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1 O que é um transtorno mental? É um estado de anormalidade psíquica que causa sofrimento ou prejuízos significativos ao indivíduo ou à sociedade. Os transtornos mentais se fazem presentes em grande parte da população geral, e os indivíduos acometidos apresentam maiores índices de incapacitação e mortalidade. Indivíduos com depressão e esquizofrenia têm de 40% a 60% mais chance de morrer prematuramente do que a população geral, seja por doenças clínicas, seja por suicídio, por isso, a importância dos profissionais e serviços de saúde mental estarem devidamente preparados e capacitados para atender adequadamente essa demanda. O exame psiquiátrico não deve ser puramente objetivo e muito menos apenas subjetivo. • Em psiquiatria ainda não existem exames laboratoriais ou de imagem suficientes para o diagnóstico, mas eles podem ser utilizados para elucidar a hipótese diagnóstica ou mesmo para excluir outras possíveis causas clínicas para os sintomas que se apresentam. Por isso, uma entrevista psiquiátrica eficaz é, sem dúvida, indispensável. A avaliação começa desde o primeiro contato entre médico e paciente e é importante que o médico observe o paciente e seu comportamento antes mesmo da sua entrada no consultório, pois ali ele sabe que estará sendo avaliado, não tendo – muitas vezes – um comportamento espontâneo. Inicialmente o médico deve se apresentar, ainda que não obtenha resposta do paciente e o mesmo não interaja. Posteriormente, o ideal é que o paciente possa falar livre e abertamente sobre o que o perturba, deixando as perguntas diretas para depois, isso ajuda na formação do vínculo e na redução da ansiedade. É sempre o médico quem deve tentar se adaptar às particularidades do paciente, e não o contrário. ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA História clínica Exame mental Fase de Abertura Corpo da entrevista Fase de Fechamento • Duração média de 5 a 10 minutos • Inicialmente o médico se apresenta e deixa o paciente livre para falar sobre o motivo principal da consulta, sem interrupções. • O paciente avalia o grau de confiabilidade do seu médico e, assim, o que ele está disposto a revelar • Duração muito variável • O médico coleta dados da história clínica e testa as hipóteses aventadas anteriormente. • Nesse momento, podem ser feitas perguntas direcionadas e objetivas, para sanar possíveis dúvidas ou lacunas na história. • Importante deixar os minutos finais para dar um feedback ao paciente a respeito das impressões diagnósticas e das possibilidades terapêuticas, sempre adaptando a linguagem. • Caso seja prescrita alguma medicação, é indispensável orientar o paciente quanto à posologia, aos possíveis efeitos colaterais, assim como o que esperar de seu efeito terapêutico. 2 partes 3 fases 2 O médico deve manter uma atitude afável, flexível e atenta, sempre disposto a ouvir, mesmo quando o discurso do outro parecer incoerente ou ilógico. É essencial se despir de qualquer forma de preconceito ou rigidez. O diagnóstico não precisa ser exaustivamente buscado logo no início, sendo mais importante, nesse momento, tentar entender como o indivíduo que sofre se relaciona com o mundo e com as pessoas. Perguntas abertas são recomendadas para estimular o indivíduo a falar e são pouco tendenciosas. Não podem ser respondidas com um simples “sim” ou “não”. ➔ “Como o senhor tem se sentido ultimamente?” Em certas ocasiões serão necessárias perguntas mais diretas. Quando o indivíduo é muito prolixo ou quando o objetivo é a revisão dos sintomas para fechar/excluir diagnósticos, lança-se mão de perguntas fechadas ➔ “A senhora tem percebido alguma mudança no seu desejo sexual desde que está mais triste?” ➔ “Qual a principal dificuldade no seu sono: para iniciá-lo, para se manter dormindo ao longo da noite, ou você acorda muito cedo e não consegue voltar a dormir?” Mudança de tópicos durante a entrevista • Transições suaves: o médico aproveita o que seu paciente acabou de dizer ou faz menção a uma fala anterior ➔ “Você estava me dizendo o quanto sua separação conjugal a deixou triste. Como este sentimento afetou