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Anamnese criança comentado

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Roteiro de Anamnese:
I-Identificação:
Nome:__________________________________________________________________
Data de nascimento:______________ Naturalidade:Cidade/estado em que nasceu-importante por ser dado cultural.
Estado civil:_____________________________________________________________
Escolaridade:____________________________________________________________
II- Investigação de queixa: 
Queixa e duração: 
Perguntas: Porque motivo veio procurar o tratamento, desde quando está sofrendo, ocorreu algo significativo antes do sintoma aparecer?
A primeira pergunta diz respeito à verificar o objetivo do cliente, para saber se há adequação do que o cliente com atendimento psicológico, ao mesmo tempo é a introdução ao que realmente o motivo do sofrimento. 
A segunda pergunta diz respeito ao tempo de sofrimento que pode ser muito variável..
A terceira pergunta diz respeito a questão de que, em 90 ou 95% dos casos, o paciente refere alguma mudança negativa antes do surgimento dos problemas. Geralmente não é a causa primeira do problema (pois geralmente está relacionada com a infância), mas traz informações importantes sobre o problema. 
 2 - História da doença atual: (Como os sintomas evoluíram, pioraram, melhoraram, a partir de que acontecimentos, mudanças, utilização de medicamentos, tratamentos)
Estas perguntas dizem respeito à evolução da doença. Se o tempo de eclosão da doença foi recente, (poucos meses), esta pergunta trará poucas informações. Porém, às vezes, consultamos pacientes crônicos, ou que tiveram, no passado, algum episódio patológico, e as informações podem ser bastante importantes para o entendimento da doença. Se o cliente foi tratado por outros profissionais, principalmente psiquiatras, podemos ter uma ideia de que hipótese diagnóstica tiveram, pelos medicamentos que administraram. Às vezes os pacientes tem laudos de outros profissionais, se tiverem, é importante que tragam para termos uma ideia da hipótese diagnóstica de outros profissionais. 
3 - Antecedentes familiares: (Familiares que possuem outros tipos de transtornos psíquicos)
Como foi colocado anteriormente, os psiquiatras adoram fazer estas perguntas, pois acham que podem descobrir a herança genética da doença do paciente. Como não acredito nesta hipótese, conseguimos ter uma ideia, a partir do tipo de doença, da cultura familiar. Exemplo: depressão é muito comum em famílias repressivas, esquizofrenia em famílias mais repressivas ainda, mães neuróticas obsessivas fazem seus filhos ficarem neuróticos obsessivos também. 
4- Suporte Social (pessoas da família ou comunidade que convivem e apoiam emocionalmente a pessoa).
A questão do suporte social, ou de quem oferece apoio emocional ou material, é importante em termos do prognóstico do paciente. Pacientes que não tem nenhum suporte social, com diagnósticos de patologias mais graves (psicoses), preocupam bastante, pois podem ter um prognóstico ruim (suicídio, serem vítima de homicídio). Se as patologias forem menos graves, o tratamento será mais longo e sofrido. Se os pacientes tiverem bom suporte social, tendem a se recuperar mais rapidamente. 
II - Exame Psíquico. EXAME DO ESTADO MENTAL ATUAL:
Aparência ( o entrevistador deve observar a aparência do paciente, e anotar)
A maneira como os pacientes se vestem, se penteiam, se maquiam, podem trazer importantes informações. Pacientes muito deprimidos ou em crise psicótica, podem estar muitos dias sem tomar banho (com odor cítrico). Outros pacientes podem vestir-se de forma sedutora (muito comum em pacientes histéricos). A vestimenta também pode refletir valores culturais, como religião, que também são dados importantes. 
Sono (presença de insônia ou hipersônia -sono exagerado, tem medo de escuro, exige a presença de alguém, medos, tem rituais pré-sono, a criança tem pesadelos, terror noturno):
Insônia
0-3 meses: causas: refeições curtas, limpeza deficiente da pele, hiperestimulação por mãe ansiosa, falta de estimulação por mãe deprimida ou fóbica, sensibilidade da criança ao sono. 
3 meses- 1 ano: causas: erupção dentária, falta de estimulação por parte da mãe, relação mãe-bebê ruim, com ansiedade intensa por parte do bebê. 
1-3 anos: insônia alegre, por hipercinetismo. Ansiedade por trauma. Conflito com as pessoas. Controle demasiado dos pais no período do treino de higiene. 
3-5 anos: manipulação da criança para ter a presença dos pais, ou transtorno emocional sério. 
5-11 anos e adolescência: insônia aponta para neuroses ou transtornos de conduta. Na adolescência é comum o trocar a noite pelo dia, relacionado com evasão dos problemas. Excesso de atividade intelectual e esportiva podem causar insônia, no adolescente. 
Hipersônia: rara na criança e no adolescente, pode ser, como no adulto, expressão de um transtorno depressivo, ou ter causação orgânica. 
Comportamentos pré-sono:
Medos: mais comuns na faixa de 2 a 7 anos, medo de escuro, de haver animais, pessoas no quarto ou debaixo da cama. 
