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O DESAFIO DO EDUCADOR NO PLANEJAMENTO E APLICACAO DA TECNOLOGIA NOS DIAS ATUAIS (Miguel Torres, Eni Berbeti]

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O DESAFIO DO EDUCADOR NO PLANEJAMENTO E APLICAÇÃO DA 
TECNOLOGIA NOS DIAS ATUAIS 
THE CHALLENGE OF EDUCATING THE PLANNING AND 
IMPLEMENTATION OF TECHNOLOGY IN THE PRESENT DAYS 
 
 
 
 Miguel A. H. Torres Torres PhD 
Ení Berbet MsC 
 
 
RESUMO: O objetivo desse artigo é conhecer o desafio do educador no planejamento e aplicação da 
tecnologia nos dias atuais. O governo vem investindo cada vez mais em tecnologias nas escolas públicas 
e muitos professores ainda não conseguiram e não adotaram a modernidade na vida de seus alunos e 
talvez ignorem os recursos midiáticos por não quererem enfrentar o desafio tecnológico. Verifica-se que 
os atuais cursos que formam educadores não proporcionam uma estrutura adequada para manipularem os 
recursos tecnológicos. Essa pesquisa irá refletir como os futuros professores formados no curso de 
pedagogia podem melhorar a metodologia de ensino através da aplicação da tecnologia como processo de 
aprendizagem dos alunos. 
 
PALAVRAS CHAVE: Tecnologia, Mídias, Educação, Professor 
ABSTRACT: The aim of this paper is to know the educator's challenge in the planning and application 
of technology today. The government has been increasingly investing in technology in public schools and 
many teachers have failed and have not embraced modernity in the lives of their students and perhaps 
ignore the media resources for not wanting to face the technological challenge. It appears that the current 
programs that qualify teachers in primary and early years do not provide an adequate structure to 
manipulate the technological resources. This research will reflect how the trainee teachers in the 
pedagogy course can improve the teaching methodology through the application of technology and how 
students' learning process. 
 
KEYWORDS: Technology, Media, Education, Professor 
 
SUMÁRIO: 1 Introdução 2 AS TECNOLOGIAS E O SURGIMENTO DE NOVOS PARADIGMAS 2.1 
Tecnologias na Educação 2.2 A Tecnologia e a Formação do Professor 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O crescimento das tecnologias e a utilização das novas ferramentas tecnológicas 
na vida social têm exigido das pessoas novas posturas levando a novos comportamentos 
e raciocínios próprios e específicos. 
E a escola não está fora desse novo paradigma educacional, esta deve levar o 
aluno a uma postura autônoma, criativa e capaz de construir seu próprio conhecimento, 
12 
 
como endossado por VALENTE (1999) apud GRÉGIO (2003): “aprender a aprender”, 
“saber pensar”, “saber tomar decisões”. 
Com esse novo paradigma educacional aplicando o tecnológico, há necessidade 
que os educadores se capacitem no intuito de dominar essas ferramentas disponíveis, 
para viverem em seu cotidiano e as aplicarem numa educação que exige novos métodos 
de ensino-aprendizagem. 
Para isso, esse trabalho tem como objetivo refletir qual é o quadro atual dos 
alunos do curso de pedagogia em relação à utilização das tecnologias e contribuir aos 
futuros educadores, na forma como aliar as tecnologias disponíveis na área educacional, 
desafiando-os a enfrentar e a desenvolver seus planos de aula, aplicando essas novas 
ferramentas em suas práticas pedagógicas. 
Essa contribuição servirá apenas para início de capacitação, não significando que 
terá receitas prontas para utilização das mídias, mas sim buscará conscientizar a 
importância do profissional de educação na utilização das tecnologias com seus alunos 
levando a uma melhor qualidade de ensino. 
Entendemos que o educador deve estar sempre adquirindo novos conhecimentos, 
lançando-se a novos saberes exigidos e vividos pela sociedade atual, gerando o 
enriquecimento tanto para o educador quanto para o educando. Mas, de fato, ainda no 
século XXI, os educadores ainda não se lançaram as novas tecnologias. 
Foi através desse fato, que o tema abordado surgiu para aplicação do projeto, no 
qual os alunos do curso de pedagogia, em sua formação inicial, ainda não possuem 
domínio sobre as tecnologias. 
Dessa forma, nos valendo das colocações de TAKAHASHI (Sociedade da 
Informação no Brasil: livro Verde, 2000, p.45), entendemos que a educação é 
considerada “o elemento-chave na construção de uma sociedade baseada na informação, 
no conhecimento e no aprendizado”. Justamente por esse motivo buscamos evidenciar 
neste trabalho a importância da inserção das tecnologias como ferramenta enriquecedor 
do ensino-aprendizagem, como nos evidencia PERRENOUD (2000) quando afirma que 
as novas tecnologias 
podem reforçar a contribuição dos trabalhos pedagógicos e didáticos 
contemporâneos, pois permitem que sejam criadas situações de aprendizagem 
ricas, complexas, diversificadas, por meio de uma divisão de trabalho que 
não faz mais com que todo o investimento repouse sobre o professor, uma 
13 
 
vez que tanto a informação quanto a dimensão interativa são assumidas pelos 
produtores dos instrumentos. (PERRENOUD, 2000, p.139) 
 
Dessa forma, deve haver por parte do educador uma aquisição do conhecimento, 
adequando ao ensino-aprendizagem a esta nova era. Nesse sentido, o Governo Federal, 
através do MEC, tem procurado investir nas escolas, dando computadores para uma 
nova aprendizagem, mas tem esquecido de que os professores não estão aptos à 
utilização. Se professores não tiverem uma formação e não forem treinados para a 
tecnologia, efetivamente estas iniciativas não trarão avanços na qualidade do ensino. 
Então, é faz necessário que se invista desde já nos futuros professores e que os 
mesmos saiam aptos a levarem aos educandos novas metodologias de ensino e 
aprendizagem. E é isso que este projeto tem por objetivo maior, iniciar uma 
contribuição tecnológica aos futuros educadores a partir de sua formação inicial e apoiá-
los nos desafios para elaboração e aplicação das tecnologias. 
 
