SAÚDE”, encontramos as seguintes 
Diretrizes: 
17) Oferecer ao profissional de segurança pública e a seus 
familiares, serviços permanentes e de boa qualidade para acompanhamento e 
tratamento de saúde. 
18) Assegurar o acesso dos profissionais do sistema de segurança 
pública ao atendimento independente e especializado em saúde mental. 
19) Desenvolver programas de acompanhamento e tratamento 
destinados aos profissionais de segurança pública envolvidos em ações com 
resultado letal ou alto nível de estresse. 
20) Implementar políticas de prevenção, apoio e tratamento do 
alcoolismo, tabagismo ou outras formas de drogadição e dependência 
química entre profissionais de segurança pública. 
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21) Desenvolver programas de prevenção ao suicídio, 
disponibilizando atendimento psiquiátrico, núcleos terapêuticos de apoio e 
divulgação de informações sobre o assunto. 
22) Criar núcleos terapêuticos de apoio voltados ao 
enfrentamento da depressão, estresse e outras alterações psíquicas. 
23) Possibilitar acesso a exames clínicos e laboratoriais 
periódicos para identificação dos fatores mais comuns de risco à saúde. 
24) Prevenir as conseqüências do uso continuado de equipamentos 
de proteção individual e outras doenças profissionais ocasionadas por esforço 
repetitivo, por meio de acompanhamento médico especializado. 
25) Estimular a prática regular de exercícios físicos, garantindo 
a adoção de mecanismos que permitam o cômputo de horas de atividade física 
como parte da jornada semanal de trabalho. 
26) Elaborar cartilhas voltadas à reeducação alimentar como 
forma de diminuição de condições de risco à saúde e como fator de bem-estar 
profissionale auto-estima. 
Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover um ambiente de 
saúde para os profissionais de segurança pública. 
 
Em relação ao tema “REABILITAÇÃO E REINTEGRAÇÃO”, 
encontramos as seguintes Diretrizes: 
27) Promover a reabilitação dos profissionais de segurança 
pública que adquiram lesões, traumas, deficiências ou doenças ocupacionais 
em decorrência do exercício de suas atividades. 
28) Consolidar, como valor institucional, a importância da 
readaptação e da reintegração dos profissionais de segurança pública ao 
trabalho em casos de lesões, traumas, deficiências ou doenças ocupacionais 
adquiridos em decorrência do exercício de suas atividades. 
29) Viabilizar mecanismos de readaptação dos profissionais de 
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segurança pública e deslocamento para novas funções ou postos de trabalho 
como alternativa ao afastamento definitivo e à inatividade em decorrência de 
acidente de trabalho, ferimentos ou seqüelas. 
Finalidade: Estas diretrizes pretendem evitar a exclusão dos 
profissionais de segurança pública lesionados em virtude do ofício. 
 
Em relação ao tema “DIGNIDADE E SEGURANÇA NO TRABALHO”, 
encontramos as seguintes Diretrizes: 
30) Manter política abrangente de prevenção de acidentes e 
ferimentos, incluindo a padronização de métodos e rotinas, atividades de 
atualização e capacitação, bem como a constituição de comissão especializada 
para coordenar esse trabalho. 
31) Garantir aos profissionais de segurança pública acesso ágil e 
permanente a toda informação necessária para o correto desempenho de 
suas funções, especialmente no tocante à legislação a ser observada. 
32) Erradicar todas as formas de punição envolvendo maus 
tratos, tratamento cruel, desumano ou degradante contra os profissionais 
de segurança pública, tanto no cotidiano funcional como em atividades de 
formação e treinamento. 
33) Combater o assédio sexual e moral nas instituições, 
veiculando campanhas internas de educação e garantindo canais para o 
recebimento e apuração de denúncias. 
34) Garantir que todos os atos decisórios de superiores 
hierárquicos dispondo sobre punições, escalas, lotação e transferências 
sejam devidamente motivados e fundamentados. 
35) Assegurar a regulamentação da jornada de trabalho dos 
profissionais de segurança pública, garantindo o exercício do direito à 
convivência familiar e comunitária. 
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Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover melhores 
condições de trabalho para os profissionais de segurança pública, buscando 
uma mudança de cultura organizacional. 
 
Em relação ao tema “SEGUROS E AUXÍLIOS”, encontramos as 
seguintes Diretrizes: 
36) Apoiar projetos de leis que instituam seguro especial aos 
profissionais de segurança pública, para casos de acidentes e traumas 
incapacitantes ou morte em serviço. 
37) Organizar serviços de apoio, orientação psicológica e 
assistência social às famílias de profissionais de segurança pública para casos 
de morte em serviço. 
38) Estimular a instituição de auxílio-funeral destinado às 
famílias de profissionais de segurança pública ativos e inativos. 
Finalidade: Estas diretrizes pretendem prover para os 
profissionais de segurança pública, serviços de seguro e assistência securitária. 
 
