Buscar

Introdução a contabilidade de custos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

CONTABILIDADE DE CUSTOS 
INTRODUÇÃO À GESTÃO DE CUSTOS INDUSTRIAIS1 
 
1.1 Objetivos do Capítulo 
A expressão custos pode assumir diferentes conotações a depender do contexto em que 
é empregada. Se, por exemplo, um consumidor afirmar que a compra de uma nova camisa lhe 
custou $ 20,00, poucas dúvidas surgirão. A compreensão de sua afirmação é imediata. No caso, 
porém, de a pergunta ser sobre quais foram os custos da camisa para a empresa fabricante, 
diferentes interpretações e diferentes respostas poderiam ser obtidas. 
O fabricante da camisa poderia pensar em diferentes conceitos acerca dos custos da 
roupa comercializada, como os custos contábeis, os custos de oportunidade, os custos financeiros, 
os custos plenos ou integrais, e muitos outros. Diversos podem ser os conceitos associados ao 
processo de formação e análise dos custos. 
De modo geral, custos podem ser definidos como medidas monetárias dos sacrifícios 
com os quais uma organização tem que arcar a fim de atingir seus objetivos. Contabilmente ou 
sob a óptica da gestão, essa afirmação pode ser interpretada de diferentes modos. 
Preços, por sua vez, correspondem à importância recebida pelas entidades em 
decorrência da oferta de seus produtos ou serviços. Devem ser suficientes o bastante para cobrir 
todos os custos incorridos e ainda fornecer um lucro para a entidade. 
Sob a óptica da entidade, quanto maior o preço, maiores os lucros e melhores os 
resultados. Os limites superiores dos preços, porém, são definidos pelo mercado consumidor e 
pelo valor percebido e atribuído ao produto ou serviço comercializado. A compreensão do valor 
e de como trabalhar as ferramentas do marketing e da estratégia a seu favor correspondem a outro 
ponto de vital importância para as empresas. Se estas somente permanecem no mercado e 
sobrevivem se seus preços forem superiores a seus custos, o mercado somente adquire seus 
produtos ou serviços quando percebe que estes oferecem um valor percebido superior a seu preço. 
A análise de custos, preços e valores consiste em algumas das mais nobres e importantes 
tarefas da administração financeira. Esta disciplina preocupa-se em ilustrar os três aspectos: inicia 
discutindo as questões relativas aos custos, depois explica o processo de formação de preços e, 
por último, preocupa-se em discutir a questão da atribuição de valores. 
O Capítulo 1 tem o objetivo de apresentar uma introdução aos principais aspectos 
relacionados aos processos de gestão de custos e de formação e análise de preços. São 
apresentadas as principais classificações e as terminologias mais usuais. Para facilitar a absorção 
e a fixação dos conteúdos expostos, estão apresentados e solucionados diversos exercícios e 
alguns pequenos estudos de casos. 
 
1.2 Contabilidade Versus Gestão de Custos 
O foco desta disciplina consiste na análise do processo de gestão de custos e preços. Ou 
seja, como as informações contábeis, financeiras e de vendas podem ser empregadas como 
ferramentas ou subsídios de apoio ao processo de tomada de decisões. A contabilidade consiste 
no processo sistemático e ordenado de registrar as alterações ocorridas no patrimônio de uma 
entidade. Todavia, a depender do usuário e do tipo de informação requerida, a contabilidade pode 
assumir diferentes formas, apresentadas como: 
 