2 AS TECNOLOGIAS E O SURGIMENTO DE NOVOS PARADIGMAS 
 
2.1 Tecnologias na Educação 
 
As crianças, adolescentes e jovens do século XXI são da geração cibernética, pois 
conhecem e manuseiam a tecnologia melhor do que pessoas da geração anterior. Este 
novo comportamento gerou uma mudança nas competências esperadas dos profissionais 
da área educacional, que agora exige uma postura de aprendizado mais moderna e mais 
criativa. 
Os professores, distante desta realidade, na sua maioria, não estavam se 
adequando a este novo modelo e acabaram não utilizando nenhuma forma de tecnologia 
com seus alunos, o que poderia ser de grande valia para suas práticas no ensino-
aprendizagem, como nos aponta Guilherme Canela Godói ao afirmar que “Ainda não 
conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores 
possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que 
poderiam ser úteis no ambiente educacional.” (REVISTA VEJA, 2010) 
Diante da colocação do autor, podemos entender que os professores não estão 
preparados para aplicar uma nova metodologia utilizando as tecnologias, isto é, estas 
podem ser até aplicadas, mas sem metodologia adequada. Com isso, entendemos que 
14 
 
em pleno século XXI os educadores precisam preparar-se para interagir com a geração 
que se atualiza e se informa pelos modernos meios de comunicação liderados pela 
internet. 
Nota-se que a falta de capacitação dos educadores na aplicação da tecnologia na 
educação é uma realidade nacional, como explicita Ângela Danneman (2009), da 
Fundação Victor Civita quando diz que “A formação inicial não prepara os professores 
para isso. Você precisaria combinar a disponibilidade dos recursos com a melhor 
formação para que a tecnologia fique a serviço da aprendizagem dos conteúdos 
escolares”. 
Neste contexto, através da tecnologia, seria possível a utilização de símbolos 
visuais, tais como o DVD e o Paint, na tentativa de tornar a sala de aula mais 
interessante e interativa. Dessa forma, os alunos passama ser autores na construção do 
conhecimento, como nos coloca OROFINO (2005) quando defende o apelo à 
construção de visibilidade para a imaginação e criatividade das crianças e adolescentes, 
melhorando o processo de ensino e aprendizagem. 
Dessa forma, verifica-se que a tecnologia em sala de aula traz um diferencial na 
aprendizagem, proporcionando um resultado positivo tanto para o professor que a 
utiliza como para os alunos. 
Sobre esse tema, LEVY (1996) nos coloca que: 
Considerar o computador apenas como um instrumento a mais para produzir 
textos, sons e imagens sobre suporte fixo (papel, película, fita magnética) 
equivale a negar sua fecundidade propriamente cultural, ou seja, o 
aparecimento de novos gêneros ligados à interatividade (LÉVY,1996, p.41). 
 
O autor impulsiona o educador a ir além de somente conhecer o computador e 
conter-se com o básico, mas enfatiza a necessidade de buscar aprofundar, adquirir e 
estimular os novos gêneros à interatividade, utilizando esta ferramenta como máquina 
de ensinar, de interagir, como manipuladora de situações e com isso, buscar sempre 
novas alternativas para o ensino-aprendizagem. 
O professor precisa não só conhecer o computador e suas funcionalidades, mas 
também aplicá-lo ao conteúdo de sua disciplina como ferramenta de apoio, melhorando 
assim a comunicação, tornando as aulas prazerosas e estreitando um relacionamento 
com o aluno. 
15 
 