Rituais de adormecimento: sugar os dedos, uso de objetos transicionais, fenômenos transicionais, presença da mãe, não dormir em quarto separado, começam por volta dos anos, podendo-se prolongar por muito tempo. 
Bruxismo: relacionada com ansiedade, sentimentos de culpa. 
Pesadelos, terror noturno:
Pesadelos: 7-10 anos de idade, a criança se lembra deles. 
Terror noturno: não há esta lembrança.
Sonambulismo: a partir dos 7 anos de idade. 
 
 
Ingesta de alimentos (excessivo ou insuficiente, presença de condutas anoréticas, bulímicas, excesso de alimentação):
Normalmente é um sinal da alteração do humor. Há pessoas que ficam deprimidas, e ansiosas, e a ansiedade resulta na falta de vontade de comer (relacionado com a fase oral, geralmente estas pessoas tiveram pouco amor nesta fase)
Outros comem demais incluindo transtorno de comer compulsivo, obesidade mórbida (estes tiveram amor na fase oral, mas não depois, então comer bastante significa tentar receber amor). 
Anorexia:
Anorexia essencial precoce: 0 a 5 meses (bebês magros, agitados). 
Anorexia do segundo semestre ou da primeira infância (entre 6 meses a 3 anos de idade): a partir do 6º mês, com a introdução de comida sólida. Pode ser passiva, a criança não deglute e deixa escorrer a comida/leite. Pode ser de oposição: na qual a criança se opõe a alimentação. 
Anorexia da segunda infância (entre 3 a 11 anos de idade): oposição aos pais, muita escolha quanto à escolha de alimentos. Pode ser de oposição.
Anorexia da adolescência: relacionado a conflitos familiares. 
Bulimia, normalmente aparecendo na adolescência. 
Alimentação compulsiva.
Memória (lapsos de memória, sinais de demenciação):______________________________________
Transtornos psicológicos relacionados à demenciação, levam o paciente a, primeiro perder a memória de curto prazo, depois, a memória de longo prazo. A perda da memória é generalizada. 
Perdas parciais da memória, relacionadas a tipos de evento (esquecer a senha do banco, perder-se na cidade), na maioria das vezes está relacionada com sintomas histéricos (dissociativos)
No caso da criança a falta de memória, se psicogênica, pode ser atribuída a fatores dissociativos, e no caso de causação orgânica, pelo fato de ser por deficiência mental. 
Atenção- orientação (consegue ter atenção às coisas, há perturbação deste fatos, sabe o dia em que está, o lugar em que está):
Paciente que não consegue ter atenção voluntária, pode estar deprimido ou ansioso, ou ambos. 
Em relação à orientação temos dois tipos básicos (orientação autopsíquica e alopsíquica)
A orientação autopsíquica está relacionada com o paciente saber quem é. Afora quadros neurológicos (amnésia por trauma físico), a desorientação autopsíquica mostra uma dissociação da personalidade gravíssima, típica de quadros psicóticos agudos. 
A orientação alopsíquica está relacionada com orientar-se com dados da realidade. Temos duas orientações alopsíquicas básicas,relacionadas com o tempo e o espaço. 
A desorientação espacial é mais grave, pois saber onde se está é um dos requisitos básicos da sobrevivência, e está relacionado a quadros graves de demência, deficiência mental ou psicose. 
A desorientação temporal é menos grave refere-se à desorientação em relação à que ano, mês e dia estamos. 
Alterações do nível da consciência (tem desmaios, ausências? Já se machucou quando desmaiou? Quantas vezes aconteceu? Tem reações convulsivas (paciente se debate) ou não? Onde que aconteceram os desmaios?)
As alterações da consciência tem relação com quadros de epilepsia, quando o paciente desmaia (grande mal) ou tem ausências (pequeno mal: paciente perde a consciência, apesar de não convulsionar). Nos quadros epiléticos clássicos, o paciente desmaia em qualquer lugar, muitas vezes se machucando, com reações tônico-clônicos, acaba se debatendo, muitas vezes urinando e enrolando a língua (acaso você presenciar uma crise epilética, virar o paciente de lado e tentar não deixar se afogar, mas coloque uma colher, nunca sua própria mão). 
Quando o paciente tem desmaios histéricos, normalmente ele desmaia do lado de uma parede, para poder se apoiar na queda (diferente do paciente epilético que tem aura, pressentimento de que vai desmaiar). Ele geralmente não se machuca na queda, e fica piscando os olhos (tentando ver o que acontece ao seu redor). Muitas vezes ele só desmaia em determinados ambientes (normalmente onde ocorrem conflitos, os quais não sabe lidar). 
Sensopercepção (presença de alucinações ou não):
Perguntas(tem ouvido vozes ou sons que só você ouve, tem visto coisas que ninguém vê?)
Este item do exame psíquico é importantíssimo, pois é um item através do qual podemos fazer o diagnóstico diferencial entre psicose e neurose, ou seja, saber se um paciente é neurótico ou psicótico. 
A alucinação, principal alteração psicopatológica relacionada à psicose, consiste na percepção clara e inequívoca, de um estímulo sensorial inexistente. 