Em relação ao tema “ASSISTÊNCIA JURÍDICA”, encontramos as 
seguintes Diretrizes: 
39) Firmar parcerias com Defensorias Públicas, serviços de 
atendimento jurídico de faculdades de Direito, núcleos de advocacia pro bono e 
outras instâncias de advocacia gratuita para assessoramento e defesa dos 
profissionais de segurança pública, em casos decorrentes do exercício 
profissional. 
40) Proporcionar assistência jurídica para fins de recebimento de 
seguro, pensão, auxílio ou outro direito de familiares, em caso de morte do 
profissional de segurança pública. 
 
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Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover serviços de 
assistência judiciária para os profissionais de segurança pública. 
 
Em relação ao tema “HABITAÇÃO”, encontramos as seguintes 
Diretrizes: 
41) Garantir a implementação e a divulgação de políticas e planos 
de habitação voltados aos profissionais de segurança pública, com a 
concessão de créditos e financiamentos diferenciados. 
Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover condições 
facilitadas de acesso à moradia para os profissionais de segurança pública. 
 
Em relação ao tema “CULTURA E LAZER”, encontramos as 
seguintes Diretrizes: 
42) Conceber programas e parcerias que estimulem o acesso à 
cultura pelos profissionais de segurança pública e suas famílias, mediante 
vales para desconto ou ingresso gratuito em cinemas, teatros, museus e 
outras atividades, e que garantam o incentivo à produção cultural própria. 
43) Promover e estimular a realização de atividades culturais e 
esportivas nas instalações físicas de academias de polícia, quartéis e outros 
prédios das corporações, em finais de semana ou outros horários de 
disponibilidade de espaços e equipamentos. 
44) Estimular a realização de atividades culturais e esportivas 
desenvolvidas por associações, sindicatos e clubes dos profissionais de 
segurança pública. 
Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover o acesso à 
cultura dos profissionais de segurança pública. 
 
Em relação ao tema “EDUCAÇÃO”, encontramos as seguintes 
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Diretrizes: 
45) Estimular os profissionais de segurança pública a freqüentar 
programas de formação continuada, estabelecendo como objetivo de longo 
prazo a universalização da graduação universitária. 
46) Promover a adequação dos currículos das academias à 
Matriz Curricular Nacional, assegurando a inclusão de disciplinas voltadas ao 
ensino e à compreensão do sistema e da política nacional de segurança pública 
e dos Direitos Humanos. 
47) Promover nas instituições de segurança pública uma cultura 
que valorize o aprimoramento profissional constante de seus servidores 
também em outras áreas do conhecimento, distintas da segurança pública. 
48) Estimular iniciativas voltadas ao aperfeiçoamento profissional e 
à formação continuada dos profissionais de segurança pública, como o projeto 
de ensino a distância do governo federal e a Rede Nacional de Altos Estudos 
em Segurança Pública (Renaesp). 
49) Assegurar o aperfeiçoamento profissional e a formação 
continuada como direitos do profissional de segurança pública. 
Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover o acesso à 
educação dos profissionais de segurança pública. 
 
Em relação ao tema “PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS”, 
encontramos as seguintes Diretrizes: 
50) Assegurar a produção e divulgação regular de dados e 
números envolvendo mortes, lesões e doenças graves sofridas por 
profissionais de segurança pública no exercício ou em decorrência da profissão. 
51) Utilizar os dados sobreos processos disciplinares e 
administrativos movidos em face de profissionais de segurança pública para 
identificar vulnerabilidades dos treinamentos e inadequações na gestão de 
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recursos humanos. 
52) Aprofundar e sistematizar os conhecimentos sobre diagnose e 
prevenção de doenças ocupacionais entre profissionais de segurança 
pública. 
53) Identificar locais com condições de trabalho especialmente 
perigosas ou insalubres, visando à prevenção e redução de danos e de 
riscos à vida e à saúde dos profissionais de segurança pública. 
54) Estimular parcerias entre universidades e instituições de 
segurança pública para diagnóstico e elaboração de projetos voltados à 
melhoria das condições de trabalho dos profissionais de segurança pública. 
55) Realizar estudos e pesquisas com a participação de 
profissionais de segurança pública sobre suas condições de trabalho e a 
eficácia dos programas e serviços a eles disponibilizados por suas instituições. 
Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover a produção de 
conhecimento sobre a realidade dos profissionais de segurança pública. 
 
Em relação ao tema “ESTRUTURAS E EDUCAÇÃO EM DIREITOS 
HUMANOS”, encontramos as seguintes Diretrizes: 
56) Constituir núcleos, divisões e unidades especializadas em 
Direitos Humanos nas academias e na estrutura regular das instituições de 
segurança pública, incluindo entre suas tarefas a elaboração de livros, cartilhas 
e outras publicações que divulguem dados e conhecimentos sobre o tema. 
57) Promover a multiplicação de cursos avançados de Direitos 
Humanos nas instituições, que contemplem o ensino de matérias práticas e 
teóricas e adotem o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos como 
referência. 
58) Atualizar permanentemente o ensino de Direitos Humanos 
nas academias, reforçando nos cursos a compreensão de que os profissionais 
de segurança pública também são titulares de Direitos Humanos, devem agir 
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como defensores e promotores desses direitos e precisam ser vistos desta 
forma pela comunidade. 
59) Direcionar as atividades de formação no sentido de consolidar 
a compreensão de que a atuação do profissional de segurança pública 
orientada por padrões internacionais de respeito aos Direitos Humanos não 
dificulta, nem enfraquece a atividade das instituições de segurança pública, 
mas confere-lhes credibilidade, respeito social e eficiência superior. 
Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover uma cultura de 
direitos humanos para os profissionais de segurança pública. 
 