1 Material adaptado em Bruni e Famá (2012). 
 contabilidade financeira: condicionada às imposições legais e requisitos fiscais; 
 contabilidade gerencial: voltada à administração de empresas, não se condiciona às 
imposições legais, tem o objetivo de gerar informações úteis para a tomada de decisões; 
 contabilidade de custos: voltada à análise dos gastos realizados pela entidade no 
decorrer de suas operações. 
A contabilidade financeira preocupa-se com as leis e normas e é obrigatória para as 
entidades legalmente estabelecidas. Seu objetivo maior está associado ao passado, e seus atos e 
práticas são estabelecidos por meio de regras normativas que, muitas vezes, comprometem a 
tomada de decisões. Algumas dessas "regras" recebem a denominação de princípios fundamentais 
da contabilidade. Entre os princípios fundamentais da contabilidade aplicados em custos, podem 
ser mencionados: 
 competência (da realização): a receita é reconhecida apenas quando realizada - 
momento em que há a troca de mercadorias, bens ou serviços, por elementos do ativo. 
Logo, o lucro ou prejuízo somente se realiza no ato da venda; 
 uniformidade (consistência): o processo para registro contábil não deve ser mudado 
com freqüência, para que os resultados contábeis não fiquem prejudicados. Caso exista a 
necessidade de mudança dos critérios, deve ser feita a divulgação de seu efeito nas 
demonstrações contábeis; 
 prudência (conservadorismo): entre duas alternativas para o registro de um ativo, deve-
se escolher entre o custo e o valor de mercado, dos dois, o menor. O mesmo raciocínio 
deve nortear o contador no registro dos gastos que provocam dúvida de classificação entre 
custo de produção ou despesa do período, devendo prevalecer a escolha que representa 
redução imediata do resultado, portanto, despesa do período. Note que o uso do princípio 
da prudência não deve ser indiscriminado e sim obedecer ao bom-senso, já que pode 
ocasionar a perda do controle dos impactos no resultado do exercício. 
Se, por um lado, os princípios facilitam e padronizam a prática contábil, por outro 
dificultam a gestão com base nos números extraídos da contabilidade. As atividades relacionadas 
ao processo de gestão empresarial dizem respeito à tomada de decisões com impactos futuros, 
enquanto a contabilidade financeira preocupa-se com o registro relativo ao patrimônio do que já 
passou. 
Assim, em muitas situações, torna-se necessário adaptar as informações da contabilidade 
financeira para possibilitar um processo mais coerente de tomada de decisões - originando a 
contabilidade gerencial. Esta disciplina preocupa-se com a gestão de custos e o processo de 
formação de preços, sob uma óptica relacionada aos processos de tomada decisão. Dessa forma, 
são explorados os dois aspectos das duas contabilidades: a questão do registro e os mecanismos 
principais da contabilidade financeira e a óptica da tomada de decisões da contabilidade gerencial. 
A contabilidade gerencial pode ser caracterizada como um enfoque especial conferido a 
várias técnicas e procedimentos contábeis empregados na contabilidade financeira e de custos, 
com objetivos diferentes, maior detalhamento, ou com forma de apresentação e classificação 
diferenciada a fim de auxiliar os gestores da entidade em seu processo decisório. Genericamente, 
enquanto a contabilidade financeira preocupa-se com os registros do patrimônio, segundo as 
normas, convenções e princípios contábeis, a contabilidade gerencial preocupa-se com o processo 
decisorial e de tomada de decisões. 
 
1.3 A Contabilidade de Custos e Suas Funções 
A contabilidade de custos pode ser definida como o processo ordenado de usar os 
princípios da contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio. Dessa forma, 
com informações coletadas das operações e das vendas, a administração pode empregar os dados 
contábeis e financeiros para estabelecer os custos de produção e distribuição, unitários ou totais, 
para um ou para todos os produtos fabricados ou serviços prestados, além dos custos das outras 
diversas funções do negócio, objetivando alcançar uma operação racional, eficiente e lucrativa. 
O nascimento da contabilidade de custos decorreu da necessidade de maiores e mais 
precisas informações, que permitissem uma tomada de decisão correta após o advento da 
Revolução Industrial. Anteriormente à RevoluçãoIndustrial, a contabilidade de custos 
praticamente não existia, já que as operações resumiam-se basicamente em comercialização de 
mercadorias. Nessa época, os estoques eram registrados e avaliados por seu custo real de 
aquisição. 
Com a Revolução Industrial, as empresas passaram a adquirir matéria-prima para 
transformar em novos produtos. O novo bem criado era resultante da agregação de diferentes 
materiais e esforços de produção, constituindo o que se convencionou chamar de custo de 
produção ou fabricação. As funções básicas da contabilidade de custos devem buscar atender a 
três razões primárias: 
a) determinação do lucro: empregando dados originários dos registros convencionais 
contábeis, ou processando-os de maneira diferente, tornando-os mais úteis à administração; 
b) controle das operações: e demais recursos produtivos, como os estoques, com a manutenção 
de padrões e orçamentos, comparações entre previsto e realizado; 
c) tomada de decisões: o que envolve produção (o que, quanto, como e quando fabricar), 
formações de preços, escolha entre fabricação própria ou terceirizada. 
 