Dentro das alucinações as mais comuns (85% dos casos) são as auditivas (o paciente ouve vozes de comando, ou que comentam a ação). Um sintoma associado é o riso imotivado (o paciente ouve vozes, mas não quer falar delas, ele ri porque escuta as vozes).
Outros exemplos de alucinação auditiva, é quando há a sonorização do pensamento (paciente ouve seu pensamento nitidamente), que pode ser seguido pela difusão do pensamento (o paciente sente que todos do mundo escutam seus pensamentos) e pelo eco do pensamento (paciente escuta o pensamento transformado em voz retornando, como se batesse numa parede e voltasse). Outro sintoma alucinatório interessante é o paciente achar que os personagens da TV estão falando com ele. 
Depois vêm as visuais (10% dos casos), geralmente visões de vultos, depois vêm as visões de figuras nítidas, por último bola ou cores. 
Bem mais raras são as alucinações cinestésicas (paciente percebe movimentos inexistentes),cenestésicas (relacionadas à órgãos do corpo), olfativas (cheiros que ninguém percebe), tatéis (relacionadas ao tato) e gustativas (relacionadas à gustação, percepção dos sabores). 
As alucinações só ocorrem em psicóticos, por isso o valor diagnóstico. Por outro lado, a alucinação não leva à crise psicótica, só se o paciente começar a acreditar nas alucinações. Há pacientes que ouvem vozes, mas tem crítica sobre elas (paciente psicótico, mas que não está em crise psicótica)
É importante diferenciar a alucinação da ilusão, que é outro sintoma sensoperceptivo. Na ilusão, o paciente distorce um estímulo existente. Neste caso, é muito comum o paciente dizer que achou que viu um vulto, ou que o chamaram. Outros fenômenos ilusórios são hipnagógicos (paciente acabou de acordar, ou está muito sonolento ou insone). 
No caso da criança e do adolescente, recordar: 
Psicoses infantis são raras, mas a do adolescente não, pois a maior frequência de primeiros surtos psicóticos está na idade entre 15-25 anos. 
Até 7 anos de idade, é comum a criança ter amigos imaginários pois a criança está na fase pré-operatória, onde é comum o predomínio da fantasia. 
Juízo de realidade: 
Perguntas para descobrir a presença de delírios: você tem algum pensamento que te incomoda, você sai na rua e as pessoas estão olhando feio para você, você se acha superior ou inferior, você se sente doente?
Este item do exame psíquico verifica a presença de delírios. O pensamento serve para julgar a realidade, por este motivo a presença de delírios faz com que o paciente não consiga mais julgar corretamente a realidade, o que é principal sintoma da psicose. 
O delírio é um julgamento da realidade patologicamente falseado, impossível (é ilógico, não pode ser verdadeiro), imutável (o paciente tem convicção extraordinária nele, acredita a ponto de não conseguirmos mudar sua opinião, por mais argumentos lógicos que utilizemos) e individual (surgiu na mente do paciente, ninguém lhe contou).
O delírio mais comum é o persecutório (alguém quer mata-lo, ou alguém o xinga, o desvaloriza, todos se referem a ele jocosamente – delírio de referência ou auto-referência, as vozes o depreciam).
Em seguida, vem o delírio de grandeza (eu sou muito importante, posso fazer tudo que eu quero, posso gastar bastante dinheiro, Deus me deu a missão de salvar a humanidade, sou agente especial do presidente, etc). 
Em seguida o delírio de ruína (minha vida é uma eterna desgraça, tiraram tudo de mim, eu e minha família vamos passar fome, só vai acontecer coisa ruim). 
Outro delírio comum é o hipocondríaco (tenho doença tal, estou com HIV e passei para o mundo inteiro), de caráter depressivo e persecutório.
Por último, temos os delírios místicos que podem ser de grandeza (Deus me deu a missão de salvar a humanidade) ou persecutórios (Satanás pegou metade do meu corpo). 
No caso da criança e do adolescente, recordar: 
Psicoses infantis são raras, mas a do adolescente não, pois a maior frequência de primeiros surtos psicóticos está na idade entre 15-25 anos. 
Até 7 anos de idade, é comum a criança ter amigos imaginários pois a criança está na fase pré-operatória, onde é comum o predomínio da fantasia. 
Pensamento:
Geralmente não fazemos perguntas diretas sobre este item, mas sim observamos a fala do paciente, que traz indicativos sobre as alterações patológicas do pensamento. 
As alterações relacionam-se ao curso (velocidade, fluxo) do pensamento, a forma ou estrutura do pensamento ou conteúdo ou temática do pensamento. Também podemos falar de tipos patológicos de pensamento e alterações dos elementos constitutivos do pensamento, o conceito e o juízo. 
 
Alterações do curso do pensamento: 
Aceleração do pensamento: pensamento flui de forma acelerada (normalmente o paciente fala muito rápido), uma ideia sucedendo a outra. Ocorre no bipolar em fase maníaca, em alguns esquizofrênicos, nos estados ansiosos, em alguns tipos de depressão ansiosa e em psicoses tóxicas por anfetaminas e cocaína. 