seu trabalho?”; ➔ “Você havia mencionado que no início do ano seu rendimento escolar caiu bastante. Como você estava se sentindo naquela época? • Transições acentuadas: mudanças mais abruptas (para um tema diferente do que vinha sendo tratado) ➔ “Você estava me falando a respeito das suas preocupações, mas agora gostaria de saber como tem estado seu sono ultimamente” Temas potencialmente constrangedores Alguns pacientes se sentem constrangidos em falar sobre atos ou sentimentos que acreditam ser reprováveis pelo médico. O médico deve tentar passar a ideia de que o comportamento investigado pode ser considerado “normal” ou, ao menos, compreensível diante da situação apresentada ➔ “É frequente que pessoas pensem em se ferir quando estão muito tristes. Isso tem ocorrido com você?” ➔ “Quais outras drogas você costuma usar quando bebe?” ➔ “Quantos litros de cachaça o senhor tem bebido por dia? Três, quatro?” ➔ “Quando as outras crianças o perturbam muito, você fica com vontade de bater nelas?” *Em entrevistas com usuários de drogas é importante se expressar com uma linguagem familiar Pacientes chorosos Não há regras, mas uma atitude empática permite que o indivíduo expresse sua dor sem se sentir repreendido. Essas situações costumam ser uma oportunidade de alcançar pontos sensíveis da história do sujeito e de estreitar a aliança terapêutica • “Percebo que falar sobre sua mãe lhe traz muita emoção” Pacientes psicóticos Diante de um indivíduo com julgamento da realidade comprometido é prudente se mostrar interessado em ajudá- lo e tentar compreendê-lo, sem entrar no mérito da veracidade ou não de suas crenças delirantes. Muitas vezes, o médico é a única pessoa realmente disposta a ouvir sem julgamento. • “Deve estar sendo difícil para você conviver com todo este medo” Ter bastante cautela ao abordar esses assuntos. E, quando se tratar de atos violentos e reprovados pela sociedade, tentar reduzir a culpa. ➔ “Você já pegou um baseado?” ➔ “Já cheirou pó?” ➔ “Fuma pedra?” 3 A história clínica psiquiátrica, ou anamnese, segue um roteiro semelhante ao da semiologia geral, mas com algumas particularidades. Os dados devem ser preferencialmente obtidos do próprio paciente, evitando-se conversas com familiares em sua ausência. Quando extremamente necessário, é recomendável que o paciente seja avisado, à exceção dos indivíduos demenciados, psicóticos ou com grave deficiência intelectual. • Identificação → nome, idade, grupo étnico, estado civil, profissão, grau de escolaridade, religião, de onde foi encaminhado, naturalidade e procedência, o endereço em que reside e um número de telefone para contato ou e-mail. ➔ Um homem de 70 anos de idade, casado, aposentado e encaminhado por um neurologista direciona o raciocínio clínico de maneira diferente de uma mulher de 20 anos, solteira, estudante universitária, encaminhada por sua psicóloga. • Queixa principal → É importante descrever o motivo da consulta como referido pelo paciente ou familiar, entre aspas ou acompanhado do termo latino sic entre parênteses. Em psiquiatria, a queixa principal costuma ser vaga e pouco específica, como: ➔ “ele está muito agressivo nas últimas semanas” ➔ “eu não consigo dormir bem há muitos anos” ➔ “ela não quer mais sair de casa sozinha”. Apesar disso, é o ponto de partida para a exploração da história clínica e nem sempre reflete o problema principal: um indivíduo que traz como queixa principal a falta de apetite pode, ao longo da entrevista, revelar um grave quadro depressivo ou, na verdade, estar se recusando a comer por acreditar que seu alimento está sendo envenenado por outros que desejam matá-lo. • História da doençaatual (HDA) → é descrita a história do adoecimento do indivíduo. O registro de dados é possível basicamente de duas maneiras: um relato com a evolução dos sintomas desde o início até o momento atual ou apenas a descrição do que vem ocorrendo com o paciente nas últimas semanas e o levou à presente consulta. o Início dos sintomas: muitas vezes é de difícil definição. O médico pode sugerir alguns “pontos de referência” para estimular a memória do paciente. É importante relatar também se