Em relação ao tema “VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL”, encontramos 
as seguintes Diretrizes: 
60) Contribuir para a implementação de planos voltados à 
valorização profissional e social dos profissionais de segurança pública, 
assegurado o respeito a critérios básicos de dignidade salarial. 
61) Multiplicar iniciativas para promoção da saúde e da qualidade 
de vida dos profissionais de segurança pública 
62) Apoiar o desenvolvimento, a regulamentação e o 
aperfeiçoamento dos programas de atenção biopsicossocial já existentes. 
63) Profissionalizar a gestão das instituições de segurança 
pública, fortalecendo uma cultura gerencial enfocada na necessidade de 
elaborar diagnósticos, planejar, definir metas explícitas e monitorar seu 
cumprimento. 
64) Ampliar a formação técnica específica para gestores da área 
de segurança pública. 
65) Veicular campanhas de valorização profissional voltadas ao 
fortalecimento da imagem institucional dos profissionais de segurança pública. 
66) Definir e monitorar indicadores de satisfação e de 
realização profissional dos profissionais de segurança pública. 
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67) Estimular a participação dos profissionais de segurança 
pública na elaboração de todas as políticas e programas que os envolvam. 
Finalidade: Estas diretrizes pretendem promover uma valorização 
das carreiras dos profissionais de segurança pública. 
 
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16. Continuação da aula 4: Diretrizes sobre o Uso 
da Força pelos Agentes de Segurança Pública. 
 
