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curso 13249 aula 00 v2

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Aula 00
Indigenismo (Exceto itens 12 e 13) p/ FUNAI - (Cargo: Indigenista Especializado)
Professores: Aristócrates Carvalho, Mario Machado
97309559215 - idiana natalino batista machado
NOÇÕES DE INDIGENISMO P/FUNAI 
Cargo: Indigenista Especializado 
Prof. Aristócrates Carvalho 
 
 
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AULA DEMONSTRATIVA 
 
 
1. APRESENTAÇÃO. 
 
Olá, meus amigos e minhas amigas! 
 
Meu nome é Aristócrates Carvalho ³$UL´� H� YRFrV� QmR�
imaginam como é boa a sensação de estar iniciando este curso da 
disciplina ³NOÇÕES DE INDIGENISMO´ para o concurso da 
FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO (FUNAI). 
 
O certame é organizado pela Escola de Administração 
Fazendária (ESAF), uma banca muito temida em razão da 
maneira peculiar de fazer provas. 
Essa é, sem dúvidas, uma excelente oportunidade para os que 
possuem nível superior em qualquer área, eis que foram ofertadas 
202 (Duzentas e duas) vagas com esse requisito para o cargo de 
³,QGLJHQLVWD� (VSHFLDOL]DGR´�� FRP� UHPXQHUDomR� LQLFLDO� GH� R$ 
5.345,02, fora os adicionais posteriormente acrescentados. 
Como de costume, a ESAF pensou numa prova com grande 
quantidade de questões (110 ao todo) e privilegiou as disciplinas 
97309559215
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NOÇÕES DE INDIGENISMO P/FUNAI 
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Língua Portuguesa e Conhecimentos Específicos (nossa 
matéria), ambas com peso 02. 
 
A título de informação, percebam que somente esses dois 
conteúdos equivalem a cerca de 70% do total de pontos e exigem 
atenção especial do candidato, sem falar que a prova discursiva 
versará sobre tema retirado da ementa de Conhecimentos 
Específicos. 
 Portanto, é essencial que você esteja afinado com esse 
importante conteúdo. 
 
Em tempos de crise e de notícias nada animadoras para a 
economia do país, o concurso da FUNAI pode ser a oportunidade da 
sua vida. Portanto, uma preparação sólida e com o material adequado 
é essencial para sua aprovação. 
 
 ³$UL�� TXDQWD� IDOWD� GH� HGXFDomR�� $SUHVHQWH-se melhor 
SDUD�RV�VHXV�DOXQRV´�� 
 
Pois bem pessoal. Sou Servidor Público Federal, 
Especialista em Direito Público e Mestre em Políticas Públicas. 
Resido em Brasília-DF e sou professor atuante desde o ano de 2011 
em cursos presenciais e à distância de grande respaldo no País. 
Desde o ano de 2014 tenho a honra de participar da forte equipe de 
TOTAL DE PONTOS 
Língua Potuguesa
Conhecimentos
Específicos
Raciocínio Lógico
Direito Constitucional
e Administrativo
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Professores do Estratégia Concursos nas disciplinas de Políticas 
Públicas, Legislação Específica, Direito Marítimo e 
Aeronáutico. 
 
Bom, neste curso iremos trabalhar com questões de várias 
bancas, visto que há pouquíssimas questões da ESAF que 
versam sobre os temas do nosso curso. Além do mais, teremos 
várias questões inéditas para melhor fixação. 
 
Peço a compreensão de vocês, pois, ao contrário de outras 
disciplinas (como Direito Constitucional, Administrativo etc), a nossa 
não permite a análise de uma grande quantidade de questões, sejam 
elas anteriores ou inéditas. Isso se deve à singularidade do conteúdo 
trabalhado. 
 
Peço ainda que vocês não se contentem com a leitura das 
nossas aulas. Procurem aprofundamento em textos mais densos. Não 
se preocupem, pois farei indicações de textos para leituras 
complementares ao longo do curso. 
 
Sem maiores delongas, vamos ao trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Nesta aula inaugural lançaremos um olhar sobre o processo 
histórico-evolutivo da situação jurídica dos povos indígenas no 
Brasil, verificando ainda alguns diplomas legais que cuidam da sua 
proteção. 
Entendo que já é o momento de enveredarmos em debates 
sociológicos e antropológicos que envolvem a evolução jurídica da 
tutela indígena (o que será feito também de maneira exaustiva no 
decorrer deste curso), além, é lógico, de analisar os aspectos 
eminentemente jurídicos existentes no ordenamento (INFRA) 
Constitucional sobre esses povos. 
Em virtude da diversidade cultural da nossa nação, foi 
necessária a criação de aparatos legislativos capazes de disciplinar a 
situação jurídica desses grupos. É evidente que cada momento 
histórico revelou interesses que representavam as mentalidades 
políticas e econômicas vigentes à época e até se chegar à 
concepção jurídica e protecionista existente hoje percorremos um 
longo e árduo caminho. 
Assim, destacaremos os principais fatos relativos à tutela 
indígena, desdH� D� pSRFD� GD� ³GHVFREHUWD´� DWp� RV� GLDV� DWXDLV��
Caminharemos ainda pelo terreno fértil da legislação 
infraconstitucional1. 
E aí, preparadas e preparados? 
 
1
 Segundo a formulação do jurista austríaco Hans Kelsen, o ordenamento 
jurídico deve ser comparado a uma pirâmide normativa. Nesse contexto, 
a Constituição Federal (norma fundamental e fundamento de validade das 
demais normas) estaria no topo da pirâmide e a legislação 
infraconstitucional seria constituída pelo conjunto de normas que se 
encontram abaixo dela (Leis, Decretos, Resoluções etc). 
2. INTRODUÇÃO. 
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2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LEGISLAÇÃO INDIGENISTA NO 
BRASIL. 
 
É fato: durante o período colonial a tutela dos povos indígenas 
no Brasil não considerou as peculiaridades desses povos, a exemplo 
das tradições, línguas, manifestações religiosas etc. Ao longo de 
tantos séculos de dominação o tratamento jurídico conferido aos 
índios teve como mote a estigmatização e a ideia de que os primeiros 
habitantes constituíam obstáculo ao desenvolvimento econômico da 
nação na perspectiva eurocêntrica (visão do colonizador). 
Este modelo de compreensão da humanidade do outro fez com 
que se cometessem verdadeiras barbaridades contra os povos da 
caça e pesca. Tais atos só foram amenizados com a posterior 
aprovação de uma bula papal, datada de 1537, em que a igreja 
definia que os habitantes do novo mundo eram dotados de alma e, 
portanto, seres humanos. Esse talvez tenha sido o primeiro 
documento legal com uma posição oficial e que favorecia ± ainda 
que não integralmente ± RV� ³QHJURV� GD� WHUUD´�� SDUD� XVDU� XPD�
expressão de Pero Vaz de Caminha ao denominar os índios2. 
Ocorre que a determinação clerical não surtiu o efeito 
esperado e a própria igreja, representada pelos jesuítas, foi 
responsável poroutro tipo de violência na medida em que impunha 
valores e comportamentos sociais, morais e religiosos aos primeiros 
habitantes, descuidando dos aspectos intrínsecos da sua cultura. 
 