Por isso, quanto melhores os recursos de comunicação melhores serão resultados 
comportamentais e de aprendizado, pois os alunos ficam mais atentos às aulas, trazendo 
uma melhor comunicação entre professor e aluno, como ainda nos afirma PENTEADO 
(1999) quando diz que “Ao trazer o computador para a sala de aula, o professor passa a 
contar não só com mais um recurso para a realização de tarefas, mas está abrindo um 
novo canal de comunicação com seus alunos.” (PENTEADO, 1999, p.306). 
Muitos professores ainda temem a utilização dos recursos tecnológicos na sala de 
aula, ministrando ainda em caráter conservador e tradicional. Isso pelo fato de não 
terem um conhecimento em tecnologia no seu dia-a-dia e falta de incentivo das escolas, 
que mesmo com seus laboratórios montados, não disponibilizam para que os 
interessados os utilizem. 
Para sanar tais deficiências seriam necessários alguns passos tais como propõe a 
UNESCO, relatado na revista Veja (2010), tais como: alfabetização tecnológica, 
aprofundamento do conhecimento e criação do conhecimento, como pressupostos 
básicos para formação destes professores e demais profissionais da educação. 
Assim, o professor deve ser moderno, querer mudar, querer fazer e ser diferente, 
fazendo-se um processo não superior ao aluno, mas incentivando um processo 
comunicativo, com troca de informações, porque a tendência do professor é não ser um 
difusor de saberes, mas um incentivador da inteligência coletiva dos alunos, fazendo 
com que estes troquem suas experiências e conhecimentos. 
Com isso, o objetivo agora deveria ser o de capacitar o professor para tornar-se 
versátil para aplicação dessa nova forma de ensino e essa nova metodologia, para que 
com isso, possa incentivar seus alunos com aulas interessantes, modernas e dinâmicas. 
Além de tirar toda resistência e medo que vem do não conhecimento do uso da 
tecnologia. 
Nesse aspecto, FREIRE (1993) apud BUENO (2003) enfatiza que: 
Na medida que temos mais clareza de nossas opções, de nossos sonhos, na 
medida que reconhecemos que, enquanto educador, somos ser político, 
também entendemos melhor as razões pelas quais temos medo e percebemos 
ainda o quanto temos que caminhar para melhorar nossa democracia. Há a 
necessidade de comandar o nosso medo de educar, o nosso medo de que 
nasce finalmente a nossa coragem. (FREIRE, 1993 apud BUENO, 2003, p. 
10) 
16 
 
A partir do citado acima, entendemos que o educador deve ter persistência para 
sempre melhorar sua metodologia de ensino, ter coragem de prosseguir nos desafios e 
nas novas propostas impostas pela profissão, designando metas e alcançando objetivos. 
Ele precisa fazer a sua história na área educacional e enfrentar o medo para poder 
crescer e assumir um papel diferente enquanto professor na sua escola. 
A partir do momento que o educador supera o medo, encara os desafios da 
utilização da tecnologia e assume uma história diferente em sua metodologia dentro da 
sala de aula; ele passará a contribuir para um desenvolvimento da educação como um 
todo, isto é, estará aplicando os objetivos pedagógicos e ao mesmo tempo estimulando, 
através das ferramentas tecnológicas, um meio de melhor aprendizagem e descoberta de 
sua disciplina. 
 
2.2 A Tecnologia e a Formação do Professor 
 
 Com a evolução das tecnologias, os educadores precisam procurar se enquadrar 
nessa nova realidade, buscando conhecer e aprimorar-se de acordo com as ferramentas 
existentes para que possam não ser meramente professores, mas sim facilitadores e 
mediadores do desenvolvimento intelectual do aluno. 
Então, diante do exposto devemos questionar: Como aplicar a tecnologia na 
educação, se não há domínio pelos educadores e muito menos disciplinas específicas 
que os apóiam em sua formação? Os educadores precisam se enquadrar nos avanços 
tecnológicos com profundidade para que haja assimilação e compreensão do que pode 
ser aplicado numa sala de aula, conforme PRADO (2000) apud DIAS (2008) enfatiza: 
A formação do professor é um estudo polêmico em muitas áreas, em vários 
níveis e, portanto não é um problema exclusivo da Informática na Educação. 
Entretanto, o computador ainda é um instrumento que gera dúvidas, conflitos 
e críticas quando utilizado com finalidades educacionais. Além disso, o 
desenvolvimento tecnológico funciona como um fator agravante porque 
imprime ao processo de formação uma rapidez difícil de ser equacionada 
com o tempo necessário para que os avanços sejam compreendidos e 
assimilados em profundidade. Por esta razão, os profissionais que se ocupam 
da formação de professores nesta área precisam analisar e refletir sobre como 
o processo de formação de professores vem sendo encaminhado. (PRADO, 
2000 apud DIAS, 2008, p.4) 
 
17 
 
Nesse contexto percebe-se que o professor não está preparado para adequar a 
parte pedagógica com a tecnológica, eles ainda não conseguiram assimilar qual a 
finalidade da tecnologia na área educacional. Para isso, deve-se pensar na formação do 
professor num estudo gradativo do conhecimento e da aplicação na utilização das 
tecnologias na educação. O futuro educador deve questionar e indagar conhecimentos 
que vão além da grade curricular. 
 Com isso o educador não deve pertencer simplesmente a um grupo de professores 
formados, mas deve valorizar a sua formação, o seu papel na preparação profissional, 
tendo uma formação continuada nas novas aplicações da área educacional, entre elas a 
utilização da tecnologia educacional. Devem imergir no processo constante de auto-
avaliação e da autoconstrução, conforme diz CHRISTOV (1998, p.9): “a própria 
natureza do saber e do fazer humanos, como práticas, se transformam constantemente”. 
Já DEMO (2002, p.72) enfatiza que “a qualidade da educação depende, em 
primeiro lugar da qualidade do professor” e são palavras também do Ministro da 
Educação, Fernando Haddad, na 72ª Reunião Ordinária do Conselho Pleno da 
Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), em 
2008, na qual afirmou que “a qualidade do ensino depende da qualidade dos 
professores”. 
Para que a educação cresça na qualidade precisa-se que o professor tenha uma 
formação continuada, mantendo-se profissionalmente atualizados, para que se 
aperfeiçoe em sua carreira, conforme nos colocou a reportagem da REVISTA ABRIL 
(2010, p.47) quando afirmou que “De fato, não é mais possível dar aulas apenascom o 
que foi aprendido na graduação. Ou achar que a tecnologia é coisa para especialistas”. 
Com isso para que o aluno aprenda a construir e ser produtor de seus próprios 
conhecimentos é preciso que o professor tenha capacitação tecnológica, pois a 
dificuldade do educador é não saber aplicar a tecnologia ao seu conteúdo pedagógico. 
Isso foi constatado por HADDAD (2002, p.5) quando nos coloca que “muitos 
programas limitam-se a teoria da informática e não faz o treinamento dos professores no 
uso pedagógico da tecnologia”. 
HADDAD (2002) ainda nos mostra quatro problemas que ainda não trazem a 
eficácia à formação do professor na tecnologia: 
18 
 