Como foi citado no tópico anterior, a política setorial de promoção e 
defesa dos direitos humanos dos profissionais de segurança pública é 
desenvolvida por meio de DIRETRIZES para os órgãos de segurança pública. 
Agora, neste tópico da aula iremos estudar as diretrizes previstas 
na Portaria Interministerial nº 4.226, de 31 de dezembro de 2010 que 
estabelece Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança 
Pública. 
Antes, importa trazer alguns dados. Atualmente, mais de 20% dos 
35 mil homicídios anuais registrados no Brasil resultam de confrontos entre 
criminosos e policiais ou de balas perdidas nesses confrontos. Este índice 
poderia ser reduzido à metade caso fossem utilizados instrumentos de menor 
potencial ofensivo em rotinas operacionais voltadas para preservar a vida e 
minimizar os danos à integridade dos cidadãos. 
Em virtude dessa realidade, o Governo Federal decidiu editar uma 
Portaria Interministerial envolvendo o MJ e a SDH/PR para disciplinar o uso da 
força pelos órgãos e agentes de segurança pública (Portaria Interministerial nº 
4.226, de 31 de dezembro de 2010). 
Essa Portaria é formada por cinco artigos e dois anexos: 
 Anexo I: contém as 25 Diretrizes. 
 Anexo II: contém um glossário (mini “dicionário”) 
As Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança 
Pública são de observância obrigatória pelo: 
 Departamento de Polícia Federal (DPF) 
 Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF) 
 Departamento Penitenciário Nacional (DPN) 
 Força Nacional de Segurança Pública (FNSP). 
A SDH/PR e o MJ estabelecerão mecanismos para estimular e 
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monitorar iniciativas que visem à implementação de ações para efetivação das 
diretrizes tratadas na Portaria pelos entes federados, respeitada a repartição 
de competências prevista no art. 144 da Constituição Federal. 
A Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça 
(SENASP/MJ) levará em consideração a observância das diretrizes tratadas 
nesta portaria no repasse de recursos aos entes federados. 
De acordo com a Portaria, a expressão “força” significa a 
“Intervenção coercitiva imposta à pessoa ou grupo de pessoas por parte do 
agente de segurança pública com a finalidade de preservar a ordem pública e a 
lei” (Anexo II). 
Conforme se observa da Diretriz 1, a Portaria deverá ser 
interpretada e aplicada em conjunto com alguns dos tratados internacionais de 
defesa dos direitos humanos assinados pelo Brasil, principalmente: 
 Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pelaAplicação da Lei, adotado pela Assembléia Geral das Nações 
Unidas (1979); 
 Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou penas 
Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adotada pela 
Assembléia Geral das Nações Unidas (1984); 
 Princípios orientadores para a Aplicação Efetiva do Código de 
Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da 
Lei, adotados pelo Conselho Econômico e Social das Nações 
Unidas (1989); 
 Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo 
pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, 
adotados pelo Oitavo Congresso das Nações Unidas para a 
Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinqüentes 
(1999). 
De acordo com a Diretriz 2 da Portaria, o uso da força deverá 
obedecer aos seguintes princípios: 
 Legalidade 
 Necessidade 
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 Proporcionalidade 
 Moderação 
 Conveniência 
O princípio da legalidade significa que os agentes de segurança 
pública SÓ poderão utilizar a força para a consecução de um objetivo legal e 
nos estritos limites da lei. 
O princípio da necessidade significa que determinado nível de 
força só pode ser empregado quando níveis de menor intensidade não forem 
suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos. 
O princípio da proporcionalidade significa que o NÍVEL da força 
utilizado deve sempre ser compatível com a gravidade da ameaça 
representada pela ação do opositor e com os objetivos pretendidos pelo agente 
de segurança pública. 
O princípio da moderação significa que o emprego da força pelos 
agentes de segurança pública deve sempre que possível, além de proporcional, 
ser moderado, visando sempre reduzir o emprego da força. 
O princípio da conveniência significa que a força NÃO poderá ser 
empregada quando, em função do contexto, possa ocasionar danos de maior 
relevância do que os objetivos legais pretendidos. 
Segundo a Diretriz 3, os agentes de segurança pública NÃO 
deverão disparar armas de fogo contra pessoas, EXCETO nos seguintes 
casos: 
 Legítima defesa própria 
 Legítima defesa de terceiro 
 Contra perigo iminente de morte 
 Contra perigo iminente de lesão grave 
Também NÃO é legítimo o uso de armas de fogo: 
 Contra pessoa em fuga que esteja desarmada ou que, 
mesmo na posse de algum tipo de arma, não represente 
risco imediato de morte ou de lesão grave aos agentes de 
segurança pública ou terceiros (Diretriz 4). 
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 Contra veículo que desrespeite bloqueio policial em via 
pública, a não ser que o ato represente um risco imediato de 
morte ou lesão grave aos agentes de segurança pública ou 
terceiros (Diretriz 5). 
Os chamados "disparos de advertência" NÃO são considerados 
prática aceitável, por não atenderem aos princípios elencados na Diretriz n.º 2 
e em razão da imprevisibilidade de seus efeitos (Diretriz 6). 
O ato de apontar arma de fogo contra pessoas durante os 
procedimentos de abordagem NÃO deverá ser uma prática rotineira e 
indiscriminada (Diretriz 7). 
Todo agente de segurança pública que, em razão da sua função, 
possa vir a se envolver em situações de uso da força, DEVERÁ portar no 
mínimo 2 (dois) instrumentos de menor potencial ofensivo e equipamentos de 
proteção necessários à atuação específica, independentemente de portar ou 
não arma de fogo (Diretriz 8). 
De acordo com a Diretriz 9, os órgãos de segurança pública 
deverão editar atos normativos disciplinando o uso da força por seus agentes, 
definindo objetivamente: 
 os tipos de instrumentos e técnicas autorizadas; 
 as circunstâncias técnicas adequadas à sua utilização, ao 
ambiente/entorno e ao risco potencial a terceiros não 
envolvidos no evento; 
 o conteúdo e a carga horária mínima para habilitação e 
atualização periódica ao uso de cada tipo de instrumento; 
 a proibição de uso de armas de fogo e munições que 
provoquem lesões desnecessárias e risco injustificado; e 
 o controle sobre a guarda e utilização de armas e munições 
pelo agente de segurança pública. 
Atenção! Quando o uso da força causar a lesão ou morte de 
pessoa, existem duas diretrizes que determinam condutas específicas para o 