2
 (BELFORT, 2006) 
2.1. Paradigma exterminacionista. 
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Conclui-se, dessa forma, que o paradigma exterminacionista 
foi marcado de maneira negativa como um longo período histórico 
onde prevaleceu a violência física e a naturalização de práticas 
genocidas autorizadas pela legislação vigente. 
2.2. Paradigma integracionista (assimilação). 
O segundo modelo de política indigenista adotado foi o 
integracionista H� VH� EDVHRX� QD� FUHQoD� VHJXQGR� D� TXDO� ³+i�
estágios de evolução cultural pelos quais os índios passarão 
necessária e inexoravelmente, estágios a partir dos quais é 
possível diferenciá-los numa escala hierárquica de mais ou 
menos inferioridade´3. Partia do pressuposto de que a cultura 
era composta por fases evolutivas, o que não mais se admite 
atualmente. 
$� LGHLD� HUD� ³LQWHJUDU´� RV� tQGLos, retirando-lhes do convívio 
de suas culturas tradicionais e incluindo na sociedade nacional 
(não-índios), que seria o último estágio da ³HYROXomR´. Esse 
paradigma foi desenvolvido a partir do positivismo, que acreditava 
ser natural esta passagem entre o estado primitivo e a 
civilização. Era, sem dúvidas, a imposição de um modelo 
exemplar de nação. 
O paradigma integracionista caracterizava-se pela 
concepção de que os povos indígenas, suas culturas, suas formas 
de organização social, suas crenças, seus modos de educar e de 
viver eram inferiores aos dos colonizadores europeus, 
estando fadados ao desaparecimento. Isso sujeitava os índios 
libertos do cativeiro, na qualidade de indivíduos civilmente 
 
3
 (BARRETO, 2003, P. 64). 
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incapazes, à chamada tutela orfanológica, como forma de 
protegê-los, ensinar-OKHV�XP�RItFLR�H�DVVLP�³LQWHJUi-ORV´4. 
Nesse sentido, tal doutrina enxergava os índios como titulares 
de direitos especiais provisórios, que iriam perdurar até que se 
WRUQDVVHP� ³FLYLOL]DGRV´�� SHUGHQGR, assim, a qualidade natural de 
índio (silvícolas). 
Essa teoria ficou bastante evidente quando da consolidação 
de duas importantes normas: O Código Civil de 1916 e o 
Estatuto do Índio (Lei n. 6.001/73), este vigente até hoje. 
Vejamos como o Código Civil de 1916 plasmou essa política 
no seu texto: 
Art. 6º São incapazes relativamente a certos atos (art. 
147, nº I), ou à maneira de os exercer: 
(...) 
III - Os silvícolas5. 
Parágrafo único. Os silvícolas ficarão sujeitos ao 
regime tutelar, estabelecido em leis e regulamentos 
especiais, o qual cessará à medida que se forem 
adaptando à civilização do País. 
O espírito da política integracionista também deixou marcas 
nos arts. 1º e 2º do Estatuto do Índio. Vejamos: 
 
4
 (SOUZA FILHO, 1993). 
5
 6LJQLILFDGR� GD� H[SUHVVmR� ³6LOYtFROD´� Aquele que vive na selva, 
estranho à civilização, à comunhão nacional. 
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Art. 1º Esta Lei regula a situação jurídica dos índios 
ou silvícolas e das comunidades indígenas, com o 
propósito de preservar a sua cultura e integrá-los, 
progressiva e harmoniosamente, à comunhão 
nacional. 
Art. 2° Cumpre à União, aos Estados e aos Municípios, 
bem como aos órgãos das respectivas administrações 
indiretas, nos limites de sua competência, para a 
proteção das comunidades indígenas e a preservação 
dos seus direitos: 
I ± (...) 
II - prestar assistência aos índios e às comunidades 
indígenas ainda não integrados à comunhão 
nacional; 
Tecendo ácidas críticas ao Estatuto do Índio e às suas 
motivações assimilacionistas, SOUZA FILHO (1993) assevera que: 
³&RQWLGD�QHVWH�FRQFHLWR�HVWi�D�LGHLD�GH�TXH�RV�tQGLRV�HP�
algum tempo não necessitarão mais sequer serem 
chamados de índio, porque estarão integrados à 
sociedade nacional, então as garantias a seus direitos 
estarão equiparadas às garantias de todos os outros 
cidadãos, e suas terras deixarão de ser suas, para 
serem devolvidas ao domínio público como terras da 
União. O Estatuto do Índio, portanto, é um retrocesso 
do ponto de vista teórico em relação à tutela, porque 
recria a ideia da emancipação e a possibilidade de 
devolução das terras indígenas ao Estado, justamente 
por seus titulares perderem a qualidade de índios´. 
(SOUZA FILHO, Carlos Frederico Marés de. O 
Renascer dos Povos Indígenas para o Direito. 
Curitiba: Editora Juruá, 1998, p.103). 
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A Constituição de 1934 foi a primeira a contemplar a temática 
indígena no Brasil, estabelecendo a competência privativa da União 
para legislar sobre incorporação dos silvícolas à comunhão 
nacional (art. 5º, XIX, "m") e garantiu no seu artigo 129 o 
respeito à posse das terras dos silvícolas que nelas se achem 
permanentemente localizados, negando-lhes, entretanto, a 
possibilidade de aliená-las. 
Essa última regra, do art. 129, foi repetida na Carta de 1937, 
mais precisamente no seu art. 154. Não obstante, essa Constituição 
deixou de tratar da competência legislativa em matéria 
indígena. 
A Constituição de 1967 contemplou algumas novidades: O seu 
texto incluiu as terras ocupadas pelos silvícolas expressamente 
dentre os bens da União (art. 4º, IV), manteve a competência da 
União para legislar sobre incorporação dos índios à comunhão 
nacional (art. 8º, XVII, "o"), e, além de novamente assegurar a posse 
permanente das terras que habitavam, reconheceu-lhes o direito ao 
usufruto exclusivo dos recursos naturais e de todas as utilidades 
existentes naquelas glebas (art. 186). 
De agora em diante, o nosso foco será direcionado para o 
disciplinamento dado pela Constituição Federal de 1988 à questão 
indígena. Mas não é somente isso: Será a oportunidade de 
compreendermos as bases filosóficas que sustentam esse novo 
modelo que destoa, e muito, de tudo o que foi visto até o momento. 
Antes de adentrar no estudo do último paradigma, é de bom 
alvitre organizar, de maneira didática, o tratamento dado pelas 
Constituições citadas acima à questão indígena. 
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2.3. Paradigma da ampliação dos direitos. 
A Constituição Federal de 1988 pôs fim ao ideal 
assimilacionista/integracionista e lançou as bases para uma nova era 
de interação e proteção entre os povos indígenas e o Estado 
brasileiro. A nova perspectiva coloca os povos indígenas em 
condição de igualdade e horizontalidade (Antes pautada pela 
verticalidade, no sentido de imposição), sustentada pelo respeito à 
diversidade, assim como o reconhecimento da pluralidade de 
culturas e garantia de proteção especial às minorias 
indígenas. 
Não há mais que se falar em tratamento diferenciado com 
base na suposta incapacidade civil dos índios, típica da fase 
anterior. Tal proteção apoia-se agora no respeito às diferenças 
CF-1934 
ͻ Competência privativa 
da União para legislar 
sobre incorporação dos 
silvícolas à comunhão 
nacional (art. 5º, XIX, 
"m") 
 
ͻ Respeito à posse das 
terras dos silvícolas que 
nelas se achem 
permanentemente 
localizados, negando-
lhes, entretanto, a 
possibilidade de aliená-
las. 
CF-1937 
ͻ Não tratou sobre 
competência 
legislativa. 
 
 
 
 
ͻ <<< IDEM 
CF-1967 
ͻ Terras ocupadas pelos 
silvícolas passam a ser bens 
da União (Art. 4º, IV). 
 