Lentificação do pensamento: o pensamento fica extremamente lento, flui com dificuldade, o paciente demora a responder as perguntas. Típico da depressão grave, de alguns quadros de rebaixamento da consciência, em algumas intoxicações por sedativos, em alguns quadros psicoorgânicos. 
Bloqueio ou interceptação do pensamento: o paciente, no meio de seu discurso, para, como se algo bloqueasse o pensamento. O paciente pode falar que o pensamento parou ou foi bloqueado. É típico da esquizofrenia. 
Roubo do pensamento: o pensamento parece ter sido roubado por alguém, máquina ou espírito, o paciente relatando isto, o que faz com que o paciente interrompa seu discurso. É uma alteração típica da esquizofrenia.
Alterações da forma do pensamento: 
Fuga de ideias: o paciente está com os pensamentos tão acelerados, que ele começa a contar uma ideia, não termina e começa uma segunda, uma terceira, etc, sem conseguir terminar nenhuma. 
Dissociação do pensamento: o pensamento começa a perder sua coerência lógica.Afrouxamento das associações: aprofundamento da dissociação do pensamento. 
Descarrilhamento do pensamento: a pessoa parece divagar entre os assuntos, sem uma lógica que os una. 
Desagregação do pensamento: se o descarrilhamento se agrava, pode-se chegar a um pensamento ilógico, partido, sem agregação, não forma unidades. Típico de quadro demenciais graves e da esquizofrenia hebefrênica. 
Alterações do conteúdo:
Pode haver predominância patológica de alguns tipos de pensamento, como o de perseguição, depreciativos, religiosos, sexuais, de poder, grandeza, riqueza, de culpa, ruína e hipocondríacos.
Alterações dos conceitos: 
Desintegração dos conceitos: ocorre quando os conceitos perdem seu significado original.
Condensação dos conceitos: neste caso, dois ou mais conceitos são fundidos, criando palavras novas, os chamados neologismos. 
Alteração dos juízos: 
Juízo deficiente ou prejudicado: juízos simplórios sobre a realidade, típicos da deficiência e da demência, ou de personalidades pueris.
Tipos alterados de pensamento: 
Pensamento mágico: de caráter ilógico e irrealista, comum em crianças, na esquizofrenia hebefrênica, histeria. 
Pensamento derreísta: o pensamento só obedece à lógica no que interessa ao paciente, típico dos quadros histéricos. 
Pensamento obsessivo: pensamento de aparência racional, repetitivo. Nos casos graves o pensamento pode ganhar caráter ilógico, no qual o paciente duvida, mas como ele se impõe à consciência, o paciente o aceita, apesar de criticá-lo. 
Pensamento pueril: pensamento infantil, típico da esquizofrenia hebefrênica e de quadros patológicos regressivos. Outros pacientes com pensamento pueril são deficientes mentais e dementes. 
Pensamento confusional: relacionado com diminuição do nível da consciência, relacionados com quadros orgânicos de diminuição do nível da consciência. 
No caso da criança e do adolescente, recordar: 
Psicoses infantis são raras, mas a do adolescente não, pois a maior frequência de primeiros surtos psicóticos está na idade entre 15-25 anos. 
Até 7 anos de idade, é comum a criança ter amigos imaginários pois a criança está na fase pré-operatória, onde é comum o predomínio da fantasia. 
 Linguagem (presença de linguagem desconexa, fala acelerada ou contínua, pueril):
É um item do exame psíquico que se observa.
No caso da criança e adolescente, deve-se perguntar aos pais, se eles notam alterações, como dificuldade de articulação, tartamudez (gagueira), mutismo, atrasos na aquisição da fala e da escrita. 
Taquifasia, logorreia ou verborreia: paciente fala muito e de forma acelerada, típica de quadros maníacos, ansiosos e histéricos. Correlato à aceleração do pensamento. 
Bradifasia: paciente fala muito lentamente, demora para responder. Correlato à lentificação do pensamento. 
Mutismo: o paciente fica mudo, típico da esquizofrenia catatônica, simples, depressões psicóticas. Mutismo seletivo: o paciente fica mudo em alguns tipos de ambiente, geralmente por conflitos. 
Distúrbios de articulação: típicos na deficiência intelectual.
Retardo da evolução da linguagem: típicos no autismo e na deficiência intelectual.
Mutismo eletivo: relacionado a conflitos específicos. 
Dislexia: muito relacionado a quadros dissociativos (histeria)
Tartamudez: relacionado a quadros de ansiedade. 
Humor-afetividade 
(perguntas: você se percebe, na maior parte do tempo, triste ou alegre? Algum sentimento te incomoda?)
Humor: estado de ânimo, tônus emocional.
Alterações do humor:
Humor triste ou depressivo: paciente está, na maior parte do seu tempo, triste ou deprimido.
Humor disfórico ou irritado: paciente está, na maior parte do tempo, mal-humorado. 
Humor hipomaníaco: paciente está eufórico, porém sem delírios de grandeza.
Humor maníaco: paciente está eufórico, com delírios de grandeza, apresentando também aceleração do pensamento, logorreia. 
Humor lábil: humor que muda rapidamente, entre tristeza e alegria. 
Alterações das emoções e sentimentos: 
Apatia: nenhuma emoção ou sentimento o afeta.