agente de segurança pública (Diretriz 10) e para os órgãos de segurança 
pública (Diretriz 11). 
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De acordo com a Diretriz 10, quando o uso da força causar lesão 
ou morte de pessoa(s), o AGENTE de segurança pública envolvido deverá 
realizar as seguintes ações: 
 facilitar a prestação de socorro ou assistência médica aos 
feridos; 
 promover a correta preservação do local da ocorrência; 
 comunicar o fato ao seu superior imediato e à autoridade 
competente; e 
 preencher o relatório individual correspondente sobre o uso 
da força, disciplinado na Diretriz n.º 22. 
De acordo com a Diretriz 11, quando o uso da força causar lesão 
ou morte de pessoa(s), o ÓRGÃO de segurança pública deverá realizar as 
seguintes ações: 
 recolher e identificar as armas e munições de todos os 
envolvidos, vinculando-as aos seus respectivos portadores no 
momento da ocorrência; 
 solicitar perícia criminalística para o exame de local e objetos 
bem como exames médico-legais; 
 comunicar os fatos aos familiares ou amigos da(s) pessoa(s) 
ferida(s) ou morta(s); 
 iniciar, por meio da Corregedoria da instituição, ou órgão 
equivalente, investigação imediata dos fatos e circunstâncias 
do emprego da força; 
 promover a assistência médica às pessoas feridas em 
decorrência da intervenção, incluindo atenção às possíveis 
seqüelas; 
 promover o devido acompanhamento psicológico aos agentes 
de segurança pública envolvidos, permitindo-lhes superar ou 
minimizar os efeitos decorrentes do fato ocorrido; e 
 afastar temporariamente do serviço operacional, para 
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avaliação psicológica e redução do estresse, os agentes de 
segurança pública envolvidos diretamente em ocorrências 
com resultado letal. 
Os critérios de recrutamento e seleção para os agentes de 
segurança pública deverão levar em consideração o perfil psicológico 
necessário para lidar com situações de estresse e uso da força e arma de fogo 
(Diretriz 12). 
Os processos seletivos para ingresso nas instituições de segurança 
pública e os cursos de formação e especialização dos agentes de segurança 
pública devem incluir conteúdos relativos a direitos humanos (Diretriz 13). 
As atividades de treinamento fazem parte do trabalho rotineiro do 
agente de segurança pública e não deverão ser realizadas em seu horário de 
folga, de maneira a serem preservados os períodos de descanso, lazer e 
convivência sócio-familiar (Diretriz 14). 
A seleção de instrutores para ministrarem aula em qualquer 
assunto que englobe o uso da força deverá levar em conta análise rigorosa de 
seu currículo formal e tempo de serviço, áreas de atuação, experiências 
anteriores em atividadesfim, registros funcionais, formação em direitos 
humanos e nivelamento em ensino. Os instrutores deverão ser submetidos à 
aferição de conhecimentos teóricos e práticos e sua atuação deve ser avaliada 
(Diretriz 15). 
Deverão ser elaborados procedimentos de habilitação para o uso de 
cada tipo de arma de fogo e instrumento de menor potencial ofensivo que 
incluam avaliação técnica, psicológica, física e treinamento específico, com 
previsão de revisão periódica mínima (Diretriz 16). 
Nenhum agente de segurança pública deverá portar armas de fogo 
ou instrumento de menor potencial ofensivo para o qual NÃO esteja 
devidamente habilitado e sempre que um novo tipo de arma ou instrumento de 
menor potencial ofensivo for introduzido na instituição deverá ser estabelecido 
um módulo de treinamento específico com vistas à habilitação do agente 
(Diretriz 17). 
A renovação da habilitação para uso de armas de fogo em serviço 
deve ser feita com periodicidade mínima de 1 (um) ano (Diretriz 18). 
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Deverá ser estimulado e priorizado, sempre que possível, o uso de 
técnicas e instrumentos de menor potencial ofensivo pelos agentes de 
segurança pública, de acordo com a especificidade da função operacional e 
sem se restringir às unidades especializadas (Diretriz 19). 
Deverão ser incluídos nos currículos dos cursos de formação e 
programas de educação continuada conteúdos sobre técnicas e instrumentos 
de menor potencial ofensivo (Diretriz 20). 
As armas de menor potencial ofensivo deverão ser separadas e 
identificadas de forma diferenciada, conforme a necessidade operacional 
(Diretriz 21). 
O uso de técnicas de menor potencial ofensivo deve ser 
constantemente avaliado (Diretriz 22). 
Os órgãos de segurança pública deverão criar comissões internas 
de controle e acompanhamento da letalidade, com o objetivo de monitorar o 
uso efetivo da força pelos seus agentes (Diretriz 23). 
De acordo com a Diretriz 24, Os agentes de segurança pública 
deverão preencher um relatório individual todas as vezes que dispararem 
arma de fogo e/ou fizerem uso de instrumentos de menor potencial ofensivo, 
ocasionando lesões ou mortes. O relatório deverá ser encaminhado à comissão 
interna mencionada na Diretriz n.º 23 e deverá conter no mínimo as seguintes 
informações: 
 circunstâncias e justificativa que levaram o uso da força ou 
de arma de fogo por parte do agente de segurança pública; 
 medidas adotadas antes de efetuar os disparos/usar 
instrumentos de menor potencial ofensivo, ou as razões pelas 
quais elas não puderam ser contempladas; 
 tipo de arma e de munição, quantidade de disparos 
efetuados, distância e pessoa contra a qual foi disparada a 
arma; 
 instrumento(s) de menor potencial ofensivo utilizado(s), 
especificando a freqüência, a distância e a pessoa contra a 
qual foi utilizado o instrumento; 
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 quantidade de agentes de segurança pública feridos ou 
mortos na ocorrência, meio e natureza da lesão; 
 quantidade de feridos e/ou mortos atingidos pelos disparos 
efetuados pelo(s) agente(s) de segurança pública; 
 número de feridos e/ou mortos atingidos pelos instrumentos 
de menor potencial ofensivo utilizados pelo(s) agente(s) de 
segurança pública; 
 número total de feridos e/ou mortos durante a missão; 
 quantidade de projéteis disparados que atingiram pessoas e 
as respectivas regiões corporais atingidas; 
 quantidade de pessoas atingidas pelos instrumentos de 
menor potencial ofensivo e as respectivas regiões corporais 
atingidas; 
 ações realizadas para facilitar a assistência e/ou auxílio 
médico, quando for o caso; e 
 se houve preservação do local e, em caso negativo, 
apresentar justificativa. 
Os órgãos de segurança pública deverão, observada a legislação 
pertinente, oferecer possibilidades de reabilitação e reintegração ao trabalho 
aos agentes de segurança pública que adquirirem deficiência física em 
decorrência do desempenho de suas atividades (Diretriz 25). 
 