• O professor não é treinado na aplicação da tecnologia pedagógica, pois não 
considerados as necessidades, interesses, atitudes, tendo treinamentos 
tecnológicos de qualquer forma 
• O professor não reconhece o uso prático da tecnologia nas suas aulas, talvez 
por achar a tecnologia ameaçadora ou perda de tempo 
• A formação do professor deve estar baseada no contexto escolar, ou seja, na 
sua formação o futuro educador deve ter conhecimento de qual é o contexto 
pedagógico para que possa aliar à tecnologia. (HADDAD, 2002, p.5) 
 
O autor ainda entende que a tecnologia e a formação de professores são 
comunicações contrárias, “uma via de mão dupla”, isto é, não há um ensino específico 
da utilização das tecnologias na educação para os futuros professores. 
Mas o que se percebe é que os cursos superiores para formação de educadores, em 
sua maioria, não tem se preocupado na apresentação e utilização das tecnologias, 
reconhecendo-as como poderosas ferramentas de ajuda, para uma integração efetiva 
destas no processo educativo. Esse fator deveria ser o suficiente para transformar a 
formação tecnológica, nos cursos voltados para o magistério, como um pré-requisito 
para o currículo do futuro educador. 
Mas também os educadores não devem ficar fitados no conhecimento de sua 
formação, mas preocuparem em melhorar a qualidade da educação, buscando se 
envolver, atualizar e se adequar às novas práticas de ensino-aprendizagem. 
O que se observa em alguns educadores atuais é caminho tradicional SAINT-
ONGE (1996) apud PERRENOUD (2000, p.139) diz; “Eu ensino, mas eles 
aprendem?”. Esse é o ofício que o professor deve redefinir, a sua metodologia de ensino 
que, mais do que ensinar é aprender. 
Todo professor que quer reinvestir nos conhecimentos, deveria ter interesse em 
adquirir uma cultura básica tecnológica, tendo uma visão de um ensino diferenciado 
com seus alunos, se apropriando de uma cultura que se faz necessário ser aplicada na 
escola atual. Porque os alunos atuais são do século XXI, e nas escolas os alunos 
interagem desde o início de seus estudos com a tecnologia, o que exige do professor 
uma aprendizagem sobre outro olhar, colocando desafios para os educadores. 
Para isso, os cursos superiores na formação do educador, precisam se preocupar 
em levar os alunos a uma cultura tecnológica de base, para que eles possam estar 
qualificados, sabendo definir, como e onde utilizar as tecnologias nas suas aulas, além 
de estarem aptos a criticar e repensar o modo de ensinar e aprender. 
19 
 
Em face desse contexto atual, o presente trabalho buscará relatar a experiência 
desenvolvida durante um projeto que buscou a conscientização da faculdade para uma 
disciplina específica na aplicação da tecnologia na grade curricular e apresentação de 
como esses futuros educadores pode utilizar as mídias na sala de aula, fazendo com que 
os mesmos formem com alguma experiência da aplicação das tecnologias e 
compreendam a importância dessa aplicação na escola. 
 
2.3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO 
 
Verificou-se, no decorrer do curso de pedagogia dae uma faculdade particular, 
que as aulas de informática se limitam a conhecimentos básicos para o uso de 
computadores, não havendo, portanto, a preocupação com embasamento necessário para 
a aplicação bem sucedida das tecnologias em sala de aula. A ver que os futuros 
professores não se sentem preparados, como relata um dos alunos do curso, que afirma: 
Não sabemos o que fazer e nem aplicar, pois não possuo computador e tenho dificuldades em 
saber procurar na internet alguma coisa para aplicar em sala de aula, além do que às vezes se resume 
somente na utilização do computador. 
Pelo relato do aluno, percebe-se que a formação desses futuros educadores ficou à 
margem das transformações tecnológicas e que se não tiver alguma capacitação 
específica não há como este futuro educador inserir-se no mercado de trabalho, que 
busca, cada vez mais, um diferencial de seus profissionais. Por isso cabe à educação 
superior uma parcela da responsabilidade nesta transformação, promovendo uma 
interação de seus alunos com a tecnologia, criando novos hábitos na educação e 
diminuindo as resistências. 
Com isso, a faculdade deu abertura para realizar algumas pesquisas no Curso de 
Pedagogia. Então, dentro desta realidade, pudemos perceber a necessidade de aplicar 
um projeto específico àqueles futuros educadores para capacitá-los para uma utilização 
direta da tecnologia na sala de aula. 
 