ͻ Manteve a competência da 
União para legislar sobre 
incorporação dos índios à 
comunhão nacional (art. 8º, 
XVII, "o"), 
 
ͻ Assegurou a posse 
permanente das terras que 
habitavam, reconheceu-lhes 
o direito ao usufruto 
exclusivo dos recursos 
naturais e de todas as 
utilidades existentes naquelas 
glebas (art. 186). 
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culturais existentes, fato que justificou a confecção de um grande 
aparato legislativo infraconstitucional contemplando os direitos 
dessas minorias à diversidade étnica, linguística e cultural. 
Trilhando os rumos de uma nova ética, a Constituição Federal 
GH������GHGLFRX�XP�FDStWXOR�HVSHFtILFR�GHQRPLQDGR�³'RV�tQGLRV´ para 
enunciar direitos, sem falar em outras tantas menções feitas de 
maneira esparsa no decorrer do texto constitucional: 
9 Título III ± organização do estado �$UW������ µ;,¶�H�
���µ;,9¶�; 
9 Título IV - ³GD�RUJDQL]DomR�GRV�SRGHUHV´ (Art. 49, 
µ;9,¶������µ;,¶�H������µ9¶�; 
9 Título IV - ³GD�RUdem econômica e financeira´ (Art. 
176, 1.); 
9 Título VIII - ³GD�RUGHP�VRFLDO´ (Art. 210, 2 e 215, 
1; 231, 1 a 7 e 232); e 
9 ³AWR� GDV� GLVSRVLo}HV� FRQVWLWXFLRQDLV� WUDQVLWyULDV´ 
(Art. 67 do ADCT). 
 
Há ainda um tratamento especial dado a essa população 
também em leis infraconstitucionais, a exemplo do Estatuto do 
Índio, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei Orgânica da 
SUS e normas internacionais (Convenção 169 da OIT e 
Declaração Universal dos Direitos dos Indígenas) 
É que o veremos a partir de agora. 
 
 
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2.3.1. NO TÍTULO III - ³'$�25*$1,=$d­2�'2�(67$'2´� 
 
 
 
CAPÍTULO II ± DA UNIÃO 
 
Artigo 20 ± São bens da União: 
 
(...) 
 
XI ± as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios 
 
Artigo 22 ± Compete privativamente à união legislar sobre: 
 
(...) 
XIV ± populações indígenas; 
COMENTÁRIOS: 
 
Percebam que as terras tradicionalmente ocupadas pelos 
índios são de propriedade da União e isso não deve ser levado como 
contradição ao que vimos acima. 
 
O motivo: Os índios são detentores da posse permanente 
dessas terras, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do 
solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. 
 
As terras indígenas são consideradas bens públicos, 
possuindo, portanto, as características de inalienabilidade, 
indisponibilidade e imprescritibilidade, conforme acentua o § 4º 
do art. 231: 
 
Art. 231. (...) 
(...) 
§ 4º - As terras de que trata este artigo são inalienáveis e 
indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. 
 
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O objetivo de manter o domínio da União sobre esses 
territórios consiste em resguardá-los, retirando a possibilidade dos 
direitos indígenas ficarem ao sabor dos fenômenos políticos locais. 
 
2.3.2. NO TÍTULO VIII - ³'$�25'(0�62&,$/´� 
 
CAPÍTULO VII ± ³'26�Ë1',26´ 
 
Artigo 231 - São reconhecidos aos índios sua organização social, 
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários 
sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União 
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. 
 
 
1. São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles 
habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades 
produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos 
ambientais necessários a seu bem estar e as necessárias a sua 
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e 
tradições. 
 
 
COMENTÁRIOS: 
 
Extrai-se da leitura do caput do art. 231 que a CFRFB adotou 
postura claramente protecionista, garantindo o respeito ao direito das 
populações indígenas de preservar as suas subjetividades. 
 
Já no parágrafo primeiro o legislador trouxe quatro condições 
básicas para definição dR� FRQFHLWR� GH� ³terras tradicionalmente 
ocupadas pelos índios´��D�VDEHU: 
1. Serem por eles habitadas em caráter permanente; 
 
2. Serem por eles utilizadas para suas atividades 
produtivas; 
 
3. Serem imprescindíveis a preservação dos recursos 
ambientais necessários ao seu bem estar; 
 
4. Serem necessários à sua reprodução física e cultural; 
tudo segundo seus usos, costumes e tradições. 
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O § 1º dispõe ainda sobre o tema ³LQGLJHQDWR´��VREUH�R�TXDO�
conversamos mais adiante. 
 
2. As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a 
sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das 
riquezas do solo, dos rios, dos lagos nelas existentes. 
 
3. O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais 
energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras 
indígenas só podem ser efetivadas com autorização do Congresso 
Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes 
assegurada participação nos resultados das lavras, na forma de lei. 
 
 
 
COMENTÁRIOS: 
 
2� †� �ž� GLVFLSOLQD� R� FRQFHLWR� GH� ³XVR� H[FOXVLYR´ de terras. 
Significa dizer que a exploração dos recursos naturais existentes em 
terras indígenas só poderá ser realizada pelos próprios índios e 
nunca por pessoas estranhas. 
 
Ademais, o § 3º busca proteger esses locais da sanha 
capitalista sedenta por riquezas minerais, recursos hídricos e 
potenciais energéticos existentes na região. Somenteo Congresso 
Nacional (Câmara + Senado) pode autorizar esse tipo de 
exploração, desde que as comunidades afetadas sejam ouvidas 
e também sejam beneficiárias dos resultados obtidos na 
exploração. 
 
4. As terras de que trata este artigo são inalienáveis e 
indisponíveis, e os direitos sobre elas são imprescritíveis. 
 
5. É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, 
ad referendum do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou 
epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da 
soberania do País, após deliberação do Congresso, garantindo em 
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qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. 
 
6. São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos 
que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras 
a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais 
do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante 
interesse público da União, segundo o que dispuser lei 
complementar, não gerando a nulidade e a extinção do direito à 
indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, 
quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé. 
 
7. Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, 3 e 4. 
 
 
COMENTÁRIOS: 
 
O § 5º enuncia o princípio da irremovibilidade dos nativos 
de suas terras. A regra comporta 03 (três) exceções: remoção 
autorizada pelo Congresso Nacional; em casos de catástrofe 
ou epidemia que ponha em risco a sua população; no interesse 
de soberania do País. 
 
 
O § 6º estabelece que são nulos quaisquer atos que tratem 
sobre ocupação, domínio ou posse por terceiros, bem como sobre a 
exploração dos recursos do solo, rios e lagos nas terras 
HIPÓTESES DE 
REMOÇÃO 
AUTORIZADAS 
Autorizada ad 
referendum do 
Congresso Nacional. 
Em casos de catástrofe 
ou epidemia que 
ponha em risco a sua 
população . 
No interesse de 
soberania do País, 
após deliberação do 
Congresso Nacional 
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tradicionalmente ocupadas pelos índios, exceto no caso de 
relevante interesse público da União. O dispositivo afirma, ainda, 
que a nulidade e extinção não geram direito de indenização ou 
de ação contra a União, salvo quanto às benfeitorias derivadas 
da ocupação de boa-fé. 
 
Por fim, o § 7º vedou expressamente as atividades das 
cooperativas de garimpeiros (Previstas no art. 174, §§ 3º e 4º) no 
interior das terras indígenas. 
 
Artigo 232 ± Os índios, suas comunidades e organizações são partes 
legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e 
interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do 
processo. 
COMENTÁRIOS: 
A Constituição foi certeira ao prever o ingresso dos índios, 
suas comunidades e organizações em juízo, sendo partes 
legítimas para defenderem seus direitos e interesses (Superação do 
paradigma integracionista, que os viam como seres desprovidos de 
capacidade civil para a defesa dos seus direitos). 
Nesse sentido, o Ministério Público6 e a Fundação Nacional do 
Índio (FUNAI) deverão intervir em todos os atos do processo apenas 
como fiscais da lei (e não assistente), acompanhando a 
legalidade dos atos processuais. 
 