 
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EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
QUESTÃO 86 (CNJ – Analista Judiciário – 2012 - CESPE): No que se 
refere a monismo e a pluralismo jurídico, julgue o item subsecutivo: 
O pluralismo jurídico é característico dos movimentos de esquerda, o que 
inviabiliza a existência de posições conservadoras em sua defesa. 
 
COMENTÁRIOS: 
Na perspectiva do pluralismo jurídico, existem grupos específicos 
que produzem uma ordem jurídica aplicável a seus membros, normas jurídicas 
também dotadas de coerção, com a diferença que se restringem aos membros 
daqueles grupos específicos. 
São exemplos de grupos específicos: a Igreja Católica que possui 
poder para instituir o Direito Canônico; as entidades esportivas (ex. a FIFA) 
que possuem normas e tribunais próprios que formam a Lex Desportiva 
(Direito Desportivo); os povos indígenas que têm reconhecido o direito de 
impor normas regulando suas comunidades, o chamado Direito Indígena. 
Portanto, o pluralismo jurídico NÃO é um elemento característico 
exclusivamente dos movimentos de esquerda, mas uma realidade reconhecida, 
inclusive, por diversos autores de posições conservadoras em sua defesa, 
como Miguel Reale. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 87 (CNJ – Analista Judiciário – 2012 - CESPE): No que se 
refere a monismo e a pluralismo jurídico, julgue o item subsecutivo: 
O pluralismo jurídico propõe um novo paradigma na cultura jurídica embasado 
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no pressuposto de que são insuficientes os modelos jurídicos oficiais em 
termos de participação. 
 
COMENTÁRIOS: 
Na perspectiva do pluralismo jurídico, existem grupos específicos 
que produzem uma ordem jurídica aplicável a seus membros, normas jurídicas 
também dotadas de coerção, com a diferença que se restringem aos membros 
daqueles grupos específicos. 
Assim, de acordo com o PLURALISMO JURÍDICO, verifica-se uma 
coexistência, ou seja, uma existência em comum, entre a ordem jurídica 
estatal (criada pelo Estado conforme o disposto em uma Constituição) e as 
ordens jurídicas dos grupos sociais. 
O pluralismo jurídico propõe um novo paradigma na cultura jurídica 
embasado no pressuposto de que são insuficientes os modelos jurídicos oficiais 
em termos de participação. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 88 (CNJ – Analista Judiciário – 2012 - CESPE): No que se 
refere a monismo e a pluralismo jurídico, julgue o item subsecutivo: 
A perspectiva tradicional, denominada de monismo jurídico, consolida o 
monopólio da juridicidade por parte do Estado. 
 
COMENTÁRIOS: 
O pluralismo jurídico deriva do fato de que o Estado NÃO é a 
única instituição no âmbito da sociedade que tem o poder de impor uma ordem 
jurídica dotada de coerção, ou seja,de uma legislação de cumprimento 
obrigatório por todos os indivíduos de uma sociedade, estando autorizada a 
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aplicação de sanções contra aqueles que a descumprirem. Defendem essa 
corrente: Antônio Carlos Wolkmer, Miguel Reale e entre outros. 
A perspectiva tradicional, denominada de monismo jurídico, 
consolida o monopólio da juridicidade por parte do Estado, ou seja, o Estado 
seria a única instância que estaria autorizada a produzir o direito. O principal 
defensor dessa corrente seria Hans Kelsen. 
Assim, a produção do direito compreende duas perspectivas: 
 Monismo jurídico 
 Pluralismo jurídico 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 89 (CNJ – Analista Judiciário – 2012 - CESPE): Algumas 
recentes políticas de inclusão social do governo federal foram objeto de críticas 
reveladoras de perspectivas teórico-ideológicas, concepções econômicas, 
padrões culturais e preconceitos sociais presentes na sociedade brasileira. 
Acerca desse assunto, julgue o seguinte item: 
Houve um maior destaque para a democratização do acesso à justiça no Brasil 
depois de promulgada a Constituição Federal de 1988, mas este desafio 
persiste e é uma das preocupações dos poderes Executivo e Judiciário nos 
últimos anos, tendo sido reafirmada no II Pacto Republicano de Estado por um 
Sistema de Justiça mais Acessível, Ágil e Efetivo. 
 
COMENTÁRIOS: 
Em relação à perspectiva sociológica do acesso à justiça, de fato, 
houve um maior destaque para a democratização do acesso à justiça no Brasil 
depois de promulgada a Constituição Federal de 1988, conforme se infere do 
art. 5º, XXXV. 
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 Mas este desafio persiste e é uma das preocupações dos poderes 
Executivo e Judiciário nos últimos anos, tendo sido reafirmada no II Pacto 
Republicano de Estado por um Sistema de Justiça mais Acessível, Ágil e 
Efetivo, pacto celebrado em 2009. 
Logo, o enunciado está correto. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 90 (PRF - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Considere a 
afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
Na perspectiva sociológica, a noção de igualdade jurídica é uma igualdade 
material, em que todos têm direito igual a sua diferença, desde que ela seja 
expressa em termos aceitáveis pela sociedade local. 
 