2.4 DESCRIÇÃO E APLICAÇÃO DO PROJETO 
 
O foco deste projeto foi o 6º período do curso de Pedagogia da Faculdade, que 
possui 27 alunos, que apresentaram grande diversificação sobre o conhecimento e 
20 
 
familiaridade com a tecnologia. Isso verificado pelo fato da formação da faculdade não 
ser voltada para a informática educativa no seu currículo de Licenciatura em Pedagogia. 
Diante do que foi verificado nesse primeiro momento, nos deparamos com a 
necessidade de salientar a importância da tecnologia no nosso cotidiano. Dessa forma, 
Não se pode desprezar e nem ficar apático à importância da tecnologia na educação, 
pois hoje, em pleno século XXI, as crianças e jovens já nascem, vivem e irão trabalhar e 
ser profissionais numa sociedade constantemente tecnológica. 
 Com isso, levando em consideração a diversificação constatada e para que esse 
projeto tivesse uma finalidade real e de sucesso, foi realizado um questionário para 
diagnosticar a situação real do nível de conhecimento e manuseio tecnológico dos 
alunos e dos professores, e da intenção, por parte do corpo discente, de inserir em seu 
currículo disciplinas que contemplem a tecnologia. 
Num questionário podemos salientar que as respostas trazem concepções dos 
alunos diretamente, isto é, a opinião de cada aluno mostra a sua atuação em seu meio 
cotidiano, além de trazer facilidade de aplicação e flexibilidade de respostas. 
Este método foi aplicado com os 27 (vinte e sete) alunos do curso, e dos tais foi 
analisado, como mostra a Gráfico 1 que, quase todos têm contato, de uma forma ou de 
outra com computadores, sendo que 78% tem acesso a computadores, sendo 30% em 
casa, 33% acessam no trabalho, 15% em lan house (por não terem internet em casa) e 
22% não possuem acesso de forma alguma. 
Gráfico 1 – Alunos têm acesso a computador 
30%
33%
15%
22%
Casa
Trabalho
Lanhouse
Não utiliza
 
Fonte: Autora do Projeto 
21 
 
Com esse resultado, já se tem um apoio para a aplicação do projeto, pois os alunos 
poderão praticar o conhecimento que receberem, visto que a maioria têm facilidade de 
acesso à tecnologia, ao computador. 
Gráfico 2 – Dificuldade em utilizar o computador e a internet. 
56%
44%
Sim
Não
 
Fonte: Autora do Projeto 
 
Os gráficos 1 e 2 mostram que não basta ter acesso ao computador, mas que 
precisa ter familiaridade e domínio para poder usá-lo em suas práticas pedagógicas. 
O gráfico 2 já mostra que 56% dos alunos possuem dificuldade de manusear o 
computador e navegar na internet, dificultando a busca de algum material e ferramenta 
que lhe possam ajudar no plano de aula. É preciso fomentar a vontade nessesalunos de 
buscar algo novo, apresentando como o computador e a internet podem facilitar um 
planejamento dos seus estudos e aplicação na sala de aula, alertando que o computador 
não é a solução de seus problemas de ensino, mas um facilitador de aprendizagem. 
 
Gráfico 3 – Conhecimento para baixar músicas e vídeos do computador 
37%
63%
Sim
Não
 
Fonte: Autora do Projeto 
22 
 
Dando continuidade a análise, o gráfico 3 confirma o citado anterior, onde 63% 
possuem dificuldade em buscar materiais para aplicação em suas disciplinas, através de 
vídeos e músicas. Percebe-se que o uso operacional ainda deixa lacunas entre os alunos. 
A formação na tecnologia desses alunos deverá ser constante, para que possam alicerçá-
los ao manuseio do computador e saberem aplicar de uma forma tranqüila nas suas 
práticas de ensino-aprendizagem. 
 
Gráfico 4 – A frequência da utilização o computador 
37%
11%
52%
Todos os dias
Semanalmente
Somente quando necessário
 
Fonte: Autora do Projeto 
 A leitura do gráfico 4 representa que apenas 37% dos alunos que demonstram ter 
acesso ao computador para alguma curiosidade e aprofundamento de seus 
conhecimentos. Os 52% restantes dos alunos não se interessam em estar diretamente 
utilizando o computador, utilizando essa ferramenta somente quando necessário. Isso 
demonstra a resistência, o desinteresse e até mesmo a falta de conhecimento para 
utilização. Verifica-se que esse aluno terá mais dificuldade em aplicar a tecnologia em 
sala de aula, pois pouco se interessa em acessar, seja de qual for o local. Surge, com 
isso, a preocupação sobre como esse aluno será como futuro professor do século XXI, 
onde as escolas estão equipadas tecnologicamente precisando de educadores 
tecnológicos. 
Gráfico 5 – Realizou outros estágios com mídias 
23 
 
48%
52%
Sim
Não
 
Fonte: Autora do Projeto 
 
Não é de admirar a falta de utilização da mídia em seus estágios, conforme mostra 
o gráfico 5 em relação à porcentagem das figuras anteriores, vindo a confirmar o 
despreparo de tais alunos e o medo de enfrentar o desafio da tecnologia na sala de aula. 
Esses alunos precisam vencer as barreiras existentes e procurar dominar as mídias, não 
necessariamente sendo um expert, mas buscando o conhecimento básico para enfrentar, 
arriscar, aplicar e inovar as aulas. 
 Mas também percebeu que alguns dos futuros professores não estão alheios à 
implantação do computador na escola, acreditando que as tecnologias podem ser aliadas 
no processo de ensino-aprendizagem, mas o que falta é despreparo pedagógico do 
educador na utilização das mídias, revelando falta de conhecimento e dificuldades em 
quais metodologias adotarem com as tecnologias. 
 
