Formulando o objetivo da pesquisa

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Trabalho de Conclusão de Curso
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Os Objetivos e os Tipos de Pesquisa
*Por Carlos Burity com colaboração 
de Wellington Rodrigues de Matos
Segundo Gil (2010) o critério para se classificar uma pesquisa se baseia em seus objetivos ou seus 
pressupostos técnicos. Neste sentido, trataremos primeiro quanto aos objetivos para depois tratarmos os 
pressupostos técnicos, tipificando assim as pesquisas.
Os objetivos caracterizam, de forma resumida, a finalidade do Projeto e, de acordo com sua amplitude, os 
objetivos podem ser subdivididos em geral e específicos. Contudo, independente de ser objetivo geral ou 
específico, o verbo é escrito sempre no infinitivo. Exemplo: Estabelecer, analisar, etc.
O objetivo geral é aquele que define de forma ampla o que você pretende fazer. Está ligado à visão global 
e abrangente do tema. Não é adequado que seja longo e deve ser redigido de forma clara, permitindo ao 
leitor identificar prontamente o que você pretende fazer.
No caso de um projeto de TCC, se seu objetivo for confuso pode comprometer a aprovação do mesmo, 
bem como a sua execução. Como se trata de um projeto de pesquisa, seu trabalho e suas ações devem 
sempre ser de pesquisa. Assim, devem ser evitados objetivos como exemplificado abaixo:
“Conscientizar a população sobre a poluição da água”
Você provavelmente não irá sair nas ruas conscientizando a população. Nem é esse um objeto acadêmico, 
assim provavelmente seu objetivo deveria ser: 
Exemplo: “Avaliar o nível de conscientização ambiental de um dado bairro sobre a poluição 
da água”.
Um exemplo de um objetivo geral factível:
“Fazer o levantamento da avifauna (fauna de aves) do Parque Natural Municipal da Taquara 
(PNMT), em Duque de Caxias, RJ.”
Note como é importante especificar onde (geopoliticamente) você vai realizar esse trabalho.
E o que é objetivo específico? O objetivo específico apresenta caráter mais concreto. Têm função 
intermediária e prática, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este a 
situações particulares.
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É geralmente redigido em tópicos (ou itens), e explica de forma clara o que você realmente vai fazer. 
Pode-se ver melhor no exemplo abaixo, quais são os objetivos específicos a partir do objetivo geral 
citado anteriormente.
“Objetivos específicos:
 ● Listar as espécies de aves encontradas no Parque Natural Municipal da Taquara;
 ● Levantar o status de conservação da avifauna (quais delas estão ameaçadas);
 ● Criar uma chave de identificação para a avifauna do Parque.”
Podemos notar agora como é claro o que se pretende fazer no PNMT. Esses objetivos específicos são 
importantes para a escolha e redação da metodologia para o estudo. Ou seja, na metodologia você 
precisará explicar de forma detalhada como irá cumprir todos esses objetivos. No seu trabalho final eles 
também deverão estar nos seus resultados, uma vez que você esta se comprometendo a realizá-los.
Note que usualmente quando estamos redigindo um projeto de pesquisa os objetivos vêm em um tópico 
separado no corpo do texto. Contudo, quando estamos redigindo o resultado do projeto, estes objetivos 
serão generalizados e circunscritos a um parágrafo ao final da Introdução. Falaremos mais a este respeito 
em exemplos ao longo das próximas unidades.
Fiquemos atentos para não confundirmos os objetivos com a justificativa em um projeto de pesquisa, como 
o próprio nome indica, é o convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental de ser efetivado e 
se justifica. É o momento de “vendermos o nosso peixe”, explicitando a quem irá apoiar o projeto o porquê 
dele apoiar e que retorno você dará com isso.
Uma vez definidos os aspectos relacionados aos objetivos, podemos classifica-las, conforme citado por 
Alves (2007) e descrito por Gil (2010): 
“Exploratórias - têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu 
planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados 
aspectos relativos ao fato estudado.” Exemplos: Pesquisa Bibliográfica ou Estudo de Caso.