COMENTÁRIOS: 
Igualdade material significa a igualdade real. Não é o que ocorre 
com a igualdade jurídica, pois, na perspectiva sociológica, a noção de 
igualdade jurídica é uma igualdade formal, em que todos têm direito igual a 
sua diferença, desde que ela seja expressa em termos aceitáveis pela 
sociedade local. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 91 (PRF - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Considere a 
afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
O acesso à justiça teria sido influenciado por quatro ondas que impactaram na 
construção do atual conceito: 1ª onda: assistência judiciária gratuita aos 
pobres; 2ª onda: proteção judicial aos interesses difusos; 3ª onda: meios 
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alternativos de solução de conflitos; 4ª onda: simplificação do direito. 
 
COMENTÁRIOS: 
O acesso à justiça é um conceito que evoluiu com o tempo. 
Segundo Mauro Cappelletti, inicialmente, ele significava o direito formal do 
indivíduo, que tinha seu direito violado, de propor ou contestar uma ação, ou 
seja, de ser parte em um processo judicial perante os tribunais. 
Na atualidade, o ACESSO À JUSTIÇA tem sido entendido como o 
direito ao acesso efetivo à Justiça, ou seja, o direito do indivíduo de não 
sofrer prejuízos durante a sua participação no processo judicial, em razão de 
quaisquer diferenças sociais, econômicas e culturais que existam entre as 
partes. 
 
O acesso à justiça teria sido influenciado por três ondas 
(tendências) que impactaram na construção do atual conceito: 
 1ª onda: assistência judiciária gratuita aos pobres. 
 2ª onda: proteção judicial aos interesses difusos. 
 3ª onda: incentivo aos meios alternativos de solução de 
conflitos (mediação, conciliação, arbitragem) e simplificação 
do direito. 
A primeira onda surgiu pelo fato de que os mais pobres não 
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tinham condições financeiras para arcar com as custas processuais, bem como 
com os advogados. Nesse contexto, é formulada a idéia de assistência 
judiciária gratuita que visava incluir os desfavorecidos social e 
economicamente. 
A segunda onda surgiu em virtude das dificuldades que o 
processo civil e criminal tradicional colocava à proteção de alguns interesses 
difusos e coletivos. Assim, foram criados mecanismos judiciais para a proteção 
desses interesses. 
A terceira onda chamada de enfoque sobre o acesso à justiça 
surgiu em virtude do incentivo aos meios alternativos de solução de conflitos, 
mecanismos que seriam alternativos ao próprio processo judicial, a exemplo da 
mediação, da conciliação e da arbitragem, além de reformas legislativas 
visando a simplificação do direito. 
Não existe uma quarta onda. O que o enunciado da questão chama 
de quarta onda são desdobramento da terceira onda. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 92 (PRF - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes): Considere a 
afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
A primeira onda do acesso à justiça surgiu pelo fato de que os mais pobres não 
tinham condições financeiras para arcar com as custas processuais, bem como 
com os advogados. Nesse contexto, é formulada a idéia de assistência 
judiciária gratuita que visava incluir os desfavorecidos social e 
economicamente. 
 
COMENTÁRIOS: 
Questão correta, pois o acesso à justiça teria sido influenciado por 
três ondas (tendências) que impactaram na construção do atual conceito: 
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 1ª onda: assistência judiciária gratuita aos pobres. 
 2ª onda: proteção judicial aos interesses difusos. 
 3ª onda: incentivo aos meios alternativos de solução de 
conflitos (mediação, conciliação, arbitragem) e simplificação 
do direito. 
A primeira onda surgiu pelo fato de que os mais pobres não 
tinham condições financeiras para arcar com as custas processuais, bem como 
com os advogados. Nesse contexto, é formulada a idéia de assistência 
judiciária gratuita que visava incluir os desfavorecidos social e 
economicamente. 
A segunda onda surgiu em virtude das dificuldades que o 
processo civil e criminal tradicional colocava à proteção dealguns interesses 
difusos e coletivos. Assim, foram criados mecanismos judiciais para a proteção 
desses interesses. 
A terceira onda chamada de enfoque sobre o acesso à justiça 
surgiu em virtude do incentivo aos meios alternativos de solução de conflitos, 
mecanismos que seriam alternativos ao próprio processo judicial, a exemplo da 
mediação, da conciliação e da arbitragem, além de reformas legislativas 
visando a simplificação do direito. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 93 (PRF - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes). Considere a 
afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
A segunda onda surgiu em virtude dos incentivos que o processo civil e 
criminal tradicional colocava à proteção de alguns interesses difusos e 
coletivos. Assim, foram ampliados os mecanismos judiciais para a proteção 
desses interesses. 
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COMENTÁRIOS: 
A segunda onda surgiu em virtude das dificuldades, verdadeiras 
barreiras, que o processo civil e criminal tradicional colocava à proteção de 
alguns interesses difusos e coletivos. Assim, foram criados mecanismos 
judiciais para a proteção desses interesses. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 94 (PRF - Ponto dos Concursos - Ricardo Gomes). Considere a 
afirmação seguinte e marque C (certo) ou E (errado): 
O incentivo ao uso de meios alternativos à solução de conflitos como a 
mediação e a conciliação constituem tendências da chamada terceira onda do 
acesso à justiça. 
 