Gráfico 6 – Técnico de informática como suporte na sala de aula 
56%
44% Sim
Não
 
Fonte: Autora do Projeto 
 
O gráfico acima mostra uma porcentagem de 56% dos alunos que gostariam de 
um técnico em sala de aula junto com eles, o que evidencia que estes possuem 
24 
 
dificuldade com a tecnologia, ressaltando a inexperiência deles, fazendo com que não 
utilizem a mídia sem um técnico. 
Gráfico 7 – Apoio e incentivo para aplicação das mídias na sala de aula 
 
37%
63%
Sim
Não
 
Fonte: Autora do Projeto 
 
No gráfico 7 a maioria desses alunos não se sentem incentivados, como descrito 
no início desse trabalho, a utilizar as mídias, uma vez que os próprios professores deles 
não os orientam e nem utilizam em sala de aula. Essa motivação deve partir do início da 
formação desses alunos do curso superior. A utilização das mídias deve fazer parte do 
projeto pedagógico da escola, definindo todas as pretensões e propostas educacionais, 
contribuindo para um ambiente de construção do pensar e cooperar, gerando um ensino 
inovador e voltado para a realidade. 
Após esses questionamentos diretos, foram formuladas algumas perguntas abertas, 
onde pudesse ter outras respostas que apoiasse e confirmasse as respostas dadas por eles 
nas questões anteriores. E uma dessas perguntas foi como eles aplicariam as mídias nas 
escolas, e vinte três alunos não souberam como aplicar e direcionar a tecnologia no 
plano de aula. 
O desafio é grande, porque terão que aplicar a pedagogia aliada a tecnológica e 
isso é feitos num só momento, ou seja, ao mesmo tempo em que faz o plano de aula, 
deve aplicá-lo à mídia, e isso para as pessoas que não têm uma ligação direta e cotidiana 
com a mídia, dificulta saber por onde começar, ou que passo seguir primeiro, como por 
exemplo lidar com CD ou DVD ou explicar a matéria, em que momento usar um data-
show... 
25 
 
Outro questionamento foi em relação a ter uma disciplina específica na faculdade 
para que os alunos sentissem mais segurança na aplicação do plano em sala de aula, e a 
resposta foi unânime em querer aulas práticas em tecnologia, aumentando a carga 
horária curricular, para poderem fazer pesquisas, sendo de grande valia a inserção 
também de cursos de extensão em tecnologia, para que outros professores tivessem a 
mesma oportunidade. 
 Foi verificado que as dificuldades colocadas pelos alunos, através do questionário 
estavam em elaborar o plano de aula com a mídia, devido ao fato de não terem uma 
disciplina específica na sua formação pedagógica e falta de motivação por parte deles 
próprios, o que traz dificuldades e desafios em qual mídia aplicar no conteúdo. 
De modo geral, as respostas coletadas impulsionam a necessidade da aplicação do 
projeto para que os futuros professores daquela instituição pesquisada possam 
reconhecer o potencial das ferramentas tecnológicas como meios de ensino e de 
aprendizagem, levando-os a enriquecer os seus trabalhos pedagógicos. 
Primeiramente o estudo foi mais teórico com objetivo quebrar o pensamento 
negativo, a resistência sobre a utilização das tecnologias e ao mesmo tempo incentivá-
los à aplicação, apresentando softwares educativos para Educação Infantil, ferramentas 
como HQ (HagáQuê) que dá possibilidade de produzir histórias em quadrinhos, 
utilização do CD demonstrando músicas que movimentam o corpo e ensinam sobre a 
natureza. Dentre outras ferramentas também foi incentivada a utilização do Paint para 
fazer figuras geométricas, conhecer cores, aplicação do powerpoint em montar conjunto 
de animais ou objetos para identificação de números, cores e outras ferramentas que os 
ajudariam na sala de aula com aprendizagem diferente, atraente e diferenciada do que os 
alunos costumam ter no seu dia-a-dia. 
Posteriormente foi exposto o objetivo do projeto que é de não permitir que a 
tecnologia seja apenas aplicada na educação como uma forma operacional, mas como 
um meio de interação com a prática vigente e uma ferramenta de apoio, sendo que o 
professor deve ser mediador no processo de ensino-aprendizagem, devendo saber 
explorar as potencialidades do computador e criar ambientes que enfatizem a 
aprendizagem. Com isso, eles devem ser capazes de escolher, dentro do seu objetivo, a 
26 
 