Hipomodulação do afeto: incapacidade de modular (adequar) a resposta afetiva.
Inadequação do afeto: afeto claramente inadequado à situação, típica de quadros psicóticos. 
Embotamento afetivo: paciente parece não se interessar afetivamente por nada e ninguém, sintoma típico das psicoses. 
Anedonia: paciente não sente prazer, típico da depressão e da esquizofrenia simples. 
Depressão anaclítica: no bebê, a partir dos seis meses de idade, quando ele é pouco estimulado e não tem figuras de apego, ou houve perda ou separação da figura matenra, o bebê mostra progressivo desinteresse pelo ambiente, perda de apetite, motricidade diminuída, atividade auto erótica desaparece, aparecimento da insônia 
Volição (tem vontade de realizar tarefas e obrigações ou não, não consegue conter suas vontades, sente que é impulsivo?)
As alterações da volição:
Volição diminuída ou hipovolição (hipobulia): paciente está com a vontade diminuída.
 Avolição ou abulia: paciente não tem vontade de fazer nada. Os dois sintomas são típicos da depressão e da psicose.
Hipervolição ou hiperbulia: excesso de vontade, típico de quadros maníacos.
Impulsividade: dificuldade de controlar a vontade. Típico de quadros de transtorno de personalidade antissocial e transtorno de personalidade impulsivo. 
A dificuldade de controlar a vontade também aparece nas compulsões, que vamos tratar em item à parte.
Pragmatismo (Pergunta: consegue realizar tarefas ou não, está com dificuldade em fazê-las?):
Alterações do pragmatismo: 
Normalmente, quase todos os transtornos mentais alteram o pragmatismo, rebaixando seu nível (hipopragamatismo ou pragmatismo diminuído), principalmente na depressão.
Nos quadros maníacos, há a aceleração das ações, mas nem sempre o resultado é positivo, o paciente fazendo várias ações mas não conseguindo termina-las.
Em outros quadros maníacos, há um hiperpragmatismo por um certo tempo, mas que não se sustenta em grandes períodos de tempo. 
 
 Psicomotricidade (Está a maior parte do tempo inquieto, passivo, tem rompantes de agressividade ou auto agressividade, presença de tiques ou movimentos estereotipados, hipercinetismo ou hiperatividade, enurese, encoprese, condutas sexuais precoces ou estranhas):
Alterações da psicomotricidade
Inquietude psicomotora: Paciente não consegue ficar muito tempo estático, sempre tem necessidade de se movimentar. Relacionado á ansiedade. 
Hipercinetismo: mais comum na criança, semelhante à inquietude, o paciente não para quieto, sempre tem que esatr em atividade. Os dois quadros geralmente estão associados à depressão e a ansiedade. 
Agitação psicomotora: paciente pode ficar agressivo, quebrando objetos ou agredindo fisicamente pessoas. 
Auto agressividade: muito comum em adolescentes (predisposição a acidentes, tentativas de suicídio). 
Head banging: espécie de auto agressividade, a criança bate a cabeça contra objetos e pessoas, muitas vezes associado ao autismo. 
Comportamentos psicomotores estereotipados: típicos do autismo e de quadros graves de deficiência mental. 
Tricotilomania: a criança/adolescente arranca e ingere cabelos. 
Onicofagia: criança e adolescente que rói unhas. 
Tiques (faciais, de cabeça e do pescoço, do tronco e membros, respiratórios, de fonação e verbais, tiques de fonação e verbais, tiques digestivos), com origem orgânica (coreia de Huntington), quadros psicogênicos (obsessivos ou dissociativos), Síndrome de Tourette (tiques com expressão coprolálicas – palavrões obscenos). 
Sadismo: muito comum em crianças que não receberam afeto, recebendo agressões verbais ou físicas, geralmente direcionadas a animais. 
Enurese/encoprese: atraso no controle esfincteriano. 
Masturbação precoce ou compulsiva: pode ser sinal de iniciação sexual precoce, por indução ou abuso sexual. Na adolescência quadros de masturbação precoce podem estar presentes,por má resolução da questão afetiva e sexual. 
Compulsões aditivas (usa em excesso, está se prejudicando com drogas, álcool, jogo, internet?):
Geralmente relacionado à depressão, o paciente faz uso abusivo, repetitivo e dependente de algum fator para escapara à ela. 
No caso da infância e adolescência, geralmente induzida pela própria família. 
Outro tipo de compulsão aditiva, comum na infância é com jogos, tv, internet que muitas vezes acontece por estímulo ou falta de limites dos pais. 
Compulsões obsessivas: faz atos repetitivos ou pensamentos repetitivos): 
Pensamentos obsessivos, repetitivos que se impõe ao paciente, geralmente contém ordens de realizar algum tipo de conduta, que é sentida como absurda pelo paciente, mas que ele se sente forçado a fazer. 
Crianças e adolescentes obsessivos geralmente têm pais obsessivos, que os controlam. A outra possibilidade, menos comum, é de ter pais que são muito desleixados. Uma terceira possibilidade, é de ter pais e familiares que cometem ou ameaçam cometer abusos sexuais. 
