Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIDESC- CENTRO UNIVERSITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DO CENTRO- OESTE- MEDICINA VETERINÁRIA-SETEMBRO DE 2018 TÉTANO Marília Braga RESUMO O tétano é uma enfermidade infecciosa, não contagiosa e aguda. É causada pela ação de neurotoxinas produzidas pelo Clostridium tetani, bactéria em formato de bacilo gram-positiva anaeróbica, a qual forma esporos que a permitem sobreviver em ambiente sem oxigênio. (TAVARES; MARINHO, 2015). Entre as espécies animais domésticas, estudos epidemiológicos revelam maior ocorrência de tétano em equinos (RIBEIRO et al., 2000; HARTNAGEL,2001), principalmente em países em desenvolvimento e locais onde a vacinação não é um hábito, com taxa de mortalidade variando de 59% a 80% (REICHMANN et al., 2008). Possui duas formas clínicas: tétano neonatal (umbilical), proveniente da infecção do coto umbilical do recém- nascido pelo bacilo tetânico; e o tétano acidental resultante de ferimentos variados (TAVARES; MARINHO, 2015). AGENTE ETIOLÓGICO As neurotoxinas produzidas pelo Clostridium tetani, bactéria em formato de bacilo gram-positiva anaeróbica, a qual forma esporos que a permitem sobreviver em ambiente sem oxigênio (TAVARES; MARINHO, 2015). Essas exotoxinas produzidas pelo bacilo possuem tropismo pelas células nervosas do Sistema Nervoso Central (SNC), chegando à medula espinhal e tronco encefálico por transporte axonal retrógrado, bloqueando a neurotransmissão e levando à excitabilidade do SNC. Caracterizando a doença, temos manifestações que variam de hipertonia da musculatura estriada generalizada ou não. Não é incomum a hiperativação do sistema nervoso autônomo e a doença se apresentar também com sudorese, taquicardia, hipertensão lábil ou hipotensão controlando a atividade transcricional (BAXTER et al. 2005; HOWLEY et al. 2001). EPIDEMIOLOGIA O primeiro registro de tétano foi feito em 1500 a.C. Hoje, é uma doença de distribuição mundial, gerando graves problemas de saúde pública, principalmente, em países pobres. No Brasil é endêmica e sua incidência tem reduzido com os anos. Em 2007, casos de tétano acidental notificados foram 334; já, em 2012, foram 318 segundo o Datasus/Sinan. Apesar da subnotificação, essa redução está ligada a ampla vacinação, sobretudo de gestantes e crianças, além de melhoria no atendimento de traumatizados, modificações sociais e culturais, como diminuição da população rural, mecanização da agricultura e atendimento hospitalar ao parto. Em contrapartida a letalidade permanece elevada, atualmente é de 19-22% no tétano acidental e 80% no tétano umbilical (FOCACCIA, 2015). . UNIDESC- CENTRO UNIVERSITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DO CENTRO- OESTE- MEDICINA VETERINÁRIA-SETEMBRO DE 2018 SINAIS CLÍNICOS Espasticidade muscular Dispneia Dificuldade de apreensão dos alimentos Dificuldade de mastigação Dificuldade de deglutição Orelhas eretas e imóveis Cabeça distendida Cauda elevada Hiperestesia Prolapso da terceira pálpebra Sudorese A morte geralmente ocorre por asfixia após a paralisia dos músculos respiratórios (JOHNSTON, 1987). Cabeça distendida e calda elevada Prolapso da terceira pálpebra Espasticidade muscular DIAGNÓSTICO O diagnóstico é extremamente simples e se baseia, sobretudo, na apresentação clínica da doença, não havendo nenhuma dificuldade em diferenciá-la de outros estados tetaniformes. Geralmente a doença se apresenta após algum evento traumático ou cirúrgico, fato que deve ser questionado durante a anamnese do animal (THOMASSIAN, 1996). A confirmação pode ser feita através de esfregaço direto pelo Gram ou cultura anaeróbia de material da ferida e baço (RADOSTITS et al., 2002). PREVENÇÃO A prevenção é feita por meio da vacinação anual dos animais, com a utilização do soro antitetânico antes e depois da realização de procedimentos cirúrgicos, evitar o contato de feridas profundas com o ambiente, tomar cuidado com a assepsia dos instrumentos cirúrgicos e antissepsia das lesões. A vacina é produzida a partir do toxóide purificado de Clostidium tetani, obtido através de culturas concentradas dessa bactéria. Sua aplicação é feito via subcutania. UNIDESC- CENTRO UNIVERSITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DO CENTRO- OESTE- MEDICINA VETERINÁRIA-SETEMBRO DE 2018 Como a espécie Equina é mais susceptível a doença, é recomendado a vacinação das éguas prenhas aplicando uma dose da vacina 8 semanas antes do parto e uma segunda dose 4 semanas após a primeira dose, o potro é vacinado com uma dose à 6 semanas de idade( proveniente de égua não vacinada) ou aos 6 meses( caso a égua for vacinada). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA, 2010, USO DE ANTITOXINA TETÂNICA POR VIA INTRATECAL E ENDOVENOSA NO TRATAMENTO DE TÉTANO ACIDENTAL EM EQUINO: RELATO DE CASO. GAGLIANE, L., H.; GOMERI, A., M., Q. Estudo Epidemiológico do Tétano Acidental no Brasil. Revista UNILUS ensino e pesquisa, v. 8, n.1 5, jul./dez., 2011. GUIA DE BOLSO. Ministério da Saúde e Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças Infecciosas e parasitárias. 8. ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
Compartilhar