os sintomas surgiram de modo súbito ou insidioso. ➔ “No início da faculdade você já se sentia ansioso ao falar em público?” o Evolução dos sintomas: os transtornos mentais podem evoluir de maneira aguda, em dias a semanas, ou crônica, de meses a anos, sendo fundamental a diferenciação. Deve-se investigar se os sintomas são recorrentes ou se apresentam pela primeira vez, se variam ao longo do dia e se têm alguma relação com o ciclo menstrual. Cabe descrever também a frequência, a intensidade e a duração de cada queixa. o Fatores predisponentes, precipitantes e mantenedores do adoecimento: gama de condições de risco maior para o desenvolvimento de determinado transtorno mental, como história familiar (genética) e características sociodemográficas (etnia, gênero, idade, escolaridade, ocupação). ▪ Fatores precipitantes são situações que atuam como “estopim” para a deflagração do adoecimento em indivíduos já predispostos, como falecimento de um ente querido, separação conjugal, perda do emprego ou uso excessivo de drogas. ▪ Fatores mantenedores são estressores crônicos que dificultam a melhora, como violência doméstica, maus-tratos e violência sexual, conflitos parentais e conjugais. o Impacto dos sintomas na vida do indivíduo: o quanto o transtorno limita e causa sofrimento? É importante identificar as atividades deixadas para trás após o adoecimento (trabalhar, estudar, ir à igreja, sair com os amigos), o quanto as relações foram prejudicadas e quais estratégias de enfrentamento o indivíduo tem desenvolvido. 4 • História patológica pregressa ➔ “Houve algum tratamento prévio e como foi a adesão?” ➔ “Quais os psicofármacos usados, em que dose e por quanto tempo?” ➔ “O quanto respondeu a essas medicações e quais foram os efeitos colaterais?” ➔ “Já fez psicoterapia? Por quanto tempo, com que frequência e de qual orientação?” ➔ “Em algum momento necessitou de internação? Como estava naquela época e por quanto tempo permaneceu hospitalizado?” ➔ “Já se submeteu à eletroconvulsoterapia? Se sim, qual foi a indicação e quantas sessões fez?” ➔ “Apresenta alguma comorbidade psiquiátrica? Faz, ou já fez, uso de drogas (álcool, maconha, cocaína/crack, solventes)?” Levanta-se também a história pregressa de comorbidades clínicas, como cirurgias, traumatismo cranioencefálico, epilepsia, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, disfunções tireoidianas e doenças infectoparasitárias (HIV, hepatites virais, sífilis, tuberculose), assim como o uso de outras classes de medicamentos, como corticoides, antihipertensivos, antibióticos, hipoglicemiantes ou imunossupressores. História patológica familiar Como as condições psiquiátricas estão entre as morbidades mais frequentemente herdadas, é indispensável questionar a existência de outro membro da família com transtorno mental. Não é raro o achado de um vasto histórico familiar nos casos de indivíduos bipolares ou esquizofrênicos, sendo essa informação muito útil para a tomada de decisões clínicas. Por exemplo, diante de um adolescente com quadro depressivo atípico com genitora diagnosticada com transtorno bipolar, a preferência recairia sobre o uso de antidepressivos com menos risco de desencadear ciclagem para mania/hipomania ou mesmo um estabilizador de humor. Outro dado relevante diz respeito ao histórico de resposta ao tratamento dos familiares, uma vez que o paciente tende a responder melhor aos mesmos psicofármacos usados por seus parentes mais próximos em virtude das similaridades genéticas. Resumo da vida do sujeito • História pré-natal e nascimento: gestação (se planejada e desejada; se realizado pré-natal; se de alto risco; se houve intercorrências relevantes), condições de nascimento (se nasceu a termo, por parto normal ou cesáreo; se necessitou de fórceps; peso e escore de Apgar ao nascer; se necessitou de manobras de reanimação) e doenças neonatais (infecções congênitas, distúrbios metabólicos). • Infância e desenvolvimento: investigar condições de saúde quando criança, calendário de imunizações, marcos do desenvolvimento neuropsicomotor (aquisição da fala, deambulação, controle esfincteriano), relações