6
 Ressalte-se que é função institucional do Ministério Público 
defender judicialmente os direitos e interesses das populações 
indígenas, conforme preconiza o art. 
 
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Ou seja: podem os índios, comunidades e organizações 
exercerem diretamente o direito de ação sem a necessidade de 
assistência de nenhum órgão ou entidade, posto já serem 
considerados plenamente capazes para a prática de atos da vida 
civil, desde que exista acompanhamento dos órgãos de proteção. 
2.3.3. NO TÍTULO VIII - ³'$�25'(0�62&,$/´� 
 
CAPÍTULO III - ³'$� ('8&$d­2�� '$� &8/785$� (� '2�
DESPORTO. 
 
SEÇÃO I ± ³'$�('8&$d­2´ 
 
Artigo 210 - Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino 
fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e 
respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais. 
 
2. O ensino fundamental regular será ministrado em língua 
portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a 
utilização de suas línguas maternas e processos próprios de 
aprendizagem. 
 
COMENTÁRIOS: 
 
O artigo acima representa o multiculturalismo contemplado 
pela Carta da República. Esse dispositivo deixa transparecer a 
preocupação do legislador com a transmissão das línguas indígenas 
nativas para as novas gerações. 
Com efeito, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 
9.394/96), definiu como dever do Estado, com a colaboração do 
Ministério da Cultura e órgão federal indigenista (FUNAI), a oferta de 
uma educação escolar bilíngue e intercultural, com o objetivo de 
fortalecer as práticas socioculturais e a língua materna dos povos e 
comunidades indígenas, bem como lhes assegurar o acesso aos 
conhecimentos técnico-científicos da sociedade não-indígena. 
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Vejamos: 
Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração 
das agências federais de fomento à cultura e de 
assistência aos índios, desenvolverá programas 
integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação 
escolar bilíngüe e intercultural aos povos indígenas, com os 
seguintes objetivos: 
I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a 
recuperação de suas memórias históricas; a 
reafirmação de suas identidades étnicas; a 
valorização de suas línguas e ciências; 
II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o 
acesso às informações, conhecimentos técnicos e 
científicos da sociedade nacional e demais sociedades 
indígenas e não-índias. 
Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente os 
sistemas de ensino no provimento da educação intercultural 
às comunidades indígenas, desenvolvendo programas 
integrados de ensino e pesquisa. 
§ 1º Os programas serão planejados com audiência das 
comunidades indígenas. 
§ 2º Os programas a que se refere este artigo, incluídos nos 
Planos Nacionais de Educação, terão os seguintes objetivos: 
I - fortalecer as práticas sócio-culturais e a língua 
materna de cada comunidade indígena; 
II - manter programas de formação de pessoal 
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especializado, destinado à educação escolar nas 
comunidades indígenas; 
III - desenvolver currículos e programas específicos, neles 
incluindo os conteúdos culturais correspondentes às 
respectivas comunidades; 
IV - elaborar e publicar sistematicamente material 
didático específico e diferenciado. 
§ 3º No que se refere à educação superior, sem prejuízo 
de outras ações, o atendimento aos povos indígenas 
efetivar-se-á, nas universidades públicas e privadas, 
mediante a oferta de ensino e de assistência 
estudantil, assim como de estímulo à pesquisa e 
desenvolvimento de programas especiais. 
 
3. Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde (LEI 8.080/90). 
 
A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos 
Indígenas integra a Política Nacional de Saúde, compatibilizando 
as determinações das Leis Orgânicas da Saúde com as da 
Constituição Federal, que reconhecem aos povos indígenas suas 
especificidades étnicas e culturais e seus direitos territoriais. 
 
Esta proposta foi regulamentada pela Lei nº 9.836/99, de 23 
de setembro de 1999, que estabelece o Subsistema de Atenção à 
3.1. Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. 
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Saúde Indígena no âmbito do SUS, incluindo os Arts. 19-A a 19-H no 
âmbito da Lei 8.080/90. 
 
A implementação da Política Nacional de Atenção à Saúde dos 
Povos Indígenas requer a adoção de um modelo complementar e 
diferenciado de organização dos serviços - voltados para a proteção, 
promoção e recuperação da saúde -, que garanta aos índios o 
exercício de sua cidadania nesse campo. 
 
Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a 
realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas e o 
modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que se deve 
pautar por uma abordagem diferenciada e global, contemplando os 
aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, 
habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação 
sanitária e integração institucional. 
 
Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o 
Subsistema, mas os Estados, Municípios, outras instituições 
governamentais e não-governamentais poderão atuar 
complementarmente no custeio e execução das ações. 
 
Para sua efetivação, deverá ser criada uma rede de serviços 
nas terras indígenas, de forma a superar as deficiências de 
cobertura, acesso e aceitabilidade do Sistema Único de Saúde para 
essa população. É indispensável, portanto, a adoção de medidas que 
viabilizem o aperfeiçoamento do funcionamento e a adequação da 
capacidade do Sistema, tornando factível e eficaz a aplicação dos 
princípios e diretrizes da descentralização, universalidade, eqüidade, 
participação comunitária e controle social. 
 
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Para que esses princípios possam ser efetivados, é necessário 
que a atenção à saúde se dê de forma diferenciada, levando-se 
em consideração as especificidades culturais, epidemiológicas 
e operacionais desses povos. Assim, deverá desenvolver e fazer 
uso de tecnologias apropriadas por meio da adequação das formas 
ocidentais convencionais de organização de serviços. 
 
CAPÍTULO V 
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena 
 
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o 
atendimento das populações indígenas, em todo o território 
nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta 
Lei. 
 
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, 
componente do Sistema Único de Saúde ± SUS, criado e definido 
por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com 
o qual funcionará em perfeita integração. 
 
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o 
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. 
 
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído 
por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena 
do País. 
 
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições 
governamentais e não-governamentais poderão atuar 
complementarmente no custeio e execução das ações. 
 
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a 
realidade local e as especificidades da cultura dos povos 
indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde 
indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada 
e global, contemplando os aspectos de assistência à saúde, 
saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, 
demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional. 
 
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá 
ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e 
regionalizado.(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
 
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base 
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os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. 
 
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de 
Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações 
na estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as 
populações indígenas, para propiciar essa integração e o 
atendimento necessário em todos os níveis, sem discriminações. 
 
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, 
em âmbito local, regional e de centros especializados, de acordo 
com suas necessidades, compreendendo a atenção primária, 
secundária e terciária à saúde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) 
 
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos 
organismos colegiados de formulação, acompanhamento e 
avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho 
Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de 
Saúde, quando for o caso. 
 
 
4. CONVENÇÃO 169 DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO 
TRABALHO (OIT). 
 
 
Representando o novo ideário protetivo ofertado às 
populações indígenas e tribais, essa Convenção internacional trouxe 
inúmeros avanços que foram incorporados pela legislação pátria. 
A Convenção reconheceu as aspirações desses povos a 
assumir o controle de suas próprias instituições e formas de 
 e manter e fortalecer vida e seu desenvolvimento econômico,
suas identidades, línguas e religiões, dentro do âmbito dos Estados 
onde moram, visto que em diversas partes do mundo esses povos 
não podem gozar dos direitos humanos fundamentais no mesmo grau 
que o restante da população dos Estados onde moram e que suas 
leis, valores, costumes e perspectivas têm sofrido erosão 
frequentemente. 
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Artigo 2º (...) 
1. Os governosdeverão assumir a 
responsabilidade de desenvolver, com a 
participação dos povos interessados, uma ação 
coordenada e sistemática com vistas a proteger 
os direitos desses povos e a garantir o respeito 
pela sua integridade. 
 