tecnologia ideal para atingir o conhecimento, partindo das experiências vivenciais de 
cada aluno. 
Diante do que foi exposto, houve a explanação de que o professor não deve ser 
treinado apenas operacionalmente para o uso das novas tecnologias e sim serem 
capacitados metodológica e filosoficamente para o uso na sua prática pedagógica. O 
importante neste aprendizado é entender que a inserção da tecnologia não mudará as 
questões educacionais, ao contrário, contribuirá para o desenvolvimento do aprendizado 
dos alunos, desde que o seu uso seja feito de forma devida e crítica diante daquilo que a 
escola já oferece como tecnologia e deseja como prática pedagógica. 
Para que os futuros educadores se familiarizassem com as ferramentas 
tecnológicas, foram apresentados alguns tiposde tecnologias que podem ser utilizadas 
na escola, como: computador, TV, DVD, CD, máquina digital, correio eletrônico, 
hipertexto, internet, etc. questionando a sua aplicabilidade. 
Num momento seguinte, foi realizada a aula prática no laboratório de informática 
da faculdade, onde se apresentou as ferramentas, de forma mais lúdica, já como 
princípio de ação. Além da apresentação da plataforma Linux, que é disponibilizada nos 
computadores das escolas. 
Para tanto, foi dividido a turma do curso do 6º período de Pedagogia, que em 
grupo de 3(três) alunos, estivessem com o Plano de Aula, anteriormente elaborado, e, 
partir daí, pudessem fazer pesquisa de como conciliar o pedagógico pretendido com a 
tecnologia, ou seja, em que parte do plano caberia o uso de ferramentas que auxiliassem 
no melhor aprendizado do conteúdo. 
Muitos deles tiveram dificuldade em encontrar apoio tecnológico, pois como já foi 
citado, não têm muito contato com o computador, além de que são inexperientes na 
parte de elaboração de Plano de Aula e aplicação da tecnologia. 
Verificou-se que os principais questionamentos foram referentes à instabilidade 
do aprendizado deles com a tecnologia, pois além de não conhecerem as mídias 
oferecidas pelas escolas, não tiveram um acesso direto e confortável à manipulação do 
computador, por não os possuírem em suas casas e/ou não terem também o interesse de 
conhecimento específico para aplicação em seus planos de aula. 
27 
 
Algumas perguntas foram expostas pelos alunos do curso de Pedagogia, no 
momento da aula prática, tais: 
• Como posso aplicar esse tema com a tecnologia? 
• A minha escola não tem computador. 
• Na escola que estagiarei tem Linux, como faço? 
• Como faz para baixar música? 
• Achei um vídeo interessante, mas não sei baixá-lo? 
• Como posso iniciar a parte de interatividade com meus alunos? 
Diante destes questionamentos, foi observado que eles ficaram presos ao 
computador no que se refere às ferramentas básicas (word, powerpoint, excel), então 
debateu-se o uso de outras tecnologias e não apenas do computador em si. Há que se 
buscar, aqui, através da criatividade, outras formas de utilizar as ferramentas 
disponíveis: CD, DVD, Máquina digital, Paint, Webconferência, etc., ferramentas que 
venham trazer uma interação entre eles, os alunos e a comunidade, fazendo com que 
haja um maior interesse dos alunos na sala de aula. 
A terceira etapa foi a apresentação das equipes definidas na aula prática. O 
objetivo dessa etapa foi verificar como as futuras educadoras planejaram a aula com a 
tecnologia, analisando se estava coerente com a pedagogia. Esse momento foi 
interessante, pois as equipes que têm mais familiaridade com as mídias puderam 
apresentar sugestões de aulas aplicando a tecnologia. 
Mas, como nem todas as equipes possuem familiaridade com a tecnologia, foram 
verificados os desafios dos alunos e futuros professores em aliar a tecnologia com a 
parte pedagógica e também problemas técnicos. Sabe-se que, como não possuem uma 
disciplina específica, já era esperada certa dificuldade por parte de alguns alunos, 
mesmo que eles tenham recebido, anteriormente, aula direcionada no laboratório de 
informática da faculdade. Porém, pelas inexperiências ali apresentadas, foram 
detectadas algumas dificuldades: 
• O vídeo não rodou na CPU da faculdade, pelo fato de ter sido gravado numa 
extensão diferente da existente; 
• O slide preparado por uma das equipes foi gravado na extensão diferente da CPU; 
• Umas das equipes levaram música, mas esqueceram o aparelho de reproduzir CD; 
28 
 
• Tiveram dificuldade em baixar objetos específicos para montagem em powerpoint, 
isto, inserir objetos para criação de conjunto matemáticos; 
• Na montagem de slides não souberam linkar num vídeo que iriam demonstrar. 
Como os problemas detectados acima, foram colocados questões primordiais para 
que eles tenham confiança no que irão utilizar da tecnologia, como: 
• Antes de planejar, verificar se a escola possui tal tecnologia; 
• Testar toda tecnologia que será aplicada na sala de aula; 
• Testar o conteúdo planejado na tecnologia antes de aplicar; 
• Não aplicar a tecnologia o tempo todo, mas serem sensatas ao objetivo; 
• Não tornar a tecnologia um mito, impedindo que eles deixem de olhar o que está ao 
seu redor; 
• Eles devem ter olhar crítico para que simplesmente não utilizem a tecnologia por 
figurante, mas saber o papel ativo da aplicação e sua necessidade. 
O último foco adotado na aplicação desse projeto foi conhecer e salientar os 
desafios encontrados pelos futuros educadores nos seus estágios e na elaboração final 
do seu plano de aula para aplicação na escola. 
Para tanto, foi feito uma exposição dos desafios enfrentados pelos alunos, numa 
sala de aula, onde estavam eles, a professora efetiva e autora do projeto, para que seus 
planejamentos fossem identificados, avaliados e para que houvesse contribuição mútua 
entre os presentes. 
O que se percebeu na maioria desses alunos como desafio, foi o planejamento do 
plano de aula, conforme a aluna A falou: “Planejar uma aula aplicando a tecnologia 
tem que ter muita criatividade, pois é difícil saber qual ferramenta utilizar.” 
Pelo fato de terem tido pouco tempo para familiaridade das ferramentas que 
poderiam utilizar numa sala de aula, quando aplicado esse projeto, é de esperar que 
teriam um grau de dificuldade médio para o planejamento de uma aula. 
Dando continuidade à exposição de seus desafios, foi apresentado em relação aos 
recursos presentes na escola e interesse dos diretores em ter as tecnologias necessárias e 
atuais. Segundo a aluna B, descreveu: 
 
Infelizmente, a escola onde realizei meu estágio ainda não possui as 
ferramentas tecnológicas. É de grande importância que a escola apóie e 
29 
 
motivem aos educadores na utilização das tecnologias, proporcionando aulas 
menos maçantes e mais interessantes de serem assistidas. 
 
