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Região, Integração e Regionalismo nas RI
A palavra região deriva-se da palavra latina régio, que se refere a uma área administrativa ou geográfica distinta por características de semelhança. A palavra latina que dá origem a regio é regere: governar, comandar. Assim a palavra além de uma definição geográfica assume uma conotação politica.
Realistas, institucionalistas e mesmo construtivistas salientam a importância do Estado como elemento de base para as regiões. Nye (1968), Deutsch et ali (1957) ou mesmo Katzenstein (1996) e Buzan e Weaver (2003) em suas definições, não prescindem dos Estados para a delimitação de regiões. Naturalmente, esse é o principal ponto de discordância de pós-modernos e pós-estruturalistas: esses autores realçam o conceito agente-estrutura e estado/não-estado para fundamentar uma perspectiva micro orientada que valoriza os agentes que constroem a região de baixo para cima
Regiões não são representações diminutas do sistema internacional, ou mesmo dos Estados. Sistemas globais não são sistemas regionais, e não operam pela mesma logica, portanto, o conceito de região é vital para que o status analítico seja conferido, assim, regiões são conjuntos de porções territoriais, articulados por atores estatais e não-estatais, quem possuem uma percepção semelhante de sua distinção politica de outros agregados físicos ou sistemas menores que o global. Podem, ou não, ter instituições formais em comum, mas compartilham maios para a produção da ordem. 
Integração diz respeito à dimensão politica de um fenômeno que ocorre na economia: a mobilidade de capital, o comercio, as mudanças dos regimes aduaneiros transfronteiricos, o deslocamento de tecnologias, os clusters produtivos, dentre outros fluxos. 
Frente às disfunções econômicas decorrentes os governos buscam aumentar a cooperação por meio de instituições politicas regionais, de forma a estabelecer uma ordem que regule tais processos. 
O termo integração econômica explica a cooperação formal entre Estados e o movimento continuo em direção a uma área de livre comercio, que seria sucedida por uma união aduaneira, por um mercado em comum, união monetária, e, por fim, a uma completa integração econômica de bens, fatores de produção, capitais e movimento de pessoas e trabalhadores.
Já o conceito de regionalismo refere-se a um conjunto de ideias, percepções e princípios estatais e não-estatais que permitem a articulação de unidades politicas em um contexto regional. 
A analise do regionalismo está ligada ao estudo da coesão social (etnia, raça, religião, cultura), coesão econômica (regimes políticos, ideologias) e organizacional (existência de organizações formais) em uma dada região menos que o global. 
As Gerações Teóricas do Regionalismo
Na literatura especifica da sub-área é frequente o recurso a duas ondas sobre a temática de regiões e regionalismo
A primeira onda envolve o trabalho de autores com Deutsh (1957), Haas (1958), Lindergh (1963) e Nye (1968), e esta ligada a institucionalização da cooperação europeia por meio da Comunidade Europeia do Carvão e Aço (CECA) e os esforços das instituições regionais em coordenar a trama politica para que a cooperação no pós-guerra ocorresse. Essa geração possui aos arranjos regionais e foi constituída pari passu ao desenvolvimento da União Europeia.
A segunda onda estaria ligada a fenômenos regionais mais complexos, difusos e sensivelmente mais políticos que os da primeira onda. Tais expressões do regionalismo são baseadas em conexões Inter setoriais, de tal forma a compreender a economia e o comercia de uma forma articuladas as demais dimensões sociais. Assim seria possível pensar o regionalismo em dimensões não-econômicas como cultura, ambiente ou justiça, além das dimensões politicas, de segurança e defesa. 
A Primeira Geração do Regionalismo
Deutsh tratou o surgimento do regionalismo nos anos 50 utilizando como foco os aspectos de segurança. 
O regionalismo significaria a criação de comunidades de segurança, em que os membros resolveriam seus conflitos sem o efetivo uso da forca. 
Segundo Deutsch, uma comunidade de segurança é um grupo que se tornou integrado, em que integração é definida como a obtenção de um sentido de comunidade, acompanhada por instituições e praticas, suficientemente fortes e difundidas para assegurar mudanças pacificas entre os membros de um grupo, com razoável certeza por um longo período de tempo. 