1.4 Definiçoes e Conceitos 
Para poder discutir o processo de formação dos custos e preços, alguns termos técnicos 
são empregados. Muitos desses termos mais comuns são empregados na contabilidade geral e 
desta última são trazidos para a contabilidade de custos. Alguns dos principais termos são: 
 gastos ou dispêndios: consistem no sacrifício financeiro que a entidade arca para a 
obtenção de um produto ou serviço qualquer. Segundo a contabilidade, serão em 
última instância classificados como custos ou despesas, a depender de sua 
importância na elaboração do produto ou serviço. Alguns gastos podem ser 
temporariamente classificados como investimentos e, à medida que forem 
consumidos, receberão a classificação de custos ou despesas; 
 investimentos: representam gastos ativados em função de sua vida útil ou de 
benefícios atribuíveis a futuros períodos. Ficam temporariamente "congelados" no 
ativo da entidade e, posteriormente e de forma gradual, são "descongelados" e 
incorporados aos custos e despesas; 
 custos: representam os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de 
outros bens ou serviços. Portanto, estão associados aos produtos ou serviços 
produzidos pela entidade. Como exemplos de custos podem ser citados os gastos com 
matérias-primas, embalagens, mão-de-obra fabril, aluguéis e seguros de instalações 
fabris, etc.; 
 despesas: correspondem a bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a 
obtenção de receitas. Não estão associadas à produção de um produto ou serviço. 
Como exemplos de despesas podem ser citados gastos com salários de vendedores, 
gastos com funcionários administrativos, etc.; 
 desembolsos: consistem no pagamento do bem ou serviço, independentemente de 
quando o produto ou serviço foi ou será consumido. É importante ressaltar que a 
contabilidade registra os fatos de acordo com o princípio da competência. Por 
competência entende-se que o registro de receitas e despesas deve ser feito de 
acordo com a real ocorrência, independentemente de sua quitação. Por exemplo, 
se foram empregadas 40 horas de mão-de-obra no mês de março que somente foram 
quitadas em abril, o lançamento contábil do gasto deve ser feito em março. Já o 
registro financeiro do desembolso será registrado no mês de abril. Logo, não se deve 
confundir despesa com desembolso; 
 perdas: representam bens ou serviços consumidos de forma anormal. Consiste em: 
(i) um gasto não intencional decorrente de fatores externos extraordinários ou (ii) 
atividade produtiva normal da empresa. Na primeira situação, devem ser 
considerados como despesas e lançados diretamente contra o resultado do período. 
Na segunda situação, devem ser classificados como custo de produção do período. 
Outro conjunto de definições que, a princípio, podem confundir o estudante de finanças 
refere-se à definição de desembolsos e recebimentos. Segundo o princípio contábil da 
competência, receitas, despesas e custos são registrados no momento em que são realizados ou 
incorridos. Por exemplo, se uma fábrica contrata um novo funcionário, os gastos relativos a sua 
remuneração são provisionados e apropriados aos custos industriais a partir do momento de sua 
contratação, independentemente da quitação desses gastos. Da mesma forma, se uma empresa 
comercial efetua uma venda com prazo longo, o registro e a contabilização da receita ocorrem no 
momento da venda - independentemente de quando ocorrerá o efetivo recebimento. 
Todavia, recebimentos e desembolsos devem ser contabilizados segundo o regime de 
caixa - ou seja, quando, de fato, ingressarem ou saírem da conta Caixa do Balanço Patrimonial: 
 recebimentos: correspondem aos ingressos de recursos no Caixa da empresa; 
 desembolsos: representam a saída de recursos financeiros do Caixa da entidade. 
 