Fobias (tem medo exagerado, irracional e incontrolável de algo):
Tipos de fobia:
Simples, relacionado a um objeto, situação ou animal. 
Social: medo de se expor em público.
Do espaço: agorafobia (medo de espaços abertos) ou claustrofobia (medo de espaços fechados).
Relacionado ao corpo ou a mente: síndrome do pânico, medo de ficar louco ou de morrer. 
Na criança e adolescente, além da fobia clássica freudiana, relacionada à problemas edipianos, temos a fobia por insegurança, relatada por Winnicott, em que a figura materna tem dificuldades de fornecer a proteção e segurança que a criança necessita. 
Ansiedade
Pergunta: está constantemente ansioso ou tranquilo, em que situações fica ansioso?
Ansiedade aumentada. 
Irritabilidade (irrita-se com facilidade?):
A irritabilidade pode estar aumentada (o paciente irrita-se com facilidade, ou está sempre mal-humorado), geralmente relacionado com quadros depressivos)
 
Contato interpessoal (gosta de contatar pessoas, evita o contato com as pessoas?):
Diminuído ou evitado, geralmente relacionado com a depressão, ou com quadros esquizofrênicos.
Em alguns quadros maníacos, as inibições sociais desaparecem, inclusive as sexuais. 
Devolutiva: 
Neste momento, se você tiver um juízo já formado, é importante dizer ao paciente uma hipótese diagnóstica. 
IV- História de vida
a) Heredograma: (investigar geração dos pais, irmãos, cônjuges e filhos)
nome pais completos idade, se faleceram, com que idade faleceram, há quanto tempo, do que morreram. Local de nascimento.
Irmãos, nome, idade, condições de falecimento (se ocorreu)
Cônjuge: principalmente se teve filho, nome, sobrenome, idade, condições de falecimento (se ocorreu) 
Filhos: nome, idade, condições de falecimento (se ocorreu)
Muitas vezes a pessoa não conhece o nome do pai, não sabe nada dele (neste caso a mãe teve muito ódio do pai), o que dificulta a formação de uma imagem paterna. 
Muitas vezes a mãe teve vários companheiros, do qual resultaram vários filhos (só colocar estes outros companheiros se tiveram filhos, ou tiveram papel importante na vida deles)
Se por acaso a pessoa for criada por avós, tios, pais adotivos colocar os dados dos avós ou outros.
Se os pais morreram muito cedo, isto pode ter um impacto muito grande na vida da pessoa, quanto mais cedo, pior para o paciente. 
O tipo de morte (por assassinato, acidente, doença súbita ou prolongada, com sofrimentos intensos ou não) também são fatores importantes, quanto mais brutal ou inesperada a morte, o paciente está pouco preparado para elaborá-la. 
O nome dos irmãos e do paciente também são importantes, pois revelam a preocupação dos pais, se dão nomes pensando no bem da criança, ou dão nomes que são bonitos para os pais (nomes muito parecidos de irmãos, por exemplo, revelam um gosto do pai por certos sons, mas isto são indicativos de um narcisismo dos pais, de falta de pensar no bem das crianças – nomes bizarros também estão incluídos aqui)
b) Concepção, gestação: (planejada, desejada, ocasional, indesejada): 
Gestação planejada: quando os pais planejam o nascimento do filho para determinada época, e isso ocorre efetivamente. 
Gestação desejada: quando os pais querem ser pais, mas não planejaram a gravidez. 
Gestação ocasional: os pais não têm ideia formada se querem ser pais ou não, a gravidez sendo encarada com certa indiferença.
Gestação indesejada: os pais não querem a criança, no caso do pai muitas vezes este não assume, a mãe geralmente passa pelo período da gravidez com revolta, muitas vezes tenta o aborto ou planeja doar a criança após o nascimento. 
A gestação planejada é a melhor, geralmente os pais estão preparados material e psicologicamente para aceitar a criança.
Na gestação desejada, geralmente a mãe/pai fica “chocado”, com a notícia da gravidez no início (por alguns dias), mas depois aceita bem o fato. 
Na gestação ocasional, há uma certa indiferença pela gestação.
Na gestação indesejada, muitas vezes há um estado de revolta, as tentativas de aborto podem resultar em danos no feto, e doações podem estar sendo planejadas. 
Normalmente se a gestação é desejada ou indesejada reflete sobre a relação futura da mãe/pai com o paciente. 
As condições da gestação também podem ter influências sobre a vida da pessoa:
Uma das condições mais evidentes, entre outras na qual a mãe é colocada em condição psicológica difícil, é o fato da mãe morar junto com os sogros, ou relacionamento difícil com o companheiro, e passar por graves conflitos nesta condição. Mesmo que não exista certeza quanto ao fato do paciente ser influenciado na própria gestação, com certeza, indiretamente ele será afetado, mesmo que for pela condição psicológica da mãe após o nascimento. 
c) Nascimento e puerpério: (Normal, cesariana, fórceps, intercorrências no nascimento)
 O melhor parto é o normal, a criança está totalmente preparada para o nascimento.
A cesariana não é tão boa, mas às vezes é inevitável. Quando não é inevitável, a mãe pode ter pensado mais nela do que no bebê. 