“Descritivas - têm por objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, 
procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental etc. Outras pesquisas deste tipo 
são as que se propõem a estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, 
as condições de habitação de seus habitantes, o índice de criminalidade que aí se registra etc.” 
Exemplo: Levantamento .
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“Descritivas - têm por objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, 
procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental etc. Outras pesquisas deste tipo 
são as que se propõem a estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, 
as condições de habitação de seus habitantes, o índice de criminalidade que aí se registra etc.” 
Exemplo: Levantamento .
Além da classificação citada acima Gil (2010) propõem ainda que as pesquisas poderão ser classificadas a 
partir dos seus pressupostos técnicos. Para tal o autor enfatiza a questão do delineamento (design) desta, 
que em linhas gerais se refere ao desenvolvimento, enfatizando-se a coleta de dados e a sua análise e 
interpretação. Destes o mais importante seria a coleta de dados, onde o pesquisador pode dividir em 
os oriundos em fonte de papel (pesquisa bibliográfica e a documental) e os fornecidos por pessoas (a 
pesquisa experimental, a pesquisa ex-postfacto, o levantamento e o estudo de caso).
No material preparado, nós utilizaremos a pesquisa bibliográfica como fonte de bibliografia para a 
redação da Introdução ou referencial teórico dos projetos e ainda para a discussão dos resultados em 
artigos científicos e a lista de referências. A pesquisa bibliográfica difere da pesquisa documental pelo rigor 
de seu registro, pois no caso desta última todo e qualquer documento pode ser analisado para o estudo. 
A bibliografia Por definição se trata de um registro de documentos, livros, periódicos, manuscritos, 
impressos ou em quaisquer outras formas de apresentação madeira, papiro, papel e recentemente 
em meio eletrônico. Nesta encontramos determinado assunto de um dado autor ou diferentes autores, 
que venham a servir como fonte de consulta para a redação, sem cometer o plágio. Normalmente, esta 
bibliografia é constituída por uma lista de referências bibliográficas, a qual será organizada se respeitando 
as normas (que veremos mais tarde), citando elementos como: autor(es), título, fonte (se livro, capítulo, 
periódico, sítio da internet, etc.), local da publicação, editora e data.
Como buscar uma fonte bibliográfica para consulta e construção da nossa referência bibliográfica? Antes 
mesmo de efetuarmos uma busca temos que ter em mente alguns aspectos importantes, tais como:
 ● Atualizar-se sobre o tema escolhido. Como? Lendo jornais, livros, revistas e buscando na internet;
 ● Como você já formulou a sua hipótese, busque a resposta para ela. Será que alguém já achou antes?
 ● Procure verificar se existem contradições. Ou seja, um autor faz uma afirmação sobre um assunto e 
outro faz afirmação distinta e contraditória em relação ao primeiro!
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Assim, você já estará exercitando a busca e o acesso a bibliografia, e logo você terá acesso a algumas delas. 
Contudo, é chegada à hora de exercitar uma busca de fato. Como fazer? No passado, nós nos dirigíamos 
a uma Biblioteca pública e lá, em tom baixo, pedíamos a bibliotecária para consultar um tomo (parte de 
uma coleção) do Biological Abstracts ou Zoological Records. Nestes livros, enormes, nós consultávamos 
as palavras-chaves, assunto ou autores. Felizmente, com o advento da internet isso mudou! Atualmente 
nós temos bases de dados ou repositórios, on-line, onde podemos fazer a busca, tais como: BIREME 
e BVS. Lá teremos acesso a diferentes Bibliotecas (Cochrane, LILACS, PubMed) No mesmo sentido 
podemos acessar repositórios de artigos como o Scielo). Como aluno da Unigranrio, através do portal 
acadêmico, são franqueados os acessos a: Pearson; EBSCO, DynaMed e portal Periódicos CAPES.