1.5 Diferença Contábil Entre Custos e Despesas 
Possivelmente, a primeira polêmica na terminologia da contabilidade de custos refere-
se à distinção entre custos e despesas. De modo geral, os custos "vão para as prateleiras", sendo 
armazenados nos estoques - são consumidos pelos produtos ou serviços durante seu processo de 
elaboração. Já as despesas estão associadas ao período - não repercutem, diretamente, na 
elaboração dos produtos ou serviços prestados. 
Custos podem ser diferenciados de despesas conforme a Figura 1.1. Os Gastos 
incorridos para a elaboração do produto são contabilmente classificados como custos. Gastos 
incorridos após a disponibilização do produto devem ser classificados como despesa. Custos 
estão diretamente relacionados ao processo de produção de bens ou serviços. Diz-se que os custos 
vão para as prateleiras: enquanto os produtos ficam estocados, os custos são ativados, destacados 
na conta Estoques do Balanço Patrimonial, e não na Demonstração de Resultado. Somente farão 
parte do cálculo do lucro ou prejuízo quando de sua venda, sendo incorporados, então, à 
Demonstração do Resultado e confrontados com as receitas de vendas. 
Custos Despesas
Produtos ou
Serviços
Elaborados
Consumo associado
à elaboração do 
produto ou serviço
Consumo 
associado
ao período
Investimentos
Gastos
Balanço Patrimonial Demonstrativo de 
Resultado do Exercício
Figura 1.1 Diferenciação entre custo e despesa 
Despesas estão associadas a gastos administrativos e/ou com vendas e incidência de 
juros (despesas financeiras). Possuem natureza não fabril, integrando a Demonstração do 
Resultado do período em que incorrem. Diz-se que as despesas estão associadas ao momento de 
seu consumo ou ocorrência. São, portanto, temporais. 
Conforme mostrou a Figura 1.1, gastos incorridos até o momento em que o produto 
esteja pronto para a venda são custos; a partir daí, devem ser considerados como despesas. 
Em situações específicas, pode ocorrer alguma pequena confusão ou dúvida na 
separação clara entre custos e despesas. Nessas ocasiões, algumas regras podem ser seguidas: 
a) valores irrelevantes devem ser considerados como despesas (princípios do 
conservadorismo e materialidade); 
b) valores relevantes que têm sua maior parte considerada como despesa, com a 
característica de se repetirem a cada período, devem ser considerados em sua 
íntegra (princípio do conservadorismo); 
c) valores com rateio extremamente arbitrário também devem ser considerados como 
despesa do período; 
d) gastos com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos podem ter dois 
tratamentos: como despesas do período em que incorrem ou como investimento 
para amortização na forma de custo dos produtos a serem elaborados futuramente. 
 