O mesmo artigo ainda estabelece como essas ações deverão 
ser realizadas e as medidas que serão tomadas para garantir o 
respeito e proteger os direitos indígenas: 
2. Essa ação deverá incluir medidas: 
a) que assegurem aos membros desses povos o 
gozo, em condições de igualdade, dos direitos e 
oportunidades que a legislação nacional outorga 
aos demais membros da população; 
b) que promovam a plena efetividade dos direitos 
sociais, econômicos e culturais desses povos, 
respeitando a sua identidade social e cultural, os 
seus costumes e tradições, e as suas instituições; 
c) que ajudem os membros dos povos 
interessados a eliminar as diferenças sócio - 
econômicas que possam existir entre os membros 
indígenas e os demais membros da comunidade 
nacional, de maneira compatível com suas 
aspirações e formas de vida. 
 
A norma referida passou a ser parte integrante da legislação 
brasileira através do Decreto Legislativo 143 em 20 de junho de 
2002, vindo a ser o primeiro documento internacional tratando 
de assuntos relacionados a populações tradicionais. 
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Considerando que o nosso curso não se presta ao estudo 
sistemático da Legislação Indigenista7, estou evitando descer às 
minúcias durante o estudo dessas normas. A tarefa aqui é mostrar o 
que, em tese, poderá ser objeto de avaliação. A sua contrapartida 
com a leitura dos textos legais é essencial para um estudo 
consistente. 
5. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS POVOS 
INDÍGENAS 
 
Com exatos 46 artigos, a Organização das Nações Unidas 
(ONU) estabeleceu QR�ERMR�GD�³'HFODUDomR�8QLYHUVDO�GRV�'LUHLWRV�GRV�
3RYRV� ,QGtJHQDV´� DV� normas referentes aos direitos dos povos, tais 
como: a participação política, garantia dos recursos naturais, 
território e propriedade intelectual. 
Essa declaração não trás direitos novos, mas reconhece e 
ratifica os já existentes colaborando para conscientizar e promover a 
tolerância entre indígenas e o restante da população. Representa as 
reivindicações dos povos indígenas de todo o mundo, estabelecendo 
um parâmetro mínimo na elaboração de normas nacionais e 
internacionais e melhorando o relacionamento com os Estados 
Nacionais8. 
Alguns pontos importantes contidos na Declaração que 
merecem destaque são: 
 
 
 
7
 6REUH� R� WHPD� ³/HJLVODomR� LQGLJHQLVWD´�� Ki� XP� H[FHOHQWH curso 
ministrado pelos renomados professores Marcos Girão e Paulo 
Guimarães aqui no Estratégia Concursos. 
8
 (ALENCAR, 2015) 
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I) Autodeterminação; 
II) Direito ao consentimento livre, prévio e informado 
(Irremovibilidade); 
III) Direito a manter sua cultura e tradições ± os índios 
tem o direito de permanecerem como índios. 
 
Igualdades de direito, direito a diferença e segurança, direito 
de viverem em sociedades livres de qualquer preconceito ou 
discriminação, direito de terem sua integridade física e mental 
preservada. Esse é o objetivo da Declaração, conscientizar a 
população global de que o fato de serem diferentes não os tornam 
desiguais. 
6. A QUESTÃO DO INDIGENATO. 
 
A Constituição Federal fala expressamente em direito 
originário e ocupação tradicional, admitindo em seu texto ³TXH�
são reconhecidos aos índios os direitos originários sobre as terras 
que tradicionalmente ocupam´. Percebe-se, assim, que o Estado 
brasileiro reconheceu expressamente o indigenato. 
O Direito originário (ou indigenato) é uma teoria que possui 
amparo no Alvará Régio de 1º de abril de 1680. O jurista João 
Mendes Junior foi o principal defensor da teoria brasileira do 
indigenato no início do século XX. 
Para ele, foi admitido pelo Estado português haver um direito 
originário dos índios sobre as terras brasileiras, imprescritível, 
inderrogável, exclusivo e derrogador de qualquer outro, inclusive dos 
títulos de sesmarias ou outras formas de concessão feitas pelo 
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Estado. Direito esse não sujeito a nenhum tipo de tributo ou a 
qualquer tipo de confirmação, ou seja, o título é a própria 
condição inata de índio 9. 
Assim, o indigenato está relacionado à noção de posse 
tradicional e não se confunde com a ocupação, constituindo fonte 
primária e congênita da posse territorial, naturalmente legítimo por 
si, dispensando atos jurídicos posteriores que legitimem a posse ou 
propriedade. 
Ao tratar sobre a disciplina constitucional das terras 
tradicionalmente ocupadas pelos índios, a Procuradora Federal 
Gabriela Melo Figueiredo Soares assevera que: 
A tradicionalidade está ligada aos aspectos culturais do 
uso da terra, que representa valor indispensável à 
sobrevivência do índio, seja como fator para atender as 
necessidades humanas (agricultura de subsistência, 
preservação do meio ambiente), seja como lugar para 
exercício de suas práticas culturais. Sem a garantia da 
posse da terra pode ocorrer a morte física ou cultural, 
com a desintegração dos costumes e rituais, perda da 
identidade étnica, dissolução dos vínculos históricos, 
sociais e antropológicos, além da erosão da sua 
consciência enquanto povo10. 
Com efeito, o direito às terras ocupadas pelos índios 
independe de titulação (de posse ou propriedade), pois é originário 
 
9
 (BARBOSA, 2007) 
10
 _____________ SOARES, Gabriela Melo Figueiredo. Terras indígenas: 
regime constitucional. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 19, n. 
3914, 20 mar.2014. Disponível 
em: <https://jus.com.br/artigos/26927>. Acesso em: 25 abr. 2016. 
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e precede quaisquer outros direitos existentes, consubstanciando 
fator essencial para a sobrevivência física e cultural desses povos. 
------------------------ X ---------------------- 
Pois bem. Analisados os pontos fundamentais da 
matéria, o próximo passo desta aula é a análise de questões 
de concursos já aplicadas. 
 
7. QUESTÕES DE CONCURSOS. 
 
1. (CESPE-PGE/BA-2014) No que concerne às terras 
indígenas, julgue os itens a seguir. 
Pelo instituto jurídico do indigenato, título congênito 
conferido ao índio, o ordenamento jurídico brasileiro 
reconhece o direito dos índios de terem a sua organização 
social, costumes, línguas, crenças e tradições, bem como 
osdireitos originários sobre as terras que tradicionalmente 
ocupam, competindo à União demarcá-las bem como 
proteger e fazer respeitar todos os seus bens. 
 
C ( ) E ( ) 
 
2. (FGV ± FIOCRUZ ± 2010) Na luta histórica dos povos 
indígenas no Brasil contra a desigualdade e a exclusão, 
alguns avanços têm sido verificados. Neste sentido, o 
parágrafo 1º do artigo 231 da Carta em vigor dificulta 
oficialmente as tentativas de diminuição dos espaços 
territoriais indígenas, inclusive os de fronteiras. 
 
A partir do texto, assinale a afirmativa correta. 
a) Reconhece o instituto do indigenato em caráter 
posterior à lei. 
b) Assume as diferentes culturas existentes no território 
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brasileiro. 
c) Considera todas as fronteiras nacionais como direito dos 
índios. 
d) Dá aos povos indígenas a possibilidade de compra de 
suas terras. 
e) Assegura a terra indígena como vital não apenas para a 
habitação. 
 