 Parto com fórceps (ferros) são mais tensos, gerando ansiedade na mãe. 
A intercorrência mais importante no parto é a anóxia ou hipóxia fetal, no qual o bebê não respira quando nasce, nasce roxo, os médicos correm com a criança para poder salvá-la, o que pode gerar deficiência mental. 
A mãe pode, logo após o nascimento, apresentar algumas condições patológicas de saúde mental, como psicose puerperal e depressão pós-parto. 
d) Amamentação/Alimentação: (Peito, mamadeira, até que idade, dificuldades com alimentação sólida):
O ideal é que a criança seja amamentada exclusivamente no peito até seis meses de idade. Mamadeira, ás vezes é inevitável, em algumas condições a criança tem que ser amamentada por colher (criança com lábio leporino). 
O ideal é a criança ter sido amamentada até os seis meses exclusivamente no seio, depois começarem as comidas sólidas. 
Há crianças com alergias alimentares, que foram criadas com água de coco, por exemplo. 
Por outro lado, o período da amamentação é importante, há mães que abreviam muito o tempo de amamentação, introduzindo comidas sólidas muito cedo, assim como mães que prolongam por vários anos a amamentação. As duas condições geram, na maioria dos casos, fixações orais. 
Nas áreas urbanas, a amamentação no peito geralmente cessa por volta de um ano de idade, e no campo, por volta de dois. A amamentação por mamadeira também deve parar por volta desta idade. 
e) Compulsões orais (Uso de chupeta, sugar o dedo, fraldas):
O uso da chupeta, do sugar do dedo ocorre em muitas crianças (não em todas), e é um dos substitutos do seio. Até certa idade, por volta dos três ou quatro anos de idade, pode ser considerado normal, após isto, configura-se numa fixação oral, há casos de adolescentes que usam chupeta, que sugam os dedos, adultos que roem as unhas. 
f) Desenvolvimento psicomotore da fala (andou/falou com que idade), doenças, outras intercorrências (mudanças, mortes ou outras intercorrências)
Há um padrão, com seis meses sentar, nove engatinhar, um ano andar, a fala começando por volta de um ano de idade. Atrasos muito significativos neste tempo, podem representar indícios de deficiência mental. 
Às vezes à intercorrências em outros sentidos. 
g) Controle esfincteriano (que idade deixou as fraldas, presença de enurese/encoprese):
Normalmente, a criança deixa as fraldas por volta de dois anos de idade. Muito antes ou muito depois desta faixa etária, a criança pode ficar fixada na fase anal. 
Encoprese (a criança não segurar as fezes) é mais raro, está ou ligado à deficiência mental, ou a fixação na fase anal expulsiva. 
Enurese (a criança não segurar o xixi), é mais comum, há quadros relacionados à deficiência mental, mas muitas vezes há uma relação com o Complexo de Édipo (a enurese estar relacionada com uma sensação semelhante à ejaculação ou à lubrificação da vagina).
h) Sono na infância (pesadelos noturnos, insônia, dormia no quarto/cama dos pais, quarto/cama próprio, presenciou intercurso sexual dos pais/outros, sofreu abuso/violência sexuais):
Há bebês e crianças que desenvolvem insônia por condições psicológicas ou físicas, isso influenciando o estado psicológico da mãe, que muitas vezes também desenvolve insônia, ansiedade ou depressão. Há crianças que sofrem de pesadelos noturnos, sonhos recorrentes, geralmente relacionados há uma condição ruim psicossocial. 
Há casos em que os pais deixam a criança dormir na própria cama ou quarto por muitos meses ou anos, o que não é recomendável, gerando uma fixação da criança em relação aos pais (complexo de Édipo, ou fortalecimento indesejável do narcisismo da criança).
Em muitos casos, a sexualidade do casal mal resolvida, faz com que esta sexualidade seja projetada nos filhos. 
Em outros, os filhos presenciam a relação sexual do casal, o que estimula precocemente a própria sexualidade. 
Em casos piores, os pais, padrastos, madrastas, irmãos, primos, tios, cuidadores podem tentar ou praticar o abuso sexual. 
Em outros casos, o abuso é realizado por pessoas que não são do círculo próximo da criança, como vizinhos ou estranhos. 
i) Relacionamento com pai/mãe na infância: (cuidados, autoridade/violência, carinho físico/verbal/atitudinal, preferência pelos filhos, pais usavam álcool/drogas)
Este é a pergunta mais importante da coleta da história de vida (se por acaso não houver possibilidade de fazer uma coleta de história de vida completa, fazer esta pergunta). 
Por se tratar da primeira relação humana significativa da criança, esta relação deixa profunda marcas no psiquismo da pessoa. 
Pais podem ser cuidadosos (alimentação, higiene, outros cuidados físicos) com a criança ou não.
Pais podem ser autoritários (mães ou pais que gritam a todo momento, não toleram questionamentos, ou sem autoridade nenhuma, o que também é pouco prejudicial). 
Pais podem ser violentos (desde tapinhas ou beliscões, coques, ou batendo com cintos, fio de ferro, nas pernas- violência moderada) ou muito violentos (dar murros e socos, bater com cinto em cima da cintura, na cabeça, atirar objetos contra a criança, queimar ou fraturar membros, etc). 