1.6 Custos, Despesas, Preços e Lucros 
Genericamentea influência dos custos nos resultados de uma empresa pode ser vista na 
Figura 1.2. Custos, classificados como diretos ou indiretos a depender de sua relação com a 
unidade de produto ou serviço elaborado, são incorporados aos estoques até o momento da venda, 
quando passam a ser representados na Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) com a 
denominação de: 
1. Custo dos Produtos Vendidos (CPV) geralmente em operações fabris ou industriais; 
2. Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) geralmente em operações mercantis; 
3. Custo dos Serviços Prestados ou Vendidos (CSP) ou (CSV) em operações de serviços. 
Já as despesas são confrontadas, segundo a contabilidade, diretamente com o resultado 
do período. Não devem ser ativadas nos estoques. Gerencialmente, porém, podem ser atribuídas 
aos produtos como forma de analisar o gasto e a lucratividade individual de um portfólio de 
produtos ou serviços. Nessas situações, quando custos e despesas são alocados aos produtos ou 
serviços, diz-se tratar de um sistema de custos plenos ou integrais. 
Fluxo dos Custos
Custos
Diretos
Indiretos
Estoques
Materiais Diretos
Produtos em Elaboração
Produtos Acabados
Balanço Patrimonial
(+) Receitas
(=) Resultado
(-) Despesas
(-) Custos do DRE
CMV
CPV
CSP
Demonstrativo de
Resultado do Exercício
Custos
Diretos
Indiretos
Estoques
Materiais Diretos
Produtos em Elaboração
Produtos Acabados
Balanço Patrimonial
(+) Receitas
(=) Resultado
(-) Despesas
(-) Custos do DRE
CMV
CPV
CSP
Demonstrativo de
Resultado do Exercício
 Figura 1.2 Efeitos de custos e despesas no resultado 
 
 
 
1.7 Classificações de Custos 
A depender do interesse e da metodologia empregada, diferentes classificações são 
empregadas na contabilidade de custos. 
Os sistemas, formas e metodologias aplicados no controle e gestão de custos podem ser 
classificados em função da forma de associação dos custos aos produtos elaborados (unidade do 
produto), de acordo com a variação dos custos em relação ao volume de produtos fabricados 
(comportamento em relação ao volume), em relação aos controles exercidos sobre os custos 
(controlabilidade), em relação a alguma situação específica (decisões especiais) e em função da 
análise do comportamento passado (base monetária). 
Em relação à forma de associação dos custos com os produtos fabricados, os primeiros 
podem ser classificados de diferentes formas quanto à aplicabilidade em: 
 diretos ou primários: são aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos. 
Consistem nos materiais diretos usados na fabricação do produto e mão-de-obra 
direta. Apresentam a propriedade de serem perfeitamente mensuráveis de maneira 
objetiva. Exemplos: aço para fabricar chapas, salários dos operários, etc.; 
 indiretos: necessitam de aproximações, isto é, algum critério de rateio, para serem 
atribuídos aos produtos. Exemplos: seguros e aluguéis da fábrica, supervisão de 
diversas linhas de produção; 
 de transformação: igualmente denominados custos de conversão ou custos de 
agregação. Consistem no esforço agregado pela empresa na obtenção do produto. 
Exemplos: mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação. 
É importante destacar que algumas classificações de custos podem variar de empresa 
para empresa. Por exemplo, gastos com energia são quase sempre classificados como variáveis - 
aumentos dos volumes de produção estão associados a aumentos nos níveis consumidos de 
energia elétrica. Os custos com energia, porém, podem ser classificados como custos diretos de 
produção de produtos intensivos em energia, como lâminas de alumínio, produtos metálicos em 
geral e vidros, como custos indiretos nos demais produtos - que geralmente consideram como 
custos diretos apenas os gastos com matérias-primas, embalagens e materiais diretos. 
O comportamento dos custos em relação ao volume permite analisar as variações nos 
custos totais e unitários em relação a diferentes volumes de produção. 
Os custos podem ser genericamente classificados quanto à variabilidade em: 
 fixos: são custos que, em determinado período de tempo e em certa capacidade 
instalada, não variam, qualquer que seja o volume de atividade da empresa. 
Existem mesmo que não haja produção. São agrupados em: custo fixo de 
capacidade - custo relativo às instalações da empresa, refletindo a capacidade 
instalada da empresa, como depreciação, amortização, etc.; custo fixo operacional 
- relativo à operação das instalações da empresa, como seguro, imposto predial, etc. 
Exemplos clássicos de custos fixos podem ser apresentados por meio dos gastos 
com aluguéis e depreciação - independentemente dos volumes produzidos, os 
valores registrados com ambos os gastos serão os mesmos. É importante destacar 
que a natureza de custos fixos ou variáveis está associada aos volumes produzidos 
e não ao tempo. Assim, se uma conta de telefone apresenta valores diferentes todos 
os meses, porém não correlacionados com a produção, esses gastos devem ser 
classificados como fixos - independentemente de suas variações mensais. Os custos 
fixos possuem uma característica interessante: são variáveis quando calculados 
unitariamente em função das economias de escala; 
 variáveis: seu valor total altera-se diretamente em função das atividades da 
empresa. Quanto maior a produção, maiores serão os custos variáveis. Exemplos 
óbvios de custos variáveis podem ser expressos por meio dos gastos com matérias-
primas e embalagens. Quanto maior a produção, maior o consumo de ambos. Assim 
como os custos fixos, os custos variáveis possuem uma interessante 
característica: são genericamente tratados como fixos em sua forma unitária; 
 semifixos: correspondem a custos que são fixos em determinado patamar, passando 
a ser variáveis quando esse patamar for excedido. O gráfico seguinte ilustra um 
custo fixo, representado pela conta mensal do abastecimento de água. Quando o 
consumo é inferior a um patamar definido pela empresa fornecedora do serviço, a 
conta é faturada de acordo com o patamar (por exemplo, 10 m3.). Quando o 
consumo excede o valor do patamar, o valor cobrado torna-se variável de acordo 
com o consumo; 
 semivariáveis: correspondem a custos variáveis que não acompanham linearmente 
a variação da produção, mas aos saltos, mantendo-se fixos dentro de certos limites. 
Exemplo de custos semivariáveis podem ser apresentados por meio dos gastos com 
contratação e pagamento de supervisores ou referentes ao aluguel de máquinas 
copiadoras. Dentro de certos limites, como o número de funcionários sob 
supervisão ou quantidade de cópias realizadas, os gastos são fixos. Quando o 
patamar é excedido, porém, os gastos variam, assumindo um novo patamar. 
A evolução dos custos fixos, variáveis, semifixos e semivariáveis pode ser vista na Figura 1.3. 
 