3. (CETRO-FUNAI/2010-TERRAS INDÍGENAS) João Mendes 
Jr., no início do século XX, expôs, em termos jurídicos, a 
teoria do indigenato como ela é hoje, conhecida e 
praticada. Esta teoria consiste em afirmar que o direito dos 
índios à terra 
A) é um direito congênito, distinto, portanto, do direito 
adquirido. 
B) é uma consequência direta dos primeiros movimentos 
abolicionistas que influenciaram no estabelecimento de 
novas políticas para os povos indígenas. 
C) depende da dimensão do território em questão e do 
número da população indígena que faz o pleito. 
D) é um direito adquirido, resultado direto de políticas 
públicas, distinto, portanto, do direito congênito. 
E) é um direito adquirido criado a partir da ação da FUNAI. 
 
4. (CESPE-MPE/AM-2007) Os habitantes das Américas 
foram chamados de índios pelos europeus que aqui 
chegaram. Uma denominação genérica, provocada pela 
primeira impressão que eles tiveram de haverem chegado 
às Índias. Mesmo depois de descobrir que não estavam na 
Ásia, e sim em um continente até então desconhecido, os 
europeus continuaram a chamá-los assim, ignorando 
propositalmente as diferenças lingüístico-culturais. Era 
mais fácil tornar os nativos todos iguais, tratá-los de forma 
homogênea, já que o objetivo era um só: o domínio 
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político, econômico e religioso. É necessário reconhecer e 
valorizar a identidade étnica específica de cada uma das 
sociedades indígenas em particular, compreender suas 
línguas e suas formas tradicionais de organização social, 
de ocupação da terra e de uso dos recursos naturais. Isso 
significa respeito pelos direitos coletivos especiais de cada 
uma delas e a busca do convívio pacífico, por meio de um 
intercâmbio cultural, com as diferentes etnias. 
 
Tendo o texto acima como referência inicial e por base os 
ditames da ordem social constitucional, assinale a 
opção incorreta. 
a) A CF reconhece a organização social, os costumes, as 
línguas, crenças e tradições das comunidades indígenas, de 
modo que assume a existência de minorias nacionais, 
instituindo normas de proteção de sua singularidade 
étnica. 
b) Os índios, suas comunidades e organizações são partes 
legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus 
direitos e interesses, intervindo o MP em todos os atos do 
processo. 
c) As normas constitucionais sobre a relação dos indígenas 
com suas terras e o reconhecimento de seus direitos 
originários sobre elas consolidam e consagram o 
indigenato, o qual, por sua vez, não se confunde com a 
ocupação ou mera posse. O indigenato, portanto, não se 
rege simplesmente por normas de direito civil. 
d) A mineração em terras indígenas só pode ser efetivada 
com autorização do Congresso Nacional, após ouvidas as 
comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada 
participação nos resultados da lavra. 
e) As terras de aldeamentos extintos, mas ocupados por 
indígenas em passado remoto, pertencem à União, razão 
pela qual deve esta figurar como parte em ação de 
usucapião de imóvel compreendido no perímetro do antigo 
aldeamento indígena. 
5. (CETRO-FUNAI/2010-ANTROPOLOGIA) Defender 
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judicialmente os direitos e interesses das populações 
indígenas é função institucional do (a) 
A) Ministério da Justiça. 
B) Polícia Federal. 
 C) Advocacia Geral da União. 
D) Ministério Público. 
 E) Defensoria Pública. 
6. (CETRO-FUNAI/2010-ANTROPOLOGIA) São terras 
tradicionalmente ocupadas pelos índios 
A) as por eles habitadas em caráter permanente, as 
utilizadas para suas atividades produtivas, as 
imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais 
necessários ao seu bem-estar e as necessárias a sua 
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes 
e tradições. 
B) as por eles habitadas em caráter permanente, as 
utilizadas para suas atividades não-produtivas, as 
imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais 
necessários ao seu bem-estar e as necessárias a sua 
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes 
e tradições. 
C) as por eles habitadas em caráter permanente, as 
utilizadas para suas atividades produtivas, as prescindíveis 
à preservação dos recursos ambientais necessários ao seu 
bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e 
cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. 
D) as por eles habitadas em caráter permanente, as 
utilizadas para suas atividades não-produtivas, as 
imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais 
necessários ao seu bem-estar e as necessárias a sua 
reprodução física e cultural, independendo dos usos, 
costumes e tradições 
E) as por eles habitadas em caráter temporário, as 
utilizadas para suas atividades produtivas, as 
imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais 
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necessários ao seu bem-estar e as necessárias a sua 
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes 
e tradições. 
7. (CETRO-FUNAI/2010-ANTROPOLOGIA) No que se refere 
às terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, pode-se 
afirmar que são 
A) inalienáveis, indisponíveis, prescritíveis. 
B) alienáveis, indisponíveis, prescritíveis. 
C) inalienáveis, disponíveis, imprescritíveis. 
D) alienáveis, indisponíveis e imprescritíveis. 
E) inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas 
imprescritíveis. 
8. (CETRO-FUNAI/2010-ANTROPOLOGIA) Quanto à 
remoção dos grupos indígenas de suas terras, pode-se 
afirmar que 
A) é vedada, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, 
em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua 
população, ou no interesse da soberania do país, após 
deliberação do Congresso Nacional, garantido,em qualquer 
hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. 
B) é vedada, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, 
em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua 
população, ou no interesse da soberania do país, após 
deliberação do Senado Federal, garantido, em qualquer 
hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. 
C) é vedada, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, 
em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua 
população, ou no interesse da soberania do país, após 
deliberação do Câmara dos Deputados, garantido, em 
qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o 
risco. 
D) é vedada, salvo, ad referendum da Presidência da 
República, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha 
em risco sua população, ou no interesse da soberania do 
país, após deliberação do Congresso nacional, garantido, 
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em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o 
risco. 
E) é vedada, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, 
em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua 
população, ou no interesse da soberania do país, após 
deliberação do Supremo Tribunal Federal, garantido, em 
qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o 
risco. 
9. (HU-UFS/EBSERH/AOCP/2014) Em relação ao 
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, analise as 
assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas. 
 
I. As ações e serviços de saúde voltados para o 
atendimento das populações indígenas, em todo o 
território nacional, coletiva ou individualmente, 
obedecerão ao disposto na Lei 8.080/1990. 
 
II. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o 
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. 
 
III. O SUS promoverá a articulação do Subsistema de 
Atenção à Saúde Indígena com os órgãos responsáveis pela 
Política Indígena do País. 
 
IV. Os Estados, Municípios, outras instituições 
governamentais e não-governamentais poderão atuar 
complementarmente no custeio e execução das ações. 
 
(A) Apenas I, II e III. 
(B) Apenas I, III e IV. 
(C) Apenas II e III. 
(D) Apenas I e IV. 
(E) I, II, III e IV 
10. (CETRO-FUNAI/2010-TERRAS INDÍGENAS) Segundo a 
ONU através da Declaração dos Povos Indígenas, os povos 
indígenas no exercício do seu direito a autodeterminação, 
têm direito à autonomia ou ao autogoverno nas questões 
relacionadas a seus assuntos internos e locais. Em virtude 
desse direito podem 
A) demarcar as fronteiras de suas terras e impedir a 
entrada de "estrangeiros". 
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B) organizar forças armadas para defender suas terras. 
C) buscar livremente seu desenvolvimento econômico, 
social e cultural. 
D) permitir a exploração das riquezas do sub solo de suas 
terras sem ter que pedir autorização ao governo do Estado 
onde vivem. 
E) vender parte de suas terras demarcadas para outro 
Estado. 
 