A criança pode sentir a demonstração de afeto ou carinho, corporalmente (pais que beijam ou abraçam), por palavras (pais que elogiam, declaram o amor pelos filhos), ou por atitude (pais que se esforçam, tomam atitudes em prol dos filhos). Em alguns casos, o indivíduo não sente nenhuma manifestação de carinho. 
Há casos em que as crianças sentem preferência dos pais por eles ou por irmãos ou grupo de irmãos. 
Também é importante saber se a pessoa tem mais afeto por qual genitor, e porquê. 
Há muitos relatos de pais que usam drogas ou álcool, e que muitas vezes se tornam violentos ou omissos em relação aos filhos. 
Há outros relatos de filhos que tiveram que bater nos pais (geralmente para defender a mãe da agressão paterna), é uma das coisas que mais geram traumas na pessoa. 
j) Brinquedos/jogos infantis (que tipo de brinquedos, brincadeiras ou jogos infantis, brincava sozinho/acompanhado, na rua/casa):
Alguns tipos de brinquedos podem revelar tendências psicológicas das crianças (crianças que gostam de brincadeiras mais físicas, ou de faz-de-conta, por exemplo, brincadeiras masculinas ou femininas). Muitas vezes as crianças brincam sozinhas ou acompanhadas o que mostram tendências de socialização das mesmas. Crianças mais protegidas brincam na casa, em outros casos, as crianças brincam na rua, campo.
k) Vida escolar (com que idade entrou/saiu da escola, dificuldade/facilidade com os estudos, amigos na escola, repetências/abandonos/reinícios, até que série fez):
A idade em que a criança entrou na escola mostra a preocupação dos pais com a escolaridade. A saída cedo da escola pode ser indício de deficiência mental, tendências antissociais, necessidade de trabalhar, pouco investimento dos pais nos estudos. 
Dificuldade nos estudos podem ser indícios de deficiência mental, de tendências antissociais, imaturidade, de depressão, ansiedade. É importante saber se a pessoa conseguiu se alfabetizar, se sabe fazer as contas básicas, não saber, se cursou a escola, pode ser indício de deficiência mental. 
Todos estes fatores podem gerar abandonos, repetências, reinícios. O reinício mostra amadurecimento da personalidade. 
Quanto mais séries a pessoa alcançou, menos vulnerável ela será. 
Quanto à socialização da criança na escola, há aqueles introvertidos, com poucos amigos, e aqueles extrovertidos, com muitos amigos. 
l) Vida social na adolescência: (Amizades na adolescência, lazer, namoros):
A adolescência marca o início da vida mais independente, socialmente. Os padrões aqui estão relacionados à maior ou menor liberalidade dos pais, quais tipos de lazer pode ter ou escolheu, se namorou muito cedo ou não, quais escolhas fez em termos de amigos. 
m) Vida profissional: (Com que idade começou a trabalhar, que trabalhos teve, períodos de desemprego):
O início da vida profissional, se ela ocorreu muito cedo ou tarde, podem definir tendências pessoais, em alguns casos pode começar muito cedo (a partir dos cinco anos) ou muito tarde (depois dos trinta anos). 
Quais tipos de trabalho teve, também mostra a inserção social, as escolhas que o paciente fez.
Mudanças muito frequente de emprego também sinalizam dificuldades pessoais, ego mais fragilizado. 
Períodos muito longos de desemprego podem ser indícios de dificuldade de adaptação ao mercado de trabalho, o que pode simbolizar uma personalidade mais rígida. 
n) Vida afetiva (em que idade começou a namorar, namoros longos/curtos, casamentos/separações, relacionamento com filhos, perguntar preferências, afinidades ou dificuldades com eles):
A vida afetiva tem grande repercussão nos transtornos mentais, que muitas vezes são transtornos emocionais. A idade que começou a namorar está relacionada, em muitos casos, com a atitude dos pais, de permissão ou não. Muitas vezes casamentos precoces, são empurrados pelos pais, principalmente no caso de mulheres, com medo que a mulher se “perca”. Outro quadro comum são mulheres que não suportam os pais, e fogem com os namorados, sem conhece-los direito. Muitos namoros curtos podem estar relacionados com dificuldades em estabelecer relações afetivas sólidas (histeria), namoros longos vão na direção contrária, mas às vezes estão relacionados a tendências obsessivas. Muitos casamentos e separações também se relacionam à maior instabilidade emocional, casamentos longos e infelizes relacionados à tendências obsessivas, ou a circunstâncias sociais. 
A relação com os filhos pode ter vários matizes, há pais e mães que projetam um amor frustrado no filho e filha, o outro filho ou filha pode receber a projeção dos aspectos negativos.
f) Perspectivas futuras:
O futuro também é uma dimensão importante.Pacientes que sentem que têm algo a realizar, tem mais chances de se recuperar, aqueles que se acomodaram ou pessimistas têm prognóstico pior. 
g) Outras informações (perguntar se o paciente quer contar algo que não foi perguntado, abrir para perguntas do paciente). 
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