2 
 
 Figura 1.3 Evoluções dos diferentes custos 
 
 
Custos Semivariáveis
Exemplo : Copiadora
Quantidade
Produzida
Valor
$
Custos Semifixos
Exemplo : Conta de Água
Quantidade
Produzida
Valor
$
Quantidade
Produzida
Valor
$
Custos Fixos 
Exemplo : Aluguel
Custos Variáveis
Exemplo : Mat Diretos
Quantidade
Produzida
Valor
$
Custos Semivariáveis
Exemplo : Copiadora
Quantidade
Produzida
Valor
$
Custos Semifixos
Exemplo : Conta de Água
Quantidade
Produzida
Valor
$
Quantidade
Produzida
Valor
$
Custos Fixos 
Exemplo : Aluguel
Custos Variáveis
Exemplo : Mat Diretos
Quantidade
Produzida
Valor
$
1.8 Elementos de Custos 
Os principais elementos que influenciam no resultado de qualquer entidade são 
representados por meio das receitas auferidas, dos custos - diretosou indiretos, e despesas 
incorridas. Alguns desses elementos podem ser visualizados na Figura 1.4. 
 Figura 1.4 Fluxograma de alocação de custos 
Segundo a Figura 1.4, enquanto os custos diretos podem ser facilmente associados aos 
produtos fabricados, os custos indiretos precisam passar por etapa intermediária, denominada 
rateio, para, a partir daí, serem incorporados aos produtos. Na óptica contábil, receitas e despesas 
são confrontadas diretamente no momento de apuração do resultado. 
Em relação ao custo da produção, sob a óptica contábil este poderia ser expresso por 
meio de uma composição formada por três elementos básicos, descritos como: 
 material direto (MD): todo material que pode ser identificado como uma unidade 
do produto: (i) que está sendo fabricado; e (ii) que sai da fábrica incorporado ao 
produto ou utilizado como embalagem; 
 mão-de-obra direta (MOD): todo salário devido ao operário que trabalha 
diretamente no produto, cujo tempo pode ser identificado com a unidade que está 
sendo produzida; 
 custos indiretos de fabricação (CIF): todos os custos relacionados com a 
fabricação que não podem ser economicamente identificados com as unidades que 
estão sendo produzidas. Exemplos: aluguel da fábrica, materiais indiretos, mão-de-
obra indireta, seguro, impostos, depreciação, etc. 
Outros gastos significativos, porém não classificados como custos, são agrupados como: 
 despesas diversas: não podem ser alocadas ao produto final. Exemplos: despesas 
com vendas, salário do pessoal administrativo, água e luz do escritório. 
Elementos de custos
Indiretos
Diretos
Rateio
Prod A
Prod B
Prod C
Estoque
(=) Resultado
(-) Despesas
Componentes principais:
Material Direto (MD)
Mão-de-Obra Direta (MOD)
Custos Indiretos de Fabricação (CIF)
(-) CPV
(+) Receitas
Custos
A Figura 1.5 ilustra classificações comumente empregadas na contabilidade de custos. 
Figura 1.5 Diferença contábil entre custos e despesas 
 