O ponto a se considerar é a possibilidade prevista por Deutsch que os Estados, em comunidades de segurança, teriam condições de superar as restrições impostas pela anarquia, por meio de processos de socialização, que asseguram, no tempo, identidades coletivas e trans-fronteiriças. 
O Sistema Social e Pluralista do Neofuncionalismo
Em direção semelhante à Deutsch, Ernst Haas buscou construir uma teoria de integração que comtemplasse as ciências sociais e a construção de uma comunidade politica pos-nacional.
O Neofuncionalismo herdou de Mitrany a logica evolucionaria de um sistema que tem por objetivo a paz. 
Em Uniting of Europe (1958) Haas discute a construção da Comunidade Econômica do Carvão e Aço (CECA) e a importância da Alta Autoridade, instituição europeia que representou a inatividade da dimensão supranacional sobre as dimensões domésticas, nacionais. 
O neofuncionalismo está especialmente relacionado ao deslocamento de identidades nacionais em direção a um novo centro de poder supranacional, comunitário 
O modelo Haasiano pode ser explicado através das seguintes variáveis: 
Quanto à ontologia: Haas construiu um modelo dotado de uma ontologia transformativa, em que os atores reorientam suas lealdades e vínculos, deslocando-os de um locus anteriormente nacional para uma nova esfera politica supranacional. Sugere que as identidades dos atores envolvidos em interações regionais podem ser mudadas. 
Quanto à epistemologia: o Neofuncionalismo possui uma característica processual: a conformação de interesses ocorre em um longo e persistente movimento. Pode estar localizada na esfera nacional, inicialmente, mas se desloca para o domínio comunitário, esfera em que os grupos políticos dispersos na sociedade plural teriam seus interesses maximizados. 
Quanto aos grupos de interesse: o pluralismo politico previsto por Haas está relacionado a uma ampla mobilização de vários segmentos da sociedade por meio de partidos políticos e poderosos grupos de interesse que liderados por uma elite se envolveria em uma luta por sobrevivência politica e poder. Tais grupos seriam maximizadores e buscariam as instituições supranacionais como suporte para atingir seus interesses 
Papel das instituições supranacionais: o trabalho de Haas é profundamente critico aos modelos tradicionais de governança nacional e as suas repercussões no plano internacional: o federalismo, as confederações e a gestão intergovernamental. A busca por soluções para problemas comuns, especialmente em ambientes de crescente interdependência, levaria às instituições supranacionais, que desfrutam de um papel central na explicação para a progressiva caminhada para uma mais profunda cooperação, em projetos de integração. Se a integração circula do econômico para o político, o que permitiria a sustentação ao processo seria o papel de coesão gerado pelas instituições internacionais. 
Papel das lealdades. Não é possível que ocorra o spillover político sem que haja uma transferência de lealdades que se deslocariam da esfera nacional para o domínio supranacional. 
A Segunda Geração: O Novo Regionalismo
O Novo Regionalismo tem suas origens nas transformações do sistema internacional nos meados dos anos oitenta e na proliferação de arranjos regionais, sejam econômicos ou políticos pelo mundo 
As mudanças na economia e na politica apontaram para um novo sistema baseado nas seguintes características: 
multipolaridade ou tripolaridade no sistema internacional, após o período bipolar. Junto à nova divisão de poder houve uma nova divisão do trabalho sob o capitalismo do final do século 
o relativodeclínio da hegemonia americana em uma combinação com uma menor refração dos Estados Unidos com o regionalismo 
a erosão do sistema das nações-estado Vestfalianas e o aumento da interdependência e da globalização 
as mudanças que consagraram a economia politica sob o viés neoliberal nos países em desenvolvimento e nos estados recém saídos do comunismo 
A segunda geração do regionalismo pode ser entendida como uma abordagem para o estudo da economia politica contemporânea e das relações entre globalização e regionalismo, enquanto fenômenos interligados por uma complexa rede de fluxos, atores e processos.

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