sociais, temperamento e dificuldades de aprendizagem (histórico escolar). • Adolescência: interesses, interação com amigos e familiares, progressão acadêmica e profissionalização. Como se deram o desenvolvimento psicossexual e os relacionamentos afetivos. Averiguar o histórico de uso de álcool e outras drogas e o envolvimento em atividades ilícitas. • Idade adulta: destacar como o indivíduo lida com seu trabalho e, se não trabalha, qual o motivo. Sua estrutura familiar: se tem irmãos, quantos são e qual a sua posição entre eles; a idade dos pais; caso tenham falecido, qual foi a causa do óbito e há quanto tempo. Se é casado ou se tem filhos, como se relaciona com eles. Atividades de lazer e como ocupa sua rotina. Caracterizar sua condição socioeconômica e os planos futuros. A personalidade pré-mórbida diz respeito ao funcionamento do paciente antes do surgimento do transtorno mental e o quanto o transtorno mental alterou sua trajetória de vida. ➔ “Teve que abandonar os estudos ou o trabalho?” ➔ “Passou a ser uma pessoa com poucos relacionamentos sociais?” ➔ “Mudou seu comportamento substancialmente?” ➔ “Passou a ser dependente de outros para gerir sua própria vida?” Herdabilidade 5 O exame do estado mental, ou exame psíquico, representa o “corte transversal” do processo mórbido do indivíduo, ou seja, como sua psicopatologia se apresenta no momento da entrevista. Trata-se de um complemento fundamental da história clínica. Inicialmente, recomenda-se narrar, sem o uso de termos técnicos, o que se observa no examinado. Em seguida, pode-se fazer uma súmula de suas alterações mentais com conceitos psicopatológicos (súmula psicopatológica) e características mais técnicas. Procede-se a uma divisão didática das funções psíquicas elementares com suas anormalidades mais frequentes: 1. Apresentação geral: a maneira como o paciente se apresenta pode evocar informações importantíssimas para o diagnóstico. • Aparência física: destacando suas características físicas mais marcantes (expressão facial, cabelos, estatura, biotipo corporal, postura, se tem alguma deformidade, cor da pele, estado de nutrição e lesões visíveis - cortes em antebraços). • Voz o Volume, tom e clareza o Ritmo normal, acelerado ou lento? o Sotaques, colocação gramatical o Maneirismos, gagueja, receia, murmura? • Condições de higiene: transtornos mentais podem comprometer gravemente a capacidade de cuidar da própria higiene. Observa-se se o paciente parece não tomar banho há dias, se exala algum odor desagradável ou se a barba está por fazer. • Vestes: verifica-se a adequação das roupas do paciente ao clima e ao ambiente, se são excessivamente extravagantes, se estão sujas ou rasgadas e se usa adornos. • Atitude em relação ao médico (rapport): se está colaborativo, hostil ou irritado, ou se está desconfiado, excessivamente desinibido ou apático. • Sentimentos despertados no médico: é muito importante que o médico perceba os sentimentos que o paciente desperta nele, como medo, compaixão, raiva ou repulsa. 2. Consciência: o conhecimento de si próprio e do ambiente externo, ou seja, o grau de clareza do sensório. • Consciência plena ou normal • Torpor e turvação da consciência– redução do estado de alerta, sendo o torpor mais passageiro, que o paciente volta ao estado normal, se estimulado • Estupor – inconsciência, o paciente responde parcialmente a estímulos repetidos • Coma – o paciente não responde • Hipervigilância Quando a consciência está alterada, todas as demais funções mentais também se encontram perturbadas: a atenção não se foca, o discurso pode parecer incoerente, surgem alterações sensoperceptivas e as memórias são dificilmente fixadas. EXAME DO ESTADO MENTAL Aspectos comportamentais Aspectos cognitivos • Aparência e comportamento gerais • Fluxo do pensamento • Humor • Conteúdo do pensamento • Percepção • Cognição • Insight e julgamento • Rigidez, sorri normalmente? • Contato visual? Olha ao redor da sala repetidamente? • Tiques? 