COMENTÁRIOS: 
Como já vimos anteriormente, a terceira onda chamada de enfoque sobre o 
acesso à justiça surgiu em virtude do incentivo aos meios alternativos de 
solução de conflitos, mecanismos que seriam alternativos ao próprio processo 
judicial, a exemplo da mediação, da conciliação e da arbitragem, além de 
reformas legislativas visando a simplificação do direito. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 95 (CNJ – Analista Judiciário – 2012 – CESPE - Adaptada): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
A existência e o reconhecimento de ordens jurídicas locais enfraquecem o 
poder do Estado e devem ser reprimidos pela ação do Poder Executivo e do 
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Poder Judiciário. 
 
COMENTÁRIOS: 
Um outro conceito que é interessante para a compreensão dessa 
realidade é a idéia de domínio público. O domínio público é o local controlado 
pelo Estado. 
Portanto, temos dois conceitos antagônicos, ou seja, conflitantes 
que precisam ser expostos: 
Espaço público = local da sociedade civil ou dos cidadãos 
Domínio público = local controlado pelo Estado 
 
Cada vez mais o domínio público tem sido um lugar apropriado 
particularizadamente, seja pelo Estado, seja por outros membros da sociedade 
autorizados, ou não, pelo aparato estatal, e por isso, sempre, aparentemente, 
esse domínio se mostra opaco, caótico e imprevisível ao olhar coletivo, dando 
a sensação de que a República é tudo menos uma “coisa pública”. 
Tradicionalmente, esse domínio público busca ter o monopólio da 
ordem jurídica, ou seja, do poder de criação de normas jurídicas. Todavia, com 
o avanço de idéias invocando o pluralismo jurídico e o destaque que a noção 
de espaço público tem alcançando tem repercutido na existência e no 
reconhecimento de ordens jurídicas locais. 
Assim, essas ordens jurídicas locais, longe de representarem um 
enfraquecimento do poder do Estado, elas contribuem para o fortalecimento da 
idéia de espaço público e devem ser estimuladas e NÃO reprimidas pela ação 
do Poder Executivo e do Poder Judiciário. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
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QUESTÃO 96 (CNJ – Analista Judiciário – 2012 – CESPE - Adaptada): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
A criação dos juizados especiais criminais, em 1995, ocorreu a partir de longo 
debate teórico e político a respeito do que seriam delitos de menor potencial 
ofensivo. 
 
COMENTÁRIOS: 
Além da Emenda nº 45/2004, outro elemento importante foi a 
criação dos juizados especiais criminais, no ano de 1995, a despeito da 
Constituição Federal de 1988 prever a necessidade de criação desses juizados 
desde a data de sua promulgação. 
A demora para a instituição dessas instâncias judiciais ocorreu em 
virtude do longo debate teórico e político a respeito do que seriam delitos de 
menor potencial ofensivo. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 97 (CNJ – Analista Judiciário – 2012 – CESPE - Adaptada): 
Julgue o item a seguir, marcando C (certo) ou E (errado): 
Embora o Poder Judiciário tenha promovido mudanças na tentativa de 
democratizar o acesso à Justiça, considera-se que esse ainda atue como 
reprodutor de desigualdades sociais. 
 
COMENTÁRIOS: 
O Poder Judiciário vem buscando estar atento ao novo enfoque do 
acesso à justiça para fins de desenvolvimento de seu papel como 
administrador de conflitos. Na realidade brasileira, isto foi verificado com a 
Reforma do Judiciário ocorrida por meio da Emenda nº 45/2004. 
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Ademais, a criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 
proporcionada pela citada Emenda Constitucional, e o papel desempenhado 
pela Corregedoria do CNJ, além de algumas iniciativas como as metas do Poder 
Judiciário, a Semana Nacional de Conciliação, mutirões de análise do 
cumprimento de penas, vem contribuindo para uma busca de superação de 
algumas barreiras ao acesso efetivo à Justiça, bem como a redução das 
desigualdades sociais envolvendo as partes. 
Nesse sentido, aprofundando essa realidade, a socióloga Jacqueline 
Sinhoretto afirma que existem quatro intensidades de Justiça, ou seja, 
quatro modalidades de administração institucional de conflitos: 
Intensidades Formas de administração de conflitos 
Primeira - Poder Judiciário eficiente para ambas as partes (situação 
dos “grandes casos” nos Tribunais Superiores) 
Segunda - “Justiça comum”: o Poder Judiciário com suas 
ineficiências, formalidades, desigualdades sociais entre as 
partes e barreiras ao acesso à justiça. 
Terceira - Juizados especiais 
Quarta - Meios alternativos e informais de solução de conflitos 
recepcionados pelo Estado (conciliação, mediação...) 
- Meios ilegais (violência policia, milícias...) 
 
Nesse quadro, o Poder Judiciário vem promovendo mudanças na 
tentativa de democratizar o acesso à Justiça, NÃO sendo mais uma instituição 
reprodutora das desigualdades, mas um aparato estatal que busca superar as 
desigualdades sociais para promover o acesso à Justiça. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
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