Algumas escolas ainda não acordaram para o mundo atual, onde se faz necessário 
novas metodologias de ensino aplicando a tecnologia. Ela cria um isolamento entre a 
escola e a sociedade atual, onde estão inseridos seus alunos. Mas a aluna C, salientou: 
“Mesmo que a escola não possua tecnologias necessárias, é preciso que os educadores 
fiquem atentos às novas mudanças de ensino, acompanhando novos passos 
tecnológicos no mundo em que vivemos”. 
Verifica-se que esses futuros educadores levam dentro de si a perspectiva de 
atualização, redirecionando ações positivas à aplicação de novas metodologias de 
ensino, conforme afirmação da aluna D: “o professor precisa atualizar-se 
continuamente, afinal, os novos tempos determinam novas competências e habilidades, 
conseguindo assim atender às exigências do mundo contemporâneo”. 
Pode-se notar que esses futuros professores, através dos estágios, encontram uma 
cultura diferenciada a do professor atual da escola, onde a aluna F citou: “A professora 
efetiva ainda não havia pensado como aplicar a tecnologia na sua aula e ficou 
interessada em conhecer e buscar recursos tecnológicos para tornar as aulas mais 
motivadoras” e a aluna G complementou: “Devemos nos ater à tecnologia como um 
recurso pedagógico adicional. O professor não pode ignorar esses recursos porque eles 
já fazem parte do nosso cotidiano além de tornar as aulas mais criativas e 
inovadoras”. 
Apesar dos desafios encontrados pelos futuros educadores na elaboração dos 
planos de aula, no pouco conhecimento das ferramentas tecnológicas e na falta de 
recursos tecnológicos existentes na escola onde estagiaram, pode-se perceber que estão 
atentos às novas atualizações e procurando adequar às novas tecnologias. 
Conforme aluna H disse: “A dificuldade que encontro muitas vezes ao utilizar as 
tecnologias, é o despreparo e a falta de conhecimento de comooperar e utilizá-los 
como fonte de referência para construção do planejamento escolar.” 
Isso mostra que se faz necessário um estudo mais aprofundado e abrangente com 
a formação inicial, para que fortaleçam e busque novas alternativas de metodologias de 
ensino a formação do professor. 
30 
 
CONCLUSÕES 
Este estudo buscou refletir e contribuir para compreensão da aplicação das 
tecnologias na educação. Fazendo perceber que o uso das tecnologias traz mudanças nos 
métodos de trabalho educacional e desempenha papéis importantes no ambiente escolar, 
pois amplia o desenvolvimento de habilidades que são essenciais na sociedade do 
conhecimento. 
Como analisado e observado no decorrer desse projeto, verificou que os futuros 
professores não se sentem totalmente preparados para a utilização dos equipamentos 
tecnológicos para aplicação na educação. E que alguns não sabem utilizar estes de 
forma objetiva e adequada na sala de aula. 
Para que o objetivo principal da aplicação da tecnologia aliada à educação seja 
satisfatório, é preciso que os educadores já assumam as aulas nas escolas com uma 
educação tecnológica que favoreça a formação inicial articulada à prática. E como 
adquirir essa prática? É a faculdade o lugar mais favorável, onde esses futuros 
educadores devem obter esse conhecimento, pois aprenderá de início a aliar o 
pedagógico com a prática tecnológica. 
Pois é no início de sua formação que o futuro profissional alcança o saber, 
levando a praticar em seus estágios o conhecimento adquirido, eliminando assim, no 
futuro educador, o medo e as dúvidas de onde, como e quando aplicar a tecnologia na 
sala de aula. 
É num curso superior e na formação continuada que o educador conseguirá ter 
uma visão da realidade, obtendo uma orientação e suporte para saber quais mídias são 
adequadas ao uso pedagógico, além de estarem se preparando para uma atuação 
presente na escola, fazendo correlação na sua prática profissional. 
 O interessante é que professor aplique na escola uma dinâmica de ensino 
diferenciada e alcance um nível adequado igual à de seus alunos em conhecimentos 
tecnológicos. Para que alcance esse nível e haja crescimento na jornada profissional, é 
essencial haver reconhecimento da escola regular, para que dê incentivo e 
oportunidades aos docentes numa formação contínua, pois a instituição tem a obrigação 
de proporcionar ao professor o momento para aprender e lançar novos olhares para 
educação do século. 
31 
 
 Tem-se que incentivar aos docentes não só no uso das novas tecnologias, mas 
também levá-los a um incentivo professor-pesquisador para que busquem outras novas 
tecnologias e sintam-se integrados e atualizados na evolução tecnológica. 
 Conclui-se que a partir desse projeto, os futuros professores percebam novas 
formas de conhecimento, novas maneiras e metodologias de ensino. E que novos 
estudos possam ser realizados junto aos atuais professores, para uma melhor percepção 
do despreparo metodológico na aplicação das tecnologias, podendo motivá-los e ajudá-
los nos desafios que eles se encontram, de enfrentar uma melhor qualidade do ensino-
aprendizagem com as tecnologias. 
 
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