6 3. Atividade motora • Postura corporal • Quantidade de atividade • Gestos, observar as unhas (onicofagia) • Movimento involuntários de rosto e membros podem indicar discinesia tardia • Maneirismos, estereótipos, posturas, negativismo, flexibilidade cérea 4. Afetividade • Humor → como a pessoa alega estar se sentindo (“estou triste”; “ansioso”; “muito alegre”). o humor depressivo, ansioso, irritável, disfórico, eufórico ou em elação. • Afeto → como a pessoa parece estar se sentindo Podem estar incongruentes (não se relaciona com o que é relatado), embotado (não há a expressão de nenhuma vivência afetiva), lábil (mudanças súbitas do estado afetivo), ambivalente (afetos opostos simultâneos) ou pueril (afeto infantil). 5. Pensamento • Velocidade, ritmo e fluxo do pensamento • Associação: espontânea ou se ocorre apenas como respostas a perguntas • Frouxidão das ideias, fuga de ideias • Tangencialidade • Pobreza da fala 6. Percepção • Alucinações, sintomas de ansiedade, fobias, obesessões/compulsões, pensamentos de violência (suicídio/homicídio). Alucinações são percepções de um objeto não real, vivenciadas com grande nitidez e projetadas no espaço externo. Podem manifestar-se em todos os sentidos (auditivas, visuais, táteis, gustativas ou olfativas). Ex: o paciente vê um dragão. • Sintomas preocupantes, mas geralmente normais: ilusões, déjà vu, ideias supervalorizadas, despersonalização/ desrealização. Ilusões são percepções deformadas de um objeto real, podendo ser patológicas ou não. Pacientes em delirium podem visualizar sondas e tubos como serpentes ou membros da equipe médica como demônios. O objeto existe, mas não se apresenta da forma normal. 7. Conteúdo do pensamento • Delírios: referência, pobreza, ciúmes, perseguição, ruína, grandeza, morte, culpa, saúde fraca ou alterações corporais, passividade ou influência, controle do pensamento. Delírios são crenças irrefutáveis (convicção extraordinária), irremovíveis (não modificáveis pela argumentação lógica), psicologicamente incompreensíveis (incapacidade de compreender sua origem psicológica), de conteúdo impossível (na maioria dos casos) e não compartilhado socialmente. O paciente tem certeza que aquilo acontece. • Ideias supervalorizadas consistem em pensamentos que dominam a vida mental do paciente, mas sem apresentar características delirantes (por exemplo, acreditar ter alguma doença grave, com este pensamento ganhando grande relevância dentre os demais, apesar de não chegar a ser uma ideia irrefutável ou irremovível). Manutenção de posturas aparentemente desconfortáveis por longos períodos 7 8. Cognição • Atenção e concentração o Hipotenacidade: quando o indivíduo não consegue focar sua atenção em determinado assunto (prejuízo na atenção voluntária) o Hipovigilância: o paciente não se mostra capaz de direcionar sua atenção a outros estímulos do ambiente (prejuízo está na atenção espontânea) o Hipertenacidade: o indivíduo volta sua atenção excessivamente para algum ponto em particular, como para pensamentos obsessivos o Hipervigiância: pode distrair-se facilmente com estímulos pouco relevantes do ambiente, como em um episódio maníaco e no transtorno de déficit de atenção e hiperatividade • Orientação o Autopsíquica: capacidade do indivíduo reconhecer quem é. o Alopsíquica: como o indivíduo se localiza no tempo e no espaço. • Linguagem o Logorreia: aumento da produção da fala. o Mutismo: inibição completa da fala. o Mussitação: a fala em baixo tom de voz, quase inaudível, como se “falasse para si próprio”. o Palilalia: repetição das suas próprias frases ou palavras. o Ecolalia: repetição das frases ou palavras dos outros. o Salada de palavras ou jargonofasia: discurso completamente incompreensível com palavras sem qualquer construção lógica. • Memória o imediata (segundos a minutos); o anterógrada (minutos, horas, dias) e o retrógrada (dias, meses, anos). • Pensamento abstrato • Insight e julgamento A capacidade ou grau de insight implica o quanto o sujeito tem de crítica sobre seu estado mórbido. Tem relação com o julgamento da realidade e costuma estar completamente ausente em psicóticos. A entrevista psiquiátrica é o alicerce da investigação diagnóstica e do planejamento terapêutico para os indivíduos com transtornos mentais.
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