Vamos testar! Suponha que eu esteja buscando as seguintes palavras-chaves no campo de pesquisa do 
LILACS: Dengue Rio de Janeiro. Ao clicar em pesquisar, verifiquem que referências serão mostradas, com 
seus elementos: autor, título, fonte e até um resumo! Em alguns destes buscadores pode ser necessário o 
uso de operadores boleanos. O que é isso? A inclusão de expressões AND, OR ou NOT, sempre em caixa 
alta entre as palavras chaves. Estas darão a oportunidade de combinar, alternar ou excluir palavras. Teste-
as e verifiquem os resultados. Uma possibilidade a mais é usar o Google Acadêmico, mas lá o universo 
é ainda maior, o que pode ser pior e dar mais margem ao plágio!
O plágio por definição é assinar como sendo seu, parte de textos ou sua íntegra, quando estes pertencem 
a outros autores sem citar a autoria. Tal prática pode ser evitada de maneira simples, quando ao ler 
um artigo você pode citar as ideias do autor, referenciando, ou seja, informando os elementos que já 
conhecemos: o autor, o título, a fonte e a ano, contribuindo assim para a construção da nossa referência 
bibliográfica. Veja como é fácil!
“Nos idos de 22 de Abril de 1500, adentrei as águas do Atlântico com minha Nau e descobri o Brasil...”
Diferente de:
 “Ao pesquisar sobre a descoberta do Brasil, verifiquei que em 22 de Abril de 1500, o Brasil foi descoberto 
por Cabral (PEREIRA, 1999).
Referência Bibliográfica:
PEREIRA, Paulo Roberto (org.). Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil. In: CAMINHA, 
Pero Vaz de. Carta de Pero Vaz de Caminha. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999. p. 31-59. Nova 
Aguilar, 1999. p. 31-59.
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Um item também importante é verificar se a fonte é válida, ou seja, se não é fruto de “corte e cola” ou o 
famoso “ctrl + c e ctrl + v” de outros textos da web! Para isso, devemos conhecer o Instituto Brasileiro de 
Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT, que tem como missão: 
“Promover a competência, o desenvolvimento de recursos e a infra-estrutura de informação 
em ciência e tecnologia para a produção, socialização e integração do conhecimento 
científico-tecnológico”. 
É a instância do Governo Federal que regulamenta as publicações, em parceria com a Biblioteca Nacional (de acordo 
com a LEI n° 10.994, de 14 de dezembro de 2004, um exemplar de todas as publicações brasileiras deverão ser 
encaminhadas ao Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, com o objetivo principal de assegurar a coleta, 
a guarda e a difusão da produção intelectual brasileira, visando à preservação e formação da Coleção Memória 
Nacional), conferindo a elas os registros de ISSN (International Standard Serial Number) - Número Internacional 
Normalizado para Publicações Seriadas (as revistas científicas ou periódicos), que é o identificador aceito
internacionalmente para individualizar o título, tornando-o único e definitivo (Seu uso é definido pela norma 
técnica internacional da International Standards Organization ISO 3297). Como Exemplo, você pode 
verificar em nossa Revista: Saúde & Ambiente em Revista – SARE (ISSN-1908-2676).
Segundo o próprio IBICT, o ISBN (International Standard Book Number) é um sistema internacional 
padronizado que identifica numericamente os livros segundo os elementos que já citamos aqui: título, o 
autor, o local, a editora e edição. O sistema ISBN é controlado pela Agência Internacional do ISBN, que 
orienta, coordena e delega poderes às Agências Nacionais designadas em cada país. A Agência Brasileira, 
com a função de atribuir o número de identificação aos livros editados no país, é, desde 1978, a Fundação 
Biblioteca Nacional, a representante oficial no Brasil.
Baseados nestas orientações, nós temos certeza que você será capaz de levantar seus dados 
para a realização do seu projeto científico, sem incorrer em plágio ou erros na construção da sua 
referência bibliográfica.
Trataremos em outras unidades os aspectos relativos ao Estudo de Caso; Produto; Resenha e Artigo 
Científico, que podem ser enquadrados nas classificações acima. Estes foram elencados, em virtude da 
vivência e aplicação junto aos nossos alunos.
* Coordenador de Ciências Biológicas e do PPGEC; 
** Assistente de Coordenação de Ciências Biológicas.