Em relação a sua associação ao produto ou serviço elaborado, os custos podem ser 
representados segundo a Figura 1.5. Algumas das principais classificações consistem em: 
 custos primários ou diretos (CD): estão associados diretamente à produção, 
equivalendo à soma do material direto com a mão-de-obra direta; 
 custos de transformação ou de conversão (CT): representam o esforço da 
empresa para transformar o material adquirido do fornecedor em produto acabado. 
Equivalem à soma da mão-de-obra direta mais os custos indiretos de fabricação; 
 custo fabril (CF): representa a soma dos três elementos do custo: material direto, 
mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação. São incorridos durante o 
processo de fabricação e incorporados aos estoques de produtos em processo. 
Quando os itens são finalizados, são transferidos para o estoque de produtos 
acabados; 
 custos das mercadorias vendidas (CMV): representam a saída dos estoques da 
entidade para o comprador. Podem ser denominados CMV quando a operação é 
mercantil, CPV (custo dos produtos vendidos), quando a operação é industrial, ou 
CSP ou CSV (custos dos serviços prestados ou vendidos), quando estiverem 
associados a operações de serviços. Consistem na última etapa do processo de 
formação de custos. São os valores retirados dos estoques e entregues aos clientes. 
Como estão associados ao período, devem ser vistos, na verdade, como despesas – 
já que saem dos estoques e estão associados a um consumo temporal - e não como 
custos - que estão associados ao processo de formação de estoques; 
 custos integrais ou plenos ou gastos totais: correspondem à soma de todos os 
valores consumidos pela empresa para a elaboração do produto ou prestação do 
serviço, incluindo custos e despesas. 
 
MD
Materiais Diretos
Matéria-Prima
Embalagem
MOD
Mão-de-Obra Direta
Mensurada e identifi-
cada de forma direta
CIF
Custos Indiretos
Custos que não são
MD nem MOD
Despesas
Gastos não 
associados
à produção
Custo total, contábil ou fabril
Custo de transformação
Custo primário ou direto
Gastos totais ou custo integral
MD
Materiais Diretos
Matéria-Prima
Embalagem
MOD
Mão-de-Obra Direta
Mensurada e identifi-
cada de forma direta
CIF
Custos Indiretos
Custos que não são
MD nem MOD
Despesas
Gastos não 
associados
à produção
Custo total, contábil ou fabril
Custo de transformação
Custo primário ou direto
Gastos totais ou custo integral
Classificação dos Gastos

Mais conteúdos dessa disciplina