8. QUESTÕES COMENTADAS. 
1. (CESPE-PGE/BA-2014) No que concerne às terras 
indígenas, julgue os itens a seguir. 
Pelo instituto jurídico do indigenato, título congênito 
conferido ao índio, o ordenamento jurídico brasileiro 
reconhece o direito dos índios de terem a sua organização 
social, costumes, línguas, crenças e tradições, bem como 
os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente 
ocupam, competindo à União demarcá-las bem como 
proteger e fazer respeitar todos os seus bens. 
 
C ( ) E ( ) 
 
COMENTÁRIOS: 
 
Exato. O indigenato foi previsto no art. 231, § 1º, CF/88: 
 
Art. 231, § 1º.São terras tradicionalmente 
ocupadas pelos índios as por eles habitadas em 
caráter permanente, as utilizadas para suas 
atividades produtivas, as imprescindíveis à 
preservação dos recursos ambientais necessários a 
seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução 
física e cultural, segundo seus usos, costumes e 
tradições. 
 
Acrescente-se a isso o caput do art. 231: 
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Art. 231. São reconhecidos aos índios sua 
organização social, costumes, línguas, crenças e 
tradições, e os direitos originários sobre as terras que 
tradicionalmente ocupam, competindo 
à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar 
todos os seus bens. 
 
GABARITO: CORRETO. 
 
2. (FGV ± FIOCRUZ ± 2010) Na luta histórica dos povos 
indígenas no Brasil contra a desigualdade e a exclusão, 
alguns avanços têm sido verificados. Neste sentido, o 
parágrafo 1º do artigo 231 da Carta em vigor dificulta 
oficialmente as tentativas de diminuição dos espaços 
territoriais indígenas, inclusive os de fronteiras. 
 
A partir do texto, assinale a afirmativa correta. 
a) Reconhece o instituto do indigenato em caráter 
posterior à lei. 
b) Assume as diferentes culturas existentes no território 
brasileiro. 
c) Considera todas as fronteiras nacionais como direito dos 
índios. 
d) Dá aos povos indígenas a possibilidade de compra de 
suas terras. 
e) Assegura a terra indígena como vital não apenas para a 
habitação. 
COMENTÁRIOS: 
Os espaços territoriais visam não apenas a garantia da 
habitação, mas também a suas atividades produtivas, as 
imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais 
necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução 
física e cultural. 
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GABARITO: Alternativa E 
 
3. (CETRO-FUNAI/2010-TERRAS INDÍGENAS) João Mendes 
Jr., no início do século XX, expôs, em termos jurídicos, a 
teoria do indigenato como ela é hoje, conhecida e 
praticada. Esta teoria consiste em afirmar que o direito dos 
índios à terra 
A) é um direito congênito, distinto, portanto, do direito 
adquirido. 
B) é uma consequência direta dos primeiros movimentos 
abolicionistas que influenciaram no estabelecimento de 
novas políticas para os povos indígenas. 
C) depende da dimensão do território em questão e do 
número da população indígena que faz o pleito. 
D) é um direito adquirido, resultado direto de políticas 
públicas, distinto, portanto, do direito congênito. 
E) é um direito adquirido criado a partir da ação da FUNAI. 
 
COMENTÁRIOS: 
Todas as alternativas destoam do conceito visto por nós em 
aula, exceto a alternativa A. 
O indigenato está relacionado à noção de posse tradicional e 
não se confunde com a ocupação, constituindo fonte primária e 
congênita da posse territorial, naturalmente legítimo por si, 
dispensando atos jurídicos posteriores que legitimem a posse ou 
propriedade. 
GABARITO: ALTERNATIVA A 
 
4. (CESPE-MPE/AM-2007) Os habitantes das Américas 
foram chamados de índios pelos europeus que aqui 
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chegaram. Uma denominação genérica, provocada pela 
primeira impressão que eles tiveram de haverem chegado 
às Índias. Mesmo depois de descobrir que não estavam na 
Ásia, e sim em um continente até então desconhecido, os 
europeus continuaram a chamá-los assim, ignorando 
propositalmente as diferenças lingüístico-culturais. Era 
mais fácil tornar os nativos todos iguais, tratá-los de forma 
homogênea, já que o objetivo era um só: o domínio 
político, econômico e religioso. É necessário reconhecer e 
valorizar a identidade étnica específica de cada uma das 
sociedades indígenas em particular, compreender suas 
línguas e suas formas tradicionais de organização social, 
de ocupação da terra e de uso dos recursos naturais. Isso 
significa respeito pelos direitos coletivos especiais de cada 
uma delas e a busca do convívio pacífico, por meio de um 
intercâmbio cultural, com as diferentes etnias. 
 
Tendo o texto acima como referência inicial e por base os 
ditames da ordem social constitucional, assinale a 
opção incorreta. 
a) A CF reconhece a organização social, os costumes, as 
línguas, crenças e tradições das comunidades indígenas, 
de modo que assume a existência de minorias nacionais, 
instituindo normas de proteção de sua singularidade 
étnica. 
b) Os índios, suas comunidades e organizações são partes 
legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus 
direitos e interesses, intervindo o MP em todos os atos do 
processo. 
c) As normas constitucionais sobre a relação dos indígenas 
com suas terras e o reconhecimento de seus direitos 
originários sobre elas consolidam e consagram o 
indigenato, o qual, por sua vez, não se confunde com a 
ocupação ou mera posse. O indigenato, portanto, não se 
rege simplesmente por normas de direito civil. 
d) A mineração em terras indígenas só pode ser efetivada 
com autorização do Congresso Nacional, após ouvidas as 
comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada 
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participação nos resultados da lavra. 
e) As terras de aldeamentos extintos, mas ocupados por 
indígenas em passado remoto, pertencem à União, razão 
pela qual deve esta figurar como parte em ação de 
usucapião de imóvel compreendido no perímetro do antigo 
aldeamento indígena. 
COMENTÁRIOS: 
Para melhor apropriação da matéria, vamos analisar cada 
alternativa separadamente. 
a) CORRETA. 
CF/88 - Art. 231. São reconhecidos aos índios sua 
organização social, costumes, línguas, crenças e 
tradições, e os direitos originários sobre as terras que 
tradicionalmente ocupam, competindo à União 
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus 
bens. 
 
 
b) CORRETA. 
CF - Art. 232. Os índios, suas comunidades e 
organizações são partes legítimas para ingressar em 
juízo em defesa de seus direitos e interesses, 
intervindo o Ministério Público em todos os atos do 
processo. 
c) CORRETA. 
 
d) CORRETA. 
CF - Art. 231. 
§ 3º - O aproveitamento dos recursos hídricos, 
incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e 
a lavra das riquezas minerais em terras 
indígenas só podem ser efetivados com 
autorização do Congresso Nacional, ouvidas as 
comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada 
participação nos resultados da lavra, na forma 
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da lei. 
e) INCORRETA. 
De acordo com Súmula nº 650 do Supremo Tribunal 
Federal, os incisos i e xi do art. 20 da constituição federal não 
alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas 
por indígenas em passado remoto. 
GABARITO: ALTERNATIVA E. 
 
5. (CETRO-FUNAI/2010-ANTROPOLOGIA) Defender 
judicialmente os direitos e interesses das populações 
indígenas é função institucional do (a) 
A) Ministério da Justiça. 
B) Polícia Federal. 
C) Advocacia Geral da União. 
D) Ministério Público. 
E) Defensoria Pública. 
COMENTÁRIOS: 
À luz do art. 129, V, da CF/88, é função institucional do 
Ministério Público defender judicialmente os direitos e 
interesses das populações indígenas. 
GABARITO: ALTERNATIVA D 
 
6. (CETRO-FUNAI/2010-ANTROPOLOGIA) São terras 
tradicionalmente ocupadas pelos índios 
A) as por eles habitadas em caráter permanente, as 
utilizadas para suas atividades produtivas, as 
imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais 
necessários ao seu bem-estar e as necessárias a sua 
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes 
e tradições. 
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B) as por eles habitadas em caráter permanente, as 
utilizadas para suas atividades não-produtivas, as 
imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais 
necessários ao seu bem-estar e as necessárias a sua 
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes 
e tradições. 
C) as por eles habitadas em caráter permanente, as 
utilizadas para suas atividades produtivas, as prescindíveis 
à preservação dos recursos ambientais necessários ao seu 
bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e 
cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. 
D) as por eles habitadas em caráter permanente, as 
utilizadas para suas atividades não-produtivas, as 
imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais 
necessários ao seu bem-estar e as necessárias a sua 
reprodução física e cultural, independendo dos usos, 
costumes e tradições 
E) as por eles habitadas em caráter temporário, as 
utilizadas para suas atividades produtivas, as 
imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais 
necessários ao seu bem-estar e as necessárias a sua 
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes 
e tradições. 
COMENTÁRIOS: 
No parágrafo primeiro do art. 231, o legislador trouxe quatro 
condições básicas para definição dR� FRQFHLWR� GH� ³terras 
tradicionalmente ocupadas pelos índios´��D�VDEHU: 
 
1. Serem por eles habitadas em caráter permanente; 
 
2. Serem por eles utilizadas para suas atividades 
produtivas; 
 
3. Serem imprescindíveis a preservação dos recursos 
ambientais necessários ao seu bem estar; 
 
4. Serem necessários à sua reprodução física e cultural; 
tudo segundo seus usos, costumes e tradições. 
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GABARITO: ALTERNATIVA A. 
 
 
7. (CETRO-FUNAI/2010-ANTROPOLOGIA) No que se refere 
às terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, pode-se 
afirmar que são 
A) inalienáveis, indisponíveis, prescritíveis. 
B) alienáveis, indisponíveis, prescritíveis. 
C) inalienáveis, disponíveis,imprescritíveis. 
D) alienáveis, indisponíveis e imprescritíveis. 
E) inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas 
imprescritíveis. 
COMENTÁRIOS: 
As terras indígenas são consideradas bens públicos, 
possuindo, portanto, as características de inalienabilidade, 
indisponibilidade e imprescritibilidade, conforme acentua o § 4º 
do art. 231: 
 
Art. 231. (...) 
(...) 
§ 4º - As terras de que trata este artigo são inalienáveis 
e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. 
GABARITO: ALTERNATIVA E 
 
8. (CETRO-FUNAI/2010-ANTROPOLOGIA) Quanto à 
remoção dos grupos indígenas de suas terras, pode-se 
afirmar que: 
A) é vedada, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, 
em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua 
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população, ou no interesse da soberania do país, após 
deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer 
hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. 
B) é vedada, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, 
em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua 
população, ou no interesse da soberania do país, após 
deliberação do Senado Federal, garantido, em qualquer 
hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. 
C) é vedada, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, 
em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua 
população, ou no interesse da soberania do país, após 
deliberação do Câmara dos Deputados, garantido, em 
qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o 
risco. 
D) é vedada, salvo, ad referendum da Presidência da 
República, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha 
em risco sua população, ou no interesse da soberania do 
país, após deliberação do Congresso nacional, garantido, 
em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o 
risco. 
E) é vedada, salvo, ad referendum do Congresso Nacional, 
em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua 
população, ou no interesse da soberania do país, após 
deliberação do Supremo Tribunal Federal, garantido, em 
qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o 
risco. 
COMENTÁRIOS: 
O 231, § 5º, da CF/88, enuncia o princípio da 
irremovibilidade dos nativos de suas terras. A regra comporta 
03 (três) exceções: remoção autorizada pelo Congresso 
Nacional; em casos de catástrofe ou epidemia que ponha em 
risco a sua população; no interesse de soberania do País, 
após deliberação do Congresso Nacional. 
 
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GABARITO: ALTERNATIVA A 
 
9. (HU-UFS/EBSERH/AOCP/2014) Em relação ao 
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, analise as 
assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas. 
 
I. As ações e serviços de saúde voltados para o 
atendimento das populações indígenas, em todo o 
território nacional, coletiva ou individualmente, 
obedecerão ao disposto na Lei 8.080/1990. 
 
II. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o 
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. 
 
III. O SUS promoverá a articulação do Subsistema de 
Atenção à Saúde Indígena com os órgãos responsáveis 
pela Política Indígena do País. 
 
IV. Os Estados, Municípios, outras instituições 
governamentais e não-governamentais poderão atuar 
complementarmente no custeio e execução das ações. 
 
(A) Apenas I, II e III. 
(B) Apenas I, III e IV. 
(C) Apenas II e III. 
(D) Apenas I e IV. 
HIPÓTESES DE 
REMOÇÃO 
AUTORIZADAS 
Autorizada ad 
referendum do 
Congresso Nacional. 
Em casos de catástrofe 
ou epidemia que 
ponha em risco a sua 
população . 
No interesse de 
soberania do País, 
após deliberação do 
Congresso Nacional 
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(E) I, II, III e IV 
COMENTÁRIOS: 
I) CORRETA. 
Lei 8.080/90. Art. 19-A. As ações e serviços de saúde 
voltados para o atendimento das populações indígenas, 
em todo o território nacional, coletiva ou 
individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei. 
 
II) CORRETA. 
 
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, 
financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. 
 
III) CORRETA. 
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do 
Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos 
responsáveis pela Política Indígena do País. 
 
IV) CORRETA. 
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições 
governamentais e não-governamentais poderão atuar 
complementarmente no custeio e execução das 
ações. 
 
GABARITO: ALTERNATIVA E 
 
10. (CETRO-FUNAI/2010-TERRAS INDÍGENAS) Segundo a 
ONU através da Declaração dos Povos Indígenas, os povos 
indígenas no exercício do seu direito a autodeterminação, 
têm direito à autonomia ou ao autogoverno nas questões 
relacionadas a seus assuntos internos e locais. Em virtude 
desse direito podem 
A) demarcar as fronteiras de suas terras e impedir a 
entrada de "estrangeiros". 
B) organizar forças armadas para defender suas terras. 
C) buscar livremente seu desenvolvimento econômico, 
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NOÇÕES DE INDIGENISMO P/FUNAI 
Cargo: Indigenista Especializado 
Prof. Aristócrates Carvalho 
 
 
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social e cultural. 
D) permitir a exploração das riquezas do sub solo de suas 
terras sem ter que pedir autorização ao governo do Estado 
onde vivem. 
E) vender parte de suas terras demarcadas para outro 
Estado. 
COMENTÁRIOS: 
Com base em tudo o que foi estudado, essa questão se 
tornou muito tranquila. 
O direito à autodeterminação sacramentado na Declaração 
garante que os povos indígenas busquem livremente seu 
desenvolvimento econômico, social e cultural. 
GABARITO: ALTERNATIVA C 
 
 
-------------------------- x ---------------------- 
Pois bem, pessoal. 
Concluímos esta aula demonstrativa. Espero que tenha 
sido útil para a agregação de conhecimentos úteis à sua prova. 
Um forte abraço e até a próxima. 
Prof. Aristócrates Carvalho 
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